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Direito Empresarial - Direito Falimentar

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DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Falência e Recuperação (Lei nº 11.101/2005)
• A Lei de Falências possibilita a decretação da
falência ou a recuperação do empresário, denominado
pela lei como devedor.
• Ao se referir a empresário, tanto os empresários
individuais como as sociedades empresárias estão
abrangidas.
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Falência e Recuperação (Lei nº 11.101/2005)
• Alguns tipos de empresários estão excluídos das disposições
da Lei nº 11.101/2005:
- Empresa pública;
- Sociedade de economia mista;
- Instituição financeira pública ou privada;
- Cooperativa de crédito;
- Consórcio;
- Entidade de previdência complementar;
- Sociedade operadora de plano de assistência à saúde;
- Sociedade seguradora;
- Sociedade de capitalização.
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Falência e Recuperação (Lei nº 11.101/2005)
• Nos termos do art. 3º da Lei de Falências é competente para
homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a
recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local
do principal estabelecimento do devedor ou da filial de
empresa que tenha sede fora do Brasil. O principal
estabelecimento é aquele que tenha maior volume de negócios.
• Nos termos do art. 6º da Lei de Falências “a decretação de
falência ou o deferimento do processamento da recuperação
judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e
execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores
particulares do sócio solidário”.
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Falência e Recuperação (Lei nº 11.101/2005)
• EXCEÇÃO: Não são suspensas as ações que demandem quantia
ilíquida e as ações trabalhistas, já que o prosseguimento das
ações, por si só, não levará a redução do patrimônio. Nesta
caso, após o trânsito em julgado, não haverá prosseguimento da
execução nos respectivos juízos, devendo os credores habilitarem
seus créditos no processo de falência.
• Por fim, prevê o §4º, do art. 6º que na recuperação judicial, a
suspensão referida, em hipótese nenhuma excederá o prazo máximo
de 180 (cento e oitenta) dias contado do deferimento do
processamento da recuperação, restabelecendo-se após o decurso
do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas
ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial.
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Falência e Recuperação (Lei nº 11.101/2005)
• Apesar da clareza do dispositivo legal que fala em
“hipótese alguma de prorrogação de prazo” o STJ firmou
entendimento de que é possível a prorrogação de prazo, a
depender do caso concreto e principalmente quando a demora
na aprovação do plano não decorre de culpa do empresário.
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Falência e Recuperação (Lei nº 11.101/2005)
ADMINISTRADOR JUDICIAL
O Administrador Judicial será profissional idôneo,
preferencialmente, advogado, economista, administrador de
empresas, contador ou pessoa jurídica especializada.
A remuneração do administrador será fixada pelo juiz e não
será superior a 5% (cinco por cento) do valor devido aos
credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de
venda dos bens na falência. No caso de Empresa de Pequeno
Porte (EPP) ou Microempresa (ME) este percentual não será
superior a 2% (dois por cento).
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Falência e Recuperação (Lei nº 11.101/2005)
COMITÊ
Também denominado de Comitê de Credores não é órgão
obrigatório na recuperação ou na falência e será constituído
a partir de deliberação dos credores na assembleia geral.
A composição do comitê é bastante plural, abrangendo todos os
tipos de credores, com representantes das diversas classes de
credores (trabalhistas, com direitos reais, quirografários
etc.).
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Recuperação Judicial (Lei nº 11.101/2005)
• A ideia da recuperação da empresa, seja no âmbito judicial ou
extrajudicial é a superação da crise econômica, financeira e
patrimonial do empresário, a fim de que suas atividades não
sejam encerradas, mantendo-se os postos de trabalho e
atendendo os interesses dos credores.
• Resumindo o objetivo é evitar sua falência com o cumprimento
de sua função social. Tal ideia vem extraída do chamado
“princípio da preservação da empresa”.
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Recuperação Judicial (Lei nº 11.101/2005)
• Requisitos: a) não ser falido e, se o foi, estejam declaradas
extintas, por sentença transitada em julgado, as
responsabilidades daí decorrentes; b) possuir mais de 2
(dois) anos de exploração de atividade econômica; c) não ter
obtido recuperação judicial nos últimos 5 (cinco) anos; d)
não ter sócio controlador ou administrador condenado por
crime falimentar; e) estar devidamente registrado.
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Recuperação Judicial (Lei nº 11.101/2005)
• Ressalta-se que, com a intimação do devedor a respeito da
decisão que autorizou o processamento do pedido de
recuperação, inicia-se o prazo de 60 (sessenta) dias para
apresentação do plano de recuperação. Caso o prazo seja
descumprido, será decretada a falência do empresário.
• A aprovação do plano de recuperação ocorrerá na assembleia de
credores ou por meio de decisão judicial, atendidas certas
condições.
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Recuperação Judicial (Lei nº 11.101/2005)
• Nos termos do art. 45 da Lei nº 11.101/2005, para que o plano
seja aprovado na própria assembleia, há necessidade do
atendimento de alguns requisitos, como por exemplo todas as
classes de credores (trabalhistas, acidentes de trabalho, com
garantia real e quirografários) deverão aprovar a proposta.
• Caso não seja possível a aprovação do plano e ele seja
rejeitado, será decretada a falência do devedor.
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Recuperação Judicial (Lei nº 11.101/2005)
• Uma vez aprovado o plano de recuperação, o devedor
permanecerá nesta condição até que se cumpram todas as
obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois)
anos depois da concessão da recuperação judicial (art. 61 da
Lei de Falências).
• Em relação ao cumprimento do plano, em regra, deve-se seguir
à risca o quanto nele contido, ou seja as obrigações devem
ser fielmente cumpridas, sob pena de convolação
(transformação) da recuperação em falência do devedor
(empresário) (art. 61, §1º da Lei nº 11.101/2005).
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Recuperação Judicial (Lei nº 11.101/2005)
• A convolação em falência somente ocorrerá no caso de
descumprimento de obrigação prevista no plano durante o
prazo de 2 (dois) anos, ou seja, se neste prazo todas as
obrigações forem cumpridas o juiz decretará por sentença a
recuperação judicial.
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Falência (Lei nº 11.101/2005)
• A ideia de falência é o afastamento do empresário a fim de
que sejam diminuídos os prejuízos dos credores e
empregados.
• Segue um regime de execução concursal em face do
empresário, mesmo que somente um dos credores tenha
ajuizado o pedido de falência.
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
• Em regra podem ser sujeitos passivos do pedido de falência
o empresário individual e as sociedades empresárias, com
exceção das sociedades empresárias não abrangidas pela Lei
nº 11.101/2005 (Art. 2º), quais sejam:
I) sociedade de economia mista e empresas públicas; II)
instituições financeiras; III) cooperativas de crédito; IV)
consórcios; V) entidade de previdência complementar; VI)
sociedade operadora de plano de saúde; VII) seguradoras;
VIII) sociedade de capitalização.
Falência (Lei nº 11.101/2005)
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Sujeito ativo do pedido de falência
• Os legitimados ativos ao pedido de falência vêm descrito no
art. 97, da Lei nº 11.101/2005, são eles:
I) O próprio devedor (autofalência); II) o cônjuge sobrevivente,
qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante(nos casos de
empresário individual); III) o cotista ou acionista do devedor
na forma da lei ou do contrato social; IV) qualquer credor do
devedor, neste caso, em sendo este um empresário (sociedade
empresária, empresário individual ou EIRELI) deverá comprovar
sua regularidade para ser apto à realização do pedido.
Falência (Lei nº 11.101/2005)
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Hipóteses do pedido de falência
I) Impontualidade injustificada: sem relevante razão de
direito, não paga no vencimento, obrigação líquida constante
em título(s) executivo(s) protestado(s) cuja soma supere o
valor de 40 (quarenta) salários mínimos.
II) Execução frustrada: executado por qualquer quantia
líquida, não paga, não deposita e não nomeia bens à penhora
dentro do prazo legal. Esta hipótese verifica-se tanto no
processo de execução como no cumprimento de sentença.
Falência (Lei nº 11.101/2005)
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Hipóteses do pedido de falência
III) Prática de “atos de falência”: o inciso III, do art. 94
enumera um rol de atos que podem legitimar o pedido de
falência do devedor, são eles:
a) Procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança
mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar
pagamentos;
b) Realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o
objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores,
negócio simulado ou alienação de parte ou de totalidade de
seu ativo a terceiro, credor ou não;
Falência (Lei nº 11.101/2005)
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Hipóteses do pedido de falência
c) Transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o
consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes
para solver seu passivo;
d) Simula a transferência de seu principal estabelecimento com o
objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para
prejudicar o credor;
e) Dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída
anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados
suficientes para saldar seu passivo;
Falência (Lei nº 11.101/2005)
DIREITO EMPRESARIAL | FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Hipóteses do pedido de falência
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com
recursos suficientes para pagar os credores, abandona
estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do
local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação
assumida no plano de recuperação judicial.
Falência (Lei nº 11.101/2005)

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