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EXAME CLÍNICO DO SISTEMA DIGESTÓRIO DE BOVINOS Prof. Pedro Augusto Cordeiro Borges Médico Veterinário - UFERSA Residência em Clínica e Cirurgia de Grandes Animais – HOVET/UFERSA Mestrado em Ciência Animal – Clínica Cirurgia e Patologia – EVZ/UFG Professor EBTT IF Goiano – Campus Urutaí Medicina Veterinária – IF Goiano – Campus Urutaí Roteiro de Aula Prática – Semiologia do Sistema Digestório de Ruminantes ANAMNESE Deve ser norteada por três aspectos fundamentais; o animal, o ambiente e a alimentação Animal Doenças pregressas Resposta a tratamentos Tempo de evolução (distúrbios fermentativos x motores) Anorexia ou inapetência Ambiente Pastagens – Planta tóxica, herbicida Confinamento – Suplementação, alimento mofado Alimentação Qualidade, quantidade, frequência Relação volumoso/concentrado Grãos, capins jovens, torta de algodão – Distúrbios fermentativos Palha e capim seco – Indigestão simples Mudanças na alimentação – Proposital x acidental INSPEÇÃO Contorno abdominal Unilateral x Bilateral Dorsal x Ventral Dor abdominal Adultos - Andar vagaroso, dorso arqueado, pescoço distendido Bezerros - Inquietação, movimentos repetitivos EXAME FÍSICO GERAL O exame físico geral tem, sobretudo, a finalidade de determinar se a origem do problema primário, realmente reside no sistema digestório. Frequência cardíaca TPC Temperatura das extremidades Vasos episclerais Melena (Pré-estômagos e porções anteriores do ID) x Hematoquezia (IG e reto) Parâmetro Valores normais Temperatura Retal Jovens: 38,5 a 39,5 Adultos: 37,8 a 39,2 Frequência Cardíaca 60 a 80 bpm Frequência Respiratória 10 a 30 mpm Linfonodos submandibulares: Palpáveis no aspecto medial da “ganacha” na interseção entre uma linha vertical e horizontal Linfonodos parotídeos: Não palpável, a não ser que esteja aumentado de tamanho; encontra-se sob a articulação temporomandibular Linfonodos retrofaríngeos: Se aumentados, podem ser palpados colocando dois dedos de uma mão em ambos os lados da laringe. Linfonodos pré-escapulares: Por vezes é possível palpa-los diretamente em frente ao ombro. Linfonodos pré-curais: Palpaveis e notadamente visíveis quando aumentados, como ocorre em casos de leucose enzoótica bovina. Linfonodos poplítes: Palpável em bezerros Linfonodos inguinais: Palpáveis como um conjunto de estruturas finais e móveis adjacentes ao canal inguinal Linfonodos supramamários: Palpáveis no aspecto caudal do úbere, adjacentes ao limite superior da glândula mamária. Linfonodos ilíacos internos: Acessiveis por palpação retal, sobretudo em casos de linfossarcoma. .EXAME FÍSICO ESPECÍFICO O sistema digestório dos animais pode ser dividido, topograficamente, em duas porções: pré-diafragmática (boca, faringe e esôfago) e pós-diafragmática, constituída de Pré- estômagos (rúmen, retículo e omaso) Estômago verdadeiro (abomaso), Intestinos (delgado e grosso) Glândulas anexas (fígado e pâncreas). Rúmen 7 e 8º EC até a entrada da pelve Aumento do flanco esquerdo – Superior (gás) x Inferior (Compactações) Intensidade das contrações – Distensão x Retração – Saco Dorsal e Ventral Palpação Superficial: Palpa da mão ou ponta dos dedos – freq. e intensidade Profunda: Mão fechada – tipo de conteúdo e sensibilidade Retal: Saco dorsal e saco ventral Auscultação Ritmo, duração e natureza 2 a 4 movimentos em 2 minutos Ruído aéreo – contração de mistura Ruído sólido – contração de eructação Crepitação e deslizamento Portanto, além da frequência rumenal, deve-se avaliar a intensidade dessa movimentação e descrevê-la na ficha do animal, por exemplo, do seguinte modo: “ausente” (–); “diminuída” (+–); “normal” (+ + –) e “aumentada” (+ + +). Auscultação com percussão Dorsal – Som timpânico Ventral – Submaciço Polegar ou cabo do martelo 10 a 12 cm Auscultação com balotamento Chapinar metálico – DAE, indigestão vagal Chapinar líquido – Acidose, Indigestão vagal Retículo O retículo é o mais cranial dos pré-estômagos e, em bovinos, é o menor dos quatro compartimentos. Encontra-se apoiado na cartilagem xifoide entre o quinto e o sétimo espaços intercostais. Projeta-se para ambos os lados, mas é mais proeminente do lado esquerdo, sendo menor que o abomaso. Quase todo o exame do compartimento reticular visa detectar o aumento de sensibilidade, tendo em vista a predisposição anatômica de tal órgão para o desenvolvimento de processos inflamatórios, por servir como um reservatório em potencial de corpos estranhos. Andar vagaroso Membros torácicos mais elevados Provas de dor Palpação profunda - Profunda - Punho fechado - Cotovelo sob o joelho Percussão dolorosa - Punho fechado - Cabeça do martelo de borracha - Mais leves a mais fortes Prova da cernelha - “Beliscamento” dorsal Prova do bastão - Intervalos de 1 palmo - Porção proximal do prepúcio ou úbere - Concomitante a auscultação traqueal Panos inclinados - Descida – Desconforto - Subida – Alívio Omaso Em virtude de sua localização dentro do gradil costal, o omaso é praticamente inacessível aos métodos usuais de exame como a inspeção, a palpação e a percussão. Muitas vezes, os distúrbios do compartimento omasal são detectados por meio da laparotomia ou ruminotomia exploratória. Abomaso O exame do abomaso visa, principalmente, observar possíveis alterações no seu posicionamento dentro da cavidade abdominal que venham a afetar, secundariamente, o funcionamento fisiológico dos outros reservatórios. Inspeção - Aumento caudal ao arco costal direito Balotamento - Pressão repetida com o punho - splashs Punção - Punção – ponto equidistante entre cartilagem xifoide e umbigo - Areia - Colheita do líquido abomasal Percussão - 7 a 11º EIC direito - Martelo-pleximétro x digito-digital - Som submaciço x som de ping Auscultação - Borborigmo Alças Intestinais Aumento de volume no flanco direito Palpação profunda x palpação retal Percussão: Som timpânio – dorsal x Som submaciço – ventral Borborigmos sobrepostos > intensidade e duração = enterite < intensidade e duração = obstrução EXAMES COMPLEMENTARES Líquido peritoneal Líquido rumenal Exame das fezes Exames de avaliação hepática Ultrassonografia PROVAS DE SENSIBILIDADE DOLOROSA - RETÍCULO PROVA DA CERNELHA PROVA DO BASTÃO PERCUSSÃO DOLOROSA COLHEITA DE LÍQUIDO RUMENAL A colheita é feita por passagem de sonda nasoesofágica ou oroesofágica As sondas devem conter 2,30 metros para bovinos adultos A sonda deve ser de plástico com o interior revestido de aço e na extremidade ter uma cúpula metálica com vários furos que reduzirão a possibilidade de obstrução As sondas devem ser lubrificadas com uma solução mineral (7 mℓ), devendo ser suficientemente flexíveis e pesadas em sua extremidade superior, o que possibilitará a obtenção de um grande volume de líquido rumenal (500 mℓ ). A príncipio deve se evitar sondas totalmente de plástico, como as sondas de equinos Quantidades menores podem ser coletadas por punção rumenal PASSAGEM DE SONDA OROESOFÁGICA REFERÊNCIAS Semiologia Veterinária – A arte do diagnóstico, 3ª Edição. 2014. Feitosa,Francisco Leydson F. Clinical examination of farm animals - Peter G.G. Jackson BVM&S, MA, DVM&S, FRCVS, Peter D. Cockcroft MA, VetMB, MSc, DCHP, DVM&S, MRCVS, Blackwell Science, 2002. Online ISBN: 9780470752425 MATERIAIS DE APOIO DE OUTRA NATUREZA Video: exame clínico de bovinos: https://www.youtube.com/watch?v=dEyouroHsyA Video: exame clínico e diagnóstico de deslocamento de abomaso em bovinos: https://www.youtube.com/watch?v=oHLIQFWv73s https://www.youtube.com/watch?v=dEyouroHsyA https://www.youtube.com/watch?v=oHLIQFWv73s
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