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Aconselhamento Cristão

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Aconselhamento Cristão
CEBESP INTRODUÇÃO
“Se existe um segredo para o sucesso, este é a capacidade de entender o ponto de vista do outro tão bem quanto o seu próprio” Henry Ford 
Este é o início de todo aconselhamento, conseguir compreender o outro acima de qualquer situação ou circunstância, é entender que o outro pode ter um ponto de vista diferente do meu sem assim me afetar ou me ameaçar com seus pensamentos, baseando-se neste princípio vem os conselhos sábios cheios de graça e humildade direcionando uma pessoa mais próxima possível do fim de seu possível dilema.
Podemos diante de tal descoberta do ser que se expõe para ser beneficiado pelo conselho receber uma recusa drástica: “Se conselho fosse bom, seria vendido e não doado” – Provérbio popular. 
Pode parecer uma ideia um pouco ultrapassada começar um estudo menosprezando o objeto de estudo, mas provavelmente muitos já tenham ouvido essa frase célebre, porém não deixa de ter a sua verdade, mesmo que tenha sido dita por qualquer pessoa que desejasse fingir não precisar de conselhos. Receber conselhos sábios alimenta e fortalece a alma, é como tirar um julgo de sua alma de tal maneira que seus olhos são abertos e você consegue entender coisas que antes era tão obscura e de difícil interpretação, mas infelizmente estes conselhos estão se tornando cada vez mais raros, encontrar pessoas capacitadas para instruir e aconselhar outros em amor e prudência já não é tão simples assim, um misto de pensamentos tem tomado conta da mente de muitos entre eles os pastores ou ministros dentro das igrejas, estão mais na condição de receber conselhos do que oferecer. “Os conselhos são importantes para quem quiser fazer planos, e quem sai a guerra precisa de orientação” (Provérbios 20:1). 
Neste estudo priorizamos o aconselhamento como necessário para o ministério pastoral ou qualquer área que um indivíduo atue, mas o intento maior é o preparo para ser um conselheiro, e este estudo não tem como objetivo oferecer conhecimento mas abranger de maneira precisa a diferença entre um aconselhamento pastoral e um acompanhamento psicológico, que não é a natureza deste estudo. “O sábio ouvirá e crescerá em conhecimento, e o entendido adquirirá sábios conselhos” (provérbios 1:5)
O aconselhamento é um ministério em que muitos são ajudados, histórias podem ser totalmente mudadas através de conselhos sábios de homens ou mulheres que buscam orientação de Deus para aconselhar aqueles que necessitam. “Os conselhos são importantes para quem quiser fazer planos, e quem sai à guerra precisa de orientação.” (Provérbios 20:1). 
Há em seu coração um desejo de auxiliar pessoas através do conselho, uma orientação que abençoe e encaminhe, jovens adolescentes, adultos, velhos, homens ou mulheres, então há um desafio proposto para que busque ao Senhor em todo tempo, e antes de ser um conselheiro é necessário se preparar. 
Um conselho é muito mais que uma opinião pautada em simples experiências superficiais ou achismos, direcionar alguém com conselhos pautados nas escrituras e orientação de Deus requer uma busca pessoal da orientação e do conselhos do nosso maior conselheiro. 
O desejo de ajudar outros é importante, mas acima de tudo isto deve estar muito certo em seu coração que é honrar a Deus e a sua palavra em tudo o que você faz. 
Antes de entrarmos no assunto sobre aconselhamento faz-se muito importante conhecer o objeto do aconselhamento, o homem, estaremos estudando um pouco sobre a formação do homem, desde sua criação até a sua queda. 
Veremos que após a queda vieram as consequências, e, por conseguinte todos os problemas emocionais e espirituais do homem. Deus criou homem para viver em perfeita harmonia, mas o homem escolheu virar as costas para Ele. 1 Epistemologia (do grego ἐπιστήμη [episteme] - conhecimento, ciência; λόγος [logos] - estudo de), também chamada de teoria do conhecimento, é o ramo da filosofia que trata da natureza, das origens e da validade do conhecimento.
A Criação do homem O Projeto de Deus “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra. Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn. 1:26,27). Deus criou o homem perfeito e harmonioso. 
Não somos frutos do acaso ou de um acidente genético, mas de um projeto claro e específico do Filho e do Espírito Santo. Imagem vem do hebraico “tselem” , que quer dizer figura representativa, aparência externa. Semelhança vem da palavra hebraica “demuwth” , que significa padrão, espécie, conduta, modelo, aparência interior. 
A Ação de Deus “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente”. 
Formou o homem do pó “âphâr”, que significa terra, restolho (nada de especial), diz respeito ao corpo. Fôlego, “neshâmâh” - vento, rajada de vento, “espírito”, diz respeito ao espírito. e o homem se tornou alma VIVENTE, “nephesh”, criatura viva, que possui corpo, desejo, apetite, sentimento. A alma é resultado do sopro de Deus no corpo sem vidade Adão. 
A combinação de espírito e corpo produziu a alma, aquilo que é singular no homem. Funções do espírito, da alma e do corpo Vimos que o homem é espírito, é capaz de ter consciência de Deus, de se comunicar com Deus (Jó 32:8; Sl. 18:28; Pv. 20:27). 
O homem é alma, tem consciência de si mesmo (Sl. 13:3). E homem é corpo mediante os seus sentidos; por isso tem consciência do mundo. Espírito: É importante sabermos que possuímos um espírito e que toda comunicação de Deus com o homem ocorre através dele. 
“A palavra do Senhor acerca de Israel: Fala o Senhor, o que estendeu o céu, e que lançou os alicerces da terra e que formou o espírito do homem dentro dele” (Zc. 12:1). “Mas, o que se une ao Senhor é um só espírito com ele” (I
 “Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” (I Co. 3:16). O nosso espírito então, é que mantêm comunhão com Deus. “
O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm. 8:16). Corpo: Através do corpo físico, o homem entra em contato com o mundo material e físico. 
Ele nos dá consciência do mundo físico, através dos sentidos que são: visão, audição, olfato, tato e paladar. 
Alma: Jesus veio para salvar a alma. 
A alma é a pessoa, por isso também podemos chamá-la de personalidade. 
É nela que ficam as marcas e feridas dos traumas e complexos. 
Salvar a alma não é somente livrá-la do inferno e da condenação, mas é também a restauração da imagem e semelhança de Deus em nós. 
Através da alma o homem tem consciência de si mesmo. 
A alma é o ponto de intercessão (encontro) do espírito com o corpo, pois o espírito humano não pode atuar diretamente sobre o corpo, por isso ela é a mediadora. 
A função da alma é manter a harmonia entre o espírito e o corpo. 
temos a seguir um diagrama da nossa alma: 
Emoção: o mundo emocional é aquele por onde circulam o afeto, as sensações de alegria ou de tristeza, bem-estar, insatisfações e a capacidade de se vincular ao mundo exterior, de sentir o outro e o ambiente. As emoções também têm a ver com a intuição, percepção e sensibilidade. Poderíamos dizer que, usando a metáfora do corpo, as emoções estariam representadas pelo tronco e pelo peito. Por isso é comum se ouvir a referência a uma angústia ou a uma grande tristeza como um aperto no peito. Às vezes, a angústia é tão profunda que provoca náuseas, o que significa que mexe com o ventre. Dentro da emoção temos a afeição, a percepção e o desejo - Afeição - “...a alma de Jônatas ligou-se com a alma de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma” (I Sm. 18:1). “Dize-me, ó tu, a quem ama a minha alma...” (Ct. 1:7). “...de modo que a sua vida abomi-na o pão, e a sua alma a comida apetecível” (Jó 33:20). - Desejo - “...Assim a minha alma anseia por ti, ó Deus!” (Sl. 42:1). “...o meu amadoem quem a minha alma se compraz; ...” (Mt. 12:18). “Minha alma te deseja de noite...” (Is. 26:9).
Aconselhamento Cristão Página 7 de 46 CEBESP - Percepção - “...e uma espada traspassará a tua própria alma,...” (Lc. 2:35). “Deixa-a, porque a sua alma está em amargura...” (II Rs. 4:27). “Por que estás abatida, ó minha alma, ...” (Sl. 42:5). 
b) Intelecto (mente): é o mundo do pensamento, fica fácil associá-lo à cabeça, região do raciocínio, da lógica e da reflexão. É através do pensamento que se pode abstrair, fantasiar ou articular idéias e conceitos. O intelecto está ligado ao pensamento, às idéias, à teoria. “...Maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem” (Sl. 139:14). “...E o conhecimento será aprazível à tua alma;...” (Pv. 2:10). “Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos: guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso; assim serão elas vida para a tua alma, e adorno para o teu pescoço” (Pv. 3:21,22). “Sabe que é assim a sabedoria para a tua alma...” (Pv. 24:14). 
c) Vontade: é o querer ou não alguma coisa, tem também a ver com a impulsividade, a pertinácia e a perseverança. A garra e a agressividade, também têm a ver com estes aspectos da nossa alma. Associando esses conceitos à ação, a parte do corpo mais apropriada para representar a vontade seriam os membros, através dos quais pegamos, conquistamos, pisamos, realizamos. “...Senhor não o entregarás à vontade (original alma) dos seus inimigos” (Sl. 41:2) . “Não me entregues à vontade dos meus adversários...” (Sl. 27:12). “E, se te enfadares dela, deixá-la-ás ir à sua vontade...” (Dt. 21:14). “Nessas coisas a minha alma recusa tocar,...” (Jó 6:7). 
d) Consciência: mais para o interior da figura, encontramos o espaço destinado à consciência - aquela voz interior que soa com a nossa própria voz, criticando nossos atos e os atos alheios; é aquela voz que acusa e denuncia, acionando um alarme dentro de nós é aquela voz que também aprova nossos atos corretos e agradáveis a Deus. É a consciência que desperta as culpas e dispara o alarme dos ricos e perigos. No entanto, ela não tem poder de decisão. e) Livre Arbítrio: Tal poder de decisão compete ao livre-arbítrio, que é o cerne e o eixo principal da alma. É a instância última do ser humano, que o diferencia - juntamente com a consciência - dos outros animais, assemelhando- o a Deus, seu Criador. Livre-arbítrio é
Aconselhamento Cristão Página 8 de 46 CEBESP o poder maior da alma: é a capacidade de escolher, de decidir e de optar. Usando-o, caminhamos ou para o céu ou para o inferno; decidimos nossos rumos e destinos. É porque temos o livre-arbítrio que resistimos a Satanás, à tentação e ao pecado. Escolhemos fazer uma ou outra coisa, e, por isso, somos responsabilizados perante Deus e os homens. Por causa da importância deste dom, o livre – arbítrio está no ponto central da alma e simbolizado no núcleo do desenho acima. Chamamos a atenção, ainda dentro destes princípios, que podemos dividir a mente em consciente e inconsciente. A mente aqui não se refere ao intelecto acima descrito, e sim, à mente como vida psíquica. Observe também, que a divisão diz respeito à consciente e inconsciente, e não à consciência. O consciente é a superfície da vida psíquica onde está a consciência. Sabemos o que está se passando agora dentro de nós mesmos, conhecendo nossos sentimentos, pensamentos e desejos, além de termos consciência deles. O consciente é o espaço onde aparece a emoção, o intelecto e a vontade; e é também o arquivo onde estão todos os dados aos quais temos acesso constante. Mas, o consciente é apenas a ponta de um "iceberg". Já o inconsciente é o resultado da soma dos traços que se recebe por herança mais as sínteses das experiências vividas. Tudo o que já vivemos até o presente está gravado no inconsciente. A memória do inconsciente é pantomnésia (panto = tudo). Não só o que vivemos, mas também as nossas conclusões, fantasias e sínteses de cada experiência precipitam-se para o inconsciente, e lá se depositam, passando a exercer influência. É nessa química de vivência mais herança que são gerados os códigos, valores, conceitos, pressupostos e programas que determinam nossas ações e reações O que sou de fato está muito mais no inconsciente do que no consciente. A maioria das pessoas tem uma visão consciente de si que distancia do todo que ela realmente é. E quanto maior essa distância, mais doente e desajustada está a pessoa. Por outro lado, quanto mais madura e saudável está uma pessoa, mais conhecimento ela tem de si própria. Por isso mesmo, podemos concluir que o processo de crescimento, seja psicológico, seja espiritual, se dá por meio de um contínuo encontro da pessoa consigo mesma até que chegue à expressão plena de seu ser como imagem e semelhança de seu Criador.
Aconselhamento Cristão Página 9 de 46 CEBESP A queda do homem “Porquanto a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou. E não só ela, mas até nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, aguardando a nossa adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. Porque na esperança fomos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?” (Rm. 8:20,23,24). Com a entrada do pecado, a criação foi atingida e sujeita à corrupção. Entrando o pecado, entrou a desarmonia. E o homem foi alvo central nesse processo. O homem é uma trindade e como vimos, foi criado espírito, alma e corpo, e como conseqüência do pecado essas três partes foram atingidas: o espírito ficou inativo, a alma entrou em desarmonia, e o corpo conheceu a corrupção. Nosso objetivo é estudar sobre esse distúrbio ou desarmonia da alma. Inteirarmo-nos de como o homem foi e tem sido afetado, tornando-se cativo de si mesmo e suscetível ao mundo espiritual do mal, aos enganos e sugestões malignas. Cremos que o espírito do homem é a parte que nasce de novo. Tiago 1:21 diz: “acolhei com mansidão a palavra em vós implantada a qual é poderosa para salvar as vossas almas”. Não é a alma que nasce de novo. A salvação e restauração da alma é um processo dinâmico. Tiago falava, nos versos 18 a 21 do texto acima, para pessoas que nasceram de novo. Pois os chamava de “meus amados irmãos”. Com isso, entendemos que o homem interior, o espírito, recebe a vida eterna e nasce de novo. Mas seu intelecto, vontade e suas emoções ainda precisam ser tratadas. Não nasceram de novo, precisam ser renova dos (Rm. 12:2). O Salmista também falou da restauração da alma: “Refrigera-me a alma...” (Sl. 23:3). A palavra hebraica traduzida aqui “refrigerar” no Antigo Testamento é a palavra grega traduzida como “renovar” no Novo Testamento e significam a mesma coisa. A alma e a mente devem ser renovadas ou restauradas. No Éden, iniciou-se todo o distúrbio. A semente do mal foi lançada no homem, e com isso ele só necessitou dos agentes catalisadores (pai, mãe, familiares, marido, esposa, professores etc.), que seriam responsáveis pelo desencadeamento dos problemas e dificuldades interiores.
Aconselhamento Cristão Página 10 de 46 CEBESP Você se lembra como Adão explicou sua desobediência a Deus? Jogando toda a culpa em Eva. E quando Deus falou com Eva, consequentemente ela jogou toda a culpa sobre a serpente. Assim como Adão e Eva, todos nós preferimos ignorar nossa responsabilidade pelos problemas que enfrentamos. Eles nos machucam demais, então é mais confortável responsabilizar os outros por aquilo que nos perturba. Culpamos o nosso próximo e, muitas vezes, culpamos o diabo. É importante lembrarmos que os problemas entre as pessoas começam dentro de nós. O conceito que temos acumulado de nós mesmos dá cor a tudo que vemos. Se fôssemos maduros e honestos para identificar os problemas e conflitos que há dentro de nós, teríamos menos problemas entre nós. Portanto, a queda afetou a relação do homem com Deus, com o próximo e com ele mesmo. Cremos que o Espírito Santo, nestes dias, deseja restaurar-nos por completo: “Espírito, alma e corpo guardados irrepreensíveis...” (I Ts. 5:23). Consequênciasda queda: barreiras, feridas e traumas Como consequência, surgiram às enfermidades interiores e as deformações de personalidade. Essas enfermidades aparecem como consequência de sua separação de Deus. O Homem foi entregue a si mesmo, saindo fora do controle do Espírito Santo, e também como resultado das influências demoníacas. Como uma das consequências da queda temos as barreiras que se erguem em nosso interior. Podemos localizar dois tipos de barreiras interiores: as verticais e as horizontais. As verticais são formadas entre nós e Deus. Ela impede um relacionamento íntimo e satisfatório com Deus. O homem foi criado à imagem de Deus e ele não pode viver em harmonia sem se relacionar adequadamente com seu criador. E um fator que impede uma pessoa de desenvolver um relacionamento profundo com Deus é a imagem distorcida que tem a respeito Dele. Muitos O consideram (mesmo que inconsciente) como um Deus severo, punitivo, indiferente, que muitas vezes nos rejeita quando falhamos, além de muitos outros conceitos negativos. As barreiras horizontais se interpõem entre nós e os outros. Elas impedem que estabeleçamos relacionamentos significativos com o próximo.
Aconselhamento Cristão Página 11 de 46 CEBESP O fato de não nos conhecermos plenamente torna-nos ilhados em nós mesmos. O medo da rejeição, da crítica, os complexos de inferioridade e até de superioridade formam barreiras que impedem as pessoas de se aproximarem e se relacionarem conosco em nível mais profundo. Já com relação às feridas e traumas seria o que a Bíblia chama de “enfermidades”. São dificuldades, problemas em nossa personalidade que requerem um toque mais profundo e específico do Espírito Santo. Há experiências passadas em nossa vida que necessitam de uma “desprogramação”. São mensagens negativas que precisam ser desgravadas. São cenas do passado que nunca foram esquecidas e a dor da lembrança ainda nos persegue como se tivesse acabado de acontecer. As feridas são conseqüências de danos pessoais; pessoas e situações que o feriram, através de palavras e atitudes, ou ausência de afeto e atenção dos pais, desilusões, injustiças, sofrimentos morais e também físicos, etc. Os traumas são produzidos por experiências fortes acima da capacidade emocional do indivíduo. Muitas vezes duas pessoas passam por uma mesma experiência traumática e somente para uma delas se torna um trauma. Deus criou o homem diferente uns dos outros exteriormente e interiormente. Devido à sensibilidade emocional de cada um, a situação traumática será de maior ou menor dano. Nossa história de vida é o somatório de diversas experiências, desde a concepção até a morte. Enquanto houver vida estamos expostos a situações constrangedoras e ameaçadoras.
Aconselhamento Cristão Página 12 de 46 CEBESP CAPÍTULO 1 O ACONSELHAMENTO CRISTÃO Aconselhar é uma das atividades importante de um pastor, ou mesmo líder de ministérios e departamentos. Podemos salientar que as necessidades do povo cristão não são diferenciadas do homem comum, visto que somos todos seres humanos. Esta prática deve ser aprimorada dentro da igreja de Cristo, pois o mesmo era um conselheiro de fato e de direito. Essa disciplina tem o objetivo de apresentar alguns apontamentos no quesito aconselhamento cristão, com ênfase no trabalho pastoral desenvolvido frente às comunidades que professam a fé em Cristo e seus ensinamentos, uma vez que a igreja é reconhecida como uma comunidade terapêutica sempre pronta a acolher, tratar e acompanhar as pessoas em suas dificuldades. A orientação pastoral tem um papel fundamental na busca por uma mudança do comportamento humano cada vez mais nos dias atuais, onde o pastor exerce uma função de conselheiro, amigo e orientador de acordo com os princípios bíblicos estabelecidos por Deus na sua palavra, sem interferir nas decisões do aconselhando, para isso, usa de diversas ferramentas no desempenho desse trabalho, levando em conta que esse orientador deverá ter conhecimento em outras áreas do saber. O aconselhamento é, entre outras coisas, uma relação em que uma pessoa, o ajudador, busca assistir outro ser humano nos problemas da vida. O aconselhamento, para ser chamado cristão, precisa possuir quatro características:  Ser realizado por um cristão;  Ser centrado em Cristo (Cristo não é um adendo ao aconselhamento, mas é a alma e o coração do aconselhamento, a solução para os problemas;  Ser alicerçado na Igreja (a Igreja é meio principal pelo qual Deus trás as pessoas ao seu convívio e as conforma ao caráter de Cristo);  Ser centrado na Escritura Sagrada (a Bíblia ajuda a compreender os problemas das pessoas e prover solução para os mesmos); 1.1 Propósitos gerais
Aconselhamento Cristão Página 13 de 46 CEBESP  Estimular o desenvolvimento da personalidade do sujeito;  Ajudar os indivíduos a enfrentarem mais eficazmente os problemas da vida, os conflitos íntimos e as emoções prejudiciais;  Prover encorajamento e orientação para aqueles que tenham perdido alguém querido ou estejam sofrendo uma decepção; o Assistir às pessoas cujo padrão de vida lhes cause frustração e infelicidade;  Auxiliar na compreensão do assistido a obter um quadro real do que está passando em seu íntimo e no mundo que o rodeia – “Ninguém gosta de mim”.  Auxiliar na comunicação do aconselhado. Expressar seus sentimentos, pensamentos e atitudes.  Aprendizado e modificação do comportamento. Ajudar o aconselhado desaprenda comportamentos negativos e aprenda meios mais eficientes de agir.  Conduzir o aconselhado a assumir responsabilidade por suas próprias escolhas. 1.2 Propósito cristão Levar o indivíduo a uma relação pessoal com Jesus Cristo, auxiliando-o a se tornar discípulo de Cristo e depois discipular outros.  Tipos de aconselhamento  Diretivo-confrontacional – Ouvir, encorajar e apoiar mas também confrontar, desafiar e ensinar incisivamente.  Não diretivo – Ouvir, encorajar e apoiar sem dar porém muita orientação.  Ambos  Elementos imprescindíveis a um aconselhamento eficaz Atenção. O conselheiro deve tentar conceder atenção integral ao aconselhado. Isto é feito mediante contato visual; postura; gestos naturais; Deve estar atento a situações
Aconselhamento Cristão Página 14 de 46 CEBESP pessoais que impeçam a atenção tais como fadiga, impaciência, preocupação com outros assuntos, devaneios e inquietação. Escutar envolve entre outras coisas:  Evitar expressões verbais ou não-verbais dissimuladas de desprezo, juízo com relação ao conteúdo da história do aconselhado, mesmo quando esse conteúdo ofenda a sensibilidade do conselheiro.  Aguardar pacientemente durante períodos de silêncio ou lágrimas.  Ouvir não apenas o que o aconselhado diz, mas aquilo que ele ou ela está tentando dizer ou deixou de dizer.  Estar atento as pistas não verbais tais como: postura, tom de voz, olhar.  Evitar a falação excessiva, oferta deliberada de conselhos e intromissão ansiosa na fala do aconselhado. Responder. Provoque a reflexão do aconselhado. Pergunte-se antes:  Eu já tenho suficiente informação para responder?  Quais os resultados que minha resposta pode provocar?  Eu tenho condições de enfrentar os sentimentos reativos do aconselhado mediante minha resposta? Cuidado para não encorajar dependência do aconselhado às suas respostas e se as recomendações não forem bem sucedidas o conselheiro irá mais tarde sentir-se responsável por sua orientação. Procure não emitir opiniões pessoais. Balize-se na palavra. O aconselhado deve ser levado a depender de Deus e interdepender das pessoas. Perguntar. Para obter maiores esclarecimentos sobre o que o aconselhado está tentando dizer. Evite fazer muitas perguntas de uma só vez o que se assemelha a um interrogatório. Confrontar. Significa apresentar alguma idéia ao aconselhado, a qual ele ou ela talvez não esteja percebendo. Deve ser feito em amor e de maneira suave, sem atitude de julgamento. Mesmo assim, pode provocar resistência, culpa ou ira por parte do aconselhado. É importante dar tempo ao aconselhado para digerir.
Aconselhamento Cristão Página 15 de 46 CEBESP Pecado.  Inconsistência.  Comportamento derrotista Apoiar e encorajar. Especialmente no início do aconselhamento.  O processo do aconselhamento O aconselhamento não é um processo tipo passo a passo como assar um bolo ou trocar um pneu. Cada aconselhado é único, com problemas, atitudes, valores, expectativas e experiências peculiares. O curso do aconselhamento pode variar de pessoa para pessoa. Em toda relação de aconselhamento, porém, existem ao que parece, vários estágios que incluem: o estabelecimento e a manutenção de um relacionamento entre conselheiro e aconselhado; o a exploração de problemas a fim de esclarecer certas questões e determinar como os problemas podem ser tratados; o a decisão sobre um curso de ação; Tarefa de casa no Aconselhamento (devocional, leituras, cds, dvds, diários, testes, estudos, serviço cristão, etc.) Ao final de cada sessão de aconselhamento: “De que modo posso aplicar o que conversamos em minha vida.” o estímulo do aconselhado para que tome uma atitude; 1. Avaliação do progresso e decisão sobre ações subsequentes; 2. Avaliação dos fracassos e decisão sobre ações subseqüentes; 3. Término da etapa com o conselheiro. Encaminhamento. O encaminhamento não significa necessariamente que o conselheiro seja incompetente ou que deseje livrar-se do aconselhado. “Os pacientes devem ser encaminhados quando não mostram sinais de melhora depois de várias sessões, têm necessidades financeiras graves, precisam de atenção médica ou assistência jurídica, estejam severamente deprimidos ou com intenções suicidas, mostrem um comportamento extremamente agressivo, despertem sentimentos fortes de antipatia ou atração sexual no conselheiro, ou tenham problemas que se achem fora da área da especialização do conselheiro.” Importante!
Aconselhamento Cristão Página 16 de 46 CEBESP  Estabelecer a frequência (semanal/quinzenal)  Local acolhedor, privado e seguro (evite aconselhar em casa e em horários inadequados)  Tempo das sessões  Horário  Sigilo (para ambos)  Limites (disponibilidade do conselheiro)  Termo de consentimento  Organização de um diário de notas (não tomar notas na frente do aconselhado)  Faça o atendimento em oração.  Qualificações dos conselheiros eficazes Cordialidade. Implica cuidado, respeito ou preocupação sincera, sem excessos, pelo aconselhado. Sinceridade. Ser “real” – aberto, franco, sem fingimento ou atitude de superioridade. Não implica em confrontação impiedosa, mas no conselheiro ser ele ou ela mesmo. Empatia. Capacidade de “sentir com” o aconselhado. Cuida de si. As necessidades do ajudador serão satisfeitas em outra situação não dependendo do aconselhado para receber amor, afirmar-se ou ser ajudado. “Quase todos nós encontramos pessoas que gostariam de desempenhar o papel de conselheiros, muitas vezes por se tratar de uma atividade considerada fascinante – dar conselhos e ajudar as pessoas a resolverem os seus problemas. O aconselhamento, como é natural, pode ser um trabalho muito gratificante, mas não leva tempo para descobrirmos que se trata de uma tarefa árdua, emocionalmente exaustiva. Ele envolve concentração intensa e algumas vezes nos faz sofrer, ao vermos tantas pessoas infelizes. Quando esses indivíduos não conseguem melhoras, como acontece com freqüência, é fácil culpar-nos, tentar dar mais ainda de nós mesmos e ficar imaginando o que aconteceu de errado. Enquanto mais e mais pessoas procuram aconselhamento, surge a tendência de aumentar nosso período de trabalho, esforçando-nos até o limite máximo de nossas forças. Alguns dos
Aconselhamento Cristão Página 17 de 46 CEBESP problemas dos aconselhados nos fazem lembrar de nossas próprias inseguranças e conflitos e isto pode ameaçar nossa estabilidade ou sentimentos de auto-estima. Não é de admirar que o aconselhamento tenha sido considerado uma ocupação tanto gratificante como arriscada.” Importante!  Não estar em pecado  Em comunhão com Deus e com a igreja  Submisso a liderança  Dizimista  Se se trata de um “curador ferido” redobre os cuidados (aconselhe em dupla) Riscos do aconselhamento Confundir compaixão com dom.  Romanos 12.8  Paraklesis “andar ao lado para ajudar”  “Todo pai tem a responsabilidade de ensinar seus filhos, mas apenas alguns são professores especialmente dotados.” Sobrecarga.  Multiplicar a visão.  Trabalhar em equipe.  Estabelecer e cumprir limites na relação de aconselhamento Permitir o término (necessidade de companhia ou de amizades) Adoecimento. Atenção a fadiga, apatia, irritabilidade, frustração e desgaste contínuos ou defesas como frieza, distanciamento e indiferença. Vulnerabilidade.
Aconselhamento Cristão Página 18 de 46 CEBESP  Manipulação. Sexualidade.  Proteção espiritual  Percepção dos sinais de perigo  Estabelecimento de limites  Análise de atitudes  Grupo de apoio “O indivíduo, não é completamente condicionado e determinado; ele decide por si mesmo se vai ceder ou opor-se às condições...Todo ser humano tem liberdade para modificar-se a qualquer momento. Podemos alegar que ‘que o diabo me obrigou a isso, mas o diabo só tenta. Ele nunca nos obriga a fazer nada. Nós decidimos pecar, deliberando e agindo contrariamente à orientação do Espírito Santo, que reside no interior do crente e é maior que Satanás...evite o flerte a todo custo e considere seriamente a transferência para outro conselheiro se observar indícios como ansiedade contínua durante as sessões de aconselhamento, falta de concentração interrompida por fantasias sexuais, medo de desagradar o aconselhado; preocupação com pensamentos e fantasias sobre o aconselhado no intervalo das sessões e expectativa óbvia da próxima entrevista acompanhada de temor da sessão ser cancelada ou terminado o aconselhamento.” Cuide de si  Períodos regulares de oração e reflexão sobre as escrituras  Tenha pelo menos uma pessoa que te ame e compreenda e com quem possa chorar  Lazer incluindo férias (períodos regulares, distante das pessoas exigentes e necessitadas)  Multiplicação da visão  Aperfeiçoamento do dom (cursos, leituras, trocas, etc.) “Dois ou mais conselheiros podem no geral encontrar-se regularmente para apoio mútuo e oração conjunta. Se lhe falta tal relação, ore, pedindo a Deus que o faça encontrar um companheiro com quem possa se abrir.”
Aconselhamento Cristão Página 19 de 46 CEBESP 1.3 O aconselhamento e suas definições Aconselhamento é um relacionamento interpessoal em que o conselheiro assiste o indivíduo em sua totalidade no processo de ajustar consigo mesmo e com seu ambiente. A utilização de uma variedade de métodos de cura (terapêuticos) Para ajudar as pessoas a lidar com seus problemas e crises de uma forma mais conducente ao crescimento e, assim, a experimentar a cura de seu quebrantamento. Aconselhamentos pastorais não é psicoterapia, ou psicanálise nem tampouco a resolução de problemas; mas uma forma de ajuda pastoral ou ministerial de uma determinada confissão religiosa que prega a palavra de Deus, levando o aconselhando a uma profunda reflexão sobre seu comportamento em relação a essa mesma palavra.
Aconselhamento Cristão Página 20 de 46 CEBESP CAPÍTULO 2 ACONSELHAMENTO PASTORAL Problemas é que não nos faltam nos dias atuais. E de toda ordem. Financeiros, políticos, emocionais, familiares, espirituais, de relacionamento, de saúde, de segurança, de moradia... Seu grau de agravamento decorre das influências das circunstâncias em que vivem ou trabalham as pessoas. E sobre eles ainda incide a pressão das mudanças éticas, morais, de costumes, de hábitos, deixando as pessoas confusas, a tal ponto que, na hora da angústia, não sabem qual é o melhor caminho a seguir. Assim, todos precisam de ajuda para sobreviver, de auxílio para conseguir enxergar seus problemas e de cuidado para melhor solucioná-los. Aí está o campo para a atuação do conselheiro pastoral. Esse trabalho é normalmente desenvolvido pelos pastores, mas também pode ser feito pelos membros, desde que a liderança invista em cursos de especialização na área. Dentro da igreja de Jesus o pastor sempre exerce muitasfunções tais como: amigo, evangelista pessoal, pregador, discipulador, conselheiro espiritual, entre tantas funções naturais de um ministério. Ser conselheiro pessoal e orientador é uma das funções que ele também pode exercer em seu ministério, e é uma área muito necessária dentro da igreja. O aconselhamento pastoral é uma área que tem como objetivo o auxilio a pessoas com desajustes emocionais, psicológicos; por isso torna-se necessário a cada igreja um ministério especifico para essa tarefa, visando uma melhoria em nossos lares, nos auxilio aos pais para formação de uma sociedade melhor. O aconselhamento pastoral, qual sua finalidade, sua aplicação no contexto em que vivemos, observando sempre princípios da palavra de Deus; sem desmerecer nenhuma confissão religiosa, mas primando por aquilo que acreditamos como verdade absoluta e incontestável perante uma sociedade corrompida pelos usos e costumes nos dias atuais. Hoje em dia mais e mais pastores estão recebendo treinamento especial para aconselhar, isto se chama “treinamento clinico pastoral”. Nesta classe de treinamento os pastores trabalham como conselheiros nos hospitais e outras instituições sob a supervisão de mentores que acreditam conseguir passar uma “receita de aconselhamento”, e assim depois de vários meses esses pastores estão prontos para exercer um aconselhamento pastoral de uma maneira real e mais diretiva dentro de suas igrejas. Nem sempre o
Aconselhamento Cristão Página 21 de 46 CEBESP resultado desse curso alcança muito êxito, pois o aconselhamento pastoral não é algo com receitas prontas ou técnicas de ouvir e falar algumas palavras certas, todo aconselhamento necessita de envolvimento continuo, entre o conselheiro e Deus, e o aconselhado e disposição de ouvir os conselhos vindos de Deus e sua palavra. Aconselhamento pastoral ou conselho pastoral como uma conversa espiritual. Exatamente isso, o que um pastor frequentemente faz para ajudar uma pessoa pode ser descrito como uma conversa espiritual. A maravilhosa experiência dos discípulos que caminhavam até Emaús pode ajudar-nos a entender o significado disto em Lucas 24:13-31. Esta história representa um excelente modelo de “conversa espiritual” entre o pastor e as pessoas. Neste sentido, o conselho pastoral pode ser descrito como a conversa entre duas pessoas até que cheguem a conhecer a presença do Cristo vivente. Aconselhar necessita envolvimento com interesse na vida do aconselhado, pois a conversa pastoral começa quando duas pessoas se juntam para falar de coração para coração. A conversa pastoral não é um processo onde uma pessoa diz à outra o que deve fazer, mas, este é o processo por meio do qual as duas pessoas se juntam para tomar conhecimento da situação e entende-la. (vs. 14,15) Uma conversa que caminha para um aconselhamento começa com frequência compartilhando a tristeza e a perplexidade (vs. 17). O pastor permanece à margem do problema; ele entra no problema e caminha com a pessoa, quando uma solução é obtida é porque o Cristo vivente estava com eles (vs. 31), e quando isto acontece o pastor simplesmente não entrega à outra pessoa a resposta do seu problema. Sua parte na conversa é bem mais ajudar-lhe a descobrir novas realidades na presença de Cristo. O objetivo do conselheiro é levar o aconselhando a refletir sobre questões de cunho pessoal, para que o mesmo se convença da verdade de Deus a ele exposta pelo conselheiro, visando tomada de decisões por parte do aconselhando; o objetivo de quem aconselha é sempre buscar um equilíbrio psicológico do paciente (cristão) em relação às sagradas escrituras. O evangelho de Jesus é a proclamação das boas novas, aconselhamento poderia ser definido como a proclamação do evangelho e proclamação do perdão para o pecador, aconselhamento é antes de tudo comunicar a palavra de Deus, o aconselhamento deve prioritariamente tratar das tensões interiores e dos diversos complexos que interferem na vida do ser humano, ele deve promover a libertação do medo, da culpa, iras inadequadas,
Aconselhamento Cristão Página 22 de 46 CEBESP essa tarefa devera ser efetuada com o auxilio dos recursos contidos na palavra de Deus, mais os recursos obtidos na pedagogia, psicologia e filosofia. A igreja primitiva tinha esse compromisso de cuidar integralmente dos cristãos, levando em conta suas necessidades como um todo, seja físico, psíquica ou espiritual. 2.1 A importância do aconselhamento pastoral É impossível ajudar outras pessoas Integralmente somente com pregações, mensagens e palavras por mais bem elaboradas que sejam, é importante ter um encontro reservado e a sós com o individuo que quer o conselho, como exemplos têm os diversos encontros narrados na bíblia de pessoas procuraram Jesus as sós, Nicodemos, Zaqueu, A mulher samaritana, a mulher adultera, todos esses tiveram uma atenção especial do mestre, será que eles teriam o mesmo resultado se tivessem sido ministrados por Jesus junto com outras pessoas, claro que não, pois temos que ter momentos a sós com alguém que confiamos, e o conselheiro é um bom caminho para procurarmos ajuda. 2.2 Aconselhamentos uma via de Mão dupla Na comunicação da palavra via púlpito, não existe uma interação entre pregador e ouvinte, a comunicação fica restrita, é necessário que haja uma interação entre as partes, pois que recebe também precisa expressar seus sentimentos, precisa ser ouvido também, pois quem só recebe morre. Aspectos Centrais Do Aconselhamento  Dificuldades encontradas pelos conselheiros Os problemas mais comuns encontrados pelos conselheiros são: Falta de oração, falta de fé no Deus que serve, questão doutrinaria sentimento de culpas, pecados, mas a grande maioria dos problemas apresentados é advinda de outras fontes, sejam de ordens matrimoniais, depressão, conflitos interiores. O objetivo primário de um conselheiro cristão é o de levar o aconselhando a compreender aquilo que Jesus veio fazer sobre a face dessa terra.
Aconselhamento Cristão Página 23 de 46 CEBESP “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundancia”, quando Jesus disse essa frase ele estava dizendo eu vim trazer uma mensagem de fé, cura, de libertação para vocês, desde que vocês acreditem na minha palavra e coloquem em pratica, mas na pratica não é isso que vimos dentro das nossas igrejas na atualidade, o que vimos são cristão homens e mulheres salvos, mas que vivem uma vida totalmente fora do que o cristianismo prega, sofrendo consequências daquilo que não deveria mais sofrer, a falta de perdão, falta de amor ao próximo são algumas delas, mas o conselheiro dotado de técnicas, conhecendo a palavra de Deus a fundo e com ajuda do Espírito Santo pode ajudar o aconselhando nessa tarefa.  Relacionamentos entre conselheiro e aconselhando Existe uma dificuldade muito grande em relação a esse dialogo conselheiro e aconselhando, pois o individuo quase nunca admite a necessidade de ser orientado por alguém, pois eles têm verdadeiro pavor em contar seus medos, fraquezas, duvidas para outras pessoas, pois temem não ser compreendidos ou ate mesmo mal interpretados daí o fato de muitas vezes tentarem resolver sozinhos, quando na palavra de Deus fala que devemos confessar nossas culpas uns aos outros e orar uns pelos outros, pois a oração de um justo pode muito em sua eficácia. Como se construir um relacionamento terapêutico? Existem pontos que são fundamentais no desenvolvimento do aconselhamento: Calor humano: algo que implica atenção, respeito, carinho e preocupar-se também com o problema do outro e tentar achar uma solução. Sinceridade: te que haver sinceridade em suas atitudes, ser honesto, franco, mas não insensível ao problema do aconselhando. Empatia: O que o aconselhando realmente pensa? Como ele se sente? Quais são os valores que ele acredita? Que tipo de crença ele tem, a empatia é exatamente a capacidade de sentir o mesmo que esta sentindo o aconselhando, três coisas: Calor humano sinceridade e empatia são armas fundamentais no exercício do aconselhamento.
Aconselhamento Cristão Página 24 de 46 CEBESP 2.3 A finalidade doaconselhamento pastoral.  Ajustes do Comportamento A finalidade do aconselhamento pastoral é ajudar o ser humano no ajuste comportamental em relação à palavra de Deus. Respeitando sempre os limites da ética que se requer de qualquer orientador, esse ajuste visa uma mudança em diversas áreas da vida da pessoa que procura por esse auxilio, o conselheiro tem um papel fundamental nesse ajuste, pois ele tem o controle da situação afinal ele é treinado para isso o seu papel é fundamental no exercício de ajudar os outros nesse ajuste, portanto o que se espera de um conselheiro é integridade sinceridade, boa conduta, transparência para que o aconselhando encontre segurança e revele ao conselheiro aquilo que realmente precisa ser revelado.  A ética no aconselhamento A ética dentro do aconselhamento cristão é algo fundamental para que se possam obter bons resultados, quando um aconselhando procura um conselheiro pedindo ajuda, ele procura muito mais do que alguém que possa ouvi-lo e aconselhá-lo, ele procura um amigo em quem ele possa confiar e revelar os seus mais íntimos segredos, seus medos, suas dificuldades algo que ele tem dentro de si e que precisa ser lançado para fora, ele precisa de alguém em que ele possa confiar de verdade. Essa palavra “ética” muitas vezes tem sido esquecida pelos conselheiros ou até mesmo pelas pessoas leigas que tentam aconselhar os outros, no afã de compartilhar com outras pessoas aquilo que se ouve dentro de um diálogo ou nos gabinetes pastorais, é um desafio muito grande a ser vencido pelos conselheiros. “Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” (Tiago 5,16) 2.4 Aplicações do aconselhamento  Todo aquele que recebe os conselhos Segundo a psicologia, o comportamento do ser humano é formado segundo o meio em que ele vive suas crenças, seus valores, sua cultura, aquilo que vai sendo adquirido ao longo de sua vida tudo isso vai formando a personalidade de um individuo, quando essa pessoa procura por um conselheiro cristão, o papel dele é ajudar no ajuste dessa pessoa, do
Aconselhamento Cristão Página 25 de 46 CEBESP seu comportamento em relação a palavra de Deus e seus ensinamento, isso implica em mudanças profundas em relação as praticas aprendidas ao longo da vida são mudanças que vão sendo auxiliadas pelo Espírito Santo no ajustamento com a palavra de Deus, uma tarefa impossível de ser realizada sem ajuda do próprio Deus.  Colocando Em Prática A partir do momento em que o aconselhando recebe essas orientações, torna-se necessário o mesmo colocá-las em pratica para que se obtenham os resultados esperados, pois é no exercício do aprendizado que ele ira colher os frutos, o conselheiro não pode servir de “bola de cristal” ou “cartas de tarô” para que toda ou qualquer decisão da parte do aconselhado o conselheiro tenha que ser consultado, ele deve procurar caminhar dentro das orientações recebidas sempre respeitando princípios dos quais lhe foram ensinados (Sagradas Escrituras).  Ajudando os Outros “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. “(2 Coríntios 1: 3,4) A palavra de Deus nos contempla com essa graça de podermos ajudar a outros, pois no exercício desse ministério, também seremos ajudados em nossas fraquezas, quantas vezes deixamos de ajudar a outros, por pensar que não temos nada para oferecer, é bem verdade que não temos nada, mais o pouco que temos quando oferecido pode se tornar algo muito grande para quem esta tão carente de uma ajuda e não tem ninguém por ela, por isso torna-se necessário que ajudemos uns aos outros no exercício de aconselhar, estender as mãos ao nossos irmãos ajudando nessa tarefa de vencer as dificuldades, pois de graça recebemos e de graça damos. 2.5 Serviço de capelania “A seara é grande, mas pouco são os ceifeiros (...)”. (Mateus 9,37)  O Ministério de Capelania Prisional, Hospitalar e Escolar.
Aconselhamento Cristão Página 26 de 46 CEBESP Nos presídios o trabalho é executado junto aos detentos de forma a ajudar no ajuste de seu comportamento, levando auxílio espiritual amigo e de fé para aqueles que em determinado momento de sua vida cometeu algum ato infracional junta à sociedade em que ele vive. Nos hospitais o trabalho é realizado com os pacientes internados (leito a leito), seus familiares e também com os funcionários ajudando-os a encontrar o caminho, Jesus; é um ministério de evangelização e consolo, trabalhando junto às pessoas que sofrem. Segundo relatos da (União Médica Hospitalar Evangélica) estudos mostram que passam mais pessoas pelos hospitais do mundo, que pelas nossas Igrejas. Relatos de pesquisas em todo o mundo têm mostrado o valor do cultivo da espiritualidade principalmente em pessoas enfermas, ajudando-as a se engajarem ao tratamento médico, fazendo-as aceitar melhor o tempo de hospitalização, ter melhor qualidade de vida, maior tranqüilidade, redução do período de internação, e nos casos terminais, melhor aceitação da morte e do processo de morrer. Relatos recentes de profissionais da saúde dizem que pacientes preparados espiritual e emocionalmente antes de cirurgias têm menor probabilidade de enfartar. Nas escolas o papel do capelão é levar conselhos a alunos, professores, pais enfim todas as pessoas que estão ligadas direta, ou indiretamente no processo de educação escolar, desde a pré-escola atem ao ensino superior, visando um auxilio no desempenho de suas funções.
Aconselhamento Cristão Página 27 de 46 CEBESP CAPÍTULO 3 OS MÉTODOS 3.1 Método libertador: liberdade em tempo oportuno Libertar é uma sucessão de ações e reações com o objetivo de trabalhar com as pessoas para que sejam socorridas em tempo oportuno, tornem sabedoras das origens e desenvolvimentos da opressão e da dominação na sociedade em que vivem . Isso contribui para que entendam melhor sua vida profissional, financeira, social, psicológica e religiosa. Libertar não implica apenas em ações que tirem a pessoa da influência negativa do reino das trevas, mas também do reino dos seres humanos. Todo processo de cuidado pastoral é uma ação ou realização continuada e prolongada de alguma atividade que vise, ao final, o bem-estar daquele que necessita de cuidados . Porém, trilhar esse caminho de auxílio ao outro exige uma análise critica dos fatores que envolvem a vida da pessoa em questão. Isso pode revelar as diversas origens do problema e, também, direcionar para os melhores caminhos a fim de solucioná-los. Os problemas de origens pessoais podem ser identificados na história de vida do aconselhado e têm muito a revelar sobre quem é a pessoa, como chegou ao ponto em que está. Identificadas as raízes das questões que a atormentam, ficará mais fácil desenvolver um trabalho de acompanhamento, de cuidado pastoral, até que haja libertação dos sentimentos negativos, dos pensamentos ruins e da forma de vida que prejudica a si mesmo e aos outros. Quando um indivíduo nasce, já encontra uma estrutura pronta para recebê-lo. No decorrer de seu crescimento, ele não se adaptará a muitas questões que são consideradas normais para outras pessoas. Isso lhe trará conflitos interiores entre aquilo que pensa ser o correto e aquilo que todos dizem ser o certo. A estrutura política, social, financeira, familiar e outras vigentes durante o tempo de existência de uma pessoa poderão trazer problemas que exigirão maiores cuidados pastorais. As relações, os processos e as estruturas sociais, enquanto formas de dominação política e apropriação econômica, produzem uma história de vida de muitas pessoas plena de diversidades, disparidades, desigualdades, antagonismos. As condições de sobrevivência,
Aconselhamento Cristão Página 28 de 46 CEBESP o trabalho das diversas categorias profissionais e as classes sociais são de fundamentais importânciaspara uma análise e identificação dos problemas de origens sociais. A libertação social precisa fazer parte da visão de quem faz um trabalho de orientação, pois a raiz dos problemas poderá estar lá. Identificada a origem das dificuldades da pessoa que busca ajuda pastoral, é necessário avaliar as opções de soluções existentes que favoreçam uma mudança de vida por parte de quem precisa passar pelo processo de libertação. A militância política pode auxiliar na derrubada de sistemas que oprimem e destroem o ser humano. O cuidado pastoral orientado por este modelo pensa em uma teologia da libertação que vise à melhoria de vida em todos os aspectos da população. É um grande caminho para cuidar daqueles que almejam uma libertação. 3.2 Método empoderador: poder para lutar e vencer Empoderar significa admitir que cada cidadão tem dentro de si forças necessárias para encarar certos problemas. É encorajá-lo a colocar seu potencial, sua inteligência, sua força interior em prática de forma justa e útil para si mesmo e para os outros . Significa promover a iniciativa e a participação das pessoas na sociedade e na igreja. Constitui em tirar das mãos de poucos e colocar nas mãos de muitos o poder de decidir os rumos da sociedade. O cuidado pastoral orientado por este modelo é a base do processo de reestruturação psicológica, mobilização social e participação religiosa. Não se podem atender pessoas eternamente, como se elas não tivessem as menores condições de assumir suas responsabilidades da vida e superar suas dificuldades. As pessoas precisam aprender que têm condições de resolver muitos problemas sozinhas, basta que passem a acreditar no potencial que têm. Vida é composta de problemas que precisam de auxílios para serem resolvidos e de situações difíceis que exigem uma ação particular por parte de quem está enfrentando a fase negativa. O conselheiro cristão pode empoderar seus aconselhados para que eles consigam caminhar sozinhos pelas estradas da vida. Os problemas e as coisas boas que existem na sociedade não são obras dos deuses. A vida em sociedade é o resultado da ação do ser humano que compõe essa sociedade. Isso significa que toda ação ou omissão faz do ser humano o sujeito da história e não um simples
Aconselhamento Cristão Página 29 de 46 CEBESP espectador. Por isso, o conselheiro não pode pensar apenas na fragilidade humana, mas em dar mais atenção à capacidade pré-existente nas pessoas. O conselheiro terá de promover a iniciativa das pessoas, acreditando que elas são capazes de resolver os problemas que afetam diretamente suas vidas. Quando Deus criou o homem, concedeu-lhe a capacidade de dominar e administrar. Isso implica em que a pessoa está dotada de meios para gerir sua vida e transformar o que for necessário para que tenha uma vida melhor. Essa capacidade administrativa é como uma chama que a pessoa carrega dentro de si. O cuidado pastoral orientado por esse modelo implica em dar vigor a essa chama, a essa energia que a história e as circunstâncias, às vezes, conseguem enfraquecer. Os processos de marginalização criam um forte sentimento de impotência, de franqueza, nas pessoas a tal ponto que elas se acomodam, não acreditam mais em si mesmas, não conseguem mais visualizar mudanças no presente e nem no futuro, pensam que a vida é assim mesmo e desistem de tudo. Mas “o cuidado pastoral orientado por este modelo ‘extrai e constrói’, a partir das forças e recursos amortecidos de indivíduos e de comunidades, estratégias e métodos que minimizem ou eliminem o sentimento de impotência política e incapacidade pessoal” (4). Assim, haverá pessoas e igrejas que construam a democracia e a participação; construam um país em que seus cidadãos promovam uma vida digna para todos. 3.3 Método terapêutico: a produção de cura interior O curso da vida do ser humano o expõe as diversas perdas, a variados problemas e a muitas frustrações. O resultado é que muitos sentimentos negativos, em maior ou menor intensidade, ficam registrados no interior da pessoa. Esse arquivo mental contém registros negativos de problemas não resolvidos e isso acaba por colocar dificuldades, barreira na vivência diária. Isso acompanha o indivíduo e, com o tempo, produz uma desarmonia em muitas questões e desabam sobre as pessoas que estão à sua volta. Esse condicionamento mental negativo não permite que prossiga sua jornada diária, pelo contrario, cria diversos obstáculos psicológicos que acabam por refletir no comportamento. O cuidado pastoral orientado por este modelo tem como objetivo a produção de cura das doenças da alma a tal ponto que o indivíduo passe por mudanças e sua vida venha ter
Aconselhamento Cristão Página 30 de 46 CEBESP estabilidade, equilíbrio, alívio, descanso e paz em Deus. A psicoteologia, através de terapia, será utilizada com um meio de elaboração e mudança interna na vida daquele que foi criado à imagem e semelhança de Deus. Terapia é toda intervenção que visa tratar os problemas somáticos, psíquicos ou psicossomáticos, suas causas e seus sintomas, com o fim de obter um restabelecimento da saúde ou do bem-estar 3.4 Método ministerial: a utilização das atividades da igreja O método ministerial envolve o dia-a-dia da vida cristã através das diversas atividades da igreja. A metáfora bíblica que mostra essa questão é a do pastor de ovelhas, que é uma pessoa que cuida do rebanho de Deus. Na prática, ele lidera, alimenta, consola, corrige e protege. Estas responsabilidades pertencem a todos os membros da igreja . Uma escola de treinamento fará com que as potencialidades das ovelhas sejam exercitadas para auxiliar o líder a cuidar do rebanho nas programações da igreja. O culto é o momento de adoração ao Senhor e pode ser aproveitado para cuidar das pessoas. A oração pode ser ferramenta para Deus trabalhar no interior dos ouvintes, o louvor pode entoar cânticos que tenham letras que falem do amor e da ação de Deus em prol daqueles que o buscam, a pregação pode desenvolver temas na área de psicoteologia. O culto pode servir de porta de entrada para que as pessoas problemáticas procurem ajuda pastoral. A pregação é o momento do culto em que a Palavra de Deus é explicada para os ouvintes. Muitos possuem problemas e não sabem como resolver e, pior, têm vergonha de procurar o gabinete pastoral para melhor ser atendido. A explanação de temas relevantes da atualidade apontará propostas de soluções de problemas. O sermão é um eficiente recurso eficaz de aconselhamento e de cuidado pastoral. O serviço cristão é um meio de fazer com que a ovelha perceba sua importância dentro da comunidade cristã, resgate sua auto-estima, desenvolva um sentimento de utilidade, restabeleça o prazer de viver e de se relacionar com outras pessoas e aprenda a servir seu próximo. Há muitas atividades na igreja que podem ser delegadas para os membros executarem. O sentimento de utilidade fortalece a auto-estima, auto-aceitação e auto-imagem.
Aconselhamento Cristão Página 31 de 46 CEBESP A comunhão exige que um grupo de pessoas tenha sintonia de sentimentos, de modo de pensar, agir ou sentir. Eles se identificam com alguma coisa e têm algo em comum. No caso do Cristianismo, o ponto central de tudo é Jesus Cristo. Muitas atividades podem ser criadas para proporcionar momentos de confraternização cristã, principalmente, com aqueles que estão chegando agora para o meio da comunidade cristã . Muitas estão com problemas de relacionamento e não sabem o que fazer. A aceitação pela igreja cria o sentimento de acolhimento, a idéia de que ela pertence a um grupo, de que está sendo recebida da forma como é. A administração local é liderada pelo pastor, mas muitas funções de apoio podem ser delegadas aos crentes que possuem formação naquela área. Por conhecerem melhor certas questões, trarão melhores resultados. Administrar é um conjunto de princípios, normas e funções que têm por fim ordenar a estrutura eclesiástica e o funcionamento da igreja. A definição das atividades semanais, dos horários em que elas acontecerão e a pré-fixação de todos os detalhes necessáriospara o bom funcionamento evitarão muitos problemas e muitas frustrações. 3.5 Método de interação pessoal: a bênção da comunhão cristã A sociedade atual conseguiu desenvolver uma comunicação superficial em que se fala muito e, às vezes, animadamente, mas sem interação pessoal, sem revelar quem realmente é o falante e quem é o ouvinte. Os relacionamentos atuais são úteis para a manutenção dos vínculos de amizades dentro de um grupo ou comunidade, mas pouco revelam da personalidade, do caráter, do jeito de ser dos indivíduos, porque eles se escondem nas mais diversas formas, não querem se expor. O cuidado pastoral orientado por este modelo desenvolve a “interação pessoal, em que as habilidades relacionais são utilizadas para facilitar o processo de exploração pessoal, esclarecimento e mudança em relação a comportamentos, sentimentos ou pensamentos indesejados. Aqui se focaliza mais o indivíduo. Valoriza-se a autocompreensão em termos de interpretação da causa das dificuldades, na perspectiva de escolas psicoterápicas especificas. A pessoa não fica sozinha, isolada, mas descobre que seu envolvimento com a comunidade cristã pode lhe proporcionar momentos agradáveis em que seus traumas interiores sejam solucionados através do relacionamento, da comunhão e confraternização cristã.
Aconselhamento Cristão Página 32 de 46 CEBESP O fundamento da interação pessoal é a demonstração positiva da percepção da presença do outro. Para que exista interação pessoal efetiva é necessário que as pessoas se reconheçam enquanto sujeitos na relação comunicativa. Cada indivíduo possui suas características pessoais que devem ser respeitadas e aceitas pelo outro. As outras questões devem ser adaptadas. Uma pessoa que deixa o estilo de vida não-cristão adotado pela sociedade, inicialmente terá algumas dificuldades com o mundo evangélico e a igreja poderá ajudá-la nessa fase inicial através dos eventos internos que exijam o envolvimento pessoal. O conselheiro pode conscientizar as pessoas que um relacionamento só acontece e se desenvolve quando duas ou mais pessoas, cada uma com sua existência própria e necessidades pessoais, contatam uma a outra reconhecendo, respeitando e permitindo as diferenças entre elas. Nas confraternizações ou em qualquer outro momento de interação pessoal, cada um é responsável por si, por sua parte do diálogo, por sua parte no relacionamento. Isso significa que cada um é responsável por se permitir ser influenciado pelo outro, ou se permitir influenciar. Se ambos permitem, o encontro pode ser como uma dança, com um ritmo de contato e afastamento. Então, é possível haver o conectar e o separar, em vez de isolamento (perda de contato) ou confluência (fusão ou perda da distinção). Considerações finais A prática do aconselhamento pastoral é fundamental na sociedade em que vivemos. As pessoas continuam com problemas, mas a igreja pode ajudá-las a vencer a si mesmas, às dificuldades interiores e aos obstáculos que se formaram no decorrer de sua existência. As pessoas precisam ser cuidadas, necessitam de apoio para continuar sobrevivendo e há métodos que podem ser utilizados pelo conselheiro pastoral. Esse conselheiro não precisa ser necessariamente o pastor da igreja. Membros da igreja podem receber treinamento teórico e prático para auxiliar a liderança da igreja e ajudar aqueles que necessitam ser cuidados. Aceita esse desafio?
Aconselhamento Cristão Página 33 de 46 CEBESP CAPÍTULO 4 O CONSELHEIRO 4.1 Características de um conselheiro cristão  Compreensível  Sincero  Apto a confrontar de maneira construtiva  Altruísta  Estimular e encorajador a mudança de estilo de vida  Aberto e firme na cobrança das realizações das tarefas de casa.  Aspecto do aconselhamento  Auto-compreensão a si mesmo e ao outro.  Comunicação clara e objetiva Deixar claro os seus sentimentos para com o outro e seus pensamento a cerca de tudo que os cerca, principalmente no casamento e parceria profissional e na igreja. Estar disposto a aprender, ser uma pessoa acessível com disposição para mudar o comportamento se necessário, sempre estar atento as mudanças, ser sensível as dores dos outros. O comportamento é aprendido, a instrução traz o caminho para a repetição ou imitação do que é apresentado com instrução, como também a cópia do modelo a ser experimentado, surgindo vivências de erros e acertos. Encorajar a praticar o que aprendeu assimilar sempre. A auto-realização o aprendizado proporciona ao indivíduo a realização de seus sonhos ou alvos. A aprendizagem sugere confiança ou auto-confiança. Apoio proporcionar ao indivíduo a sensação de parceria. Vislumbra a sensação de divisão de fardos, problemas. Reorganiza seus sentimentos emocionais, comportamentais e espirituais. Qualificações eficazes  Cordialidade, respeito e sinceridade com o indivíduo. Conselho sem excessos.  Sinceridade ser aberto, franco, honesto, sem confrontação impiedosa.
Aconselhamento Cristão Página 34 de 46 CEBESP  Empatia Com o que o indivíduo está sentindo e pensando, colocar-se no lugar dele. Refletindo e considerando quais seus valores no memento, suas crenças, seus conflitos íntimos, suas mágoas. Deve-se ser sensível a estas questões, entendê-las e aconselhar com compreensão, ele precisa confiar em você, sentir-se seguro, apoiado. O amor é o agente incomparável e psicoterapêutico, eficaz para o tratamento de acompanhamento psicológico. Ele sugere que o conselheiro secular, isto é psicólogos, psiquiatras, psicanalista, psicopedagogo, é incapaz de amar e receber o amor que o indivíduo em acompanhamento espera receber e doar. O mesmo fala que o cristianismo é capaz de oferecer um tratamento baseado no amor, Amor de Deus. 4.2 Técnicas de aconselhamento Atenção  Conceder atenção com o contato dos olhos, sem arregalá-los.  Postura relaxada inclinada em direção do indivíduo.  Gestos naturais, sem excessos.  Não ser impaciente, não ter fadiga com as colocações do indivíduo.  Ser atencioso. Ouvir  Não interferir na linha de pensamento e explanação dos questionamentos.  Evitar expressão de reprovação e juízo.  Aguardar pacientemente os momentos de silêncio e de lágrimas.  Ouvir não apenas o que ele diz, mas o que ele quer dizer, que ele está tentando falar.  Atentar para o que a postura, expressões e atitudes e o tom de voz está falando.  Avaliar suas reações ao ouvir você indagar ou aconselhar.  Evitar desviar seus olhos enquanto ele fala.  Controlar seus sentimentos aos questionamentos por ele colocados.  Compreender e aceitar o outro, e não seu problema, este deve ser tratado. Não julgar, orientar. Responder
Aconselhamento Cristão Página 35 de 46 CEBESP  Com cuidado e moderação para ter bons resultados.  Como responder ao indivíduo, orientando e liderando  Um modo de permitir que ele saiba que estamos com ele, responda a pergunta após refletir sobre suas colocações, fazendo um resumo do que foi falado para que ele reflita no que falou e como ele agiu. Perguntar  Pode extrair bastante informações sobre os fatos. Confrontar  Falar para que ele saiba que sua idéia não é única, que existe outra forma de pensar aquela mesma questão.  Estimulá-lo e encorajá-lo a modificar seu comportamento e atitudes. Informar  Apresentação dos fatos que devem ser apresentados. Você precisa de dados para poder meditar no caso e aconselhar apropriadamente. Interpretar  Explicar o que seu comportamento significa, comece com “não será que...” e o deixe responder. Apoiar e encorajar  São atitudes importantes principalmente no início pois oferece a sensação de confiança e segurança. Ensinar  O conselheiro é um educador, instruí, orienta, ensina a interpretar os problemas e buscar soluções. 4.3 Processos do aconselhamento Os mais comuns e mencionados são três:
Aconselhamento Cristão Página 36 de 46 CEBESP  Estabelecimento e manutenção do relacionamento conselheiro e aconselhado.  Exploração do problema para estabelecer questões que determinam  O tratamento adequado e seu progresso.  Decisões sobre as ações subsequentes ao tratamento e as soluçõesencontradas. Tarefas de casa ou acordos-tarefas As tarefas de casa é a essência do bom aconselhamento. Sendo ela positiva quando bíblica ou com a diagnose de um profissional secular da área, desde que seja concreta e fundamentada na pesquisa e análises de outros casos idênticos. Os elementos a serem utilizados devem se adaptar a realidade do tratamento e pessoas atualmente trabalhada, com criatividade necessária a toda situação exigi tempo e esforço, mas produzem dividendos. Podemos também chamar de acordos-tarefas. Essas tarefas os deixam cônscios de seus objetivos, seus alvos a serem alcançados durante e depois do tratamento, obter informações adicionais para serem seguidas, desenvolver a prática de novas habilidades, eliminar, contudo comportamentos prejudiciais a si mesmo e experimentar novas maneiras de pensar e de agir. Tarefas de casa sugeridas Testes: Questionários, formulários, entrevistas padronizadas, trabalhos escritos. Estes devem ser discutidos com o conselheiro. Exemplos: autobiografia, lista de alvos, lista do que gosta e não gosta. Discussão e guias de estudo: Apresentação de alguns materiais a serem trabalhados com o indivíduo ou lista de tarefas de casa, que devem ser analisados por ambos. Exemplos: Filmes, teste, caminhadas... Tarefas comportamentais: Estimular o indivíduo a mudar seu comportamento e treinar em casa e amigos, mencionar na bíblia textos referentes a essas tarefas. Exemplos: Dizer obrigado; desculpe-me, perdão, deixar de queixar-se, resmungar, ser negativo, ter medo, sair de casa para um passeio, ler a bíblia, orar pedindo orientação a Deus, meditar na palavra...
Aconselhamento Cristão Página 37 de 46 CEBESP Leituras diversas: Ler livros e artigos relacionados com sua dificuldade comportamental, emocional e espiritual, devendo ser discutido durante as sessões de aconselhamento. Exemplos: textos bíblicos relacionados às suas necessidades específicas, textos científicos sobre atualidades dos profissionais terapêuticos, livros de mensagens altruístas, textos produzidos em fases anteriores de seu tratamento para comparação ao estado atual e análise de como estava anteriormente as tarefas de casa. Música: A terapia musical é de suma importância para o bem estar emocional e espiritual. Exemplos: músicas instrumental, melodias suaves, melodias frenéticas para desabafo momentâneo, músicas de nostalgia que ativa a lembrança de fatos bons e importantes. A motivação do conselheiro para aconselhar A questão é está disponível para ajudar o outro, sabendo-se que este está em dificuldades, existe uma necessidade de socorrer o outro, o semelhante. Motivos que interferem na eficácia do aconselhamento  Curiosidade excessiva na vida particular do aconselhado  A necessidade de manter relações após o tratamento.  A necessidade de poder e dominar o aconselhado  A necessidade de socorrer, deixando o outro incapaz de melhorar A eficácia do conselheiro Alguns são escolhidos para aconselhar, educar, instruir, orientar, em Romanos 12;8 fala sobre o dom de exortação (paraklesis), que significa “andar ao lado para ajudar”,isso quer dizer orientar, apoiar e encorajar. 4.4 Quem deve aconselhar?  Pastores  Líderes  Psicólogos  Psiquiatras
Aconselhamento Cristão Página 38 de 46 CEBESP  Psicopedagogas  Orientadores Como aconselhar Com visitas periódicas e lugar apropriado. Individualmente ou em grupos terapêuticos de acordo com o problema específico. Como Jesus aconselhava  Cuidadoso ao orientar.  Incisivo e claro.  Encorajava e apoiava.  Confrontava e desafiava.  Aceitava o pecador e necessitados como estavam.  Ensinava para exigir arrependimento e obediência.  Ensinava mudança de costumes, de estilo de vida. Características de um conselheiro Honesto, compassivo, sensível, maduro, verdadeiro, irrepreensível, corajoso, altruísta, experiente, homem de oração. Profundo conhecedor das Escrituras, conhecedor de outras experiências cientificas no campo do aconselhamento e trabalhos terapêuticos.  Questionamentos abordados por Jesus como conselheiro  Ansiedade, casamento,  Relacionamento entre casais e pais e filhos,  Obediência  Igualdade entre homem e mulher  Sexualidade  Ansiedade  Medo  Solidão  Liberdade  Relação entre raças
Aconselhamento Cristão Página 39 de 46 CEBESP  Dúvidas  Orgulho  Pecado  Anjo  Demônio Objetivos do aconselhamento  Orientar e estimular o aconselhado a refletir sobre sua vida e ações.  Estimular o indivíduo a agir de forma acertada.  Encorajar o individuo resolver seus problemas de forma simples e com a direção divina. Ajuda terapêutica  Na igreja as sessões de aconselhamento são ministradas individualmente.  Na comunidade em dupla. Grupos terapêuticos por dificuldades. CUIDADOS TOMADOS PELOS CONSELHEIROS Manipulação Conselheiros que gostam de manipular as pessoas são indesejados para exercer conselhos, procura desacreditar outro conselheiro e chamar as atenções para si. Resistência Algumas pessoas resistem a aconselhamento pois gostam da atenção dispensadas a elas. Muitas vezes é inconscientemente que isto acontece Perguntas a serem feitas a si mesmo enquanto conselheiro: Porque acho que a pessoa está melhor ou pior depois que aconselhei? Existe uma razão para o meu constante atraso ou do meu aconselhado? Existe uma razão para o indivíduo querer mais tempo para o tratamento? Minhas palavras são significativas a menos ou em excessos nos conselhos ao aconselhado? Sinto-me aborrecido quando estou com o indivíduo? Ele é o problema ou sou eu? Porque eu sempre concordo ou discordo do aconselhado?
Aconselhamento Cristão Página 40 de 46 CEBESP Estou excessivamente impressionado com o aconselhado?está na hora de parar, ou devo continuar? Estabelecimento de limites Se for o caso de paixão, atração sexual, amizade íntima, desaprovação a pessoa, intriga, ciúme, quando não há simpatia com a outra pessoa. Análise de atitudes:  Consequências Sociais  Ceder à tentação sexual pode arruinar sua vida ministerial e sua reputação como conselheiro e cristão. Imagem Profissional  Deve ser maduro espiritualmente, deve ser profissional.  Ter conhecimento das verdades teológicas.  Envolvimento sexual fora do casamento é pecado e escandaliza o evangelho e sua moral. Não use desculpas culpando o diabo.  Proteção do grupo de apoio  É importante resistir à atração com o outro e procurar apoio de alguém digno de sua confiança. Discuta seus sentimentos com seu cônjuge e descubra o que está errado em seu relacionamento que o direciona para outra pessoa.  Busque forças em Deus. A ÉTICA PARA O CONSELHEIRO Devemos levar em conta ou consideração a Bíblia como padrão de conduta do conselheiro, as Escrituras nos revela toda vontade de Deus a nosso respeito, isto com relação a nossa vida e nosso comportamento cristão. Como servos de Deus devemos aconselhar segundo os preceitos bíblicos e levá-los a observar e viver com este mesmo código de conduta, mas devemos ser exemplos para suas vidas. Temos responsabilidades com Deus, com a igreja de Cristo, com nossa profissão, com nossos amigos e com a responsabilidade de sermos sal e luz do mundo. Lembre-se que muitos te estão observando e acompanhando seu crescimento profissional e espiritual. Atitudes de fadiga para escutar, inércia, indiferença, apatia, descortesia, antipatia, cinismo, irritabilidade contribuem para
Aconselhamento Cristão Página 41 de 46 CEBESP seu fracasso como ministro e profissional nesta área. Deve haver um equilíbrio entre o homem profissional, o homem espiritual e o homem comportamental. O CONSELHO PARA OS CONSELHEIROS Estude, pesquise, busque em Deus a sua fonte de inspiração e de sabedoria. Saiba que nos livros e pesquisas científicas você encontrará material diversificado e capaz de te auxiliar em seus estudos e diagnose de casos. Tenha determinação em estudar a todo tempo, pois toda hora algo novo é descoberto, é comprovado e de grande valia para seu trabalho de conselheiro. Seu principal material de trabalho é se dúvida nenhuma sua bíblia, aonde virá o exemplo de tudo o que está vindo a suafrente. Leia, medite e pratique seus preciosos conselhos como também passe-os em suas tarefas de casa. Divida com alguém de compreensão a seu trabalho suas observações e suas considerações finais, relaxe e receba do senhor ajuda para tudo o que for pesado a você. Seja íntegro no andar, falar e aconselhar, não procure tirar proveito de nada que não seja seu ou de boa conduta. Antes de tudo e todos seja servo, cristão, líder, pastor e conselheiro vindo da parte de Deus. CRISES NO ACONSELHAMENTO 1. O perigo Vem da perda de alguém ou de algo.Vem de situações inesperadas, reais ou imaginárias, fatuais, ( a perda inesperada de alguém) é um fato, já aconteceu,ou potenciais (alguém poderá vir a morrer, está muito doente) ainda não aconteceu, poderá vir a acontecer. 2. A oportunidade Nesta crise a pessoa tem a chance de mudar, crescer e desenvolver meios de superar as dificuldades com a solução do problema focado na realidade e aceitável socialmente. As crises são acontecimentos que fazem parte da vida real, devemos ensinar que devem ser enfrentadas com coragem e determinação, pois tudo passa, as consequências de como as solucionamos é que ficam. 3. Tipos de crise encontradas na bíblia
Aconselhamento Cristão Página 42 de 46 CEBESP As crises acidentais e situacionais. As crises de desenvolvimentos. As crises existenciais: Sou um fracasso, velho demais pra conseguir algo, fui deixado para traz, fui traído por ser feio, esta doença que tenho é incurável, sou viúvo e estou solteiro, não acredito em nada, perdi tudo no incêndio, estou aposentado e agora, fui rejeitado por ser negro ou pobre. 4. Interferências nas crises O aconselhamento vem exatamente para ajudar a pessoa a enfrentar estas dificuldades e mudar de comportamento. Para diminuir a ansiedade, tristeza, medo, pânico, apreensão até passar a crise. Ensinar maneiras e soluções para as tais crises. Prevenir as crises discretas e futuras já identificadas. Considerar os ensinos bíblicos como fundamental para o tratamento e a cura. COMO O CONSELHEIRO PODE AJUDAR DISCRETAMENTE  Fazer contato mesmo sem que seja abordado.  Reduzir a ansiedade tentando descontrair as sessões.  Focalizar os problemas e discutir com o indivíduo.  Avaliar os recursos.  Planejar a interferência no caso.  Encorajar a ação.  Instalar a esperança.  Interferir no ambiente.  Acompanhamento com uma rotina planejada. ENCAMINHAMENTO PROFISSIONAL SE NECESSÁRIO Algumas vezes o melhor é encorajá-lo a procurar um profissional secular onde o mesmo terá outro enfoque com relação a seguir os conselhos e determinação do médico. Onde a perícia deste terá grande valia, sendo que o conhecimento com o indivíduo quase
Aconselhamento Cristão Página 43 de 46 CEBESP sempre impedi um bom resultado no aconselhamento. Até mesmo quando se faz necessário uma medicação controlada pelo fato de não haver sinais de melhora. Os conselheiros cristãos devem sempre está em contato com profissionais destas áreas e participar sempre de cursos, palestras, fóruns, para que seja sempre reciclado no que há de mais atual sobre os assuntos relacionados a aconselhamento. DIVISÃO DO ACONSELHAMENTO  Aconselhamento terapêutico  Aconselhamento preventivo  Aconselhamento educativo
Aconselhamento Cristão Página 44 de 46 CEBESP CONSIDERAÇÕES FINAIS Mediante tudo que foi pesquisado ao longo desse trabalho notamos a necessidade urgente de se investir na área de aconselhamento capacitando homens e mulheres no desempenho dessa função, pois a grande maioria das igrejas não tem esse departamento e acaba ficando tudo a cargo do pastor, quando na verdade esse ministério pode ser desenvolvido por qualquer pessoa dotada de capacitação para tal, pois Cristo nos deu uma missão como igreja e nos não podemos deixar tudo a cargo somente de um líder, é preciso que toda a igreja se envolva nas tarefas de auxilio mutuo, para que haja um crescimento satisfatório em todas as áreas ministeriais, inclusive na área de aconselhamento. Aconselhar não se prende apenas em teorias, é necessária a direção do Espírito Santo, direcionando com dons e talentos, à partir daí vem a dedicação e o compromisso em se preparar para exercer o chamado que Deus tem colocado em suas mãos. A vida de cada pessoa está em pleno desenvolvimento, ser machucado emocionalmente no percurso faz parte do viver, mas não quer dizer que precisamos viver na infelicidade de uma vida amargurada e totalmente aniquilada pelas dores. Deus nos deixa um escape muito útil e abençoado que é o aconselhamento, quando nos encontramos em situações sufocadoras em que somente o auxilio de outra pessoa pode nos ajudar enxergar uma saída, é uma grande bênção poder contar com um irmão ou irmã instrumentos na mão de Deus para curar feridas da alma, trazendo um novo direcionamento e alento para problemas que pareciam nunca mais ter solução, e dores que pareciam jamais serem curadas. Neste conceito de aconselhamento vale sempre lembrar que o aconselhamento cristão não substitui o trabalho exercido por profissionais como psicólogos ou psiquiatras, mas vem a ser um instrumento de bênçãos dentro das igrejas, com problemas de menor dano e que pode ser resolvido dentro do âmbito do aconselhamento. Para tanto é necessário deixar claro que as funções aqui representadas tragam semelhanças em seus desenvolvimentos devem deixar claras a postura do conselheiro, para que o conselheiro nunca assuma um papel que não é seu, e faça com propriedade seu trabalho como um ministério dado por Deus e um canal de ajuda para vidas aflitas e necessitadas de curas dentro das igrejas de Jesus. Assim agindo com toda sabedoria que vem do alto, podemos ter
Aconselhamento Cristão Página 45 de 46 CEBESP igrejas saudáveis e o crescimento do corpo de Cristo alcança pessoas libertando-as de todo mal.
Aconselhamento Cristão Página 46 de 46 CEBESP REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, João Ferreira de , Concordância Bíblica Abreviada, editora Vida, 5ª edição, 1998,São Paulo. ANDRADE, Claudionor Corrêa de, Dicionário Teológico, editora CPAD, 7ª edição, 1998, Rio de Janeiro. Bíblia Referência Thompson, editora Vida, 3ª edição, 1992, E. U. A. COLLINS, Gary R. Aconselhamento Pastoral, editora Vida Nova, 8ª reempressão da 1ª edição, 1999, São Paulo. COLLINS, Gary R. Ajudando Uns aos Outro Pelo Aconselhamento. São Paulo: Vida Nova, 2002. COLLINS Fary R. Aconselhamento Cristão. São Paulo: Vida Nova, 1984. MacARTHUR, John Jr. Redescobrindo o Ministério Pastoral: moldando o ministério contemporâneo aos preceitos bíblicos. Rio de Janeiro: CPAD, 1998. MAY, Rollo. A Arte do Aconselhamento Psicológico. Petrópolis: Vozes, 1982. ROSSI, Luiz Henrique Solano. A Vocação Terapêutica da Igreja. IN: Aconselha-mento Pastoral Transformador. MANFRED, W. Kohl; BARRO, Antônio C. (Orgs). Londrina: Descoberta, 2006. SATHLER-ROSA, Ronaldo. Cuidado Pastoral em Tempos de Insegurança: uma hermenêutica teológico-pastoral. São Paulo: Aste, 2004. STONE, David. J. & KEEFAUVER, Larry. Terapia da Amizade. Belo Horizonte: Atos, 2006. COLLINS, Gary R. Aconselhamento cristão: edição século 21, São Paulo: vida nova. COLLINS, Gary R. Ajudando uns aos Outros pelo aconselhamento. 2ed. São Paulo: Vida Nova, 2004. FRIESEN, Albert. Cuidando do ser: treinamento em aconselhamento pastoral. Curitiba: Esperança, 2000. KHOL, M. W. e Barro, A. C. Aconselhamento cristão transformador. Londrina: Descoberta, 2006.

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