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Trabalho O experimento prisional de Stanford

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIEURO 
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
DISCIPLINA: Teoria das Personalidades 
Professor (a): Vitor Barros Rêgo
Período ministrado: 3º período/2020
Turma: 730351
Componentes: Ana Paula T. C. Costa, Camila Nascimento Zaidan,
	 Gabriela Pinheiro Alves, Sara Vaz Passos. 
O experimento do aprisionamento de Stanford
 
O filme se baseia num processo de experimento, realizado no verão de 1971 no porão do Instituto de Psicologia da Universidade de Stanford, em Palo Alto, onde foi fielmente reproduzido o ambiente de uma prisão. A pesquisa tem como mentor o pesquisador e professor Philip Zimbardo que é auxiliado por outros pesquisadores, com o argumento de que os indivíduos de um grupo, constituído por uma multidão tendem a perder sua identidade pessoal, consciência e senso de responsabilidade.
O grupo é voluntário e lhe és perguntado se desejam serem os guardas da prisão ou os prisioneiros, e muitos escolhem serem os prisioneiros por acreditar ser mais fácil. Quem se tornou o que queria foi através da “sorte” na moeda cara ou coroa. Assim que se começa o experimento, “parece” que tudo muda. Seus nomes são substituídos por números e os guardas aparecem devidamente caracterizados para imporem respeito.
Em nenhum momento ninguém age como se fosse um experimento, parece tudo real e o poder é facilmente subido à cabeça dos guardas e o sentimento de serem errados faz parte dos prisioneiros. Durante o filme é possível observar o comportamento de cada um, cada um enlouquecendo à sua maneira. A discussão é se realmente o ambiente que te corrompe ou se você realmente já nasce com o instinto mal. A ideia de como o ser humano consegue se perder em meio ao seu próprio psicológico é realmente algo a ser pensado. 
ALBERT BANDURA - Teoria Social Cognitiva
Agência Moral 
É a nossa bussola moral, ou seja, são padrões morais de conduta que influenciam a regulação do nosso comportamento. Bandura define esses padrões em dois aspectos: 1- Não causar danos as pessoas; 2 -Ajudar os outros de forma proativa.
Nós temos mecanismos morais que auto regulam nosso comportamento, mas eles não são automáticos, ou seja, nós não temos um juiz dentro da nossa mente que fica o tempo todo controlando nosso comportamento com base em valores morais. Para Bandura, isso não existe, os padrões morais que nós aprendemos no convívio social só regulam nosso comportamento quando nós os ativamos, é como se existisse uma chave para ligar e desligar essa bússola moral que desenvolvemos.
Por isso, somos capazes, por exemplo, de sentir repulsa por um ataque terrorista ocorrido em certar partes do mundo e não sentimos nada se violências semelhantes ocorrerem em outros lugares. Vários fatores internos e externos influenciam em nossas decisões de ativar ou não o sistema de regulação moral. Bandura dá o nome de ativação seletiva a esse fenômeno. 
Há formas de burlarmos a Agência Moral, o desengajamento do controle interno é uma dessas formas, por meio desse mecanismo arranjamos justificativas morais para agir de forma desumana, mas o desengajamento moral opera de outra forma também.
“Então, focamos em diferentes ... 8 diferentes mecanismos, 3 dos quais operam camuflando comportamentos destrutivos como bons comportamentos. E o mais poderoso deles é a justificação moral. Nela, o que fazemos é usar um fim moral digno para santificar comportamentos destrutivos. Cometemos muitos assassinatos em nome de princípios religiosos, ideológicos políticos, imperativos nacionais e por aí vai, em outro mecanismo para camuflar o comportamento é higienizar a linguagem com eufemismos e termos complicados que mascaram o dano que estamos causando. Um terceiro mecanismo é a comparação vantajosa, na qual nossas desumanidades parecem menores quando comparadas a desumanidades mais escandalosas. Então você vê um terrorista que se identifica com uma população que ele considera que está sendo muito maltratada e ele vê seu comportamento como o de um mártir e por aí vai. Esses 3 são extremamente poderosos porque eles não apenas desobrigam sua moralidade em relação ao comportamento destrutivo, mas você realmente acreditar nessas justificativas, elas engajam sua moralidade na missão. Os outros dois mecanismos são manipular o sentido de “envolvimento” no comportamento destrutivo e isso é feito pelo deslocamento e pela difusão da responsabilidade. Há 3 formas de realizar isso, 1 - é pela tomada de decisão do grupo, 2 – pelo funcionamento da atividade. Isoladamente cada etapa parece muito inocente, mas no conjunto é tudo bem destrutivo. 3 – Pela ação em grupo de maneira anônima, então você pode alegar que as outras pessoas é que são mais responsáveis. “CRIMES COLETIVOS NÃO INCRIMINAM NINGUEM”. Outro mecanismo ter a ver com administrar as consequências das suas ações. Se você nega, minimiza ou discute os efeitos prejudiciais então não há razão para sua agência moral ser ativada. Uma grande dose de esforços é gasta para se trabalhar as consequências. Os militares do Vietnã que não se pode permitir a imprensa no campo de batalhas e assim se fez na Bósnia, no Iraque, no Afeganistão, mas aí temos a Al Jazeera exibindo os efeitos destrutivos. Os dois mecanismos finais operam pela atribuição de culpa a vítima e assim você pode até se sentir no direito de agir de modo destrutivo. “E então você também desumaniza as vítimas e se você as vê como sub-humana é uma boa forma de evitar qualquer tipo de empatia por elas, você destrói o sentimento de humanidade compartilhada.” Albert Bandura 
Conclusão 
No filme quando os universitários vestidos de guardas policiais, ou aqui no Brasil chamamos de carcereiros, se viram na posição dominante o poder e a possibilidade de não serem punidos deram-lhes confiança para continuar os maus tratos. Já os universitários, no papel de prisioneiros, estavam sentindo-se sem identidade e desumanizados, passaram a acreditar que realmente tinha feito algo errado e passaram a aceitar toda rotina de maus tratos psicológicos, alguns sem questionar, outros com medo, mas perdendo totalmente a sanidade. 
A frase “crimes coletivos não incriminam ninguém”, dita por Bandura, se encaixa perfeitamente no filme, pois mesmo sendo visível o incomodo de todos na ação de maus tratos, tanto no que foi maltratado, quanto no de quem cometeu o abuso, o silencio, a falta de punição e de alguém que diga estar errado, faz com que a “culpa” se dissipe e não recaia sobre ninguém. 
Assim concluímos que o comportamento humano está vinculado a sua Agência Moral que pode estar ativa ou não, dependendo se sua conveniência ou afeição empática. As pessoas podem ser compassivas e humanas, mas depende de quem se inclui na categoria de humanidade e quem se exclui da sua categoria de humanidade para ela. 
Como sabiamente disse Bandura, camuflamos o mau comportamento causando danos as pessoas justificando ser o melhor a se fazer ou para um bem maior chamado de justificação moral.

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