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Gabriela de Godoy 2020 1 DOENÇAS MICROBIANAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 1) FARINGITE São infecções/ inflamação, de origem viral ou bacteriana, que afeta toda a parede posterior da orofaringe. Em geral, o quadro afeta toda a orofaringe, denominando-se faringoamigdalite. Frequentemente afeta a mucosa do palato. Normalmente causada por vírus, mas também pode ser decorrente de bactérias. a) FARINGITE VIRAL b) FARINGITE BACTERIANA Gabriela de Godoy 2020 2 DIFERENÇAS ENTRE FARINGITE VIRAL E FARINGITE BACTERIANA EPIDEMIOLOGIA Pico de incidência: 5 e 15 anos Incomum em < 3 anos Portadores assintomáticos: 12% --> 5-18 anos 4% --> < 5 anos Padrão sazonal: maior frequência no final do outono, inverno e início primavera. ETIOLOGIA: BACTÉRIAS Streptococcus pyogenes, β-hemolítico do grupo A (é o principal agente). Enterococcus spp Streptococcus dysgalacitae SINTOMAS VIRAL BACTERIANA INÍCIO Gradual Súbito ADENITE CERVICAL Incomum Frequente-Doloroso FEBRE Frequente Frequente ANOREXIA Perda de apetite Dor ao engolir DOR DE GARGANTA Moderada Forte “PLACAS DE PUS” Pode ser encontrada Frequente DOR ABDOMINAL Não usual Frequente TOSSE Não usual Não usual CORIZA Frequente Não usual CONJUNTIVITE Frequente Não usual ROUQUIDÃO Frequente Não usual CALAFRIOS Não usual Frequente Mycoplasma pneumoniae Gabriela de Godoy 2020 3 Staphylococcus aureus Moraxela catharrhalis gram - Mycoplasma pneumoniae Fusobacterium necrophorum (-) Neisseria gonorrhoeae Corynebacterium diphtheria (+) ETIOLOGIA: VÍRUS Epstein-Barr vírus Adenovírus Rinovírus Influenza Parainfluenza Coronavírus Coxsackievírus (nesses casos, é comum observar a presença de aftas no palato. Curiosamente, a febre aftosa do gado bovino é transmitida por Coxsackievírus). COMPLICAÇÕES Moraxela catharrhalis Fusobacterium necrophorum Corynebacterium diphtheriae Gabriela de Godoy 2020 4 DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO - SWAB Coleta do material com boa visualização da orofaringe. Swab vigoroso de ambas amígdalas e parede posterior da orofaringe. O swab não deve tocar a língua ou mucosa oral na entrada e saída da boca. 2) MONONUCLEOSE A mononucleose infecciosa, também conhecida como doença do beijo É uma doença contagiosa causada por um vírus da família do Herpes, chamado vírus Epstein-Barr (EBV), que é transmitido pela da saliva. TRANSMISSÃO O vírus Epstein-Barr é transmitido de humano para humano através da saliva. Por este motivo ganhou a alcunha de “doença do beijo”. A mononucleose também pode ser transmitida pela da tosse, espirro, objetos, como copos e talheres, ou qualquer outro modo no qual haja contato com a saliva de uma pessoa contaminada. Gabriela de Godoy 2020 5 Um indivíduo infectado pelo Epstein-Barr costuma manter-se com o vírus na sua orofaringe, em média, por 6 meses após a resolução dos sintomas, podendo contaminar pessoas com quem mantenha algum contato íntimo, principalmente se prolongado. Saliva, transfusão sanguínea no outro órgão, mucosa da boca mucosa da garganta. Obs. A mononucleose não é uma doença sexualmente transmissível. SINTOMAS Aumento do baço, chamado de esplenomegalia. Quando ocorre, é necessário manter repouso, devido ao risco de ruptura do mesmo. O acometimento do fígado não é incomum, podendo levar a um quadro de hepatite com icterícia em até 20% dos casos. Outras complicações descritas, porém, menos comuns, são a síndrome de Guillain-Barré e a paralisia facial. DIFERENÇAS ENTRE MONONUCLEOSE E FARINGITES BACTERIANAS Em geral, as faringites ou amigdalites provocadas pelo EBV não causam pus nas amígdalas. Esse sinal costuma ser típico das amigdalites bacterianas Gabriela de Godoy 2020 6 DIAGNÓSTICO quadro clínico e é confirmado por análises de sangue. No hemograma da mononucleose um achado típico é o aumento do número de leucócitos (leucocitose), causado pela maior produção de linfócitos (linfocitose). Quando o fígado é acometido, pode haver elevação das enzimas hepáticas, chamadas de TGO e TGP. Diagnóstico definitivo, porém, é feito através da sorologia, com a pesquisa de anticorpos. O mais comum e simples é um exame chamado monoteste. 3) PNEUMONIA A pneumonia infecciosa define-se como uma condensação inflamatória aguda dos alvéolos e/ou infiltração do tecido intersticial pulmonar que resulta da ação de células inflamatórias em resposta à agressão de um determinado agente microbiano. Comum na infância Motivo frequente de ida aos serviços de urgência, a maioria não necessita de internamento e devem ser orientadas no ambulatório Em pediatria a etiologia viral é a mais frequente (80 - 85%) A utilização de antibióticos deve ser criteriosa (o uso indiscriminado agrava as resistências aos antimicrobianos) e só está indicada na suspeita de infecção bacteriana FISIOPATOLOGIA Alguns pacientes com mononucleose podem desenvolver uma amigdalite purulenta, muitas vezes com um aspecto que parece um manto de pus recobrindo as amígdalas Nesses casos, é difícil distinguir sem exames complementares se a origem da amigdalite é bacteriana ou é mononucleose. Gabriela de Godoy 2020 7 CLASSIFICACÃO AGENTES ETIOLÓGICOS Bacterianas: → Streptococcus pneumoniae → Staphylococcus aureus → Klebsiella pneumoniae → Haemophylus influenzae → Legionella → Chlamydia → Mycobacterium → Actynomices → Rickettsias Virais: → Influenza → Parainfluenza → Vírus Sincicial Respiratório (VSR) Gabriela de Godoy 2020 8 → Adenovírus → Citomegalovírus (CMV) → Coronavírus → Hantavírus Fúngicas → Paracoccidioides brasiliensis → Histoplasma capsulatum → Coccidioides immitis → Cryptococcus neoformans → Candida albicans → Aspergillus spp → Pneumocystis spp → Fechifomicetos spp PNEUMONIAS BACTERIANAS AGUDAS Adulto imunocompetente Origem na comunidade a) PNEUMONIAS AGUDAS Patógenos mais comuns Ambulatorial (quadros leves): → Streptococcus pneumoniae → Mycoplasma pneumoniae → Chlamydia pneumoniae → Vírus respiratórios → Haemophylus influenzae Internado (não em UTI) → Streptococcus pneumoniae → Mycoplasma pneumoniae → Chlamydia pneumoniae → Vírus respiratórios → Haemophylus influenzae → Legionella sp. Internados em UTI (quadros graves) → Streptococcus pneumoniae → Bacilos Gram-negativos → Haemophylus. Influenzae → Legionella sp. → Staphylococcus aureus. Pulmão normal Pneumonia aguda Gabriela de Godoy 2020 9 DIAGNÓSTICO: SINTOMAS E SINAIS CONFIRMAÇÃO DO DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO Cultura de escarro e bacterioscopia ao Gram, para identificar a bactéria causadora. Hemocultura Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) liquido pleural Imunofluorescência Indireta (IFI) vírus respiratórios (secreções) PCR vírus respiratórios (secreções) Sorologia vírus respiratórios (sangue) IFI Chlamydia (secreções, sangue) Sorologia Mycoplasma (sangue) PCR Bordetela (secreções) Exames complementares: raio x de tórax e hemograma. Gabriela de Godoy 2020 10 4) SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS AGUDAS CORONAVÍRUS Receberam esse nome devido às espículas na sua superfície, que lembram uma coroa. Os primeiros Coronavírus humanos foram inicialmente identificados em meados da década de 1960. Os coronavírus são uma grande família de vírus encontrados em animais (porcos, camelos, morcegos, gatos) e humanos. Os coronavírus são membros da família Coronaviridae,que inclui dois dos gêneros, os coronavírus e os torovírus. Os coronavírus possuem RNA de fita única e sentido positivo. Alguns desses vírus atravessam a barreira interespécies, infectando as pessoas, podendo causar doenças que pode variar desde ao resfriado comum ou doença mais grave, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS). Gabriela de Godoy 2020 11 EPIDEMIOLOGIA Gabriela de Godoy 2020 12 COVID 19: TRANSMISSÃO DIRETA Gabriela de Godoy 2020 13 COVID 19: TRANSMISÃO INDIRETA COVID 19: DIAGNÓSTICO Gabriela de Godoy 2020 14 COMPLICAÇÕES DA COVID19