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SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE A gestão da qualidade: pequeno histórico Antes mesmo do período industrial, já existiam abordagens para controlar a qualidade dos produtos. Artesãos europeus, por exemplo, organizavam-se em as- sociações com regras rigorosas para a qualidade de seus produtos e serviços, cujas equipes de inspeção as reforçavam ao aplicar marcas especiais em produtos livres de defeitos. Essas marcas serviam como evidência de qualidade para os clientes. A realimentação do cliente, por sua vez, era imensamente facilitada nessa época; o artesão produzia, vendia, ouvia o cliente e tinha na sua satisfação a condição básica de sobrevivência. Com a Revolução Industrial, muitos artesãos tornaram-se operários das fábri- cas e os donos de lojas de artesanato, frequentemente, supervisores de produção; a forma de trabalhar modificou-se e daí decorreu o arrefecimento do compromisso individual com o resultado global do trabalho. A manutenção da qualidade ficou na dependência da habilidade dos trabalhadores e dos inspetores do departamento de produção; produtos defeituosos eram retrabalhados ou sucateados. A Administração Científica, desenvolvida por Taylor e aplicada nos Estados Unidos no início do século XX, elevou os ganhos de produtividade e colocou o país em posição de liderança nessa área. Os espetaculares resultados conseguidos na capacidade de produção por trabalhador, entretanto, impactaram negativamente a qualidade. O poder de atuação dos operários reduziu-se ainda mais e a qualidade dos produtos caiu. As fábricas, em busca de um antídoto para esse efeito cola- teral indesejável, criaram departamentos centrais de inspeção cujo objetivo era impedir que produtos defeituosos chegassem aos clientes. Curiosamente, se um produto defeituoso passasse ao cliente, a responsabilidade muito provavelmente recairia sobre o chefe dos inspetores e não sobre o gerente de produção! Algo sur- preendente em tempos modernos. 54 Sistemas de gestão integrados Mas, convenhamos, inspecionar produtos acabados e, a seguir, sucateá-los ou retrabalhá-los não consistia num modo econômico de produzir. Foi a partir dessa percepção que, em meados da década de 1920, a qualidade chegou aos processos. Walter Shewhart, estatístico dos Laboratórios Bell, considerado por muitos o pai da moderna gestão da qualidade, desenvolveu o controle estatístico da qualida- de. Criou ferramentas e conceitos que são usados até hoje, como as cartas de controle, a amostragem científica e o plano de deméritos para produtos finais, posteriormente difundidos em seu clássico Economic Control of Quality of Manu- factured Product1 (Controle econômico da qualidade de produtos manufaturados). Entretanto, só duas décadas depois, durante a Segunda Guerra Mundial, o traba- lho de Shewhart ganhou aplicação efetiva nos Estados Unidos. Produtos militares com defeito não podiam, evidentemente, ser aceitos, o que exigia grande esforço de inspeção. Para minimizar esse esforço sem comprometer a segurança, as forças armadas americanas adaptaram as tabelas de amostragem científica e as publicaram como uma norma militar (Military Standard ou, na forma abreviada, Mil-Std), a Mil- -Std-105. Procuraram, ainda, apoiar a melhoria de seus fornecedores, patrocinando cursos de controle estatístico da qualidade, o que levou à efetiva disseminação dessa metodologia nos Estados Unidos. A difusão do controle estatístico da qualidade deu origem aos departamentos da qualidade e aos engenheiros de controle da qualidade. No pós-guerra surgiu no Japão uma nova fronteira de desenvolvimento da gestão da qualidade. Pressionado pela necessidade de reconstrução e pela má re- putação da qualidade de seus produtos, o Japão desenvolveu uma ação coletiva de melhoria. Diversas missões foram enviadas ao exterior, publicações foram tra- duzidas para o japonês e professores estrangeiros, como Deming e Juran, foram levados para lá. Com uma abordagem liderada pela alta direção e contando com a participação de gerentes, engenheiros e operários, os japoneses melhoraram os processos e deram início à nova abordagem da “qualidade total”. Assim, passaram a produzir produtos de qualidade a baixos preços e conseguiram fatias expressivas de mercado em países estrangeiros, notadamente nos Estados Unidos. A reação americana, inicialmente marcada por restrições à importação e ape- los à compra dos produtos domésticos, foi posteriormente substituída por abor- dagens estruturadas para a melhoria, dando origem ao Total Quality Management (TQM, Gestão da Qualidade Total) nos Estados Unidos. Diversos “gurus”, como Deming, Juran, Crosby e Feigenbaum, influenciaram fortemente a abordagem das empresas nesse período, difundindo conceitos e métodos depois incorporados pelos sistemas modernos. Já na década de 1980, dois sistemas de importância significativa para os dias atuais tiveram sua consolidação: 1 Walter A. Shewhart, Economic Control of Quality of Manufactured (Nova York: D. Van Nostrand, 1931). Sistema de gestão da qualidade 55 � nos Estados Unidos, lançou-se o Prêmio Malcolm Baldrige, prêmio nacional da qualidade, que unificaria no país a concepção do TQM e inspiraria vários outros prêmios nacionais da qualidade, entre os quais o brasileiro; e � na Europa lançou-se a primeira edição da série ISO 9000. As normas de gestão da qualidade A série ISO 9000 originou-se de uma norma inglesa, a BS 5750, e, em sua primeira versão, datada de 1987, era composta de três normas certificáveis (9001, 9002 e 9003) e de uma norma de diretrizes (9004), que descrevia um conjunto básico de elementos por meio dos quais os sistemas da qualidade podiam ser desenvolvidos e implementados. O primeiro certificado emitido no Brasil está re- produzido na Figura I. Quadro I – Série ISO 9000:1987. Série ISO 9000:1987 Número da norma Título ISO 9000 Normas de gestão da qualidade e garantia da qualidade – Diretrizes para seleção e uso. ISO 9001 Sistemas da qualidade – Modelo para garantia da qualidade em projetos/ desenvolvimento, produção, instalação e assistência técnica. ISO 9002 Sistemas da qualidade – Modelo para garantia da qualidade em produção e instalação. ISO 9003 Sistemas da qualidade – Modelo para garantia da qualidade em inspeção e ensaios finais. ISO 9004 Gestão da qualidade e elementos do sistema da qualidade – Diretrizes. 1 Figura I. Primeiro certificado emitido no Brasil. 56 Sistemas de gestão integrados As normas 9001, 9002 e 9003, versão 1987, eram de garantia da qualidade, previstas para ser utilizadas em relações contratuais, e tinham por objetivo asse- gurar que o produto entregue atendesse às especificações previstas em contrato. Seus requisitos distribuíam-se em cláusulas, na seção 4 do texto da norma (Quadro II). A 9001, aplicável em situações contratuais nas quais fosse requerido esforço de projetos, continha vinte cláusulas; a 9002, aplicável em situações contratuais em que os requisitos para o produto estavam definidos em um projeto já existente, continha dezoito cláusulas; e a 9003, aplicável em situações contratuais em que o fornecedor precisava apenas demonstrar competência em testes e ensaios finais, continha apenas doze cláusulas. Quadro II – Comparação entre requisitos das normas 9001, 9002 e 9003 – versão 1987 (X = cláusula requerida pela norma). Cláusula 9001 9002 9003 4.1. Responsabilidade da administração X X X 4.2. Sistema da qualidade X X X 4.3. Análise crítica de contrato X X 4.4. Controle de projeto X 4.5. Controle de documentos X X X 4.6. Aquisição X X 4.7. Produto fornecido pelo comprador X X 4.8. Identificação e rastreabilidade de produto X X X 4.9. Controle de processos X X 4.10. Inspeção e ensaios X X X 4.11. Equipamento de inspeção, medição e ensaios X X X 4.12. Situação de inspeção e ensaios X X X 4.13. Controle de produto não conforme X X X 4.14. Ação corretiva X X 4.15. Manuseio, armazenamento, embalagem e expedição X X X 4.16. Registros da qualidade X X X 4.17. Auditoriasinternas da qualidade X X 4.18. Treinamento X X X 4.19. Assistência técnica X 4.20. Técnicas estatísticas X X X <le Para que todas as normas tenham sua atualização garantida, devem ter o conteúdo periodicamente reavaliado. Como a série ISO 9000 não está, é evidente, imune a essa necessidade, também vem sendo revisada regularmente. A primeira Sistema de gestão da qualidade 57 revisão, publicada em 1994, introduziu diversos aperfeiçoamentos, mas não alte- rou os objetivos e a estrutura do conjunto de normas; os requisitos foram amplia- dos, passando a 9002 a ter dezenove cláusulas; e a 9003, dezesseis. A propósito, o fato de a série ISO 9000 passar a ser largamente utilizada fez que as normas fossem inadequadamente aplicadas em casos para os quais não haviam sido desenvolvidas, como, por exemplo, situações não contratuais e sem especificação do produto final, o que acabou por originar diversas críticas à sua eficácia. Isso foi resolvido na segunda revisão, publicada em 2000. As três normas certificáveis foram unificadas em apenas uma (a ISO 9001:2000) e seus objetivos foram alterados, transformando-a numa norma de gestão da qualidade. O objetivo do sistema de gestão da qualidade (SGQ) prescrito pela ISO 9001:2000 passou a ser a satisfação do cliente e não mais o simples atendimento de requisitos previamen- te especificados. Foram incluídos também elementos importantes já existentes nos modelos de qualidade total, como a abordagem de processo, o foco no cliente, a melhoria contínua e a necessidade de medir a satisfação do cliente. Em dezembro de 2008, foi publicada a terceira revisão, com base na experiên- cia de oito anos de aplicação da versão 2000. A ISO 9001:2008 manteve os mesmos objetivos e a mesma estrutura da ISO 9001:2000 e não incorporou nenhum novo requisito, foram incluídas apenas melhorias no texto, clarificando alguns pontos. Em setembro de 2015, foi publicada a quarta revisão, adaptando-se à estru- tura comum de normas de sistema de gestão prescrita pelas diretivas ISO/IEC de 2012 e introduzindo novos requisitos, como gestão de riscos, análise do contexto da organização e consideração de necessidades de outras partes interessadas que não apenas os clientes (uma visão geral dessas alterações foi apresentada no capí- tulo “Estrutura dos sistemas de gestão”). Na abordagem da ISO 9001 versão 2015, gestão da qualidade engloba o con- junto de atividades desenvolvidas por uma organização, no sentido de: � assegurar que seus produtos ou serviços atendam aos clientes, satisfazen- do-os plenamente; � garantir que seus produtos ou serviços estejam em conformidade com os regulamentos a eles aplicáveis; e � melhorar continuamente seu desempenho. Nesse contexto, gestão tem a abrangência do ciclo PDCA, já descrito em “Fun- damentos dos sistemas de gestão”, e contempla, portanto, o planejamento da qua- lidade, a produção conforme planejado, a verificação de resultados e a melhoria. A ISO 9001 é, seguramente, uma das normas mais conhecidas do mundo. Uma pesquisa mundial, efetuada pela própria ISO, mostrou que, no final de 2015, mais de um milhão de certificados de conformidade com a ISO 9001 haviam sido emitidos para organizações de 201 países. 58 Sistemas de gestão integrados Tabela I – Certificações ISO 9001 no final de 2015. Países com maior número de certificações Posição País No de certificados ISO 9001 1 China 292.559 2 Itália 132.870 3 Alemanha 52.995 4 Japão 47.101 5 Reino Unido 40.161 6 Índia 36.305 7 Estados Unidos 33.103 8 Espanha 32.730 9 França 27.844 10 Romênia 20.524 11 Brasil 17.529 <legenda> O sistema de gestão da qualidade refere-se à maneira como a organização trabalha. Nesse sentido, portanto, a ISO 9001 é uma norma de processo e não de produto, e seus requisitos são complementares aos já existentes para produtos e serviços. Certamente que os processos afetam o produto final e que um SGQ eficaz gerará produtos e serviços que satisfaçam seus clientes; o que não se pode aceitar, contudo, como alguns anúncios publicitários tentam induzir, é que a certificação de sistemas de gestão da qualidade equivalha à certificação de qualidade de produtos. Além da ISO 9001, constam da série ISO 9000, publicada no Brasil pela ABNT, outras normas, que auxiliam a organização em aspectos como documentação, au- ditorias, treinamento, melhoria do desempenho, etc. A única norma da série que permite certificação, no entanto, conforme já relatado, é a ISO 9001:2015. O Qua- dro III apresenta as normas da série ISO 9000 publicadas no Brasil, bem como normas complementares a ela, em sua maioria publicadas com números na faixa de 10.000. Quadro III – Normas da série ISO 9000.2 Normas da série ISO 9000 publicadas no Brasil pela ABNT Número Título Publicação ABNT NBR ISO 9000 SGQ – Fundamentos e vocabulário. 2015 ABNT NBR ISO 9001 SGQ – Requisitos. 2015 ABNT NBR ISO 9004 Gestão para o sucesso sustentado de uma organização – Uma abordagem da gestão da qualidade. 2010 2 Ver em http://www.abntcb25.com.br/. (cont.) Sistema de gestão da qualidade 59 Número Título Publicação ABNT NBR ISO 10001 Gestão da qualidade – Satisfação do cliente – Diretrizes para códigos de conduta para organizações. 2013 ABNT NBR ISO 10002 Gestão da qualidade – Satisfação do cliente – Diretrizes para o tratamento de reclamações nas organizações. 2005 ABNT NBR ISO 10003 Gestão da qualidade – Satisfação do cliente – Diretrizes para a resolução externa de litígios das organizações. 2013 ABNT NBR ISO 10004 Gestão da qualidade – Satisfação do cliente – Diretrizes para monitoramento e medição. 2013 ABNT NBR ISO 10005 SGQ – Diretrizes para planos da qualidade. 2007 ABNT NBR ISO 10006 SGQ – Diretrizes para a gestão da qualidade em empreendimentos. 2006 ABNT NBR ISO 10007 SGQ – Diretrizes para a gestão de configuração. 2005 ABNT NBR ISO 10008 Gestão da qualidade — Satisfação do cliente — Diretrizes para transações de comércio eletrônico de negócio ao consumidor. 2013 ABNT NBR ISO 10012 Sistemas de gestão de medição – Requisitos para o processo de medição e equipamento de medição. 2004 ABNT ISO/TR 10013 Diretrizes para a documentação de sistema de gestão da qualidade. 2002 ABNT NBR ISO 10014 Gestão da qualidade – Diretrizes para a percepção de benefícios financeiros e econômicos. 2008 ABNT NBR ISO 10015 Gestão da qualidade – Diretrizes para treinamento. 2001 ABNT ISO/TR 10017 Guias sobre técnicas estatísticas para a ABNT NBR ISO 9001:2000. 2005 ABNT NBR ISO 10018 Gestão da qualidade – Diretrizes para envolvimento das pessoas e suas competências. 2013 ABNT ISO/TR 10019 Diretrizes para a seleção de consultores de sistema de gestão da qualidade e uso de seus serviços. 2007 ABNT NBR ISO 19011 Diretrizes para auditorias de sistemas de gestão. 2012 1 Sendo a ISO 9001 uma norma genérica, pode aplicar-se a organizações de qual- quer tamanho e setor de atividade e em qualquer forma de constituição legal, sejam elas públicas, privadas ou sem fins lucrativos. Alguns setores, como o automotivo e o aeroespacial, entretanto, por entenderem que têm requisitos que extrapolam a ISO 9001, desenvolveram normas de gestão da qualidade específicas, inicialmente fora do ambiente da ISO; são, respectivamente, a QS-9000 e a AS-9100. Em geral, as normas setoriais incluem terminologia específica do setor, requisitos e controles mais prescritivos, requisitos regulamentares específicos do setor e códigos de boas práticas. O desenvolvimento de normas setoriais é, a princípio, conflitante com a di- retriz básica da normalização, que visa exatamente evitar a proliferação de docu- mentos distintos para a mesma finalidade. Reconhecendo, no entanto, demandas 60 Sistemas de gestão integrados de mercado, a ISO abrandou resistências para a elaboração de normas setoriais de gestão da qualidade. Tal fato, somado ao lançamento de outros produtos da ISO destinados ao mercado de pré-certificação – Publicly Available Specifications3 (PASs, EspecificaçõesPublicamente Disponíveis) e International Workshop Agreements (IWAs, Acordos em Workshops Internacionais) –, fomentou o desenvolvimento de documentos setoriais também no âmbito da ISO. O Quadro IV apresenta normas setoriais publicadas no Brasil. Quadro IV – Normas setoriais.4 Normas setoriais publicadas no Brasil pela ABNT Número Título Publicação ABNT NBR ISO 13485 Produtos para a saúde – Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos para fins regulamentares. 2016 ABNT NBR 15100 Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos para organizações de aeronáutica, espaço e defesa. 2010 ABNT NBR 15419 SGQ – Diretrizes para aplicação da ABNT NBR ISO 9001:2000 nas organizações educacionais. 2006 ABNT ISO/TS 16949 SGQ – Requisitos particulares para aplicação da ABNT NBR ISO 9001:2008 para organizações de produção automotiva e peças de reposição pertinentes. 2010 ABNT NBR ISO/IEC 17025 Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração. 2005 ABNT NBR ISO 18091 Sistemas de gestão da qualidade – Diretrizes para a aplicação da ABNT NBR ISO 9001:2008 em prefeituras 2014 ABNT NBR 22000 Sistemas de gestão da segurança de alimentos – Requisitos para qualquer organização na cadeia produtiva de alimentos. 2006 ABNT ISO/TS 29001 Indústrias do petróleo, gás natural e petroquímica – Sistemas de gestão da qualidade específicos do setor – Requisitos para organizações de fornecimento de produtos e serviços. 2010 Ressalte-se que a abordagem deste capítulo abrange exclusivamente a nor- ma genérica, pois, a partir de seu entendimento, torna-se razoavelmente simples ampliar a compreensão para as setoriais. Ainda, como a normalização na área de SGQ é dinâmica, reconhece-se que, uma vez publicado este livro, poderão ocorrer mudanças, por isso recomenda-se aos leitores consultar também o portal da ABNT (http://www.abnt.org.br) ou o da ISO (http://www.iso.org). 3 Uma PAS representa um acordo entre especialistas técnicos em um grupo de trabalho da ISO e é aceita para publicação se for aprovada por mais de 50% dos membros votantes do comitê responsável. 4 Ver em http://www.abnt.org.br/. Sistema de gestão da qualidade 61 Conceito de qualidade O conceito de qualidade não tem uma definição única, de consenso univer- sal. Pelo contrário, suas definições têm apresentado variações nos trabalhos de diversos autores e instituições: � Philip Crosby,5 por exemplo, cita que “qualidade é conformidade com os requisitos”; � Joseph Juran,6 que “a palavra tem dois significados principais: (1) as carac- terísticas de produto que respondem às necessidades dos clientes; e (2) au- sência de deficiências”. Um termo genérico para reunir os dois significados é “adequação ao uso”; � A. V. Feigenbaum,7 por sua vez, entende que qualidade é “o total das carac- terísticas de marketing, engenharia e manutenção do composto produto e serviço por meio das quais o produto e serviço em uso irão atender às expectativas do consumidor”; � segundo a Fundação Nacional da Qualidade,8 qualidade consiste na “totali- dade de características de uma entidade (atividade, processo ou produto), organização ou uma combinação destas, que lhe confere a capacidade de satisfazer às necessidades explícitas e implícitas dos clientes e demais par- tes interessadas”; � para a American Society for Quality,9 é um termo subjetivo para o qual cada pessoa ou setor tem sua própria definição. Em termos técnicos, qua- lidade pode ter dois significados: (1) as características de um produto ou serviço que suportam sua habilidade de satisfazer às necessidades estabe- lecidas ou implícitas; (2) um serviço ou produto livre de defeitos; e � na NBR ISO 9000:2015 consta que é o grau em que um conjunto de caracte- rísticas (propriedades diferenciadoras) inerentes de um objeto satisfaz aos requisitos (necessidade ou expectativa). Todos têm em comum, entretanto, que o ponto de partida para a qualidade é identificar as necessidades e expectativas dos clientes, as quais são singulares para cada organização e mutáveis no tempo. Estes são exemplos de necessidades e expectativas identificadas por duas organizações de ramos diferentes (Quadro V): 5 Philip B. Crosby, Qualidade é investimento (Rio de Janeiro: José Olympio, 1988), p. 31. 6 Joseph M. Juran, A qualidade desde o projeto (São Paulo: Pioneira, 1992), cit., p. 521. 7 A. V. Feigenbaum, Total Quality Control (Cingapura: McGraw Hill, 1986), p. 7. 8 Fundação Nacional da Qualidade, Critérios de excelência: avaliação e diagnóstico da gestão organizacional (20a ed. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2013). 9 American Society for Quality, Quality Glossary (Milwaukee: Quality Progress, 2007). 62 Sistemas de gestão integrados Quadro V – Exemplos de necessidades e expectativas de clientes. Organização Necessidades e expectativas de clientes Hotel • precisão dos dados de reserva; • cortesia e rapidez no registro de entrada; • limpeza; • atitude profissional e cordialidade dos empregados; • boa conservação de mobiliário, instalações e equipamentos; • área e ambiente para trabalho nos apartamentos; • ar-condicionado nos apartamentos; • variedade de opções e qualidade da comida nos restaurantes; • segurança; • áreas para recreação; • cordialidade e rapidez no registro de saída. Operadora de transporte coletivo urbano • pequeno tempo de espera; • rapidez na viagem; • segurança; • conforto; • acessibilidade; • cortesia no atendimento. <legenda> O conjunto de necessidades e expectativas dos clientes pode ser bastante amplo. Mas, felizmente, uma organização não precisa necessariamente atender a 100% das necessidades e expectativas para satisfazer a seus clientes. Precisa, sim, identificá-las, avaliar sua importância relativa e compreender o efeito do atendi- mento sobre a satisfação dos clientes, para, a partir dessas informações, orientar sua estratégia de produto. Noriaki Kano,10 renomado especialista japonês, ao estu- dar o efeito do atendimento de requisitos sobre a satisfação dos clientes, identifi- cou três grupos principais: � qualidade compulsória: refere-se a requisitos tão básicos que os clientes podem nem se lembrar de mencionar, a menos que a organização falhe em atendê-los. Sua presença provavelmente não será notada; já sua ausência gerará grande insatisfação. Por exemplo, se um café é servido quente, os clientes raramente notarão, mas, servido frio, causará insatisfação; � qualidade linear: corresponde tipicamente às respostas que obtemos quando perguntamos aos clientes o que eles querem. Gerarão satisfação (ou insatis- fação) com intensidade proporcional a sua presença ou ausência no produto ou serviço. Entrega rápida é um bom exemplo. Quanto mais rápida (ou len- ta) a entrega, mais os clientes ficarão satisfeitos (ou insatisfeitos); e 10 Noriaki Kano, “Attractive Quality and Must Be Quality”, em Hinshitsu, 14 (2), 1984. Sistema de gestão da qualidade 63 � qualidade atrativa: corresponde a requisitos em geral difíceis de descobrir, pois estão além das expectativas dos clientes. Sua ausência não gera insa- tisfação, mas sua presença excita. Por exemplo, se for servido champanhe e caviar num voo doméstico, em substituição a sanduíches e barras de ce- reais, isso surpreenderá positivamente os clientes. Mas, se não o for, é muito provável que eles não manifestem explicitamente essa exigência. Cabe, portanto, às organizações explorar problemas e oportunidades não verba- lizados pelos clientes para identificar os elementos de qualidade atrativa. Para os sistemas de gestão tratados neste livro, considera-se a definição da NBR ISO 9000:2015. Mensuração da qualidade Um sistema de gestão da qualidade é, em essência, um conjunto de processos e recursos para o planejamento, o controle e a melhoria das características de produtos e/ou serviços que levem à satisfação dos clientes. Um adequado planejamento e con- trole da qualidade exige, por consequência, uma estrutura de mensuração que seja capaz de traduzirem grandezas objetivas o grau em que as características ineren- tes a produtos e serviços atendem às necessidades e expectativas dos clientes. Vale, portanto, também para o SGQ a clássica frase de Lord Kelvin: “Se pudermos medir aquilo de que falamos e exprimir por números o resultado, conhecemos algo sobre o assunto; mas se não o pudermos, nosso conhecimento é deficiente e insatisfatório”.11 O desenvolvimento de uma estrutura para a mensuração da qualidade passa, em geral, pelas etapas ilustradas na Figura II. 11 Robert Resnick e David Halliday, Física – Parte I. (São Paulo: LTC, 1969). Identi�car necessidades e expectativas de clientes • Resultado: lista com características da qualidade do produto ou serviço desejadas pelos clientes Analisar, traduzir para a linguagem da empresa e priorizar as necessidades e expectativas dos clientes • Resultado: lista com características da qualidade compreendidas e priorizadas Desenvolver estrutura de indicadores para mensuração das características da qualidade • Resultado: relação de indicadores associados às características da qualidade Detalhar o modo de apuração dos indicadores • Resultado: metodologia de apuração, fórmulas de cálculo (quando aplicável), fontes de dados, exceções, periodicidade, responsabilidades, etc. Figura II. Desenvolvimento de estrutura para mensuração da qualidade. 64 Sistemas de gestão integrados Indicadores são variáveis que quantificam o desempenho de produtos, servi- ços, processos e, eventualmente, da organização como um todo. Podem ser medi- das diretas (exemplo: temperatura) ou relações entre medidas (exemplo: número de reclamações por milhão de clientes). Um indicador extremamente comum, utilizado em muitas organizações, é o percentual de falhas ou erros, calculado pela seguinte expressão geral: Percentual de falhas = Número de falhas ÷ Número de oportunidades para falhas O Quadro VI apresenta alguns exemplos de indicadores para as característi- cas da qualidade dos serviços do hotel, referenciadas no Quadro V. Quadro VI – Exemplos de indicadores para um hotel. Organização Necessidades e expectativas de clientes Indicadores Hotel Precisão dos dados de reserva • Percentual de erros em reservas = Número de reservas com erros por total de reservas realizadas Rapidez e cortesia no registro de entrada • Tempo médio para recepcionar hóspedes (estratificado por funcionário da recepção) • Índice de satisfação com a “cortesia da recepção” • % de pedidos especiais atendidos com sucesso Limpeza • Percentual de conformidade com padrões de limpeza • Número de reclamações sobre limpeza por mil hóspedes O Quadro VII ilustra o detalhamento de um indicador (índice de satisfação com a cortesia da recepção): Quadro VII – Exemplo de detalhamento de indicador Indicador Índice de satisfação com a cortesia da recepção - ISCR Forma de cálculo (fórmula) ISCR = E + B Resultado expresso em percentual. Componente(s) do numerador • E = Percentual de incidência de “excelente” • B = Percentual de incidência de “bom” Componente(s) do denominador (quando for o caso) Não há Método de apuração Os percentuais acima citados são avaliados por meio de pesquisa de opinião, por amostragem, com escala de cinco pontos: excelente, bom, regular, ruim e péssimo. Os resultados são estratificados por grupos de clientes. Sistema de gestão da qualidade 65 Qualidade em serviços O setor de serviços engloba um amplo conjunto de áreas de atividade, como comércio, hotelaria, seguros, transportes, educação, saúde, etc. É responsável por mais de 60% do Produto Interno Bruto brasileiro e por um percentual ainda maior de empregos gerados. Nos dias de hoje vivemos, portanto, em uma economia de serviços, e não mais em uma economia industrial ou agrícola. A implantação de sistemas de gestão da qualidade em organizações de servi- ços teve início em um momento posterior àquele em que sua aplicação foi inicia- da na indústria. O setor apresenta, no entanto, particularidades que dão à gestão da qualidade importância equivalente, ou até superior, àquela existente na área industrial. O Quadro VIII ilustra algumas dessas particularidades. Quadro VIII – Particularidades do setor de serviços. Produto Serviço Qualidade associada a um objeto. Qualidade associada a uma experiência/vivência. Produção anterior ao consumo. Produção e consumo simultâneos. Picos de demanda podem ser supridos por estoques. Não é possível estocar. Cliente, em geral, não vê o processo de produção. Cliente participa do processo de produção. Processos podem ser automatizados. Trabalho humano é, em geral, o principal componente. Em organizações de serviços, o consumo ocorre no momento da produção, com o cliente frequentemente participando do processo produtivo, o que aumen- ta a ênfase na estruturação de processos eficazes e no enfoque preventivo. Uma indústria pode, em última instância, recorrer à mais antiga metodologia para lidar com a qualidade ou com a falta dela: fabricar e, ao final, inspecionar. Se o produto não atender às especificações, ele será devolvido à linha de produção para ser re- trabalhado ou refugado. Embora conte com essa alternativa, a indústria em geral não a utiliza, porque ela não é econômica. Uma indústria pode, também, trabalhar com estoques reguladores para evitar a escassez em momentos de pico de deman- da. Tais abordagens são, em geral, inaplicáveis ao setor de serviços. Uma empresa aérea, por exemplo, não poderá devolver o passageiro que foi transportado de modo inadequado ao ponto de origem para, então, prestar o serviço como foi es- pecificado. Tampouco poderá estocar viagens! A aplicação crescente dos sistemas de gestão da qualidade em organizações de serviço ao longo das últimas décadas é uma consequência desse cenário. As estatísticas mais recentes da ISO demonstram que o número de organizações de serviço certificadas está em patamares similares aos das organizações industriais. Coerentemente com essa demanda de mercado, o texto da ISO 9001 vem, a cada revisão, tornando-se mais aderente às particularidades de organizações de serviços. 66 Sistemas de gestão integrados As orientações contidas neste livro, exceto quando houver expressa indicação do contrário, aplicam-se identicamente a organizações industriais e de serviço. A mensuração da qualidade, questão que, em uma análise superficial, pode parecer mais complexa em organizações de serviços, pode ser facilmente atendida pela aplicação da metodologia sugerida no item “Mensuração da qualidade”. Um recurso adicional que pode ser bastante útil para a compreensão da ava- liação da qualidade em organizações de serviço é o “loop da qualidade de serviços”, ilustrado na Figura III. Figura III. Loop da qualidade de serviços.12 Nessa figura, a “qualidade de serviço desejada” representa aquilo que é re- querido, explícita ou implicitamente, pelo cliente. Pode ser determinada por meio de pesquisas e pode ser expressa por meio de um conjunto de características de qualidade que sejam relevantes para esse cliente. A “qualidade de serviço especi- ficada” representa o nível de qualidade que o provedor de serviços pretende for- necer aos consumidores. Poderá ser definida considerando a qualidade de serviço desejada, o desempenho de concorrentes, as restrições técnicas e orçamentárias da organização e sua estratégia de inserção no mercado. A “qualidade de serviço entregue” representa o nível que é efetivamente atingido pelas operações diárias. A “qualidade de serviço percebida” representa a percepção real do cliente diante dos serviços prestados e depende de sua experiência pessoal em relação a eles, bem como das informações que recebe em relação aos serviços – do provedor, da mídia ou de outras fontes – e de suas condições pessoais. A “qualidade de serviços especificada” representa o que em muitas organiza- ções é denominado padrão de serviço, o qual pode ser definido especificando-se 12 Adaptado da norma europeia EN 13816(Transportation – Logistics and services – Public passenger transport – Service quality definition, targeting and measurement), 2002. Qualidade de serviço desejada Qualidade de serviço percebida Qualidade de serviço especificada Qualidade de serviço entregue Visão do cliente Visão do prestador de serviços Medida de satisfação Avaliação de desempenho Sistema de gestão da qualidade 67 os valores pretendidos para os indicadores que avaliam a qualidade. O Quadro IX apresenta exemplos de padrões para os indicadores anteriormente relacionados no Quadro VI. Quadro IX – Exemplos de padrões de serviço. Organização Necessidades e expectativas de clientes Indicadores Padrões Hotel Precisão dos dados de reserva Percentual de erros em reservas 99% dos clientes não relatam qualquer erro em suas reservas Rapidez e cortesia no registro de entrada Tempo médio para recepcionar os hóspedes Hóspedes atendidos em, no máximo, 2 minutos após a entrada na recepção Limpeza Percentual de conformidade de padrões na limpeza 90% das inspeções de limpeza sem qualquer registro de não conformidade Se o leitor observar com atenção as grandes cadeias globais de serviços, como hotéis e restaurantes, verá que a consistência, isto é, o fato de o serviço ter as mesmas características em todas as unidades, é um fator fundamental para atrair clientes. Para um número considerável de consumidores, a melhor surpresa é, de fato, não ter surpresas! Tal expectativa, para ser atendida, exige um eficaz sistema de gestão da qualidade. O sistema de gestão da qualidade conforme a ISO 9001:2015 O SGQ proposto pela ISO 9001 está estruturado com base no ciclo PDCA, que pode ser aplicado ao sistema como um todo e a cada um de seus processos em particular. A Figura IV (segundo a NBR ISO 9001:2015) traz uma visão geral do sis- tema: o retângulo tracejado corresponde à sua fronteira; os elementos do sistema são representados no interior do retângulo e estão associados aos números das cláusulas correspondentes no texto da NBR ISO 9001; e as interfaces do sistema com o exterior e as informações que o subsidiam são representadas pelas setas que cruzam o retângulo. Observe com atenção as interfaces do sistema com o cliente: a identificação das necessidades e expectativas como insumo para o planejamento dos produtos e serviços e a avaliação da satisfação após a sua entrega. 68 Sistemas de gestão integrados A Figura V ilustra a aplicação do PDCA a cada um dos processos que com- põem o SGQ. Figura IV. SGQ e ciclo PDCA. Apoio e operação (7, 8) Liderança (5) Melhoria (10) Avaliação do desem- penho (9) Planeja- mento (6) Sistema de gestão da qualidade (4) Plan Do Act Check Requisitos do cliente Necessidades e expectativas de partes interessadas pertinentes (4) Contexto da organização (4) Satisfação do cliente Produtos e serviços Resultados do SGQ Figura V. Representação esquemática da aplicação do ciclo PDCA a cada um dos processos do SGQ. In te ra çã o co m o ut ro s pr oc es so s In te ra çã o co m o ut ro s pr oc es so s Do – Realizar o processo Act – Incorporar melhorias necessárias Plan – Planejar o processo (Grau de planejamento depende dos riscos) Check– Monitorar/medir o desempenho do processo ProdutosInsumos A NBR ISO 9001, como todas as normas internacionais de sistemas de gestão, estabelece requisitos mínimos para garantir os resultados pretendidos, sem criar barreiras desnecessárias ao comércio internacional. Ela está centrada, portanto, na eficácia, e não necessariamente na eficiência dos processos. Embora não existam, na NBR ISO 9001, requisitos que cobrem a eficiência, ou seja, o uso otimizado de recursos, nenhuma organização que pretenda ser compe- Sistema de gestão da qualidade 69 titiva no mercado deveria implantar o SGQ sem a busca simultânea e continuada de eficácia e eficiência. A ISO 9001 é, em essência, uma norma de proteção de clientes, mas também gera benefícios para outras partes interessadas. A Figura VI ilustra os benefícios da implantação de um sistema de gestão da qualidade. Figura VI. Benefícios da implantação de um sistema de gestão da qualidade. Para a empresa: – Ampliação do acesso a alguns mercados – Melhoria da produtividade e competitividade – Melhoria da satisfação de clientes – Melhoria da imagem Para o meio ambiente: – Redução de desperdícios de matérias-primas e outros insumos – Conservação de recursos naturais Para os empregados: – Clareza quanto aos resultados a serem obtidos e ao modo de execução – Satisfação com a qualidade de seu trabalho Para os fornecedores: – Melhores condições comerciais – Maior segurança nas transações – Maior facilidade na realização de parcerias Para os clientes: – Confiabilidade na qualidade do produto – Redução de inspeções de recebimento – Redução de custos Implantação de um sistema de gestão da qualidade Detalhamento dos requisitos do sistema de gestão da qualidade O detalhamento do conjunto de requisitos da ISO 9001 apresentado a seguir é de caráter didático, visa permitir uma compreensão geral do sistema, mas não é exaustivo a ponto de incluir todos os detalhes da norma. Assim, qualquer implan- tação de sistema ou verificação de sua conformidade deverá ser feita a partir do texto da NBR ISO 9001:2015 em sua íntegra. A NBR ISO 9001:2015 é estruturada em dez seções, das quais sete (seções de 4 a 10) contêm os requisitos do sistema de gestão da qualidade: 70 Sistemas de gestão integrados Requisitos do sistema de gestão da qualidade Introdução 1. Escopo 2. Referência normativa 3. Termos e definições 4. Contexto da organização 5. Liderança 6. Planejamento 7. Apoio 8. Operação 9. Avaliação de desempenho 10. Melhoria A compreensão do sistema é facilitada quando se vai do geral para o par- ticular, quando se compreende a finalidade de seus requisitos e quando se têm exemplos reais de como esses requisitos são colocados em prática. Assim, serão destacados em cada seção: a) uma visão geral da seção e de suas principais interfaces; b) um resumo dos requisitos e de sua finalidade; c) casos reais, exemplificando requisitos. Seção 4 – Contexto da organização A análise do contexto é parte usual de qualquer processo de planejamento estratégico e é fundamental para o sucesso de uma organização. Como foi verifi- cado em algumas aplicações inadequadas de versões anteriores da NBR ISO 9001, o SGQ não pode ser concebido como um sistema autônomo, isolado da gestão global da organização. A essência da seção 4 é que a organização conceba e im- plante o SGQ a partir da análise de seu ambiente de negócios e das necessidades e expectativas dos clientes e de outras partes interessadas pertinentes. O SGQ deve, portanto, ser constituído por um conjunto de processos capazes de atender a essas necessidades e expectativas. Partes interessadas pertinentes são aqui entendidas como aquelas que podem influenciar a capacidade da organização de produzir produtos e serviços que atendam às necessidades de seus clientes. O foco do SGQ está, portanto, na estruturação de processos eficazes e alinha- dos aos objetivos organizacionais. A subseção 4.4 é praticamente um roteiro para a gestão por processos, exigindo que a organização determine: � os insumos necessários e os resultados esperados dos processos do SGQ; � a sequência e a interação desses processos; Sistema de gestão da qualidade 71 � os critérios e métodos, incluindo medidas e indicadores de desempenho correspondentes, necessários para assegurar a operação eficaz e o controle dos processos; � os recursos necessários, assegurando sua disponibilidade; � as responsabilidades e autoridades para os processos; � os riscos e as oportunidades, bem como os planos para lidar com eles; � os métodos para monitoramento, medição, avaliação e, se necessário, im- plementação de mudanças nos processos, de modo a assegurar que eles atinjam osresultados pretendidos; � oportunidades para a melhoria dos processos e do SGQ como um todo. Resumo dos requisitos O que é exigido Para que é exigido 4.1 Entendendo a organização e seu contexto Que a organização determine as questões internas e externas que são relevantes para sua finalidade e para suas estratégias, que afetam sua habilidade de atingir os resultados pretendidos para o SGQ. Para garantir que o SGQ seja concebido em consonância com o ambiente de negócios em que a organização opera. 4.2 Entendendo as necessidades e expectativas de partes interessadas Que a organização determine as partes interessadas que são pertinentes para o SGQ, bem como seus requisitos. 4.3 Determinando o escopo do sistema de gestão da qualidade Que a organização determine os limites e a aplicabilidade de seu SGQ, considerando 4.1, 4.2 e os produtos e serviços que fornece. Que o escopo seja mantido como informação documentada e que contenha: 1) produtos e serviços cobertos pelo SGQ; 2) justificativas, caso algum requisito da ISO 9001 não possa ser aplicado. Para clarificar o que está e o que não está coberto pelo SGQ. 4.4 Sistema de gestão da qualidade e seus processos Que a organização estabeleça, implemente, mantenha e melhore continuamente o SGQ, incluindo os processos necessários e suas interações. Que sejam mantidas informações documentadas na extensão necessária para assegurar a operação dos processos; e que sejam retidas informações documentadas para evidenciar que os processos estão sendo operados conforme planejado. Para assegurar resultados previsíveis e satisfatórios e evidências de que foram atingidos. Casos reais Um exemplo de procedimento para atendimento às subseções 4.1 e 4.2 é apresentado no final deste capítulo. 72 Sistemas de gestão integrados Seção 5 – Liderança A delegação inadequada de responsabilidades é, com frequência, uma das causas fundamentais de ineficiência nas organizações. A NBR ISO 9001 estabelece algumas responsabilidades indelegáveis da alta direção, explicitadas nesta seção 5. A norma requer, assim, que a alta direção assuma a responsabilidade (no senti- do do inglês “accountability”) pela eficácia do SGQ e pelo foco no cliente. Também é requerido que a alta direção explicite suas intenções globais em re- lação à qualidade de seus produtos e serviços por meio de uma política da qualida- de e que defina autoridades e responsabilidades para os papéis relevantes do SGQ. A exigência de que os líderes assumam a responsabilidade pela eficácia do sistema de gestão da qualidade e prestem contas de seus resultados, reforçada nesta revisão da ISO 9001, deve promover uma integração mais adequada entre o SGQ e a gestão global da organização, uma vez que os líderes encontrarão limites para a delegação a níveis subalternos, reduzindo uma queixa constante de profis- sionais envolvidos com a gestão da qualidade, que é a de que a alta direção não está comprometida com o SGQ. Resumo dos requisitos O que é exigido Para que é exigido 5.1 Liderança e comprometimento 5.1.1 Generalidades Que a alta direção dê evidências de seu comprometimento com o sistema de gestão da qualidade e que assuma a responsabilidade por assegurar sua eficácia. Para que a atuação da alta direção sirva como exemplo e estimule o comprometimento dos demais empregados.5.1.2 Foco no cliente Que a alta direção demonstre liderança e comprometimento com os requisitos do cliente, assegurando que: • sejam determinados e atendidos; • os riscos e as oportunidades que possam afetar a conformidade sejam determinados e gerenciados; • o foco no aumento da satisfação do cliente seja mantido. 5.2 Política 5.2.1 Desenvolvendo a política da qualidade Que a alta direção estabeleça, implemente e mantenha uma política da qualidade; que esta seja adequada ao propósito e ao contexto da organização, que inclua um comprometimento em satisfazer requisitos aplicáveis, que proporcione uma estrutura para o estabelecimento dos objetivos, e que inclua o compromisso com a melhoria do SGQ. Para definir o que a empresa deseja em relação à qualidade. Para promover o alinhamento de esforços para atender aos requisitos do cliente e obter melhoria contínua. 5.2.2 Comunicando a política da qualidade Que a política da qualidade esteja disponível como informação documentada e que seja comunicada, entendida e aplicada. (cont.) Sistema de gestão da qualidade 73 O que é exigido Para que é exigido 5.3 Papéis, responsabilidades e autoridades organizacionais 5.3 Que as responsabilidades e autoridades para papéis relevantes sejam atribuídas, comunicadas e entendidas. Que a responsabilidade e a autoridade assegurem que: • o SGQ esteja em conformidade com a NBR ISO 9001; • seus processos atinjam os resultados pretendidos; • o desempenho do SGQ seja relatado. Para clarificar responsabilidades e assegurar que todos tenham conhecimento dos resultados esperados. Casos reais A subseção 5.2 estabelece requisitos para a política da qualidade. Nesse senti- do, seguem alguns exemplos de políticas da qualidade de organizações de diferen- tes ramos de atividade. � Política da qualidade do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT)13 Buscar a melhoria contínua e estimular as inovações dos processos por meio da ma- nutenção e do aprimoramento de um sistema de gestão da qualidade eficaz, que tenha foco no cliente e que atenda aos requisitos das normas pertinentes, valorizando a ca- pacitação e o comprometimento de todo o pessoal, bem como a contínua adequação de métodos e equipamentos. � Política da qualidade do Grupo Volvo14 A visão do Grupo Volvo é tornar-se líder mundial em soluções de transporte sustentável: • criando valor para os clientes em segmentos selecionados; • sendo pioneiros em produtos e serviços para as indústrias dos transportes e in- fraestrutura; • impulsionando a qualidade, a segurança e a proteção ambiental; • trabalhando com energia, paixão e respeito pelas pessoas. A qualidade é um valor fundamental do Grupo Volvo. Devemos ser classificados como líderes em satisfação do cliente, fornecendo produtos e serviços pioneiros para as in- dústrias dos transportes e infraestrutura. Todas as entidades de negócios irão contribuir para atingir este objetivo através da orientação para o cliente, do compromisso e parti- cipação de todos, abordagem por processos e melhoria contínua. 13 “Política da Qualidade do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT)”, disponível em http://www.ipt.br/institucional/qualidade, acesso em 19/2/2017. 14 “Política da Qualidade do Grupo Volvo”, disponível em http://www.volvogroup.com/group/brazil/pt-br/ Pages/group_home.aspx, acesso em 24/07/2015. 74 Sistemas de gestão integrados Orientação para o cliente A qualidade percebida por nossos clientes é a medida do nosso desempenho. O su- cesso no mercado depende da nossa capacidade para fornecer sempre aos nossos clientes produtos e serviços que satisfaçam ou ultrapassem as suas expectativas. Para sermos bem-sucedidos, devemos ter um desempenho superior ao da concorrência. Para isso, temos que ouvir constantemente os clientes para compreender as suas necessidades e introduzir imediatamente aperfeiçoamentos sustentáveis nas nossas operações com base nessas necessidades. Compromisso e participação de todos Cada funcionário do Grupo Volvo deverá estar sempre orientado para o cliente e estar comprometido com a excelência em qualidade. Essa é uma responsabilidade individual e uma filosofia presente na cultura e nos valores do Grupo Volvo. Espera-se que cada um contribua ativamente para a excelência em qualidade. Todos precisam ter uma atitude aberta para a mudança, ter uma visão holística das opera- ções, basear as ações em fatos e ter visão de longo prazo. Nossos fornecedores, con- cessionários e parceiros de negócios também são encorajados a adotar os princípios desta política. Abordagem deprocessos e aperfeiçoamento contínuo A excelência em qualidade será obtida pela identificação, documentação, visualização e melhoria contínua dos nossos processos. As necessidades do cliente serão transfor- madas em ações individuais e os resultados serão monitorados por objetivos quantifi- cáveis. Dessa forma, todos podem compreender como contribuímos para a satisfação do cliente e para a melhoria da qualidade. A realidade será monitorada com dados quantificáveis identificados na fonte. Os pro- cessos serão continuamente revistos e serão implementadas ações para assegurar a sua relevância e eficiência. Também serão feitas comparações e avaliações regulares das melhores práticas da indústria. Será sempre utilizada uma abordagem preventiva e proativa. Sistema de gestão da qualidade 75 Seção 6 – Planejamento Uma política da qualidade pode ter efeito quase nulo se não estiver desdo- brada em objetivos mensuráveis e se não houver planos para que eles sejam efe- tivamente atingidos. Visando assegurar uma consequência real para o que é esta- belecido na política da qualidade, a seção 6 requer o estabelecimento de objetivos mensuráveis e coerentes com tal política, bem como planos para atingi-los. Os planos devem listar quem vai fazer o quê, os recursos necessários e como o progresso será medido ao longo do caminho. Devem, evidentemente, ser sufi- cientes para atingir os resultados desejados. Se não o forem, a alta direção deve considerar a revisão dos planos ou até, eventualmente, dos objetivos. Os riscos também devem ser considerados no desenvolvimento dos planos, para garantir que sejam adequadamente evitados ou mitigados pelo SGQ. O capí- tulo “Estrutura dos sistemas de gestão” detalha o conceito de risco e as possíveis abordagens para atender a este requisito. Como o leitor atento já deve ter percebido, há um forte alinhamento entre as seções da NBR ISO 9001, afinal trata-se de um sistema estruturado em torno do ciclo PDCA, e não de um agregado de requisitos. A Figura VII ilustra as principais interfaces entre os requisitos da seção 6. Figura VII. Interfaces entre requisitos da seção 6. Polí�ca da qualidade Obje�vos Planos Monitoramento e medição Obj � Planos Ações corre�vas torame Suficientes? s corre OK? Riscos M Contexto da organização Necessidades e expecta�vas de partes interessadas Sim Não Sim Não P 76 Sistemas de gestão integrados Resumo dos requisitos O que é exigido Para que é exigido 6.1 Ações para abordar riscos e oportunidades 6.1.1 Que ao planejar o SGQ a organização considere as questões referidas em 4.1 e 4.2 e determine os riscos e as oportunidades que precisam ser abordados para: • dar segurança de que o SGQ será capaz de atingir os resultados pretendidos; • elevar efeitos desejáveis; • prevenir ou reduzir efeitos indesejáveis; • alcançar melhoria. Para assegurar que o SGQ seja concebido em consonância com o ambiente de negócios em que a organização opera e que seja efetivamente capaz de entregar os resultados pretendidos. 6.1.2 Que a organização planeje: • ações para abordar esses riscos e oportunidades; • o modo de integrar e implementar estas ações no SGQ e em seus processos, bem como de avaliar a eficácia dessas ações. 6.2 Objetivos da qualidade e planejamento para alcançá-los 6.2.1 Que os objetivos da qualidade, mensuráveis e coerentes com a política, sejam estabelecidos nas funções, nos níveis e nos processos pertinentes. Que os objetivos devem ser relevantes para a conformidade de produtos e serviços e para a melhoria da satisfação de clientes. Para orientar o planejamento do SGQ e fornecer estrutura para a avaliação de sua eficácia. 6.2.2 Que, ao planejar como atingir os objetivos da qualidade, a organização determine as ações necessárias, os respectivos responsáveis, os prazos e os recursos necessários. Para garantir que existam planos adequados para atingir os objetivos da qualidade. 6.3 Planejamento de mudanças 6.3 Que, quando a organização identificar necessidades de mudança no SGQ, essa mudança seja realizada de forma planejada e sistemática. Para assegurar que as potenciais consequências da mudança sejam avaliadas e a integridade do SGQ seja mantida. Sistema de gestão da qualidade 77 Seção 7 – Apoio O adequado funcionamento do SGQ requer, evidentemente, a utilização de recursos, contemplando recursos humanos, instalações, equipamentos, ambiente de trabalho e informações documentadas. O conjunto dos recursos necessários é detalhado nesta seção 7. Versões anteriores da NBR ISO 9001 eram mais prescritivas quanto a um dos recursos, a documentação, separando-a em “documentos”, quando usada para defi- nir o que deve ser feito, e “registros”, quando utilizada para comprovar resultados. Tais prescrições deram origem a uma estrutura documental hierarquizada, cuja versão mais comum é representada na Figura VIII. A NBR ISO 9001:2015 reduziu as prescrições relacionadas à documentação, agregando documentos e registros em um único conceito, o de “informações documentadas”. Manteve, no entanto, a distinção entre finalidades, utilizando a expressão “manter informações documen- tadas” para se referir aos antigos “documentos” e “reter informações documenta- das” para se referir aos antigos “registros”. Não há, evidentemente, necessidade de as organizações que mantêm estruturas como a da Figura VIII alterá-las, pois elas atendem aos atuais requisitos. Essas estruturas apenas deixam de ser obrigatórias, dando às organizações maior liberdade de escolha. Figura VIII. Estrutura documental clássica. Estrutura clássica da documentação Manual do Sistema de gestão da qualidade Documentos que de�nem como fazer Documentos que comprovam resultados Instruções de trabalho RegistrosExemplos: grá�cos CEP, atas de reuniões, boletins de análise Procedimentos D 78 Sistemas de gestão integrados Resumo dos requisitos O que é exigido Para que é exigido 7.1 Recursos 7.1.1 Generalidades Que a organização determine e disponibilize os recursos necessários para o estabelecimento, a implementação, a manutenção e a melhoria contínua do SGQ. Que a organização considere as capacidades e restrições de seus recursos internos e o que precisa ser obtido de provedores externos. Para assegurar os recursos necessários ao adequado funcionamento dos processos e à melhoria contínua da satisfação dos clientes. 7.1.2 Pessoas Que a organização determine e proveja as pessoas necessárias para o funcionamento eficaz do SGQ, incluindo os processos necessários. 7.1.3 Infraestrutura Que a organização determine, proveja e mantenha a infraestrutura necessária (edifícios, equipamentos, informações, softwares, etc.) para a operação de seus processos. 7.1.4 Ambiente para a operação dos processos Que a organização determine, proveja e mantenha as condições de ambiente de trabalho necessárias (por exemplo: temperatura, umidade, ergonomia, limpeza, higiene, ambiente não discriminatório, redução de estresse, etc.). 7.1.5 Recursos de monitoramento e medição Que, quando o monitoramento ou a medição for usado(a) como evidência de conformidade, a organização determine e proveja os recursos necessários para assegurar resultados válidos e confiáveis. Que, quando a rastreabilidade da medição for um requisito, os equipamentos de medição sejam calibrados ou verificados em relação a padrões de medição rastreáveis. Que sejam retidas informações documentadas. Para assegurar que os resultados de medições sejam corretos e atendam às exigências dos clientes. 7.1.6 Conhecimento organizacional Que a organização determine o conhecimento necessário para a operação de seus processos e para alcançar a conformidade de seus produtos e serviços. Que, ao abordar necessidades e tendências que mudam, a organização considere o seu conhecimento atual e determine como adquirir o conhecimento adicional necessário. Para garantir os conhecimentos necessários parao funcionamento do SGQ. 7.2 Competência 7.2 Que a organização determine as competências necessárias para as pessoas cujo trabalho pode afetar o desempenho e a eficácia do SGQ e assegure o provimento dessas competências. Que sejam retidas informações documentadas como evidência de competência. Para garantir que as pessoas que trabalham na organização sejam capazes de operar adequadamente os processos. (cont.) Sistema de gestão da qualidade 79 O que é exigido Para que é exigido 7.3 Conscientização 7.3 Que as pessoas que trabalham na organização tenham consciência da política da qualidade, dos objetivos da qualidade, das implicações de não conformidades no SGQ e de sua contribuição para a eficácia do SGQ. Para obter comportamentos e atitudes aderentes à política e aos objetivos do SGQ. 7.4 Comunicação 7.4 Que a organização determine as comunicações internas e externas relevantes para o SGQ. Para prover comunicações adequadas e oportunas. 7.5 Informação documentada 7.5.1 Generalidades Que o SGQ inclua as informações documentadas requeridas pela NBR ISO 9001 e também aquelas determinadas pela organização como necessárias para a eficácia do SGQ. Para assegurar informações adequadas e disponíveis para o uso onde e quando for necessário. 7.5.2 Criando e atualizando Que, quando informações documentadas forem criadas ou atualizadas, a organização assegure: • identificação e descrição apropriadas (exemplos: título, data, autor, número de referência); • formato (exemplos: linguagem, versão de software, gráficos) e meio (exemplos: papel, eletrônico) adequados; • análise crítica e aprovação para garantir adequação. 7.5.3 Controle de informação documentada Que as informações do SGQ sejam controladas, utilizando as seguintes atividades, conforme aplicável: • distribuição, acesso, recuperação e uso; • armazenamento e preservação; • controle de alterações; • retenção e disposição. 80 Sistemas de gestão integrados Casos reais A subseção 7.2 solicita que sejam retidas informações documentadas como evidência de competência. Veja a seguir um modelo de formulário para reter in- formação documentada de educação e treinamento: REGISTRO DE EDUCAÇÃO E TREINAMENTO ANO 2015 REVISÃO No 04 EMPREGADO: CARGO: EDUCAÇÃO: ENSINO FUNDAMENTAL Entidade: Ano de conclusão: ENSINO MÉDIO Entidade: Ano de conclusão: ENSINO SUPERIOR Curso: Entidade: Ano de conclusão: PÓS-GRADUAÇÃO Curso: Entidade: Ano de conclusão: OUTROS (ESPECIFICAR) Curso: Entidade: Ano de conclusão: Curso: Entidade: Ano de conclusão: EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL: Empresa: Cargo: Período: Empresa: Cargo: Período: Empresa: Cargo: Período: TREINAMENTOS REALIZADOS: Curso: Entidade: Período: Curso: Entidade: Período: Curso: Entidade: Período: Curso: Entidade: Período: Curso: Entidade: Período: HABILIDADES: Responsável (nome e no de matrícula): Assinatura: Data: Sistema de gestão da qualidade 81 Seção 8 – Operação A seção 8 trata de todas as etapas do processo de realização do produto e/ ou da provisão de serviços, desde a identificação dos requisitos do cliente até as atividades pós-entrega, contemplando: � a determinação dos requisitos para produtos e serviços; � o projeto dos produtos/serviços; � o planejamento dos processos de produção; � o controle de processos, produtos e serviços terceirizados; � a produção propriamente dita; � as regras para a liberação de produtos e serviços; e � o controle de não conformidades. Resumo dos requisitos O que é exigido Para que é exigido 8.1 Planejamento e controle operacionais 8.1 Que os processos para a realização de produtos e o fornecimento de serviços sejam planejados, implementados e controlados, conforme estabelecido em 4.4, e as ações determinadas na seção 6 sejam implementadas. Que sejam retidas informações documentadas para demonstrar a conformidade de processos e produtos/ serviços. Para assegurar métodos de execução e controle apropriados. 8.2 Requisitos para produtos e serviços 8.2.1 Comunicação com o cliente Que a comunicação com os clientes inclua: • informações sobre produtos/serviços; • lidar com consultas, contratos ou ordens; • retroalimentação de clientes, incluindo reclamações; • lidar ou controlar propriedade do cliente, se aplicável. Para assegurar um adequado atendimento e evitar insatisfações. 8.2.2 Determinação de requisitos relativos a produtos e serviços Que, ao determinar os requisitos para os produtos e serviços a serem fornecidos para clientes, a organização assegure que estes estejam definidos (incluindo requisitos estatutários e regulamentares) e que possa atender aos pleitos para os produtos e serviços que oferece. Para assegurar informações necessárias ao projeto do produto e ao planejamento dos processos de produção. (cont.) D 82 Sistemas de gestão integrados O que é exigido Para que é exigido 8.2.3 Análise crítica de requisitos relativos a produtos e serviços Que a organização analise criticamente os requisitos relativos a produtos e serviços (classificados como requisitos especificados pelo cliente; não especificados, mas necessários; regulamentares e estatutários) antes de assumir o compromisso de fornecê-los ao cliente. Que sejam retidas informações documentadas dessas análises. Para evitar que a organização assuma compromissos que não pode cumprir. 8.2.4 Mudanças nos requisitos para produtos e serviços Que, quando requisitos forem mudados, a organização assegure que a informação documentada pertinente seja alterada e que as pessoas pertinentes sejam alertadas. 8.3 Projeto e desenvolvimento de produtos e serviços 8.3.1 Generalidades Que a organização estabeleça, implemente e mantenha um processo de projeto e desenvolvimento que seja apropriado para assegurar a subsequente provisão de produtos e serviços. Para assegurar que o projeto efetivamente atenda às necessidades dos clientes e a outros requisitos especificados. 8.3.2 Planejamento de projeto e desenvolvimento Que, ao determinar os estágios e controles para o projeto e seu desenvolvimento, a organização considere: • natureza, duração e complexidade das atividades de projeto e desenvolvimento; • as análises críticas, as verificações e as validações necessárias; • as responsabilidades e autoridades; • a necessidade de informações documentadas para confirmar que os requisitos de projeto e desenvolvimento foram atendidos. 8.3.3 Entradas de projeto e desenvolvimento Que os requisitos de produtos e serviços necessários à realização do projeto sejam determinados, incluindo os funcionais e de desempenho, os regulamentares e outros. 8.3.4 Controles de projeto e desenvolvimento Que os controles assegurem que: • os resultados a serem atingidos estejam definidos; • as análises críticas sejam realizadas conforme planejado; • as verificações sejam realizadas para comprovar o atendimento aos requisitos de projeto; • as validações sejam realizadas para garantir os requisitos para a aplicação ou o uso pretendido. 8.3.5 Saídas de projeto e desenvolvimento Que as saídas de projeto e desenvolvimento atendam aos requisitos de entrada e incluam, ou façam referência a, requisitos de monitoramento e medição e critérios de aceitação. Que sejam retidas informações documentadas. 8.3.6 Mudanças de projeto e desenvolvimento Que a organização identifique, analise criticamente e controle mudanças na extensão necessária para assegurar que não haja impacto adverso. Que sejam retidas informações documentadas. (cont.) Sistema de gestão da qualidade 83 O que é exigido Para que é exigido 8.4 Controle de processos, produtos e serviços providos externamente 8.4.1 Generalidades Que a organização assegure que processos, produtos e serviços providos externamente estejam em conformidade com os requisitos especificados. Que a organização estabeleça e aplique critérios para a avaliação, a seleção, o monitoramentode desempenho e a reavaliação de provedores externos com base em sua habilidade de atender aos requisitos especificados. Que sejam retidas informações documentadas. Para assegurar que processos, produtos e serviços providos externamente tenham efetivamente os requisitos desejados. 8.4.2 Tipo e extensão do controle Que a organização assegure que processos, produtos e serviços providos externamente não afetem adversamente sua capacidade de entregar consistentemente produtos e serviços conformes para seus clientes. Que a organização estabeleça verificações ou outras atividades necessárias para assegurar a conformidade dos fornecimentos externos. 8.4.3 Informação para provedores externos Que a organização assegure a suficiência dos requisitos antes de sua comunicação para o provedor externo. Que a organização comunique seus requisitos para: • a aprovação de produtos, serviços, métodos, processos e equipamentos; • a qualificação de pessoal; • os controles e monitoramentos a serem aplicados ao provedor externo. 8.5 Produção e provisão de serviço 8.5.1 Controle de produção e de provisão de serviço Que a organização implemente condições controladas para a produção e para o fornecimento de serviços, incluindo entrega e atividades pós-entrega. Que condições controladas devem incluir as informações documentadas necessárias, bem como atividades de monitoramento e mensuração, infraestrutura adequada, competência de pessoas e validação de processos quando os resultados não puderem ser verificados por monitoramento e medição. Para assegurar a previsibilidade da produção. 8.5.2 Identificação e rastreabilidade Que, quando for necessário assegurar a conformidade de produtos e serviços, a organização os identifique por meios adequados. Que, quando a rastreabilidade for um requisito, a organização controle e registre a identificação única dos produtos/serviços e retenha informações documentadas. Para possibilitar a recuperação de informações sobre os produtos/ serviços e sobre os componentes que os constituem. (cont.) 84 Sistemas de gestão integrados O que é exigido Para que é exigido 8.5.3 Propriedade pertencente a clientes e provedores externos Que a organização identifique, verifique e proteja a propriedade do cliente ou de provedores externos fornecida para uso ou incorporação no produto. Que, se a propriedade do cliente ou provedor externo for perdida, danificada ou considerada inadequada, o cliente ou provedor externo seja informado. Além dos cuidados normais com quaisquer insumos, para resguardar os interesses dos clientes. 8.5.4 Preservação Que a organização assegure a preservação dos resultados de processos durante a realização do produto ou o fornecimento do serviço na extensão necessária para manter a conformidade com os requisitos. Para evitar danos e deterioração após a produção. 8.5.5 Atividades pós-entrega Que a organização atenda aos requisitos para atividades pós-entrega associadas com os produtos e serviços. Que, ao determinar a extensão requerida das atividades pós-entrega, a organização considere os requisitos estatutários e regulamentares, bem como as consequências indesejáveis associadas a seus produtos e serviços, e os requisitos/as retroalimentações de clientes. Para assegurar o cumprimento de garantias, obrigações contratuais e serviços adicionais, como reciclagem e disposição final. 8.5.6 Controle de mudanças Que a organização analise criticamente e controle mudanças para produção ou provisão de serviços na extensão necessária para assegurar a contínua conformidade com os requisitos. Que sejam retidas informações documentadas. Para evitar que mudanças afetem a conformidade com os requisitos. 8.6 Liberação de produtos e serviços 8.6 Que a organização implemente os arranjos planejados, em estágios apropriados, para verificar se os requisitos do produto e serviço foram atendidos. Que evidências de conformidade com os critérios de aceitação sejam retidas como informação documentada. Para assegurar e evidenciar a conformidade de produtos e serviços. 8.7 Controle de saídas não conformes 8.7 Que as saídas que não estejam conformes com os requisitos sejam identificadas e controladas. Que a organização realize as ações apropriadas, baseadas na natureza da não conformidade e em seus efeitos sobre a conformidade de produtos e serviços. Que sejam retidas informações documentadas. Para evitar o uso ou a entrega não intencional de produtos/serviços não conformes. Casos reais A subseção 8.1 solicita que os processos para a realização do produto e para o fornecimento de serviços sejam planejados. A Figura IX ilustra a primeira etapa dessa atividade em uma indústria metalúrgica. Os processos foram identificados, sua sequência foi determinada e os requisitos de cada um, ainda em nível qualita- tivo, foram identificados. Sistema de gestão da qualidade 85 Seção 9 – Avaliação de desempenho Um dos princípios fundamentais da gestão da qualidade é a tomada de de- cisão com base em evidências. A operacionalização desse princípio exige uma estrutura de monitoramento e medição para avaliar o grau de atendimento aos requisitos especificados e orientar a tomada de decisões. A seção 9 solicita o de- senvolvimento e a implantação dessa estrutura, englobando o que precisa ser me- dido, como e quando será medido e como os resultados decorrentes serão anali- sados e utilizados. Figura IX. Processos em uma indústria metalúrgica. Processos para a realização do produto C 86 Sistemas de gestão integrados Resumo dos requisitos O que é exigido Para que é exigido 9.1 Monitoramento, medição, análise e avaliação 9.1.1 Generalidades Que a organização determine: • o que precisa ser monitorado e medido; • os métodos a serem aplicados; • quando o monitoramento e a medição devem ser realizados; • quando os resultados decorrentes devem ser analisados. Que sejam retidas informações documentadas. Para demonstrar a conformidade dos produtos/serviços; avaliar e melhorar a satisfação de clientes; avaliar o desempenho de processos e de fornecedores externos; identificar oportunidades para a melhoria do SGQ. 9.1.2 Satisfação do cliente Que a organização monitore informações relativas à percepção do cliente sobre o grau em que seus requisitos foram atendidos. Que os métodos para obter, monitorar e analisar criticamente essas informações sejam determinados. 9.1.3 Análise e avaliação Que a organização avalie e analise dados e informações provenientes do monitoramento e da medição. Que os resultados das análises sejam utilizados como entradas para a análise do desempenho e da eficácia do SGQ. 9.2 Auditoria interna 9.2 Que a organização execute auditorias internas a intervalos planejados para verificar se o SGQ está funcionando em conformidade com os requisitos da ISO 9001 e com o que foi planejado pela organização. Que a organização planeje, implemente e mantenha um programa de auditoria, incluindo frequência, métodos, responsabilidades e requisitos para planejamento e relatórios. Que sejam retidas informações documentadas. Para prover confiança à organização e seus clientes quanto à conformidade e à eficácia do SGQ. 9.3 Análise crítica pela direção 9.3.1 Generalidades Que a alta direção analise criticamente a adequação e a eficácia do SGQ em intervalos planejados. Para assegurar que o SGQ se mantenha continuamente adequado e eficaz. 9.3.2 Entradas da análise crítica pela direção Que as análises críticas sejam planejadas e realizadas levando em consideração as seguintes informações: situação de ações provenientes de análises críticas anteriores, mudanças em questões internas e externas que são relevantes para o SGQ, informações sobre o desempenho e a eficácia do SGQ, suficiência de recursos, eficácia de ações tomadas para abordar riscos e oportunidades, oportunidades para melhoria. 9.3.3 Saídas da análise crítica peladireção Que, como resultado das análises críticas, sejam tomadas decisões relacionadas às oportunidades para melhoria e qualquer necessidade de mudança do SGQ, incluindo recursos. Que sejam retidas informações documentadas. Sistema de gestão da qualidade 87 Seção 10 – Melhoria A NBR ISO 9001, conforme já explicitado em textos anteriores, estabelece requisitos para um sistema de gestão da qualidade a ser aplicado nas organizações que: � precisam demonstrar sua habilidade para fornecer, de modo consistente, produtos e serviços que atendam aos requisitos do cliente; � desejam melhorar a satisfação dos clientes. A melhoria da satisfação não ocorrerá, evidentemente, sem uma melhoria dos produtos e serviços fornecidos. A cláusula 10 estabelece requisitos para a me- lhoria desses produtos/serviços e dos processos a eles associados. Resumo dos requisitos O que é exigido Para que é exigido 10.1 Generalidades Que a organização determine e selecione oportunidades para a melhoria, incluindo: • melhoria de produtos/serviços; • correções/prevenções/redução de efeitos indesejados; • melhoria do desempenho e da eficácia do SGQ. Pra obter patamares cada vez mais satisfatórios de desempenho da organização e de satisfação de seus clientes; evitar a repetição de não conformidades. 10.2 Não conformidade e ação corretiva Que, quando uma não conformidade ocorrer, a organização: • reaja tomando ações para controlar e corrigir a não conformidade e/ou para lidar com as consequências, conforme aplicável; • avalie a necessidade de adotar ações para eliminar as causas de não conformidades; • implemente as ações que forem necessárias; • avalie a eficácia das ações corretivas tomadas; • faça as mudanças necessárias no SGQ. 10.3 Melhoria contínua Que a organização melhore continuamente a apropriação, a suficiência e a eficácia do SGQ. A 88 Sistemas de gestão integrados Dez passos para a concepção e a implantação de procedimentos Procedimento, conforme a NBR ISO 9000, é a forma especificada de execu- tar uma atividade ou um processo. Nos SGQs em conformidade com a norma, os procedimentos podem ser documentados ou não. O primeiro passo é, portanto, decidir quais operações precisam efetivamente de procedimentos documentados. Não há uma regra geral para essa decisão, mas, quanto maior a criticidade dos pro- cessos e o número de pessoas envolvidas, maior será a necessidade de documenta- ção. É muito difícil garantir previsibilidade e estabilidade, requisitos essenciais de quase todos os processos industriais e de serviços, se não houver um registro claro e disponível a todos de como a atividade deve ser realizada. Superada essa fase inicial e identificadas as operações e os processos a serem documentados, a seguinte sequência de atividades pode ser útil: 1. Definir com clareza a abrangência do processo a ser documentado: limites não claros podem gerar superposição com outros documentos, com consequente desperdício de tempo para os ajustes posteriores. 2. Constituir uma equipe para a concepção e a elaboração do docu- mento: uma proposta obtida com a participação dos envolvidos, embora possa parecer mais trabalhosa a princípio, contribui para melhores solu- ções e facilita a implantação, reduzindo eventuais resistências às mudan- ças necessárias. 3. Identificar com precisão os requisitos da NBR ISO 9001 a serem atendidos pelo documento: uma releitura do trecho da norma a ser atendida pelo documento, acompanhada do destaque de cada requisito (está sempre precedido da palavra “deve” ou suas variantes), poderá ser o suficiente para homogeneizar o entendimento da equipe quanto ao que o documento deve atender. 4. Verificar se a empresa já tem práticas que atendam aos requisitos identificados: se houver, detalhá-las, por exemplo, por meio de um flu- xograma e identificar as eventuais lacunas em relação aos requisitos da norma. 5. Desenvolver uma solução de processo que atenda aos requisitos da norma considerando as informações anteriores: essa é a atividade central da concepção de procedimentos, ou seja, encontrar uma solução econômica e eficaz que atenda aos requisitos da norma aproveitando, sempre que forem razoáveis, as práticas já existentes na organização. Cópias de procedimentos de outras organizações, como frequentemente Sistema de gestão da qualidade 89 se vê, podem constituir uma maneira fácil, porém frequentemente ina- dequada, de desenvolver procedimentos. 6. Verificar se a solução desenvolvida atende aos requisitos identifi- cados: em caso negativo, é preciso rever a solução, efetuando os ajustes necessários. 7. Definir a forma de apresentação do procedimento: poderá ser por meio de texto, de fluxograma ou de outra solução que seja facilmente entendida pelos futuros usuários. O foco deve ser o entendimento, e não a rigidez da forma. Para explicar o processo de montagem de um dispo- sitivo que contenha muitos componentes, por exemplo, é possível que uma imagem representando uma “vista explodida” seja mais facilmente compreendida do que um longo texto detalhando o passo a passo do processo. 8. Registrar o procedimento desenvolvido no padrão de documento adotado pelo SGQ: poderá, evidentemente, ser um documento físico, eletrônico ou um software de processo, conforme as características de cada organização. 9. Disponibilizar o documento nos canais definidos em cada SGQ. 10. Proceder à implantação: dependendo da complexidade do documen- to e dos setores envolvidos, poderão ser necessários treinamentos e/ou reuniões de implantação. Em casos mais simples, eventualmente uma simples leitura poderá ser suficiente. 90 Sistemas de gestão integrados Exemplos de procedimentos Procedimento para análise de contexto e identificação de partes interessadas PROCEDIMENTO DE SISTEMA DE GESTÃO – PS No PS 026 VERSÃO: 001 VÁLIDO A PARTIR DE: 21/11/2016 PÁGINA: 1/5 TÍTULO: ANÁLISE DE CONTEXTO E IDENTIFICAÇÃO DE PARTES INTERESSADAS DESTINATÁRIOS: • Alta direção do Sistema de Gestão da Qualidade • Gerência da Qualidade HISTÓRICO DE REVISÕES Esta é a primeira versão deste procedimento. COORDENADOR DA EQUIPE DE ELABORAÇÃO: Rubens Silvério ASSINATURA: DATA: 16/11/2016 APROVADO POR: Francisco Lima ASSINATURA: DATA: 21/11/2016 (cont.) Sistema de gestão da qualidade 91 PROCEDIMENTO DE SISTEMA DE GESTÃO – PS No PS 026 VERSÃO: 001 VÁLIDO A PARTIR DE: 21/11/2016 PÁGINA: 2/5 1. FINALIDADE Estabelecer os critérios para a identificação de partes interessadas do Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ e para a análise de questões, internas e externas, que sejam pertinentes para o propósito e direcionamento estratégico do SGQ e que possam afetar sua capacidade de atingir os resultados pretendidos. 2. REFERÊNCIAS NBR ISO 9000:2015 NBR ISO 9001:2015 3. CONCEITOS 3.1 CONTEXTO DA ORGANIZAÇÃO Combinação de questões internas e externas que podem ter efeito na abordagem da organização para desenvolver e alcançar seus objetivos (NBR ISO 9000:2015). 3.2 PARTE INTERESSADA (STAKEHOLDER) Pessoa ou organização que pode afetar, ser afetada ou se perceber afetada por uma decisão ou atividade (NBR ISO 9000:2015). 3.3 PARTE INTERESSADA RELEVANTE Parte interessada (3.2) que oferece risco significativo para o SGQ, caso suas necessidades e expectativas não sejam atendidas. 3.4 REQUISITO Necessidade ou expectativa que é declarada, geralmente implícita ou obrigatória (NBR ISO 9000:2015). 3.5 INFORMAÇÃO DOCUMENTADA Informação que se requer que seja controlada e mantida por uma organização e o meio no qual ela está contida (NBR ISO 9000:2015). 3.6 ANÁLISE SWOT (STRENGTHS, WEAKNESSES, OPPORTUNITIES, THREATS) Ferramenta para análise do ambiente interno (forças e fraquezas) e externo (oportunidades e ameaças) de uma organização. 3.7 GERENTE DA QUALIDADE Empregado responsável por: • assegurar que o SGQ esteja em conformidade com os requisitos da NBR ISO 9001; • assegurar que os processos entreguem suas saídas pretendidas;
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