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ATOS PROCESSUAIS Conceito: é toda ação humana que produz efeito jurídico em relação ao processo. É praticado no processo e produz efeitos sobre ele. Ex: petição inicial, citação, contestação, provas, sentença. CLASSIFICAÇÃO Leva em consideração o sujeito que os pratica. Assim, temos: atos das partes, do juiz e dos serventuários da justiça. 1) atos das partes (autor, réu, terceiros intervenientes e o MP). podem ser: a) Postulatórios: são aqueles que buscam um determinado provimento judicial. Ex:. petição inicial; contestação; réplica do autor; recurso etc. b) Instrutórios: objetivam carrear provas aos autos do processo, a fim de formar o convencimento do juiz. Ex: juntada de documento; arrolamento de testemunhas; etc. c) Dispositivos: são atos que envolvem a disposição de uma faculdade processual ou direito. Ex: desistência da ação, do recurso; renúncia do direito material; reconhecimento do pedido etc. Os atos dispositivos necessitam de homologação do juiz para surtirem seus devidos efeitos (art. 200, parágrafo único). d) Reais => traduzem em realizações processuais concretas, materiais. Ex:. exibir uma coisa; comparecer a uma audiência. 2) atos do juiz. O CPC fala em “pronunciamentos” do juiz. São eles: a) Sentença: (art. 203, §1º) é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 (extinção sem resolução do mérito) ou 487 (com resolução do mérito), põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. b) Decisão interlocutória (art. 203, §2º): é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não seja sentença. Sempre que o juiz decidir pondo fim à fase cognitiva ou ao processo de execução será sentença; do contrário, será decisão interlocutória. c) Despachos (art. 203, §3º): são os todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte. Não tem conteúdo decisório, apenas movimentam o processo. 3) Atos dos Serventuários da justiça: podem praticar alguns atos ordinatórios, movimentando o processo, mas estão sujeitos à revisão pelo juiz quando necessário (art. 203, §4º). Ex: abertura de vista às partes; juntada etc. Os atos processuais: a) Não dependem de forma determinada (chamados não solenes): se a lei expressamente exigir determinada forma, são considerados válidos os atos, ainda que praticados de outro modo, se atingirem sua finalidade (princípio da instrumentalidade das formas – art. 188). b) São públicos: Os arts. 93, IX, CF e 189 do NCPC, os atos processuais são públicos. Correm, porém, em segredo de justiça apenas os processos em que: - exigir o interesse público ou social; Tais como: os que dizem respeito ao casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; - em que constem de dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; e - que versem sobre arbitragem, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem. Vale lembrar que, nestes casos em que o processo tramita em segredo de justiça, somente as partes e seus advogados terão acesso aos autos, podendo o terceiro pedir certidão (§1º, art. 189). c) Podem ser objeto de negócio jurídico processual: é a possibilidade de as partes, desde que plenamente capazes e versar o processo sobre direito que admite autocomposição, ajustar atos e procedimentos cuja eficácia repercutem no processo. Pode ser celebrado antes ou durante o processo. Exemplos de negócios atípicos válidos: instância única, criação de impenhorabilidade ou de prova atípica, ampliação ou redução de prazos, etc. O negócio processual só poderá ser recusado pelo juiz, de ofício ou a requerimento, nos casos de i) invalidade (exemplos de negócios inválidos: acordo sobre competência absoluta) ii) inclusão abusiva em contrato de adesão; iii) parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade (ex: o d) devem ser praticados com o uso da língua portuguesa. Documento em língua estrangeira só será juntado nos autos se acompanhado de tradução (art. 192, parágrafo único). e) devem ser praticados em determinado tempo e lugar: O art. 212 do CPC, os atos processuais devem ser realizados, em regra, em dias úteis, das 6h às 20h, e na sede do juízo (art. 217). Entretanto, citações, intimações e penhoras podem ser realizadas nos feriados, férias forenses ou fora do horário legal, independentemente de autorização judicial (§2º, art. 212). O protocolo da petição em autos físicos deve observar o horário de funcionamento do fórum ou tribunal (§3º); Em processos eletrônicos podem em qualquer horário até às 24 horas do último dia do prazo, observando-se o horário vigente no juízo onde o ato vai ser praticado (art. 213). ATENÇÃO: de acordo com o art. 214 do NCPC, não se praticarão atos processuais durante as férias forenses e nos feriados (além dos previstos em lei, incluem sábados, domingos e dias em que não haja expediente forense), exceto as citações, intimações e penhoras (como já ressalvado anteriormente), e as tutelas de urgência (tutela cautelar e tutela antecipada). NULIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS Como nos demais atos jurídicos, devem ser observados os requisitos de validade na prática dos atos processuais, sob pena de se acharem eivados de vícios. A depender da gravidade, se classificam em: a) Atos inexistentes: o ato inexistente é uma mera aparência, por não reunir condições mínimas para sua constituição, não podendo ser convalidado ou suprido. Exemplo: Petição inicial sem pedido. b) Ato nulo: o ato é existente, mas padece de um defeito resultante de violação de norma de interesse público, devendo ser reconhecida de ofício e em qualquer tempo e grau de jurisdição. Ex:. Citação no prazo das núpcias ou no luto. (art. 244, CPC). c) Ato anulável: o defeito resulta da violação de norma de interesse particular, de forma que ao interessado cabe alegá-lo na primeira oportunidade, sob pena de preclusão e convalidação do ato. Ex. Fraude à credores. a falta da manifestação do MP (art. 279, §§1º e 2º). d) Ato irregular: representa violação mínima da norma processual, não acarretando desfazimento do ato. Ex: sentença proferida além do prazo legal. PRINCÍPIOS DO SISTEMA DE NULIDADES a) Interesse de agir: quem dá causa à nulidade não pode argui-la (art. 276), nem se repetirá o ato em favor de quem não sofreu o prejuízo (art. 288, §§1º e 2º). b) Instrumentalidade das formas: não se proclama a nulidade se o ato defeituoso tiver atingido a finalidade buscada pela lei e não tiver prejudicado a outra parte (art. 277). c) Causalidade: a decretação da nulidade só contamina os atos que dependam daquele anulado, subsistindo válidos os dele independentes (art. 288). d) Aproveitamento ou da Conservação:decorre do princípio anterior, já que é possível o aproveitamento de atos que não foram atingidos pelo vício ou que não dependam do ato nulo. Ex: atos não decisórios, praticados por juízo incompetente, são aproveitáveis. e) Preclusão: cabe à parte alegar a nulidade relativa na primeira oportunidade que tiver de falar nos autos, sob pena de preclusão (art. 278).
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