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Enzimologia Laboratorial Hepática

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ENZIMOLOGIA HEPÁTICA
VETERINÁRIA
Marcio A. B. Moreira
Fisiologia Hepática
• Metabolismo e síntese
– Proteínas: maioria das proteínas como ALBUMINA, fatores de 
coagulação (como fibrinogênio) e globulinas
– Carboidratos: armazenamento da glicose em forma de 
glicogênio hepático
– Lipídios: produz triglicerídeos, colesterol e lipoproteínas
• Armazenamento: glicogênio, triglicerídeos, ferro, cobre
• Excreção: BILE (auxiliar na digestão)
• Remoção – “limpeza:
– SISTEMA FAGOCITÁRIO MONONUCLEAR através das 
Células de Kupffer (macrófagos hepáticos)
– Remoção de células danificadas (eritrócitos, leucócitos, 
plaquetas), micro-organismos e endotoxinas do sangue
– Metabolismo e excreção de drogas
Fisiologia Hepática
Fisiologia Hepática
Fisiologia Hepática
AVALIAÇÃO DO FÍGADO
• Determinar a atividade das enzimas hepáticas
– ALT
– AST
– GGT
– FA (ALP)
• Avaliação da capacidade de síntese, metabolismo e 
excreção hepáticos
– Albumina
– Uréia
– Glicemia
– Tempo de Coagulação
– Bilirrubina
– Ácidos Biliares
Enzimas de estravasamento (marcadores de necrose)
Enzimas de indução (marcadores de colestase)
• Antiga TGP (Transaminase glutâmico-pirúvica)
• Além do fígado esta presente no músculo (5 a 25%)
• Quando suspeita-se do aumento de ALT por lesão muscular 
dosar CK (creatina cinase)
• Localizada no citoplasma
• Principais alterações que levam a lesão em hepatócitos: Hipóxia, 
acúmulo de lipídios, toxinas bacterianas, inflamação, neoplasias, 
compostos químicos tóxicos, medicamentos, entre outros 
• Glicocorticóide – 2 a 5x o valor normal (indução enzimática)
• 40x – hepatopatia
• Medicamentos anticonvulsivantes – lesão de hepatócitos e 
indução
ALT (Alanina Aminotransferase)
• Aumento não identifica o tipo de lesão
• Aumenta aprox. 12 horas após a lesão 
e atinge pico em 48 horas
• Meia vida
• Cães – aprox. 60 horas
• Eqüinos e ruminantes – não utilizada 
ALT (Alanina Aminotransferase)
AST (Aspartato Aminotransferase)
• Antigamente denominada de TGO (Transaminase 
glutâmico-oxalacética)
• Citoplasma e mitocôndria
• Hepatócitos e células musculares
• Não utilizada em cães e gatos – ALT mais 
específica de lesão hepática, mesmas 
enfermidades
• Eqüinos e ruminantes enzima de escolha para 
detecção de lesão hepática
• Meia vida – cães 5 horas
Gatos 1 a 2 horas
Eqüinos 50 horas 
Outras Enzimas
• SD (sorbitol desidrogenase)
• Glutamato desidrogenase
• Enzimas hepatoespecíficas
• Não existem kits comerciais 
Interpretação
Distúrbios que causam aumento da atividade da ALT e AST:
Lesões degenerativas Hipóxia (anemia) ou congestão
Alterações metabólicas Lipidose hepática
Neoplasias Linfoma, carcinoma hepático, metástases
Infecciosas Leptospirose, PIF, colangio hepatite bacteriana, 
abcessos hepáticos
Lesões Tóxicas Cobre, ferro (equinos e bovinos), esteroides, 
anestésicos, antibióticos, antinflamatórios, fenobarbital, 
aflatoxinas, plantas tóxicas
Traumáticas atropelamento
Enzimas que indicam colestase
• Enzimas que são produzidas, 
induzidas pela estase biliar ou por 
substâncias que são excretadas pelo 
sistema biliar
• Fosfatase alcalina (FA)
• Gama-glutamiltransferase (GGT)
• FA
• Sintetizada no fígado, osteoclastos, 
rim, intestino e na placenta
• Rim, intestino e placenta – meia vida 
de 2 minutos
Enzimas que indicam colestase
• FA – origem óssea
• Animais em fase de crescimento
• Osteomielite
• Osteossarcoma
• Hiperparatireoidismo
Enzimas que indicam colestase
• FA – induzida por medicamentos
• Glicocorticóides – produção pelo 
sistema hepatobiliar – meia vida de 72 
horas
• Anticonvulsivantes (fenobarbital....)
Enzimas que indicam colestase
• FA – Hepática
• Colestase – Aumento da pressão no 
lúmen dos ductos biliares induz a 
produção de FA pelos hepatócitos e 
células dos ductos
• Meia vida – 72 horas no cão
6 horas no gato (produz 
menos FA)
Enzimas que indicam colestase
• Gama-glutamiltransferase (GGT)
• Produzida principalmente rins, pâncreas e 
fígado
• Maior parte da enzima sérica é hepática
• Pode ser induzida pelo corticóide
• Aumenta nos casos de colestase
• Utilizada principalmente em gatos, eqüinos 
e ruminantes
Enzimas que indicam colestase
Interpretação
Distúrbios que causam aumento da atividade da FA e GGT:
COLESTASE
(distúrbios que diminuem o 
fluxo biliar)
DEGENERATIVA: necrose ou tumefação 
do hepatócito que resulta em 
comprometimento do fluxo biliar
METABÓLICA: lipidose, colelitíase
NEOPLÁSICA: carcinomas, linfomas
TÓXICA; plantas tóxicas
INDUÇÃO POR DROGAS 
ou HORMÔNIOS
Fenobarbital, corticosteróides, tiroxina
ELEVADA ATIVIDADE 
OSTEOBLÁSTICA
Osteossarcomas, consolidação de fraturas
ALTERAÇÕES MAMÁRIAS Neoplasias benignas ou malígnas, 
lactação (colostro – elevação temporária)
AVALIAÇÃO DO FLUXO BILIAR
Ângela Bacic
METABOLISMO DA BILIRRUBINA
• PRÉ-HEPÁTICA
• Aumento da produção de bilirrubina
– Anemias hemolíticas: 
• Auto-imunes
• Infecciosas: babesioses, leptospiroses
• Tóxicas: zinco, cobre, cebolas
– Extravasamento de sangue:
• Hematomas extensos
• Hemotórax
• Hemoperitôneo
CLASSIFICAÇÃO ICTERÍCIA
• PRÉ-HEPÁTICA
• Hemólise intravascular:
– Hemoglobina > bilirrubina
– Anemia
– Hemoglobinuria
– Desenvolvem icterícia em 2 a 3 dias
• Hemólise extravascular
– Bilirrubina > hemoglobina
– Anemia + icterícia
– bilirrubinúria
quadros agudos
AVALIAÇÃO CONJUNTA 
COM HEMOGRAMA
CLASSIFICAÇÃO ICTERÍCIA
• HEPÁTICA ou INTRA-HEPÁTICA
• Anormalidades na conjugação ou secreção da 
bilirrubina decorrentes de doença hepática:
• lipidose
• hepatopatia por esteróides
• neoplasias
• hepatites
• intoxicação por plantas
• Infecsões: leptospirose
• ENZIMAS HEPÁTICAS ELEVADAS
CLASSIFICAÇÃO ICTERÍCIA
• PÓS - HEPÁTICA 
– Obstrução do Ducto Biliar
• Colelitíase
• Pancreatite
• Neoplasias de duodeno, pâncreas ou ducto biliar
• Parasitas hepáticos
– Ruptura de Vesícula Biliar
– ENZIMAS HEPÁTICAS ELEVADAS (FA E GGT)
– Exame de ultra-som auxilia na diferenciação da 
hepática e pós-hepática
CLASSIFICAÇÃO ICTERÍCIA
AVALIAÇÃO DO FLUXO BILIAR
BT = BI + BD
>50% BT = BI: hemólise severa aguda
>50% BT = BD: perda da função hepatocelular 
(toxinas, infecções, trauma) ou obstrução ao fluxo 
de bile (pressão por hepatócitos inflamados, 
tumores, abscessos...)
AVALIAÇÃO DO FLUXO BILIAR
Dosagem de ácidos biliares
Ângela Bacic
Dosagem de ácidos biliares
• Mais sensível – bilirrubina
• Pouca informação em pacientes ictéricos
• Coletar duas amostras – Jejum e após duas horas da alimentação
Circulação entero-hepática normal dos ácidos biliares
Dosagem de ácidos biliares
Após duas horas – fígado remove o excesso de ác. Biliares – lesão 
hepática – escapa dessa filtragem
Dosagem de ácidos biliares
• Interpretação
Jejum – Valores ínfimos (0-5 µmol/L)
Duas horas após alimentação – pequenos aumentos
• Valores Normais
Cães – menor que 25µmol/L
Gatos- menor que 20µmol/L
• Aumento no jejum
Alteração de contração da ves. biliar
Má absorção intestinal
Alteração hepática
• Aumento na dosagem pós-prandial
•Alteração hepática
Dosagem de uréia e amônia
Dosagem de uréia e amônia
• Hepatopatas podem ter distúrbios de coagulação
• Fatores de Coagulação produzidos pelo fígado: 
– Fator I – fibrinogênio
– Fator II – protrombina
– Fatores: V, VII, IX, X, XII e XIII
• Provas de Coagulação:
– Fibrinogênio
– Tempo de coagulação
– Tempo de Protrombina
– Entre outros
DISTÚRBIOS DE COAGULAÇÃO
DOSAGEM DE ALBUMINA SÉRICA
A concentração sérica de albumina tende a estar diminuída (hipoalbuminemia) na 
insuficiência hepática crônica, levando à formação de edema e/ou ascite. (Excluir 
perdas pelo intestino e rins).
DOSAGEM DE COLESTEROL E TRIGLICÉRIDES SÉRICOS
As concentrações séricas de colesterol e de triglicérides podem aumentar em 
algumas hepatopatias (hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia, 
espectivamente). Porém, isso também pode ocorrer em outros distúrbios 
orgânicos (e.g., endocrinopatias).
DOSAGEM DE GLICOSE SÉRICA
Pode haver diminuição do nível séricode glicose (hipoglicemia) quando >75% da
massa hepática estiver lesada (por diminuição da gliconeogênese e da 
depuração da insulina)
Dosagem de albumina, glicose, 
colesterol e triglicérides
• FIM

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