Buscar

INTRODUÇÃO A PSICOLOGIA MÉDICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Primeiro Momento 
4 objetivos do campo da Psicologia Médica: 
estudar de forma científica as causas e 
origens de determinadas doenças, ou seja, sa 
etiologia, promover a saúde, prevenir e tratar 
doenças, promover políticas de saúde pública 
e o aprimoramento do sistema de saúde 
pública.
Existem 3 princípios éticos da articulação 
entre a psicologia e a saúde, são eles: 
• Princípio da Inseparabilidade: A psicologia é 
um campo de saber voltado para os 
estudos da subjetividade e entendida como 
um processo coletivo de produção, 
resultando em formas sempre inacabadas e 
heterogenéticas. Dessa forma, é impossível 
separar, ainda que haja distinções, a clínica 
da política, o individual do social, o singular 
do coletivo; o sujeito do social; os modos de 
cuidar dos modos de gerir; a macro e a 
micropolítica.
• Pr inc íp io da Autonomia e da Co-
responsab i l idade : As prá t icas dos 
psicólogos estão completamente compro- 
tidas com o mundo, com o país em que 
vive, com as condições de vida da 
população e com o engajamento na 
produção de saúde. Fato esse que implica 
na produção de sujeitos autônomos, 
p ro tagon i s tas , copa r t í c ipes e co -
responsáveis por suas vidas.
• Princípio da Transversalidade: a Psicologia,
— como os outros campos de saberes/
poderes — não explica nada, é ela que deve 
ser explicada. Isto só acontece quando há 
uma relação de intercessão com outros 
saberes/poderes/disciplinas. É no "entre 
saberes" que a invenção acontece. É no 
limite de seus poderes que os saberes 
possuem o que contribuir para um outro 
mundo e saúde possíveis. 
Segundo Momento 
 
O ciclo da vida humana — teorias do 
desenvolvimento pscicossexual e cognitivo:
 - Função da Família: o nascimento 
psicológico do indivíduo (marcado por uma 
dimensão pulsional e não apenas instintual; a 
constituição da subjetividade (personalidade); 
a inserção do bebê no universo simbólico da 
l inguagem (condição do nasc imento 
ps ico lóg ico; t rauma do nasc imento, 
desamparo. 
 - O conceito de sexualidade para além da 
genitalidade: corpo marcado pela linguagem, 
pela erogeneidade, pelo narcisismo, pela 
pulsão de vida e pela pulsão de morte: 

A sexualidade concebida por Freud é 
perversa polimorfa: se satisfaz em diferentes 
regiões do corpo, de várias formas, para além 
da genitalidade e da reprodução (diferente de 
“perversão”); Freud vai propor para além do 
conceito de instinto, o conceito de pulsão, 
substituindo a noção instintiva da sexualidade 
p a r a u m a c o n c e p ç ã o p u l s i o n a l d a 
sexualidade. Para tanto, Freud concebe a 
pulsão, ao contrário do instinto, como sendo 
independente de seu objeto e que nem é 
provável que sua origem seja determinada 
pelos atrativos de seu objeto.
Libido: investimento libidinal erógeno;
Pulsão: inexistência de um objeto específico, 
visa a satisfação para além das necessidades 
básicas, independentemente se a satisfação 
preservará a vida ou não.
Zona erógena e Fonte pulsional: Regiões 
corporais de maior sensibilidade, regiões que 
proporcionam prazer;
Alvo: objetivo da satisfação pulsional;
Objeto pulsional ou de desejo: objeto pelo 
qual a pulsão se satisfaz.
• Fases do desenvolvimento psicossexual 
pré-edípicas:
a)Fase de desenvolvimento psicossexual: 
Fase oral – pré-verbal = se caracteriza pelo 
prazer ligado à ingestão de alimentos e à 
excitação da mucosa dos lábios, mesmo 
quando não há a finalidade da nutrição; (sugar 
o dedo)

b)Faixa etária: prevalência no 1º ano de vida, 
mas se estende ao longo da vida.
c)Zona erógena: boca -língua, sucção, prazer 
oral.
d)Objeto parcial da pulsão: seio materno
e)Objetivo e modo de relação de objeto: 
estimulação que visa o prazer, incorporação 
dos objetos a si mesmo pela boca, base para 
a diferenciação do que é interno e o que é 
externo.
f)Aquisições cognitivas: de 0 a 2 anos como 
Período sensorimotor = desenvolvimento do 
pensamento do ind iv íduo, in íc io da 
capacidade de representação objetal e de 
símbolos; base para a capacidade de 
manipular imagens mentais e de apreender os 
conceitos.
Fase oral primitiva: com prevalência da 
sucção (de 0 a 6 meses);
Fase oral sádico-oral: com prevalência da 
mordida (06 a 12 meses);
Complexo do desmame (2º trauma psíquico): 
alterações no vínculo entre a mãe e o lactante 
ocor rem não pe lo fim b io lóg ico da 
necessidade da alimentação, mas sim por 
fatores sociais.
a)Fase de desenvolvimento psicossexual: 
Fase anal – pré-verbal e verbal = O objeto 
primordial nesta fase são as fezes, que além 
do prazer da zona erógena funcionam como 
representantes das trocas libidinais que a 
criança estabelece com o mundo.
b)Faixa etária: 2 a 3 anos de vida
c)Zona erógena: zona anal, do ânus.
d)Objeto parcial da pulsão: fezes
e)Objetivo e modo de relação de objeto: 
controle esfincteriano, negociação e troca da 
criança com seus pais e com o mundo; 
ambivalência nas relações com o objeto: 
retenção, amor, expulsão, ódio.
f)Aquisições cognitivas: de 2 a 6 anos como 
Período pré-operacional = diferenciação mais 
concreta do interno/externo, capacidade de 
simbolizar, egocentrismo (a criança pressupõe 
que todos veem o mundo à sua maneira), 
aquisição do controle esfincteriano, relação 
de troca e negociação da criança com seus 
pais; de manipular mentalmente os símbolos 
(a vassoura pode virar um cavalo na 
brincadeira), distinção da imagem e do que 
e la s ignificain íc io da capacidade de 
classificação e agrupamento de objetos, mas 
ausência do princípio de inclusão de casse 
(rosas são parte da classe de flores, por ex)
Fase anal expulsiva: caracterizada pelo 
domínio dos processos projetivos, que 
causam sensações ag radáve is pe la 
defecação. Esta fase comporta um elemento 
sádico (sádico-anal), onde os excrementos 
(objetos) são expulsos e destruídos.
Fase anal retentiva: caracterizada pelo 
domínio dos processos de controle, onde o 
objeto é valorizado e por isso busca ser 
conservado. Esta fase apresenta uma vertente 
masoquista, que se dará na relação com os 
pais relativa ao controle esfincteriano.
Complexo de intrusão: refere-se a convivência 
com os irmãos, onde vivencia a sensação de 
perda de espaço junto a imago materna; o 
ciúmes marca o afeto neste período.
Atitudes retentivas: ciúmes, posse, não querer 
dividir seus brinquedos, seus materiais, seus 
pais
Atitudes expulsivas: altruísmo, amor, partilha 
com o outro.
Per íodo de la tênc ia : pe r íodo ( fase ) 
intermediário entre a fase fálica e a fase da 
puberdade (genital). Observa-se que o 
interesse relativo à diferença sexual na fase 
fálica perde a importância no período de 
latência e se orienta para o interesse de 
aquisição de conhecimento formal sobre o 
funcionamento das coisas. Suas brincadeiras 
são associadas a objetos reais, e menos 
focadas em atividades imaginativas. O laço de 
amizade entre os amigos é um dos traços 
deste período, com valorização da ternura, 
respeito e devoção, em detrimento do 
interesse sexual. Tendência ao laço com 
crianças do mesmo sexo, e repulsa pelo sexo 
oposto. Marcada pelos sentimentos de: 
vergonha, inibição, recusa do sexual, o 
interesse em outras atividades sociais.
 - Aquisições cognitivas: período operacional 
concreto = elaboração de regras e estratégias 
para compreender o mundo, estruturas 
lóg icas ma is gera is , revers ib i l idade 
(mass inha) , operações matemát icas, 
ordenação seriada, capacidade de investigar 
hipóteses, lógica indutiva e não dedutiva, 
inteligência representativa (pode representar e 
exercito ações dentro do pensamento, sob 
forma de ideias.
Terceiro momento 
Reação a doença e a hospitalização: o 
sentimento de uma pessoa que, de repente, 
se vê gravemente enferma é o de que, a partir 
de seu próprio corpo, deixou de ser dona de 
si. A doença traz essa vivência pungente de 
quebra de uma linha de continuidade da vida, 
das funções desempenhadas no dia a dia, de 
certa previsibilidade que se guarda sobre o 
dia de amanhã.
Primeira tópica do aparelho psíquico(teoria 
topográfica): composta por três sistemas
sistema percepção-consciência/consciente 
(tudo aquilo que estamos cientes num dado 
momento); sistema pré-consciente (seleciona 
aquilo que pode ou não passar para o 
consciente); sistema inconsciente (elementos 
instintivos da herança genética e fusionais 
não acessíveis à consciência, material que foi 
excluído da consciência pelos processos 
psíquicos da censura e repressão -> 
personalidade).
Segunda tópica do aparelho psíquico (teoria 
estrutural ou dinâmica): divisão em três 
instâncias psíquicas
Id: fonte e reservatório de toda a energia 
psíquica do indivíduo, se refere a parte 
inconsciente do psiquismo, sede das pulsões 
e dos desejos recalcados, constituindo o polo 
psicobiológico da personalidade
Ego: se desenvolve a partir da diferenciação 
das capacidades psíquicas em contato com a 
realidade exterior; sua atividade é em parte 
consciente e, em parte, pré consciente e 
também inconsciente; é regido pelo princípio 
da realidade; desempenha a função de obter 
controle sobre as exigências das pulsões — 
decidindo se elas devem ou não serem 
satisfeitas; atua como mediador entre o 
mundo e o exterior, lidando com o superego, 
memórias e necessidades físicas do corpo); 
seu tipo de pensamento é verbal e se 
caracteriza pela lógica e objetividade; ele é 
pressionado pelos desejos insaciáveis do id, 
ela severidade repressiva do superego e as 
ameaças do mundo exterior; a função do ego 
é tentar conciliar as reivindicações das 3 
instâncias a que serve (id, mundo e superego).
Superego: desenvolve-se a partir do ego no 
período de latência; atua como um juiz ao 
ego, possui funções de consciência moral, 
auto-observação e formação de ideias; 
constitui-se por interiorização das exigências 
e das interdições parentais: no 1º momento é 
representado pela autoridade parental e no 2ª 
momento as proibições externas são 
internalizadas; estabelece a censura dos 
impulsos que a sociedade e a cultura proíbem 
ao id, impedindo o indivíduo de satisfazer 
plenamente seus instintos e desejos; é a 
instância do recalque, particularmente a 
repressão sexual.
Mecanismos de defesa do ego: negação 
(recurso para evitar sofrimento, medo e 
desespero, como banalização da doença, 
abandonar tratamento, desacreditar no 
resultado de exames), regressão (pct recebe 
cuidados básicos de higiene, alimentação e 
medicação… podendo chegar a fases não 
verbais e não motoras mesmo com condição; 
perigo de adoção de posição extremamente 
passiva, sem forcas para reagir, regredindo 
em comportamento e necessidades), 
deslocamento (deslocar sua raiva contra 
familiar ou equipe médica, culpá-los; fase que 
o doente está sobre impacto de diagnóstico 
ou de notícia adversa), estresse (relacionado 
c o m o c u m p r i m e n t o d e t a re f a s d e 
responsabi l idade, reações a eventos 
inesperados, situações de expectativa e de 
contato com o novo).
O paciente que está hospitalizado por uma 
doença aguda está submetido a 8 categorias 
de estresse psicológico, tendo por base as 
fases psicodinâminas do desenvolvimento: 
ameaça básica à integridade narcísica 
(fantasias onipotentes de imortalidade, 
controle sobre o próprio destino, corpo 
indest ru t í ve l , sensações de pân ico , 
aniquilamento e impotência); ansiedade de 
separação (pessoas significativas — tempo 
de in te r nação p ro longado , ob je tos , 
ambientes, estilo de vida); medo de estranhos 
(vida e corpo na mão de estranhos, 
competência e intenção desconhecidos); 
culpa e medo de retaliação (doença como um 
castigo por pecados e omissões); medo da 
perda do controle (funções vitais, fala, 
esfincteres, marcha, função na família e 
trabalho); perda de amor e de aprovação 
(sentimentos de autodesvalorização); o medo 
da perda de - ou dano a - partes do corpo 
(mutilações ou disfunções que alterem o 
esquema corporal, a intensidade da perda é 
equivalente à perda de uma pessoas querida); 
o medo da morte e da dor (história de perdas 
em hospitais).

Outros materiais