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Psicologia médica 1 – O ciclo da vida humana Amanda Julião ATM 281 UFPel Capítulo 1 – Noções básicas sobre o funcionamento psíquico. Elementos constituintes do funcionamento psíquico são biológicos, psicológicos e sociais. Possuem 2 fenômenos: - 1º fenômeno: padrão de normalidade comportamental varia conforme idade. -2º fenômeno: desenvolvimento psicológico ocorre em estágios descontínuos. A normalidade é dividida em 4 tipos: 1) Normalidade como saúde: nenhuma ocorrência patológica. 2) Normalidade como utopia: equilíbrio harmônico ocorre e gera perfeito funcionamento. 3) Como média: o normal é o médio, desvios são extremidades. 4) Normalidade como um sistema de transições: varia de acordo com o tempo e os fatores biológicos, psicológicos e sociais. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA NERVOSO Algumas teorias tentam explicar o modo pelo qual as mesmas vias e padrões de conexão são reproduzidas em cérebros distintos (majoritariamente). 1) Teoria do crescimento trófico Terminais nervosos em crescimento juntam-se a neurônios ou células específicas porque gradientes químicos de certas substâncias induzem dessa forma. 2) Teoria da competição das células No desenvolvimento do embrião, certas conexões axiais se desenvolvem à custa de outras, as quais se retraem e desaparecem. 3) Teoria do movimento dirigido pelas fibras Cada neurônio em desenvolvimento emitiria prolongamentos que alcançam obstáculos e impedem o seu “crescimento”. NEURÔNIOS São a unidade funcional do SN. Recebem informações nos dendritos e transmitem pelos axônios. Sinapse é a conexão fundamental entre uma terminação neuronal e o neurônio seguinte. Possui uma fenda sináptica no meio. A transmissão neuronal depende de 3 grupos: a) Neurotransmissores: uma substância deve ser sintetizada e liberada pelo neurônio pré- sináptico. b) Neuromoduladores: ocorre por meio de segundos mensageiros envolvidos na transmissão. Sem atividade sináptica intrínseca. c) Neuro-hormônios: podem ser liberados por neurônios e células não neuronais. Trafegam na circulação para exercerem ação em um ponto distante de onde foram liberados. Vias e sistemas de conexões são formados antes do nascimento, mas podem ser modificados ao longo da vida por fatores externos. Além disso, podem ser moldadas por herança genética. ESTRESSE Definido como mudança física ou psicológica que rompe a homeostase. Ativa o sistema HHA (eixo hipotálamo-hipófise-adrenal). Essa ativação causa liberação de catecolaminas nas terminações nervosas e pela medula da adrenal, além da secreção de adrenocorticotrofina pela adeno-hipófise. Isso estimula liberação de cortisol (córtex da adrenal). Em aumento extremo do nível de cortisol, pode ser induzida morte neuronal. A disfunção do eixo HHA pode gerar quadros psíquicos. NOÇÕES PSICANALÍTICAS BÁSICAS Psicanálise: teoria do funcionamento mental (consciente e inconsciente). Baseada em 2 postulados: 1) Determinismo psíquico/princípio da causalidade Acontecimentos da vida mental são determinados ou influenciados por eventos anteriores (como traumas na infância). Defendido por Erikson. 2) Existência do inconsciente Vida mental predominantemente inconsciente. Não temos acesso direto ao inconsciente, mas aos seus Psicologia médica 1 – O ciclo da vida humana derivados – sonhos, atos falhos, manifestações emocionais e comportamentos expressos na transferência. PRINCIPAIS VERTENTES FREUD Propôs a 1ª teoria psicanalítica do desenvolvimento, apresentando estágios do desenvolvimento sexual e também uma teoria sobre a interação entre constituição (sequências maturacionais inatas) e experiência. Principais fases estudadas: oral, anal e fálica – relacionadas com o complexo de Édipo. Descreveu 2 modelos principais de organização da mente: 1) Primeira tópica/teoria topográfica Divide mente em consciente, pré-consciente e inconsciente. O consciente são as ideias e sentimentos presentes de forma constante na mente. Pré-consciente inclui conteúdos que podem ser trazidos à tona pelo aumento da atenção ou memória. Inconsciente: conteúdos censuráveis por serem inaceitáveis. (expressos em sonhos, parapraxia, lapsos e atos falhos). 2) Segunda tópica/modelo estrutural Função mental dividida em EGO, ID E SUPEREGO. Ego: possui aspectos conscientes (responsáveis pela tomada de decisões) e inconscientes (mecanismos de defesa). ID: totalmente inconsciente, inclui as pulsões. Descarrega a tensão provocada pela operação dessas forças. Superego: consciência moral e ideal de ego. É formado a partir das identificações inconscientes das figuras dos pais, ou seja, herdeiro do complexo de Édipo. Conflito psíquico: luta por poder entre esses 3 âmbitos. MELANIE KLEIN Modelo em que se privilegia relações de objeto primitivas e duas posições evolutivas – esquizoparanóide (primeiros meses de vida, caracterizada por intensa ansiedade persecutória) e depressiva (bebê percebe a mãe como mais integrada, como um objeto total. Menos temor persecutório). Descreveu o mecanismo de defesa “ identificação projetiva), em que partes do “eu” são projetadas na mente de outra pessoa. Esse indivíduo passa a se comportar integrando a parte projetada em si. Assume que conflito psíquico ocorre desde o início do desenvolvimento. BION Todo desenvolvimento psíquico ocorre a partir das experiências vividas nos vínculos humanos iniciando na relação mãe-bebê. Com o tempo, o bebê identifica- se com a função transformadora da mãe e será capaz de conter e transformar suas emoções. Elementos frutos da transformação = elementos alfas. Função transformadora = função alfa. Ainda afirma que a mente oscila permanentemente entre esquizoparanóide (Ps) e depressivo (D) de Klein. Ou seja: quando somos expostos a uma nova experiência, entramos em uma certa desorganização psíquica (Ps) e, se pudermos tolerar, chegaremos ao estado de organização (D). ERICKSON Considera que a pessoa evolui a vida toda, interagindo conscientemente com o ambiente. Teoria voltada para o desenvolvimento do ego ao longo do ciclo vital. Ego organizaria as informações e percepções externas, planejamentos. Descreve 8 estágios de desenvolvimento do ego, com pontos + e – cada um. Estágio Crise Psicossocial 1. Sensório Oral (Infância) Confiança básica x Desconfiança 2. Anal-muscular Autonomia x vergonha e dúvida 3. Genital- locomotor Iniciativa x culpa 4. Latência (idade escolar) Atividade x inferioridade 5. Puberdade e adolescência Identidade x confusão de identidade 6. Adulto jovem Intimidade x isolamento 7. Adulto Generatividade x estagnação Psicologia médica 1 – O ciclo da vida humana 8. Maturidade Integridade de Ego x desespero PSICOLOGIA DO EGO Hartmann descreveu modelo em que há matrizes inatas desde o início do desenvolvimento, áreas livres de conflito. Criança evolui de um estado autístico para um simbiótico. Inclui um número de subestágios ao longo dos quais a criança adquire ego necessário para a adaptação. Aos 36 meses de idade, criança adquire “constância objetal”, apresentando relativa independência da mãe. RENÉ SPITZ Mesma corrente da psicologia do ego. Para ele, 1º organizador é a resposta do sorriso (em torno das 6 primeiras semanas de vida). Representa o reconhecimento do bebê a face humana – primeiro objeto “não eu” entendido pelo bebê. O 2º organizador é a criança reagir evitando estranhos em seu ambiente e sinalizando vínculo com o cuidador principal. O 3º organizador é o desenvolvimento do “não”. MECANISMOS DE DEFESA I) DEFESAS NARCÍSICAS a) Negação: não necessariamente psicótica, afeta mais a percepção da realidade externa do que interna. b) Projeção: perceber e reagir estímulos como seestivessem fora do self (eu). Pode causar delírios francos. Inclui tanto a percepção de seus próprios sentimentos em outros como agir em função dessa percepção. c) Distorção: reformular grosseiramente a realidade externa. Usa superioridade ou autoridade. II) DEFESAS IMATURAS a) Atuação (acting-out): expressão direta de um desejo inconsciente para evitar a consciência do afeto associado a eles. É fantasiar algo. b) Bloqueio: inibição usualmente temporária dos pensamentos ou impulsos. c) Hipocondria: transforma censura alheia em autocensura e queixas de dor e enfermidade somática. É consequência de privação de um impulso. d) Comportamento passivo-agressivo: agressão para com um objeto, manifestada de forma indireta e ineficaz. Presença de masoquismo. e) Projeção: atribuição aos outros dos próprios sentimentos inaceitáveis. Ex: preconceitos, suspeita, cautela extrema. f) Regressão: retorno a um estágio anterior do desenvolvimento. g) Somatização: conversão defensiva de derivados psíquicos em sintomas corporais. III) DEFESAS NEURÓTICAS a) Controle: tentativa extrema de manejar ou regular os acontecimentos. Objetivo de minimizar ânsias internas. b) Deslocamento: sentimentos vinculados a um objeto são redirecionados a outros. c) Dissociação: modificação do caráter de uma pessoa ou de seu sentimento. Separa ao extremo BEM E MAL, PRAZER E DESPRAZER etc. d) Intelectualização: controle dos afetos e dos impulsos pensando sobre eles, mas não agindo. e) Isolamento: separação entre afeto e seu conteúdo. f) Racionalização: uso de justificativas incorretas para explicar atitudes inaceitáveis. g) Formação reativa: expressão de sentimentos inaceitáveis de forma antiética ou oposta. h) Repressão ou recalque: expulsão de uma ideia ou sentimento da percepção consciente para o inconsciente. IV) DEFESAS MADURAS a) Altruísmo: satisfação vicária construtiva gratificante das pulsões por serviços prestados aos outros. b) Ascetismo: gratificação por renunciar a uma experiencia devido aos valores morais. c) Humor: fazer graça de si para tolerar algo. d) Sublimação: gratificação de uma pulsão cuja finalidade é preservada, mas cujo alvo é convertido de socialmente objetável em socialmente valorizado. Permite que pulsões sejam canalizadas em vez de reprimidas. Psicologia médica 1 – O ciclo da vida humana e) Supressão: decisão consciente ou semiconsciente de adiar a atenção para um impulso. CONCEITOS BÁSICOS – RELAÇÃO COM PACIENTE 1) Transferência É a reedição de sentimentos, ideias, fantasias ou experiências infantis na relação atual com o terapeuta. Ou seja, terapeuta pode ser visto como uma figura idealizada. 2) Contratransferência Terapeuta reage com ideias e fantasias inconscientes. Possibilita entender o que está se passando com o mental do paciente. CAPÍTULO 2 – GESTAÇÃO, PARTO E PUERPÉRIO AS principais elaborações psíquicas na gestação giram em torno de: 1. Representações da gestante como mulher e mãe. 2. Fantasias a respeito do filho e sua identidade. 3. Antecipações sobre dificuldades profissionais e relacionamento conjugal. 4. Medo da própria morte ou do bebê no parto, malformações etc. Os temores presentes durante toda gestação geram defesas como somatizações, reações maníacas etc. Gestação na vida adulta é protetiva para saúde mental enquanto gestação na adolescência é risco de saúde. Para o pai: quando criança disputava a mãe com o próprio pai. Assim, o sentimento de triunfo associado à perda da forma física da companheira e temores de lesão ao feto, afastam-se sexualmente. Geralmente, há distanciamento amoroso porque atenção está no nenê. Entre a 16º e a 20ª semana de gestação, iniciam-se os movimentos do feto. Isso gera temor à mãe por representar uma dissociação entre mãe e feto. WINNNICOT (1956) Elaborou o estado de “Preocupação Materna Primária”, estado de sensibilidade aumentada da mãe, que iniciaria durante a gestação e continuaria por algumas semanas depois do nascimento. Nesse período, mãe se colocaria no lugar do bebê para entender suas necessidades. PUERPÉRIO Inicia-se com a dequitação da placenta e tem duração variável conforme o enfoque: puerpério legal (40 dias), orgânico (até 90 dias), social (até 120 dias) e psicológico (sem prazo). Para SOIFER (1984), o puerpério é uma situação delimitante entre perdido (gravidez) e adquirido (filho). Tem uma fase de fantasia e depois de realidade. Para DEUTCHZ E LANGER, puerpério também seria uma fase de transição. Deutchz afirma ainda que durante a lactação um cordão umbilical psíquico liga o seio da mãe à boca do bebê e, então, ocorre o conflito entre altruísmo e tendencias egoístas da maternidade. Algumas mulheres em fase de puerpério se queixam de falta de desejo e satisfação sexual. Pode ocorrer depressão pós-parto ou remissão de alguma doença psíquica. CAPÍTULO 3 – O BEBÊ E OS PAIS Assim como há uma organização biológica – o genótipo – que regula a emergência das características físicas e temperamentais de cada indivíduo, o fenótipo, há uma organização social que influencia a forma de adaptação dos seres humanos. Cada filho encontra um campo psicológico com o qual irá interagir e lidar. BOMBLY Denominou as “representações internas” dos relacionamentos – uma montagem de muitas formas específicas de interação. O bebê pode se tornar (inconscientemente) uma representação de figuras internas do passado ou algum aspecto repudiado ou negado dos pais. Cita Selma Frainberg: todo quarto de bebê abriga “fantasmas” (traumas e questões paternas). DESENVOLVIMENTO DO PSIQUISMO DO BEBÊ Psicologia médica 1 – O ciclo da vida humana Freud concebeu a doença psíquica como algo influenciado por múltiplos fatores, sendo as vivências infantis responsáveis por uma significante contribuição. Influência também na plasticidade neuronal. A relação mãe-filho foi descrita por Freud como uma relação sem paralelo, estabelecida de forma inalterável por toda a vida. Será um protótipo. Essa relação materna funda o EGO. A teoria freudiana acerca do desenvolvimento do psiquismo aproxima-se do modelo fisiológico no qual as forças instintivas (como fome) – geram uma tensão que impele o bebê a uma atividade que visa a buscar o alivia. Por meio da saciedade e da sucção. A segunda etapa do desenvolvimento, por volta dos 2 anos, na qual a primazia das funções passa a ser do controle esfincteriano (FASE ANAL). Para que o bebê faça de forma harmônica, espera-se que tenha superado a anterior. Fora da ação dos pais, há toda uma área inerente À economia interna da criança, à sua constituição genética e às características próprias do bebê (voracidade excessiva, agressividade). Se essas características se somarem a pais imaturos, o desenvolvimento do bebê está em risco. Outro ângulo de observação: bebê inicialmente percebe a mãe como objeto de amor. A percepção da falta leva o bebê a desenvolver o pensamento. Percebe que quem satisfazia ela também frusta. Bebê já manifesta ambivalência de sentimentos. Winnicott identificou 3 áreas distintas: a interna, externa e intermediária/ área de ilusão transicional. Quando o bebê tem fome, o seio não é uma alucinação e sim o resultado da criatividade do bebê. Seio não é um objeto externo. Entre os 4 e 12 meses, a criança chupa fralda, agarra um pedaço de cobertor ou bichinho. Winnicott chamou de fenômenos ou objetos transicionais (defesa contra ansiedade). Não é alucinação. O passo seguinte é se afastar do objeto de transição. TROCAS AFETIVAS ENTRE O BEBÊ E SEUS PAIS Gradativamente são estabelecidos comportamentos de apego característicos de cada bebê, desenvolve apego pela mãe. Por volta dos 3 meses, o bebê começaa sorrir, especialmente para o cuidador = objeto de interagir. Andar: normalmente dos 10 aos 13 meses. Linguagem: 18 a 22 meses. Aparece também a empatia e moral sendo desenvolvidas. Nessa fase possui atitude negativista (comum birra). Aos 36 meses, aproximadamente, o bebê já possui dentro de si a base para futuros relacionamentos. A narrativa (6º marco de desenvolvimento) está presente ao final de seus primeiros 3 anos. TIPOS DE APEGO - Bowly Apego seguro: criança procura a mãe em seu entorno e é facilmente confortada por ela, mesmo tendo protestado à sua saída. Manutenção desse apego favorece as relações na vida adulta. Apego inseguro possui diferentes manifestações: Apego ambivalente: comportamento alternado entre querer e não querer a mãe. Mãe não consegue compreender necessidades do bebê. Apego evitativo: não reclamam/reagem ao afastamento da mãe. Não querem mãe. Pode ser sinal de abuso. Apego desorganizado: bebê não sabe o que quer. Confuso Apego evitativo e resistente tendem a favorecer o surgimento de relações inseguras na vida adulta. O CICLO VITAL DA FAMÍLIA Vive-se uma época em que temas sociais estão particularmente marcados por paradoxos e contradições. É necessário incluir 3 gerações nos estudos de casos familiares. Historicamente, o processo de emancipação feminista na 2ª metade do século XX trouxe mudanças na relação familiar. Uma mãe pode criar uma filha perfeitamente bem sozinha, mas é interessante que exista uma 3ª pessoa significativa que quebre essa simbiose entre elas. Alguns dados: Psicologia médica 1 – O ciclo da vida humana 30% dos casais se separam ao longo da vida. Nos EUA, após 1995, esse número chega a 50%. 60% se separam no segundo casamento. As pessoas estão casando-se, recasando e se separando mais. Necessário para um bom desenvolvimento psicológico familiar: adultos responsáveis pelas demandas básicas dos filhos, amor, limites e não deixar de lado as próprias necessidades. assi Para Falceto (1995), em “classes urbanas pobres”, por ser mais fácil mulheres conseguirem empregos como domésticas, é introduzido um desequilíbrio estrutural na relação de gênero familiar. Pesquisa de Dunn (2000): grande parte das famílias passam por situações de estresse (divórcio, pobreza, fatores de risco). Umas saem bem da situação e outras se desorganizam. Famílias mais resilientes conseguem manter um equilíbrio dinâmico entre 2 grupos complementares. 1º formado por valores autoafirmativos (iniciativa, criatividade, humor, flexibilidade). 2º visão integradora como cooperação, altruísmo, espiritualidade. Tratar irmãos diferentemente está associado a transtornos de internalizações (neurose). FASES FAMILIARES – MINUCHIN 1982 1º Casal sem filhos: Maior proporção de divórcios, pois ausência de filhos gera uma ruptura menos traumática. 2º Casal com filhos pequenos: transforma casal em família. 3º A família com filhos adolescentes: problema em famílias rígidas em que o filho quer apenas privilégios e os pais focam apenas nas responsabilidades dele. Novo pico de divórcio na crise da meia idade. 4º Ninho vazio: se colhe o que plantou, novos investimentos escassos. A FAMÍLIA E O DIVÓRCIO - Infância atual foi construída no séc. XVIII (criação de escolas). Adolescência é produto do séc. XIX. Mulher independente produto do séc. XX. Por que tantos divórcios? Pressão social para manter é menor, mulheres mais independentes. 25% das separações ocorrem bem (Ahrons). Minicrises do processo de divórcio (Seibt): 1. Na decisão de se separar 2. Decisão sendo comunicada aos outros 3. Discussão sobre dinheiro 4. Separação física 5. Divórcio legal assinado 6. Assuntos negociados 7. Comemoração de datas especiais familiares. RECASAMENTO Possui recomendações: aceitar que são famílias são binucleares, comunicação direta etc. A CRIANÇA DE 0 A 3 ANOS 1) Recém-nascido e primeiros meses de vida: Pensava- se que o bebê era passivo e agia essencialmente por reflexos. Hoje, é um ser complexo e previsível. No 4º mês de vida, a paternidade é essencial para a separação mãe-bebê, além de ser uma fonte de identificação masculina. Desde cedo, nenê tem percepções visuais. Mostra nítida preferência pelo rosto humano. As capacidades de discriminação de ruídos e olfativa são notáveis. Sente os 4 sabores primários (doce, salgado, ácido e amargo). Possui preferência pelo doce. Embora o RN tenha capacidade para lidar com estímulos externos, a tolerância é limitada. A capacidade motora mais presente é do tipo reflexo (sucção, fechamento da mão por estímulo na palma da mão etc). Próximo dos 2 meses, a qualidade das relações sociais começa a se desenvolver. Ciclos do sono e atividades são estabilizados, padrões motores e visuais mais maduros. Não possui ritmo alternado de vigília-sono. ESTADOS DE VIGILÂNCIA DO NENÊ (nessa fase): a) Estado 1 (sono calmo): sem movimento ocular rápido, respiração regular. Psicologia médica 1 – O ciclo da vida humana b) Estado 2 (sono REM): movimentos oculares rápidos, respiração irregular, movimentos corporais e faciais. c) Estado 3 (sonolência): pálpebras abertas ou semiabertas com olhar vago. d) Estado 4 (alerta quieto): olhar vivo, calmo e atento. e) Estado 5 (alerta ativo): agitado e sem atenção fixada. Pode gemer e gritar. f) Estado 6 (choro): gritos, choros, atividade motora intensa, vermelhidão. RN apresentam irritabilidade, consolabilidade (facilidade em que será acalmado por alguém), capacidade de encontrar em si mesmo mecanismos de se acalmar, intensidade da atividade motora e atividade de sucção na mamada etc. Essas diferenças comportamentais são o TEMPERAMENTO e podem ser classificadas como níveis de atividade, responsividade, humor e adaptabilidade. O temperamento do bebê aparenta ser biologicamente determinado e geralmente estável até os anos pré-escolares. Comportamento inibido (tipo de temperamento descrito por Kagan): irritabilidade em bebês, timidez e medos excessivos, introversão na idade pré-escolar. Bebê possui prazer na sucção. Para Spitz, o desenvolvimento não ocorre de forma linear. Possui organizadores psíquicos: 1. Sorriso social (entre 2 e 3 meses): intencional/afetivo. 2. Presença de ansiedade com estranhos (7 a 8 meses): ausência de mãe. 3. Aquisição do “não” (11 aos 13 meses): aumento de autonomia. Aos 3/4 meses, o objeto de amor e ódio é o mesmo: mãe. Começa a atividade lúdica: capaz de controlar movimentos. Produz sons e é capaz de repetir. Sua expressão muda ao escutar algo. Aos 4/6 meses, o bebê é capaz de sentar e muda a relação com o entorno. Aponta, leva à boca objetos, Mãe vista como algo a mais além de fonte de alimento. Existe o temor da separação. Surgem dentes. O desenvolvimento vai de uma ILUSÃO (onipotência materna) a uma DESILUSÃO. A CRIANÇA DE 1 A 3 ANOS Ousada, mas quer atenção. Imprevisível, comportamento complexo. O 2º e 3º anos de vida representam acerelado desenvolvimento motor e intelectual. Fase de confiança no “eu” e senso de iniciativa. Estabele fronteiras entre o “eu” e mãe. Vulnerabilidade da separação gera ansiedade. Para ERICKSON, o período de locomoção é o estágio de autonomia x vergonha e dúvida. Aprende a controlar o esfíncter anal e falar. Esse período corresponde à fase anal do desenvolvimento psicossexual. Libido passa da zona oral para anal. Retenção de fezes gera prazer. Fase anal é marcada por dupla oposição: passividade- atividade e submissão-dominação. Desenvolvimento neuropsicomotor (1 aos 3 anos): A capacidade de caminhar se consolida entre os 18 e 30 meses. Necessário brincadeiras que estimulem o desenvolvimento sensorial: barro, argila, areia etc. Enquanto crianças de 2 anos manipulam cubos e colocamna boca, as de 3 já devem possuir habilidade de empilhamento. Aos 2, empurra triciclo. Aos 3, pedala. Treinamento do controle do esfíncter: a criança deve ser capaz de controlar o esfíncter anal e uretral. A idade varia, entre 15 a 30 meses. Deve, ainda, ter capacidade psicológica de adiar a vontade de usar o banheiro. Além disso, saber pedir auxilio para ir ao banheiro. Confuso para criança: às vezes, precisa segurar xixi/cocô para agradar. Em outras, precisa ceder para agradar. Na realidade, não há razão para iniciar esse treinamento antes dos 2 anos. Desenvolvimento cognitivo e linguístico (1 a 3 anos) Aos 2 anos, a criança já fala em torno de 200 palavras e usa frases curtas. Aos 3 anos, fala razoavelmente. Tem capacidade de contar uma história curta. O desenvolvimento linguístico e motor se alternam. No pico de um, reduz o outro e vice-versa. Psicologia médica 1 – O ciclo da vida humana Piaget afirma que a linguagem leva à socialização das ações. A criança, nessa fase, precisa de alguém que interprete sua linguagem para ser compreendida. Possui pensamento egocêntrico. Assim, desenhos de objetos “soltos no ar” são comuns. Tem dificuldade de compreender o espaço-tempo. Por volta dos 2 anos desenvolve um senso de identidade de gênero, embora a identidade sexual não seja adquirida até a adolescência. Por volta de 1 ano, adquire o simbolismo. Aos 2 anos, manipula objetos imitando adultos. Em relação à interação com outras crianças: aos 18 meses se sente inibida. Aos 2 anos isso começa a desaparecer e aos 3 anos já interage bem. IMITAÇÃO: começa em torno dos 8 meses. É comum criança de 2 anos explorar variações “erradas” de comportamentos adultos (xingar, por exemplo). Ocorre a criação do senso de moralidade. Desenvolvimento emocional e social Conciliar impulso de ser autossuficiente com protegida pelos pais. Fase de “constância do objeto”, em que consegue manter a representação mental da mãe mesmo estando longe (Mahler). Descreveu o processo de separação dos 3/4 meses aos 36. Esse processo possui 4 fases: 1) Diferenciação 2) Treinamento 3) Reaproximação (18 a 36 meses) 4) Caminho de constância do objeto (não é porque não vê um objeto que ele não existe). Idade ideal p/ entrar na escola. Winnicott descreveu fenômenos transicionais e objetos transicionais. Ao final do primeiro ano, a maioria das crianças adquiriu um objeto transicional (mantinha, ursinho). Acidentes são a primeira causa de morte na primeira infância. Cuidar de bebê = não deixar ele se matar. A CRIANÇA PRÉ ESCOLAR (3 A 6 ANOS) Crescimento e amadurecimento neuronal, aquisição de habilidades. Expressa sentimentos complexos (amor, infelicidade, ciúmes). Preocupados com aceitação externa. Domina as tarefas primárias da socialização no final desse período. Desenvolvem empatia, vergonha e humilhação. Começa a ter consciência de genitália e diferença entre sexos. Ainda não tem noção corporal completa, então pequenos ferimentos parecem absurdos (fase band- aid). Criança de 4 anos é CURIOSA. Pergunta sobre tudo, questiona persistentemente. Aos 5/6 anos, movimenta-se com confiança em todas as direções. Lava as mãos, escova os dentes, anda em triciclo, tem coordenação motora fina desenvolvida o suficiente. Capaz de chutar e rebater bolas. Empilha blocos. Reconhece limitações sociais. MOTRICIDADE Necessário saber as habilidades motoras para diagnóstico precoce de distúrbios neurológicos. Quanto mais cedo a intervenção, mais efetiva (plasticidade cerebral maior). O tempo de reação a um estímulo melhora. Aprimora motricidade pelo brinquedo. Fatores que influenciam: inteligência inata, ambiente, padrões familiares e condições físicas. CORTES TRANSVERSAIS Aos 3 anos é capaz de subir escadas alternando os pés. Realiza duas atividades ao mesmo tempo. Deve compreender revezamento. Aos 4 anos, indica preferências (roupas, gostos). Consegue ficar em pé por 30 segundos de olhos fechados (Teste de Romberg). Desenvolve persistência motora (ex: ficar 30 seg de boca aberta). Fica em um pé, salta com um pe. Consegue desenhar a figura humana. A partir dos 4 anos está apta a aprender um novo idioma. Aos 5 anos, usa tesoura, pode andar de bike, gosta de desafios. Copia quadrado e triângulo. Memória bem desenvolvida. Faz o laço no sapato. Veste-se sozinha. Conta histórias longas. Psicologia médica 1 – O ciclo da vida humana DESENVOLVIMENTO COGNITIVO Denominado por Piaget como pré-operacional. Usa a capacidade simbólica, distingue a imagem do que ela significa. É um período de transição entre inteligência sem linguagem e conceitos (período sensório-motor) e inteligência representativa (operações concretas e formais). Criança não segue raciocínio lógico e ainda não pe capaz de compreender abstrações. Fase dos “porquês”. Ocorre a centralização: incapacidade de contemplar duas dimensões ao mesmo tempo: altura e comprimento, quantidade e disposição. O pensamento pré-operacional é estático: capta os momentos sem juntá-los. Fase egocêntrica. Pode se culpar por eventos familiares. Acredita em animismo: crê que todas as coisas são vivas. LINGUAGEM Sequência de desenvolvimento da linguagem: da articulação dos fonemas para o significado de palavras e locuções. Depois verbo e sentenças, depois uso social da linguagem. 1º substantivos, verbo e sentenças. Uso de pronomes ocorre perto dos 2 anos. Fisiologia da linguagem: Ao ser ouvida uma palavra, o estímulo percebido pela área auditiva primária do córtex e transferido par a área de Wernicke. Para que a palavra seja pronunciada: padrão é transmitido da área de Wernicke para a área de Broca, onde a forma articular é despertada e transferida para a área motora. Supõe-se que as áreas primárias da fala estejam no hemisfério esquerdo (lesões ali afetam a fala). TEORIAS DA AQUISIÇÃO DA FALA 1. Teoria etológica Postula existência de mecanismos inatos que permitem à criança a compreensão de frases. 2. Modelo cognitivo: apreensão do significado das palavras e suas funções. Ocorre na transição do estágio sensório-motor para o pré-operacional. 3. Modelo ambiental/comportamental: ambiente influencia a aquisição por meio de reforços + e - . 4. Modelo funcionalista: aborda pragmática, ou seja, necessidade de se comunicar estimulando a apreensão da linguagem falada. A partir dos 4 anos, a criança admite a existência de 2 nomes para um objeto (desde que representem níveis diferentes de classificação). Aos 6/7 anos diferencia tons de voz, escolha de palavras dependendo do ouvinte etc. DESENHO: FIGURA HUMANA Na transição da fase anal e o início da fase pré-escolar a criança desenha o corpo humano como um saco com órgãos dentro. A partir dos 4 começa a ter forma mais completa. Aos 5, desenho é reconhecível, mas podem ser desproporcionais. MUNDO DA FANTASIA Capacidade de brincar assemelha-se a capacidade de trabalhar em adultos. 3 fases de evoluções de jogos: 1. Auto-esfera: criança explora sensações relacionadas ao corpo. 2. Microesfera: jogos representativos em que externaliza suas fantasias. 3. Macroesfera: utiliza suas relações com os adultos e aborda o processo de socialização. Usa desenhos como forma de lutar contra a angústia de perder algo. Por isso, representa objetos/situações em desenhos. TEORIAS EVOLUTIVAS Segundo Freud, desenvolvimento é governado por processos conscientes e inconscientes. O mais elementar é a pulsão sexual inconsciente e instintiva: a libido – presente no nascimento. Psicologia médica 1 – O ciclo da vida humana ID: onde se concentra a libido. EGO: elemento consciente e exterior. Se desenvolve em torno dos 2 aos 5 anos. SUPEREGO: instância moral. Se desenvolve umpouco antes da idade pré-escolar. Para Freud, a idade pré-escolar está no estágio fálico. A libido está focada na região genital. Início da masturbação (passa depois). COMPLEXO DE ÉDIPO - positivo Conjunto de defesas inconscientes que a criança desenvolve em sua fase fálica pela figura parental do sexo oposto. Nele, a criança tem impulsos sexuais com relação ao genitor do sexo oposto, desejando eliminar o do mesmo sexo. Entre os 3 e 5 anos, encontra-se numa relação triangular com os pais – percebe que existe uma relação a 2 entre os pais. Criança se defende pela renúncia edípica. Para meninos: após desistir da mãe, o menino se alia ao pai e se identifica com ele. Para meninas: rivalidade ocorre com a mãe. Ocorre em 2 fases: 1. Em torno dos 2,5 aos 3 anos: mãe objeto da relação pré-edípica e pai, seu rival, apesar de amado. 2. Dos 3,5 aos 4: transfere interesse ao pai. Em meninos, o complexo de Édipo é destruído pelo complexo de castração. Na menina, é mantido pelo complexo de castração. Ela culpa a mãe por não ter pênis e mais tarde o desejo de ter pênis é transferido para o desejo de dar um bebê ao pai. Mas como não rola, acaba o ataque de édipo. (SEGUNDO FREUD!!!!) COMPLEXO DE ÉDIPO NEGATIVO Pode ocorrer devido ao papel fundamental que a bissexualidade exerce no complexo de édipo. Devido à bissexualidade do menino, ele também pode se comportar com uma atitude feminina e afetiva em relação ao pai – enquanto há hostilidade com a mãe. ERICKSON E A INICIATIVA X CULPA Sua teoria afirma que cada estágio do desenvolvimento está ligado a uma tarefa social – estágios psicossociais. Para ele, o pré-escolar está no estágio iniciativa X culpa. Existência do modo intrusivo de agir. IDENTIDADE DE GÊNERO Para Freud, era o mesmo desenvolvimento psicológico até a fase fálica – divergindo apenas na descoberta das diferenças anatômicas. Identidade de gênero: configuração psicológica e sexo biológico. Superego e influências culturais tem contribuições significativas. IDADE ESCOLAR: LATÊNCIA (6 AOS 12 ANOS) Período preparatório para a adolescência e um estágio do desenvolvimento no qual nada ocorre. Ocorre uma organização dinâmica e estrutural das pulsões (Urribarri). Não é uma simples repressão. A maturação do cérebro completa-se até os 10 anos (perguntar) e a mielinização também está praticamente pronta aos 7 anos, restando apenas 10% para evolução posterior. Sistemas noradrenérgicos e dopaminérgicos (regulam atenção e agressividade) evoluem mais lentamente. CONDIÇÕES PARA A ENTRADA NA LATÊNCIA Manejo da frustação, perda da onipotência, ligação simbólica com os pais dá lugar ao interesse pelo mundo. CARACTERÍSTICAS DA FASE Depende da eficácia da repressão, reestruturação da memória e do estabelecimento da constância comportamental. Ocorre reorganização complexa das defesas, divididas em 2 pilares: 1. Plano afetivo: utilização de mecanismos obsessivos. 2. Plano cognitivo: início do funcionamento das estruturas de operações concretas. Ocorre desligamento progressivo dos progenitores e divisão entre meninos e meninas. A competência é o principal sentimento. Psicologia médica 1 – O ciclo da vida humana Crise básica da fase: industriosidade (capacidade de uma ação efetiva) ou a inferioridade se instala. Evolução para diferenciar fantasia/sonho e realidade. É a idade da razão. Forma-se a consciência de culpa (ação do superego). Para BLOS, o avanço da autonomia do ego resulta na distinção entre fantasia e realidade, mas ainda se vê atitudes infantis. DESENVOLVIMENTO AFETIVO E SEXUAL Ocorre a resolução do complexo de Édipo. Há ação do superego em cima da masturbação e incesto. Há capacidade de sublimação: por meio da ação, fortalece e flexibiliza o ego. Comum rechaço materno. Busca de novos modelos para se identificar = identidade própria. Agora o interesse é no corpo do outro. ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA E CONFLITOS Ego e superego tornam-se mais capazes de lidar com o instinto. Medos são mais reais. Aparecem defesas de somatização: vômito, cefaleia e erupções cutâneas. Substituição de um padrão neurótico para defesas mais adaptativas. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 3 etapas: 1. Início da latência (6 a 7 anos): diferenciação de fantasia e realidade. Surgimento de moralidade. 2. Maturação durante latência (7 a 8,5 anos): pensamento operacional concreto, organização conceitual da memória. Desenvolve própria ética – fora do padrão dos pais. 3. Transição final (10 a 12 anos): percepção e conhecimento real do mundo. Busca pessoal real para expressar seus impulsos. Segundo PIAGET, instala-se o período das operações concretas. Ocorre transição do pensamento apoiado na ação p/ estabelecimento de estruturas lógicas mais gerais. Surge noção de reversibilidade ( 1+ 2 = 3 e 3 – 2 = 1), inPENSAMENTO OPERriância e conservação de substância, peso e volume. EXPRESSÃO GRÁFICA 1. Traço oblíquo 2. Detalhamento e coordenação fina 3. Aparecem movimentos no desenho 4. Noção de profundidade e sombreado PENSAMENTO SIMBÓLICO 1. Simbologia inconsciente própria 2. Instalação do pensamento operacional concreto: pensamento abstrato que se apoia em características concretas da experiência. 3. Linguagem verbal, não mais afetivo-motora. 4. Memória se reorganiza com a inclusão da representação com palavras. Não são as abstrações que se desenvolvem, mas refina-se a capacidade de perceber a natureza abstrata. 5. Planejamento e programação tornam-se possíveis, assim como o tempo para elaboração de resposta. Satisfaz suas próprias curiosidades. SOCIALIZAÇÃO Superergo é parte da criança, então ela diferencia maus pensamentos das más ações. Sua consciência é mais severa que a dos pais, uma vez que projeta neles seus instintos. Ocorre passagem da constância objetal para a constância comportamental. A ansiedade característica da fase é o medo de desapontar e não ser aceito em grupos. Na fase anterior, temia perder o amor dos pais. Surge a sublimação reforçada: aceitação do comportamento aprovado pelo grupo. (popular, rejeitados etc.). Elabora um juízo moral envolvendo consenso e negociação social. Além disso, desenvolve empatia com sentimentos do outro. IDENTIDADE DE GÊNERO Se inicia aos 3 anos e nessa fase é influenciado pela escolha de papéis, modelos, amigos e socialização. Hormônios retomam gradativamente sua atividade a partir dos 7/8 anos em meninas e 9//10 anos em Psicologia médica 1 – O ciclo da vida humana meninos. Não se sabe que sexualidade está ligada ao erótico. Em meninos, desenvolve-se mais a função instrumental (ação) da sexualidade. Em meninas, a função expressiva (sentimental). PUBERDADE Processo de maturação lento e progressivo. Adolescência é um período de maturação de duração variável, situado entre a infância e a vida adulta. Ocorre o estirão puberal. Meninas maturam, aproximadamente, 2 anos antes de meninos. Em meninas, surto de crescimento aos 10/11 anos. Em meninos, aos 12/13 anos. Amadurecem as características sexuais primárias e surgem as secundárias. PUBERDADE FEMININA Primeiro sinal: aparecimento do broto mamário (telarca). O momento de desaceleração do crescimento coincide com a menarca (próx. 12 anos). PUBERDADE MASCULINA Primeiro sinal: gonadarca (crescimento dos testículos). A idade da espermarca não se relaciona com fase de maturação. Podem apresentar ginecomastia (crescimento das mamas). Termina, em geral, aos 16 anos. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO Pensamento operatório. Vê o mundo a partir da perspectiva do outro. “Estágio das operações formais”: lógico, simbólico. Pensamento hipotético-dedutivo é a mais elevada organização da cognição (ir do geral para o particular). Mais complicadoque o raciocínio indutivo (ir do particular para o geral). Ocorre supervalorização do subjetivo em objetivo (egocentrismo das operações formais). ÉPOCA DA PUBERDADE O tempo para passar pela puberdade independe dela ter começado cedo ou tarde. LUTOS DA PUBERDADE Luto pela perda da identidade e do corpo infantil, bem como os pais da infância. RITUAIS DE PASSAGEM Puberdade representa a possibilidade de execução, pela primeira vez, de atividades sexuais e reprodução. Estágios do rito de passagem por Van Gennep 1. Separação das funções normais durante a puberdade. 2. Incorporação quando o indivíduo é trazido de volta para o convívio social por cerimônias e agora assume um novo papel.
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