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ASPECTOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL - AULA02
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ao Presidente da República: X – decretar e executar a intervenção federal” (BRASIL, 1988). No decreto devem estar previstos a amplitude, prazo e condições da intervenção. PODER E DIVISÃO DE PODERES “O conceito de forma de governo relaciona-se à maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados. O intuito do conceito é, portanto, estabelecer quem deve exercer o poder e como este se exerce” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 88). A característica formal das repúblicas que mais chama a nossa atenção é a necessidade de alternância no poder. Entretanto, não é suficiente essa formalidade para que tenhamos uma república em seu sentido mais nobre. PODER E DIVISÃO DE PODERES A alternância no poder pode ser entendida como a relação direta com a democracia. A ação garante a participação das escolhas políticas e das decisões dos projetos que podem definir o futuro das nações. Dentre as manifestações da democracia: a liberdade de expressão, a dignidade humana e o direito de defesa. “O conceito de república, hoje, encontra-se irremediavelmente imbricado com o princípio democrático e com o princípio da igualdade (ausência de privilégios em razão de estirpe)” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 88). Segundo Dallari (1998, p. 147), "um povo que governar sempre bem não necessitará de ser governado [...]. Se existisse um povo de deuses, ele se governaria democraticamente. Tão perfeito governo não convém aos homens". PODER E DIVISÃO DE PODERES No livro III de A Política, Aristóteles faz a classificação dos governos, dizendo que o governo pode caber a um só indivíduo, a um grupo, ou a todo o povo. Esclarece que o nome de cidadão só se deveria dar com propriedade àqueles que tivessem parte na autoridade deliberativa e na autoridade judiciária. Diz, taxativamente, que a cidade-modelo não deverá jamais admitir o artesão no número de seus cidadãos. A virtude política, que é a sabedoria para mandar e obedecer, só pertence àqueles que não têm necessidade de trabalhar para viver, não sendo possível praticar a virtude quando se leva a vida de artesão ou mercenário (DALLARI, 1998). PODER E DIVISÃO DE PODERES Segundo Bonavides (2001, p. 267), em relação à república e à democracia: Pareto, ao pedir a significação exata do termo "democracia", acaba por reconhecer que é ainda mais indeterminado que o termo completamente indeterminado religião. Enquanto Bryce, dando a mais larga e indecisa amplitude, chega a defini-lo, de modo um tanto vago, como a forma de governo na qual “o povo impõe sua vontade de todas as questões importantes”. PODER E DIVISÃO DE PODERES Já Kelsen, também divagando sobre a democracia, pôs a situação de manifesto em uma de suas obras fundamentais. No preâmbulo fez ponderada advertência sobre os desacordos pertinentes a esse conceito. Para Kelsen, a democracia é, sobretudo, um caminho: o da progressão para a liberdade (BONAVIDES, 2001). A base do conceito de Estado Democrático e, consequentemente, a base do conceito de princípio democrático é a noção de governo do povo revelado pela própria etimologia do termo democracia do grego "demos", povo e "kratos", poder. PODER E DIVISÃO DE PODERES Em relação ao princípio da igualdade, a Constituição da República Federativa do Brasil aborda, de forma clara, a igualdade formal e a material. Quando utiliza a expressão "todos são iguais perante a lei", observamos a igualdade formal e a aplicação da lei a todos de forma indiscriminada. Ainda, na Constituição, há a igualdade material, que busca a erradicação da pobreza e da marginalização, além da redução das desigualdades sociais e regionais. PODER E DIVISÃO DE PODERES Como prevê a Constituição Federativa do Brasil de 1988: Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL (BRASIL, 1988). PODER E DIVISÃO DE PODERES "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do seu direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade" (BRASIL, 1988). Segundo Nery Junior (1999, p. 42), o princípio da igualdade pressupõe que as pessoas colocadas em diferentes situações sejam tratadas de forma desigual: “Dar tratamento isonômico às partes significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades”. Todos devem ser tratados de forma igual e, diante de qualquer situação inconveniente, há um tipo de aplicação. Podemos dar como exemplo as regras tributárias das empresas de pequeno porte. Todas essas empresas têm o mesmo tratamento, mas as empresas de grande porte não podem ter justamente pela aplicação do princípio da igualdade, uma vez que estas não são consideradas iguais. O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Em suas origens, o conceito de "Estado de Direito" estava ligado somente à ideia de limitação do poder, além da sujeição do governo a leis gerais e abstratas. Seria o exercício das leis que estão disponíveis no intuito de limitar o poder dos governantes. Hoje em dia, o Estado de Direito é básico e muito importante para o desenvolvimento das sociedades. É dado como fundamento de aparelhamento da coletividade politicamente organizada. Atualmente, a concepção de "Estado de Direito" é indissociável do conceito de "Estado Democrático". O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Deve traduzir a ideia de um Estado em que todas as pessoas e todos os poderes estão sujeitos “ao império da lei e do Direito. Os poderes públicos devem ser exercidos por representantes do povo, visando assegurar a todos uma igualdade material (condições materiais mínimas necessárias a uma existência digna)” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 88). “Não se satisfaz a cidadania enunciada com a simples atribuição formal de direitos políticos ativos e passivos aos brasileiros que atendam aos requisitos legais” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 89). O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO É necessário que o poder Público atue, concretamente, a fim de incentivar e oferecer condições propícias à efetiva participação política dos indivíduos na condução dos negócios do Estado, fazendo valer seus direitos, controlando os atos dos órgãos públicos, cobrando de seus representantes o cumprimento de compromissos assumidos em campanha eleitoral, enfim, assegurando e oferecendo condições materiais para a integração irrestrita do indivíduo na sociedade política organizada. O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO O Estado Democrático de Direito pode ser percebido em qualquer Estado que tem como objetivo a garantia e respeito das liberdades civis. Nesses Estados, o primordial é o respeito pelos direitos humanos e pelas garantias fundamentais. Nele todos devem respeitar a lei, ou seja, ele vale para todos os tipos de “pessoas”. Isto quer dizer que, para que um Estado atinja o objetivo de ser considerado um Estado democrático de direito, todos os direitos dos cidadãos devem ter proteção jurídica e ser garantidos pelo Estado. O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Na mesma linha tem-se a dignidade da pessoa humana como fundamento da República Federativa do Brasil, que aproveita o Estado como uma organização que tem como centro o ser humano. Pode-se afirmar que essa seria a maior razão do Estado brasileiro que não tem seus fundamentos na propriedade, em classes, em corporações, em organizações religiosas, tampouco no próprio Estado, mas sim na pessoa humana. São