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Resistência dos Materiais Introdução ao Estudo da Torção Torção em Peças com Seções Circulares Maciças e Tubulares ou Vazadas Prof. Victor Augusto Prof. Victor Augusto Introdução ❑ Inicialmente iremos estudar torção em virtude de seções circulares, sendo maciças ou vazadas; ❑ Analisaremos tensões e deformações de eixos circulares, submetidos a “momentos de torção” ou “torque”; ❑ Visualizaremos os desmembramentos no qual se desencadeará o estudo dos ângulos máximos de deformação na torção. Prof. Victor Augusto O que significa Torção? Torção é a deformação causada por efeito do torque, no qual tende a girar as seções de um corpo, uma em relação à outra. Definição 01 Prof. Victor Augusto O que significa Torção? Definição 02 Torção se refere ao giro de uma barra retilínea quando carregada por momentos (ou torques) que tendem a produzir rotação sobre o eixo longitudinal da barra. Prof. Victor Augusto Definição do Torque Torque é um momento (força x distância do CG) que tende a torcer um elemento em torno de seu eixo longitudinal. Os momentos de torção ou simplesmente torque (T, T’) devem ter mesma intensidade “T” e sentidos opostos para manter o equilíbrio do elemento (Nash,1982). O plano de ação do torque = Área da seção transversal. Prof. Victor Augusto Demonstração de Torque Centro de Torção (o): é o ponto em torno do qual a seção transversal gira. Para seções simétricas, coincide como o centro de gravidade. Eixo de Torção: é o lugar geométrico dos centros de torção, onde pode-se ter a incidência de várias engrenagens por exemplo, mas este seguirá como eixo central. O plano de ação do torque = Área da seção transversal. Prof. Victor Augusto Deformação por Torção (Seções Circulares) Um eixo circular está fixado a um suporte por uma de suas extremidades e aplicando-se à extremidade livre um momento de torção T, o eixo gira, e a seção transversal da extremidade apresenta uma rotação representada pelo ângulo φ, chamado de ângulo de torção (Beer and Johnston, 1989). Prof. Victor Augusto Deformação por Torção (Seções Circulares) O ângulo de torção, para uma certa faixa de variação de T, é proporcional tanto a T como ao comprimento do eixo L. Um prisma de seção circular, tendo uma de suas extremidades fixas, submetido a um momento de torção T. Prof. Victor Augusto Deformação por Torção (Seções Circulares) De forma mais sucinta, têm-se: A medida que a peça for carregada com um torque externo (TA, TB, TX...) e tiver que resistir ao torque interno T gerado nela, essa linha reta vai se deformar desta forma. Qualquer ponto, distante do centro por um raio ρ (0 ≤ ρ ≤ c) vai sofrer uma deformação que cresce linearmente com o aumento de ρ, conforme se demonstra na imagem. Essa deformação ocorre nas faces das seções transversais do eixo. Sendo assim, compreende-se: o que acontece nas faces das seções transversais é tensão e deformação cisalhante. → → Prof. Victor Augusto Distribuição de Deformações no Cisalhamento Prof. Victor Augusto Distribuição de Deformações no Cisalhamento Prof. Victor Augusto Distribuição de Deformações no Cisalhamento Engaste Prof. Victor Augusto Propriedades dos Eixos Circulares (Deformação) a) Quando um eixo circular é submetido à torção, todas as seções transversais permanecem planas e indeformadas (apesar de haver uma deformação angular entre as seções dentro de cada seção não há deslocamento entre os pontos da mesma seção, cada seção se comporta como um disco sólido). Os raios das seções transversais permanecem planos e a distância entre as seções transversais permanecem inalteradas. Prof. Victor Augusto Propriedades dos Eixos Circulares (Deformação) b) as geratrizes se transformam em hélices; c) o “quadrado” se transforma em um “losango” com os lados sofrendo a mesma deformação angular; d) as seções normais permanecem planas e normais ao eixo de rotação e conservam sua forma. Neste caso, é preciso assegurar que os momentos sejam aplicados de tal forma que as extremidades também permaneçam planas sem deformação. Prof. Victor Augusto Propriedades dos Eixos Circulares (Deformação) e) Se o ângulo de rotação for pequeno, o comprimento e o raio do eixo permanecerão inalterados; f) Tensões máximas maiores na periferia da seção; g) Tensão inversamente proporcional à deformação; h) Tensão mínima tendente ao centro da peça (CG). Prof. Victor Augusto Propriedades dos Eixos Circulares (Deformação) Prof. Victor Augusto Considerações Importantes Vale ressalvar que em função da trabalhabilidade desencadeada pela torção, gera-se tensões longitudinais e transversais, concomitantemente. Prof. Victor Augusto Determinação da Distribuição de Tensões Mediante a determinação da distribuição de tensões de cisalhamento na seção transversal, a deformação relativa ao cisalhamento γ deve ser igual ao ângulo formado por AB e A’B. Prof. Victor Augusto Determinação da Distribuição de Tensões a) Eixo circular de comprimento L e raio c, que foi torcido por um ângulo de torção φ; b) Retirando do interior do eixo um cilindro de raio ρ, marcando-se um “quadrado” sobre a superfície do mesmo, sem atuação de momento de torção; c) Aplica-se a torção o “quadrado” se transforma em “losango”, as deformações de cisalhamento são medidas pela variação de dois lados. Prof. Victor Augusto Determinação da Distribuição de Tensões Pela figura observa-se que quando γ é pequeno, o comprimento de arco AA’ é dado por AA’ = L.γ e na seção transversal AA’ = ρ. φ Prof. Victor Augusto Determinação da Distribuição de Tensões Logo: Portanto, pode-se concluir que a deformação de cisalhamento em uma barra com seção circular varia linearmente com a distância ao eixo da barra. γ é máximo na superfície da barra circular, onde ρ = c e Prof. Victor Augusto Tensões no Regime Elástico (Robert Hooke) Se a torção T tem um valor tal que as tensões no material se mantém abaixo da tensão de cisalhamento de escoamento 𝜏e. Nesse caso, as tensões no material permanecem abaixo dos limites de proporcionalidade e elasticidade (Lei de Hooke). a tensão de cisalhamento na barra varia linearmente com a distância ρ do eixo da barra Prof. Victor Augusto Tensões no Regime Elástico (Robert Hooke) Se a deformação na seção transversal do eixo cresce linearmente à medida que se afasta do centro, o mesmo deve acontecer para a tensão. Então se a gente for visualizar a distribuição de tensão cisalhante (𝜏) ao longo de uma linha qualquer em uma seção transversal do eixo, conforme demonstra- se a distribuição triangular: Onde a distribuição de tensão 𝜏 varia de 0 em ρ = 0 até 𝜏𝑚á𝑥 em ρ = c. Prof. Victor Augusto Tensões no Regime Elástico (Robert Hooke) Caso o eixo seja vazado, terá um raio interno (Cint), a distribuição continua com o mesmo aspecto triangular, mas variaria de 𝜏 𝑚í𝑛 em ρ = Cint até 𝜏 máx em ρ = c. Prof. Victor Augusto Tensões no Regime Elástico (Robert Hooke) Distribuição das tensões de cisalhamento na seção transversal de eixo circular maciço. Distribuição das tensões de cisalhamento para um eixo circular vazado, de raio interno c1, e raio externo c2. Onde: Prof. Victor Augusto Equação de Torção (Teoria da Elasticidade) Quando um torque externo é aplicado a um eixo, cria um torque interno correspondente no interior do eixo. A equação da torção relaciona o torque interno com a distribuição das tensões de cisalhamento na seção transversal de um eixo ou tubo circular. Para material linear-elástico aplica-se a lei de Hooke. onde: G = Módulo de rigidez g = Deformação por cisalhamento [𝒓𝒂𝒅𝒊𝒂𝒏𝒐𝒔] [ 𝒌𝒈𝒇 𝒎𝒎𝟐 ; 𝒌𝒈𝒇 𝒄𝒎2 ; 𝑵 𝒎2 Geralmente em GPA] Prof. Victor Augusto Equação de Torção (Teoria da Elasticidade) [ 𝒎𝒎𝟒; 𝒄𝒎𝟒; 𝒎𝟒 ] [𝒌𝒈𝒇.𝒎𝒎;𝒌𝒈𝒇. 𝒄𝒎; 𝒌𝒈𝒇.𝒎;𝑵.𝒎𝒎;𝑵. 𝒄𝒎;𝑵.𝒎] [𝒎𝒎; 𝒄𝒎;𝒎] [𝒓𝒂𝒅𝒊𝒂𝒏𝒐𝒔] [ 𝒌𝒈𝒇 𝒎𝒎𝟐 ; 𝒌𝒈𝒇 𝒄𝒎2 ; 𝑵 𝒎2 ] Prof. Victor Augusto Momento Polar de Inércia(Torção) De forma simples, o momento polar de inércia é a resistência de um eixo ou viga de ser distorcido por torção, em função de sua forma. A rigidez vem apenas da área transversal do objeto e não depende da composição do material ou módulo de cisalhamento. Quanto maior a magnitude do momento polar de inércia, maior a resistência à torção do objeto. O que seria momento polar de inércia? Prof. Victor Augusto Dimensionamento de Eixo (Seção Maciça) Prof. Victor Augusto Dimensionamento de Eixo (Seção Tubular/Vazada) Prof. Victor Augusto Demonstração de Falha na Torção (Seção Circular) Prof. Victor Augusto Desmembramento de Fórmula em Função do Módulo de Rigidez Um novo parâmetro Wt como MÓDULO DE RESISTÊNCIA À TORÇÃO, como sendo a razão entre Jp e o raio R. Prof. Victor Augusto Desmembramento de Fórmula em Função do Módulo de Rigidez Então, levando-se em conta além da segurança, à economia de material, impomos à condição de dimensionamento: Prof. Victor Augusto Desmembramento de Fórmula em Função do Módulo de Rigidez Portanto: Prof. Victor Augusto Desmembramento de Fórmula em Função do Módulo de Rigidez Através das equações (Eq.5.25) e (Eq.5.26), determinamos o diâmetro necessário para um eixo sujeito a MT. Prof. Victor Augusto Desmembramento de Fórmula em Função do Módulo de Rigidez (De Forma Mais Simplificada) Prof. Victor Augusto Desmembramento de Fórmula em Função do Módulo de Rigidez (De Forma Mais Simplificada) Prof. Victor Augusto Desmembramento de Fórmula em Função do Módulo de Rigidez (De Forma Mais Simplificada) Prof. Victor Augusto Exercício de Fixação 01 O tubo mostrado na figura tem um diâmetro interno de 80 mm e diâmetro externo de 100 mm. Supondo que sua extremidade seja apertada contra o apoio em A por meio de um torquímetro em B, determinar a tensão de cisalhamento desenvolvida no material nas paredes interna e externa ao longo da parte central do tubo quando são aplicadas forças de 80 N ao torquímetro. Prof. Victor Augusto Resolução: Prof. Victor Augusto Resolução: Prof. Victor Augusto a) Calcular a tensão de cisalhamento máximo num eixo maciço de aço com 30 mm de diâmetro, no qual o mesmo sustentará um elevador. b) Calcular o ângulo máximo de torção, sabendo que o comprimento do eixo é igual a 50 cm. Dado: G = 76 GPa. Exercício Proposto 01 Prof. Victor Augusto Um eixo é feito de liga de aço com tensão admissível ao cisalhamento de 900 kgf/cm². a) Supondo que o diâmetro do eixo seja de 5 cm, determinar o torque máximo que este pode ser transmitido. b) Qual seria o torque máximo se o eixo tivesse um furo de 3 cm de diâmetro em toda sua extensão? c) Mediante os resultados da letra a e b, faça uma analogia vislumbrando primeiramente, em função da abertura da seção, o que isso impacta no que diz respeito à resistência e depois faça uma verificação relativa ao custo/benefício. Exercício Proposto 02 Prof. Victor Augusto Um eixo é feito de aço com tensão de cisalhamento admissível 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 84 Mpa. Se o diâmetro do eixo for 37,5 mm, determine o torque máximo T que pode ser transmitido. Qual seria o torque máximo T' se fosse feito um furo de 25 mm de diâmetro no eixo? Faça um rascunho da distribuição da tensão de cisalhamento ao longo de uma linha radial em cada caso. Exercício Proposto 03 Prof. Victor Augusto Abaixo tem-se a representação de um eixo maciço e circular de diâmetro igual a 200 mm de uma barra de aço. Essa barra possui 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 80 Mpa. Sabendo disso e ainda que há uma carga de 10 kN que contribui na torção, determine o valor máximo de T sem que haja rompimento na barra. Analise apenas as contribuições referentes aos esforços torsores. Exercício Proposto 04 Prof. Victor Augusto A barra de madeira abaixo representa o eixo de giro de um moinho. Por problemas nas engrenagens uma das extremidades do eixo ficou presa. Sabendo que o eixo foi sujeito aos esforços torsores mostrados abaixo e que a resistência ao cisalhamento dessa barra (levando em consideração apenas esforços torsores) é de 25 Mpa, determine o raio máximo que a barra poderá ter para que o eixo não rompa. Exercício Proposto 05 Prof. Victor Augusto Uma máquina deve transmitir um momento torsor equivalente a 14.800 kgf.cm. Sabendo-se que a tensão admissível do material do eixo de transmissão é ҧ𝜏 = 600 kgf/cm², determinar o diâmetro necessário do eixo. Exercício Proposto 06 Prof. Victor Augusto Um chaveiro quer construir um esmeril com acionamento manual conforme o desenho abaixo. Calcule o diâmetro do eixo para suportar uma força aplicada na manivela de 5 kgf, sendo r = 30 cm. Considerar aço ABNT 1010 LQ e FS = 2, sendo para este exercício em específico [1 kgf = 9,8 N]. Exercício Proposto 07 Prof. Victor Augusto
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