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Histologia|UC VI|P2|Janaína Souza A H. pylori é um bacilo gram negativo de forma espiralada que se adapta ao ph baixo do estômago. O ph do estômago chega próximo de 1 e é um ambiente hostil, porém ela consegue sobreviver por possuir fatores que aumentam a sua virulência, tais como: Flagelos: os flagelos ajudam a bactéria a se movimentar no muco estomacal; Urease: ela possui a enzima que hidrolisa a ureia, e a transforma em bicarbonato e amônia iônica que aumenta o pH e permite a sua proteção contra o suco gástrico; Adesinas: elas ajudam a bactéria a aderir na superfície gástrica; Toxinas: como a cagA – não tem papel muito conhecido – que podem estar associados ao desenvolvimento da doença, aumento da virulência; Escape: também possuem um mecanismo de escape para “fugir” do sistema imune; Citocinas: elas produzem citocinas pró- inflamatórias que acentuam a inflamação; Há um aumento da produção de gastrina. Porque elas atingem as células D que possuem somatostatina que inibe a secreção de gastrina. A gastrite é uma inflamação da mucosa gástrica que possui diversas causas, uma delas é a H. pylori. Outros fatores que podem ser causadores é o uso constate dos AINES. Ela pode ser aguda ou crônica, e geralmente apresenta um infiltrado imunológico. Os níveis de lesão podem variar devido a inflamação, atividade, aumento da proliferação celular, alterações degenerativas, edema, hiperemia e erosões. Os indivíduos que possuem infecção pelas cepas que expressam o CagA têm a inflamação mais intensa e com maior dano celular. Porque elas aderem mais fortemente ao epitélio gástrico e desencadeiam liberação de grande quantidade de citocinas pró inflamatórias deixando a inflamação mais intensa. Além de que a CagA atrapalha o ciclo celular e estimula a proliferação epitelial. Normalmente a bactéria fica concentrado no muco epitelial dos indivíduos infectados. As áreas de infecção podem ser irregulares. Ela exibe um tropismo pelo epitélio e geralmente não é encontrada associação com a metaplasia intestinal ou com a duodenal. Normalmente a infecção por H. pylori se concentra no antro, pois não há muita da sua proliferação no fundo e corpo. A infecção possui um infiltrado inflamatório que inclui inúmeros neutrófilos (purulento) dentro da LP, e & H. pylori outros que podem cruzar a membrana basal para atingirem a localização intraepitelial, eles se acumulam na luz das criptas para criar os abscessos de cripta. Além disso, a LP superficial contém grande número de plasmócitos, frequentemente em grupos ou lâminas, e aumentado número de linfócitos e macrófagos. Neutrófilos intraepiteliais e plasmócitos subepiteliais são características de infecção por H. pylori. A inflamação é difusa em todo o antro de forma mais intensa, e pode se estender até a mucosa do corpo onde é mais discreta. Pode coexistir metaplasia e atrofia intestinal, sempre focais. Esse tipo de gastrite normalmente é associada a hipersecreção gástrica, que favorece a formação de úlcera péptica duodenal: a tríade gastrite antral – H. pylori – úlcera duodenal. Normalmente esse tipo trata-se de infecção por cepas cagA positivas, embora alguns fatores do hospedeiro possam estar relacionadas ao desenvolvimento da úlcera. Há a hipersecreção devido o mecanismo de uréase da H. pylori que faz com as células G secretem mais gastrinas. Nesse tipo há o acometimento de igual intensidade ou predomina discretamente no antro ou no corpo, o antro e o corpo distal estão acometidos de modo mais difuso e intenso. Os pacientes com esse tipo evoluem mais rapidamente para atrofia da mucosa gástrica com metaplasia intestinal, que se apresenta em focos múltiplos que vão da incisura angular e aumentam progressivamente, confluem e estendem-se distal e proximalmente – gastrite crônica atrófica multifocal. Pacientes com esse quadro normalmente estão infectados por cepas cagA positivas e evoluem para atrofia gástrica, metaplasia intestinal e hipocloridria. E normalmente eles evoluem para úlcera gástrica péptica ou para carcinoma gástrico. É um problema em que a perda da proteção sobressai o dano. A doença ulcerosa péptica (DUP) é a ulceração cônica da mucosa, que pode afetar o duodeno ou estômago. A formais mais comum acontece no antro gástrico ou no duodeno e é resultado de gastrite por H. pylori, que se associa a maior secreção gástrica, e queda do bicarbonato duodenal. A DUP que ocorre no fundo é resultado da atrofia da mucosa e menos secreção de ácido. Infecção por H. pylori; Uso de cigarros; Doença pulmonar obstrutiva; Drogas ilícitas; AINEs (potencializado por corticosteroides); Cirrose alcóolica; Estresse psicológico; Hiperplasia das células endócrinas; Síndrome de Zollinger Ellison; Infecção viral. Os anti-inflamatórios não esteroidais são uma classe de medicamentos que causa úlcera porque eles causam efeito tóxico aos mecanismos de defesa da mucosa, resultando em aumento da permeabilidade celular, inibição do transporte iônico e da fosforilação oxidativa, além de enfraquecer os mecanismos das cicloxigenases, enzimas que permitem a síntese das prostaglandinas. As prostaglandinas A e E protegem a mucosa gástrica através de efeitos estimulantes sobre a produção de muco e secreção de bicarbonato. Os AINES seletivos para COX-2 dificultam a cicatrização da mucosa. Ela resulta de desequilíbrios entre os mecanismos de defesa da mucosa e fatores lesivos que causam a gastrite crônica. As lesões tendem a ser mais superficiais e outras podem ser mais profundas. As margens normalmente são niveladas com a da mucosa, há uma área de necrose do tipo fibrinóide, seguida de um infiltrado inflamatório purulento e agudo – rico em neutrófilos –, abaixo do infiltrado é o tecido de granulação e em seguida a de fibrose, iniciando o processo de cicatrização. Nessa área há a características de inflamação crônica em que os macrófagos e os linfócitos irão convocar os fibroblastos para a deposição de colágeno. A cicatrização é o processo que ocorre quando não há a regeneração do tecido após uma lesão tecidual grave ou crônica, ocorre então a substituição das células lesadas por tecido conjuntivo, e a formação da cicatriz. Há então um “remendo” do tecido. Os macrófagos desempenham um papel crucial no reparo tecidual, porque ele elimina os agentes agressores e o tecido morto, ao fornecer fatores de crescimento para a proliferação celular e a secreção de citocinas que estimulam os fibroblastos para a síntese e deposição de tecido conjuntivo. O tipo predominante são os M2. O reparo começa no prazo é de 24 horas depois da lesão, através da migração de fibroblastos e do estímulo de proliferação fibroblástica e de células endoteliais. ANGIOGÊNESE Processo que permite a criação de novos vasos sanguíneos a partir dos existentes. Para que eles ajudem no processo de reparo tecidual para que haja circulações nos locais de isquemia e crescer tumores além da sua capacidade de fornecimento sanguíneo. O processo de brotamento se dá a partir dos existentes pelos seguintes passos: Vasodilatação: acontece como resposta ao óxido nítrico e aumenta a permeabilidade induzida pelo VEGF; Há a separação de pericitos da superfície abluminal e quebra da membrana basal possibilitando a formação do broto; As células epiteliais migram para o local lesionado; E então elas proliferam atrás das células migratórias orientadoras; Há o remodelamento em tubos capilares; Recrutamento de células periendoteliais para formação do vaso maduro; E então, a proliferação é suprimida, ocorre migração endotelial e deposição da MB. Alguns fatores podem colaborar com o processo, são eles: Fatores de crescimento: Os fatores de crescimento endotelial vascular (VEGF) estimulam a: migração e proliferação celular,vasodilatação e contribuem para a formação da luz capilar; Os fatores de crescimento dos fibroblastos estimulam a: proliferação celular e recrutamento de macrófagos e fibroblastos; As angiopoietinas 1 e 2 possuem papeis relevantes na angiogênese e na maturação estrutural dos vasos; Outros fatores ajudam na estabilização por recrutamento de células musculares lisas e proliferação e migração endotelial. Sinalização Notch: regula o brotamento e a formação de ramos de vasos novos, garantindo que eles possuam um espaçamento adequado para fornecer sangue de forma efetiva; de feridas Proteínas da MEC: ajudam no processo de brotamento, por meio de interações com receptores de integrina nas células endoteliais e proporciona suporte para crescimento dos vasos; Enzimas: degradam a MEC para permitir o remodelamento e extensão do tubo vascular. FORMAÇÃO DO TECIDO DE GRANULAÇÃO Nessa parte do processo ocorre a deposição de tecido conjuntivo de duas formas: 1- pela migração e proliferação de fibroblastos no local lesionado, e 2- pela deposição de proteínas da MEC produzida por essas células. Esses mecanismos são mediados por citocinas e fatores de crescimento produzidos no local. Suas principais fontes são as células inflamatórias, incluindo, os macrófagos M2. O fator de crescimento transformante-β é a citocina mais importante para a síntese e deposição de tecido conjuntivo. É produzido pela maioria das células incluindo os macrófagos M2. Ela estimula a migração e a proliferação de fibroblastos, aumento da síntese de colágeno e fibronectina, e a redução da degradação da MEC devido a inibição de metaloproteinases. É uma citocina anti-inflamatória que serve para limitar e encerrar resposta inflamatórias. Ela faz isso devido a inibição da proliferação de linfócitos e a atividade de outros leucócitos. À medida que o processo continua o número de fibroblastos e novos vasos diminui, os fibroblastos assumem uma aparência sintética e, devido isso, há maior deposição de colágeno na MEC. Esse processo é fundamental para o desenvolvimento de resistência no local de reparo da ferida. O tecido de granulação evolui para uma cicatriz composta de fibroblastos fusiformes e inativos, colágeno denso, fragmentos de tecido elástico e outros componentes da MEC. Conforme há o amadurecimento cicatricial ela perde a vascularidade e se torna pálida e quase avascular. O nome tecido de granulação se deve à sua aparência macroscópica rósea, macia e granular, vista sob a crosta da ferida. Na histologia é caracterizado pela proliferação de fibroblastos e capilares novos e delicados, MEC frouxa, e uma mistura de células inflamatórias. Posteriormente, ele invade o local da lesão. REMODELAMENTO DO TECIDO CONJUNTIVO O aumento da quantidade de tecido conjuntivo leva a formação de uma cicatriz fibrosa estável, que pode se remodelar com o tempo. O resultado do processo de reparo é influenciado pelo equilíbrio entre a síntese e a degradação de proteínas do MEC. Após ocorrer a deposição de colágeno ele continua a ser modificado pelas metaloproteinases de matriz (MMPs). Elas são produzidas por vários tipos celulares, e sua síntese e secreção são reguladas por fatores de crescimento, citocinas e outros, sendo de controle rígido. Elas são ativadas durante a formação de uma cicatriz para fazer remodelação e depois são inibidas pelas TIMPs (inibidores de metaloproteinases de tecidos específicos). Processo que envolve tanto regeneração epitelial quanto a formação de cicatriz de tecido conjuntivo, ilustrando os princípios gerais que se aplicam a todos os reparos teciduais. A cura por primeira intenção acontece quando a lesão envolve apenas a camada epitelial, o principal mecanismo que ocorre é a regeneração epitelial. Um exemplo, é a incisão cirúrgica limpa não infectada e aproximada por suturas cirúrgicas. O reparo consiste em: inflamação, proliferação celular e maturação da cicatriz. Que segue alguns passos: Primeiro a ferida provoca as vias de coagulação formando um coágulo, que detém o sangramento que ajudará as células em migração, que são atraídas por citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento. A liberação de VEGF leva a permeabilidade e edema. Quando há desidratação forma-se uma crosta que cobre a ferida; Em 24 horas os neutrófilos são recrutados e liberam enzimas que começam a limpar os resíduos, eles vão rumo ao coágulo de fibrina; Entre 24 e 48 horas as células epiteliais começam a proliferar e a migrar ao longo da derme, depositando componentes basais, produzindo uma camada epitelial que fecha a ferida; Com 3 dias os neutrófilos foram substituídos por macrófagos, e o tecido de granulação invade a incisão. Fibras de colágeno são evidentes nas margens da incisão, a proliferação epitelial continua; No 5º dia, a angiogênese alcança o pico, os vasos neoformados são permeáveis, permitem a passagem de líquido e proteínas para o espaço extracelular, o tecido de granulação está edemaciado. Há ação de muitas quimiocinas, os fibroblastos produzem proteínas da MEC, e as fibrilas de colágeno tornam-se mais abundantes e começam a formar pontes; A 2ª semana, há acumulo contínuo de colágeno e proliferação de fibroblastos. O infiltrado de leucócitos, edema e vasodilatação estão diminuídos. Começa a ficar pálida pelo aumento de colágeno e pela regressão dos canais vasculares; No fim do 1º mês a cicatriz compreende um tecido conjuntivo desprovido de células inflamatórias, coberto de epiderme essencialmente normal. Nesse tipo de cura o processo envolve a combinação de regeneração e cicatrização. Por ser uma ferida maior a reação inflamatória também é maior, há maior formação de tecido de granulação, acúmulo de MEC e formação de uma grande cicatriz, além de contração de ferida pelos miofibroblastos. O processo segue os seguintes passos: Possui um coágulo de fibrina maior por conta da lesão e também maior exsudato e necrose, inflamação mais intensa, pode haver lesão secundária por inflamação; Maior quantidade de tecido de granulação é formado, que resulta em uma maior massa de cicatriz tecidual; É formada uma matriz provisória de fibrina, fibronectina plasmática e colágeno 3, que é substituída por uma composta de colágeno 1 em duas semanas. Então a cicatriz torna-se avascular e pálida, composta de fibroblastos fusiformes, colágeno denso, fragmentos de tecido elástico e outros componentes da MEC. Depois a epiderme recupera espessura e arquitetura normais; A contração da ferida ocorre nas de grande superfície, ela ajuda a fechar a ferida porque diminui o espaço entre as margens e reduz a área de superfície. É feita pelos miofibroblastos.
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