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JUROS MORATÓRIOS

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JUROS MORATÓRIOS 
 
Conceito e classificação dos juros 
 
Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; 
acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. 
Os juros são o rendimento do capital, os frutos civis produzidos pelo 
dinheiro, sendo, portanto, considerados como bem acessório, visto que 
constituem o preço do uso do capital alheio, em razão da privação deste 
pelo dono, voluntária ou involuntariamente305. Os juros remuneram o 
credor por ficar privado de seu capital, pagando-lhe o risco em que 
incorre de não mais o receber de volta. 
 
Em suma, quanto à origem, os juros podem ser: 
 
a) legais moratórios; 
b) convencionais moratórios; 
c) legais compensatórios; e, 
d) convencionais compensatórios. 
Todas essas espécies de juros, quanto à origem, podem ser 
capitalizadas ou não. 
Nessa medida, os juros, quanto à capitalização, podem ser: 
a) simples; e, 
b) compostos (juros sobre juros, juros capitalizados de forma composta 
ou juros exponenciais). 
 
 Juros compensatórios (juros-frutos ou juros remuneratórios) 
http://online.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-309-5447-5/content/epub/OEBPS/Text/pt2-chapter14.html#fn62pt2ch14
http://online.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-309-5447-5/content/epub/OEBPS/Text/pt2-chapter14.html#fn62pt2ch14
 
Juros compensatórios Convencionais 
Os juros convencionais compensatórios – ou remuneratórios – são 
aqueles devidos pelo uso consentido do capital em razão de negócio 
jurídico entre as partes. 
Esse negócio jurídico pode ser um contrato de mútuo, normalmente 
mútuo feneratício, ou concessão de crédito através de financiamento 
concedido para aquisição de produtos ou prestação de serviços. 
Acrescente-se àqueles argumentos que a Lei de Usura determina, logo 
no seu art. 1º, um limite claro para os juros convencionais 
compensatórios nos seguintes termos: É vedado, e será punido nos 
termos desta lei, estipular em quaisquer contratos taxas de juros 
superiores ao dobro da taxa legal. 
Assim, nos financiamentos de produtos ou serviços, o art. 1º, do 
Decreto nº 22.626/1933, permite, desde que pactuada, a cobrança do 
dobro da taxa legal, que agora corresponde a 2% ao mês. 
Essa taxa do novo Código Civil, contudo, não é absoluta. 
É que lei especial deve prevalecer sobre a lei geral, ainda que esta seja 
posterior. 
Em consonância com o acatado, havendo limite imposto por lei 
especial, não incide o limite geral de 2% ao mês do Código Civil para 
os juros convencionais compensatórios. 
 
As partes interessadas combinam os juros pelo prazo da convenção, e, 
se porventura não os fixarem, a taxa será a constante da lei, ou seja, 
segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de 
impostos devidos à Fazenda Nacional. 
Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem 
taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão 
fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento 
de impostos devidos à Fazenda Nacional. 
O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros 
de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da 
imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer 
medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. 
Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são 
calculados à taxa de 1% (um por cento) ao mês. 
 É vedado, e será punido nos termos desta lei, estipular em quaisquer 
contratos taxas de juros superiores ao dobro da taxa legal. 
 A taxa de juros deve ser estipulada em escritura publica ou escrito 
particular, e não o sendo, entender-se-á que as partes acordaram nos 
juros de 6% ao ano, a contar da data da propositura da respectiva ação 
ou do protesto cambial. 
E vedado, a pretexto de comissão; receber taxas maiores do que as 
permitidas por esta lei. 
Ao reprimir os excessos da usura, proibiu a estipulação, em quaisquer 
contratos (p. ex. mútuo feneratício, financiamento de produtos e 
serviços etc) 
O contrato celebrado com infração desta lei é nulo de pleno direito, 
ficando assegurado ao devedor a repetição do que houver pago a mais. 
 E vedado, a pretexto de comissão; receber taxas maiores do que as 
permitidas por esta lei. 
 E proibido contar juros dos juros: esta proibição não compreende a 
acumulação de juros vencidos aos saldos líquidos em conta corrente de 
ano a ano. 
 Admite-se que pela mora dos juros contratados estes sejam elevados 
de 1% e não mais. 
É vedada a capitalização de juros, ainda que expressamente 
convencionada. 
A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si 
só, não indica abusividade. 
Após a centralização das contas vinculadas, na Caixa Econômica 
Federal, o depósito realizado no prazo regulamentar passa a integrar o 
saldo da conta vinculada do trabalhador a partir do dia 10 (dez) do mês 
de sua ocorrência. O depósito realizado fora do prazo será contabilizado 
no saldo no dia 10 (dez) subsequente após atualização monetária e 
capitalização de juros. 
Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos 
monetariamente com base nos parâmetros fixados para atualização dos 
saldos dos depósitos de poupança e capitalização juros de (três) por 
cento ao ano. 
Até que ocorra a centralização prevista no item I do art. 7º, a atualização 
monetária e a capitalização de juros correrão à conta do Fundo e o 
respectivo crédito será efetuado na conta vinculada no primeiro dia útil 
de cada mês, com base no saldo existente no primeiro dia útil do mês 
anterior, deduzidos os saques ocorridos no período. 
 Constitui crime da mesma natureza a usura pecuniária ou real, assim 
se considerando: 
Cobrar juros, comissões ou descontos percentuais, sobre dívidas em 
dinheiro superiores à taxa permitida por lei; cobrar ágio superior à taxa 
oficial de câmbio, sobre quantia permutada por moeda estrangeira; ou, 
ainda, emprestar sob penhor que seja privativo de instituição oficial de 
crédito; 
 
Juros moratórios 
 
 Os juros moratóriosconsistem na indenização pelo retardamento da 
execução do débito1. 
 
a) Convencionais 
 
 
Os juros convencionais moratórios são aqueles estipulados 
contratualmente pelas partes em razão da mora do devedor. 
Em suma, as partes podem convencionar até 1% de juros nos contratos, 
ainda que esse limite, hoje, corresponda exatamente aos juros legais 
moratórios. 
 
Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem 
taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão 
fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento 
de impostos devidos à Fazenda Nacional. 
 Admite-se que pela mora dos juros contratados estes sejam elevados 
de 1% e não mais. 
Até que por outra forma se disciplinem, continuam em vigor as 
disposições de natureza processual, administrativa ou penal, 
constantes de leis cujos preceitos de natureza civil hajam sido 
incorporados a este Código. 
Todas as remissões, em diplomas legislativos, aos Códigos referidos 
no artigo antecedente, consideram-se feitas às disposições 
correspondentes deste Código. 
 
 
b) Legais 
 
Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem 
taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão 
fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento 
de impostos devidos à Fazenda Nacional. 
Os tributos e contribuições sociais arrecadados pela Secretaria da 
Receita Federal, cujos fatos geradores vierem a ocorrer a partir de 1º 
de janeiro de 1995, não pagos nos prazos previstos na legislação 
tributária serão acrescidos de: 
Juros de mora, equivalentes à taxa média mensal de captação do 
Tesouro Nacional relativa à Dívida Mobiliária Federal Interna; 
O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às 
consequências da evicção ou do vício redibitório. Nas doações para 
casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à 
evicção,salvo convenção em contrário. 
Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a 
decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo 
apurado não bastar para o pagamento dos credores subordinados. 
No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de 
crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor 
deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente 
sobre: 
As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no 
seu termo não poderão ser superiores a dois por cento (2%) do valor da 
prestação. 
A partir de 1º de abril de 1995, os juros de que tratam a alínea c do 
parágrafo único do art. 14 da Lei nº 8.847, de 28 de janeiro de 1994, 
com a redação dada pelo art. 6º da Lei nº 8.850, de 28 de janeiro de 
1994, e pelo art. 90 da Lei nº 8.981, de 1995, o art. 84, inciso I, e o art. 
91, parágrafo único, alínea a.2, da Lei nº 8.981, de 1995, serão 
equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de 
Custódia - SELIC para títulos federais, acumulada 
mensalmente. Produção de efeito (Vide Decreto nº 7.212, de 
2010). 
 
Primeira opção: taxa Selic 
A taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), criada por 
leis ordinárias (Leis nos 8.981/1995 e 9.779/1999), é uma taxa de juros 
calculada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco 
Central do Brasil. 
A determinação dessa taxa leva em conta, por exemplo, o crescimento 
ou recuo das exportações, a oferta de crédito, os indicadores de 
consumo e faturamento do comércio e fatores externos, como, por 
exemplo, a taxa de juros fixada pelo Banco Central norte-americano. 
Certo é que, desde que utilizada para calcular a remuneração de títulos 
públicos, não é ilegal. 
A ilegalidade da taxa Selic surge na exata medida em que passa a ser 
utilizada como índice de correção monetária ou para fins tributários. 
Essa nossa afirmação, que agora releva ao Direito Privado em razão da 
terminação do art. 406 quanto à taxa legal de juros moratórios, encontra 
as seguintes razões: 
a) Não há lei definindo a taxa Selic, o que fere o princípio da legalidade 
tributária e da segurança jurídica. Deveras, as leis que instituíram a taxa 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8847.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8847.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8981.htm#art90
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8981.htm#art84i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8981.htm#art91p2a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8981.htm#art91p2a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9065.htm#art18
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7212.htm#art552
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7212.htm#art552
Selic delegam a sua fixação ao Comitê de Política Monetária do Banco 
Central sem estabelecer critérios para sua fixação. 
b) A taxa Selic é direcionada e calculada por órgão do Poder 
Executivo, o que fere o princípio comezinho da indelegabilidade 
tributária. 
c) Trata-se de “bis in idem” quando cumulada com correção monetária, 
o que se afirma na medida em que a taxa Selic já contém no seu bojo 
a expectativa inflacionária. Se assim o é, ainda que a taxa Selic fosse 
legal – e estamos convencidos que, para fins tributários, não é – sua 
extensão ao Direito Privado, mormente como consequência da mora, 
quando analisada em conjunto com as demais consequências, entre 
elas a correção monetária, implica cobrar duas vezes a mesma 
coisa.63 A esse respeito ensina Domingos Franciulli Netto que entre os 
objetivos da taxa Selic encarta-se o de neutralizar os efeitos da inflação. 
A correção monetária, ainda que aplicada de maneira tão disfarçada, 
no mínimo obscura, é mera cláusula de readaptação do valor da moeda 
corroído pelos efeitos da inflação. O índice que procura reajustar esse 
valor imiscui-se no principal e passa, uma vez feita a operação, a 
exteriorizar novo valor. Isso quer dizer que o índice corretivo não é um 
plus, como, por exemplo, ocorre com os juros, que são adicionais, 
adventícios, adjacentes ao principal, com o qual não se confundem. 
Mesmo assim, a taxa Selic reflete, basicamente, as condições 
instantâneas de liquidez no mercado monetário (oferta versus demanda 
por recursos financeiros). Finalmente, ressalte-se que a taxa Selic 
acumulada para determinado período de tempo correlaciona-se 
positivamente com a taxa de inflação apurada ex post, embora a sua 
fórmula de cálculo não contemple a participação expressa de índices 
de preços.64 
d) Tributo não é título e não pode gerar renda; ocorre que a taxa Selic 
remunera títulos públicos 
o que impede, por essa razão, sua utilização para cálculo da mora no 
pagamento de tributos. 
e) O art. 161, § 1º, do Código Tributário Nacional (que possui natureza 
de Lei Complementar, acorde com o art. 34, do ADCT), estabelece juros 
máximos de 1% ao mês desde o vencimento do tributo não pago, taxa 
essa que é ordinariamente suplantada pela taxa Selic. 
 
Segunda opção: 1% a.m. – art. 161, § 1º, do CTN 
http://online.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-309-5447-5/content/epub/OEBPS/Text/pt2-chapter14.html#fn63pt2ch14
http://online.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-309-5447-5/content/epub/OEBPS/Text/pt2-chapter14.html#fn64pt2ch14
Se a taxa de juros legais moratórios não pode, como se viu, tomar como 
parâmetro a taxa Selic, considerada ilegal para fins tributários, resta 
saber, então, qual taxa legal deve ser aplicada ao art. 406 do Código 
Civil. 
Essa taxa, atualmente, não pode ser outra, senão a taxa de juros 
estabelecida no art. 161, § 1º, do Código Tributário Nacional, para a 
mora no pagamento de impostos, ou seja, 1% ao mês. 
Poder-se-ia redarguir, afirmando que o § 1º do art. 161 do Código 
Tributário Nacional permite expressamente que lei determine outra 
taxa, como é o caso da taxa Selic, que, por essa razão, seria legal. 
Não se pode deslembrar que, a teor do que dispõe o art. 34 do ADCT, 
o Código Tributário Nacional foi recepcionado como lei materialmente 
complementar pela Constituição Federal de 1988. 
Se assim o é, jamais leis ordinárias, como são as leis que instituíram a 
taxa Selic – Leis nos 8.981/1995 e 9.779/1999 –, poderiam se sobrepor 
ao comando de lei materialmente complementar. 
Assim, a lei, para modificar a taxa de 1% determinada pelo art. 161, § 
1º, do Código Tributário Nacional, teria que ter, obrigatoriamente, 
natureza complementar. 
Pode-se acrescentar que há violação do princípio da indelegabilidade e 
da legalidade, já que as leis ordinárias que criaram a taxa Selic não 
determinam a taxa, mas delegam essa função ao Comitê de Política 
Monetária do Banco Central, órgão do Poder Executivo, que não dispõe 
de competência constitucional para criar tributos. 
Além disso, cobrar a taxa juros pela taxa Selic e, ao mesmo tempo, 
correção monetária, em razão da mora (Código Civil, art. 395) ou não, 
representa bis in idem na medida em que a taxa Selic já contém 
correção monetária incluída na sua composição. 
Em suma, a taxa de juros legais moratórios do Código Civil, nos termos 
do seu art. 406, é a taxa de 1% do art. 161, § 1º, do Código Tributário 
Nacional. 
Mesmo assim, essa taxa poderá ser alterada por lei complementar que 
institua outra taxa, diferente daquela determinada pelo Código 
Tributário. 
De qualquer forma, a antiga taxa legal de 0,5% dos arts. 1.062 e 1.063 
do Código Civil de 1916, foi dobrada pelo novo Código Civil. 
 Extensão dos juros moratórios 
 
Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da 
mora que se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às 
prestações de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor 
pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as 
partes. 
Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido 
inicial ou a condenação. 
 
Momento da fluência dos juros de mora 
 
Ainda que se não alegue prejuízo,é obrigado o devedor aos juros da 
mora que se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às 
prestações de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor 
pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as 
partes. 
Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde 
o dia em que executou o ato de que se devia abster. 
O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, 
constitui de pleno direito em mora o devedor. 
Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial 
ou extrajudicial. 
Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de 
responsabilidade extracontratual. 
No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja 
cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do 
arrendatário para constituí-lo em mora. 
 Salvo contra a Fazenda Pública, sendo a obrigação ilíquida, contam-
se os juros moratórios desde a citação inicial para a ação. 
 Os juros da mora, nas reclamações trabalhistas, são contados desde 
a notificação inicial. 
A taxa de juros deve ser estipulada em escritura pública ou escrito 
particular, e não o sendo, entender-se-á que as partes acordaram nos 
juros de 6% ao ano, a contar da data da propositura da respectiva ação 
ou do protesto cambial. 
 Contam-se os juros de mora desde a citação inicial. 
Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em 
mora, desde que o praticou. 
Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do 
devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não 
praticar. 
Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor 
pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, 
ressarcindo o culpado perdas e danos. 
 
Purgação da mora 
 
A purgação da mora é sempre admitida, exceto se lei especial 
regulamentar diferentemente, indicando as condições de emendar a 
mora. 
O Proprietário Fiduciário ou credor, poderá requerer contra o devedor 
ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a 
qual será concedida Iiminarmente, desde que comprovada a mora ou o 
inadimplemento do devedor. 
O devedor fiduciante apresentará resposta no prazo de quinze dias da 
execução da liminar. 
 Purga-se a mora: 
I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a 
importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta; 
O enfiteuta pode purgar a mora enquanto não decretado o comisso por 
sentença. 
II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e 
sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data. 
Na hipótese de ocorrer mora por parte de ambos, ter-se-á tão-somente 
a cessação da mora pela renúncia ao direito de ser indenizado, que 
tanto pode ser de um como de outro. Não há propriamente uma 
purgação da mora, mas sua extinção, sem que produza seus efeitos 
naturais. 
 
O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento 
ou desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das 
legislações estaduais e municipais pertinentes. 
São irretratáveis os compromissos de compra e venda, cessões e 
promessas de cessão, os que atribuam direito a adjudicação 
compulsória e, estando registrados, confiram direito real oponível a 
terceiros. 
Vencida e não paga a prestação, o contrato (parcelamento de solo 
urbano) será considerado rescindido 30 (trinta) dias depois de 
constituído em mora o devedor. 
 
 Cessação da mora 
 
Urge não confundir a purgação com a cessação da mora. A purgação 
da mora consiste em extinguir os efeitos advindos do estado moroso de 
um dos contratantes, referindo-se, obviamente, aos efeitos futuros e 
não aos pretéritos, isto é, a emendatio morae só produz efeitos para o 
futuro {ex nunc), não destruindo os efeitos jurídicos já produzidos (p. 
ex., juros moratórios até o dia da purgação), visto que estes constituem 
parte inerente ao prejuízo causado com a mora, podendo o prejudicado 
reclamar os danos sofridos desde o dia da incidência em mora até a 
execução tardia da obrigação. Logo, a purgação da mora se consuma 
com a oferta da prestação. 
A cessação da mora ocorrerá por um fato extintivo de efeitos pretérito 
se futuros (ex tunc), como sucede quando a obrigação se extingue com 
a novação, remissão de dívidas ou renúncia do credor.