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modulo 13 - 2018 5v

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DL 101P BR - Módulo 13 – Propriedade Intelectual e Desenvolvimento (5V) 
2018 © OMPI/INPI 
1 
 
Aviso: O estudo deste módulo requer normalmente cerca de 3 horas. 
 
 
 
Módulo 13: Propriedade Intelectual e Desenvolvimento 
 
 
 
OBJETIVOS 
 
 Depois do estudo deste módulo, o estudante deverá ser capaz de: 
 
1. Explicar em 100 palavras por que o desenvolvimento é mais do que simplesmente 
crescimento econômico. 
2. Enumerar os aspectos do desenvolvimento para além do crescimento econômico. 
3. Explicar em cerca de 500 palavras como as leis de PI podem ser concebidas para 
promover o desenvolvimento. 
4. Dar três exemplos da utilização de regimes de PI que promovem o 
desenvolvimento. 
5. Descrever em cerca de 100 palavras a função da OMPI em matéria de 
desenvolvimento. 
6. Indicar a data do início da Agenda da OMPI para o Desenvolvimento. 
7. Nomear as categorias de recomendações da Agenda para o Desenvolvimento. 
8. Identificar a categoria mais intimamente relacionada com uma determinada 
questão. 
9. Dar três exemplos específicos de projetos resultantes da Agenda para o 
Desenvolvimento. 
10. Dar dois exemplos da maneira como a Agenda para o Desenvolvimento foi 
‘integrada’ no trabalho da OMPI. 
11. Indicar projetos de cooperação, desenvolvidos a partir da Agenda para o 
Desenvolvimento, nos quais o INPI se envolveu nos últimos anos. 
 
 
 
O que é o desenvolvimento? 
 
 Desenvolvimento é um conceito vasto que não é fácil definir, mas é importante 
compreender porque é um dos objetivos fundamentais do sistema global e de muitos 
sistemas nacionais de propriedade intelectual. O desenvolvimento costumava ser 
considerado um sinônimo de modernização e de crescimento econômico. Efetivamente, 
muitos peritos no passado consideravam essas duas noções como sendo tanto um 
objetivo primordial como um indicador do desenvolvimento internacional. 
 
 Mais recentemente, o crescimento econômico passou a ser entendido como facilitador 
da liberdade humana. Peritos como o economista Amartya Sen, laureado com o prêmio 
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DL 101P BR - Módulo 13 – Propriedade Intelectual e Desenvolvimento (5V) 
2018 © OMPI/INPI 
2 
 
Nobel, a famosa filósofa Martha Nussbaum, dentre outros especialistas entendem o 
desenvolvimento ‘do ponto de vista das capacidades’ (capabilities approach to 
development). O crescimento econômico pode dar às pessoas mais dinheiro e, portanto, 
maior liberdade para fazerem escolhas nas suas vidas. Porém, essa liberdade não faz 
sentido sem a capacidade de gozar de boa saúde, de segurança alimentar, de um 
ambiente limpo e saudável, de arte, cultura etc. A propriedade intelectual está, de uma 
maneira ou de outra, ligada a todas estas questões essenciais. 
 
 
Por que a propriedade intelectual é importante para o desenvolvimento? 
 
 Um sistema bem equilibrado de concessão e exploração de direitos de propriedade 
intelectual é um fator de crescimento econômico, pois promove investimentos e o 
comércio. Se for concebido e utilizado apropriadamente, pode também ajudar a 
criatividade cultural a prosperar, educar a população, levar a inovação tecnológica para o 
progresso da saúde e da alimentação, e trazer também outras vantagens sociais. 
 
 A propriedade intelectual em si não promove nem impede necessariamente o 
desenvolvimento. É a maneira como as leis, as políticas e as práticas são concebidas e 
utilizadas nos diversos países que determina se a PI é ou não eficaz em matéria de 
desenvolvimento. As flexibilidades nos tratados e acordos internacionais podem facilitar o 
desenvolvimento porque os países podem utilizá-las de maneira que lhes permita aplicar 
as suas próprias políticas públicas, quer em domínios específicos, como o acesso a 
produtos farmacêuticos (por exemplo, através de licenças obrigatórias em certas 
circunstâncias) ou a proteção da sua biodiversidade (através de patentes ou de outro 
sistema sui generis), quer de forma mais geral, favorecendo a criação de condições macro 
e microeconômicas e institucionais favoráveis ao desenvolvimento. 
 
 Por exemplo, alguns países podem desejar que as obras culturais sejam amplamente 
disponíveis no domínio público tão cedo quanto possível, para autorizar as outras pessoas 
a utilizar livremente o material; por isso, estes países mantêm o prazo de proteção do 
direito de autor ao nível da Convenção de Berna e do Acordo TRIPS, a saber, a vida do 
autor mais 50 anos. Outros países podem desejar prever rendimentos para as suas 
indústrias culturais durante mais tempo; por isso aumentam o prazo de proteção até 70 
anos depois da morte do autor. 
 
 No que diz respeito a patentes, o Acordo TRIPS normaliza o objeto da proteção: deve 
haver patentes, em todos os domínios da tecnologia, para quaisquer invenções que 
satisfaçam os critérios de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. Mas há 
também alguma flexibilidade. Os membros da OMC podem excluir algumas invenções da 
proteção se isso for necessário para, por exemplo, preservar a estrutura da sociedade civil 
ou, segundo a expressão utilizada, "para proteger a ordem pública", ou por razões de 
proteção da moral, da vida humana, vegetal ou animal, ou do meio ambiente. Portanto, 
embora seja possível proteger por patente de invenções "essencialmente biológicas," 
resultantes de intervenção só humana, há debate mundial, não só nos países em 
desenvolvimento, mas também em regiões como os Estados Unidos, sobre a questão de 
saber se genes humanos, animais ou vegetais deveriam ser patenteáveis. O Acordo 
TRIPS é também flexível quanto à proteção de formas mais elevadas de vida, na medida 
em que satisfazem os critérios de patenteabilidade, como plantas e animais, mas também 
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DL 101P BR - Módulo 13 – Propriedade Intelectual e Desenvolvimento (5V) 
2018 © OMPI/INPI 
3 
 
permite outras possibilidades tais como um sistema de direitos do obtentor. Qual destas 
opções flexíveis um país escolherá dependerá, provavelmente, de várias considerações 
sociais, culturais e econômicas. 
 
 Além disso, para garantir o acesso a algumas invenções importantes que estão 
protegidas, tais como os produtos farmacêuticos, os países são autorizados a emitir 
licenças de patente obrigatórias em certas circunstâncias. Este procedimento tem sido 
utilizado, por exemplo, para dar acesso a medicamentos em países como Malásia, 
Indonésia, Brasil, Tailândia e Gana. 
 
 A emissão de licenças obrigatórias não é normalmente a primeira opção para qualquer 
país que procura dar acesso a medicamentos. O Acordo TRIPS indica que certas medidas 
deveriam ser tomadas antes da emissão de uma licença obrigatória, inclusive uma 
tentativa de negociações voluntárias. Esta sugestão não é aplicável em certos casos, como 
emergências nacionais, extrema urgência, ou utilização pública não comercial. Por 
exemplo, em 2006, a Tailândia emitiu uma licença obrigatória para uma das suas 
organizações governamentais a fim de produzir medicamentos genéricos contra a AIDS, 
sem primeiro consultar o titular da patente, Merck. Posteriormente, porém, a Tailândia 
tentou em vão negociar com os titulares de patentes de medicamentos contra o cancro, 
antes de emitir licenças obrigatórias. Breves negociações voluntárias ocorreram também 
no Canadá, antes de uma licença obrigatória ser recentemente emitida para uma 
companhia canadense exportar medicamentos genéricos contra a AIDS para Ruanda, que 
não tinha possibilidade de produzir os medicamentos. 
 
 Disposições sobre a concessão de licenças obrigatórias foram o ponto central da 
Declaração Ministerial de Doha, em 2001, da OMC, sobre o Acordo TRIPS e a Saúde 
Pública. Essa Declaração resultou mais tarde em mais flexibilidade, especialmente para 
países (como Ruanda) que, tipicamente, não podem fabricar produtos farmacêuticos 
localmente e, por isso, dependem de exportações de outros países. A Declaraçãotambém 
prolongou a data limite para os países menos desenvolvidos que deveriam conceder 
proteção por patente aos produtos farmacêuticos pelo menos até 2016. Portanto, se o país 
menos desenvolvido não tiver capacidade de produção e o medicamento não estiver 
patenteado nesse país, uma licença obrigatória não será necessária. 
 
 Para mais informações sobre a maneira como a concessão de licenças obrigatórias 
pode funcionar no contexto da saúde pública, o estudante pode consultar o seguinte 
website da Organização Mundial do Comércio, com a qual a OMPI trabalha em estreita 
colaboração sobre questões de propriedade intelectual: 
http://www.wto.org/english/tratop_e/trips_e/public_health_faq_e.htm 
 
 
 
QAA 1 (Questão de Auto-Avaliação) 
 
 
 a. Quando foi que a flexibilidade que permite a concessão de licenças obrigatórias 
se tornou disponível pela primeira vez no Acordo TRIPS? 
 
http://www.wto.org/english/tratop_e/trips_e/public_health_faq_e.htm
 
 
DL 101P BR - Módulo 13 – Propriedade Intelectual e Desenvolvimento (5V) 
2018 © OMPI/INPI 
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 b. A que diziam respeito as duas disposições resultantes do acordo de Doha, de 
novembro de 2001? 
 
 
Resposta 
 
a. Desde o princípio do Acordo TRIPS em 1995. 
 
b. As duas disposições diziam respeito aos países menos desenvolvidos e aos países sem 
capacidade de produção. 
 
 
N.B. Além disso, os países menos desenvolvidos não precisariam conceder patentes para 
produtos farmacêuticos antes de 2016. E, em circunstâncias especiais, os países não 
podem exportar produtos farmacêuticos produzidos sob uma licença obrigatória para 
alguns países sem capacidade de produção nacional. 
 
 
 Não só os países podem se beneficiar das flexibilidades em relação à proteção da 
propriedade intelectual; empresas privadas e instituições públicas como universidades 
podem também gerir flexivelmente a propriedade intelectual. Por exemplo, algumas 
empresas ou instituições podem desejar proteger seus produtos indefinidamente por meio 
dos segredos comerciais ou industriais, em vez de divulgar ao público os pormenores de 
uma invenção em troca de 20 anos de proteção exclusiva por patente. 
 
 As empresas ou instituições que escolhem a proteção por patente podem fabricar e 
vender um produto elas mesmas, produzindo valor econômico para a organização e novos 
produtos e serviços para o mercado. Ou podem trabalhar com parceiros para concederem 
licenças recíprocas relativas aos seus direitos de propriedade intelectual, de maneira a 
retirar vantagens da colaboração, tais como o acesso a tecnologias complementares ou a 
novos mercados. A colaboração através da concessão de licenças de patente pode ser 
uma opção especialmente atrativa para o governo, universidades e empresas do setor 
privado nos países em desenvolvimento que podem não ter ainda capacidade de pesquisa 
e desenvolvimento ou acesso a recursos científicos e técnicos para comercializar sozinhos 
as inovações. 
 
 Vejamos outra vez o caso do acesso aos medicamentos como um exemplo concreto. 
Os tratamentos mais eficazes do HIV/AIDS, por exemplo, muitas vezes implicam a 
combinação de produtos diferentes, cujas patentes pertencem a empresas diferentes 
espalhadas pelo mundo. Para abordar algumas das questões de concorrência e 
coordenação relacionadas à concessão de licenças de propriedade intelectual, um grupo 
de parceiros formou um "grupo de patentes de medicamentos," que oferece um serviço 
centralizado ("balcão único") para licenças de patente. Este modelo de gestão de 
propriedade intelectual pode ajudar a criar novas fontes de rendimento para as empresas 
em questão, baixar os custos de fornecer estes medicamentos e, o mais importante, 
melhorar a saúde e a vida de milhões de pessoas. Para mais informações sobre a maneira 
como esta utilização particular de politicas e práticas de propriedade intelectual pode 
facilitar o desenvolvimento, acesse o site: www.medicinespatentpool.org. 
 
file://///wipogvafs01/MARKS/OrgAcad/Shared/DL/Translations/Desktop/www.medicinespatentpool.org
 
 
DL 101P BR - Módulo 13 – Propriedade Intelectual e Desenvolvimento (5V) 
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5 
 
 
 
 
 
QAA 2 
 
Veja as perguntas mais frequentes 
<http://www.wipo.int/edocs/mdocs/mdocs/en/wipo_gc_lic_ge_12/wipo_gc_lic_ge_12
_ref_factsheet.pdf> do grupo de patentes de medicamentos (medicines patent pool) 
e responda à seguinte pergunta. 
 
Por que razão deveriam as empresas com fins lucrativos aderir? 
 
 
 
 
 Os exemplos apresentados levantam importantes questões que os responsáveis 
políticos devem considerar. O setor privado – inclusive grandes companhias, empresas 
pequenas e médias e novos empresários – pode também se beneficiar de uma perspectiva 
de direitos de propriedade intelectual orientada para o desenvolvimento. A utilização de 
direitos de propriedade intelectual para criar valor partilhado entre empresas e 
comunidades pode aumentar os mercados existentes e criar novos mercados, 
especialmente em nível global. 
 
 Pensar sobre a propriedade intelectual e o desenvolvimento é uma coisa que não só os 
países em desenvolvimento e os países menos desenvolvidos precisam fazer. Todos os 
países devem enfrentar as mesmas questões de base sobre o alcance do equilíbrio entre 
os diversos objetivos relacionados. Igualmente, todas as empresas devem pensar sobre a 
função da propriedade intelectual nos seus projetos comerciais, de maneira a aproveitar 
novas oportunidades comerciais a curto e longo prazo. 
 
 
 Faça agora uma pausa para pensar sobre a seguinte questão, do seu ponto de vista. 
 
 
 
QAA 3 
Que aspectos da propriedade intelectual e desenvolvimento são mais importantes 
para o seu país, ou para a sua organização? 
 
Pense sobre isto durante cerca de 5 minutos. É possível que o estudante já tenha 
conhecimento das principais atividades econômicas do seu país, ou tenha experiência em 
inventar coisas que são úteis no seu país. Possivelmente, alguns dos estudantes 
trabalham na indústria de serviços ou nas artes, na representação ou execução de obras, 
ou no comércio. Tente pensar nas coisas que considera importantes para o seu país. 
 
Talvez queira registar as suas ideias em uma folha a parte. 
 
 
http://www.wipo.int/edocs/mdocs/mdocs/en/wipo_gc_lic_ge_12/wipo_gc_lic_ge_12_ref_factsheet.pdf
http://www.wipo.int/edocs/mdocs/mdocs/en/wipo_gc_lic_ge_12/wipo_gc_lic_ge_12_ref_factsheet.pdf
 
 
DL 101P BR - Módulo 13 – Propriedade Intelectual e Desenvolvimento (5V) 
2018 © OMPI/INPI 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não existe uma resposta correta ou errada para esta pergunta. O ponto principal é que os 
direitos de propriedade intelectual podem criar vantagens diferentes em contextos 
diferentes, segundo os objetivos. As legislações, as políticas e as práticas locais, que são 
apropriadas para um país ou para uma empresa, podem não ser adequadas para outro 
país ou empresa. As pessoas devem decidir por si próprias sobre o que querem que o 
sistema de propriedade intelectual faça, e depois tentar alcançar o equilíbrio para atingir 
esses objetivos. 
 
 
 
Qual é a função da OMPI? 
 
 O desenvolvimento encontra-se no âmago da missão da OMPI. Quando a organização 
foi fundada, a sua missão era "promover a proteção da propriedade intelectual em todo o 
mundo". Quando a organização se tornou uma agência especializada das Nações Unidas, 
em meados da década de 1970, esta função passou a estar mais especificamente ligada 
ao desenvolvimento. Depois disso, foi confiada à OMPI a tarefa de promover a atividade 
intelectual criativa e a transferência de tecnologia para os países em desenvolvimento, "a 
fim de acelerar o desenvolvimento econômico, social e cultural". 
 
 Evidentemente, como já vimos, isto pode ser feito com sistemas flexíveis de proteção da 
propriedade intelectual. A OMPI promove o desenvolvimento através da política de 
propriedade intelectual de várias maneiras. 
 
Além de ser um fórum de primeiro plano para a negociação de novos tratados e acordos 
(incluindo as suas flexibilidades), a OMPI:• administra alguns dos processos mais importantes para proteger os direitos de 
propriedade intelectual internacionalmente; 
 • oferece formação e educação; 
 • presta assistência legislativa e técnica; 
 • serve de reservatório de bases de dados de informações relacionadas com a 
propriedade intelectual. 
 
 A OMPI recebe sugestões dos seus Estados Membros, de organizações não 
governamentais e outras entidades para melhorar o trabalho na área da propriedade 
intelectual e desenvolvimento. Algumas destas sugestões foram feitas há várias décadas, 
pois a questão da propriedade intelectual e o desenvolvimento surgiu nos anos 1960. 
Nenhuma sugestão, porém, teve um impacto tão grande como uma iniciativa formal, 
inicialmente apresentada pela Argentina e pelo Brasil, em 2004, para uma nova e 
específica "Agenda para o Desenvolvimento". 
 
 
 
DL 101P BR - Módulo 13 – Propriedade Intelectual e Desenvolvimento (5V) 
2018 © OMPI/INPI 
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A Agenda para o Desenvolvimento 
 
 A Agenda da OMPI para o Desenvolvimento, às vezes chamada pela forma abreviada 
"AD", faz parte de uma mudança na maneira de compreender as ligações entre a 
propriedade intelectual e o desenvolvimento e, consequentemente, na maneira em que é 
atribuída a prioridade às questões de desenvolvimento. Por exemplo, isto poderia ser feito 
pelo destaque das flexibilidades no sistema de propriedade intelectual que poderiam 
contribuir para o desenvolvimento. Como foi dito mais acima neste módulo, o 
desenvolvimento deixou de ser considerado apenas um sinônimo de crescimento 
econômico, e cada vez mais se compreende que a propriedade intelectual, por si só, pode 
ou não afetar o desenvolvimento. Convém salientar, mais uma vez, que nada na Agenda 
sobre o Desenvolvimento rejeita os benefícios dos direitos de propriedade intelectual. Pelo 
contrário, a Agenda confirma que a propriedade intelectual pode facilitar e facilita, 
efetivamente, o desenvolvimento em muitas circunstâncias. 
 
 É porque uma compreensão destas circunstâncias em contextos locais e globais 
ajudará os países e organizações a melhor elaborar, administrar e utilizar sistemas de 
propriedade intelectual, que a Agenda da OMPI sobre o Desenvolvimento procura 
aumentar a compreensão deste tópico. O reconhecimento tanto dos benefícios como dos 
custos da propriedade intelectual, tendo em conta as questões sociais, culturais e 
econômicas, faz realmente da propriedade intelectual uma matéria que extrapola apenas a 
proteção. 
 
 Por exemplo, a proteção do direito de autor é importante para muitos tipos de criadores, 
inclusive autores e editores de livros. Sem proteção do direito de autor, seria muito mais 
difícil estabelecer o preço e as condições de acesso aos livros que sustentam a indústria 
editorial. Ao mesmo tempo, porém, a proteção do direito de autor pode não oferecer os 
incentivos comerciais acertados para garantir que os livros sejam produzidos de maneira 
acessível a todos, inclusive os praticantes de línguas locais ou as pessoas com 
deficiências . Por isso o sistema internacional de direito de autor inclui um mecanismo – 
um anexo da Convenção de Berna – para permitir que os países emitam licenças 
obrigatórias autorizando a tradução de livros para certas línguas locais; e estão em curso 
negociações entre a OMPI, seus Estados Membros, organizações não governamentais e 
outras entidades, sobre um novo acordo inovador relativo a um sistema destinado a 
proporcionar acesso a materiais protegidos pelo direito de autor aos deficientes visuais. 
 
 O estudante pode ver o Anexo da Convenção de Berna: Disposições Especiais a 
Respeito dos Países em Desenvolvimento, através de um link que se encontra nos 
recursos deste módulo. Para ver o Anexo clique este link: 
http://www.wipo.int/treaties/en/ip/berne/trtdocs_wo001.html. 
 
 A OMPI criou também todo um website, www.visionip.org, dedicado a informações 
sobre o acesso a obras protegidas pelo direito de autor por pessoas com deficiências 
visuais. 
 
http://www.wipo.int/treaties/en/ip/berne/trtdocs_wo001.html
http://www.visionip.org/
 
 
DL 101P BR - Módulo 13 – Propriedade Intelectual e Desenvolvimento (5V) 
2018 © OMPI/INPI 
8 
 
 Atingir o equilíbrio correto entre a proteção da propriedade intelectual e flexibilidades, 
como a citada acima, é a chave para facilitar o acesso aos conhecimentos e melhorar as 
vidas de pessoas em todo o mundo. É uma tentativa para que o sistema global de 
propriedade intelectual funcione melhor para todos os interessados. 
 
 A Agenda da OMPI para o Desenvolvimento faz parte de um movimento mais vasto de 
reforma e atualização de todo o quadro do comércio internacional. Talvez o estudante 
conheça também a chamada "Agenda de Doha para o Desenvolvimento," que recebeu o 
nome dessa cidade do Qatar onde começou o ciclo atual de negociações da Organização 
Mundial do Comércio. Embora estas "agendas" sejam distintas uma da outra, a 
cooperação com outras organizações incluindo, mas não só, a OMC sobre questões 
relacionadas à PI, é uma das recomendações específicas adotadas pela Assembleia Geral 
dos Estados Membros da OMPI, de 2007. 
 
 Os Estados Membros da OMPI adotaram 45 recomendações agrupadas em 6 
categorias. Estas recomendações constituem formalmente a Agenda da OMPI para o 
Desenvolvimento. Procuram assegurar que considerações de desenvolvimento façam 
parte integrante do trabalho de todos os setores da organização.Em outras palavras, 
"integrem" o desenvolvimento. A integração significaria, por exemplo, que todas as 
atividades da OMPI levem em conta os diferentes impactos potenciais da propriedade 
intelectual sobre o desenvolvimento econômico, social e cultural. Seria a chave da 
preparação e do fornecimento de assistência técnica e educação; influenciaria as 
discussões sobre novos tratados e acordos; e seria uma parte importante da avaliação dos 
êxitos ou fracassos das organizações que trabalham com questões de propriedade 
intelectual. 
 
 Depois de as 45 recomendações agrupadas em 6 categorias terem sido adotadas na 
Assembleia Geral dos Estados Membros da OMPI de 2007, houve muita reflexão e 
discussão no sentido de colocar essas recomendações em prática. 
 
 Concordou-se que isto aconteceria através de atividades, programas e "projetos" 
particulares, coordenados por uma nova divisão da OMPI: a Divisão de Coordenação da 
Agenda para o Desenvolvimento (DCAD). Na verdade, a criação do presente módulo de 
ensino no DL 101, introduzindo a Agenda para o Desenvolvimento, é um dos resultados 
concretos do projeto de implementação. A DCAD serve de secretariado para uma nova 
Comissão sobre o Desenvolvimento e a Propriedade Intelectual (CDPI), coordena a 
implementação e integração (integração da agenda para o desenvolvimento em todas as 
atividades da OMPI) das recomendações da Agenda para o Desenvolvimento dentro da 
OMPI É também a interface perante as partes interessadas exteriores, e promove uma 
melhor compreensão da Agenda para o Desenvolvimento e dos seus benefícios. 
 
 Esta lição introdutória não examina as especificidades técnicas de todas as categorias, 
recomendações e projetos de implementação da Agenda para o Desenvolvimento, mas 
apresenta alguns exemplos das questões e dos resultados dessa iniciativa. 
 
 
 
 
 
 
 
DL 101P BR - Módulo 13 – Propriedade Intelectual e Desenvolvimento (5V) 
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As 6 Categorias de recomendações tratam dos seguintes tópicos gerais: 
 
 Assistência técnica e criação de capacidades (Categoria A). 
 Estabelecimento de normas, flexibilidades, política geral e domínio público 
(Categoria B). 
 Transferência de tecnologia, tecnologias de informação e comunicação (TIC) e 
acesso aos conhecimentos (Categoria C). 
 Apreciação, avaliação e estudos de incidência (Categoria D). 
 Questões institucionais, inclusive mandato e governânça (Categoria E). 
 Outras questões (Categoria F). 
 
 
 
 
Assistência técnica e criação de capacidades (Categoria A) 
 
 As recomendaçõesnesta categoria procuram assegurar, entre outras coisas, que a 
ajuda da OMPI em matéria de PI e desenvolvimento seja transparente e sensível às 
solicitações locais. Algumas das 14 recomendações desta categoria sugerem que haja 
mais financiamento para a assistência técnica orientada para o desenvolvimento, outras 
oferecem diretrizes relativas ao recrutamento e à comunicação sobre as atividades do 
pessoal e dos consultores, e outras abordam as relações da OPMI com os Estados 
Membros e outras organizações. Há recomendações específicas sobre tópicos de 
importância particular, tais como a interface entre a propriedade intelectual e a política de 
concorrência, ou grupos como pequenas e médias empresas especialmente necessitadas 
de ajuda em matéria de PI. A primeira recomendação é um bom exemplo dos temas 
incluídos nesta categoria : 
 
1. A assistência técnica da OMPI será, inter alia (entre outras coisas), orientada para o 
desenvolvimento, ditada pela procura e transparência, tendo em conta as prioridades e as 
necessidades especiais dos países em desenvolvimento, especialmente os PMDs (países 
menos desenvolvidos), assim como os diferentes níveis de desenvolvimento dos Estados 
Membros . 
 
 Esta e outras recomendações na Categoria A estão sendo implementadaspor meio de 
projetos destinados, por exemplo, a aumentar a transparência, com a criação de uma base 
de dados sobre as atividades de assistência técnica da OMPI, http://www.wipo.int/tad/en/. 
A OMPI está também criando novos pontos de convergência da Academia Global em 
países em desenvolvimento, e apoia o desenvolvimento de estratégias nacionais de PI. O 
projeto-piloto de estabelecer Academias Nacionais de PI, em fase de arranque, por 
exemplo, ajudará os países em desenvolvimento e os PMDs a criar instituições de 
http://www.wipo.int/tad/en/
 
 
DL 101P BR - Módulo 13 – Propriedade Intelectual e Desenvolvimento (5V) 
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formação com um mínimo de recursos para satisfazer a sua procura crescente de 
especialistas de PI, profissionais, funcionários governamentais e outras partes 
interessadas. 
 
 Outro projeto consiste em criar um quadro para ajudar todos os países a desenvolver 
estratégias nacionais de PI para a inovação. Por exemplo, esse quadro identificará e 
apoiará as necessidades e prioridades de desenvolvimento dos países, e levará em conta 
as suas circunstâncias econômicas e aspirações específicas. O quadro, que proporcionará 
uma base conceitual para a criação de estratégias de PI, tem fortes ligações com outros 
projetos que procuram desenvolver metodologia prática, validada por um processo- piloto 
em países selecionados, utilizando uma série de instrumentos práticos. O quadro será 
desenvolvido por grupos de trabalho especializados, compostos de eminentes economistas 
do desenvolvimento de todo o mundo, peritos em PI e consultores de organizações 
internacionais, nos domínios do comércio, meio- ambiente, cultura, educação, indústria, 
saúde, agricultura e ciência e tecnologia. O quadro resultante, juntamente com a 
metodologia e os instrumentos práticos, será posto à disposição dos Estados Membros da 
OMPI. 
 
 
 
Estabelecimento de normas, flexibilidades, política geral e domínio público 
(Categoria B) 
 
 Estas oito recomendações visam equilibrar o processo e os resultados de negociações 
sobre novas regras de propriedade intelectual e incluir diversas perspectivas diferentes. É 
muito importante que as atividades da OMPI a este respeito tenham em conta os diferentes 
níveis de desenvolvimento dos países, assim como um equilíbrio entre os custos e as 
vantagens da proteção da propriedade intelectual. Em várias recomendações, é feita 
alusão ao valor de um robusto domínio público de conhecimentos não protegidos por 
direitos de propriedade intelectual. Questões que são especialmente importantes para 
alguns países em desenvolvimento, como a proteção dos recursos genéticos, dos 
conhecimentos tradicionais e do folclore, e o acesso aos conhecimentos e à tecnologia 
para fomentar criatividade e inovação, recebem uma menção específica nas 
recomendações nesta categoria. Muitos destes princípios estão bem aparentes na 
Recomendação 15: 
 
 
15. As atividades de estabelecimento de normas deverão: 
• ser inclusivas e orientadas para os membros; 
• ter em conta diferentes níveis de desenvolvimento; 
• levar em consideração um equilíbrio entre os custos e as vantagens; 
• ser um processo participativo que leve em consideração os interesses e as prioridades 
de todos os Estados Membros da OMPI e os pontos de vista de outras partes 
interessadas, inclusive organizações intergovernamentais (OIGs) e organizações não 
governamentais (ONGs) acreditadas; e 
• estar em conformidade com o princípio de neutralidade do Secretariado da OMPI. 
 
 
 
 
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 No contexto desta categoria de recomendações para um dos projetos de 
implementação, a OMPI contratou um perito independente para preparar estudos sobre a 
propriedade intelectual e o domínio público. 
 
 Reconhecendo a importância do domínio público, o projeto comportará uma série de 
pesquisas e estudos que analisarão as boas práticas e os instrumentos atualmente 
disponíveis para identificar conteúdos que se encontram no domínio público, preservando 
tais conteúdos da apropriação individual. As pesquisas e estudos deveriam facilitar as 
possíveis medidas ulteriores na preparação de diretrizes e/ou o possível desenvolvimento 
de instrumentos para facilitar a identificação de matéria pertencente ao domínio público e 
ao seu acesso.O projeto é dividido em três componentes que abordarão a questão do 
ponto de vista do direito de autor, das marcas, e das patentes. 
 
 A OMPI também dedicou trabalho ao estudo e à promoção de flexibilidades no sistema 
de propriedade intelectual, e ao alinhamento das suas próprias atividades com os 
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) das Nações Unidas. Na Declaração do 
Milênio, todos os 189 Estados Membros das Nações Unidas expuseram, dentro de um 
único quadro, os desafios fundamentais aos quais a humanidade se vê confrontada no 
início do novo milênio, esboçaram uma resposta a esses desafios, e estabeleceram 
medidas concretas para avaliar o desempenho através de uma série de compromissos, 
objetivos e metas inter-relacionados. 
 
 Mais informações sobre o trabalho da OMPI relacionado com os ODMs encontram-se em: 
http://www.wipo.int/ip-development/en/agenda/millennium_goals/. 
 
 
Transferência de tecnologia, tecnologias de informação e comunicação (TIC) e 
acesso aos conhecimentos (Categoria C). 
 
 
 A repartição dos benefícios da inovação e da informação de forma tão ampla quanto 
possível é um objetivo central da política de ligação da PI ao desenvolvimento; por isso, 
esta categoria de oito recomendações sugere várias possibilidades de levá-la a efeito. 
Algumas destas recomendações encorajam colaborações na pesquisa e cooperação 
científica que possam facilitar a transferência de tecnologia para países menos 
desenvolvidos, e aumentar a utilização de bases de dados de informações relacionadas 
com a propriedade intelectual, por exemplo, informações sobre patentes disponíveis 
publicamente. A Recomendação 25 é uma entre várias que ilustram a essência da 
categoria C: 
 
 
25. Explorar políticas e iniciativas relacionadas com a propriedade intelectual necessárias 
para promover a transferência e a difusão de tecnologia em benefício de países em 
desenvolvimento e tomar medidas apropriadas para permitir que os países em 
desenvolvimento compreendam inteiramente e aproveitem diversas disposições relativas 
às flexibilidades previstas em acordos internacionais, como for apropriado. 
 
 
 
http://www.wipo.int/ip-development/en/agenda/millennium_goals/
 
 
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 Para implementar esta recomendação, assim comovárias outras, a Divisão de 
Coordenação da Agenda para o Desenvolvimento trabalha sobre um projeto chamado 
"Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia: Desafios Comuns – Busca de 
Soluções", de que fazem parte reuniões, estudos e um fórum de peritos de alto nível. Este 
projeto inclui a preparação ou a atualização e aperfeiçoamento de uma série de módulos e 
materiais relativos à gestão de direitos de PI por instituições acadêmicas e de pesquisa, 
inclusive a criação e direção de departamentos de transferência de tecnologia em 
organizações públicas de pesquisa, a exploração de mecanismos de transferência de 
tecnologia (especialmente acordos de licença), e o aumento da capacidade de redigir 
patentes. 
 
 
Apreciação, avaliação e estudos de incidência (Categoria D) 
 
 Antes das leis, políticas e práticas de PI poderem ser utilizadas ou melhoradas, seu 
impacto deve ser melhor avaliado e compreendido. É este o ponto central das 5 
recomendações na Categoria D. Além de recomendar uma revisão anual e um mecanismo 
de avaliação para apreciar todas as atividades orientadas para o desenvolvimento, à luz de 
critérios apropriados, esta categoria propõe o estudo de alguns tópicos específicos, 
inclusive projetos colaborativos abertos, a propriedade intelectual na economia informal, e 
os impactos econômicos, sociais e culturais da propriedade intelectual. A recomendação 
37, a penúltima nesta categoria, ilustra bem este objetivo geral. 
 
 
37. A pedido dos Estados Membros e segundo as suas instruções, a OMPI pode realizar 
estudos sobre a proteção da propriedade intelectual, para identificar as ligações e as 
incidências possíveis entre propriedade intelectual e desenvolvimento. 
 
 
 O projeto sobre o desenvolvimento econômico e social consiste numa série de estudos 
sobre a relação entre a proteção da PI e vários aspectos do desempenho econômico nos 
países em desenvolvimento. Estes estudos procuram diminuir a lacuna de conhecimentos 
que afeta os responsáveis políticos nesses países quando criam e implementam um 
regime de propriedade intelectual (PI) que promove o desenvolvimento. Os estudos 
projetados concentram-se em três grandes temas: 
 
 • inovação nacional; 
 • difusão nacional e internacional de conhecimentos; e 
 • aspectos institucionais do sistema de PI e as suas implicações econômicas. 
 
 As vantagens serão a promoção de uma melhor compreensão dos efeitos 
socioeconômicos da proteção da PI nos países em desenvolvimento, e a criação de 
capacidade analítica em países em que pouco trabalho sobre PI tem sido realizado até 
agora. 
 
 O projeto separado sobre modelos de colaboração aberta tratará de uma série de 
atividades para trocar experiências em contextos de inovação aberta (inclusive ambientes 
centrados no utilizador, em que os utilizadores criam inovações em conjunto, através de 
acordos abertos de colaboração) em países desenvolvidos e em desenvolvimento. 
 
 
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Questões institucionais, inclusive mandato e governança (Categoria E). 
 
 
 É aqui que os próprios processos e atividades da OMPI e as suas relações com outras 
importantes organizações intergovernamentais e não governamentais são especificamente 
consideradas. Algumas das questões tratadas por estas 6 recomendações são também 
abordadas noutras categorias, tais como a sugestão de uma revisão das atividades atuais 
de assistência técnica, a cooperação com outras agências das Nações Unidas, e o 
aumento, para as partes interessadas, das possibilidades de participação em processos de 
tomada de decisões. A Recomendação 40, por exemplo, é importante porque salienta que 
a propriedade intelectual é apenas uma parte de uma estratégia global de 
desenvolvimento. A PI deve relacionar-se com o comércio, a saúde, o meio ambiente, a 
educação, a ciência e a cultura, no âmbito de outros organismos das Nações Unidas ou 
organizações multilaterais. 
 
 
40. Pedir que a OMPI intensifique a sua cooperação com as agências das Nações Unidas, 
especialmente CNUCED, PNUMA, OMS, ONUDI, UNESCO e outras organizações 
internacionais competentes, especialmente a OMC, sobre questões relacionadas com a PI 
e segundo as orientações indicadas pelos Estados Membros, a fim de reforçar a 
coordenação para atingir o máximo de eficácia na aplicação de programas de 
desenvolvimento. 
 
 
 Para implementar algumas das recomendações nesta categoria, a OMPI trabalhou no 
sentido de reunir mais organizações não governamentais nas suas atividades, e trabalha 
mais intimamente com outras agências das Nações Unidas. Além disso, a OMPI trabalha 
com peritos independentes para conduzir uma avaliação em grande escala das suas 
atividades de assistência técnica na área da cooperação para o desenvolvimento. As 
vantagens esperadas deste projeto incluem: 
 
 
 • a adaptação e o fortalecimento do quadro de gestão existente para assegurar que 
todos os programas pertinentes prestem uma grande atenção à incidência das 
atividades da Organização sobre o desenvolvimento, inclusive a assistência técnica; 
 
 • uma contribuição para a cultura de fiscalização e avaliação dentro da Organização; e 
 
 • assistência ao recolhimento sistemático e utilização de informações sobre o 
desempenho para assegurar a atribuição da responsabilidade, e apoio à tomada de 
decisões pela Organização e as partes interessadas. Isto aumentará também a 
capacidade de realizar avaliações independentes e objetivas da incidência das 
atividades da OMPI sobre o desenvolvimento. 
 
 
 
 
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Outras questões (Categoria F) 
 
 
 Só há uma recomendação nesta categoria, Recomendação 45, mas vai ao cerne da 
Agenda para o Desenvolvimento: a proteção e a aplicação dos direitos de PI deveriam 
beneficiar tanto quem produz como quem utiliza conhecimentos, num vasto contexto 
social. Esta ideia está na base de muitas recomendações de outras categorias, tais como 
as que salientam a necessidade de considerar tanto os custos como as vantagens da 
proteção da propriedade intelectual, as ligações entre a propriedade intelectual e a política 
de concorrência, a importância de reconhecer diferentes níveis de desenvolvimento 
econômico, social e cultural, etc. É por isso que a linguagem e os princípios estão 
passando de "aplicação" de direitos de PI, para "respeito" aos direitos de PI. 
 
 
 Nenhum dos projetos de implementação, por enquanto, faz especificamente referência à 
Recomendação 45. Mas isto é porque esta recomendação, mais do que qualquer outra, é 
fundamentalmente sobre a garantia de que o espírito da Agência para o Desenvolvimento 
– equilibrar a proteção da propriedade intelectual e interesses mais gerais da sociedade – 
inspire atitudes e atividades gerais dentro e fora da OMPI. É isto, em parte, que significa a 
"integração" do desenvolvimento. 
 
 
 Considere-se o seguinte exemplo prático: a Comissão Consultiva da OMPI sobre a 
Aplicação dos Direitos de Propriedade Intelectual (CCA). Durante uma reunião recente da 
CCA, os princípios por trás da Recomendação 45 tiveram um impacto evidente. O trabalho 
da CCA inclui um exame das metodologias aplicadas em estudos existentes para medir o 
impacto da falsificação e da pirataria; pesquisa para identificar diferentes tipos de infrações 
e motivações para infrações de direitos de propriedade intelectual (DPI), tendo em conta 
variáveis sociais, econômicas e tecnológicas e diferentes níveis de desenvolvimento; 
estudos específicos destinados a desenvolver metodologias analíticas para medir o 
impacto social, econômico e comercial da falsificação e da pirataria nas sociedades, tendo 
em conta a diversidade de realidades econômicas e sociais, assim como diferentes fases 
de desenvolvimento; e uma análise de diversos esforços, modelos alternativos e outras 
opções possíveis, numa perspectiva de bem-estar social e econômico,para enfrentar os 
desafios da falsificação e pirataria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QAA 4: Combine as atividades no quadro abaixo com as categorias correspondentes da 
Agenda para o Desenvolvimento 
 
 
 
Nome da categoria da Agendapara o 
Desenvolvimento 
Atividades 
Categoria A: Assistência técnica e criação de 
capacidades 
(1) preservação do domínio público 
Categoria B: Estabelecimento de normas, 
flexibilidades, política geral e domínio público 
(2) iniciativas aprovadas pelos Estados 
Membros, que contribuem para a 
transferência de tecnologia para países em 
desenvolvimento 
Categoria C: Transferência de tecnologia, 
tecnologias de informação e comunicação (TIC) 
e acesso aos conhecimentos 
 
(3) acesso aos conhecimentos e à tecnologia 
para os países em desenvolvimento e os 
PMDs para promover a criatividade e a 
inovação e fortalecer tais atividades 
existentes no âmbito da OMPI 
Categoria D: Apreciação, avaliação e estudos 
de incidência 
 
(4) estudos para determinar o impacto 
econômico, social, e cultural da utilização de 
sistemas de propriedade intelectual nos 
Estados Membros participantes 
Categoria E: Apreciação, avaliação e estudos 
de incidência 
(5) assistência aos Estados Membros para 
desenvolver e melhorar a capacidade 
institucional em matéria de propriedade 
intelectual através de maior desenvolvimento 
de infraestruturas e outras instalações a fim 
de tornar mais eficientes as instituições 
nacionais de propriedade intelectual e 
promover um equilíbrio justo entre a proteção 
da propriedade intelectual e o interesse 
público 
Categoria F: Outras questões 
 
(6) medidas que garantem uma larga 
participação da sociedade civil em geral nas 
atividades da OMPI 
 
Resposta 
 
Categoria A - atividade 5 
Categoria B - atividade 1 
Categoria C- atividades 2 e 3 
 
 
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Categoria D - atividade 4 
Categoria E- atividade 6 
Categoria F - todas as recomendações 
 
 
O que reserva o futuro para as questões de propriedade intelectual e o 
desenvolvimento? 
 
 
 A Agenda para o Desenvolvimento não é exatamente como a maior parte dos tratados e 
acordos administrados pela OMPI porque se trata mais de política do que, tipicamente, de 
direito internacional, mas terá um impacto contínuo sobre a Organização, os seus Estados 
Membros ea todas as pessoas que estão interessadas no sistema global de propriedade 
intelectual. 
 
 Efetivamente, mais pessoas compreendem agora que a propriedade intelectual deve ser 
considerada como parte de um sistema cuidadosamente equilibrado de leis, políticas e 
práticas, que reconhece e fomenta a criatividade e a inovação, em benefício da sociedade 
em geral. Nesse contexto não se trata, para a Agenda para o Desenvolvimento, de 
promover sistemas de propriedade intelectual mais fortes ou mais fracos; trata-se de 
promover melhores sistemas de propriedade intelectual. Isso exige uma grande 
sensibilidade em relação às circunstâncias sociais, culturais e econômicas, como a OMPI e 
os seus Estados Membros têm demonstrado, cada vez mais. 
 
 Esta tarefa não pertence apenas à OMPI. A implementação dos princípios contidos na 
Agenda para o Desenvolvimento deve ser levada a efeito também em nível regional, 
nacional e local. Todas as pessoas que participam do sistema de propriedade intelectual 
precisam pensar criticamente sobre os resultados que desejam alcançar e sobre a maneira 
como a propriedade intelectual pode, apropriadamente, contribuir para esses objetivos. 
 
 
 
 
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PROTAGONISMO DO BRASIL NA AGENDA PARA O DESENVOLVIMENTO 
 
 
A partir da participação do Brasil na proposição da Agenda para o Desenvolvimento, 
em 2004, o país alcançou um papel de protagonismo no cenário internacional da 
propriedade intelectual, com reflexos no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), 
resultando na operacionalização de diversos projetos de cooperação internacional. 
 
 Tais iniciativas estão inseridas em um contexto de reconhecimento das assimetrias 
existentes entre os países em desenvolvimento, com vistas a potencializar especialmente 
a região da América Latina e a buscar uma maior inserção internacional. Percebe-se, 
assim, uma orientação para a formação de cooperações e alianças entre países em 
desenvolvimento. É nesse contexto que estão inseridas iniciativas tais como o PROSUL, 
IBEPI e IP BRICS, por exemplo. 
 
No que tange à cooperação internacional do INPI, o aumento exponencial do número 
de memorandos de entendimento internacionais assinados, a partir de 2004, é citado como 
um indicador da elevação do perfil brasileiro, em termos de inserção no regime de 
propriedade intelectual, como consequência da Agenda para o Desenvolvimento. Esses 
instrumentos de cooperação técnica internacional com escritórios congêneres servem de 
balizador para o intercâmbio de informações e de experiências nas áreas administrativa, 
de capacitação e de fomento ao uso estratégico de propriedade industrial, propiciando o 
aumento crescente do número de atividades de cooperação bilateral. 
 
 
 
 
PROSUL - Sistema de Cooperação sobre Aspectos de Informação Operacional e 
Propriedade Industrial 
 
 
 
Percebendo a importância do compartilhamento de experiências e da busca pelo 
fortalecimento da região, entre os anos 2005 e 2008, os dirigentes dos escritórios de 
propriedade intelectual da América do Sul reuniram-se anualmente para discutir sobre 
problemas semelhantes e buscar soluções conjuntas. Nesse contexto, surgiu o Sistema de 
Cooperação sobre Aspectos de Informação Operacional e Propriedade Industrial ou 
PROSUL, em 2010, por meio de apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento 
(BID). O financiamento do projeto foi proveniente da Iniciativa para a Promoção de Bens 
Públicos Regionais (BPR) na América Latina e Caribe, destinado à cooperação em 
propriedade industrial na região, com foco na melhoria dos serviços e no apoio ao usuário. 
 
O BPR é um instrumento de financiamento não reembolsável para o apoio à 
cooperação intrarregional e ao desenho coletivo de soluções de desenvolvimento, para 
subsidiar bens públicos regionais que sejam produzidos por um mínimo de três países 
membros mutuários do BID. 
 
 
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A primeira fase do PROSUL ocorreu durante os anos de 2010 e 2014, com a 
participação de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Suriname e 
Uruguai. Entre 2014 e 2018, uma nova fase de financiamento foi aprovada pelo BID. O 
Suriname deixou de participar das atividades, enquanto somaram-se à iniciativa Costa 
Rica, Panamá, República Dominicana e Nicarágua. 
O PROSUL dispõe de estrutura composta por um Comitê Diretivo, formado pelos 
presidentes dos escritórios; uma Presidência Pro Tempore, exercida por um dos 
escritórios, a cada semestre, em ordem alfabética; uma Secretaria Técnica; e Comitês 
Técnicos, de Marcas, Patentes, Difusão Tecnológica, Informática, Cooperação 
Internacional, Comunicação e Estratégia e Gestão; além de uma Coordenação 
Tecnológica. 
Visando consolidar o processo de cooperação técnica e institucional entre os 
escritórios participantes, o PROSUL tem como objetivos específicos o fortalecimento do 
marco institucional para a integração e cooperação em propriedade industrial; o 
melhoramento dos processos de registro e avaliação de marcas e patentes por meio da 
disponibilização de serviços aos escritórios de PI e de sistemas de informática 
colaborativos; e a implementação de novos serviços de apoio às Pequenas e Médias 
Empresas (PMEs), para facilitar seu acesso ao estado da técnica em diversas áreas da 
tecnologia e a comercialização efetiva de seusativos intangíveis. Para tanto, o projeto 
contempla quatro componentes, a saber: marco institucional, cooperação em patentes, 
cooperação em marcas e difusão da tecnologia. 
O marco institucional tem como objetivo elaborar e chegar a um consenso com 
relação a um instrumento jurídico, acordo ou protocolo de cooperação entre os países 
participantes, que constituirá o marco legal e organizacional para o funcionamento do 
PROSUL. 
A cooperação em patentes tem como foco desenhar e implementar esquemas e 
serviços colaborativos entre os escritórios participantes de forma a otimizar, em termos de 
tempo e qualidade, os processos de exame dos pedidos de patentes . 
 
O objetivo, da cooperação em marcas é facilitar a apresentação simultânea de 
pedidos de marcas nos distintos escritórios do PROSUL, aproximando-se dos anseios dos 
usuários, empresas e investidores da região, para que as marcas se tornem um 
instrumento útil para facilitar o comércio internacional da região. 
 
As atividades de difusão tecnológica visam melhorar as capacidades dos escritórios 
para difundir a informação tecnológica universal de domínio público como meio para 
alavancar a inovação nas PMEs. 
 
O PROSUL dispõe de um site (www.prosur.org), em português, espanhol e inglês, com 
diversas ferramentas para os usuários do Sistema de PI, tais como: 
 
 Projeto piloto de Patent Prosecution Highway (PPH) – possibilita a solicitação de um 
exame prioritário de patentes, a partir da existência de um resultado de concessão 
em um dos países membros; 
http://www.prosur.org/
 
 
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 Classificador de produtos e serviços de marcas - permite a busca de termos e a 
classe de Nice correspondente; 
 Buscador de domínio público - disponibiliza banco de dados de patentes, marcas e 
desenhos industriais expirados; 
 Buscador de Patentes, Marcas e Desenho - permite a busca dos referidos ativos 
nos bancos de dados dos escritórios do PROSUL, de forma conjunta; 
 Mapa estatístico - contém dados envolvendo ativos de PI dos países do PROSUL; 
 Comunidade PROSUL – propicia um espaço para troca de experiências. 
 
QAA 5: Como o PROSUL pode contribuir para o desenvolvimento dos escritórios de 
PI da região? 
 
Resposta: 
Através do desenvolvimento de atividades de cooperação e ferramentas baseadas nos 
quatro componentes do PROSUL, que visam fortalecer o marco institucional para a 
integração e cooperação em propriedade industrial, além de aprimorar os processos de 
registro e avaliação de marcas e patentes, bem como de difusão tecnológica 
 
Propriedade Intelectual e BRICS 
 
No âmbito dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em 2011, sua 
cúpula, formada pelos Chefes de Estado e Governo, durante o Sanya Summit, mecanismo 
composto por oficiais seniores dos países participantes responsáveis por preparar o 
programa e a agenda da reunião dos Ministros de Comércio e Economia dos países do 
grupo, propôs o início de um processo de cooperação entre os países na área de 
Propriedade Intelectual. 
Em 2012, por iniciativa do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e do 
Escritório de Patentes da China (SIPO), organizou-se uma primeira reunião, às margens 
da Assembleia Geral da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), entre os 
presidentes dos cinco escritórios de patentes dos países do BRICS. Ali foi iniciado o 
processo de cooperação entre os escritórios de PI dos países denominado IP BRICS. 
Os objetivos do IP BRICS são o fortalecimento do intercâmbio de informações de 
legislação e observância de direitos em propriedade intelectual, o desenvolvimento 
conjunto de programas de capacitação na área de propriedade intelectual e a promoção da 
cooperação entre os escritórios. 
Em paralelo ao trabalho de colaboração proposto pelos escritórios de PI, foi criado, em 
2013, o Grupo de Contato de Temas Econômicos e Comerciais (CGETI), ligado à Cúpula 
dos BRICS, o qual também conta com um grupo de trabalho na área de Propriedade 
Intelectual, formado por oficiais seniores dos países participantes, responsáveis por 
preparar o programa e a agenda da reunião dos Ministros de Comércio e Economia dos 
BRICS. 
 
 
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QAA 6: Qual a diferença entre o IP BRICS e o CGETI? 
Resposta: 
O IP BRICS é um grupo de cooperação em propriedade intelectual composto pelos 
escritórios do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, formado com o objetivo de 
fortalecer o intercâmbio de informações da legislação em propriedade intelectual e 
observância e promover a cooperação entre seus membros. Já o CGETI é um grupo de 
Contato de Temas Econômicos e Comerciais no âmbito do BRICS, formado por oficiais 
seniores dos países participantes do bloco, com o objetivo de preparar o programa e a 
agenda da reunião dos Chefes de Estado e Governo, no que tange o tema de “cooperação 
em propriedade intelectual”. 
 
 
 
 
Programa Ibero-Americano de Propriedade Industrial - IBEPI 
 
 
Outra iniciativa que merece destaque, e do qual o Brasil é parte integrante, é o 
Programa Ibero-Americano de Propriedade Industrial (IBEPI), cujo objetivo é promover o 
desenvolvimento das sociedades da região Ibero-Americana, por meio do uso estratégico 
da propriedade industrial em apoio às políticas públicas e seu aproveitamento como 
instrumento de competitividade pelos setores de comércio, da indústria e de pesquisa dos 
países da região. Criado em 2012 pela Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB), fazem 
parte deste programa Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Espanha, 
Guatemala, México, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana e Uruguai. Sua 
estrutura é composta por quatro eixos principais: ter o português e espanhol como idiomas 
tecnológicos, reduzir as assimetrias entres os escritórios de propriedade intelectual, 
fortalecer as capacidades de produção e gestão de ativos intangíveis na área de 
propriedade intelectual, com foco nas PMEs e promover a difusão da informação 
tecnológica como ferramenta para a inovação e o desenvolvimento de novas tecnologias. 
Nesse sentido, as linhas de ação do IBEPI são: geração e gestão de ativos de 
propriedade industrial; informação tecnológica e estudos de interesse público; intercâmbio 
de boas práticas entre Escritórios Nacionais de Propriedade Industrial; formação de 
recursos humanos e capacitação; bases de dados de interesse comum; projetos de 
cooperação e trabalho compartilhado; articulação com os Programas Ibero-Americanos de 
Inovação e de Pequenas e Médias Empresas; consolidação e evolução das ferramentas de 
serviços das plataformas CIBEPYME e INFOTEC; difusão da informação de domínio 
público na região; aproveitamento dos sistemas alternativos de resolução de conflitos; 
desenvolvimento de novas alianças com organizações internacionais e instituições, com o 
objetivo de obter novos insumos para o Programa. 
 
 
 
 
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O IBEPI dispõe de um Comitê Intergovernamental de Altos Representantes, formado 
pelos Presidentes dos Escritórios Nacionais de Propriedade Industrial. Há, ainda, uma 
Secretaria-Técnica. Além disso, existem Comitês Técnicos: Comitê de Informação 
Tecnológica, Comitê de Encarregados de Desenvolvimento de Conteúdo para a Plataforma 
CIBEPYME e Comitê de Comunicação. 
 
Entre os produtos do IBEPI, disponíveis para o público, estão boletins de informação 
tecnológica (http://www.ibepi.org) e um site voltado para pequenas e médias empresas 
com o objetivo de disseminar a Propriedade Intelectual (http://www.cibepyme.com). 
 
 
QAA 7: Quais os resultados almejados com a cooperação estabelecida no âmbito 
IBEPI? 
 
 
Resposta: 
 
Como resultado espera-se ter o português e espanhol como idiomas tecnológicos, diminuir 
asdiferenças entres os escritórios de propriedade intelectual, fortalecer as capacidades de 
produção e gestão de ativos intangíveis na área de propriedade intelectual, com foco nas 
PMEs e promover a difusão da informação tecnológica como ferramenta para a inovação e 
o desenvolvimento de novas tecnologias. 
 
 
 
Diálogos Setoriais com a União Europeia 
 
 
 
Trata-se de um instrumento de cooperação entre a União Europeia (UE) e o Brasil, que 
promove o intercâmbio de experiências, conhecimentos e boas práticas em temas de 
interesse mútuo. 
 
Surgido em 2007, a iniciativa de apoio aos Diálogos Setoriais UE-Brasil visa auxiliar o 
aprofundamento do relacionamento bilateral, por meio de projetos de parceria entre 
instituições europeias e brasileiras. 
 
Há previsão de apoio nos seguintes âmbitos: 
 
 Elaboração de estudos que desenvolvem as temáticas abordadas nos Diálogos 
Setoriais e/ou busquem aprofundar o conhecimento das políticas e programas adotados 
por cada uma das partes; 
 Assistência técnica especializada para a realização de tarefas que aprofundem as 
temáticas tratadas nos Diálogos Setoriais e/ou à exploração dos seus resultados. A 
Iniciativa poderá disponibilizar a participação e mobilização de perito/os que apoiem na 
preparação de análises e pareceres técnicos sobre temas sensíveis e/ou de elevada 
complexidade técnica; para a elaboração de estratégias e planos de ação, capacitação 
de pessoal e avaliação de resultados, entre outras ações; 
 
 
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 Apoio logístico às missões técnicas ou participação em eventos na Europa ou no Brasil; 
 Apoio logístico à organização de eventos, produção de publicações e serviços de 
tradução. 
 
Como exemplo, destaca-se o Projeto PINT008 “Promoção da cooperação técnica no 
campo da propriedade industrial entre Brasil e União Europeia”, aprovado no âmbito da 8ª 
Convocatória dos Diálogos Setoriais, na qual houve fortalecimento da cooperação entre o 
INPI e o Escritório de Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO). 
 
 
 
QAA 8: Você acredita que a partir de iniciativas conjuntas envolvendo países 
desenvolvidos e em desenvolvimento é possível obter resultados positivos para 
ambas as partes? 
 
Resposta: 
 
Aqui não há uma resposta padrão, mas refere-se ao Projeto de Diálogos Setorias. 
 
 
 
 
PROJETO INPI-OMPI 
 
 
A cooperação com a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) tem como 
base acordos assinados com o Governo Brasileiro, sendo que o programa de cooperação 
técnica é balizado pelo Acordo Básico de Assistência Técnica entre a República Federativa 
do Brasil e a Organização das Nações Unidas, suas Agências Especializadas, a Agência 
Internacional de Energia Atômica e a União Postal Universal, assinado em 29 de dezembro 
de 1964 e promulgado pelo Decreto nº 59.308, de 23 de setembro de 1966. 
Com o intuito de aumentar a capacidade de países em desenvolvimento em relação ao 
uso da proteção dos direitos de propriedade intelectual, em 2012 foi assinado um Acordo 
de Cooperação Ofertada entre INPI e OMPI, voltado para a promoção da Cooperação Sul-
Sul. Esse foi o primeiro acordo dessa modalidade firmado pela OMPI. Seu objetivo 
principal era promover a cooperação no eixo Sul-Sul como meio de fortalecer a capacidade 
dos Estados-Membros em atender os compromissos constantes das convenções 
internacionais no âmbito da OMPI. Findando em 2017, o aludido Acordo possuía três eixos 
de atuação, a saber: (1) Elaboração de políticas públicas e estratégias de inovação; (2) 
Construção de mecanismos organizacionais das instituições executoras de políticas 
públicas; e (3) Criação de competências em Propriedade Intelectual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PATENT PROSECTION HIGHWAY - PPH 
 
Inicialmente proposto pelo Japão aos Estados Unidos (dois dos escritórios do IP-5), em 
2006, o Patent Prosection Highway (PPH) é hoje uma tendência mundial e um dos temas 
da agenda de cooperação internacional, caracterizado por ser um acordo entre escritórios 
de propriedade intelectual, cujo objetivo é oferecer aos solicitantes uma alternativa rápida 
para obter uma patente. 
Com o avanço da globalização, houve um aumento na busca pela proteção de direitos 
de propriedade industrial da mesma invenção em um número cada vez maior de países, o 
que ocasionou um número crescente de pedidos “correspondentes” (de mesma família e 
matéria similar), depositados em vários países, facilitados por acordos internacionais. 
Nesse contexto, tendo em vista o crescimento dos pedidos de depósito e a 
necessidade de se pensar em novas alternativas para a gestão do backlog de patentes, o 
PPH foi criado como um projeto no qual um pedido de patente cujo membro de mesma 
família tenha sido deferido no Escritório de Primeiro Exame (OEE, na sigla em inglês), 
poderá ter prioridade no Escritório de Segundo Exame (OLE) por meio de um 
procedimento simples, a pedido do requerente. Vale ainda ressaltar que a opinião do 
Escritório de Primeiro Exame (OEE) não é obrigatória para o Escritório de Segundo Exame 
(OLE), pois cada escritório é livre para tomar sua própria decisão quanto a determinado 
pedido. 
Atualmente, o PPH possui algumas variações baseadas nas exigências de cada 
modelo: o Paris-route-PPH, o PCT-PPH, o PPH-Mottainai e o Global PPH. 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
 
 Um sistema bem equilibrado de concessão e exploração de direitos de propriedade 
intelectual é um fator do crescimento econômico, pois encoraja o investimento, o comércio 
e, se concebido e utilizado apropriadamente, pode também ajudar a criatividade a 
prosperar, educar a população, levar a inovação tecnológica a melhorar a saúde e a 
alimentação e produzir também outras vantagens sociais. Em outras palavras, contribuir 
para o desenvolvimento no sentido mais lato. 
 
 É a maneira como são concebidas e utilizadas as leis, as políticas e as práticas em 
diferentes países que determina se a PI é eficaz para fins de desenvolvimento. 
Flexibilidades nos tratados e acordos são fundamentais para isto. Tais flexibilidades são 
inerentes ao Acordo TRIPS, e podem dizer respeito a patentes, ao direito de autor, ou a 
outras formas de propriedade intelectual. 
 
 O desenvolvimento está no centro do mandato da OMPI e em 2004 uma iniciativa 
formal, apresentada pela primeira vez pela Argentina e pelo Brasil, levou ao que passou a 
ser chamado uma nova e específica "Agenda para o Desenvolvimento". Na Assembleia 
Geral de 2007, os Estados Membros da OMPI adotaram 45 recomendações relativas à PI 
e ao desenvolvimento, agrupadas em 6 categorias. Estas recomendações constituem 
formalmente a Agenda da OMPI para o Desenvolvimento. Procuram assegurar que 
considerações de desenvolvimento sejam parte integrante do trabalho de todos os setores 
da Organização, em outras palavras, "integrem" o desenvolvimento. A integração passou a 
significar que todas as atividades da OMPI levam em conta os diferentes impactos 
possíveis da propriedade intelectual sobre o desenvolvimento econômico, social e cultural. 
 
As 6 Categorias de recomendações tratam dos seguintes tópicos gerais: 
 
 Assistência técnica e criação de capacidades (Categoria A). 
 Estabelecimento de normas, flexibilidades, política geral e domínio público 
(Categoria B). 
 Transferência de tecnologia, tecnologias de informação e comunicação (TIC) e 
acesso aos conhecimentos (Categoria C). 
 Apreciação, avaliação e estudos de incidência (Categoria D). 
 Questões institucionais, inclusive mandato e governância (Categoria E). 
 Outras questões (Categoria F). 
 
A Agenda para o Desenvolvimento não é exatamente como a maior parte dos tratados e 
acordos administrados pela OMPI porque se trata mais de política do que, tipicamente,de 
direito internacional, mas terá um impacto contínuo sobre a Organização, seus Estados 
Membros e, realmente, sobre todas as pessoas que estão interessadas no sistema global 
de propriedade intelectual. 
 
 
 
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RECURSOS WEB 
 
O estudante pode consultar o Anexo da Convenção de Berna: Disposições Especiais a Respeito dos 
Países em Desenvolvimento através de um link que se encontra nos recursos deste módulo: 
http://www.wipo.int/treaties/en/ip/berne/trtdocs_wo001.html 
 
 
A OMPI criou também todo um website, www.visionip.org, dedicado a informações sobre o acesso 
a obras protegidas pelo direito de autor por pessoas com deficiências visuais. 
 
 
Um estudo sobre o direito de autor e o domínio público foi um dos primeiros resultados desta 
iniciativa. Ver http://www.wipo.int/meetings/en/doc_details.jsp?doc_id=147012 
 
 
Mais informações sobre o trabalho da OMPI relacionado com os ODMs encontram-se em: 
http://www.wipo.int/ip-development/en/agenda/millennium_goals/. 
 
 
Categoria C: "Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia: Desafios Comuns – Busca de 
Soluções". O estudante pode, se desejar, obter mais informações sobre o projeto em 
http://www.wipo.int/meetings/en/doc_details.jsp?doc_id=156582 
 
 
 
 
http://www.wipo.int/treaties/en/ip/berne/trtdocs_wo001.html
http://www.visionip.org/
http://www.wipo.int/meetings/en/doc_details.jsp?doc_id=147012
http://www.wipo.int/ip-development/en/agenda/millennium_goals/
http://www.wipo.int/meetings/en/doc_details.jsp?doc_id=156582
 
 
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Documentos pertinentes 
 
As 45 Recomendações Adoptadas no âmbito da Agenda da OMPI para o Desenvolvimento, 
Organização Mundial da Propriedade Intelectual, http://www.wipo.int/ip-
development/en/agenda/recommendations.html 
 
Se o estudante tiver um Smartphone, aqui estão alguns recursos para acessar online. 
 
Descrição concisa da Agenda para o Desenvolvimento 
 
Ideias erradas sobre a Agenda para o Desenvolvimento 
 
Entrevista em que Glyn Martin discute a Agenda para o Desenvolvimento 
e a sua função no projeto 
 
http://www.wipo.int/ip-development/en/agenda/recommendations.html
http://www.wipo.int/ip-development/en/agenda/recommendations.html

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