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módulo 02 covid

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MÓDULO 2
Gerenciamento de UTI, cuidados
clínicos ao paciente com a
Covid-19 e preparo da equipe
Olá, cursista!
Bem-vindo(a) ao primeiro módulo do curso Gerenciamento de 
UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da 
equipe do Curso de atualização para enfermeiros em cuidados 
intensivos a pacientes críticos com Covid-19. 
Neste módulo, serão abordadas temáticas como: aspectos 
gerenciais em UTI, principais cuidados com o paciente acometido 
pelo COVID-19, avaliação do paciente, monitorizações invasivas 
e não invasivas e manuseio de dispositivos invasivos. Você 
aprenderá como orientar e preparar a equipe para a admissão 
e transporte na UTI de pacientes com COVID-19, organização 
do leito e manejo de casos suspeitos. Também conhecerá as 
diretrizes para coleta, manuseio e teste de amostras clínicas de 
pessoas ou suspeitas de COVID 2019, preparação e higienização 
do ambiente hospitalar. A unidade finalizará com cuidados com 
a pele, curativos, procedimentos básicos de higiene, cuidados 
com aparelhos e equipamentos.
Pela gravidade e complexidade da Covid-19 pesquisadores em 
todo o mundo incessantemente estão desenvolvendo muitos 
estudos, para que os pacientes que estão sofrendo com 
esta pandemia possam receber cuidados mais qualificados, 
propiciando uma recuperação mais rápida e diminuindo suas 
consequências. Assim, destacamos que durante este curso você 
precisa estar atento(a) a novas descobertas científicas.
A pandemia provocada pela Covid-19 levou a comunidade 
científica mundial a realizar inúmeras pesquisas, para melhor 
conhecer a complexidade da doença e que favoreça o cuidado 
aos pacientes que se contaminaram, e continuamente há 
apresentação de novos resultados dessas pesquisas. Deste 
modo, alertamos para que ao longo do curso, preste atenção ao 
relato de novas descobertas científicas.
APRESENTAÇÃO
Para este módulo inicial organizamos as unidades com os assun-
tos a seguir:
Unidade 2.1 – Aspectos gerenciais na UTI: dimensionamento e ge-
renciamento de pessoal e materiais e equipamentos, cuidados 
com a equipe de enfermagem: estresse, sobrecarga de trabalho, 
alimentação e higiene; uso e aplicação de protocolos, evolução, 
registros eletrônicos. 
Unidade 2.2 – Principais cuidados com o paciente acometido pela 
Covid-19: avaliação do paciente; avaliação respiratória neurológica 
e cardiovascular (monitorização, pressões não invasivas e inva-
sivas - PVC (PVC (Pressão Venosa Central), PAM (Pressão Arterial 
Média), PIA ( Pressão Intra Abdominal), capnografia - manuseio de 
dispositivos invasivos cateteres - CVC, sondas e drenos). 
Unidade 2.3 – Orientação e preparo da equipe de enfermagem para 
a admissão e transporte na UTI de pacientes com Covid-19 con-
firmados ou suspeitos; rotina de admissão de pacientes (comuni-
cação entre equipe e destino e serviço de origem sobre estado geral 
do paciente, organização do leito, manejo de casos suspeitos).
Unidade 2.4 – Diretrizes para coleta, manuseio e teste de amostras 
clínicas de pessoas suspeitas de Covid-19 e checklist de prepa-
ração hospitalar; higienização do ambiente hospitalar.
Unidade 2.5 – Cuidados com a pele e principais curativos realizados, 
procedimentos básicos de higiene, cuidados com aparelhos e equi-
pamentos, medidas assistenciais na prevenção de lesões de pele.
Estrutura do Módulo 
SUMÁRIO
Módulo 1: Gerenciamento de UTI, cuidados 
clínicos ao paciente com a Covid-19 e 
preparo da equipe
14
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37
47
05 UNIDADE 2.1 – Aspectos gerenciais na UTI: dimensiona-
mento e gerenciamento de pessoal e materiais e equipa-
mentos, cuidados com a equipe de enfermagem: estresse, 
sobrecarga de trabalho, alimentação e higiene; uso e apli-
cação de protocolos, evolução, registros eletrônicos. 
UNIDADE 2.2 – Principais cuidados como paciente acome-
tido pela Covid-19: avaliação do paciente; avaliação respi-
ratória neurológica e cardiovascular (monitorização, pres-
sões não invasivas e invasivas - PVC, PAM, PAI, capnografia 
- manuseio de dispositivos invasivos cateteres - CVC, son-
das e drenos).
UNIDADE 2.3 – Orientação e preparo da equipe de enfer-
magem para a admissão e transporte na UTI de pacientes 
com Covid-19 confirmados ou suspeitos; rotina de admis-
são de pacientes (comunicação entre equipe e destino e 
serviço de origem sobre estado geral do paciente, organi-
zação do leito, manejo de casos suspeitos).
UNIDADE 2.4 – Diretrizes para coleta, manuseio e teste de 
amostras clínicas de pessoas suspeitas de Covid-19 e che-
cklist de preparação hospitalar; higienização do ambiente 
hospitalar.
UNIDADE 2.5 – Cuidados com a pele e principais curati-
vos realizados, procedimentos básicos de higiene, cuidados 
com aparelhos e equipamentos, medidas assistenciais na 
prevenção de lesões de pele.
5
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
UNIDADE 2.1 – Aspectos gerenciais 
na UTI: dimensionamento e 
gerenciamento de pessoal e 
materiais e equipamentos, cuidados 
com a equipe de enfermagem: 
estresse, sobrecarga de trabalho, 
alimentação e higiene; uso e 
aplicação de protocolos, evolução, 
registros eletrônicos
Nesta unidade, você irá compreender aspectos importantes re-
lativos ao quanti-qualitativo mínimo de enfermeiros e técnicos 
que compõe as equipes de enfermagem das Unidades de Terapia 
Intensiva (UTI), bem como conhecer as estratégias parar atenu-
ar o estresse e os efeitos da sobrecarga de trabalho durante a 
pandemia. Além disso, compreenderá a importância do adequado 
suprimento de materiais e equipamentos, e da necessidade e im-
portância de realizar corretamente os registros de enfermagem no 
prontuário eletrônico do paciente. 
Introdução
A temática, gerenciamento em saúde e enfermagem, é ampla e 
complexa. Esta unidade apresenta, de forma sucinta, alguns con-
ceitos centrais que ajudarão você na tomada de decisão quanto 
ao gerenciamento de enfermagem em UTI, dentre eles as ações 
que contribuem para manter a equipe de enfermagem dimensio-
nada adequadamente, as que favorecem o cuidado seguro, bem 
como as que auxiliam a melhoria da satisfação dos profissionais 
no ambiente de trabalho. Mesmo durante a pandemia, é esperado 
que a instituição apresente adequado gerenciamento de pessoal 
e materiais, de acordo com as vigências legais. Além disso, são 
indispensáveis ações que possam refletir no fortalecimento da 
equipe e na qualidade dos cuidados baseados em evidências.
6
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
Conceitos iniciais, história breve
Em 2020, o novo coronavírus mudou estruturas sociais, psicoló-
gicas e biológicas e interferiu na dinâmica de toda a humanidade. 
Os profissionais de saúde são os protagonistas para a melhoria 
da qualidade da assistência em saúde e da reorganização do pro-
cesso de trabalho diante da pandemia. Neste módulo, veremos o 
dimensionamento (conforme a Resolução COFEN N° 543/2017) e 
gerenciamento de pessoal, materiais e equipamentos e os cuida-
dos com a equipe de enfermagem, incluindo estresse, sobrecarga 
de trabalho, alimentação e higiene, além do uso e aplicação de 
protocolos, evolução do paciente e registros eletrônicos.
Dimensionamento e gerenciamento de 
pessoal, materiais e equipamentos
Quanto ao dimensionamento de pessoal de enfermagem em UTI, 
destaca-se a Resolução Cofen n° 543/2017, que estabelece os pa-
râmetros para dimensionar o quantitativo mínimo dos diferentes 
níveis de formação dos profissionais de enfermagem para a co-
bertura assistencial nas instituições de saúde. Tais parâmetros re-
presentam normas técnicas, constituindo-se em referências para 
orientar os gestores, gerentes e enfermeiros dos serviços de saú-
de no planejamento do quantitativo de profissionais necessários 
para execução das ações de enfermagem.
O dimensionamento do quadro de profissionais de enfermagem 
deve ser baseado em características relativas ao serviço de saúde, à 
dinâmica de funcionamento do próprio serviço de enfermagem e ao 
perfildos pacientes atendidos no local. Cabe destacar que durante 
a pandemia é crescente o número de profissionais que necessitam 
de licença saúde, por terem sido contaminados, ou afastamento 
temporário das atividades, por fazerem parte do grupo de risco. 
7
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
ALERTA DO PROFISSIONAL
Pacientes acometidos pela Covid-19 vêm sendo descritos na 
literatura como pacientes graves. Na UTI é adequado prever 
1 profissional de enfermagem para 1,33 paciente em cuida-
do intensivo. Isso porque, para pacientes graves, a Resolu-
ção Cofen nº 543/2017 prevê que há necessidade de 18 horas 
de enfermagem por paciente no cuidado intensivo, durante 
as 24 horas. Destaca-se ainda que o Cofen manifestou sua 
preocupação com as mudanças propostas na RDC 07/2010 e 
comunicou aos profissionais de enfermagem do Brasil, que 
participou da Consulta Pública 753/2019 da Anvisa, sua po-
sição contrária a RDC07/2010 em diversos aspectos. Para o 
Cofen a definição do quantitativo mínimo de profissionais de 
enfermagem para garantir uma assistência de enfermagem 
segura aos pacientes na Resolução da Anvisa é imprescindí-
vel, sob pena de se tornar uma norma inócua e sem eficácia, 
conforme disponível nesse link.
!
Frente à urgência que a pandemia Covid-19 nos impõe e, conside-
rando também, o número já reduzido de profissionais capacitados 
de que se dispõe para atuação imediata, apresentam-se os parâ-
metros da Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA – RDC nº 
007, de 24 de fevereiro de 2010, e as alterações da mesma na RDC 
no 26 de 11 de maio de 2012, a qual determina o mínimo de:
Enfermeiros assistenciais:
no mínimo 1 (um) para 
cada 10 (dez) leitos ou 
fração, em cada turno.
Técnicos de enfermagem:
no mínimo 1 (um) para 
cada 2 (dois) leitos em cada 
turno.
Figura 1: 
Número de 
profissionais por 
paciente em UTI. 
Fonte: 
labSEAD-UFSC (2020).
http://www.cofen.gov.br/cofen-publica-nota-tecnica-sobre-as-unidades-de-terapia-intensiva_77432.html
8
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
Idealmente, um enfermeiro coordenador da UTI também deve es-
tar disponível. O responsável técnico médico, os coordenadores 
de enfermagem e de fisioterapia devem possuir título de especia-
lista, conforme estabelecido pelos respectivos conselhos de clas-
se e associações reconhecidas por estes para este fim, de acordo 
com a RDC nº 137 de 8 de fevereiro de 2017.
O(A) enfermeiro(a), enquanto liderança, e, por vezes, coordena-
dor da UTI, possui entre suas atividades também o gerenciamento 
dos materiais e equipamentos. Na RDC nº 007, você encontra, no 
Capítulo III, a descrição detalhada de todos os materiais e equipa-
mentos que são indispensáveis para o adequado funcionamento 
de uma UTI, tais como respiradores, monitores multiparâmetros, 
sensores de pressão, entre outros. Além disso, na mesma resolu-
ção, há a descrição quanto aos critérios dos recursos materiais.
Cabe destacar, também, a Resolução do Cofen nº 639/2020, que 
dispõe sobre as competências do(a) enfermeiro(a) no cuidado aos 
pacientes em ventilação mecânica no ambiente extra e intra-hos-
pitalar, montagem de respiradores, testagem e ajustes de parâ-
metros iniciais, esses sob coordenação médica.
Veja sobre as 
competências 
do Enfermeiro 
no cuidado 
aos pacientes 
em ventilação 
mecânica no 
ambiente extra e 
intra-hospitalar, 
no link.
O Conselho 
Federal de 
Enfermagem 
disponibiliza 
um canal de 
atendimento 24 
horas para apoio 
psicológico dos 
profissionais de 
enfermagem. Você 
pode acessar por 
meio desse link.
Aprofunde
Aprofunde
Cuidados com a equipe de enfermagem: estresse, 
sobrecarga de trabalho, alimentação e higiene
Ressaltamos que o risco de infecção por Covid-19 pode causar 
estresse psicossocial para a equipe. Recomenda-se a busca por 
aconselhamento psicológico quando necessário. Para minimizar 
o estresse, os profissionais podem conversar com seus pares, fa-
miliares, amigos e compartilhar seus medos e anseios. Possuir 
conhecimento sobre os equipamentos e recursos que a instituição 
dispõe, também é essencial para o equilíbrio da equipe. A gerên-
cia deve estar sempre disposta para a escuta ativa e humanizada, 
imprescindível neste delicado momento.
Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divul-
gou um guia com cuidados para a saúde mental durante a pande-
mia da Covid-19. Nomeadamente, para os profissionais de saúde, o 
guia contém informações que podem promover a saúde mental do 
profissional que está na linha de frente do cuidado, principalmen-
te na assistência ao paciente em condição crítica. Veja a figura na 
página seguinte algumas recomendações: 
http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-639-2020_79633.html 
https://juntoscontracoronavirus.com.br/
9
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
Figura 2: 
Recomendações de 
cuidados para a saúde 
mental durante a 
pandemia. 
Fonte: 
ONU News (2020); 
Polakiewicz (2020), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
1
2
3
Cuide de você! Faça pausas e descanse entre os seus turnos de 
trabalho e até mesmo, se possível, tente tirar um momento 
dentro do expediente.
Tenha atenção com a sua alimentação: prefira alimentos que 
compõem uma dieta saudável. Faça exercícios físicos e fique em 
contato com a família e amigos.
4 Caso você esteja sendo evitado(a) pela família por causa do medo 
de contaminação e estigmas, se possível, busque continuar 
conectado com seus entes queridos. Lembre-se: o contato virtual 
é uma forma de contato.
Evite o uso de tabaco, álcool ou outras drogas.
5 Procure seus colegas, supervisores e pessoas de confiança para 
este apoio social.
6 Descubra e se informe sobre serviços de apoio psicossocial para 
pessoas com suspeita ou confirmação de Covid-19.
7 Mantenha você e sua equipe protegida do estresse crônico e de 
uma saúde mental precária para que possam desempenhar o 
trabalho da melhor maneira.
8 Compreenda que a situação atual não terminará da noite para o 
dia. Portanto, seu papel é focar no longo prazo ao invés de buscar 
respostas imediatas para a crise.
9 Assegure informações de qualidade e fidedignas para todo o 
pessoal da equipe. Se possível, faça um rodízio no pessoal das 
áreas mais estressantes para as menos estressantes.
10 Coloque os funcionários menos experientes para trabalhar com 
funcionários mais experientes.
11 Lembre-se que o sistema de apoio e boas relações entre colegas 
ajudam a melhorar o ambiente de trabalho e a reduzir o estresse, 
além de promover um ambiente seguro.
12 Assegure-se que você está criando espaço para que os colegas 
forneçam apoio social uns aos outros.
13 Se você ocupa uma posição de liderança em um estabelecimento 
de saúde, viabilize o acesso e se assegure que os funcionários 
possam utilizar os serviços de apoio psicossocial e mental.
14 Lembre-se que os gerentes e chefes de equipe também enfrentam 
as mesmas pressões que os profissionais supervisionados por eles, 
além do maior fardo que carregam causados pelo papel de 
liderança. Por isso, é importante que todos os recursos estejam ao 
alcance de quem precisa, trabalhadores e chefes, e que os últimos 
possam ser modelos para a mitigação do estresse.
Recomendações de cuidados para a 
saúde mental durante a pandemia
10
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
O estresse e a sobrecarga de trabalho dos profissionais de saúde, 
nomeadamente dos(das) enfermeiros(as) e sua equipe, podem de-
sencadear a Síndrome de Burnout. Trata-se de uma síndrome con-
sequente a exposição prolongada a certas demandas de trabalho e 
uma reação que aparece quando a pessoa não pode mais suportar 
o estresse pelo qual está passando. Assim, recomenda-se atenção 
especial para os sinais e sintomas abaixo.
Ansiedade de forma 
constante ou relacionada 
a eventos ou atividades 
específicas (profissionais 
e/ou sociais).
Preocupaçãoexcessiva 
na maior parte dos 
dias ou relacionada ao 
trabalho ou à 
segurança.
Inquietação constante 
ou sensação de estar 
no limite, sentindo 
cansaço ou fadiga na 
maior parte do dia.
Dificuldade de concentração, irritabilidade e tensão 
muscular ou prazer diminuído de realizar as 
atividades, sejam profissionais e/ou pessoais.
Alterações do sono, 
podendo ser 
hipersonia ou insônia.
Aumento do consumo de 
álcool ou outras drogas.
Lentidão ou agitação 
fora do normal.
Afastamento social ou 
afastamento familiar.
Disfunção sexual ou 
problemas com 
relacionamento com 
o(a) parceiro(a).
Esgotamento 
profissional e 
problemas relativos ao 
ambiente de trabalho.
Fragilidade emocional 
sem motivo aparente 
(por exemplo: chorar 
sem motivo aparente).
Figura 3: 
Sintomas para 
Síndrome de Burnout. 
Fonte: 
Motta, Paulo (2020); 
Polakiewicz (2020), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
11
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
Em relação à alimentação e higiene dos profissionais de saúde, a 
Associação de Medicina Intensiva (AMIB, 2020) recomenda:
Alimentação
e higiene
Sempre que possível, a instituição deve garantir 
fornecimento de refeições e bebidas para os 
profissionais de saúde em área separada.
Idealmente, os profissionais de saúde que 
atuarem na assistência direta aos casos 
suspeitos ou confirmados de Covid-19, devem 
ser organizados para trabalharem somente na 
área de isolamento de Covid-19, evitando 
circulação para outras áreas de assistência.
Os profissionais devem fazer higiene das mãos 
com preparação alcoólica frequentemente e 
utilizar máscaras N95 ou equivalente, aventais, 
luvas, óculos de proteção, protetor facial ou 
equivalente. Os óculos de proteção ou 
protetores faciais (que cubram a frente e os 
lados do rosto) devem ser utilizados quando 
houver risco de exposição do profissional a 
respingos de sangue, secreções corporais e 
excreções. Devem ser de uso exclusivo para 
cada profissional responsável pela assistência, 
sendo necessária a higiene correta após o uso.
Os profissionais devem retirar a roupa pessoal, 
usar apenas a roupa disponibilizada pela 
instituição e tomar banho no hospital ao 
término do plantão. 
Figura 4: 
Recomendações de 
alimentação e higiene.
Fonte: 
Amib (2020), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
Veremos a seguir como proceder no uso e aplicação de protoco-
los, evolução e registros eletrônicos, acompanhe.
Uso e aplicação de protocolos, evolução e 
registros eletrônicos
Grande parte das instituições dispõe de prontuários eletrônicos. 
O uso de prontuários eletrônicos em saúde possui potencial para 
melhorar os cuidados de saúde, facilitando a transmissão rápida 
e precisa de dados do paciente em tempo real, padronização de 
processos, implementação de protocolos, inclusão de sistemas 
de apoio à decisão, prevenção de erros e melhoria nos indicadores 
de segurança e qualidade, além de otimização de custos (COLLETI 
JUNIOR; ANDRADE; CARVALHO, 2018). 
12
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
Contudo, os sistemas eletrônicos de registro de saúde não estão 
prontos para a Covid-19. Mas, como as fraquezas são conhecidas, 
os sistemas de saúde podem ser melhor planejados.
Nos Estados Unidos, por exemplo, foi observado dificuldades de 
obtenção em larga escala de informações que poderiam ser úteis 
aos profissionais de saúde sobre o tratamento e a recuperação dos 
pacientes, especialmente pela fragmentação das informações e os 
múltiplos sistemas de registro (KAISER HEALTH NEWS - KHN, 2020).
Dessa forma, o registro de todos os dados corretos pode subsidiar 
estratégias futuras de identificação de padrões de ocorrência para 
o desenvolvimento de modelos de predição, por meio da ciência de 
dados. Além disso, outras ações, tais como melhoria dos sistemas, 
aprimoramento de protocolos de cuidado e melhoria da qualidade 
da assistência, também necessitam de sustentação em dados fi-
dedignos. Durante a pandemia, ressalta-se a importância de reali-
zar todos os registros relativos ao processo de enfermagem, para 
apoiar a tomada de decisão, garantir a segurança do paciente e a 
continuidade da assistência.
Ano Internacional 
da Enfermagem é 
destaque na Lancet 
nesse link
Aprofunde
ALERTA DO PROFISSIONAL
A Medida Provisória (MP) Nº 927, de 22 de março de 2020, que 
dispõe sobre as medidas trabalhistas para enfrentamento do 
estado de calamidade pública e da emergência de saúde pú-
blica de importância internacional decorrente da Covid-19, 
aponta em seu Artigo 26 que durante o estado de calamidade 
pública é permitido aos estabelecimentos de saúde, median-
te acordo individual escrito, mesmo para as atividades insa-
lubres e para a jornada de doze horas de trabalho por trinta 
e seis horas de descanso: I - prorrogar a jornada de trabalho; 
II - adotar escalas de horas suplementares entre a décima 
terceira e a vigésima quarta hora do intervalo interjornada, 
sem que haja penalidade administrativa, garantido o repouso 
semanal remunerado.
!
http://www.cofen.gov.br/ano-internacional-da-enfermagem-e-destaque-na-lancet_76043.html
13
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
Fechamento
Nesta unidade, foram apresentados os parâmetros que devem ser 
observados para o adequado dimensionamento de profissionais 
de enfermagem e a provisão de materiais e equipamentos para a 
UTI. Ainda, destacou-se a resolução do Cofen que dispõe sobre a 
atuação de enfermeiros no cuidado para pacientes em ventilação 
mecânica no ambiente extra e intra-hospitalar, montagem de res-
piradores, testagem e ajustes de parâmetros iniciais, esses sob 
coordenação médica. Por fim, foi resgatada a importância de rea-
lizar registros eletrônicos adequados, os quais poderão subsidiar 
estratégias que visam à melhoria da gestão e da assistência du-
rante a pandemia. Destaca-se o apoio fundamental que se espera 
dos gestores e líderes em momentos de crise. 
Agora você dispõe de informações necessárias para dar continui-
dade e/ou preparar-se com engajamento para gerenciar a UTI e 
sua equipe. Destaca-se a importância da saúde mental preservada 
para que o processo e o ambiente de trabalho sejam acolhedores, 
de forma que todos os membros da equipe multiprofissional pos-
sam estar melhor preparados para o atendimento da população.
14
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
UNIDADE 2.2 – Principais cuidados com 
o paciente acometido pela Covid-19: 
avaliação do paciente; avaliação 
respiratória neurológica e cardiovascular 
(monitorização, pressões não invasivas 
e invasivas - PVC, PAM, PAI, capnografia 
- manuseio de dispositivos invasivos 
cateteres - CVC, sondas e drenos)
A Covid-19 é uma doença recente e com muitas informações a se-
rem reveladas sobre a sua patogenia. Atualmente, a maioria dos 
estudos apontam que o principal sistema acometido pela Covid-19 
é o sistema respiratório. Contudo, estudos mais recentes têm mos-
trado que se trata de uma doença que acomete o organismo como 
um todo, ocasionando também alterações neurológicas e cardio-
vasculares, dentre outras, com manifestações nas fases iniciais da 
doença e com o seu agravamento (VETTER et. al, 2020).
Introdução
Figura 5: 
Outras comorbidades 
da Covid-19. 
Fonte: 
Freepik (2020).
Nesta unidade você vai saber como realizar a avaliação respiratória, 
neurológica e cardiovascular do paciente acometido pela Covid-19, 
monitorizar os pacientes com Covid-19 por meio de dispositivos 
invasivos e não invasivos; e prestar cuidados seguros durante o 
manuseio de dispositivos invasivos e não invasivos, específicos no 
caso de pacientes com Covid-19.
15
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Embora a maioria dos casos de Covid-19 se manifeste como uma 
doença leve e sem complicações, alguns pacientes desenvolve-
rão formas graves da doença.Nesse caso, o(a) enfermeiro(a) deve 
estar apto a reconhecer precocemente os sinais e sintomas de 
agravamento da doença, para impedir a transmissão e possibilitar 
a implementação de cuidados em tempo hábil - especialmente no 
atendimento a pacientes graves. 
O(A) enfermeiro(a) deve também ter conhecimentos específicos 
sobre o funcionamento dos dispositivos de monitorização e recur-
sos terapêuticos apropriados para o atendimento destes pacien-
tes que evoluem para a forma grave da Covid-19.
Acompanhe a seguir como realizar as avaliações para alterações 
respiratórias, cardiovasculares e neurológicas.
Avaliação respiratória do paciente na 
Covid-19
Figura 6: 
A avaliação 
respiratória deve 
ocorrer em qualquer 
etapa da doença. 
Fonte: 
Freepik (2020).
Sinais e sintomas respiratórios ocorrem nas diferentes formas de 
manifestação da doença. Portanto, torna-se importante para a 
avaliação respiratória destes pacientes, conhecer como se carac-
terizam estes casos através da classificação clínica e os achados 
de imagem torácica.
16
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Classificação clínica do paciente na Covid-19
Fique atento(a) às características de cada classificação clínica em 
relação a gravidade da Covid-19. Estes fatores podem te auxiliar 
nos cuidados com o paciente.
Casos leves: os sintomas clínicos são leves e não há 
manifestações de pneumonia no exame de imagem. 
1
Casos moderados: apresentam sintomas como febre e 
sintomas do trato respiratório, dentre outros, e 
manifestações de pneumonia que podem ser 
vistas no exame de imagem.
2
Casos graves: correspondem aos adultos que atendem a 
um dos seguintes critérios: frequência respiratória ≥ 30 
rpm; saturação de oxigênio ≤93% em estado de repouso; 
pressão parcial arterial de oxigênio (PaO²) /concentração 
de oxigênio (FiO²) ≤300 mm Hg. Pacientes com progressão 
de lesões > 50% dentro de 24 a 48 horas na imagem 
pulmonar devem ser tratados como casos graves.
3
Casos críticos: atendendo a um dos seguintes critérios: 
ocorrência de insuficiência respiratória que exija 
ventilação mecânica (VM); presença de choque; falência 
de outros órgãos que exija monitoramento e tratamento 
na UTI. Os casos críticos são divididos em estágio inicial, 
médio e tardio, de acordo com o índice de oxigenação e 
a complacência do sistema respiratório.
4
Figura 7: 
A avaliação 
respiratória deve 
ocorrer em qualquer 
etapa da doença. 
Fonte: 
labSEAD-UFSC (2020).
Cerca de 5% dos pacientes com Covid-19 irão necessitar de internação 
em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido ao quadro de insuficiência 
respiratória aguda. A infecção por este agente tem o potencial de causar 
alterações significativas na capacidade ventilatória, levando a compro-
metimento pulmonar difuso e piorando as trocas gasosas (AMIB, 2020). 
17
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Complacência 
do Sistema 
Respiratório
Índice de 
oxigenação
Falência de 
órgãos vitais
Cada um desses índices deverá ser analisado conjuntamente para 
direcionar às melhores práticas terapêuticas. Existem três está-
gios de evolução da doença: inicial, intermediário e terminal. Eles 
estão organizados da seguinte maneira:
ESTÁGIO 
ÍNICIAL
Sistema 
Respiratório
Índice de 
Oxigenação
Falência 
Orgânica
≥ 30 mL/cm H2O
Entre 100 e 
150 mmHg
Ausente
No estágio inicial o índice de oxigenação é entre 100 e 150 mmHg, 
a complacência do sistema respiratório é ≥ 30 mL/ cmH2O e existe 
a ausência de outras falências orgânicas que não a pulmonar.
É importante observar em qual estágio de evolução da doença o 
paciente se encontra. Dessa forma, existem três índices que você 
deverá checar, e que irão te direcionar para o estágio da doença 
que o paciente se encontra. Veja na figura a seguir.
Figura 8: 
Índices para 
identificação dos 
estágios de evolução 
da Covid-19. 
Fonte: 
labSEAD-UFSC (2020).
Figura 9: 
Estágio inicial de 
evolução da Covid-19. 
Fonte: 
The First Affiliated 
Hospital (2020), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
18
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
ESTÁGIO 
INTERMEDIÁRIO
Complacência do 
Sistema 
Respiratório
Índice de 
Oxigenação
Falência 
Orgânica
entre 15 e 30 mL/ 
cm H2O
60 e 100 mmHg
Pode apresentar 
complicações leves 
a moderadas
No estágio intermediário o índice de oxigenação fica entre 60 e 
100 mmHg e a complacência do sistema respiratório entre 15 e 30 
mL/ cmH2O. Pode apresentar complicações por outras disfunções 
orgânicas leves a moderadas.
ESTÁGIO 
TERMINAL
Índice de 
Oxigenação
Falência 
Orgânica
≤15 mL/cm H2O
≤ 60 mmHg
Complacência 
do Sistema 
Respiratório
Presente
Já no estágio terminal o índice de oxigenação fica ≤ 60 mmHg e 
a complacência do sistema respiratório ≤15 mL/ cmH2O. Ocorre 
consolidações difusas de ambos pulmões ou falência de outros 
órgãos vitais, e o risco de mortalidade é aumentado.
Para que você possa avaliar a monitorização respiratória, utilize os 
seguintes recursos:
Figura 10: 
Estágio intermediário 
de evolução da 
Covid-19. 
Fonte: 
The First Affiliated 
Hospital (2020), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
Figura 11: 
Estágio terminal de 
evolução da Covid-19. 
Fonte: 
The First Affiliated 
Hospital (2020), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
19
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Tomogra�a Computadorizada (TC) de tórax: os padrões 
mais comuns encontrados são opacidades em vidro fosco 
e in�ltrados multifocais irregulares e bilaterais. 
Oximetria de pulso: ajusta-se a ventilação tolerando-se 
valores entre 90-95%. 
Gasometria arterial: valores ideais de PaO²/FIO² acima de 
300mmHg, caso abaixo de 150mmHg, sugere-se ventilação 
protetora com paciente em posição prona; valores de 
PaO²>65mmHg, PaCO² entre 35-50mmHg e pH>7,34.
Capnogra�a: manter ETCO² entre 30 a 45 mmHg. Na Covid-19, a 
capnogra�a, além de ser importante para a monitorização e ajustes 
da ventilação, também é necessária para a comprovação da 
instalação correta do tubo após a intubação que ocorre em 
sequência rápida (AMIB, 2020).
Ausculta pulmonar: na Covid-19 pode revelar estertores 
inspiratórios, estertores e/ou respiração brônquica em 
pacientes com pneumonia ou di�culdade respiratória.
Recursos para 
a avaliação e 
monitorização 
respiratória
Figura 12: 
Recursos para 
a avaliação e 
monitorização 
respiratória. 
Fonte: 
labSEAD-UFSC (2020).
Figura 13: 
Avaliação 
de sintomas 
cardiovasculares. 
Fonte: 
Freepik (2020).
Caso você tenha alguma dificuldade em realizar quaisquer dos 
procedimentos descritos anteriormente, não deixe de pedir ajuda 
a outro profissional de saúde.
Avaliação e monitorização cardiovascular 
do paciente com Covid-19
Pacientes em estado grave geralmente desenvolvem choque sép-
tico. Além do choque, outras complicações cardiovasculares têm 
sido encontradas nestes pacientes, como miocardites, arritmias, 
insuficiência cardíaca e eventos tromboembólicos, cuja fisiopato-
logia ainda não está bem definida (VETTER et. al, 2020).
Para cálculo 
PaO²/FIO², acese 
o link.Resolução 
Cofen - da 
competência do 
enfermeiro no 
cuidado aos 
pacientes em 
ventilação 
mecânica, link.
Aprofunde
http://www.medicinaintensiva.com.br/pao2-fio2.htm
http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-639-2020_79633.html
20
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Diante disso, estes pacientes críticos necessitam de uma avalia-
ção e monitorização constante da função cardiovascular. Veja a 
seguir quais recursos você deverá empregar:
Confira a seguir as orientações sobre a avaliação e monitorização 
neurológica do paciente com Covid-19.
cuja pressão arterial média (PAM) 
alvo recomendada seja 
de 60-65mmHg.
Pressão arterial Invasiva (PAI):
medir a água pulmonar extravascular 
(APEV) quando disponível. Usar a pressão 
de oclusão da artériapulmonar (POAP) 
como alternativa. Utilizar ecogra�a 
pulmonar, ressalvado o risco aumentado 
de contágio. A presença de 
linhas B (síndrome alvéolo-intersticial) é 
indicativa de edema 
pulmonar intersticial. 
Monitorização do edema 
pulmonar:
usar estratégia conservadora. 
Recomenda-se balanço hídrico 
equilibrado (zero) após correção da 
hipoperfusão.
Balanço Hidroeletrolítico: 
recomenda-se monitorizar o DC por 
métodos contínuos, reduzindo a 
manipulação e o risco de 
contaminação dos pro�ssionais. Os 
métodos intermitentes como a 
ecocardiogra�a, aumentam o risco de 
contágio por manipulação do 
paciente.
Monitorização do débito 
cardíaco (DC):
Figura 14: 
Índices para 
monitoramento 
da função 
cardiovascular. 
Fonte: 
AMIB (2020), adaptado 
por labSEAD-UFSC 
(2020).
Avaliação e monitorização neurológica do 
paciente com Covid-19
Em relação à avaliação neurológica do paciente crítico devemos 
considerar que são pacientes geralmente, submetidos à sedação 
profunda e com uso de bloqueadores neuromusculares, sendo 
muitas vezes suscetíveis a apresentar delirium (AMIB, 2020). 
Além disso, estudos têm demonstrado que na Covid-19 também 
podem ocorrer complicações relacionadas ao sistema neurológi-
co, tais como distúrbios gustativos ou olfativos, tontura, cefaleia, 
estado mental alterado, acidente vascular cerebral isquêmico ou 
hemorrágico, dentre outros (VETTER et. al, 2020).
21
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Figura 15: 
Distúrbios gustativos, 
olfativos, tonturas, 
entre outros 
sintomas, têm 
sido relatados 
como presentes na 
Covid-19. 
Fonte: 
AMIB (2020), adaptado 
por labSEAD-UFSC 
(2020).
Neste caso, estes pacientes necessitam de recursos de avaliação 
por escalas para que possam ser avaliados e manejados adequa-
damente, tais como: 
Escalas para avaliar o nível de sedação: recomenda-se a utiliza-
ção das escalas Richmond Agitation Sedation Scale (RASS) e Ri-
ker Sedation- Agitation Scale (SAS). Se o paciente apresentar 
síndrome do desconforto respiratório agudo de forma moderada/
grave, recomenda-se manter sedação profunda (RASS -3 a -5), 
incluindo avaliar a necessidade de bloqueador neuromuscular 
(por ex. cisatracúrio) (AMIB, 2020). Em pacientes sem síndrome 
do desconforto respiratório agudo, recomenda-se o alvo de RASS 
entre 0 e -2 (AMIB, 2020). 
Escalas de avaliação da analgesia: se houver possibilidade de in-
teração do examinador com o paciente, recomenda-se a avaliação 
da analgesia pela escala numérica, caso não seja possível esta 
interação, indica-se as escalas Behavioral Pain Scale (BPS) ou Cri-
tical Care Pain Observation Tool (CPOT) (AMIB, 2020).
Escala de avaliação do nível de consciência e pupilas: escala de 
coma de Glasgow para avaliar nível de consciência para os pacien-
tes não sedados. A avaliação pupilar consiste em avaliar o tama-
nho das pupilas, a simetria e presença de reflexo fotomotor.
Caso o seu setor não possua essas escalas, converse com o de-
partamento de neurologia.
22
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Cuidados com dispositivos invasivos e não 
invasivos do paciente com Covid-19
Pacientes em terapia intensiva normalmente necessitam de di-
ferentes dispositivos invasivos, seja para monitorização ou tera-
pêutica. Nos casos de Covid-19, convém ressaltar alguns cuidados 
com dispositivos a seguir.
Tubo orotraqueal (TOT)
Traqueias do ventilador e conexões devem ser checadas com fre-
quência e reforçadas para evitar desconexões e aerossolização 
do ambiente.
Em caso de necessidade de desconexão TOT/VM: esta deve ser 
precedida de clampeamento do TOT com pinça apropriada (retas 
fortes) e interrupção momentânea da VM. 
Para saber mais sobre o que é a aerossolização, veja o trecho a seguir.
Aerossolização
Conjunto de partículas 
pequenas que ficam 
suspensas e se 
comportam como um 
líquido.
!
ALERTA DO PROFISSIONAL
Neste podcast iremos tratar dos cuidados para evitar a aerossoli-
zação. Mas afinal, o que é aerossolização?
Bem, a aerossolização nada mais é que um conjunto de partículas 
bem pequenas que ficam suspensas e se comportam como um lí-
Figura 16: 
Dispositivos 
invasivos e não 
invasivos utilizados 
em pacientes com 
Covid-19. 
Fonte: 
Freepik(2020).
23
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
quido (como as nuvens, por exemplo). Podem ser geradas de várias 
maneiras, no caso especifico da transmissibilidade de doenças, 
falamos sobre os aerossóis gerados com a fala, tosse, espirro ou 
procedimentos que manipulem vias aéreas. Normalmente deposi-
tam-se em superfícies e não alcançam grandes distâncias. 
Entretanto, no caso do novo coronavírus, estudos preliminares ob-
servaram que a transmissão por meio das gotículas no ar pode ser 
mais importante do que se acreditava até agora, pois os resultados 
mostram que “as pessoas infectadas com este vírus são capazes 
de gerar um aerossol viral que pode manter o ambiente infectado 
por um longo período de tempo”. 
Os especialistas dizem que essa possibilidade deve ser considera-
da para fins de medidas de prevenção que estão sendo adotadas 
contra a doença. Os experimentos conduzidos dentro de laborató-
rio, todos em situações controladas, mediram a persistência no ar 
das partículas virais encontradas nas gotículas em suspensão com 
um diâmetro variável de um a três milímetros. 
A principal diferença entre gotículas e aerossóis é que as gotículas 
são pesadas e grandes, portanto, não podem permanecer no ar por 
muito tempo. Já os aerossóis, chamados pela OMS de núcleos de 
gotículas, são menores que 5 micrômetros, permanecendo por um 
tempo maior no ambiente.
Por esses e outros motivos é que nós, enfermeiros e os demais 
profissionais da saúde, devemos ter extremo cuidado durante o 
atendimentos dos pacientes com suspeita ou confirmação da Co-
vid-19, evitando a dispersão no ambiente de gotículas altamente 
contagiosas que podem infectar toda a equipe assistencial e os 
demais pacientes atendidos na mesma unidade.
Esperemos ter elucidado suas dúvidas relativas à aerossolização. 
Siga estudando e até breve!
Confira a seguir outros tipos de dispositivos invasivos que você 
precisa estar apto a utilizar nesta situação de pandemia.
24
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Curativos ou fixações
Acessos venosos centrais ou periféricos, PAI, drenos, sondas, TOT 
e outros devem ser realizados de forma a ficarem firmes e bem 
aderidos, evitando-se a necessidade de manuseio frequente e ex-
teriorizações acidentais. Pacientes com Covid-19 podem ser pro-
nados o que aumenta o risco de exteriorizações acidentais.
ALERTA DO PROFISSIONAL
Evitar o uso de ventiladores manuais (Ambu®); mas se necessá-
rio, usar com reservatório para impedir a dispersão de aerossóis. 
Recomenda-se também usar sistema de aspiração fechado com 
filtro HEPA, HMEF ou HME com especificação de filtragem de vírus. 
!
Agora é importante saber as orientações sobre outras técnicas 
invasivas, como a videolaringoscopia.
Videolaringoscópios
São preconizados como primeira escolha na intubação, pois o 
uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs) dificulta a 
visualização.
Veja a seguir como utilizar a sonda vesical nos casos de Covid-19, 
acompanhe.
Evitar uso de: máscara de 
Venturi ou tipo tenda, cateter 
de O² de alto fluxo, ventilação 
não invasiva por Bipap de 
circuito único, dispositivos 
bolsa-válvula-máscara supra 
glóticos pelo potencial de 
aerossolização.
Usar máscara com 
reservatório na pré-oxigenação 
para intubação com menor 
fluxo de ar possível. 
Figura 17: 
Cuidados para 
evitar contaminação 
durante manipulação 
dos dispositivos 
em paciente com 
Covid-19. 
Fonte: 
labSEAD-UFSC (2020).
25
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Em pacientes que fazem uso da sonda, desprezar a diurese a cada 
6h ouantes de atingir a capacidade da bolsa para diminuir a opor-
tunidade de contato com o fluido. Para pacientes masculinos não 
sondados não se recomenda o uso de papagaio, deverá ser colo-
cado dispositivo externo (Uropen, por exemplo).
Sonda vesical
Procedimentos em que a enfermagem está 
mais sujeita à contaminação pelo vírus da 
Covid-19
Maior risco de 
contaminação
Aspiração de secreções
Procedimento de intubação orotraqueal
Procedimentos de reanimação 
cardiopulmonar
Verificação da pressão do cuff
Verificação do conforto do paciente
Mudança de decúbito
Posicionamento do paciente em prona e 
alternância da cabeça do paciente
Risco de desconexões do sistema de 
ventilação mecânica
Higiene oral
Quando necessário, realize os procedimentos anteriores de manei-
ra cautelosa, com utilização dos EPIs e com máximo de atenção.
Figura 18: 
Procedimentos 
com maior risco de 
contaminação. 
Fonte: 
labSEAD-UFSC (2020).
26
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
ALERTA DO PROFISSIONAL
Após 1 (uma) hora em posição prona, uma gasometria deve ser rea-
lizada para avaliar se o paciente responde ou não a esta estratégia. 
Caso seja considerado como respondedor (aumento de 20 mmHg 
na relação PaO2/FiO2 ou de 10 mmHg na PaO2), o posicionamento 
deve ser mantido. Do contrário, retorna-se o paciente à posição 
supina (OLIVEIRA et. al, 2017). 
!
Quanto à utilização de Cateter Nasal de Alto Fluxo (CNAF) ou de 
ventilação não-invasiva na Covid-19, há descrição na literatura de 
potencial aumento da aerossolização, não sendo sugerido seu uso 
rotineiro como opção à intubação orotraqueal e à ventilação invasiva. 
Uma revisão sistemática demonstrou risco três vezes maior de 
transmissão de infecções respiratórias agudas para profissionais 
de saúde em procedimentos que geram aerossol, como durante o 
emprego da Ventilação não Invasiva (VNI) (TRAN et. al, 2012).
RESPIRATÓRIA
•Conforme condição clínica os casos podem ser: leves, 
moderados, graves ou críticos.
•Recursos: TC tórax, oximetria de pulso, gasometria arterial e 
capnografia.
CARDIOVASCULAR
•Geralmente ocorre choque séptico. Pode ocorrer outras 
complicações cardiovasculares.
•Recursos: PAI, monitorização do débito cardíaco e do edema 
pulmonar e balanço hidroeletrolítico.
NEUROLÓGICA
•É comum o risco de sedação profunda e bloqueadores 
neuromusculares. 
•Risco para Delirium e outras complicações neurológicas.
•Recursos: escalas de avaliação do nível de consciência e 
pupilas, sedação e dor.
Nova escala de 
coma de Glasgow: 
link.
Tutorial de posição 
prona:link.
Calculadora 
do índice de 
oxigenação:link.
Aprofunde
Figura 19: 
Avaliação e 
monitorização no 
Covid-19. 
Fonte: 
labSEAD-UFSC (2020).
http://biblioteca.cofen.gov.br/escala-de-coma-de-glasgow/
https://eephcfmusp.org.br/portal/coronavirus/#vtab16
https://www.bibliomed.com.br/calculadoras/oxigen/index.cfm
27
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Para além da avaliação e monitorização, deve-se tomar cuidado 
redobrado com a manipulação dos dispositivos invasivos no pa-
ciente, devido ao alto risco de contaminação. Veja quais procedi-
mentos você deverá empregar:
• Reforço das conexões da ventilação; clampeamento TOT na 
desconexão.
• Fixação adequada dos dispositivos para evitar exteriorizações 
acidentais e manuseio desnecessário.
• Evitar dispositivos que causem aerossolização como: ambu®, 
máscara de Venturi ou tipo tenda, cateter de O² de alto fluxo, 
Ventilação não invasiva (VNI) Ventilação não invasiva por Bipap 
e máscara supra glótica.
• Pacientes com sonda vertical, desprezar diurese a cada 6h, ou 
se atingir a capacidade da bolsa. 
Em caso de qualquer dúvida sobre como realizar os procedimen-
tos indicados, peça ajuda a outro profissional da saúde, seja da 
enfermagem ou da equipe médica.
O(A) enfermeiro(a) intensivista rotineiramente já é exposto(a) a 
necessidades intrínsecas do cenário laboral, tanto relacionadas 
às singularidades do paciente, como a todo o sistema de cuidado. 
Com o surgimento da pandemia causada pelo coronavírus, uma 
doença nova que muito ainda se tem que pesquisar, o(a) enfer-
meiro(a) atuante em UTI tem sido um dos profissionais de quem 
mais se tem exigido conhecimentos técnicos, científicos, habilida-
des de gestão e equilíbrio emocional, pois é dele(la) que provém 
toda logística e prestação de cuidados destes doentes. 
A atualização constante e intensa neste momento será de extrema 
importância para este profissional, pois como demonstrado duran-
te essa unidade, a Covid-19 quando agravada, é um desafio bastan-
te intenso no cuidado para manutenção da vida dos pacientes.
Fechamento
28
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
UNIDADE 2.3 – Orientação e preparo 
da equipe de enfermagem para a 
admissão e transporte na UTI de 
pacientes com Covid-19 confirmados 
ou suspeitos; rotina de admissão de 
pacientes (comunicação entre equipe 
de destino e serviço de origem sobre 
estado geral do paciente, organização 
do leito, manejo de casos suspeitos)
Nesta unidade você irá compreender os principais pontos para 
organização do atendimento em uma Unidade de Terapia Intensiva 
(UTI), durante a pandemia. Assim como, saberá como orientar a 
equipe de enfermagem na rotina da admissão, preparo do leito de 
pacientes com a Covid-19 confirmados ou suspeitos, e também os 
cuidados no manejo de casos suspeitos.
Introdução
À medida que a doença Covid-19 se espalha pelo mundo, a comu-
nidade de terapia intensiva precisa se preparar para os desafios 
associados a esta pandemia (PHUA et al., 2020). Nos países mais 
afetados até o momento, observamos cerca de 10% a 15% dos ca-
sos positivos internados com necessidade de leitos de Unidade 
de Terapia Intensiva (UTI) (AMIB, 2020). No Brasil, alguns estados 
já vivenciam o crescimento acelerado da taxa de ocupação dos 
leitos de terapia intensiva, muitos atendendo quase no limite má-
ximo de sua capacidade.
As UTIs precisam se preparar para a sobrecarga de pacientes graves com 
a Covid-19, com plano de contingência para aumento rápido da capacida-
de de atendimento, de pelo menos 100% maior da capacidade habitual, 
usando para isso recursos locais, regionais e nacionais (AMIB, 2020). 
Diante deste cenário, é necessário adotar estratégias de planeja-
mento, antes que a demanda exceda a capacidade, que pode variar 
desde o aumento de profissionais intensivistas, como a necessi-
29
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
dade de equipamentos e insumos, a utilização de outros espaços 
para o atendimento de casos críticos, o treinamento adequado 
para controle de infecções e a transmissibilidade da doença (PHUA 
et al., 2020; ANZICS, 2020).
Conceitos iniciais
Primeiramente, vamos falar sobre a Unidade de Terapia Intensiva 
- UTI, que é definida como área crítica destinada à internação de 
pacientes graves, que requerem atenção profissional especializa-
da de forma contínua, materiais específicos e tecnologias neces-
sárias ao diagnóstico, monitorização e terapia (BRASIL, 2010). 
Veja a seguir a definição de casos graves e críticos para a Covid-19, 
salientando que para cada situação é apresentado pelo menos 
umas das condições listadas a seguir.
CASOS GRAVES CASOS CRÍTICOS 
• Ocorre falha respiratória e é 
necessária ventilação mecânica. 
• Choque séptico.
• Pacientes com disfunção de outros 
órgãos que necessitam de tratamento 
de monitoramento em UTI.
• Di�culdade respiratória, frequência 
respiratória ≥ 30 por min.
• Saturação de oxigênio no ar 
ambiente em repouso ≤ 93%.
• Pressão parcial de oxigênio no 
sangue arterial / fração de oxigênio 
inspirado ≤ 300 mmHg. 
Figura 20: 
Casos graves e 
críticos para Covid-19. 
Fonte: 
Feng et al., (2020)
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020). 
Agora, vamos conhecer as orientações e o preparo da equipe de 
enfermagem na admissão de pacientes com a Covid-19.Admissão em terapia intensiva do paciente 
com Covid-19 confirmado ou suspeito
Considerando os índices de que entre 10% e 15% dos pacientes irão 
necessitar de internação nas Unidades de Terapia Intensiva, devido 
ao quadro de insuficiência respiratória aguda que a doença apresen-
ta, vamos abordar o processo e as recomendações necessárias para 
a admissão do paciente com a Covid-19 confirmado ou suspeito.
Por ser uma área 
complexa, você 
pode aprofundar 
o tema e outros 
conceitos sobre a 
especialidade de 
terapia intensiva, 
através da 
leitura de artigos 
científicos da 
Revista Brasileira 
de Terapia 
Intensiva, no link.
Aprofunde
https://bit.ly/2ArUgeg
30
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
As etapas que compõem o processo de admissão em terapia in-
tensiva são organizadas da seguinte maneira: comunicação com a 
equipe de origem, organização do leito e da equipe de enferma-
gem e manejo de casos suspeitos.
Comunicação com a equipe de origem
De acordo com estudos recentes (ANZICS, 2020), a comunicação 
assume um papel crucial para a prestação bem-sucedida de servi-
ços clínicos seguros e eficazes. Nesse sentido, a equipe de enfer-
magem deve priorizar:
A comunicação prévia com a equipe de origem é 
fundamental no processo de admissão.
1
Buscar as informações e dados importantes sobre as 
condições clínicas do paciente para um melhor 
preparo da equipe que irá recebê-lo.
2
Figura 21: 
Comunicação entre 
equipes. 
Fonte: 
ANZICS (2020), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
Com base nessas recomendações, a comunicação com a equipe 
de origem, referente às condições clínicas do paciente revela-se 
fundamental para equipe de enfermagem e a organização do leito 
na UTI, conforme veremos a seguir.
Organização do leito e da equipe de enfermagem
Na organização do leito e da equipe de enfermagem é relevante le-
var em conta a estrutura e a capacidade da UTI. Portanto, é neces-
sário adotar estratégias de planejamento para uma efetiva organi-
zação do atendimento nos casos confirmados para Covid-19, o que 
leva as UTIs a se prepararem para o enfrentamento da pandemia.
A equipe de enfermagem deve quantificar o estoque de equipamentos 
e insumos disponíveis para o enfrentamento da pandemia. Isso inclui a 
previsão adequada dos equipamentos e insumos e seguir as recomenda-
ções para o controle de infecção e a transmissibilidade da doença, bem 
como os cuidados para ssistência segura ao paciente.
31
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
A equipe de enfermagem deve adotar cuidados com os pacientes 
críticos com suspeita ou confirmados da Covid-19. Esses devem ser 
preferivelmente admitidos em uma sala de isolamento de infec-
ções que esteja sob pressão negativa em relação às áreas circun-
dantes, com pias acessíveis e dispenser de álcool gel para a higiene 
das mãos, especialmente se forem realizados procedimentos de 
geração de aerossóis (ANZICS, 2020; WHO, 2020; CDC, 2020).
ALERTA DO PROFISSIONAL
Manter o controle da pressão da sala de isolamento regis-
trando o valor, conforme as orientações do serviço (AMIB, 
2020). Se a sala de isolamento com pressão negativa não es-
tiver disponível, os pacientes podem ser colocados em quar-
tos individuais adequadamente ventilados com as portas fe-
chadas (CDC, 2020).
!
Considerando a realidade dos locais em que não há quartos indi-
viduais na UTI, é preciso proceder com o isolamento por coorte, 
ou seja, separar em uma mesma enfermaria, ou área, os pacientes 
com suspeita ou confirmação da Covid-19.
Nesse sentido, a recomendação é que deve ser respeitada a dis-
tância mínima de 1 metro entre os leitos e restringir ao máximo 
o número de acessos à área (ANZICS, 2020; PHUA et al., 2020; 
WHO, 2020; AMIB, 2020; CDC, 2020). Quando possível, orientamos 
manter pacientes em boxes fechados, pois facilita a demarcação 
do isolamento e torna o ambiente mais controlado. 
Na ausência de boxes fechados, recomenda-se delimitar fisicamente, 
com sinalização no chão, a área de entrada, bem como para delimitação 
das coortes, no caso de UTIs não dedicadas (AMIB, 2020).
Em unidades com ar condicionado, recomenda-se checar se o fil-
tro é adequado para filtragem de vírus e a direção da filtragem 
(AMIB, 2020). Os profissionais de saúde deverão utilizar vestimen-
ta de isolamento para gotículas ou para aerossóis, de acordo com 
o procedimento a ser realizado pelo profissional, conforme regu-
lamentação do Ministério da Saúde MS (AMIB, 2020).
32
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
Acesse o material 
de divulgação 
referente aos 
procedimentos 
de precaução 
para gotículas ou 
para aerossóis, no 
Portal da Anvisa, 
através deste link. 
Aprofunde
Entretanto, quando o número de pacientes críticos supera a ca-
pacidade dos profissionais disponíveis, pode ser necessário o re-
crutamento de profissionais de outras áreas para o cuidado de 
pacientes críticos (AMIB, 2020; QIU et al., 2020).
Importante salientar 
que estes profissionais 
devem ser coordenados 
por um intensivista e 
por enfermeiros(as) 
capacitados em terapia 
intensiva. O treinamento 
em tempo real durante 
uma catástrofe deve ser 
considerado para ampliar 
a capacidade de cuidado 
rapidamente, destacando 
os profissionais com esta 
habilidade (AMIB, 2020).
Figura 22: 
Enfermeiros 
capacitados em 
terapia intensiva. 
Fonte: 
Freepik (2020), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
Usualmente, o cuidado do paciente crítico deve ser realizado den-
tro da UTI. Como também, os resultados dos testes para Covid-19 
em pacientes de UTI devem ser priorizados e disponibilizados o 
mais rápido possível para permitir o cuidado adequado aos pa-
cientes e reduzir o ônus na utilização dos EPIs (ANZICS, 2020). 
Em situações especiais, os pacientes podem necessitar de cui-
dados críticos fora da UTI, assim recomendamos que as áreas do 
hospital com capacidade de monitorização como unidade de re-
cuperação pós-anestésica e unidades cardio coronarianas, devem 
ser os locais preferenciais para uma UTI temporária (AMIB, 2020).
ALERTA DO PROFISSIONAL
Atenção: é importante que a equipe contabilize o estoque de 
produtos farmacêuticos e equipamentos (ventiladores mecâni-
cos, bombas de infusão, terapia de substituição renal) e ainda 
faça a previsão da quantidade adequada para o atendimento. 
!
https://bit.ly/361SBI6
33
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
Considere os equipamentos de ventilação mecânica não con-
vencionais como os ventiladores para transporte de doentes e 
equipamentos de anestesia que podem ser usados nas situa-
ções de grande demanda para suporte ventilatório de doente 
crítico (AMIB, 2020; ANZICS, 2020; PHUA et al., 2020).
Por fim, no âmbito da equipe de enfermagem, ressalta-se que é de 
competência do(a) enfermeiro(a) a montagem, testagem e insta-
lação de aparelhos de ventilação mecânica invasiva em pacientes 
adultos, pediátricos e neonatos (COFEN, 2020).
Manejo de casos suspeitos
No manejo de casos suspeitos, os profissionais devem ser orga-
nizados para trabalhar somente na área de isolamento, evitando 
circulação para outras áreas de assistência, preferencialmente, 
os profissionais de saúde que atuarem na assistência direta aos 
casos suspeitos ou confirmados (AMIB, 2020).
O(a) enfermeiro(a) é responsável pela orientação da equipe de enfer-
magem e prescrição de cuidados para o manejo adequado de casos 
suspeitos de Covid-19.
A seguir conheça alguns destes cuidados que são recomenda-
dos à equipe de enfermagem com a orientação do(a) enfermei-
ro(a) responsável.
Atendimento 1:1, 
sempre que 
possível, na 
impossibilidade 
de atendimento 
1:1 a aderência às 
medidas de 
precaução será 
ainda mais 
impactante na 
transmissão da 
doença entre os 
pacientes.
Retirar a roupa 
pessoal e usar 
apenas roupa 
disponibilizada 
pela instituição.
Não entrar no 
quarto comprancheta, caneta, 
prescrição, celular, 
ou qualquer outro 
objeto que possa 
servir como 
veículo de 
disseminação do 
vírus.
Anotar os sinais 
vitais visualizando 
o monitor pelo 
vidro após 
conferir seu 
adequado 
funcionamento.
Figura 23: 
Cuidados e 
recomendações 
para equipe de 
enfermagem. 
Fonte: 
AMIB (2020), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
34
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
Uma vez que um paciente é admitido na UTI, o transporte para fora 
da unidade deve ser limitado, a menos que seja clinicamente neces-
sário. Nesse sentido, devem ser priorizados equipamentos portáteis 
de raios-X e/ou outros equipamentos de diagnóstico importantes. 
Entretanto, caso o transporte seja necessário, recomenda-se de-
finir a equipe dedicada ao transporte, utilizando o protocolo insti-
tucional como referência (WHO, 2020; ANZICS, 2020; AMIB, 2020). 
Recomenda-se também evitar máscara do tipo VENTURI ou tipo 
“tenda” para manter a oxigenação adequada destes pacientes 
devido a aerossolização que pode advir destes tipos de recurso 
(AMIB, 2020; PHUA et al., 2020).
ALERTA DO PROFISSIONAL
É necessária a checagem dos filtros expiratórios dos ventila-
dores mecânicos, alguns têm filtros expiratórios N99 ou N100, 
com grande poder de filtragem dos aerossóis. No entanto, a 
maioria não dispõe desta tecnologia. Assim, cheque os filtros 
expiratórios em uso, e, caso não sejam adequados ou até este-
jam vencidos, substituí-los por um filtro HEPA, HMEF ou HME 
(algumas marcas filtram vírus também), que filtram bactérias 
e vírus. Considerar que o HME ou HMEF têm indicação de tro-
ca a cada 24 horas e o HEPA a cada 48 horas (AMIB, 2020).
!
Em caso de necessidade de utilização de ambú®, recomendamos 
o uso com reservatório, impedindo a dispersão de aerossóis, além 
de sistema de aspiração fechado e filtro HEPA, HMEF (Heat and 
Moisture Exchanger Filter) ou HME (Heat and Moisture Exchanger) 
com especificação de filtragem de vírus acoplado (AMIB, 2020).
De acordo com a Resolução nº 639, do Cofen (2020), a montagem, 
testagem e instalação de aparelhos de ventilação mecânica, é de 
competência do(a) enfermeiro(a), conforme apresentamos a seguir. 
Ambú®
Conhecido também 
como reanimador 
manual, esse 
equipamento é 
composto por um 
balão, uma válvula 
unidirecional, válvula 
para reservatório, 
máscara facial e um 
reservatório. 
35
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
Figura 24: 
Competências do 
enfermeiro no cuidado 
aos pacientes. 
Fonte: 
Cofen (2017, 2020), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
Figura 25: 
Competências do 
enfermeiro no cuidado 
aos pacientes. 
Fonte: 
Pixabay (2020), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020). 
Diante da disseminação da Covid-19, os profissionais enfermeiros 
(as) de cuidados intensivos vão se deparar com muitos enfrenta-
mentos, e, entre eles, o cuidado de si mesmo. Assim, recomenda-
mos que todo profissional tome banho no hospital ao término do 
seu turno de trabalho (AMIB, 2020).
Esteja ciente de que as 
diversas orientações 
sobre a doença 
Covid-19 podem mudar 
com os emergentes 
dados e conhecimentos 
científicos, e que isso 
pode exigir modifi-
cações nas condutas e 
manejo dos casos.
Fixação e centralização do tubo traqueal, assim 
como a monitorização da pressão do cüff (balonete) 
da prótese em níveis seguros e a averiguação 
quanto ao seu correto posicionamento.
Realização e a avaliação da necessidade de 
aspiração das vias aéreas nos pacientes sob 
ventilação mecânica, de acordo com as diretrizes 
elencadas na Resolução Cofen nº 557/2017.
Realização e/ou prescrição dos cuidados em 
relação ao orifício da traqueostomia e à integridade 
da pele periestomal.
A realização e/ou prescrição de higiene bucal, 
incluindo o uso do gluconato de clorexidina 
0,12% ou outras soluções antissépticas 
cientificamente recomendadas, em pacientes sob 
ventilação mecânica.
Participar da decisão, da realização e/ou prescrição 
na equipe de enfermagem dos procedimentos 
relacionados à pronação de pacientes sob ventilação 
mecânica e aplicação dos cuidados relacionados à 
prevenção dos incidentes associados.
Esteja ciente de que as 
diversas orientações 
sobre a doença 
Covid-19 podem mudar 
com os emergentes 
dados e conhecimentos 
científicos, e que isso 
pode exigir modifi-
cações nas condutas e 
manejo dos casos.
36
Gerenciamento de UTI, cuidados clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
Enfim, para minimizar as dificuldades, precisamos considerar toda 
a organização do atendimento de casos suspeitos e confirmados, a 
fim de adotar as medidas que otimizem uma assistência adequada 
e segura para os envolvidos no atendimento ao paciente grave.
Fechamento
Nesta unidade vimos aspectos importantes para a organização das 
UTIs durante a pandemia da Covid-19, com questões voltadas para 
a infraestrutura e capacidade de atendimento, disponibilidade de 
equipamentos e insumos necessários ao atendimento, preparo da 
equipe e manejo de casos suspeitos.
37
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
UNIDADE 2.4 – Diretrizes para coleta, 
manuseio e teste de amostras clínicas 
de pessoas suspeitas de Covid-19 e 
checklist de preparação hospitalar; 
higienização do ambiente hospitalar 
Nesta unidade você irá reconhecer as diretrizes para a coleta, 
armazenamento e teste de amostras clínicas de pacientes suspei-
tos de Covid-19. Assim como o preparo do ambiente e as princi-
pais recomendações de higienização do ambiente hospitalar para 
prevenção e controle da Covid-19.
Ao entrarmos no segundo trimestre da pandemia de Covid-19, com 
testes para síndrome respiratória aguda coronavírus (SARS-CoV-2), 
somos confrontados com novas perguntas e desafios relacionados 
a esse novo vírus. Quando testar? Quem testar? O que testar? Quão 
frequentemente testar? E o que fazer com os resultados dos tes-
tes? Como o SARS-CoV-2 é um novo vírus, existem ainda poucas 
evidências acerca da temática.
Vários pontos precisam ser considerados para começar a respon-
der a essas perguntas. No atual cenário nacional, que tipos de 
testes estão disponíveis e sob quais circunstâncias eles são úteis? 
Aqui nesta unidade veremos os tipos de testes disponíveis, como 
eles podem ser úteis diante da necessidade de um diagnóstico 
rápido para direcionar o tratamento mais adequado aos pacientes.
Estas diretrizes visam orientar você enfermeiro (a), quanto às práti-
cas recomendadas para o diagnóstico laboratorial do SARS-CoV-2. 
Incluindo aspectos de coleta, transporte e manuseio de amostras 
clínicas, que possam conter o SARS-CoV-2. Além das principais 
recomendações quanto a higienização do ambiente hospitalar 
frente a pandemia da Covid-19. Vale ressaltar que estas recomen-
dações se baseiam nos dados de literatura atuais e poderão sofrer 
modificações com o surgimento de novas pesquisas.
Introdução
38
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Para a coleta de amostras de exames, os critérios devem estar ba-
seados em sinais clínicos dos pacientes suspeitos, relacionados a 
fatores epidemiológicos e sob a avaliação criteriosa da probabilida-
de de infecção. A coleta e testes rápidos de amostras adequadas de 
pacientes que atendem a definição de casos suspeitos de Covid-19 
se tornaram prioridade para o tratamento clínico e controle do sur-
to e devem ser orientados por um especialista (BRASIL, 2020a). 
Veja a seguir, os tipos de teste, seus objetivos e os tipos de amos-
tras usadas.
Apesar da agilidade dos resultados obtidos com os testes rápidos, 
esses não detectam especificamente o novo coronavírus, mas sim 
os anticorpos produzidos pelo organismo depois da infecção ter 
ocorrido. 
Os testes sorológicos medem a quantidade de dois anticorpos (IgG 
e IgM), que o organismo produz quando entra em contato com um 
invasor. Contudo, o desenvolvimento de uma respostade anticor-
po à infecção pode ser dependente do hospedeiro e levar tempo. 
Conceitos Iniciais
Tipo de Teste Objetivo Tipo de amostras
Diagnosticar casos graves 
internados e casos leves em 
unidades sentinela para 
monitoramento da epidemia.
Amostras coletadas por swab
da cavidade nasal e orofaringe, 
por aspirado de secreção da 
nasofaringe ou até de vias 
aéreas inferiores.
Testar trabalhadores da
saúde e segurança.
RT-PCR em 
tempo real
Teste Rápido Testes sorológicos com 
identificação de anticorpos IgM 
e IgG ao SARS-CoV-2, por meio 
de amostras de sangue total, 
soro e plasma ou swab de 
nasofaringe e orofaringe.
Tabela 1: 
Tipos de teste, amos-
tras e seu objetivo.
Fonte: 
Brasil (2020), adaptado 
por labSEAD-UFSC 
(2020).
No caso do SARS-CoV-2, estudos iniciais sugerem que a maioria dos pacien-
tes apresentam sorologia convertida entre 7 e 11 dias após a exposição ao 
vírus, embora alguns pacientes possam desenvolver anticorpos mais cedo.
39
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Figura 26: 
Manipulação de 
amostra. 
Fonte: 
Pexels (2020), 
Como resultado desse atraso natural, o teste de anticorpos pode 
não ser útil no cenário de uma doença aguda (PATEL et al., 2020).
Alguns conjuntos de reagentes para testes sorológicos foram au-
torizados pela Anvisa em caráter emergencial, devido à gravidade 
da situação e à necessidade de ampliar a testagem da população. 
Porém, a validação desses reagentes pelos laboratórios é funda-
mental, uma vez que poucos trabalhos foram publicados até o 
momento.
As autorizações estão de acordo com a resolução RDC nº 348, de 
março de 2020, que define os critérios e os procedimentos extra-
ordinários e temporários, para tratamento de petições de registro 
de medicamentos, produtos biológicos, produtos para diagnóstico 
in vitro, mudança pós-registro de medicamentos e produtos bio-
lógicos. Em virtude da emergência de saúde pública internacional 
decorrente do novo coronavírus.
Devemos lembrar que você, profissional da saúde, deve imple-
mentar as medidas de prevenção e controle de infecção nos ser-
viços de saúde, para evitar ou reduzir ao máximo a transmissão de 
Em resumo, as duas categorias de testes para SARS–CoV-2 podem ser úteis 
nessa pandemia, pois, eventualmente, a coleta de múltiplas amostras, em 
diferentes regiões e tempos, durante a evolução da doença, pode ser ne-
cessária para o diagnóstico da Covid-19 (BRASIL, 2020a).
https://bit.ly/3b6UZON
https://bit.ly/3b6UZON
40
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
microrganismos durante qualquer assistência à saúde realizada. 
Os serviços de saúde devem fornecer orientações para todos os 
profissionais de saúde para a prevenção da transmissão de agen-
tes infecciosos. 
O teste recomendado para o diagnóstico da infecção por SARS-
-CoV-2 é a reação da polimerase em cadeia com transcrição re-
versa em tempo real, em amostras clínicas respiratórias de trato 
superior ou inferior. 
Para a realização do teste, é recomendada a coleta de swab com-
binado de nasofaringe e orofaringe ou de secreção de trato respi-
ratório inferior (BRASIL, 2020a).
Antes da realização do procedimento, explique o que irá fazer ao 
paciente, e avalie se o paciente tem desvio de septo para evitar 
trauma. A recomendação é utilizar swabs de material compatível 
com o diagnóstico molecular. Estudos identificaram que swabs 
de alginato de cálcio e de madeira podem inativar o vírus e inibir a 
reação de PCR, portanto não devem ser utilizados. 
Investigação laboratorial de infecção respi-
ratória associada ao SARS-CoV-2
Procedimento de coleta de swabs de nasofaringe 
e orofaringe
Para tirar dúvidas, 
acesse o Guia da 
Rede Laboratorial 
de Vigilância 
de Influenza no 
Brasil, descritos 
nas páginas 16 
a 24, no link.
Aprofunde
Figura 27: 
Amostra clínica. 
Fonte: 
Freepik (2020), 
http://bit.ly/laboratorioinfluenza
41
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Para o preparo do ambiente, é recomendada a limpeza da bancada 
com álcool a 70%, antes e após coleta da amostra biológica. 
Para a coleta, você irá introduzir o swab pela narina até a naso-
faringe, realizando movimentos rotatórios para captar células da 
nasofaringe e absorver secreção respiratória. Este procedimento é 
realizado em ambas as narinas. Um terceiro swab será utilizado na 
coleta de secreção respiratória da parte posterior da orofaringe, 
evitando contato com a língua para minimizar a contaminação. 
Para a coleta de lavado bronco alveolar/aspirado traqueal coletar 
de 2 a 3 mL em um frasco estéril, no caso de secreções espessas, 
é recomendado proceder à nebulização ou instilação com gotas 
de solução fisiológica estéril 0,9%, a fim de promover a fluidez do 
muco e facilitando a aspiração.
Secreções respiratórias enviadas ao laboratório no interior das 
sondas utilizadas para a aspiração, não serão processadas em fun-
ção do risco de contaminação durante a análise (BRASIL, 2020a).
As amostras devem ser enviadas imediatamente ao laboratório 
(central, nacional ou referência), acondicionadas em gelo e manti-
das refrigeradas (4 a 8 °C), onde serão processadas dentro de 24 a 
72 horas após a coleta. Se as amostras não puderem ser enviadas 
dentro desse período, recomenda-se que após a coleta sejam con-
geladas a -70 °C, em gelo seco ou nitrogênio líquido (PAHO, 2020).
A embalagem e o transporte das amostras biológicas que possam 
conter o SARS-CoV-2 devem seguir as recomendações da legisla-
ção vigente (ANVISA, 2014). 
Veja como é 
realizada a 
coleta de swab 
de nasofaringe e 
orofaringe no link. 
Veja como é 
realizada a coleta 
de amostra de TRI 
no link.
Veja como são 
armazenadas as 
amostras até o 
encaminhamento, 
no link.
Aprofunde
Aprofunde
Aprofunde
Coleta de amostra de trato respiratório 
inferior (TRI)
Acondicionamento, transporte e envio de 
amostras para diagnóstico
https://bit.ly/2WEF4De
https://www.youtube.com/watch?v=R5YS3wZPBfU
https://www.youtube.com/watch?v=qHBVkwgIMB4
42
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Existem evidências de que o coronavírus permanece ativo em 
alguns tipos de superfícies por um longo tempo, favorecendo a 
contaminação de pacientes e profissionais envolvidos no cuidado, 
podendo permanecer por até nove dias em algumas superfícies 
(BRASIL, 2020a; KAMPF et al, 2020).
Veja aqui, o tempo máximo de viabilidade do coronavírus em dife-
rentes superfícies.
Recomenda-se que a limpeza das áreas de isolamento seja concor-
rente, imediata ou terminal. Como a transmissão do novo corona-
vírus se dá por meio de gotículas respiratórias e contato, os profis-
sionais de higiene e limpeza não devem aguardar horas ou turnos 
para higienizar o quarto, após a alta do paciente (BRASIL, 2020b).
Higienização do ambiente hospitalar
Figura 28: 
Tempo máximo 
de viabilidade do 
coronavírus 
Fonte: 
Kampf et al. (2020), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
Tempo 
máximo de 
viabilidade do 
coronavírus em 
diferentes 
superfícies
3 horas
Aerossol
4 horas
Cobre
24 horas
Papelão
2 DIAS
Avental 
descartável
3 DIAS
Plástico
8 horas
Alumínio
5 DIAS
Metal
3 DIAS
Aço inoxidável
8 horas
Luvas de látex
4 DIAS
Madeira
5 DIAS
Papel
5 DIAS
Cerâmica
5 DIAS
Vidro
43
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Figura 29: 
Tipos de limpeza. 
Fonte: LabSEAD-UFSC 
(2020).
Realizada 
diariamente, 
objetivando 
a manutenção 
da higiene, 
proporcionando 
ambiente limpo.
Realizada quando 
ocorrem sujidades 
ou contaminação 
do ambiente e 
equipamentos com 
matéria orgânica, 
mesmo após ter 
sido realizada a 
limpeza 
concorrente.
Realizada após 
a alta, óbito ou 
transferência 
do paciente.
Processo físico 
ou químico que 
destrói todos os 
microrganismos 
patogênicos 
de objetos 
inanimados 
e superfícies, 
com exceção 
de esporos 
bacterianos.
Limpezaconcorrente
Limpeza 
imediata
Limpeza 
terminal
Desinfecção
Lembrando que a desinfecção das superfícies das unidades de 
isolamento só deve ser realizada após a sua limpeza. 
Os desinfetantes com potencial para desinfecção de superfícies 
incluem aqueles à base de cloro, álcoois, alguns fenóis e alguns 
iodóforos e o quaternário de amônio. Os vírus são inativados pelo 
álcool 70% e pelo cloro, assim, na desinfecção de superfícies, po-
dem-se utilizar preparações à base de álcool a 70%, 0,5% de pe-
róxido de hidrogênio ou 0,1% de hipoclorito de sódio - equivalente 
a uma colher de sopa de água sanitária/L de água (BRASIL, 2020a).
A limpeza das superfícies do isolamento deve ser feita com deter-
gente neutro, seguida da desinfecção com uma dessas soluções 
desinfetantes ou outro desinfetante padronizado pelo serviço de 
saúde, desde que seja regularizado junto à Anvisa. Observe a com-
patibilidade dos agentes de limpeza com o material dos equipa-
mentos, para evitar danos ou mal funcionamento (BRASIL, 2020b).
Como o SARS-CoV-2 pode ser transmitido por meio de gotícu-
las e contato, todas as áreas do ambiente hospitalar que pos-
sam ter sido contaminadas com o vírus devem ser desinfetadas, 
sendo importante:
44
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Figura 30: 
Orientações de 
limpeza e desinfecção. 
Fonte: 
Pexels (2020) 
Adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
Limpar e desinfetar 
frequentemente 
os instrumentos 
e equipamentos 
de trabalho, após 
atender um paciente, 
com água e sabão 
habitual e fricção com 
álcool líquido a 70%.
Limpar e desinfetar 
frequentemente as 
áreas de superfície onde 
há tráfego de usuários, 
particularmente quando 
se atende paciente 
suspeito, com água e 
sabão e solução de 
hipoclorito de sódio a 
0,1%.
Aventais e uniformes 
devem ser trocados 
diariamente, 
substituídos 
imediatamente, caso 
haja contaminação após 
contato com pessoal 
infectada. Devem ser 
limpos e desinfetados 
em água quente de 
molho em hipoclorito de 
sódio.
É importante limpar e desinfetar as superfícies que, provavelmente, 
estão contaminadas, incluindo aquelas que estão próximas ao pa-
ciente (por exemplo, grades da cama, cadeiras, mesas de cabeceira 
e de refeição) e superfícies frequentemente tocadas no ambiente 
de atendimento ao paciente (por exemplo, maçanetas, grades dos 
leitos, interruptores de luz, corrimões, superfícies de móveis e de 
banheiros nos quartos dos pacientes.) (BRASIL, 2020b).
Os equipamentos utilizados no cuidado de pacientes com 
Covid-19 (como termômetros, estetoscópios e manguitos de es-
figmomanômetros) devem ser, preferencialmente, de uso indivi-
dual. Caso seja necessário usar o mesmo material para diferen-
tes pacientes, recomenda-se proceder rigorosamente à limpeza 
e à desinfecção com álcool 70%, desde que os equipamentos 
não sejam de tecido (BRASIL, 2020b).
Outros cuidados no preparo do ambiente 
hospitalar
45
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Figura 31: 
Monitor de 
múltiplo uso. 
Fonte: 
Pexels (2020), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
Equipamentos eletrônicos de múltiplo uso (bombas de infusão, 
monitores, etc), devem ser incluídos nas políticas e procedimentos 
de limpeza e desinfecção. Também devem ser incluídos os itens 
usados pelos pacientes, durante a prestação da assistência e os 
dispositivos móveis que são movidos frequentemente para dentro 
e para fora dos quartos, por exemplo oxímetros (BRASIL, 2020b).
Você deve evitar o transporte desses pacientes para outras alas 
hospitalares. Em caso de necessidade, use rotas pré-estabelecidas 
para evitar o contato com pessoas não infectadas. O paciente 
também deverá utilizar máscara cirúrgica durante o período que 
permanecer fora de seu quarto. Durante o recolhimento dos re-
síduos, recomendamos que o profissional responsável utilize os 
EPIs adequados, como aventais não permeáveis, luvas, óculos de 
proteção e máscaras N95 (BRASIL, 2020a).
O serviço de saúde deve possuir protocolos contendo as orien-
tações a serem implementadas em todas as etapas de limpeza e 
desinfecção de superfícies e garantir a capacitação periódica das 
equipes envolvidas, sejam elas próprias ou terceirizadas.
Veja a nota de 
orientação da 
Anvisa, aos 
serviços de saúde 
na assistência de 
casos suspeitos 
ou confirmados 
de Covid-19, 
disponível no link.
Aprofunde
https://bit.ly/2WIWXkr
46
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a COVID19 e Preparo da Equipe
Fechamento
Nesta unidade vimos que a Covid-19, tem gerado muitas pergun-
tas, com muitos detalhes a serem esclarecidos. Estamos lidando 
com um novo vírus, uma pandemia sem precedentes na atua-
lidade. Sabemos que o vírus tem uma alta transmissibilidade e 
provoca uma síndrome respiratória aguda que varia de casos leves 
a casos muito graves, com insuficiência respiratória requerendo 
tratamento especializado em unidades de terapia intensiva. 
Diante do fato da ausência de uma terapia eficaz comprovada, os 
testes de diagnóstico para Covid-19 vêm ganhando destaque na 
atual pandemia de coronavírus como uma ferramenta essencial 
para rastrear a propagação da doença. Vale ainda ressaltar que a 
preparação do ambiente, bem como o processo de higienização 
hospitalar, tornam-se fundamentais para o controle dos novos ca-
sos e para a segurança dos pacientes e dos profissionais de saúde 
na linha de frente. 
47
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
UNIDADE 2.5 – Cuidados com a pele 
e principais curativos realizados, 
procedimentos básicos de higiene, 
cuidados com aparelhos e equipa-
mentos, medidas assistenciais na 
prevenção de lesões de pele
Ao longo desta unidade você irá identificar os procedimentos bá-
sicos de higiene e cuidados com a pele nos pacientes com a Co-
vid-19 submetidos ao cuidado intensivo, assim como reconhecer 
as medidas assistenciais para manutenção da integridade da pele 
e os principais curativos indicados para o tratamento de lesões ao 
paciente crítico com a Covid-19.
No contexto da pandemia por coronavírus, o(a) enfermeiro(a) está 
atuando num cenário muito distante de sua rotina habitual de 
cuidado. Os leitos de terapia intensiva atualmente estão escassos, 
com pacientes graves fazendo uso de ventilação mecânica, terapia 
renal substitutiva e dependentes de doses de drogas vasoativas 
para aumentar a resistência vascular periférica. 
A soma destes fatores contribui para aumento do edema em 
membros inferiores, estase venosa e perfusão periférica diminuí-
da, ou seja, reúne fatores que propiciam a instalação de lesões e 
lesão por pressão. Em adição, vale destacar ainda, a característica 
trombogênica do vírus demonstrada em alguns estudos, compro-
metendo ainda mais a resposta inflamatória e o agravamento do 
quadro séptico.
Introdução
48
Gerenciamento de UTI, Cuidados Clínicos ao paciente com a Covid-19 e preparo da equipe
Figura 32: 
A utilização de 
terapias de suporte à 
vida aumenta o risco 
de danos à pele. 
Fonte: 
Freepik (2020).
A utilização de dispositivos diversos como cateteres, drenos e 
sondas pode aumentar a exposição/vulnerabilidade às alterações 
na integridade da pele, favorecendo o aparecimento de lesão por 
pressão, lesão advinda de trauma (skin tears) - seja por fricção, 
contusão ou cisalhamento da pele - e dermatite associada a in-
continência (DAI) (MITAGG et al.; 2017; OTTO, et al. 2019). 
Neste cenário, o(a) enfermeiro(a) possui a responsabilidade de 
avaliar, elaborar protocolos, selecionar e indicar novas tecnolo-
gias de prevenção e tratamento de pessoas com feridas. Dessa 
forma, é primordial que você compreenda a importância da ado-
ção das medidas de prevenção e tratamento de feridas para cui-
dar de pacientes com a Covid-19, uma doença com comportamen-
to pouco conhecido e sem tratamento ou vacina até o momento. 
Assim, emerge um novo desafio para a profissão!
Os cuidados com a pele

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