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Teoria Constitucional do Processo - aula 02 - DF Processuais

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Teoria Constitucional do Processo 
Direitos Fundamentais Processuais 
Profa. Me. Daniela Gonsalves da Silveira
DF ao Processo Justo: Devido Processo Legal
Produção de decisões legítimas e justas 
Procedimento que obedece aos direitos fundamentais processuais
Princípio fundamental de organização do processo: modelo mínimo
Densificação por meio da legislação infraconstitucional 
Art. 5º, LIV, CF: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.
É cláusula geral: adequação do processo ao direito material. 
“Devido Processo Legal Substancial”: proporcionalidade e razoabilidade. 
Art. 6º, CPC: “todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”. 
Modelo cooperativo de processo: 
Daniel Mitidiero: do juiz para com as partes
Fredie Didider: todos os sujeitos do processo entre si (boa-fé objetiva) 
esclarecimento (esclarecer-se junto às partes)
prevenção (prevenção quanto ao uso inadequado do processo)
auxílio (auxiliar as partes na superação de dificuldades que impeçam o exercício de direitos, faculdades, ônus ou deveres)
diálogo (consultar as partes antes de decidir)
DF à cooperação ou à colaboração
Igualdade ou paridade de armas
Art. 7º, CPC: “é assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação das sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório”.
Não previsto expressamente na CF para o campo processual: igualdade perante a ordem jurídica como um todo. 
Igualdade no processo (meio): na aplicação da lei e na condução do procedimento 
Igualdade pelo processo (fim): unidade do direito, precedentes obrigatórios
Direito ao contraditório e à ampla defesa
Art. 9º, CPC: “não se proferirá decisão contra uma das partes sem que esta seja previamente ouvida”. 
Art. 10, CPC: “o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”. 
Contraditório fraco: bilateralidade de instância: apenas para as partes. 
Contraditório forte: direito de influência: destina-se também ao juiz. 
Contraditório diferido ou postecipado
 Inaudita altera pars: decisão provisória. 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
(...)
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
Contraditório eventual
Realiza-se em outro processo na eventualidade de o interessado propor demanda para ampliação ou exaurimento da cognição. 
Direito à prova
Art. 5º, LVI, CF: “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”.
Art. 369, CPC: “as partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados nesse Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz”. 
Meio de prova | Ônus da prova | Admissibilidade da prova
Momento da prova | Valoração da prova
Admissibilidade: controversa, pertinente, relevante. 
Direito à publicidade
Art. 5º, LX, CF: “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou do interesse social o exigirem”. 
Art. 93, IX, CF: “todos os julgamentos do Poder Judiciário serão públicos, (...) podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação”. 
Geral ou restrita
Imediata ou mediata 
De regra, é geral e imediata. 
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
§ 1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.
Direito à Fundamentação das Decisões
Art. 93, IX, CF e Art. 11, CPC: “todos os julgamentos do Poder Judiciário serão públicos e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade”. 
Momento de verificação da aplicação do contraditório
Justificação para o caso concreto e capacidade de orientação de condutas
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé.
Direito à duração razoável do processo
Pacto de San José da Costa Rica: 
“toda pessoa tem o direito a ser ouvida com as devidas garantias dentro de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou para que se determinem os seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza”. 
Art. 5º, LXXVIII, CF: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. 
Art. 4º, CPC: “as partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa”.
Art. 139, CPC: “o juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
(...)
II - velar pela duração razoável do processo;
(...)”
Tempo fisiológico e tempo patológico do processo

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