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Arbitragem: 
A arbitragem é um método de resolução de conflitos heterocompositivo que por meio de um arbitro eleito em comum acordo entre as partes, visa a melhor solução para o problema em questão.
 Utilizado a muito tempo, mais do que podemos imaginar, tal instituto começou a progredir e se adequar as mudanças e evoluções da sociedade, até que seu amadurecimento levou a elaboração da Lei da Arbitragem (LEI nº9.307/96) que recebeu mudanças com a chegada da Lei 13.129/15 expandindo assim sua aplicação.
O arbitro ou árbitros escolhidos proferirão sentença a ser executada sem possibilidade de recurso, exceto em casos onde incida nas hipóteses de nulidade ou contrarie algum dos dispositivos contidos em lei. 
Com o surgimento da lei nº 13.467 de 13 de julho de 2017, que gerou reforma trabalhista, o âmbito da arbitragem sofreu algumas mudanças como a permissão expressa de arbitragem para os empregados que recebam remuneração superior a duas vezes o limite estabelecido para os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social. 
O art. 507-A elenca que poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem caso seja a vontade do empregado, que deverá se manifestar expressamente, para que assim sua liberdade de escolha em relação ao seu contrato seja respeitada.
Assim dispõe o art. 444 da CLT em seu parágrafo único:
Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Por conta da elevada carga de processos o judiciário sofre com a sobrecarga do sistema, enquanto a arbitragem possui mecanismos benéficos para resolução rápida desses litígios, aliviando assim parte do abarrotamento causado e proporcionando uma resolução com mais celeridade.
Conciliação:
A conciliação possui características únicas para a resolução de litígios, com uma maneira rápida e ágil em que as partes são colocadas frente a frente e diante do conciliador para que assim possam debater e entrar em acordo. Após os litigados definirem os termos da proposta, em caso de aprovação mútua haverá homologação imediata sem espaço para recurso e burocracia. 
Trata-se de um método objetivo com enfoque na conciliação das partes a fim de resolverem seus conflitos, enquanto a transação diz respeito ao que foi acordado mais especificamente sobre o se trata o litigio, portanto o que foi transacionado. 
Possui também características semelhantes a arbitragem e mediação, porém o conciliador exerce um papel diferente, apenas orientando e facilitando o caminho para o acordo, mas nunca definindo o conflito. Trabalha de forma mais ativa e incisiva que o mediador, mas exerce uma influencia menor que o arbitro em relação ao desfecho do litigio, sendo a decisão final exclusivamente por conta das partes.
Dentro do instituto da conciliação há duas vertentes, a judicial e a extrajudicial que merecem certa observância:
Judicial: Ocorre no decorrer do processo onde o judiciário busca um acordo entre as partes conflituosas para que alcancem um acordo de vontades com relação ao objeto em pauta. Além disso é possível que as partes apresentem acordo que pleitei a homologação pelo juiz. As duas situações geram título executivo judicial que pode ser executado por ambas as partes
Extrajudicial: Ocorre por meio de contrato, é denominada como transação e se dá na esfera extrajudicial. Tal contrato se baseia na conciliação das partes em relação a matéria determinada por meio de concessões mútuas. Ademais o acordo formalidade escrita, conta com o acordo de ambas as partes além de testemunhas, formando um título executivo extrajudicial.
Desta forma é possível notar as diferenças entre as duas vertentes, percebe-se que o objetivo final das duas é colocar fim ao conflito, no caso da judicial o processo já está em andamento portanto ocorre durante o curso processual, já na extrajudicial o litigio ainda não se iniciou tornando a resolução mais rápida caso as partes cheguem num acordo, caso isso não ocorra terão a possibilidade de ingressar no judiciário.
O Conselho Nacional de Justiça conceitua a respeito da conciliação:
“É um meio alternativo de resolução de conflitos em que as partes confiam a uma terceira pessoa (neutra), o conciliador, a função de aproximá-las e orientá-las na construção de um acordo. O conciliador é uma pessoa da sociedade que atua, de forma voluntária e após treinamento específico, como facilitador do acordo entre os envolvidos, criando um contexto propício ao entendimento mútuo, à aproximação de interesses e à harmonização das relações (CNJ, 2010). 
No que diz respeito ao âmbito trabalhista, a conciliação é uma etapa fundamental do processo, onde juiz tem a obrigação de empregar todos os meios para que as partes cheguem numa solução através de uma conciliação, mas sempre respeitando os direitos e garantias indisponíveis. 
O art. 764 da CLT ilustra muito bem a questão supracitada 
art. 764. Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.
 § 1º – Para os efeitos deste artigo, os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão sempre os seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos. 
§ 2º – Não havendo acordo, o juízo conciliatório converter-se-á obrigatoriamente em arbitral, proferindo decisão na forma prescrita neste Título. 
§ 3º – É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo depois de encerrado o juízo conciliatório.
Durante os conflitos trabalhistas as resoluções devem surgir por meio de acordo entre as partes, onde o juiz atua usando os meios necessários e mantendo o foco na celeridade do processo que pode ser chamada de “audiência una”.
A “audiência una” que se baseia no princípio da concentração dos atos, é o desejo do legislador em que todos os atos do processo trabalhista ocorram no mesmo momento processual, devendo a conciliação, instrução e encerramento ocorrer dentro do mesmo dia. Mas tais atos não são possíveis já que a grande demanda do judiciário não permite, portanto costuma-se marcar a audiência de conciliação primeiro e caso não haja acordo, marca-se a audiência de instrução.
A lei nº 9.958 de 12 de janeiro de 2000, em especifico o Título VI-A, inovou ao tratar da criação, competência e funcionamento das Comissões de Conciliação Prévia – CCP.
A Comissão de Conciliação Previa tem natureza heterocompositiva, onde buscam de forma extrajudicial e em comum acordo, solucionar os conflitos trabalhistas existentes ou os que ainda possam existir.
Com o intuito de desafogar o sistema judiciário trabalhista e descentralizar o sistema de composição dos conflitos, as CCPs foram criadas e instituídas dentro das empresas (empresarial), grupo de empresas (interempresarial) ou por sindicato, que são regidas entre os artigos 625-A ao 625-H da CLT. 
Observa-se que o surgimento de tais comissões foi algo inovador, que possui o claro objetivo de solucionar os litígios de menor complexidade sem a necessidade da intervenção do poder judiciário, porém isso não a torna obrigatória, como era interpretado inicialmente ao analisar o artigo 625-D da CLT. Apontava que caso houvesse uma CPP instalada a utilização desta era obrigatória antes de se ingressar na justiça, porem com o ajuizamento de três Ações Diretas de Inconstitucionalidade o plenário do STF decidiu que é inconstitucional restringir o acesso à justiça, ferindo assim o art. XXXV art. 5º da CFRB/88.
Segundo a Ministra Carmem Lucia, na época presidente do STF:
“Contraria a Constituição a interpretação do art. 625-D da CLT se reconhecesse a submissão da pretensão da Comissão de Conciliação Prévia como requisito obrigatório para ajuizamento de reclamação trabalhista, a revelar óbiceao imediato acesso ao Poder Judiciário por escolha do próprio cidadão” 
Com isso, fica claro que as CPPs são ferramentas de auxílio as partes para que que possam chegar no melhor acordo, mas é algo obrigatório.
Mediação:
A mediação é um procedimento de autocomposição, resolução informal, onde os particulares em concordância elegem um terceiro imparcial como mediador para organizar e facilitar a comunicação entre os envolvidos para que possam sanar o conflito. 
A maior atuação nesta técnica vem das próprias partes que de forma ativa e uso do dialogo tentam chegar a um acordo comum, o mediador não pode propor a solução do litigio, atuando preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, o seu papel é fazer com que os autores entendam a situação um do outro e juntos cheguem a uma resolução consensual que gere benefícios mútuos.
Juan Carlos Vezzulla, especialista em mediação de conflitos e mestre em Serviço Social, em sua obra Psicanálise no Direito: Mediação, diz que: 
Mediação é a técnica privada de solução de conflitos que vem demonstrando, no mundo, sai grande eficiência nos conflitos interpessoais, pois com ela, são as próprias partes que acham as soluções. O mediador somente as ajuda a procurá-las, introduzindo, com suas técnicas, os critérios e os raciocínios que lhes permitirão um entendimento melhor (VEZZULLA, 1998, P.15-6) 
O mediador utiliza técnicas e habilidades para chegar na mediação, que são desenvolvidas em centros especializados em formar profissionais na área. Além disso são apresentadas técnicas de abordagens, modelos e escolas de mediação, como por exemplo: as escolas da mediação facilitativa, mediação avaliativa, mediação transformativa e mediação circular-narrativa., que são as mais comuns. A utilização dessas escolas durante a mediação fica a encargo do bom mediador que sabe a melhor momento para o uso de cada uma delas.
A Resolução do CNJ de número 125, de 29 de novembro de 2010, assim como a resolução 174, de 30 de setembro de 2016 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho foram grandes marcos para o âmbito da solução de conflitos, pois trouxeram a preocupação com a criação de políticas públicas onde programas e ações de incentivo que englobam todas as partes do poder judiciário a realizar a estimular a autocomposição de conflitos, criação de CEJUSCs, NUPEMECs e o diálogo das partes.
Aprovada a chamada Lei de Mediação (Lei 13.140 de 16 de junho de 2015), que trata da mediação como meio de solução para controvérsias e sobre autocomposição de conflitos, claramente conceituado no parágrafo único de seu 1º artigo:
“Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia.”
O art. 42, já no âmbito trabalhista, determina que as mediações no que tange as relações trabalhistas será regido por lei própria. Neste contexto, o poder legislativo instaurou a Lei da reforma trabalhista (Lei 13.467 de 13 de Julho de 2017) que trouxe mudanças na CLT, como a inclusão do art. 611-B que apresenta o que não pode ser objeto de negociação ou acordo coletivo entre as partes e o art. 611-A que apresenta o oposto. Tal artigo apresenta a preponderância do acordado entre as partes sobre o legislado em determinados casos, podendo assim essa ser a solução extrajudicial para diversos conflitos.
Bibliografia:
Luiz Fernando Guilherme faz esta diferenciação em sua obra MANUAL DOS MESCs: Meios Extrajudiciais de Solução de Conflitos, 
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-do-trabalho/a-mediacao-como-meio-alternativo-de-solucao-de-conflitos-trabalhistas-no-ambito-do-trt22/
https://www.migalhas.com.br/depeso/287755/o-judiciario-brasileiro-e-as-novas-resolucoes-nos-conflitos-trabalhistas
https://jus.com.br/artigos/61022/os-metodos-alternativos-de-resolucao-de-conflitos/1
Negociação:
A negociação é o único meio extrajudicial de solução de conflitos que não conta com a presença de um terceiro, já que os agentes se encontram

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