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24/10/2019 1 Processos Industriais: Açúcar e Álcool Marcos Sousa Rabelo marcos.rabelo@blv.ifmt.edu.br Eng. Ind. Químico (Doutor) 1 MATÉRIAS PRIMAS • O açúcar é obtido da cana-de-açúcar ou da beterraba açucareira. No Brasil e na Austrália a preferência é pela cana devido à sua maior capacidade de aclimatação e adaptação aos ambientes locais; em países europeus é utilizada a beterraba açucareira. 2 3 CANA DE AÇÚCAR CANA DE AÇÚCAR • Família das gramíneas; • Constituição morfológica da cana-de-açúcar – rizomas, raízes, colmo, folhas e flores- apenas o colmo, sob ponto de vista industrial, apresenta valor econômico e tem motivado o interesse do tecnologista. 4 Rizoma é a extensão do caule que une sucessivos brotos. 24/10/2019 2 CANA DE AÇÚCAR • A cana-de-açúcar é uma planta que pertence ao gênero Saccharum L.. Há pelo menos seis espécies do gênero, sendo a cana-de-açúcar cultivada um híbrido multiespecífico, recebendo a designação Saccharum spp; • Constituindo-se como base de três importantes agroindústrias: açúcar, aguardente e álcool; que por sua vez são fontes de matéria-prima para outras indústrias. 5 6 INDÚSTRIAS DE AÇÚCAR E ÁLCOOL CANA DE AÇÚCAR • A colheita da cana pode ser feita manual ou mecanicamente. No primeiro caso, a cana é obtida inteira e no segundo caso, obtêm-se toletes de 20 a 25 cm. 7 CANA DE AÇÚCAR • O transporte da lavoura até a unidade industrial é feito por caminhões; • Cada carga transportada pesa aproximadamente 16 toneladas, com caminhões com capacidade de até três ou quatro carrocerias em conjunto; • Depois de cortada e transportada para a Usina, a cana-de- açúcar é enviada para a moagem, onde se inicia o processo de fabricação do açúcar e do álcool. 8 24/10/2019 3 9 PROCESSO FABRICAÇÃO RECEPÇÃO DE CANA • A cana-de-açúcar é recebida na balança, pesagem e controle de matéria prima na indústria. 10 PROCESSO FABRICAÇÃO ESTOCAGEM • A matéria prima é descarregada na mesa alimentadora, através de descarregadores laterais, chamados Hillo, e também uma parte descarregada pelo mesmo processo, no depósito, o qual serve para estocagem de cana que será processada durante o período da noite; • Esta cana é transportada do depósito, para as mesas alimentadoras, através de pontes rolantes, equipadas com garras hidráulicas. PROCESSO FABRICAÇÃO 12 PROCESSO FABRICAÇÃO LAVAGEM • A cana descarregada nas mesas alimentadoras pode ser lavada ou não dependendo da usina; • A lavagem tem o intuito de retirar parte de matérias estranhas, como terra e areia, de modo a obter um caldo de melhor qualidade e evitar o desgaste excessivo dos equipamentos; • A cana colhida mecanicamente não é lavada, pois, devido a sua forma de toletes, o arraste de sacarose pela água seria muito grande. 24/10/2019 4 13 PROCESSO FABRICAÇÃO LAVAGEM Lavagem Colheita Mecanizada 14 PROCESSO FABRICAÇÃO PREPARO DA CANA • A cana é conduzida através de esteiras rolantes para um jogo de facas niveladoras, picador, desfibrador e eletroímã; • O nivelador proporciona uma alimentação uniforme; • O picador e o desfibrador têm como objetivo aumentar a densidade, aumentando a capacidade de moagem, e romper ao máximo as células para forçar uma maior eficiência de extração do açúcar; • Eletroímã visa retirar possíveis materiais ferrosos que possam vir com a cana para evitar a quebra dos rolos das moendas. 15 PROCESSO FABRICAÇÃO PREPARO DA CANA 16 PROCESSO FABRICAÇÃO MOAGEM • Extração dos sólidos da cana pelo esmagamento nos rolos das moendas que exercem forte pressão; • Extrair a maior quantidade possível de sólidos da cana. Separam água e sólidos da fibra que formará o bagaço. A sacarose está dissolvida no caldo; • Um segundo objetivo é a produção de um bagaço final com baixa umidade para ser queimado nas caldeiras visando à produção de energia mecânica na forma de vapor de água a alta pressão; • Na prática, extrai-se 94-96% do caldo da cana, que é utilizado para produzir açúcar ou álcool. 24/10/2019 5 17 PROCESSO FABRICAÇÃO MOAGEM 18 PROCESSO FABRICAÇÃO EMBEBIÇÃO • Adição de água ao bagaço pelos últimos rolos, no intuito de diluir os sólidos remanescentes no bagaço para aumentar a extração; • Utiliza-se principalmente a do tipo composta, que consiste em adicionar água entre os últimos ternos e fazer retornar o caldo extraído deste último para o anterior e assim sucessivamente até o segundo terno (conjunto de três rolos da moenda). 19 PROCESSO FABRICAÇÃO EMBEBIÇÃO PROCESSO FABRICAÇÃO 24/10/2019 6 21 PROCESSO FABRICAÇÃO GERAÇÃO DE VAPOR E ENERGIA • O bagaço é conduzido, através de esteiras para caldeira, onde é queimado para a produção de vapor d’água; • O vapor é utilizado no acionamento de turbinas a vapor, transformando energia térmica em energia mecânica e posteriormente em energia elétrica (geradores); • O vapor é utilizado como fonte básica de energia ao longo do processo de fabricação do açúcar e do álcool. 22 PROCESSO FABRICAÇÃO TRATAMENTO DO CALDO 23 PROCESSO FABRICAÇÃO TRATAMENTO DO CALDO • O caldo é peneirado, para remoção das impurezas mais grosseiras; • As impurezas menores (solúveis, insolúveis ou coloidais) utiliza-se uma sequencia de procedimentos, no intuito de coagulá-las, de maneira que a decantação possa separá-las. 24 PROCESSO FABRICAÇÃO SULFITAÇÃO • Consiste na absorção de SO2 pelo caldo, inibindo reações que causam a formação de cor, coagulando matérias coloidais, auxiliando na formação de precipitados que farão o arraste de impurezas durante a sedimentação, diminuindo a viscosidade do caldo e desinfetando o meio. Sulfitação não necessário para produção de álcool. 24/10/2019 7 25 PROCESSO FABRICAÇÃO CALEAGEM • É feita através da adição de leite de cal (Ca(OH)2) que também coagula material coloidal, auxilia na precipitação e arraste de impurezas solúveis e insolúveis e eleva o pH para valores neutros. 26 PROCESSO FABRICAÇÃO AQUECIMENTO • O caldo é aquecido até aproximadamente 105ºC para acelerar e facilitar as reações de coagulação e floculação dos colóides e não açúcares proteicos e emulsificar graxas e ceras; • O aquecimento nesta etapa do processo visa essencialmente aumentar a eficiência do processo de decantação e promover a posterior retirada de ar. 27 PROCESSO FABRICAÇÃO BALÃO FLASH • Ocasiona diminuição brusca de pressão, onde provoca uma ebulição espontânea do caldo eliminando assim o ar nele dissolvido que, quando presente, dificulta a decantação das impurezas mais leves. 28 PROCESSO FABRICAÇÃO TORRE PRÉ-FLOCULAÇÃO • Instalada no lugar do tanque convencional flash; • Consiste numa grande câmara flash que recebe o caldo caleado quente, com a dosagem de polímero (floculante) com homogeneizado e floculado, eliminando totalmente o ar dissolvido no caldo; • Os sólidos insolúveis tornam-se pesados formando flocos mais homogêneos, compacto e denso, facilitando a próxima etapa de decantação. 24/10/2019 8 29 PROCESSO FABRICAÇÃO BALÃO FLASH/TORRE PRÉ-FLOCULAÇÃO 30 PROCESSO FABRICAÇÃO DECANTAÇÃO • Também chamada de clarificação, é a etapa de purificação do caldo pela remoção das impurezas floculadas nos tratamentos anteriores; • O caldo, livre das impurezas, é chamado caldo decantado e segue para a etapa de evaporação; • As impurezas constituem o que é chamado de lodo, sendo enviado à etapa de filtragem. 31 PROCESSO FABRICAÇÃO DECANTAÇÃO 32 PROCESSO FABRICAÇÃO DECANTAÇÃO 24/10/2019 9 33 PROCESSO FABRICAÇÃO FILTRAÇÃO • Recuperar o açúcar contido no lodo, onde se separa o caldo filtrado do que é retido no filtro; • A torta, formada basicamente pelos resíduos retirados na decantação; • O caldo retorna ao processo e a torta é utilizada como adubo na lavoura. 34 PROCESSO FABRICAÇÃO FILTRAÇÃO 35 PROCESSO FABRICAÇÃO EVAPORAÇÃO • Concentração do caldo proveniente da etapa de tratamento. O caldo clarificado contém cerca de 85% de água. A evaporação reduz para aproximadamente 40%; • A evaporaçãoé realizada em evaporadores de múltiplo efeito, onde o vapor gerado pela evaporação da água do caldo é utilizado como fonte de aquecimento para outro evaporador; • O caldo concentrado é chamado de xarope. 36 PROCESSO FABRICAÇÃO EVAPORAÇÃO 24/10/2019 10 Após a etapa de evaporação, o xarope é enviado ao cozimento que é uma nova etapa de concentração só que agora com a formação de cristais em virtude da precipitação da sacarose dissolvida na água; Os cozedores são equipamentos semelhantes aos evaporadores e seu produto final, cristais de açúcar envolvidos em mel (solução açucarada), é chamado de massa cozida; Nessa etapa atinge-se uma concentração entre 90 e 95 ºBrix (porcentagem em peso de sólidos) à temperatura entre 58 a 65ºC. 37 PROCESSO FABRICAÇÃO COZIMENTO Brix: quantidade [percentual] de sólidos dissolvidos no caldo ou no xarope. 38 PROCESSO FABRICAÇÃO COZIMENTO 39 PROCESSO FABRICAÇÃO COZIMENTO A massa cozida é então enviada a cristalizadores que a resfriam lentamente com o auxílio de água; Recuperação de parte da sacarose que ainda estava contida no mel por sua deposição nos cristais já existentes gerando o consequente aumento dos mesmos. 40 PROCESSO FABRICAÇÃO CRISTALIZAÇÃO 24/10/2019 11 41 PROCESSO FABRICAÇÃO CRISTALIZAÇÃO A força centrífuga promove a separação do açúcar. O mel removido é coletado e retorna aos cozedores para um maior esgotamento. O açúcar descarregado das centrífugas apresenta alto teor de umidade (0,5 a 2%) e temperatura elevada (65 a 95ºC). 42 PROCESSO FABRICAÇÃO CETRIFUGAÇÃO Por meio de um elevador de canecas, os cristais de açúcar seguem para a secagem em tambores rotativos, levemente inclinados em relação à horizontal, e usando ar quente em contracorrente com o açúcar a ser seco. Este açúcar pode ser comercializado desta forma como açúcar cristal, ou então, utilizado para a fabricação de outros produtos como o açúcar invertido, o açúcar refinado ou o açúcar líquido. 43 PROCESSO FABRICAÇÃO SECAGEM 44 PROCESSO FABRICAÇÃO SECAGEM 24/10/2019 12 Dois tipos de armazenagem: armazenagem em sacaria e a granel. O sistema de armazenagem em sacaria; A armazenagem a granel trás uma série de vantagens econômico sendo a principal delas o fato de assegurar uma deterioração mais lenta que a do açúcar ensacado, podendo ocorrer o fenômeno ou a umidificação, porém restringindo- se à superfície da pilha de estocagem sem maiores consequências em seu interior. 45 PROCESSO FABRICAÇÃO ARMAZENAGEM Granel: é a carga que não é acondicionada em qualquer tipo de embalagem. São cargas que necessitam ser individualizadas, subdividindo-se em graneis sólidos e graneis líquidos PROCESSO FABRICAÇÃO • Inocente, alva, limpa e doce, a sacarose aparentemente se revela um problema muito sério para a saúde; • Estudos recentes demonstram que diversas doenças humanas estão intimamente relacionadas ao consumo de açúcar. Além de cáries, obesidade e diabetes, também câncer e doenças neurológicas. 47 AÇÚCAR • Bruto é aquele obtido por clarificação do caldo de cana-de- açúcar, sem uso de enxofre. Apresenta-se na forma de grãos regulares com cor mais intensa, sendo adequado para processos que exijam sabores e texturas característicos. É muito utilizado na indústria alimentícia como matéria prima para confeitos, panificados e produção de cereais matinais. 48 AÇÚCAR 24/10/2019 13 • Açúcar cristal é a denominação dada ao açúcar obtido por cristalização controlada do caldo de cana tratado. Para a sua obtenção é necessário um processo mais exigente de clarificação, utilizando sulfitação e caleagem; • São cristais finos, regulares, com alto brilho e pureza de 99,5%. É ideal para produção de bebidas carbonatadas, licores, sucos, sorvetes e doces em geral; • Suas principais características são: baixo teor de sólidos solúveis não açúcares e coloração mais clara (tendendo ao branco). Pode ser armazenado por até dois anos em condições adequadas. 49 AÇÚCAR • Refinado pode ser obtido por um processo de refino do açúcar cristal dissolvido, através de cristalização controlada. Este processo resulta em dois tipos de açúcar: refinado granulado e refinado amorfo. 50 AÇÚCAR • Refinado granulado tem granulometria homogênea e coloração clara, e é indicado para processos que exijam alta pureza e produtos que exijam transparência quando acabados. Devido à composição de 99,8% de sacarose, sua pureza é alta, e, portanto, ele não interfere no sabor final dos produtos, sendo utilizado para produção de bebidas lácteas e achocolatados, doces, panificação, refrescos em pó, aditivos especiais para carnes e derivados e xaropes farmacêuticos. Em geral, tem prazo de validade de 2 anos se armazenado de maneira adequada. 51 AÇÚCAR • Refinado amorfo possui granulometria muito fina e irregular, com coloração clara, alta higroscopicidade, sendo ideal para processos que exijam rápida dissolução. Ele se homogeniza com facilidade com outros produtos. A validade do produto é de aproximadamente 1 ano se estocado de maneira adequada. 52 AÇÚCAR 24/10/2019 14 AÇÚCAR • Líquido (sacarose) é límpido, claro, isento de odor e aroma, com concentração aproximada de 65% a 68% de sólidos, sendo obtido por dissolução do açúcar cristal em água isenta de cloro; • Muito utilizado na indústria alimentícia para a produção de bebidas carbonatadas ou não, licores, sucos de frutas, sorvetes, alimentos matinais, balas achocolatadas, biscoitos, confeitos e cervejas especiais adoçadas. Como já vem dissolvido, não apresenta custos de dissolução; • O produto possui período de validade de apenas 15 dias, e deve ser estocado em tanques específicos e passíveis de sanitização. 53 AÇÚCAR • Líquido invertido é a denominação dada ao açúcar obtido por hidrólise ácida controlada de solução de sacarose, resultando em uma mistura de glicose, frutose e sacarose. O produto obtido é um xarope transparente isento de odores e aromas, com poder edulcorante maior que a sacarose e com validade de até 90 dias. Possui cerca de 76% de sólidos solúveis, constituídos por 34% de sacarose e 66% de açúcar invertido em água. Este tipo de açúcar também pode ser obtido por hidrólise enzimática utilizando- se a invertase. 54 AÇÚCAR • Açúcar mascavo é o açúcar proveniente da cana obtido por um processo mais simples. Como o caldo da cana não é submetido a tratamento de clarificação, este açúcar possui coloração entre o caramelo e o marrom. 55 AÇÚCAR • Orgânico é aquele obtido seguindo parâmetros similares de produção, embora a matéria-prima e o processo devam seguir rígidos padrões de qualidade que levam em consideração a filosofia e os parâmetros técnicos da produção orgânica de alimentos. Isto abrange tanto o setor agrícola como o setor industrial, que deve possuir certificação adequada do IBD (Associação de Certificação Instituto Biodinâmico). Tem validade de aproximadamente dois anos e permite ao produtor explorar nichos específicos de mercado. 56 24/10/2019 15 57 AÇÚCAR O álcool é obtido através de um processo bioquímico chamado fermentação; De maneira semelhante à produção de açúcar, para a obtenção do álcool é necessário que o caldo receba um tratamento de purificação; O tratamento do caldo destinado à produção de álcool é o mesmo tratamento realizado com o caldo destinado à produção de açúcar, excetuando-se a etapa de sulfitação. 58 PROCESSO FABRICAÇÃO ÁLCOOL Ao contrário do que ocorre na fabricação do açúcar, o caldo que servirá como matéria-prima na produção de álcool deve ser resfriado; É comum fazer com que o caldo quente troque calor com o caldo frio, sendo este aquecido e aquele resfriado. Não sendo suficiente, o caldo que vai para a destilaria deve passar em um trocador de calor no qual trocará calor com água fria até atingir a temperatura de aproximadamente 30ºC. 59 PROCESSO FABRICAÇÃO RESFRIAMENTO DO CALDO O mosto é uma solução de açúcar cuja concentração foi ajustada de maneira a tornar a fermentaçãomais eficiente; O mosto é preparado a partir de méis, caldo e água de modo que a mistura apresente uma concentração final por volta de 16 a 23ºBrix. 60 PROCESSO FABRICAÇÃO PREPARO DO MOSTO Méis: Produtos resultantes da separação dos cristais das massas cozidas. 24/10/2019 16 Normalmente, utiliza-se o processo de fermentação Melle- Boinot em destilarias. Esse processo tem como principal característica a recuperação de leveduras através da centrifugação do vinho. De modo a propiciar condições ótimas de fermentação e evitar a infecção bacteriana, a levedura recuperada sofre um tratamento antes de retornar ao processo; Este tratamento consiste da adição de água, reduzindo o teor alcoólico, e de ácido sulfúrico até pH = 2,5, gerando uma mistura conhecida como pé-de-cuba. 61 PROCESSO FABRICAÇÃO PREPARO DO FERMENTO 62 PROCESSO FABRICAÇÃO FERMENTO BIOLÓGICO Ação de enzimas (Saccharomyces cerevisiar); Responsável para transformar da glicose no etanol Saccharomyces cerevisiar, Ocorre em tanques denominados dornas de fermentação onde o mosto é misturado com o pé-de-cuba na proporção de 2:1, respectivamente; Os açúcares (sacarose, glicose e frutose) são transformados em álcool segundo a reação de Gay-Lussac: 63 PROCESSO FABRICAÇÃO FERMENTAÇÃO A fermentação libera gás carbônico e calor; O gás é lavado de modo a recuperar o álcool evaporado arrastado pelo CO2; Devido ao calor liberado e a necessidade de se manter a temperatura da fermentação por volta de 32ºC um sistema de resfriamento é utilizado; Após um tempo de 4 a 12 horas, a fermentação termina gerando um produto final de teor alcoólico entre 7 e 10%, denominado vinho fermentado. 64 PROCESSO FABRICAÇÃO FERMENTAÇÃO 24/10/2019 17 Das dornas de fermentação, o vinho é centrifugado de modo a separar o fermento; O fermento recuperado é denominado leite de levedura e retorna às cubas de tratamento; O vinho delevedurado é enviado à dorna volante e posteriormente às colunas de destilação. 65 PROCESSO FABRICAÇÃO CENTRIFUGAÇÃO O vinho que vem da fermentação é composto basicamente por componentes em fase líquida, dentre os quais se destacam o álcool (7 a 10 ºGL) e a água (89 a 93%); Os demais componentes como glicerina, alcoóis homólogos superiores, aldeído acético, bagacilhos, ácidos, leveduras e bactérias, açúcares infermentescíveis, sais minerais, CO2, SO2, entre outros são encontrados em quantidades bem menores. 66 PROCESSO FABRICAÇÃO DESTILAÇÃO Bagacilhos: Fração do bagaço com fibras curtas, separada pneumaticamente para uso como meio filtrante, normalmente. Para a separação do álcool, utiliza-se o processo de destilação no quais os diferentes pontos de ebulição dos componentes da mistura são responsáveis pela separação; A operação é realizada em três etapas: destilação propriamente dita, retificação e desidratação. Em todas elas o aquecimento é feito a partir do vapor, de forma direta ou indireta; Nessa etapa, o etanol é separado do vinho. O vinho, inicialmente com 7 a 10 ºGL, é decomposto em duas correntes: flegma (vapores com 40 a 50 ºGL) e vinhaça (que segue para a lavoura como fertilizante com menos de 0,03 ºGL). Essa etapa de destilação elimina ainda impurezas como aldeídos e ésteres. 67 PROCESSO FABRICAÇÃO DESTILAÇÃO Visa concentrar o flegma proveniente da destilação de forma a obter um grau alcoólico de 96 ºGL à saída e retirar impurezas como alcoóis homólogos superiores, aldeídos, ésteres, aminas, ácidos e bases. 68 PROCESSO FABRICAÇÃO RETIFICAÇÃO 24/10/2019 18 O álcool a 96 ºGL é chamado álcool hidratado. Para a produção de álcool anidro, a 99,7 ºGL, é preciso utilizar ciclohexano como desidratante; Essa necessidade surge do fato de que o álcool hidratado constitui uma mistura azeotrópica mistura em que os componentes não são separados por um processo de destilação simples. 69 PROCESSO FABRICAÇÃO DESIDRATAÇÃO Mistura azeotrópica: se comportam como se fossem substâncias puras em relação à ebulição, isto é, a temperatura mantém-se inalterada do início ao fim da ebulição (PE constante). A adição do ciclohexano forma uma mistura ternária com a água e o álcool cujo ponto de ebulição é menor do que o da mistura binária inicial; Após a separação, o desidratante é recuperado e reaproveitado; Algumas usinas utilizam um sistema conhecido como peneira molecular para fazer a desidratação. 70 PROCESSO FABRICAÇÃO DESIDRATAÇÃO Os alcoóis produzidos, hidratado e anidro, são quantificados e enviados a tanques de grande volume onde são estocados para posterior comercialização. 71 PROCESSO FABRICAÇÃO ARMAZENAMENTO PROCESSO FABRICAÇÃO 1 24/10/2019 19 73 ÁLCOOL Preparo dos reagentes químicos para o processo (Planta Química); Tratamento de água, água para caldeira, água de resfriamento, geração de vapor e energia, tratamento de efluentes; Entre outros processos que auxiliar ao processo principal de fabricação de açúcar e álcool. 74 PROCESSO FABRICAÇÃO SISTEMAS DE UTILIDADES PROCESSO FABRICAÇÃO PROCESSO FABRICAÇÃO 24/10/2019 20 PROCESSO FABRICAÇÃO PROCESSO FABRICAÇÃO 79 Monocultura caracterizada pelo uso intensivo de terras, com perda de biodiversidade, à redução da qualidade e quantidade dos recursos hídricos disponíveis e a uma redução na oferta de alimentos; Uso de agrotóxicos, como herbicidas e inseticidas de diferentes classes químicas e diferentes classes de toxicidade que contribui para manter a elevada produção, os mesmos apresentam riscos à saúde humana e animal; Excesso do uso de fertilizantes são a salinização dos solos e consequente diminuição da produtividade das culturas, contaminação das águas e efeitos na atmosfera. IMPACTOS AMBIENTAIS PLANTIO DA CANA 80 IMPACTOS AMBIENTAIS PRODUÇÃO INDUSTRIAL Fonte: Lora (2000). 24/10/2019 21 81 Fonte: Leonardo et al., 2012 IMPACTOS AMBIENTAIS PRODUÇÃO INDUSTRIAL 82Fonte: Leonardo et al., 2012 IMPACTOS AMBIENTAIS PRODUÇÃO INDUSTRIAL Fonte: Leonardo et al., 2012 83 IMPACTOS AMBIENTAIS PRODUÇÃO INDUSTRIAL 84 Cada litro de etanol produz de 10 a 14 litros; Composição variada e representa um problema ecológico devido à sua alta DBO e DQO, 13 e 25 g/L em média, respectivamente, temperatura de aproximadamente 85 °C e pH 4,5 além de quantidades significativas de nitrogênio, fósforo, sulfatos, cloretos, entre outros. Seu despejo em rios e lagos provoca o fenômeno de eutrofização e morte dos peixes; Tem sido empregada na lavoura da própria cana-de-açúcar, substituindo, em parte, o uso de fertilizantes. Porém há necessidade de tomar cuidado se utilizada de maneira intermitente e desordenada pode ocasionar sérios problemas de poluição do solo e dos lençóis freáticos. IMPACTOS AMBIENTAIS VINHAÇA 24/10/2019 22 *Tonelada de colmo **Demanda bioquímica de oxigênio Fonte: Lora (2000) 85 IMPACTOS AMBIENTAIS Principais resíduos da produção de açúcar e álcool 86 IMPACTOS AMBIENTAIS Principais sugestão para redução dos resíduos e efluentes gerados no plantio da cana e produção do açúcar e álcool Fonte: PUGLIESE e LOURENCETTI, 2017