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04 Modais de Transporte

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1 
 
 
 
 
 
 
 
MODAIS DE 
TRANSPORTE 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.a Alessandra de Paula 
 
 
2 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Em um país com dimensões continentais como o Brasil, espera-se que 
sua infraestrutura de transportes apresente dimensões compatíveis. Embora 
tenhamos planos oficiais como o Plano Nacional de Logística dos transportes 
(PNLT), assim como a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), 
a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o Departamento Nacional de 
Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a Infraero como órgãos de planejamento 
e incentivo a melhorias nos sistemas logísticos brasileiros, as nossas mazelas 
são muitas e requerem grandes investimentos em longo prazo. Podemos fazer 
algumas considerações sobre o tema com base em dados coletados e 
informados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e isso 
envolve alguns fatos: 
 As rodovias predominam no transporte de cargas no Brasil, 
principalmente no centro-sul do país, mais concentradas no estado de 
São Paulo. De acordo com o DNIT, 61,1% do transporte brasileiro é 
rodoviário, 21% ferroviário, 14% de hidrovias, portos fluviais e marítimos 
e apenas 0,4% aéreo. 
 O estado de São Paulo concentra a melhor estrutura de modais de 
transportes, com o maior porto, o maior aeroporto de cargas, as melhores 
estradas e hidrovias em funcionamento. 
 Nossa malha ferroviária se destina ao transporte de commodities, entre 
eles o minério de ferro e a soja. 
 A região Norte, devido à pouca ligação rodoviária com o restante do Brasil, 
é a que mais depende de hidrovias e rios navegáveis para abastecimento 
de suas necessidades de bens e mercadorias. 
 A maior parte dos armazéns para a estocagem de produtos está nas 
regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, devido principalmente à produção 
de soja; nas demais regiões, a estrutura é precária. 
 
3 
 
 Os portos brasileiros, em sua maioria, são adequados à exportação de 
minérios, grãos e derivados de petróleo. Já os produtos industrializados 
estão concentrados no porto de Santos, SP. 
 O transporte aéreo de passageiros está concentrado nos estados do Rio 
de Janeiro e São Paulo, sendo que mais de 50% dos passageiros estão 
nestes dois estados. 
 O estado de São Paulo concentra quase a metade dos portos secos do 
país, ou seja 28 das 62 estruturas existentes no Brasil; por sua vez, em 
todo o Norte e Nordeste brasileiros temos apenas 4 portos secos. 
 
TEMA 1: A MATRIZ DE TRANSPORTES NO BRASIL 
A dependência brasileira do modal rodoviário já foi apresentada, porém, 
em um país extenso como o Brasil, temos uma situação de análise diferenciada. 
As decisões políticas sobre o desenvolvimento do país no último século 
privilegiaram a escolha de caminhões e estradas em detrimento de ferrovias e 
trilhos, por exemplo. Contudo o que nos preocupa não é exclusivamente a 
dependência desse tipo de modal de transporte, mas outros fatores ambientais 
que impactam na melhoria da matriz de transportes brasileira, e isso envolve: 
1. Altos custos com a manutenção de veículos, devido à baixa qualidade de 
estradas e rodovias, além de altos custos com pedágios; 
2. Os impostos que incorrem sobre os serviços de fretes; 
3. Os altos juros da economia brasileira; 
4. As oscilações da economia mundial, queda de investimentos das 
empresas brasileiras e multinacionais; 
5. O baixo crescimento da economia nacional, impactando diretamente em 
investimentos que gerem um melhor equilíbrio em nossa matriz de 
transportes. Portos, aeroportos e rodovias necessitam de investimentos 
constantes para sua manutenção e ampliação da estrutura; 
6. Aumentos constantes nos insumos de transportes, envolvendo 
combustíveis e lubrificantes, pneus, entre outros. 
 
 
4 
 
O Plano Nacional de Transportes (PNLT), de 2009, elaborado pelo 
Ministério dos Transportes, projeta para 2025 um novo rearranjo da matriz de 
transportes brasileira. Embora seja um plano de trabalho, este demonstra a 
preocupação do governo brasileiro para com a matriz existente, (Gráfico 1). Os 
investimentos totais previstos para o período de 2005 a 2025 envolvem mais de 
150,13 bilhões de reais, em que os modais ferroviário e aquaviário terão os 
maiores investimentos previstos para o período. Você pode estar se 
questionando: por que investir em ferrovias se o seu custo de implementação é 
maior do que o de uma rodovia? Basicamente porque o seu custo operacional é 
mais baixo e sua capacidade de carga é muito maior. O modal rodoviário pode 
ser mais flexível, atender a pequenas distâncias e ter um custo de embalagem 
menor, porém o que precisamos para melhorar a estrutura de transporte no 
Brasil é combinar os diferentes modais, tirando proveito de suas características 
e vantagens competitivas. 
A combinação de modais de transportes no Brasil pode melhorar nossa 
eficiência produtiva, se observarmos alguns pontos: 
a. O transporte dutoviário é mais eficiente para produtos líquidos e gasosos, 
opera 24 horas por dia e tem boa confiabilidade; 
b. O transporte aéreo apresenta boa confiabilidade, opera em grandes 
distâncias, tem a rapidez como grande diferencial, apresenta-se 
competitivo para mercadorias de alto valor agregado; 
c. O transporte aquaviário utiliza-se de estradas naturais, dos rios, mares e 
lagoas brasileiros. Apresenta-se vantajoso para o transporte de produtos 
a granel, como grãos (ex.: milho, soja) e minérios; 
d. O transporte marítimo é ideal para grandes distâncias em operações 
internacionais, com alta confiabilidade, baixos índices de perdas e danos 
a mercadorias, possibilitando o transporte de grande volume de cargas de 
todas as espécies; 
e. O transporte ferroviário é o ideal para grandes volumes que precisam de 
deslocamento terrestre, ligando grandes distâncias, em que a relação 
valor x peso da carga e/ou valor x volume a ser transportado é importante; 
 
5 
 
f. O transporte rodoviário, por sua flexibilidade, capilaridade, alta frequência 
e disponibilidade, complementa a matriz. 
 
Gráfico 1: Para onde vai o transporte brasileiro 
 
Fonte: IPEA (2010). 
 
TEMA 2: O MODAL RODOVIÁRIO 
Quando viajamos por estradas brasileiras, percebemos a quantidade de 
caminhões, vans, ônibus e outros veículos que transportam produtos, animais e 
pessoas por todo o país, ajudando a movimentar a economia brasileira. Sua 
flexibilidade e versatilidade permitem que transitem por estradas pavimentadas 
ou não, pelo interior ou por grandes cidades, transportando cargas leves e 
pesadas, líquidos e gases, granéis e sólidos, máquinas e equipamentos, 
animais, alimentos, eletrodomésticos e até mesmo automóveis e outros 
caminhões. 
Mesmo que se apresentem suas desvantagens, o que o torna o modal 
rodoviário tão atraente são suas vantagens em relação aos outros modais de 
transportes, e isso envolve alguns pontos: 
 
6 
 
1. A integração entre todos os estados brasileiros, do mais industrializado ao 
menos desenvolvido; 
2. A maior flexibilidade, com grande extensão de malha, chegando onde os 
outros modais não chegam; 
3. Apresenta maiores vantagens em trechos de curta e média distância, 
podendo atender também a grandes distâncias. No caso brasileiro, esse 
é um grande diferencial e necessidade; 
4. Serviço de entrega porta a porta; 
5. Tempo de entrega e nível de serviço confiável; 
6. Transporte de velocidade moderada: não é o mais rápido (avião), não é o 
mais barato (aquaviário), não é o mais constante (dutoviário), porém 
atende a todas as regiões do país com boa constância; 
7. Tem baixo custo inicial de implantação, podendo ser facilmente 
terceirizado. 
 
No outro extremo da análise estão as suas desvantagens: 
1. Alto custo de manutenção da frota, agravado pelas más condições de 
trafegabilidade das rodovias brasileiras; 
2. Alto custo de operação, exigindo mão de obra qualificada, de alta 
confiabilidade para a boa operaçãodo equipamento e da carga a ser 
transportada; 
3. Forte impacto ambiental, gerando o maior volume de poluentes em função 
do grande volume transportado; 
4. Altos custos com seguros de fretes, ocasionados pela falta de 
manutenção das estradas e pela possibilidade de roubos a cargas e 
veículos; 
5. Baixo volume de carga se comparado a trens e navios, baixa velocidade 
quando comparado a aviões, baixa confiabilidade se comparado a dutos; 
6. Quanto maior a distância a ser percorrida para a entrega, maior o custo, 
o seguro e o impacto ambiental; 
 
 O modal rodoviário engloba o transporte de pessoas e cargas, sendo, 
 
7 
 
dessa forma, considerado um serviço público essencial, regulamentado pela 
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Quando falamos do 
transporte de pessoas, sua principal característica envolve a concessão de 
trechos municipais, estaduais e interestaduais para a exploração dos serviços 
por empresas de transporte. Todavia, quando falamos do transporte de cargas 
há que se considerar algumas características: (i) se envolver cargas vivas, é 
preciso que se providencie a Guia de Transporte de Animais, bem como o 
atestado de saúde dos animais; (ii) em caso de cargas perigosas, é preciso que 
sejam seguidas as normas de treinamento do motorista, identificação do veículo, 
bem como que sejam seguidos os regulamentos e a legislação vigentes; (iii) em 
caso de transporte internacional, principalmente na América do Sul, que sejam 
respeitados os acordos existentes entre os países e o respeito à legislação de 
transportes de cada país. 
 No transporte rodoviário de carga, deve-se levar em conta, ainda, se o 
produto a ser transportado pode ser considerado como uma carga seca 
(produtos que podem ser transportados sob sol, chuva, calor, frio, dia, noite); 
produtos perecíveis (flores, verduras, legumes, carnes); frágeis (vidro, 
eletrodomésticos, equipamentos eletrônicos); líquidos (combustíveis, água, 
leite); ou como carga mista, que pode envolver um mix de diferentes produtos. 
 Outro aspecto inerente ao transporte de cargas envolve os tipos de 
reboques a serem utilizados: 
a. Abertos: para cargas em geral, sem maior proteção à carga; 
b. Fechados: para cargas em geral que necessitam de proteção contra as 
ações do ambiente; 
c. Cegonheiras: utilizadas para o transporte de automóveis, vans e 
caminhos; 
d. Frigoríficas: para produtos com temperatura controlada, tais como 
carnes, frios, frutas e verduras; 
e. Tanques: para o transporte de líquidos, gases e produtos corrosivos; 
f. Porta-contêineres: utilizados para o transporte de containers em geral; 
g. Carreta prancha: para o transporte de máquinas e equipamentos 
pesados. 
 
8 
 
Outro aspecto que não pode ser desconsiderado na operação do modal 
rodoviário envolve a questão dos custos de operação do sistema. Para uma boa 
análise do custo operacional do sistema, devem ser analisados aspectos que 
envolvem: o seguro do veículo, a depreciação, a qualificação do motorista, o 
consumo de combustível, o desgaste de pneus e sistema de freios, os 
lubrificantes e a manutenção constante do equipamento, os pedágios, o IPVA e 
o seguro obrigatório, o seguro do veículo, o custo de remuneração do capital 
investido e os custos administrativos da frota. Mesmo que se analise o modal 
rodoviário sob vários aspectos, é importante que sejam destacados alguns 
pontos relevantes: 
a. É um grande gerador de empregos, de desenvolvimento econômico e 
aproximador de distâncias; 
b. Quebra o isolamento de locais distantes, seja por limites físicos ou 
econômicos; 
c. Permite o acesso a bens e serviços, assegura o escoamento da produção, 
provém o deslocamento das pessoas a um custo relativamente baixo; 
d. Permite o surgimento de novos negócios, a expansão econômica e a 
integração dos estados brasileiros; 
e. Integra diferentes culturas, crenças, ideologias, conhecimentos e hábitos 
de toda a diversidade brasileira. 
 
TEMA 3: O MODAL AQUAVIÁRIO 
O modal aquaviário tradicionalmente envolve três possibilidades para o 
transporte de cargas e pessoas: o transporte marítimo (realizado no mar, 
tradicionalmente com grandes navios de carga), o transporte fluvial (realizado 
por meio de rios) e o transporte lacustre (realizado em lagoas e lagos). De acordo 
com dados publicados pelo ministério dos transportes em 2010, o Brasil possui 
63.000 km de rios e lagos, dos quais 40.000 km têm potencial para a navegação, 
mas utilizamos hoje apenas 13.000 km. A Amazônia é a região do Brasil com 
maior potencial de uso, devido ao baixo investimento necessário para a 
transformação dos rios locais em verdadeiras hidrovias. De acordo com 
estimativas da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), cerca de 
 
9 
 
4% das cargas nacionais são transportadas por este modal, sendo que o modal 
rodoviário responde por algo em torno de 58% a 60% do total movimentado. 
O transporte por hidrovias pode ser aumentado em até quatro vezes, de 
acordo com estimativas da ANTAQ, porém o que chama mais atenção nesse 
modal são suas vantagens em relação ao modal rodoviário (ver gráficos de 
eficiência do modal hidroviário). O transporte realizado por hidrovias consegue 
transportar 29 vezes mais carga por HP de potência, emite 6 vezes menos CO2, 
consome 19 vezes menos combustível por tonelada, e emite 18 vezes menos 
Nox. 
 
Gráfico 2: Eficiência do modal hidroviário 
 
 Fonte: Ministério dos Transportes (2010). 
 
O resultado de todas essas vantagens pode ser traduzido em termos 
econômicos, ou seja, tarifas e fretes mais baixos, maior eficiência energética, 
maior capacidade de carga e de pessoas, potencializando atividades produtivas, 
uma vez que o frete realizado por hidrovias pode custar até um quarto do frete 
rodoviário. Além das vantagens econômicas, o transporte hidroviário reduz o 
 
10 
 
fluxo em rodovias, diminui o número de acidentes e consequentemente os custos 
hospitalares e traz menores gastos em manutenção de vias e equipamentos. 
A potencialização dos trechos navegáveis dos rios brasileiros está 
prevista no Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT). Ela prevê a 
construção de eclusas em todas as hidroelétricas a serem feitas no Brasil, além 
do mapeamento das vias com potencial de navegação, visando ao aumento das 
possibilidades deste modal, que apresenta além da vantagem econômica a 
vantagem ambiental, devido ao baixo impacto gerado por este modal. As 
diretrizes para o setor hidroviário previstas no PNLT envolvem: i) o fortalecimento 
da gestão pública no setor hidroviário; ii) a melhoria do nível de serviço no 
transporte de passageiros neste modal; iii) a implantação de eclusas prioritárias 
em hidroelétricas; iv) a regulamentação do licenciamento ambiental para as 
intervenções em hidrovias; v) a implantação de um programa nacional de 
manutenção de hidrovias; vi) a ampliação das condições de navegabilidade de 
rios e lagos; vii) a priorização de trechos e regiões com maior potencial 
econômico e social; viii) apoiar a marinha na formação de fluviários para a 
operação do sistema; ix) implantar terminais de transbordo e acessos 
rodoferroviários nas hidrovias; x) garantir acesso hidroviário aos portos da região 
norte do país. 
Veja abaixo alguns motivos para utilizarmos o modal hidroviário: 
MAIOR MENOR 
 Eficiência energética; 
 Capacidade de concentração de cargas; 
 Vida útil da infraestrutura; 
 Vida útil dos equipamentos e veículos; 
 Segurança da carga e controle fiscal. 
 
 Consumo de combustível; 
 Emissão de poluentes (alterações 
climáticas e efeito estufa); 
 Congestionamento de tráfego - Custo da 
infraestrutura; 
 Número de acidentes; 
 Custos operacionais; 
 Impacto ambiental 
 Emissão de ruído. 
 
 
11 
 
O que impede o real desenvolvimento do transporte hidroviário? Apesar 
da resposta ser simples – investimentos – esses vêm de uma única fonte,que 
tradicionalmente é o poder público. 
A construção de hidrovias envolve não só a existência de equipamentos 
para o transporte, mas a construção efetiva da via de transporte em rios, lagos 
e mares. Faz-se necessária a construção de portos, terminais, eclusas, vias em 
rios ─ permitindo que navios e barcos transitem. O transporte em rios é realizado 
por navios a motor, da mesma forma que em mares e oceanos. Segundo Dias 
(2010), transportando cargas entre portos nacionais, atracando em portos de 
mar e do interior (localizados em rios), dentro de um mesmo país ou 
internacionalmente, isso é, atracando em portos de dois ou mais países. 
Outra classificação importante no modal hidroviário diz respeito à 
navegação de cabotagem, que é o transporte realizado entre dois portos da 
costa de um mesmo país ou entre um porto costeiro e um porto fluvial oriundo 
de um rio navegável. A melhor situação para o equilíbrio de uma matriz de 
transportes é aquela em que o transporte hidroviário é combinado com o 
transporte ferroviário e o rodoviário, cada qual com suas vantagens permitindo a 
melhoria do potencial competitivo da economia do país. 
 
TEMA 4: O MODAL DUTOVIÁRIO 
Embora não seja possível saber com exatidão quando o homem começou 
a utilizar navios e canoas para navegar, nem mesmo quando passou a fazer uso 
de carroças para o transporte de cargas, os aquedutos romanos talvez possam 
ser convencionados como um primeiro ato logístico planejado para o transporte 
de um bem necessário à manutenção de uma sociedade. As cidades romanas 
ficaram famosas não só por seus teatros, arenas (como o Coliseu, em Roma) e 
organização, mas principalmente devido a seu sistema de abastecimento de 
água, que permitia verdadeiros luxos, como piscinas. Um segundo movimento, 
com a utilização de dutos, envolveu a construção do sistema de esgotos de 
Londres ao final da Idade Média. 
 
 
 
12 
 
Figura 1: Os aquedutos romanos 
 
 
Por volta de 1865, no estado americano da Pensilvânia, foi construído o 
primeiro duto industrial, que levava o petróleo extraído dos campos petrolíferos 
até uma estação para o carregamento de vagões de trem. Os primeiros dutos de 
longa distância, exatamente para o transporte de petróleo, foram construídos 
alguns anos mais tarde, devido a um enfrentamento entre a indústria petrolífera 
e as empresas de trens, encarregadas de transportar o produto. Os impactos 
dos custos de distribuição começavam a pesar na competitiva indústria de 
combustíveis. No Brasil, o primeiro duto entrou em operação em 1942, na Bahia, 
ligando a refinaria experimental de Aratu ao porto de Santa Luzia. 
O transporte feito por meio de dutos (tubos ou cilindros, previamente 
fabricados para este fim) ocorre no interior desta tubulação, e o movimento do 
produto se dá por pressão ou arraste, por meio de um elemento transportador. 
Uma dutovia é composta dos seguintes elementos: terminais, equipamentos de 
propulsão do produto; tubos e suas juntas de união. 
O que torna o transporte dutoviário tão atrativo? 
1. Alto nível de segurança em suas operações: pode ser realizado em cima 
e embaixo da terra, embaixo da água, no caso dos sistemas marinhos de 
transportes de petróleo; 
2. Transportabilidade constante: devido ao fato de sua operação ser 
 
13 
 
realizada em sistemas fechados, intempéries externas têm pouco impacto 
na operação do sistema, além de que podem operar 24 horas por dia e 
em todos dias do ano; 
3. Baixo custo operacional: uma vez instalados, os dutos requerem apenas 
a manutenção do sistema, não existindo a necessidade de grandes somas 
para a sua operação; 
4. Variedade de produtos: petróleo e seus derivados (oleodutos e 
gasodutos), não derivados de petróleo (polidutos ou alcooldutos): dióxido 
de carbono e CO3 (trióxido de carbono), minério, cimento e cereais 
(minerodutos ou polidutos), carvão e resíduos sólidos (minerodutos), 
águas servidas e esgoto (dutos de esgoto), água potável (dutos de água); 
5. Não utiliza embalagens para o transporte; 
6. Baixo consumo de energia. 
 
Quais são suas principais desvantagens? 
1. Baixa flexibilidade do sistema; 
2. Altos investimentos iniciais para a instalação e operação do sistema; 
3. Há pouca mão de obra extremamente qualificada; 
4. Em caso de mau funcionamento ou acidentes, pode gerar grandes 
impactos ambientais devido ao tipo de produto que transporta; 
5. Liga locais fixos, normalmente pontos de extração a pontos de 
transformação; ainda é pouco utilizado para distribuição de produtos; 
6. Exige sistema de bombeamento para superar acidentes geográficos como 
aclives e declives. 
 
Os principais tipos de dutos envolvem: 
a. Dutos subterrâneos ou terrestres: são normalmente enterrados de forma 
a serem protegidos contra o excesso de chuvas, contra acidentes 
provocados por outros veículos, máquinas agrícolas, ou até mesmo 
contra a curiosidade e vandalismo. 
b. Dutos aparentes: são visíveis no solo, o que normalmente acontece nas 
chegadas e saídas das estações de bombeamento, onde acontece o 
 
14 
 
carregamento e descarregamento. Em muitos casos, devido a problemas 
de topografia, se muito acidentado ou rochoso, os dutos subterrâneos 
tornam-se inviáveis. 
c. Dutos aéreos: são aqueles construídos bem acima do solo, mostram-se 
necessários para vencer grandes vales, rios, pântanos ou terrenos muito 
acidentados. 
d. Dutos submarinos: neste caso, a maior parte dos dutos está submersa e 
geralmente é utilizada para o transporte de petróleo das plataformas 
marítimas para as refinarias ou tanques de armazenagem 
situados em terra. 
 
No Brasil, e até mesmo no mundo, o transporte dutoviário é normalmente 
operado e construído por grandes empresas petrolíferas e petroquímicas. Isso 
acontece pelo fato de estas empresas deterem os processos industriais e 
comerciais das duas pontas do modal, ou seja, a exploração, exportação, 
importação, refino e pontos de distribuição. Esse fato – as empresas dominarem 
todo o fluxo da cadeia logística – faz com que elas sejam, muitas vezes, o único 
usuário dessa infraestrutura. No caso brasileiro, a malha dutoviário é explorada 
e operacionalizada, quase em sua totalidade, pela Petrobras, sendo a maior 
parte dos seus dutos de transporte e alguns dutos de transferência geridos por 
sua subsidiária, a Transpetro. 
 
SÍNTESE 
Não existe um modal de transporte perfeito, mas sim técnicas e funções 
que podem ser planejadas, organizadas, dirigidas e controladas pelas 
organizações para uma tentativa de otimização do sistema de transporte de uma 
dada cadeia de suprimentos. 
Quanto mais pensamos em redes de distribuição integrando diversos 
modais e as diferentes características socioeconômicas, melhor o resultado a 
ser obtido, pois quanto maior o fluxo de materiais (pessoas, mercadorias, 
máquinas e equipamentos) e informações, maiores serão as articulações e 
ações de otimização por parte de seus integrantes. 
 
15 
 
A evolução técnico-científica-informacional tem levado os estudos 
logísticos a um melhor entendimento do que deve ser combinado em cada região 
do país, ou seja, estamos percebendo que potencializando as características 
socioeconômicas destas regiões por meio da integração da matriz de transportes 
(rodovias, hidrovias, ferrovias, transporte aéreo e marítimo), pode-se ajudar a 
desenvolver o país pela integração logística. Dessa forma, podemos afirmar que 
podemos reconstruir o mapa do Brasil, a exemplo do mapa do restante do 
mundo, se analisarmos o potencial marítimo de toda a costa brasileira, o 
potencial produtor de grãos da região Centro-Oeste, o potencial industrial das 
regiões Sul e Sudeste, o potencial ambiental e hídrico das regiões Centro-Oeste 
e Norte. Chega de desagregar, pois está na hora de integrar. Por que não 
começar por um sistema de transporte mais eficiente? 
 
NA PRÁTICA 
Segundo dados publicados pela ANTT, em 2010,o transporte rodoviário 
no Brasil tem hegemonia sobre os outros modais. 
Considerando essa informação, faça o que se pede nos itens a seguir: 
a. Descreva os fatores que contribuíram para essa hegemonia, 
apresentando as razões dessa condição. 
b. Pesquise o que é o cross-docking e como essa metodologia agiliza a 
entrega e a movimentação de cargas nesse modal. 
 
REFERÊNCIA 
BRASIL. Ministério dos Transportes. Diretrizes da política nacional de 
transporte hidroviário/ Ministério dos Transportes. Brasília, 2010. Disponível 
em: 
<http://www.feg.unesp.br/dpd/cegp/2013/LOG/Textos%20gerais/politica%20nac
ional%20de%20transporte%20hidro.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2016. 
BREMER, C. F.; LENZA, R. P. Um modelo de referência para gestão da 
produção em sistemas de produção assembly to order – ato e suas múltiplas 
aplicações. Gestão & produção. v. 7, n. 3, p. 269-282, dez. 2000. 
http://www.feg.unesp.br/dpd/cegp/2013/LOG/Textos%20gerais/politica%20nacional%20de%20transporte%20hidro.pdf
http://www.feg.unesp.br/dpd/cegp/2013/LOG/Textos%20gerais/politica%20nacional%20de%20transporte%20hidro.pdf
 
16 
 
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EESC-USP, 2002. 
DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística, São 
Paulo: Atlas, 2010. 
FLEURY, P. F.; WANKE, P.; FIGUEIREDO, K. F. Logística empresarial – a 
perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2000. 
HANDABAKA, A. R. Gestão logística da distribuição física internacional. São 
Paulo: Maltese, 1994. 
IPEA. Brasil em Desenvolvimento: estado, planejamento e políticas públicas. 
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Brasília: IPEA, 2010. 
PORTER, M. Estratégia competitiva: técnicas para a análise de indústrias e 
concorrência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 
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v. 4, n. 1, Jan./Abr. 2000: p. 47-67. 
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TAYLOR, D. A. Logística na cadeia de suprimentos: uma perspectiva 
gerencial. São Paulo: Pearson Addison-Wesley, 2005.

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