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acidentes com serpentes

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ACIDENTES COM SERPENTES
ACIDENTES 
OFÍDICOS
Acidente Ofídico
Crotalus durissus cascavella Crotalus durissus collilineatus
Bothrops alternatus
“Urutu cruzeiro”
“Cascavel” “Cascavel”
“Cotiara”
Bothrops cotiara
O corpo das serpentes é coberto por escamas e elas se
diferenciam em peçonhentas e não-peçonhentas. As
peçonhentas têm as escamas brilhantes e arredondadas. As
não peçonhentas têm o corpo semelhante a um veludo e as
escamas são pontiagudas (em forma de grão-de-arroz).
Segundo a literatura estão catalogadas mais de 2400
espécies de serpentes e, destas em torno de 200 são
consideradas perigosas. São encontradas em todos os
continentes com exceção da Antártida. No Brasil, estudos
informam a existência de mais de 250 espécies, das quais 71
são peçonhentas.
Em Medicina Veterinária, os acidentes ofídicos 
mais freqüentes envolvem as serpentes dos 
gêneros Bothrops (jararaca) e Crotalus (cascavel). 
Acidentes com Micrurus (coral verdadeira) e 
Lachesis (surucucu, pico de jaca, surucutinga) são 
raros, não havendo soro específico de uso 
veterinário para o tratamento dos acidentes para 
essas duas últimas espécies.
Para uso veterinário, no Brasil existe somente 
o soro anti-ofídico que neutraliza tanto o veneno 
crotálico , botrópico e lachetico (laboratório biolab).
Bothrops moojeni
Bothrops jararacussu
Bothrops alternatus
Bothrops jararaca 
surucucu
Micrurus lemniscatus
Micrurus corallinus
A predominância dos acidentes com animais envolve as
serpentes do gênero Bothrops, sendo entretanto o acidente crotálico
que apresenta maior risco de vida para o animal. É importante que o
clínico esteja preparado para realizar a identificação da serpente não
somente pela observação das características da mesma, mas pela
evolução dos sintomas.
Com exceção do gênero Micrurus (coral) todas as serpentes
peçonhentas são caracterizadas por possuírem um orifício entre o olho
e as narinas conhecido como fosseta loreal ou lacrimal.
É um orifício localizado de cada lado da cabeça das serpentes
peçonhentas, entre os olhos e as narinas. Trata-se de um importante
órgão sensitivo e está diretamente relacionado com o processo de caça
das serpentes. Essa cavidade, provida de complexos nervos e
células sensoriais, está especialmente adaptada para perceber as
variações do calor irradiado pelos animais de sangue quente. Através
desse órgão termorregulador, as serpentes percebem bem suas
presas, orientando a extensão e a direção do bote.
Famílias das serpentes peçonhentas
Família Viperidae- possui 3 gêneros.
Bothrops (jararaca)
Crotalus (cascavel)
Lachesis (surucucu)
Família Elapidica- possui 2 gêneros
Micrurus (corais verdadeiras)
Naja
Fosseta loreal ausente:
*sem presas anteriores (serpentes não peçonhentas)
Cobra cipó
Chironius bicarinatus
Cobra D'água
Liophis miliaris
COBRA VERDE
Philodryas olfersii
Boa constrictor 
Coral 
*com presas ateriores (gênero Micrurus) corais 
CONDUTAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE SERPENTES
Observar fosseta loreal
Presente Família 
VIPERIDAE
Cauda 
em 
chocalho
Cauda com 
escamas lisas
Cauda com 
escamas 
eriçadas
Crotalus
(Cascavel)
Bothrops
(Jararaca)
Lachesis
(Surucucu)
Com guizo ou chocalho na cauda (gênero Crotalus)
cascavel. 
Acidente Botrópico
Acidente Botrópico
Frações do veneno
Fração hemorrágica
(Hemorraginas)
Fração coagulante 
(Tipo trombina)
Fração Proteolítica 
(Proteases, 
Fosfolipases, 
Hialuronidases etc.)
Mediadores 
inflamatórios
Responsáveis 
pelos sintomas no 
local da picada
Esgotamento do 
fibrinogênio
Formação de 
fibrina instável
CID
IRA
Ruptura da 
integridade vascular
Hemorragias no local da
picada, Gengivorragias,
hematúria, hemorragias
digestivas, Hematemese
etc.
As serpentes do gênero Bothrops são encontradas em
todo o território nacional, compreendendo 20 espécies. Tem
hábitos noturnos e são consideradas as serpentes mais
agressivas encontradas no Brasil.
Algumas espécies apresentam maior importância por
sua extensa distribuição geográfica como, por exemplo : B.
atrox na Amazônia, B. Erythromelas no nordeste, B. moojeni
nas regiões centro oeste e sudeste e a B. jararaca na região
sul, sudeste e centro oeste.
Nomes populares: Jararaca, caracuçu, caiçara,
cruzeira etc.
A gravidade do acidente botrópico está relacionada à
quantidade de veneno injetada no momento da picada e o
tamanho do animal. Quanto menor o porte do animal, menor
a chance de sobrevivência. Quanto maior for o intervalo entre
o acidente e o tratamento, mais graves serão os sintomas e
as seqüelas observadas, principalmente necroses .
Variabilidade na composição do veneno:
Para uma mesma espécie, a composição do veneno varia em função 
de , pelo menos, três fatores.
Idade do animal: É demonstrado que o veneno da B. moojeni filhote 
possui maior atividade pró-coagulante (ativação do fator X, e protrombina) e 
menor atividade proteolítica em relação as serpentes adultas.
Distribuição geográfica: serpentes de mesma espécie coletadas em 
ambientes diferentes podem apresentar variações de atividade dos venenos.
Caráter individual entre serpentes: Constatada pelo encontro de 
frações diversas no veneno de serpentes de mesma procedência.
Embora os venenos das serpentes Botrópicas brasileiras apresentem 
as três ações básicas (proteolítica, coagulante e hemorrágica), a nível 
experimental, foram identificadas frações específicas para determinados 
ofídios por exemplo:
- Miotoxina com ação local em veneno de B. jararaca e B. 
moojeni .
-Bothrops toxina, substância cardiotóxica presente no veneno da B. 
Jararacussu.
-Fração anticoagulante inibidora da ativação do fator X e da trombina, 
no veneno da B. castelnaudi
-Trombocitina, capaz de ativar o fator XIII, e aumentar a atividade do 
fator VIII e agregar plaquetas, isolada e purificada do veneno da B. atrox.
-Fração agregante plaquetário no veneno de B. jararaca.
MECANISMO DE AÇÃO DO VENENO
As peçonhas de serpentes são, provavelmente, os
mais complexos de todos os venenos, contendo
vinte ou mais componentes diferentes. Mais de
90% do peso seco do veneno é constituído por
proteínas, compreendendo grande variedade de
enzimas, toxinas não enzimáticas e proteínas não
tóxicas. As frações não protéica são
representados por, lipídios, metais, enzimas
biogênicas.
&
Acidente por Bothrops spp.
Ação necrosante e proteolítica:
Ação vasculotóxica: Hemorragias devido a lesões no endotélio, inclusive 
hematúria.
Ação coagulante: Coagulação intravascular disseminada (CID), com 
formação de microtrombos na rede capilar.
Insuficiência renal: só eventualmente, secundária a CID.
PATOLOGIA: No local da picada:hemorragia, edema e necrose.
Hemorragias sistêmicas. Trombose hialina, principalmente no pulmão.
Rim: necrose tubular aguda, necrose cortical renal e ocasionalmente
glomerulonefrite.
Causa da morte: Insuficiência renal aguda, hemorragias incontroláveis,
choque (mais frequente do que nos acidentes crotálicos e laquético.
• Ação de enzimas do veneno botrópico em fosfolipídios
de membranas celulares podem levar a liberação do ácido
aracdônico. Uma vez liberado, este é convertido em
prostaglandinas, tromboxanos e prostaciclina (através da via
catalisada pela cicloxigenase), ou em leucotrienos (derivados
da via catalisada pela lipoxigenase).
• A patogênese do edema causado por venenos de
serpentes com propriedades proteolíticas, há participação de
mastócitos, neutrófilos e cininas plasmáticas. O fator de
ativação plaquetária (PAF) e dos metabólitos do ácido
araquidônico no edema induzido pelo veneno de espécies
Bothrops adultas.
• Isquemia provocada por microtrombos na circulação
e/ou compressão devido ao edema.
Ação do fator hemorrágico que causa necrose muscular.
Com intensidade variável, as ações coagulantes e
hemorrágicas também influem na evolução da atividade
inflamatória. As ações coagulantes, ao formartrombos na
microvasculatura provoca conseqüente hipóxia, com
agravamento do edema e até necrose tecidual. Já a ação
hemorrágica amplia o quadro inflamatório, particularmente
na região da picada, através da lesão do endotélio vascular
que propicia o extravasamento de líquido para o espaço
intersticial.
Fração Efeito
Colagenase Degrada componentes estruturais que dependem do
colágeno para a estrutura e orientação tissular.
Hialuronidase Atua contra ligações glicosídeos de
mucopolissacarídeos, permitindo ao veneno penetrar
nos tecidos.
Fosfolipase A e B Hidrolisa fosfolipídios liberados por ácidos graxos
saturados e insaturados.
Ribonucleases, DNA-
ase e 5-nucleotidase.
Atuam contra os ácidos nucléicos e monoésteres de
fosfato.
Polipeptídeos Podem induzir neurotoxicose, cardiotoxicidade,
choque e permeabilidade vascular.
Procoagulantes Estimula a atividade de fatores de coagulação.
Anticoagulantes Inibe a atividade de fatores da coagulação.
Frações do veneno
Ação coagulante.
O veneno botrópico possui capacidade de ativar 
fatores da ,coagulação sanguínea, ocasionando consumo 
de fibrinogênio e formação de fibrina intravascular, induz, 
freqüentemente, um estados de incoagulabilidade 
sangüínea.
A maioria das serpentes do gênero Bothrops possui 
isolada ou simultaneamente, substâncias capazes de 
ativar fibrinogênio, protrombina e fator X.
Ação coagulante do veneno
Tipo trombina
Fibrinogênio liberação 
do fibrinopeptídeo A
Cadeia 
Não ocorre 
formação de 
dímeros de fibrina
Não ocorre 
estabilização pelo 
fator XIII
Coágulo sem 
estabilidade
Coágulos
Aumento no tempo 
de coagulação
A formação de coágulos intravascular causa IRA 
Coágulos
RIM
IRA
Monitorar a função 
renal 
1 a 2 ml/Kg/hora
Ação hemorrágica do veneno (vasculotóxica) do veneno
HEMORRAGINAS
1% DO VENENO
LESÃO DO ENDOTÉLIO 
VASCULAR 
OCASIONANDO A 
PERDA DE JUNÇÕES 
ENTRE AS CÉLULAS
SINAIS CLÍNICOS
LOCAL
O processo inflamatório causado pelas frações
“proteolíticas” do veneno caracteriza-se clinicamente, nas
primeiras horas após o acidente, por edema e dor na região da
picada.
Edema, inicialmente circunscrito, pode em até 24 horas
estender-se a todo o membro devido o extravasamento de
líquido para o espaço extracelular. Em poucas horas,
desenvolve-se linfadenopatia regional com gânglios
aumentados e dolorosos, podendo instalar-se equimose no
trajeto dos vasos que drenam a região.
Após 12 horas do acidente, podem surgir, no local da
picada, bolhas em quantidade e proporção variáveis, com
conteúdo seroso, hemorrágico, necrótico ou mesmo purulento.
É importante ser considerada para efeito de
atendimento e tratamento, o local da picada e a espécie
animal acidentada. Nos animais de grande porte, a picada
nos membros leva à dificuldade de locomoção e muitas
vezes ao decúbito prolongado, incapacitando o animal para
pastar e ter acesso aos bebedouros. O acidente na região da
boca e língua pode impossibilitar o animal de ingerir
alimentos e água o que propicia a desidratação.
Nos eqüinos dada a incapacidade desses animais
respirarem pela boca, a picada no focinho pode levar a morte
por insuficiência respiratória. O mesmo pode ocorrer com
bovinos quando o edema atinge a região da laringe.
3.2.SISTÊMICOS:
• Pequenos sangramentos podem ocorrer nos
acidentes leves e moderados, sem repercussão
hemodinâmica. São comum a gengivorragia, hematúria
microscópica, sangramento conjuntival, hematemese.
• Acidentes graves: perda de sangue, em que o
indivíduo apresente anemia hipotensão. São revelados como
causa de óbito, hemorragias digestivas e de sistema nervoso
central.
• O choque constitui uma evolução rara porém de
instalação precoce. A sua presença está relacionada à
quantidade e a via de inoculação do veneno na vítima. A
liberação de mediadores inflamatórios e/ou de substâncias
vasoativas, sangramento sistêmico abundante e/ou
seqüestração de líquido para o compartimento acometido são
responsáveis por esta manifestação, caracterizando o acidente
como grave.
4 . COMPLICAÇÕES LOCAIS.
• Uso de torniquetes: o uso de garroteamento no membro
afetado pode levar à diminuição da perfusão, dependendo da
intensidade com que é aplicado, e à concentração do veneno na
região distal ao torniquete, contribuindo para uma maior
distribuição tecidual.
• Sucção: causa contaminação do local da picada com a
flora bucal.
• Incisão: aumenta a via de acesso dos microorganismos ao
tecido sub-epitelial, favorecendo a infecção, a destruição do
tecido e o sangramento local.
5.INFECÇÃO LOCAL
O acidente com ofídios causa um ferimento perfurante na
superfície cutânea, rompe a barreira da defesa mecânica,
favorecendo a ocorrência de infecções por microorganismos
provenientes da flora oral do ofídio. Entre os microorganismos
encontrados na boca de serpentes predominantemente os bacilos
gram-negativos e anaeróbios o que inclui o Clostidium sp.
Necrose - Sua incidência tem sido relatada em
porcentagem semelhante aos abscessos, usualmente, limita-se
ao tecido subcutâneo, mas pode comprometer estruturas mais
profundas, como tendões, músculos e ossos. A intensidade e a
extensão da necrose estão fortemente relacionados ao uso de
torniquetes e provavelmente à demora entre o acidente e o
tratamento soroterápico (podendo ser necessário a amputação de
membros devido à necrose).
ACHADOS DE NECRÓPSIA: São encontrados edemas
sero-hemorrágicos subcutâneos, petéquias hemorrágicas
e sufusões sub-serosas no intestino grosso e rúmen. No
coração e pericárdio são detectadas petéquias
hemorrágicas e, às vezes, presença de líquido sero-
hemorrágico na cavidade pericárdica.
COMPLICAÇÕES SISTÊMICAS.
INSUFICIENCIA RENAL AGUDA (IRA)
A coagulação intravascular disseminada (CID) parece estar
presente nos casos que evoluem para insuficiência renal aguda
(IRA). Deposição intra-glomerular de fibrina tem sido
relacionada à evolução para necrose tubular aguda por
interrupção do suprimento sangüíneo tubular.
8. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A GRAVIDADE DO ACIDENTE.
No exame inicial do paciente picado deverão ser avaliados
com cuidado alguns parâmetros clínicos no sentido de se determinar
a gravidade do acidente e determinar o tratamento.
Parâmetros vitais: devem ser monitorizados pressão arterial,
freqüência cardíaca e respiratória.
Locais de sangramento: Pesquisar hemorragias na região da picada,
locais de venopunção, ferimentos pélvicos, gengivorragias, epistaxe,
hematúria.
Estado de hidratação, coloração e volume urinário: A função renal
deve ser monitorada para se evitar insuficiência renal aguda.
Intensidade do edema: A avaliação do diâmetro do membro no local
da picada e regiões adjacentes, deve ser feito o controle com os
membros contralateral.
Presença de complicações: Bolhas, necrose abscesso etc.
A classificação do acidente quanto a gravidade tem como principal
objetivo orientar o tratamento com o antiveneno específico. Assim o
número de ampolas utilizadas num determinado acidente depende do
caso ser considerado leve, moderado ou grave.
Gravidade Manifestações
locais
(principalmente
edema)
Manifestações
sistêmicas:
hemorragia
grave e/ou
hipotensão/
choque e/ou
oligúria/IRA
Soroterapia:
(quantidade de
veneno
neutralizado)
LEVE Ausência ou
discretos
ausentes 50-100mg
MODERADO Moderadas ausentes 100-200mg
GRAVE Moderadas ou
intensas
presentes 200-300mg
Classificação dos acidentes Botrópico
Acidente Leve
•Discreto edema
•Sem alteração TC
Quantidade de veneno
a ser neutralizado de
100mg
Usar um frasco de 
50ml de soro IV
Tratamento 
inespecífico
Acidente Moderado
•Edema evidente
•TC normal ou Alterado
•Sangramento no local 
da picada
Quantidade de veneno 
a ser neutralizado de 
200mg
Usar um frasco de 
100ml de soro IV
Acidente Grave
• Animais com intenso edema
•TC alterado ou incoagulável
•Hemorragia evidente
•Diminuição do V. urinário.
Quantidade de veneno
a ser neutralizadode
300mg
Usar um frasco de
150ml de soro IV
Tratamento Inespecífico
Local da picada Sistêmico
•Lavar o local com líquido antisséptico
•Iodopovidina, permanganato
•Curativos diários
•Hidratar o animal parenteralmente
•Soro antitetânico 5000 Unidades
•Antibióticos
•Antinflamatórios
•Diuréticos
Tempo de coagulação
5 minutos Entre 5 e 15 
minutos
Incoagulável
Acidente leve Acidente 
moderado
Acidente grave
Classificação do acidente quanto ao tempo de coagulação
TRATAMENTO:
Imediatamente após o acidente, manter em repouso, evitando 
correr.
Limpar o local com água e sabão.
Fazer soroterapia antibotrópico (soro antibotrópico purificado 
BIO- VET).
Aplicar um frasco de 50ml independentemente do porte e idade 
animal, pois o soro é dirigido contra o veneno. Vias SC, IM 
(locais diferentes) e IV. Se em três horas após a aplicação o 
animal não apresentar melhora. Deve-se injetar 2 a 4 frascos 
de 50ml de uma só vez.
Fazer Antibioticoterapia
Soro antitetânico (como profilaxia do tétano ) 5000UI por via 
SC ou IM.
Hidratação com glicose a 5% + soro antibotrópico.
Monitorizar os sinais vitais e o volume urinário do paciente.
Embora seja um bom indicador para o prognóstico, o
grau do edema pode, de acordo com a resistência do animal,
ser falha, pois a ação anticoagulante do veneno botrópico
precipita o fibrinogênio, tornando o sangue incoagulável,
podendo produzir hemorragias intestinais, especialmente em
animais com grandes infestações de vermes, o que
determina a sua morte neste caso cabe lembrar que a ação
antiinflamatória da medicação empregada age somente sobre
o edema, sem qualquer ação sobre o efeito anticoagulante do
veneno.
Em Medicina Veterinária, o tratamento é feito a partir
das quantidades de veneno que as serpentes podem injetar
no momento da picada. Nos acidentes causados por
serpentes do gênero Bothrops a quantidade de soro a ser
utilizada deve ser suficiente para neutralizar no mínimo
100mg de veneno e 50mg no caso de acidentes com
serpentes do gênero Crotalus. O soro antiofídico de uso
comercial é padronizado de forma que 1 mililitro neutraliza 2
miligramas de veneno botrópico e 1 miligrama de veneno
crotálico. Assim sendo, a quantidade mínima de soro
antiofídico a ser aplicada nos acidentes crotálico ou
botrópico é de 50 mililitros independente do tamanho do
animal.
O tratamento específico deve ser realizado com soro
antiofídico ou com a fração específica do soro antiofídico, e a
dose deve ser estabelecida de acordo com a gravidade clínica.
Animais com discreto edema e sem alterações do tempo de
coagulação apresentam quadro leve e a quantidade aproximada
de veneno a ser neutralizada é de 100mg. Animais que
apresentam edema evidente, com tempo de coagulação normal
ou alterado devem receber soro antiofídico numa quantidade
necessária para neutralizar 200mg de veneno. Animais com
intenso edema, hemorragias evidentes e tempo de coagulação
alterado apresentam quadro grave e a quantidade aproximada de
veneno a ser neutralizada é de 300mg.
Em animais de grande porte (acima de 50Kg) o volume total
de soro (50ml) deve ser aplicado lentamente por via
intravenosa. Nos animais de porte menor, o soro deve ser
diluído em solução fisiológica e aplicado gota a gota por via
intravenosa. Na impossibilidade de se utilizar a via
intravenosa, o soro deve ser administrado preferencialmente
pela via intra-peritoneal ou em último recurso pelas vias
intramuscular e subcutânea. Em hipótese alguma o soro
deve ser aplicado ou infiltrado no local da picada. Doses
maiores de soro e a necessidade de repetição do tratamento
devem ser consideradas em função da remissão dos
sintomas.
A quantidade de soro a ser utilizada deve ser aplicada
independente do tempo decorrido entre o acidente e o
atendimento, sendo que a eficácia do tratamento com o soro
é maior quanto menor for esse tempo.
O local da picada e a quantidade de veneno inoculado
são fatores importantes, pois quando localizada na região
da cabeça pode determinar compressão das vias
respiratórias e edema de glote, trazendo grandes
complicações ao quadro. Os edemas mais intensos são
provocados pelas espécies Bothrops jararacussu
(jararacuçu), B. atrox (jararaca ou caiçara), B. alternatus
(urutus) B. moojeni (caiçara). As espécies B. jararaca e B.
neuwieldi (jararaca pintada e papa-sapo) produzem um
quadro mais discreto.
TRATAMENTO DAS REAÇÕES ANAFILÁTICAS OU
ANAFILACTÓIDES Usar:
• adrenalina 1:1000 (0,01mg/kg) via subcutânea ou, em
casos de para da cardíaca, via intravenosa e/ou
intracardíaca
• Anti-histamínico do tipo prometazina (0,1 a 0,5 mg/kg,
pelas vias intramuscular e/ou intravenosa)
• Aminoifilina, nos casos de bronco espasmos,na dose
de 7 mg/kg intravenoso.
Corticosteróides como a hidrocortizona, na dose de 7
mg/kg, diluída em 100ml de solução fisiológica
glicosada a 5%, administrados por via endovenosa a
cada 6 horas.
•Não movimentar o animal;Administrar substância
antiinflamatória inibidora de prostaglandina sintetase
(flunixin meglimine)
•Tratar as lesões com banhos anti-sépticos por exemplo
iodopovidina a 2%;
•Usar diurético osmótico (manitol a 20%) para acelerar a
eliminação do veneno.
•Quando houver enfartamento ganglionar, picos febris e
aumento da hemossedimentação, administrar antibióticos de
amplo espectro.
•Drenar cirurgicamente os abscessos eventualmente
formados.
TESTE ALÉRGICOS AO SORO
1- Teste de escarificação
Área do teste Solução 
fisiológica
Soro Antiofídico
Positivo
Negativo
15 minutos 
depois
2- Intradérmico
Tricotomia 
para o teste
Leitura (+) Leitura (-)
• Diluir 0,1 ml do soro com 0,9 ml de solução fisiológica e aplicar
0,1 ml por via intradérmica
• No testemunha aplicar 0,1 ml de solução fisiológica
• Fazer a leitura 15 minutos depois
SA SF SA SF SA SF
Procedimentos caso os teste de sensibilidade for positivo
•Realizar pré-medicação 20 minutos antes da soroterapia.
•Prometazina : 0,5mg/kg IM ou IV.
•Hidrocortisona : 7mg/kg IV.
Em caso de Processo anafilático já instalado utilizar:
•Adrenalina 1:1000 (0,01mg/kg ) IV.
• Monitorar funções cardíaca e respiratória.
Acidente Crotálico
O gênero se caracteriza por além de possuir fosseta 
loreal, ter a cauda terminada com um guizo ou chocalho, 
hábitos terrestres , vivendo em áreas mais abertas quentes e 
secas, distribuída ao longo do território brasileiro à exceção 
da mata atlântica.
Possui fosseta loreal ou lacrimal, a extremidade da 
cauda apresenta guizo ou chocalho e cor amarelada.
Nomes populares: cascavel, maracamboia etc.
Acidentes por Crotalus spp
Ação neurotóxica: Paralisias motora e respiratória (Pitose palpebral e 
perturbações da visão, em casos graves insuficiência respiratória 
aguda).
Ação miotóxica: Rabdomiólise (dores musculares generalizadas): 
Mioglobinúria
Ação coagulante: Consumo dos fatores de coagulação: Hemorragias 
discretas.
2.1.4. Ação nefrotóxica: Lesão tubular direta e indireta (Mioglobinúria): 
Insuficiência renal aguda (Oligúria e anúria).
2.1.5. Choque (Menos frequente que no acidente Botrópico).
PATOLOGIA: Rim: necrose tubular aguda.
Fígado: degeneração hidrópico-vacuolar 
centro-lobular. 
SNC: Hemorragias.
Outros órgãos: raramente hemorragias.
É responsável por 9% dos acidentes. Essas serpentes
são menos agressivas que as jararacas, e encontram-se
geralmente em locais secos. Quase não se vê o local da
picada.
O acidente crotálico se caracteriza por ausência de
alterações no local da picada a não ser o ferimento causado
pelas presas da serpente, nem sempre visível. Os sintomas
mais evidentes nesse tipo de acidente são a urina de
coloração escura (mioglobinúria), sinais de cegueira,
dificuldade na locomoção, imobilidade total e decúbito.
Nos cães, observa-se além da imobilidade, dificuldade
do animal em sustentar o peso da cabeça, paralisia do globo
ocular e diminuição ou ausência dos movimentos da
pálpebra. O olho do animal parece estar "vidrado".Nos
bovinos e eqüinos a paralisia do globo ocular pode ser
observada pela rotação da cabeça do animal, sem a
contrapartida da rotação do globo ocular em sentido
contrário.
Os cães apresentam, à medida que os sintomas
evoluem, prostração total e dificuldade ou ausência de
qualquer manifestação de resposta quando estimulados pelo
dono.
A morte do animal não tratado se dá pela paralisia
respiratória e ou insuficiência renal aguda.
Acidente crotálico (Cascavel)
Crotoxina Crotamina Giroxina Convulxina
Neurotoxicidade 
pré-sináptica impede 
a liberação de 
acetilcolina
Bloqueio 
neuromuscular
Parada 
respiratória
Miotoxicidade
Cilindros de 
mioglobina
IRA
Urina de 
coloração 
escura
Neurotoxicidade Perturbações 
circulatórias
Hemorragias
TC
Frações do veneno da Crotalus
MECANISMO DE AÇÃO DO VENENO.
A peçonha crotálica é um complexo tóxico-enzimático cujos
efeitos biológicos variam nas diferentes espécies animais. O
fracionamento do veneno crotálico tem revelado um grande
números de componentes peptídeos, enzimas e toxinas.
A neurotoxinas são : a Crotoxina, Crotamina, giroxina e
convulxina.
A crotoxina, é o principalmente responsável pela alta
toxicidade do veneno. É uma neurotoxina pré-sináptica que
atua nas terminações nervosas motoras inibindo a liberação da
acetilcolina pelos impulsos nervosos, principal fator
responsável pelo bloqueio neuromuscular e portanto pelas
paralisias motoras e respiratórias observadas nos animais.
A crotamina, toxina polipeptídica básica, é encontrada
na peçonha das cascavéis. Atuam nas membranas das fibras
musculares alterando sua permeabilidade ao sódio,
produzindo espasmos musculares em alguns animais.
A giroxina, é farmacologicamente pouco conhecida,
produzindo síndrome convulsiva em camundongos.
A convulxina produz experimentalmente perturbações
respiratórias, circulatórias e atuam sobre plaquetas.
Outros grupos de componentes do veneno é o das
enzimas, entre as quais pela importância clínica destaca-se
uma enzima tipo trombina, que provavelmente está implicada
nos distúrbios da coagulação sangüínea observados em
cerca de 40% dos pacientes.
2.LESÕES.
AÇÃO MIOTÓXICA: Provocada pela crotoxina, fosfolipase A,
degeneração (edema) mitocondrial, mioglobinúria (mioglobina na urina),
degeneração muscular.
AÇÃO NEUROTOXICA: ação no SNC e periférica faz bloqueio
neuromuscular, provocando paralisia motora e respiratória, pelo bloqueio
das junções pré-sinápticas da acetilcolina, além de vômitos, sialorreia,
convulsões e albuminúria.
AÇÃO NEFROTÓXICA: Obstruções tubular por cilindros de
mioglobina (degeneração), desidratação, hipotensão arterial acidose
metabólica (IRA) (oligúria e anúria, urina escurecida, representa a
expressão clínica de (IRA) e choque.
AÇÃO HEMATOLÓGICO: lesões nos eritrócitos caracterizada pelo
tempo de hemosedimentação, leucócitos (desvio a esquerda com
predominância de segmentados) plaquetas e esgotamento dos fatores de
coagulação.
AÇÃO HEPATOTÓXICO: Há necrose hepática aumento da AST
(Aspartato aminotransferase) e ALT (Alanina aminotransferase) fosfatase
alcalina.
Ação miotóxica do veneno
Ação nefrotóxica do veneno
Mioglobinúria
Ação Hemorrágica do veneno
Ação hepatotóxica do veneno
Microscopia eletrônica
Sintomas clínico
•Sem formação de edema no local da picada
•Ptose das orelhas
•Boca aberta (paralisia flácida facial)
•Mialgia intensa e generalizada
•Mioglobinúria em razão da miólise
•Urina de coloração marrom (Cilindros de mioglobinas)
•Paralisia do globo ocular
•Diminuição ou ausência dos movimentosda pálpebra
•Alterações na coagulação
•Apatia letargia profunda, mioclonias, diminuiçãodo tônus muscular
•Incoordenação motora e decúbito lateral, movimentos de pedalagem e perda da
sensibilidade, paralisia flácida, dispnéia e morte
Classificação do acidente crotálico
Acidente leve Acidente moderado
Acidente Grave
•O animal não
apresenta ptose de
orelhas e mialgia
•Tempo de coagulação
normal
•Urina de coloração
normal
Quantidade de veneno a 
ser neutralizado de 
100mg
Dose de soro 100ml
•O animal apresenta ptose de
orelhas
• Mialgia discreta
•Tempo de coagulação normal ou
pouco alterado
•Pupila dilatada
•Letargia
•Ausência de oligúria ou anúria
Quantidade de veneno a 
ser neutralizado de 
200mg
Dose de soro 200ml
•Ptose de orelha evidente
• Mialgia (animal evita
andar)
•Tempo de coagulação
alterado.
•Urina cor de café
•Pupila dilatada
•Letargia (sonolência)
• Oligúria ou anúria (IRA).
Quantidade de veneno a 
ser neutralizado de 
300mg
Dose de soro 300ml
SINTOMAS ESPECÍFICOS
O envenenamento geralmente se torna evidente nas
primeiras seis horas, quando se evidencia ptose palpebral
uni ou bilateral e flacidez de musculatura da face
caracterizando um fáceis miastênica ou “fáceis
neurotóxica”, midríase (dilatação da pupila) com referência
a visão turva, até cegueira, dificuldade de deglutição,
alteração do olfato e do paladar. Alterações descritas
evidenciam o comprometimento do III (oculomotor), IV
(troclear) e VI (abducente) pares de nervos cranianos.
Dores musculares, a urina de cor clara nas primeiras 6
horas e torna-se avermelhada e progressivamente marrom
(eliminação de quantidades variáveis de mioglobina).
• Em decorrência da atividade coagulante do veneno, em
aproximadamente 40% dos pacientes comprova-se
incoagulabilidade sangüínea ou aumento do tempo de
coagulação, conseqüentes ao consumo de fibrinogênio
promovido pela enzima tipo trombina presente no veneno.
• As complicações mais graves do acidente crotálico
são a insuficiência respiratória aguda, transitória e a
insuficiência renal aguda (IRA), freqüentes nos casos graves,
tratados tardiamente e de forma inadequada. A oligúria e
anúria (geralmente com urina escurecida) representa a
expressão clínica da IRA, que se desenvolve com necrose
tubular aguda (NTA), de instalação nas primeiras 45 horas.
Tratamento inespecífico
• Super-hidratar o animal por via IV com solução fisiológica
•Promover diurese com Manitol 20% na dose de 10 a 12 ml/Kg,
IV.
•Carnívoros usar bicarbonato de sódio 1 a 2 mEq/ Kg/hora para
alcalinizar a urina e evitar as lesões renais desencadeada pelo pH
ácido.
•Administrar antibióticos
CUIDADOS COM O PACIENTE
• Não movimentar o animal
•Confinamento do animal de grande porte e internação em
ambiente hospitalar para os de pequeno porte
•Administrar colírios para não deixar ressecar a córnea e o
aparecimento de úlceras
•Os sintomas de prostração, imobilidade e dificuldade de
locomoção persiste por vários dias mesmo em animais tratados
•Durante todo o tempo de internação, deve ser oferecido água em
pequenos volumes diretamente na boca, de modo a não deixar
ressecar a mucosa
•No terceiro dia de tratamento oferecer alimentação
Acidente Elapídico
Micrurus corallinus
Porte pequeno aproximadamente 60 cm de comprimento,
a principal características é apresentar o anel preto margeado por
branco, sendo este conjunto separado por anel vermelho bem
mais largo, é encontrata principalmente no sul e sudeste, com
freqüência na faixa litorânea.
Micrurus frontalis
Comprimento de 80 cm, anéis negros dispostos em
tríades, conjunto de três anéis negros interpostos por brancos
amarelado separados por faixa vermelha, quando se sente
ameaçada, apresenta comportamento defensivo característico,
levanta a cauda do solo e enrola em forma espiralada, enquanto
a cabeça é protegida, encostada junto ao corpo, encontrada no
sul, sudeste e centro oeste, não aparece na faixa litorânea.
Micrurus ibiboboca
Porte pequeno, aproximadamente 60 cm de comprimento,
anéis negros dispostos em tríades, encontrada no nordeste.
Micruros spixii
Porte médio maior que as anteriores, pode ultrapassar 1m de
comprimento, anéis negros dispostos em tríade, vive em solo úmido da mata
primária, procurando abrigo sobre as folhagens e cavidades, encontrada na
Amazônia.
Não possui fosseta loreal (Atenção: ausênciade fosseta loreal é
característica de não venenosas. As corais são exceção).
Coloração em anéis vermelhos, pretos brancos e amarelos.
Nomes populares: coral, coral verdadeira, ibiboca etc.
É responsável por 1% dos acidentes, principalmente devido às
pequenas dimensões da boca, e por ser encontrada em tocas (hábitos
subterrâneos), essas serpentes não são agressivas.
São características das peçonhas elapidicas:
•Elevada toxicidade, superior à das serpentes solenóglifas.
•Causa paralisia flácida e, em geral, morte por insuficiência respiratória
aguda.
•Exercem pequena ou nenhuma atividade proteolítica.
•Não provocam hemorragias ou alterações na coagulação, com excreção
de alguns elapídicos australianos.
•Não liberam bradicinina.
2.MECANISMO DE AÇÃO DO VENENO:
A neurotoxicidade produzida pelo veneno das
corais é exclusivamente periférica, produzindo bloqueio na
transmissão neuromuscular. Todas as serpentes elapídicas
brasileiras conhecidas apresentam neurotoxinas pós-
sinápticas, as quais se ligam, com grande afinidade, aos
sítios receptores de acetilcolina na placa motora terminal
produzindo efeitos semelhantes aqueles encontrados com o
curare.
A paralisia muscular causada pelo veneno elapídico é
conseqüência à competição da toxina com o
neurotransmissor (acetilcolina) pelo receptor nicotínico da
placa terminal.
LESÕES
As lesões locais : as lesões provocadas pelas marcas do
dente da serpentes são bastantes variáveis, podendo muitas
vezes não ser encontrada. A dor no local da picada é uma
característica inconstante; edema local quando ocorre é discreto,
enquanto uma leve sensação de dormência pode acometer na
região afetada.
As lesões sistêmicas:
Ptose palpebral bilateral, inicialmente leve, acompanhada
ou não de limitação aos movimentos oculares. Constitui, em
geral, o primeiro sinal de neurotoxicidade, que juntamente com a
paralisia da musculatura facial, origina o fáceis miastênicos ou
neurotóxico.
Dificuldade de acomodação visual, devido o comprometimento da
musculatura ocular intrínseca: turvação da visão, podendo evoluir para
diplopia (visão dupla). Os olhos permanecem fixos e em posição central,
lentificação dos reflexos, paralisia da musculatura da mastigação e
deglutição, causando dificuldade para a deglutição, sialorréia e
diminuição dos reflexos do vômito, Paralisia das musculaturas dos
membros sendo, ocasionalmente, relatados fasciculações musculares
que desaparecem em poucos dias.
Paralisia da musculatura torácica podendo evoluir para
insuficiência respiratória aguda. É a causa de óbito neste tipo de
acidente. Por obstrução das vias aéreas por acúmulo de secreção ou
comprometimento dos movimentos da língua e da glote, associada à
paralisia dos músculos intercostais e da glote.
TRATAMENTO
O paciente que apresentar evidências clínicas de envenenamento
deve receber 10 ampolas de soro antielapídico, dose capaz de neutralizar
150 mg do veneno, preferencialmente por via intravenosa.
Além da soroterapia como tratamento complementar tem sido
preconizado o uso de anticolinesterásicos nos acidentes elapídicos, cujo
bloqueio da junção neuromuscular seja exclusivamente pós-sináptica. O
objetivo desta medicação é de, ao inativar a acetilcolinesterase, provocar
o aumento dos níveis de acetilcolina na sinapse, favorecendo deste
modo, a competição do neurotransmissor com o veneno pelo sítio
receptor muscular. Assim indica-se a administração de 5 injeção de
neostigmina. Cada dose de neostigmina deve ser precedida de sulfato de
atropina IV para se obter um aumento na freqüência cardíaca.
Acidente Elapídico
Neurotóxico
Bloqueio da Transmissão neuro-
muscular (pós-ganglionar) 
•Fraqueza muscular progressiva
•Dificuldade de se movimentar
•Dores musculares
•Dificuldade em deglutir
•Insuficiência respiratória de instalação precoce
•Ptose palpebral
•Dificuldade para levantar a cabeça
•Boca aberta
•Apnéia
Utilizar soro para neutralizar 150 mg do veneno
TRATAMENTO INESPECÍFICO
• Manter o paciente adequandamente ventilado: Intubação
traqueal e ambu ou ventilação mecânica.
•Teste da neostigmina: aplicar 0,5mg/kg IV, se houver melhora
imediata do quadro neurológico, continuar aplicando
neostigmina.
•Terapêutica de manutenção da neostigmina: 0,05mg/kg de 4
em 4 hora ou menos, IV, sempre precedido da administração de
atropina 0,05mg/kg IV.
Acidente Laquético
Gênero Lachesis (SURUCUCU)
Lachesis muta
O gênero caracteriza-se por, além de apresentar a
fosseta loreal, ter a porção final da cauda com escamas
eriçadas, é a maior das serpentes peçonhentas do Brasil, e
pode atingir mais de 3 metros de comprimento. Hábitos
terrestres, vivem exclusivamente em áreas de florestas, com
maior atividade noturna, encontrada na floresta Amazônica e
Mata Atlântica, do Nordeste ao Rio de Janeiro.
Devido às grandes proporções que o gênero Lachesis
pode atingir , a quantidade de veneno obtida de uma
espécime, é, em geral, bastante superior àquelas extraídas a
partir de Bothrops e Crotalus em média extraída 200 a 300mg
e no máximo 500mg do veneno da Lachesis muta, enquanto
para B. jararaca foram obtidos 185mg respectivamente.
MECANISMO DE AÇÃO DO VENENO.
O veneno da Lachesis apresenta atividade proteolítica,
hemorrágica e coagulante semelhante a da Bothrops.
Provavelmente, os mecanismos de liberação de
mediadores inflamatórios e lesão tecidual provocados pelo
veneno laquético sejam os mesmos do veneno botrópico,
uma vez que a atividade proteolítica pode ser comprovada, in
vitro, pela presença de proteases.
SINTOMAS
LOCAL: caracteriza-se por dor e edema na região da picada e que progride
para todo o membro picado. Podem surgir no local da picada vesículas e
bolhas de conteúdo seroso ou sero-hemorrágico nas primeiras 5 horas após
o acidente. As complicações locais estão descritas no acidente botrópico.
HEMATOLÓGICOS: Constata-se consumo de protrombina e de
fibrinogênio, que podem levar a incoagulabilidade sanguínea, sem a
ocorrência de Trombocitopenia. As manifestações hemorrágicas limitam-se
ao local da picada na maioria dos casos.
NEUROTÓXICO: distingue o acidente laquético do botrópico, sendo os
fenômenos neurotóxicos compatíveis com distúrbios do sistema nervoso
autônomo parassinpático, através de estimulação vagal. Caracterizada pela
instalação precoce de hipotensão arterial grave (nos primeiros minutos após
o acidente), com tonturas e escurecimento da visão. Concomitantemente
descrevem-se bradicardia, cólicas abdominais e diarréia ou disenteria. A
intensificação destas alterações podem levar ao choque, bradicardia grave
e óbito.
5.TRATAMENTO
A gravidade de um acidente laquético é avaliado segundo os
sintomas locais e pelas intensidade das manifestações vagais
(bradicardia, hipotensão arterial, diarréia).
Soro antilaquético: são preconizadas 20 ampolas de soro
antilaquético por via IV.
Sulfato de atropina: 0,044mg/kg, IV a cada 4 horas até obter a
normalidade da freqüência cardíaca.
Hidratação.
Acidente laquético (Surucucu)
Proteolítico Coagulante Hemorrágica Neurotóxica
Mediadores 
inflamatórios
Responsáveis 
pelos sintomas 
locais
Enzima tipo 
trombina
Esgotamento 
do 
fibrinogênio
Incoagulabilidade 
sanguínea
A manifestação 
hemorrágicas 
limitam-se no 
local da picada 
SNAP
-Bradcardia
- Cólicas
-Diarréia
- Disenteria
-Choque
Utilizar soro para neutralizar até 
500mg do veneno. 
Atropina 0,044mg/kg
Hidratação
Antibioticoterapia

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