Portfólio altas habilidades

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SISTEMA DE ENSINO À DISTÂNCIA
CURSO DE SEGUNDA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO (AH/SP):
IDENTIFICAÇÃO E ENCAMINHAMENTOS NO ÂMBITO ESCOLAR 
PE
2020
ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO (AH/SP):
IDENTIFICAÇÃO E ENCAMINHAMENTOS NO ÂMBITO ESCOLAR 
Trabalho apresentado à Unopar, como requisito para a temática interdisciplinar do curso de Segunda Licenciatura em Pedagogia, para as disciplinas: Educação à Distância, Educação e Diversidade, Educação Inclusiva, Ed- Educação e Tecnologia, Fundamentos da Gestão Educacional e Coordenação Pedagógica, Libras- Língua Brasileira de Sinais, Políticas Públicas na Educação Básica, Práticas Pedagógicas: Identidade Docente. 
PE 2020
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem o intuito de documentar acerca da temática Altas Habilidades/Superdotação: identificação e encaminhamentos no âmbito escolar de acordo com a situação problema: A professora Fabiane ministrava aulas em um colégio estadual com a disciplina de Língua Portuguesa e começou a se preocupar com uma aluna, Vanessa, que era excelente em suas produções textuais, tirava notas altas, tanto em Português – Redação, mas apresentava certo isolamento social, sem amigos, ficando sozinha no intervalo e com dificuldades de fazer trabalhos coletivos. 
Ao discutir a Educação Especial e o público que envolve essa área da educação, pouco se pronúncia a respeito dos estudantes com indicadores de Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD). No entanto, o atendimento a esses estudantes é previsto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Abordaremos os principais assuntos abrangendo sucintamente o conteúdo como: tipo de superdotação apresentado pela aula Vanessa, como deve ser feita a avaliação para identificar se o aluno tem AH/SD e o direito ao atendimento educacional especializado aos alunos com AH/SD. 
O objetivo do presente é de enfatizar a necessidade de uma maior atenção por parte dos educadores em sala de aula, para que haja a identificação desses alunos Com Altas Habilidades e Superdotação (AH/SD), e em saber como agir para que ocorra um desenvolvimento escolar adequado e eficaz.
 Com base em autores que falam sobre o assunto, explicando que PAEE defende o direito de todos os alunos estarem aprendendo e participando juntos considerando a igualdade e diferença como valores indissociáveis com a citação de autores como Gardner e Branco. 
ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO (AH/SD): IDENTIFICAÇÃO E ENCAMINHAMENTOS NO ÂMBITO ESCOLAR
Educação Especial é um modelo de educação escolar disponibilizada aos alunos com deficiências, transtorno global do desenvolvimento ou altas habilidades, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9394/96. Estes alunos necessitam de atendimento especializado de acordo com suas dificuldades, seja ela motora, visual, cognitiva, intelectual ou até mesmo altas habilidades. 
Os alunos com AH/SD são público-alvo da Educação Especial e por direito também precisam de Políticas Públicas que garantam sua real inclusão no ensino regular. Um dos seus objetivos da inclusão é aceitar e trabalhar com a diferença no contexto escolar, afim possibilitar o acesso ao conhecimento, de modo que:
 [...] a escola que pretende seguir uma política de Educação Inclusiva (EI) desenvolve políticas, culturas e práticas que valorizam a contribuição ativa de cada aluno para a formação de um conhecimento construído e partilhado – e, desta forma, atinge a qualidade acadêmica e sociocultural sem discriminação (RODRIGUES, 2006, p. 302).
	Portanto, os alunos com altas habilidades/superdotados necessitam deter acesso às práticas educacionais possibilitando um bom desenvolvimento de suas habilidades. (MEC, 2006).
Para Winner (1998) O indivíduo superdotado é aquela pessoa que apresenta um desempenho superior à média em uma ou mais áreas, quando comparados à população da mesma faixa etária. Diferente, mas não distante dessa definição, Silverman (2002) define o superdotado como aquele indivíduo que possui um desenvolvimento assincrônico entre habilidades intelectuais, psicomotoras, características afetivas e aspectos do desenvolvimento cronológico. 
Há diversas potencialidades nos alunos com altas habilidades/superdotação e o BRASIL (2006) aponta que esses alunos são aqueles com: 
Alto grau de curiosidade; boa memória; atenção concentrada; persistência; independência e autonomia; interesse por áreas e tópicos diversos; facilidade d e aprendizagem ; criatividade e imaginação; iniciativa; liderança; vocabulário avançado para a sua idade cronológica; riqueza de expressão verbal (elaboração e fluência de ideias); facilidade para interagir com crianças m ais velhas ou com adultos; habilidade para lidar com ideias abstratas; habilidade para perceber discrepâncias entre ideias e pontos d e vista; interesse por livros e outras fontes de conhecimentos; alto nível de energia; preferências por situações/objetos novos; senso de humor; e originalidade para resolver problemas . (BRASIL, 2006, p.125).
Sendo que nem todos os alunos vão apresentar as características acima listadas. O que gera uma dificuldade da identificação e avaliação de alunos com AH/SD pelos professores segundo SOUZA por falta de uma cultura de identificação, falta de conhecimento suficiente por parte dos profissionais da escola, falta de avaliação/identificação de interesses, falta de buscar parcerias com entidades especializadas e voluntariado.
É notório que em muitas escolas, são pouco os docentes que sabem identificar alunos com AH/SD e sobre como deve ocorrer o atendimento que os mesmos precisam de fato, o que dificulta a execução da realização do atendimento educacional especializado. 
Para SOUZA et al. (2015) já são vários os instrumentos capazes de identificar alunos com altas habilidades/superdotação, como por exemplo testes psicométricos, questionários, avaliação de desempenho, escalas de características, entrevistas com familiares e professores, observação direta de comportamento, entre outros.
Para que não haja prejuízos ao ensino adequado para os alunos com altas habilidades é necessário que haja uma identificação segura. 
TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS DE GARDNER
A Teoria das Múltiplas Inteligências de Howard Gardner (1995) traz um significado abrangente e com diversas ramificações para a inteligência, cujo foi um dos únicos autores que buscou trazer valores culturais inerentes para o conceito de inteligência e que não se limita apenas a testes lógicos estruturados por folhas e lápis, com perguntas e respostas fechadas, mas sim que deve ser observada em cada área específica onde se desenvolve.
Para Gardner (2000) a inteligência é um potencial biopsicológico, que pode ser ativada na valorização de uma determinada inteligência dentro de um cenário cultural, resolvendo problemas ou criando produtos.
Gardner (2000) em sua teoria amplia a possibilidade do entendimento sobre inteligência, evidenciando que é possível o aparecimento deste potencial em diferentes áreas do conhecimento. Em sua teoria, são elencadas oito inteligências, sendo elas: Inteligência Linguística, Inteligência Lógico - Matemática, Inteligência Musical, Inteligência Corporal Cinestésica, Inteligência Espacial, Inteligência Interpessoal, Inteligência Intrapessoal e a Inteligência Naturalista. Ao detalhar cada uma das inteligências sugeridas por Gardner (2000), Vieira (2012, p. 310-311) as caracteriza da seguinte forma:
a) Linguística: compreende a capacidades de manipular diferentes áreas da linguagem: sua estrutura – evidenciada através de uma rica rede de regras implícitas e funcionais (sintaxe), seus significados (semântica) e seu uso prático (pragmática). b) Lógico-matemática: os processos utilizados por essa inteligência incluem categorização, classificação, inferência, generalização, cálculo e levantamento e averiguação de hipóteses [...]. c) Espacial: é responsável pela capacidadede orientação no mundo físico e por realizar transformações sobre estas percepções [...]. d) Corporal-cinestésica: manifesta-se pela capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos utilizando o corpo ou partes do mesmo e seus movimentos, de maneira altamente diferenciada e hábil, para propósitos expressivos [...]. e) Naturalista: demonstra grande interesse no reconhecimento e na classificação de numerosas espécies da flora e da fauna e de seu meio ambiente [...]. f) Musical: possibilita a compreensão, discriminação, percepção, expressão e transformação das formas musicais (ritmo, tom, melodia, timbre dos sons) [...]. g) Intrapessoal: é a capacidade de reconhecer e lidar com seus sentimentos enquanto eles estão ocorrendo. Essa habilidade é popularmente conhecida como autoconhecimento, constitui-se como ponto de partida para o crescimento e para a implementação de mudanças [...]. h) Interpessoal: é a capacidade de lidar com outras pessoas e, através dela implementar e realizar determinados objetivos [...]. 
Investigar os alunos que possuem Altas Habilidades/Superdotação na visão das Inteligências Múltiplas, é fundamental, pois potencializa as diversas áreas cognitivas e criativas em um contexto escolar e extraescolar do aluno com Altas Habilidades/Superdotação. 
Vanessa apresenta altas habilidades na área linguística, por exemplo ela realiza atividades como: excelentes produções textuais e em leituras, tira notas altas, tanto em português quanto em redação e possui a escrita bem desenvolvida. 
Portanto, Vanessa tem capacidade de usar as palavras de forma precisa, seja oral ou escrita, porém ela também possui dificuldades como por exemplo: certo isolamento social, sem amigos, dificuldades de fazer trabalhos coletivos, demonstrava uma certa desatenção nas aulas. Tal fato nos faz julgar como falsa a ideia de que o aluno com altas habilidades/Superdotação tão teria problemas com a escola já que responde as exigências do currículo, nos enfatiza, assim, a importância da Educação Inclusiva para a garantia de aprendizagem. 
A relevância de sua teoria conforme Gardner apud Armstrong (2001, p. 06) é que “a essência da teoria é respeitar as muitas diferenças entre as pessoas, as múltiplas variações em suas maneiras de aprender, os vários modos pelos quais elas podem ser avaliadas, e o número quase infinito de maneiras pelas quais elas podem deixar uma marca no mundo”. 
INDICADORES DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
As pessoas com altas habilidades e superdotação indivíduos que desempenho acima da média ou elevada potencialidade em capacidades intelectuais gerais. Para identificar a superdotação: 
Em 2006, o MEC disponibilizou uma listagem denominada de Modelo de Sondagem Inicial para a Identificação da Superdotação, com o objetivo de oferecer subsídios aos professores na identificação de algumas das características dos alunos com AH/SD. Essa listagem tem sido utilizada com frequência nas Secretarias Municipais e Estaduais de Educação do país. Entretanto, como o próprio nome diz, essa listagem é um modelo de sondagem inicial e, portanto, não deve ser considerada como um instrumento avaliativo final. É apenas o passo inicial para se encaminhar esse aluno p ara avaliação junto a profissionais capacitados que utilizam instrumentos elaborados e validados de acordo com a realidade brasileira. A utilização dessa listagem única e exclusivamente pode promover grandes alterações no número de alunos com A H/SD, já que não é um instrumento específico e validado. (BRANCO, 2017, p. 35).
A identificação é de grande importância para os alunos com AH/SD tenham suas dificuldades preenchidas na escola, para que seja possível identificar quais são as duas principais necessidades e qual a forma mais eficaz de suprir essas carências. No entanto, se faz necessário conhecer a realidade do aluno, tal como seu histórico familiar e sua desenvoltura em sala de aula. 
Delpretto (2010) diz ser importante o trabalho em equipe da educação comum com a educação especial para o ocorrer de um desenvolvimento significativo do aluno. Além de ser necessário que o Projeto Político -Pedagógico da escola preveja o acolhimento e a valorização das habilidades em diversas áreas dos alunos.
A literatura da área tem enfatizado a necessidade de atendimento aos alunos com AH/SD para que o potencial que cada um deles apresenta possa ser desenvolvido para que, por meio de seus talentos possam contribuir para a nossa sociedade, nas diversas áreas de atuação, podendo ser científica, artística, política, esportiva, entre outras.(ALENCAR, 2001,p.34. FLEITH, 2007, p.56. VIRGOLIM, 2007, p.78.CUPERTINO, 2008, p.23. SABATELLA, 2008, p.101)
A escola deve garantir a aprendizagem de cada educando, qualquer que seja suas características ela deve ser respeitada para que a aprendizagem aconteça, e o educando possa se desenvolver como qualquer outro indivíduo. 
No processo de identificação do aluno com AH/SD devem participar os professores, pais e profissionais de áreas especializadas. Os psicólogos podem contribuir com a aplicação de testes padronizados, para uma verificação da produção cognitiva do aluno. Os pais podem ajudar com relatos de desenvolvimento desses alunos e os professores podem contribuir para o levantamento dos dados do processo de aprendizagem, sendo possível identificar o conjunto de necessidades educacionais existentes (BRASIL, 2002, p.79)
Os professores de Vanessa poderiam fazer a identificação com atenção se ela possui ou não Altas Habilidades/ Superdotação na área de Linguística e/ou em outras áreas, fazer uma análise se é necessário a aluna passar por uma aceleração, possibilitando o cumprimento da grade escolar em menor tempo. Seria viável a criação de metodologias adequadas ao nível de seu conhecimento, que facilite a interação de Vanessa com a turma, exemplo: divisão de trabalho em grupo de acordo com níveis, buscando motivar a participação da aluna. 
[...] podem ser implementadas em salas de aula regular ou em salas especiais. Geralmente, estas atividades são implementadas individualmente, com cada aluno por meio do estudo independente, ou são organizadas investigações em pequeno s grupos de interesse nos quais são oportunizados minicursos e desenvolvimento de centros de interesses (MAI A -PINTO; FLEITH, 2004, p. 56- 57). 
	
É através das práticas educativas que se pode determinar as ações da escola e seu comprometimento social com a transformação. A escola que respeita e valoriza os seus alunos em suas características individuais está trabalhando a diversidade. 
CONCLUSÃO 
Uma educação democrática deve atender a todos os alunos, por meio da inclusão no que se refere ao Atendimento Educacional Especializado, para que seja possível identificar, no caso, estudantes com altas habilidades/superdotação (AH/SD). Para que, após o diagnóstico, os alunos com essa potencialidade possam ter um bom desempenho no nível de suas habilidades. Muitas são as dificuldades, tanto para a identificação e os pós identificação. Sendo assim, a diversidade curricular e os planejamentos devem possibilitar o estímulo para cada educando. 
É necessário que toda a comunidade escolar tenha uma boa formação para dar suporte aos alunos com AH/SD, identificando os educandos e dando condições para o desenvolvimento das altas habilidades, com o objetivo e orientar o aluno a desenvolver suas capacidades e habilidades, valorizando as individualidades de cada um, incentivando a autoestima. 
Todo aluno tem direito de acesso e permanência na escola regular com o direito de aprender e se desenvolver diante das situações oferecidas dentro da escola. De acordo com a situação apresentada neste trabalho, os educandos com Altas Habilidades/ Superdotação (AH/SD) são alvos da educação especial, necessitam de uma reorganização deensino, considerando as singularidades de cada um para que possam atingir uma educação adequada. 
REFERÊNCIAS 
BRANCO, Ana Paulo, at.all. Breve histórico acerca das altas habilidades/ superdotação: políticas e instrumentos para a identificação. Educação. Batatais, v.7, n. 2, p. 23-41, jan./jun. 2017.
BRASIL. (2004). Diretrizes nacionais para a educação especial na Educação Infantil. Saberes e práticas da inclusão: altas habilidades/superdotação. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial.
DELPRETTO, B. M. L. A educação especial na perspectiva da inclusão escolar: altas habilidades/superdotação. (Coleção A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar). Brasília: MEC/SEESP; Fortaleza: UFC, 2010.
Ed MAIA-PINTO, R. R.; FLEITH, D. de S. Avaliação das práticas educacionais de um programa de atendimento a alunos superdotados e talentosos. Revista de Psicologia Escolar e Educacional, v. 8, 2004.
GARDNER, H. (1995). Inteligências múltiplas. A Teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas.
Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, 1996. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm> Acesso em: 05 abril. 2020. 
 
SILVERMAN, L. K. (1993). (Org.). Counseling the gifted and talented. Denver, CO: Love.
SOUZA, Amanda Rodrigues de et al. Conhecendo as altas habilidades/ 
superdotação: definições e caracterizações. Educação, Batatais, 2 015. 
VIEIRA, Nara. J. W. Altas Habilidades/Superdotação. In: SILUK, A. C. P. (org). Atendimento educacional especializado: contribuições para a prática pedagógica. Santa Maria: UFSM, Centro de Educação, Laboratório de Pesquisa e Documentação, 2012. p. 380.
WINNER, E. (1998). Crianças superdotadas: mitos e realidades. Tradução de Sandra Costa. Porto Alegre: Artes Médicas.