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Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE 
Operações Unitárias A 
 
 
 
 
 
 
Elevador pneumático 
 
 
 
FRAGMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE SÓLIDOS 
 
 
 
Prof. Marcos Moreira 
 
 
 
 
 
Toledo – PR 
2016 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. FRAGMENTAÇÃO DE SÓLIDOS 01 
1.1 Moinhos e Britadores 01 
Britadores Primários 02 
Britadores Secundários 07 
Moinhos Finos 12 
Moinhos Coloidais 17 
1.2 Consumo de Energia 17 
1.3 Leis Empíricas 17 
2. TRANSPORTE DE SÓLIDOS 20 
Dispositivos Carregadores 20 
Dispositivos Arrastadores 29 
Dispositivos Elevadores 33 
Dispositivos Alimentadores 37 
BIBLIOGRAFIA 39 
Lista de Exercícios 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Há um vazio com o formato de Deus no coração de todo homem.” 
(Blaise Pascal) 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Até aqui já foram abordados na disciplina de Operações Unitárias A 
da Engenharia Química os seguintes conteúdos: 
 
- Bombas; 
- Ventiladores e Sopradores; 
- Compressores; 
- Trocadores de Calor; 
- Agitadores e Misturadores; 
- Caracterização e Dinâmica da Partícula; 
- Engenharia de Separação, e 
- Leitos Fixo e Expandidos. 
 
Os últimos conteúdos a serem abordados são a Fragmentação e o 
Transporte de Sólidos. 
A fragmentação de sólidos é um assunto de grande interesse por 
vários motivos, como por exemplo, o aumento da velocidade do processo 
de transformação da matéria-prima sólida em produto acabado pelo 
aumento da área de contato, a obtenção de uma granulometria desejada 
para o produto por questões de especificação, etc. Quanto ao transporte de 
sólidos, as aplicações são mais notórias, visto que uma grande parte das 
indústrias, em alguma parte de seus processos, necessita transportar algum 
tipo de sólido. 
No capítulo 1 (Fragmentação de Sólidos) são apresentados os 
britadores primários e secundários e os moinhos finos e coloidais. Também 
são apresentadas as Leis Empíricas para o consumo de energia durante a 
fragmentação de sólidos. 
No capítulo 2 (Transporte de Sólidos) são apresentados os dispositivos 
carregadores, arrastadores e elevadores de sólidos. Os transportes 
pneumático e hidráulico de sólidos não serão novamente abordados, pois já 
foram vistos em “Leitos Fixo e Expandidos”. 
Em ambos os capítulos, na medida do possível, apresentam-se os 
cálculos para dimensionamento dos equipamentos e para o cálculo da 
energia necessária para a operação. 
Ao final da apostila encontram-se a lista de exercícios e a seção de 
Anexos. 
 
Prof. Marcos Moreira 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 1 
1. FRAGMENTAÇÃO DE SÓLIDOS 
 
A quebra de partículas sólidas menores é uma operação industrial importante. 
Muitas vezes o que se pretende é apenas obter blocos de dimensões trabalháveis, porém 
na grande maioria dos casos o objetivo visado é aumentar a área externa, de modo a 
tornar mais rápido o processamento do sólido. Constituem exemplos a moagem de 
cristais para facilitar a sua dissolução ou lixiviação, o britamento e a moagem de 
combustíveis sólidos antes da queima, a moagem do cimento para facilitar a pega, o 
corte da madeira antes do cozimento na produção de celulose e a moagem de sementes 
oleaginosas para acelerar a extração com solventes. 
Os sólidos podem sofrer redução de tamanho através de vários tipos de 
mecanismos, porém apenas quatro são utilizados industrialmente: compressão, impacto, 
atrito e corte. 
 
 
1.1 Moinhos e Britadores 
 
O tamanho das partículas da alimentação e do produto é o critério mais importante 
para classificar os equipamentos de fragmentação de sólidos. As máquinas que efetuam 
fragmentação grosseira são chamadas de BRITADORES e as que dão produtos finos 
são MOINHOS. A delimitação de sub-classes, embora meio vaga e arbitrária, pode ser 
feita como segue: 
 
 
 
 
Relação de Fragmentação 
 
A relação entre o diâmetro da alimentação (D1) e o diâmetro do produto (D2) é 
denominada relação de fragmentação. 
 
2
1
D
D
m  (1.1) 
 
Esta grandeza é importante porque em certos tipos de equipamentos ela não deve 
ser ultrapassada. De modo geral, quanto mais elevado for o valor de “m”, tanto mais 
difícil será a operação. 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 2 
Britadores Primários 
 
- de mandíbulas (Blake, Dodge, Samson) 
- giratório 
 
Britador de mandíbulas Blake 
 
 
Britador de mandíbulas Dodge 
 
 
Britador de mandíbulas Samson 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 3 
 
Movimento excêntrico num britador de mandíbulas 
 
 
 
Britador Giratório 
 
 
Britador Giratório (movimento excêntrico) 
 
 
As principais medidas de um britador são apresentadas nas figuras a seguir. A sua 
largura “A”, a abertura da entrada ou “gape” (B na figura a seguir), a profundidade “C” 
e a máxima abertura da descarga “S”. 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 4 
 
 
 
Quanto à capacidade de um britador de mandíbulas, Taggart propôs a seguinte 
equação: 
234,7.A.Sω  (1.2) 
 
onde  é a vazão mássica (em kg/s) e A e S são dados em metros. A figura a seguir 
apresenta um esquema da abertura máxima de descarga. 
 
 
Existem ainda muitas outros métodos para o cálculo da capacidade de um britador 
de mandíbulas (Gieseking, Hersam, Broman, Rose/English). 
As dimensões de um britador de mandíbulas podem ser dadas por: 
 
MÁX
dp 1,2Gape (1.3) 
 
GapeC .2 (1.4) 
 
1,3.Gape < A < 3.Gape (1.5) 
 
85,0.0502,0. GapeDesloc  (1.6) 
 
onde dpmáx, Gape, C e Desloc. são dados em metros. 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 5 
Taggart também estabeleceu um critério para a escolha entre britadores de 
mandíbulas ou giratórios. Para valores de X<0,115 deve-se adotar um britador de 
mandíbulas, caso contrário um britador giratório. O valor de X é dado por: 
 
2Gape
ω
X  (1.7) 
 
onde  é dada em toneladas por hora e o “gape” em polegadas. 
Quanto ao ângulo de ataque, geralmente fica entre 20 e 30
o
 como pode ser visto 
na figura a seguir. 
 
 
Após a quebra de uma partícula de diâmetro “dj” propõem-se que teoricamente 
surge a seguinte distribuição granulométrica de partículas com diâmetros “di” inferiores 
a “dj”: 
 
 
1-e-1
di/dj-exp-1
X(di)  (1.8) 
 
Para um britador de mandíbulas, quando a abertura de saída do britador é menor 
que o d50 (tamanho no qual 50% do material é passante) da alimentação, a distribuição 
granulométrica pode ser dada por: 
 













5,1
exp1X(D)
U
K
r r>0,5 (1.9) 
 













85,0
exp1X(D)
L
K
r r0,5 (1.10) 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 6 
onde 
 
APA
D
r  (1.11) 
 
APA – abertura de saída na posição aberta. 
 
67,0
T
P1
1
lnK















U
 (1.12) 
 
18,1
B
P1
1
ln5,0K















L
 (1.13) 
 













5,1
5,0
exp1P
U
B
K
 (1.14) 
 
 
WI (Work Index) – kWh/ton 
 
A energia necessária em um britador de mandíbulas pode ser dada pela lei de 
Bond e os diâmetros A80 e P80 (em metros) podem ser estimados por: 
 
0,63.BA
80
 (1.15) 
 
 DeslocAPF0,7P
80
(1.16) 
APF – abertura na posição fechada 
A capacidade para o britador giratório pode ser dada de acordo com o método de 
Taggart – existem outros métodos como Hersam, Broman, Gaudie, Rose/English – dado 
pela seguinte equação: 
 
 .SD234,7.ω
m
 (1.17) 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 7 
 
 
 
onde Dm é a média aritmética simples dos diâmetros do manto e da carcaça conforme 
apresenta a figura acima. “S” é o afastamento máximo de abertura. Todas as unidades 
estão no SI. 
A energia necessária num britador giratório é pode ser dada pela lei de Bond que 
será vista mais adiante ou então pela seguinte equação: 
 
K..WIPot  (1.18) 
 
onde WI (Work Index) é o Índice de Trabalho do Material e será definido adiante. Para 
britadores primários K=1 e para secundários K=0,75. 
 
 
 
Britadores Secundários 
 
- de martelos 
- de pinos 
- de barras ou gaiola (desintegrador) 
- de rolos ou cilindros (lisos, dentados) 
- cônico 
- de disco 
- mó ou moenda 
- rotatório 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 8 
 
Britador de Martelos 
 
 
 
Britador de Pinos 
 
 
 
Britador de barras ou gaiola 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 9 
 
Britador de rolos dentados 
 
 
 
Britador de rolo único dentado 
 
 
 
Britador de rolos lisos 
 
 
Para que uma partícula seja capturada em um britador de rolos lisos, deve-se ter: 
 
   tan (1.19) 
 
onde  é o ângulo apresentado na figura a seguir e  é o coeficiente de atrito entre o 
material e os rolos. 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 10 
 
 
 
Sabe-se da figura acima que: 
 
 
dD
sD
rR
sR






2
cos  (1.20) 
e 


cos1
2cos



sd
D (1.21) 
 
Determinado o diâmetro é possível calcular a capacidade teórica que será igual a: 
 
  ND..2s.L.A.v.   (1.22) 
 
onde L é a largura dos rolos, N é a rotação e  é a massa específica aparente do produto 
dada por: 
 
   1
S
 (1.23) 
 
onde S é a massa específica do produto e  é a porosidade do meio entre os rolos. 
A capacidade real será de 25 a 35% da capacidade teórica, dessa forma tem-se 
que: 
  NDK ..2s.L..   (1.24) 
 
onde K varia de 0,25 a 0,35. Tomando um valor intermediário, então tem-se que: 
 
  ND..2s.L..3,0   (1.25) 
 
A energia consumida no britador de rolos pode ser avaliada pela seguinte figura: 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 11 
 
 
ou então pela lei de Bond como será visto mais adiante. 
 
 
 
 
Britador cônico 
 
 
 
Britador de discos Symons 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 12 
 
 
Moenda (mó ou galga) 
 
 
 
Britador rotatório 
 
 
Moinhos Finos 
 
- centrífugos ou de atrito (pulverizadores) (Babcock, Lopulco, Raymond, Griffin) 
- rebolo 
- de rolos ou cilindros 
- de bolas (comuns, de barras, tubular, de compartimentos, cônico ou Hardinge) 
- de energia fluida (a ar, a vapor) 
 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 13 
 
Moinho Babcock 
 
 
 
Moinho Lopulco 
 
 
 
Moinho Raymond 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 14 
 
Moinho Griffin 
 
 
 
Moinho rebolo 
 
 
 
Moinho de rolo dentado 
 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 15 
 
Moinho de bolas 
 
 
 
Moinho Hardinge 
 
Nos moinhos de bolas, as bolas podem ser de aço, porcelana, pedra, ferro ou 
qualquer outro material conveniente. Seu tamanho guarda uma relação bem definida 
com o diâmetro das partículas que estão sendo moídas: 
 
MÁXBOLAS
dpD 11 (1.26) 
 
onde os diâmetros estão em cm. A regra prática é empregar bolas de diâmetro igual a 10 
a 20 vezes o diâmetro do material alimentado. A carga de bolas ocupa geralmente de 30 
a 50% do volume. O consumo de bolas varia com o tipo de operação e com o material 
das bolas. Para moagem a seco é de aproximadamente 0,4 kg por tonelada de material 
moído e para moagem a úmido de 1 a 2 kg/ton. 
Na operação com moinho de bolas a rotação não pode ser baixa demais, pois se 
isso acontecer as bolas apenas rolarão no interior do moinho e a ação de moagem é 
bastante reduzida. Caso a rotação seja elevada demais, então as bolas ficarão “coladas” 
às paredes do moinho e não ocorrerá a ação de moagem. Considerando a figura a seguir, 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 16 
a velocidade e a rotação críticas são dadas por: 
 
 rRgv  (1.27) 
 
dpD
g
.π2
1
rR
g
2π
1
n




 (1.28) 
 
Observa-se que, se a carga de bolas apresentar diâmetros muito variados, poderá 
ocorrer a centrifugação das bolas mais finas a uma rotação que não é a crítica para as 
bolas normais. O moinho Hardinge evita justamente que isto aconteça, pois as bolas 
menores dirigem-se para as seções do moinho onde o diâmetro do tambor também é 
menor fazendo com que a diferença (D-dp) da equação (1.28) não seja muito alterada. 
A velocidade real de operação varia entre 65 e 80% da crítica. Pode-se 
recomendar 65 a 70% para moagem fina realizada a úmido em suspensão viscosa; 70 a 
75% para moagem fina em suspensão de baixa viscosidade e para moagem a fina a 
seco; 75 a 80% para moagem a seco ou a úmido de partículas grandes (até 1 cm). 
Para a seleção de um moinho de bolas, primeiro deve-se encontrar o coeficiente 
de moagem K como apresenta a tabela a seguir. 
 
 
 
Divide-se então a capacidade pretendida pelo coeficiente de moagem a fim de se 
obter a capacidade nominal e procura-se na tabela a seguir o moinho que satisfaz o valor 
encontrado. 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 17 
A potência do motor deve ser 20% maior do que a indicada. 
 
 
Moinho de energia fluida 
 
 
Moinhos Coloidais 
 
- cônico 
- de disco 
 
São utilizados para produzir suspensões e emulsões coloidais com partículas 
menores do que 1m. Um tipo comum consta de um rotor cônico e um estator 
separados de 0,5 a 7,5mm um do outro. O rotor gira a alta velocidade (3.000 a 15.000 
rpm) e o material alimentado tem mais ou menos 100mesh de diâmetro. A ação é 
predominantemente de atrito e corte. 
Os moinhos de energia fluida podem funcionar como moinhos coloidais, porém o 
produto é mais grosseiro (1 a 10m). Os moinhos de discos também podem ser 
utilizados como moinhos coloidais, desde que a separação entre os discos seja 
suficientemente reduzida e a velocidade supere a dos tipos convencionais. 
 
 
1.2 Consumo de Energia 
 
O custo da energia é a parcela mais importante do custo total das operações de 
fragmentação. Leis empíricas são utilizadas para se estimar a quantidade de energia 
necessária na fragmentação de sólidos. 
 
1.3 Leis Empíricas 
 
Duas leis empíricas antigas, a de Kick e a de Rittinger, e uma lei semi-teórica, a 
de Bond é o que se tem para avaliar a energia real de fragmentação de sólidos. Apesar 
de terem sido obtidas em laboratório, as expressões matemáticas destas três leis podem 
ser obtidas a partir de uma equação diferencial que relaciona o trabalho elementar (dw) 
necessário para fragmentar a unidade de massa do sólido com a variação de tamanho 
(dD): 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 18 
nD
dD
Kdw

 (1.29) 
 
Nesta expressão, n é uma constante que tem um valor para cada lei (n=1 para 
Kick, n=2 para Rittinger e n=1,5 para Bond). 
 
 
 
Lei de Kick 
 
Para n=1, integrandode D1 (diâmetro médio inicial) a D2 (diâmetro médio do 
material moído) tem-se que: 
 mK.ln
D
D
K.lnw-
2
1 





 (1.30) 
 
onde m é a relação de fragmentação. 
Sendo  a capacidade do britador, então: 
 
 mK.ln.W-  (1.31) 
 
A constante K depende do tipo de britador a ser empregado e do tipo de material. 
A lei de Kick aplica-se bem nas primeiras fases do britamento, quando a 
superfície adicional produzida é relativamente pouco importante. 
 
 
 
Lei de Rittinger 
 
Para n=2, integrando de D1 (diâmetro médio inicial) a D2 (diâmetro médio do 
material moído) tem-se que: 







12
D
1
D
1
K.w- (1.32) 
 
O consumo horário de energia será dado por: 
 







12
D
1
D
1
K..Pot  (1.33) 
 
A lei de Rittinger aplica-se melhor do que a lei de Kick à segunda fase da 
fragmentação, isto é, à moagem fina, quando a superfície externa que está sendo criada 
é a variável mais importante. 
 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 19 
Lei de Bond 
 
Para n=1,5, integrando de D1 (diâmetro médio inicial) a D2 (diâmetro médio do 
material moído) tem-se que: 







12
D
1
D
1
K.2w- (1.34) 
 
Introduzindo a relação de moagem e substituindo 2K por 10.WI pode-se escrever: 
 







m
1
1.
D
100
WI.w-
2
 (1.35) 
 
WI é o ÍNDICE DE TRABALHO DO MATERIAL (Work Index) e representa a 
energia necessária para reduzir a unidade de peso do material desde um tamanho 
bastante grande até um tamanho final de 100m. 
A potência (em HP) necessária será dada por: 
 







8080
A
1
P
1
WI...134,0Pot  (1.36) 
 
Nessa expressão os valores de D1 e D2 foram substituídos pelos valores que Bond 
utilizou originalmente, ou seja, os diâmetros da alimentação e do produto que deixam 
passar 80% do material em cada caso. A lei de Bond pressupõe ainda que todas as 
partículas tem aproximadamente a mesma forma geométrica. 
Na equação (1.36) os diâmetros estão em centímetro, a capacidade em ton/h, WI 
em kWh/ton e a potência em HP. 
Valores tabelados do Índice de Trabalho do Material (WI) encontram-se na seção 
de ANEXOS desta apostila. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 20 
2. TRANSPORTE DE SÓLIDOS 
 
Duas classes gerais de equipamentos de transporte de sólidos podem ser 
identificadas: a) aqueles cuja posição permanece fixa durante o transporte, muito 
embora possuam partes móveis; b) os que se movimentam com o sólido, como as pás 
carregadeiras, vagonetas, empilhadeiras, caminhões, guinchos e guindastes. Apenas os 
equipamentos do primeiro tipo serão discutidos por serem mais apropriados ao 
transporte contínuo de sólidos a granel nas indústrias. 
As diversas variedades em uso enquadram-se em tipos padrões que podem ser 
caracterizados pelo tipo de ação que desenvolvem, distinguindo-se cinco tipos gerais: 
 
a) Dispositivos Carregadores 
b) Dispositivos Arrastadores 
c) Dispositivos Elevadores 
d) Dispositivos Alimentadores 
e) Transporte de sólidos por arraste em fluidos (transportes hidráulicos e pneumático) 
 
O Transporte de sólidos por arraste em fluidos será contemplado no Capítulo 3 
desta apostila. 
 
Dispositivos Carregadores 
 
- correia 
- esteira 
- corrente 
- caçamba 
- vibratório 
- por gravidade 
 
 
 
 
 
Transportador de Correia 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 21 
A resistência mecânica da lona de um transportador de correia é de 10 a 20 kg por 
cm de largura por lona e passa para 500 kg/cm quando o reforço é metálico. As lonas 
são encontrada de forma padronizada conforme apresenta a tabela a seguir. 
 
Largura (in) 12 18 24 30 36 42 48 60 80 
Número de lonas 3-4 4-5 4-7 5-8 6-9 6-10 7-12 8-12 9-14 
 
O diâmetro dos tambores depende do número de lonas na correia e é dado por: 
 
k.nD  (2.1) 
 
onde D é dado em cm, n é o número de lonas e k varia entre 12,5 (para 2 a 6 lonas) e 15 
(8 a 22 lonas). Havendo limitação de espaço, k pode ser adotado igual a 8. Deve-se 
arredondar o resultado. 
O projeto para transportador de correia envolve as seguintes etapas: 
 
- verificação da inclinação máxima a ser respeitada 
- escolha da velocidade de transporte 
- cálculo da largura da correia 
- cálculo da potência consumida 
- detalhamento 
 
Um transportador de correia pode ser horizontal ou inclinado. Neste último caso o 
ângulo que o transportador forma com a horizontal não pode exceder o de repouso 
natural do material, sendo geralmente bem menor, atingindo no máximo 45
o
. A Tabela 
IV-2 dos anexos apresenta os ângulos máximos recomendados para vários materiais. 
Alguns fabricantes padronizaram este ângulo, só fabricando transportadores horizontais 
ou inclinados de 20, 35 ou 45
o
 em relação à horizontal. 
Quanto à velocidade de transporte, geralmente está na faixa de 15 a 200 m/min. A 
Tabela IV-3 apresenta a velocidade de transporte para vários materiais. 
Quanto à largura da coluna, pode ser calcula de várias formas, uma delas é a partir 
da correlação dada por: 
 
AP
l


K.v.
4,4 (2.2) 
 
onde K é uma constante empírica entre 1,43 e 1,65 (média 1,5) e todas as outras 
variáveis são dadas no SI. 
Outra forma de se obter a largura é utilizar a Figura IV-5 dos anexos. 
A potência necessária para o transportador de correia pode ser obtida de diversas 
formas. Uma delas baseia-se na soma das potências para mover o transportador vazio à 
velocidade de 100 m/min (p1), da potência necessária para mover o sólido na horizontal 
à capacidade de 100 ton/h (p2) e a potência necessária para elevar o sólido a uma altura 
de 1 metro (p3). Assim a potência necessária é dada por: 
 
321
p.Hp
27,77
v
p
1,67
v
Pot 











 (2.3) 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 22 
 
Lll ..26,33.9,1709p 169,1405,1
1
 (2.4) 
 
L.45,71,334p
2
 (2.5) 
 
.81,8p
3
 (2.6) 
 
onde “l” é a largura e “L” é o comprimento, sendo todas as variáveis dadas no SI. As 
equações anteriores valem para L até 500m. A potência instalada será 20% maior que a 
potência necessária ao transportador. 
Outra forma de se calcular a potência necessária ao transportador é através da 
seguinte equação: 
 
  HLl ..95,8.716,0v..35,69Pot 2   (2.7) 
 
para transportadores equipados com mancais comuns. Para mancais de rolamentos a 
potência será 33% menor nos trechos horizontais. A potência instalada deverá ser 20% 
maior. Na equação anterior “H” representa a elevação e todas as variáveis estão no SI. 
A capacidade de um transportador de correia inclinado é menor do que se ele fosse na 
horizontal. A tabela IV-5 fornece fatores k de redução da capacidade em função da 
inclinação. No caso de transportador inclinado a largura deve ser estimada com uma 
capacidade de /k. 
 
 
Transportador de esteira 
 
O transportador de esteira é uma variante do transportador de correia aplicável ao 
transporte pesado de materiais quentes ou muito abrasivos a curtas distâncias. 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 23 
A esteira é geralmente metálica e construída com bandejas ou caçambas fixadas 
numa correia ou corrente. As esteiras mais simples são de madeira e prestam-se 
principalmente para o transporte de fardos. Muitas vezes a construção é reforçada para 
atender as necessidades dos transportes pesados a pequenas distâncias. Operam em 
baixas velocidades (5 a 10m/min). 
A largura do transportador de esteira pode ser obtida da seguinte maneira. 
Calcula-se inicialmente o valor de CN dado por: 
 
v
1
.
800
.


N
C (2.8) 
 
e então encontra-se a largura associada ao valor de CN utilizando a Tabela IV-8 dos 
anexos. Na equação anterior todos os valores estão no SI. 
A potência consumida será dada por: 
 
F.vPot  (2.9) 
 
  LRLP
M
..2.PF
E
  (2.10) 
 
onde  é o atrito do rolamento (geralmente igual a 0,1), PE é o peso de uma seção da 
esteira (entre centros), PM é o peso do material transportado por metro da esteira e R é a 
resistência do material contra as abas laterais (força/comprimento). Todas as unidades 
das equações anteriores estão no SI. A tabela a seguir apresenta alguns valores de R. 
 
Material R (N/m) 
Carvão 87,3 
Coque 43,2 
Cal hidratada 116,7 
Calcário pulverizado 116,7 
Cavacos de madeira 43,2 
 
Para transportadores inclinados deve-se somar a parcela correspondente à 
elevação de carga: 
 
.H.95,8F.vPot  (2.11) 
 
 
Esteiras transportadoras 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 24 
 
 
Esteira transportadora de metrô 
 
 
 
Esteira transportadora com correntes 
 
 
 
Esteira transportadora de corrente 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 25 
 
Detalhe da esteira transportadora de corrente 
 
O transportador de correntes é um grupo importante de dispositivos de transporte 
e é representado pelos transportadores montados com elos padronizados de correntes 
que são simplesmente encaixados uns nos outros e presos com pinos ou cavilhas. Sua 
construção é simples e econômica em virtude da variedade de elos disponíveis no 
mercado. Além disso, os diversos fabricantes concordaram em adotar medidas 
padronizadas, de modo que qualquer tipo fornecido por um fabricante poderá ser 
empregado com um tipo diferente de outro fabricante, desde que ambos sejam do 
mesmo número. Sua durabilidade é muito grande e a manutenção é simples porque os 
elos são peças de estoque dos fabricantes. Trabalham numa faixa bastante ampla de 
velocidade, capacidade e temperatura. 
Apesar destas vantagens, sua aplicação na indústria de processo químico não é tão 
ampla como a de outros tipos mais adaptáveis às operações realizadas com os sólidos 
particulados processados neste tipo de indústria. 
As velocidades típicas em m/min são as seguintes: 
 
- materiais abrasivos (cinza, escoria, coque, minério, bauxita, areia): 5 
- materiais semi-abrasivos (carvão, calcário, rocha fosfática, sal): 20 
- materiais pouco abrasivos (milho, soja, cavacos de madeira, grãos): 30 a 60 
 
A potência do transportador de corrente é dada pela equação (2.9). 
 
 
Transportador-elevador de caçamba 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 26 
O transportador-elevador de caçambas é empregado para grandes distâncias. O 
material é transportado no interior de caçambas suspensas em cabos de aço ou em eixos 
com roletes nas duas extremidades e que se movimentam em trilhos. A descarga é feita 
pela inversão das caçambas. A movimentação também pode ser realizada à custa de 
correntes. Os tipos mais simples, com caçambas suspensas diretamente em roldanas que 
deslizam em cabos de aço, são comuns no transporte de minérios a longa distância ou 
de materiais que devem ser submetidos a operações sucessivas realizadas em diversos 
equipamentos. O material é submetido ao processamento sem sair da caçamba. 
A largura do transportador de caçamba pode ser obtida da seguinte maneira. 
Calcula-se inicialmente o valor de CN dado por: 
 


800
.
N
C (2.12) 
 
e então encontra-se a largura associada ao valor de CN utilizando a Tabela IV-11 dos 
anexos. Na equação anterior todos os valores estão no SI. 
A potência pode ser obtida da Figura IV-13 dos anexos sendo multiplicada por 
/800 a fim de corrigir a diferença entre a massa específica da matéria-prima utilizada e 
a massa específica padrão (800 kg/m
3
) para a qual a figura IV-13 foi elaborada. 
O transportador vibratório ou oscilante presta-se para movimentar sólidos densos 
e de escoamento fácil. As partículas ficam sobre uma calha horizontal ou ligeiramente 
inclinada que vibra pela ação de excêntricos ou vibradores eletromagnéticos conforme a 
figura a seguir apresenta. 
 
 
Transportador vibratório 
 
 
 
Transportador vibratório 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 27 
A Figura IV-15 dos anexos permite calcular as dimensões da calha e o 
comprimento máximo por unidade oscilante. 
Para unidades de pequeno comprimento utilizadas como alimentadores a 
capacidade pode ser dada por: 
 
 
khl
AP
....v..
21
  (2.13) 
 
onde todas as variáveis são dadas no SI, sendo 
1 – fator de granulometria (1,0 para a areia, 0,8 a 0,9 para pedras até 15 cm e 0,6 para 
pedras maiores) 
2 – fator de umidade (1,0 para material seco, 0,8 para material molhado e 0,6 para 
material argiloso) 
v – velocidade do material na placa vibrante em função da frequência e da amplitude, 
obtida da Figura IV-16 dos anexos 
l – largura da placa 
h – espessura da camada de material sobre a placa, e que varia com a granulometria 
como segue: 
h0,2L para pedras pequenas (areia) 
h0,3L para pedras até 15 cm 
h0,5L para pedras grandes 
AP – massa específica aparente 
k – fator de inclinação (1,0 para transportador horizontal, 1,5 para inclinação de 5
o
 e 2,5 
para inclinação de 10
o
) 
Uma correlação mais moderna para a capacidade é dada por: 
 
AP
hl  ...v.1,1 (2.14) 
 
.N.a9,5v  (2.15) 
 
onde todas as variáveis estão no SI e “N” e “a” são a rotação e a amplitude 
respectivamente. 
A potência consumida varia muito com o projeto, mas frequentemente o consumo 
é determinado pelas características de partida. Em primeira aproximação pode-se 
utilizar a seguinte expressão: 
 
senaNm
m
m
Pot
C
B
C 23148,8 






 (2.16) 
 
onde todas as variáveis estão no SI, mC é a massa da calha transportadora, mB é a massa 
da base de contrabalanceamento e  é o ângulo de mudança de fase. 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 28 
 
Transportador flexível por gravidade (Esteira transportadora de rodízios) 
 
 
 
 
Transportador por gravidade (Esteira transportadora de roletes) 
 
 
O transportador por gravidade é o mais simples dos dispositivos para realizar o 
transporte de sólidos. O sólido escoa por gravidade sobre um plano inclinado em 
relação à horizontal com um ângulo superior ao do repouso do material. O transportador 
por gravidade pode ser de roletes ou roldanas ou utilizar calhas ou dutos inclinados por 
onde o sólido escoe livremente. O ângulo de inclinação determinará a velocidade de 
escoamento das partículas. Quanto maior o ângulo de inclinação, mais as partículas 
acelerarão durante o transporte podendo haver queda excessiva das partículas. O recurso 
é reduzir a inclinação, colocar barras transversais para retardar o movimento das 
partículas ou introduzir curvas no transportador, como por exemplo, um transportador 
que se desenvolve em espiral em torno de uma coluna central. 
 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 29 
Dispositivos Arrastadores 
 
- calha 
- helicoidal 
 
 
Dispositivo arrastador 
 
 
O transportador de calha é simples e o mais barato dos transportadores de sólidos, 
aplicando-se a uma variedade de materiais e situações. Em virtude do custo de 
manutenção elevado e da grande potência consumida, este transportador aplica-se, de 
preferência, ao transporte curto. Adapta-se melhor ao transporte inclinadoque o de 
correias. 
Consta de uma calha de madeira ou aço, no interior da qual algumas raspadeiras 
se movimentam e arrastam consigo o sólido a transportar. Nas instalações mais simples, 
tanto a calha como as raspadeiras são de madeira. As raspadeiras são presas a correntes 
com orelhas verticais (veja figura a seguir (a)). Em instalações melhores, as calhas e as 
raspadeiras são de aço. Os tipos mais caros de transportadores deste gênero são feitos 
com raspadeiras presas a eixos que se apoiam em rolamentos (figura a seguir (b)). 
 
 
Transportador de calha 
 
Um tipo especial de transportador de calha é o transportador com raspadeiras de 
esqueleto (veja figura a seguir), que são vazadas, com a forma de L ou U. O material 
move-se em massa no interior da calha. Os transportadores de esqueleto aplicam-se 
quando as partículas do material se travam mutuamente durante o transporte. São 
vantajosos quanto à economia de instalação e energia, em virtude da eliminação de uma 
boa parte do peso morto das raspadeiras. 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 30 
 
Transportador de esqueleto 
 
 
Para materiais com massa específica de 800 kg/m
3
 transportados na horizontal, a 
Tabela IV-12 pode ser utilizada para o dimensionamento. A distância entre as 
raspadeiras terá que ser adotada. Para transportadores que deverão transportar materiais 
com massa específica diferente de 800 kg/m
3
, a capacidade será proporcional à massa 
específica. A velocidade do transportador é geralmente de 0,5 m/s. Valores 
recomendados de velocidade encontram-se na Tabela IV-13 nos anexos. Se o 
transportador for inclinado, sua capacidade cairá na proporção indicada na Tabela IV-
13. 
Para a potência, tem-se que: 
 
HLK ..95,8...95,8Pot   (2.17) 
 
onde K é uma constante igual a 0,78 para raspadeiras montadas em roldanas e igual a 
0,933 para raspadeiras montadas em sapatas, L é o comprimento e H é a elevação. A 
potência instalada deverá ser 20% maior. 
 
 
 
Transportador helicoidal 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 31 
O transportador helicoidal é um tipo versátil de transportador para pequenas 
distâncias, servindo para realizar simultaneamente outros tipos de operação como 
mistura, lavagem, cristalização, resfriamento, extração ou secagem. Consta de uma 
canaleta de seção semi-circular no interior da qual gira um eixo com uma helicoide 
como apresentam as figuras acima. 
Os problemas mais importantes de projeto do transportador helicoidal são a 
determinação do tamanho e do número de rotações da helicoide e o cálculo do consumo 
de energia. 
As dimensões podem ser determinadas por vários métodos: 
 
Método 1 
 
Primeiramente verifica-se a que classe pertence o material conforme o quadro a 
seguir: 
 
Classe do 
material 
Fator F Exemplos 
A 0,4 Materiais finos, leves, não abrasivos e de escoamento fácil, 
de 500 a 600 kg/m
3
 (carvão moído, caroço de algodão, 
milho, trigo, cevada, arroz, malte, cal em pó, farinha e 
linhaça) 
B 0,6 Materiais não abrasivos de até 800 kg/m
3
, em grãos 
pequenos misturados com finos. (alumen fino, pó de carvão, 
grafite em flocos, cal hidratada, café, cacau, soja, milho em 
grãos, farelo e gelatina em grãos) 
C 1,0 Materiais semi abrasivos em grãos pequenos misturados com 
finos de 600 a 1120 kg/m
3
 (alumen em pedras, borax, carvão 
grosso, linhito, cinzas, sal grosso, barrilha, lama sanitária, 
sabão em pó, cevada úmida, amido, açúcar refinado, cortiça 
moída, leite em pó, e polpa de celulose. 
D 1 a 2 Materiais semi-abrasivos ou abrasivos, finos, granulares, ou 
em pedaços misturados com finos, de 800 a 1600 kg/m
3
. 
bauxita (1,8), negro de fumo (1,6), cimento (1,4), giz (1,4), 
gesso (1,6), argila (2), fluorita (2), óxido de chumbo (1), cal 
em pedra (1,3), calcário (1,6), fosfato ácido com 7% de 
umidade (1,4), areia seca (2), xisto britado (1,8) e açúcar 
mascavo (1,8). 
E Materiais abrasivos de escoamento difícil. Cinzas (4), 
fuligem (3,5), quartzo em pó (2,5), areia e sílica (2). 
 
Calcula-se a capacidade volumétrica nominal por: 
 
p
AP
.
Q
N


 (2.18) 
 
onde p é retirado da Figura IV-22 de acordo com a inclinação do transportador. 
Entrando-se com QN na Figura IV-21 de acordo com a classe do material, define-se 
então a rotação e o diâmetro da helicoide. Para os materiais da classe E, entra-se na 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 32 
Figura IV-21(d) com o dobro da capacidade de projeto, mantendo-se o cuidado para não 
ultrapassar uma rotação de 40 rpm. 
A potência pode ser obtida por: 
 
H..66,17L.F..83,9Pot   (2.19) 
 
onde todas as variáveis estão no SI, L é o comprimento do transportador e H é a 
elevação. Se o comprimento foi maior que 30 m, deve-se acrescentar de 10 a 15% no 
resultado. Caso a potência seja menor que 2 HP, deve-se multiplicar o resultado por 2 e, 
se estiver de 2 a 4HP, multiplica-se por 1,5. Quando o carregamento for feito por 
gravidade, a partir de um silo, acrescenta-se de 0,5 a 1HP no resultado obtido. 
 
Método 2 
 
O diâmetro é dado por: 
AP
/95,3D  (2.20) 
 
e a rotação por 
 
D
3125,0
N  (2.21) 
Método 3 
 
Basta usar a Tabela IV-16 dos anexos; entrando com a capacidade determina-se o 
diâmetro e a rotação. 
 
Outra forma de se calcular a potência é dada por: 
 
S
MV F
PP





 


Pot (2.22) 
 
 
RDV
FFDNLP .....78,5 (2.23) 
 
 
PHMM
FFFLP .....45,19  (2.24) 
 
onde PV é a potência para movimentar o transportador vazio, PM é a potência necessária 
para mover o material, FS é o fator de sobrecarga,  é o rendimento da transmissão 
empregada e FD é o fator que depende do diâmetro da helicoide. 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 33 
 
 
 
Dispositivos Elevadores 
 
- helicoidais 
- de caneca 
- pneumáticos (serão apresentados no Capítulo 3) 
 
O elevador helicoidal é idêntico aos transportadores helicoidais já descritos, 
porém um tubo cilíndrico vertical deverá ser utilizado em substituição à calha semi-
circular e, além disso, a folga entre a helicoide e o tubo deverá ser bastante limitada. A 
helicoide precisa ser bem polida para diminuir o atrito. A elevação máxima com 
elevadores helicoidais é de 12m. A potência pode ser calculada por: 
 
H..66,17L.F..83,9Pot   (2.25) 
 
 
Elevador de canecas 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 34 
 
Detalhe do acionamento do elevador de canecas 
 
 
A alimentação do elevador de canecas pode ser por gravidade ou alimentação 
direta e por captação ou dragagem. 
 
Alimentação direta: A entrada de materiais no elevador de canecas é efetuada 
diretamente sobre a caneca, provocando o seu enchimento; 
Dragagem: As canecas do elevador de canecas precisam passar pelo fundo do 
transportador para “carregar” o material que nele está depositado. Na alimentação por 
captação ou dragagem, quanto menor for o espaçamento entre as canecas, mais 
suavemente é feita a carga com menor esforço para a correia. O fundo do poço do 
elevador deve ter uma curva de concordância com o movimento das canecas, pois isso 
auxilia na alimentação, bem como na sua própria limpeza. O pé do elevador, também 
chamado de poço do elevador, deve ser mantido permanentemente limpo. O acúmulo de 
material no poço do elevador, principalmente se o material for de natureza agregável, 
provocará impactos contra as canecas e, por conseguinte a danificação das canecas e/ou 
da correia. 
 
Descarga (Elevador de canecas) 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 35 
 
Para a descarga deve-se levar em conta a relação entre aforça peso do conjunto 
caneca material-tambor e a força centrífuga, velocidade do elevador de canecas e tipo de 
descarga. Quanto à descarga, os elevadores podem ser classificados em: 
 
Centrífugos: Elevador que utiliza a força centrífuga para efetuar a descarga do material 
do interior de suas canecas. Precisa, portanto, operar com maiores velocidades para que 
o material consiga ser “lançado” para as calhas de descarga; 
Por Gravidade: Elevador que utiliza o peso do material para realização da descarga, 
este tipo de descarga possui velocidade baixa; 
Misto: O elevador utiliza a força centrifuga, mas também suas canecas estão montadas 
em sequência, como nos de gravidade. 
 
Os problemas de projeto dos elevadores de caneca são: a fixação da velocidade de 
transporte, o cálculo das medidas das canecas e a previsão da potência necessária. 
A velocidade de transporte pode ser tomada a partir da Tabela IV-17. 
A capacidade pode ser relacionada com as demais variáveis pela seguinte 
expressão: 
d
wl
AP


...v.1,2 2
 (2.26) 
 
onde d geralmente vale 0,3; 0,4 ou 0,45 metros. 
 
 
Dimensões das canecas (w, d, l) 
Podem ser propostas relações entre as dimensões como l=d e l=2w e assim tem-se 
que: 
AP
d  ..v.525,0 2 (2.27) 
 
Um método simples para dimensionar um elevador de escoamento contínuo é 
utilizar a Figura IV-28 dos anexos. 
 
Elevador de escoamento contínuo 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 36 
A potência pode ser calculada por: 
 
H..66,17Pot  (2.28) 
 
Uma correlação mais completa é apresentada na Figura IV-29 (veja os anexos). 
 
 
Construção de uma escada rolante 
 
 
 
Detalhes do mecanismo de uma escada rolante 
 
 
 
 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 37 
Dispositivos Alimentadores 
 
- volumétricos 
- gravimétricos 
 
 
 
Válvula de gaveta manual para a descarga de silos 
 
 
 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 38 
 
Alimentador de comporta com contrapeso e alimentador com dupla comporta 
 
 
Mesa dosadora 
 
 
Alimentador gravimétrico de correia dosadora 
 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 39 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
Gomide, R. Operações Unitárias vol.(1). Cenpro LTDA – São Paulo, 
1980. 
 
Souza, M. L. Procesamiento de Minerales I: Britagem. Disponível em: 
http://slideplayer.com.br/slide/1241323/ 
 
Souza, M. L. Procesamiento de Minerales II: Minerodutos.; Disponível 
em: http://slideplayer.com.br/slide/1355147/ 
 
Taggart, A. F. Handbook of Mineral Dressing. John Wiley & Sons, 
New York, 1945. 
 
Teixeira, H. G. Desenvolvimento de um Sistema para 
Dimensionamento, Análise e Otimização de Circuitos de 
Preparação de Minérios. Dissertação de mestrado; Programa de pós-
graduação em Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas da 
UFMG, 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 40 
Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE 
Disciplina: Operações Unitárias A 
Prof. Marcos Moreira 
 
Lista de Exercícios 
 
1) Dimensione um britador de mandíbulas (gape, A, C, S, Desloc.) para 
britar a seco 140 ton/h de minério de ferro com blocos de tamanho máximo 
de 80 cm de diâmetro. Verifique pelo critério de Taggart se o britador de 
mandíbulas é o mais adequado. Calcule a potência necessária para a 
operação utilizando a Lei de Bond. 
 
2) Com auxílio da figura III-14 presente nos anexos, selecione um britador 
de rolos lisos (diâmetro e largura dos rolos e potência necessária) para 
britar um minério duro desde um tamanho médio de 4 cm até partículas de 
1 cm. A capacidade desejada é de 35 ton/h. 
 
3) Fazer uma estimativa da energia necessária para britar a seco 100 ton/h 
de calcita (um tipo de calcário), desde um diâmetro médio de 5 cm (A80) 
até o diâmetro final de 8 mesh Tyler (P80). Utilize as Leis de Kick, Rittinger 
e Bond. 
 
4) O britamento da hematita (Fe2O3) está sendo realizado a úmido numa 
indústria com um britador intermediário de cilindros lisos. Na operação 
atual um quarto de HP é consumido para acionar o britador vazio e um total 
de 14 HP são consumidos durante a fragmentação de 6,4 ton/h do minério, 
desde um diâmetro de 3 mm até 1 mm. Se o espaçamento entre os cilindros 
for diminuído à metade, qual será o novo consumo de energia esperado? 
Utilize as Leis de Kick, Rittinger e Bond. 
 
5) Selecione um moinho de bolas para moer 10 ton/h de ferro-silício úmido 
(material duro) de 1 cm até 100 mesh Tyler. Indique as dimensões, a 
rotação, a potência e a carga de bolas. Confirme o consumo utilizando a Lei 
de Bond. 
 
6) Selecione um moinho de bolas para moer 40 ton/h de bauxita (material 
com dureza de 1 a 3 na escala mohs rico em alumínio) de 0,5 cm até 100 
mesh Tyler. Indique as dimensões, a rotação, a potência e a carga de bolas. 
Confirme o consumo utilizando a Lei de Bond. 
 
7) Faça uma estimativa da energia necessária para moer 5 ton/h de carvão 
desde um tamanho inicial de partículas de 1 cm até 100 mesh Tyler. Faça 
uma lista de todas as hipóteses necessárias para chegar ao resultado. 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 41 
 
8) Um moinho de bolas é utilizado para moer 85 ton/h de dolomita (3,5 a 4 
na escala mohs) desde um tamanho de 48 até 200 mesh Tyler. Calcule as 
dimensões, a rotação, a potência e a carga de bolas. 
 
9) Um carvão é recebido em fragmentos de aproximadamente 8 mm de 
diâmetro e deverá ser moído a seco num moinho de bolas até 150 mesh 
Tyler. Selecione um moinho para a capacidade de 100 ton/h de material 
moído. Justifique as hipóteses que fizer. 
 
10) Calcular a largura de um transportador de correia destinado a 
transportar na horizontal 20 ton/h de um sólido de massa específica 1,2 
ton/m
3
 à velocidade de 30 m/min. 
 
11) Calcular o consumo de energia de um transportador de correia de 36 in 
de largura transportando a 80 m/min, 260 ton/h de um sólido granular de 
massa específica 0,8 ton/m
3
. O comprimento total do transportador é de 
100 m e a eleveção é de 15 m. 
 
12) Deseja-se projetar um transportador de correia com capacidade para 
transportar 70 ton/h de sal comum à distância de 197 m medida na 
horizontal e uma altura de 17 m. 
a- Verifique se a inclinação não excede o ângulo máximo permitido para a 
operação 
b- Verifique a velocidade indicada para a operação, o fator k (tabela IV-5) 
de redução da capacidade do transportador inclinado e a largura da correia 
obtida da figura IV-5 
c- Calcule a potência instalada a partir de (2.3) 
 
13) Fazer o pré-dimensionamento de um transportador de caçambas 
basculantes para 12 ton/h de cavacos de madeira. A distância horizontal de 
transporte é de 80 m, com um desnível entre os pontos de carga e descarga 
de 20 m. 
 
14) Recomendar um transportador de calha para transportar 30 ton/h de 
sabão em escamas a uma distância de 20 m medida numa inclinação de 20
o
 
com a horizontal. 
 
15) Selecione um transportador helicoidal para transportar 38 ton/h de sal 
moído a uma distância de 20 m na horizontal. 
 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 43 
 
Escalas de dureza (Mohs e absoluta) 
 
 
 
 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 44 
 
 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira 46 
 
 
 
 
 
 
Tabela IV-5 

o
 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 
k 1,00 1,00 0,99 0,98 0,97 0,95 0,93 0,91 0,89 0,85 0,81 0,76 0,71 
 
Fragmentação e Transporte de Sólidos – Prof. Marcos Moreira47 
 
 
 
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Fig. IV.28 - Carta para dimensionar elevadores de escoamento contínuo.