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Matéria: Direito Tributário Professor: Cadu Carrilho C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 2 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Estamos mais ou menos na metade de todo conteúdo da matéria. Espero que até aqui você esteja aproveitando. Aprenderemos os dispositivos no CTN sobre legislação tributária, quais os instrumentos normativos que são utilizados especificamente nos assuntos tributários, no que tange à instituição, fiscalização e arrecadação dos tributos. Aprenderemos sobre as formas de aplicar e interpretar a legislação tributária. Por fim, as maneiras com que se pode integrar a legislação tributária. Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar". Josué 1:9 SUMÁRIO 1 - Legislação Tributária ......................................................................3 1.1 - Leis .............................................................................................. 3 1.2 – Tratados e Convenções Internacionais .............................................. 8 1.3 – Decretos ....................................................................................... 9 1.4 – Normas Complementares .............................................................. 10 2- Vigência, eficácia e aplicação da legislação tributária ............... 13 2.1 – Vigência no Espaço....................................................................... 14 2.2 – Vigência no Tempo ....................................................................... 15 2.3 – Aplicação da Legislação Tributária .................................................. 17 3- Interpretação e Integração da Legislação Tributária ................. 20 3.1 – Interpretação da Legislação Tributária ............................................ 21 3.2 – Métodos de Interpretação ............................................................. 21 3.3 – Integração da Legislação Tributária ................................................ 25 4 – Questões Comentadas ................................................................. 28 5 – Lista de Exercícios ....................................................................... 69 6 – Gabarito ...................................................................................... 88 Aula - Legislação tributária: fontes do Direito Tributário, vigência, aplicação, integração e interpretação. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 3 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Alguns autores chamam esse assunto de fontes do Direito Tributário, ou seja, de onde tiraremos os conceitos, definições, diretrizes e regras que serão aprendidas e aplicadas no Direito Tributário. As fontes formais são o conjunto de normas referentes ao Direito Tributário que o próprio CTN chama de Legislação Tributária. A legislação tributária abrange não apenas as leis, mas acrescenta-se a essas os tratados e convenções internacionais, bem como os decretos e as normas complementares, quando esses atos normativos versarem sobre tributos e as relações jurídicas relacionadas. Vamos ver melhor cada um desses atos. Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Entretanto, a enumeração de normas que compõem a “legislação tributária” acima descrita é apenas exemplificativa, não sendo exaustiva. O próprio CTN, em seu art. 2º, afirma que “o sistema tributário nacional é regido pelo disposto na EC nº 18/65, em leis complementares, em resoluções do Senado Federal e, nos limites das respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais”. Tenha atenção, portanto, pois os conceitos de legislação tributária e de lei tributária são diferentes, veja que a lei é uma espécie do gênero legislação tributária. Vejamos agora cada uma das normas listas pelo art. 96 do CTN: As leis são atos normativos que se originam no Poder Legislativo, são os únicos instrumentos aptos a inovar no ordenamento jurídico criando direitos e obrigações, sendo que temos as leis ordinárias e as leis complementares – exceção feita a outros atos que tenham força de lei, como as medidas provisórias. Legislação Tributária compreende as leis os tratados e as convenções internacionais decretos normas complementares 1 - Legislação Tributária 1.1 - Leis C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 4 de 88 www.exponencialconcursos.com.br No termo lei também se incluem a nossa Lei Maior, Constituição Federal de 1988, e todas as emendas constitucionais já promulgadas. Não podemos esquecer ainda das leis delegadas e das Resoluções do Senado Federal. Saiba da existência da Lei Delegada, a qual é editada pelo Presidente da República, por delegação feita por Resolução do Congresso Nacional. A lei delegada também integra a legislação tributária, embora praticamente não seja utilizada atualmente. A CF de 88 não previu a figura do decreto-lei, apesar de ainda existirem alguns que foram recepcionados e estão em vigor. Conforme já vimos na aula sobre princípios gerais, quando falamos sobre o princípio da legalidade aplicado aos tributos, o art. 97 do CTN determina as matérias que somente podem ser reguladas por lei. Diversos assuntos sobre tributos só podem ser criados e alterados por meio de lei, ou ato normativo com força de lei. A instituição ou a extinção de tributo deve ser feita por meio de lei, em regra lei ordinária, mas alguns tributos só podem ser criados por meio de lei complementar, relembrando, empréstimos compulsórios, imposto sobre grandes fortunas, imposto residual e contribuições sociais residuais. A lei também aumenta e diminui tributo, sendo que existem casos em que essa regra comporta exceção, como já vimos. Lei também deve definir fato gerador da obrigação tributária e sujeito passivo, ou seja, a identificação de quem deve pagar o tributo. A lei fixa alíquota e base de cálculo dos tributos, são os aspectos numéricos resultando no valor a ser cobrado. A lei que modifica base de cálculo onerando a tributação é considerado aumento do tributo. No entanto, a atualização monetária da base de cálculo não é considerada aumento de tributo. Além disso, lembramos que, conforme o STF, a fixação do prazo para recolhimento de tributo também não se sujeita à reserva legal. Lei define também penalidades aplicadas para as infrações tributárias. As situações caracterizadas como exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários precisam estar previstas na lei. Art. 97. Somente a lei podeestabelecer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; § 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 5 de 88 www.exponencialconcursos.com.br § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. Outro tópico bastante importante ainda no assunto lei é o estudo do art. 146 da CF, que regula as atribuições à lei complementar em regular matéria tributária. Importante conhecer os assuntos que são regulados por um instrumento normativo diferente da regra geral, já que por vezes as bancas exploram essa peculiaridade. Toda vez que a Constituição disser que um assunto deve ser regulado por meio de lei complementar, quer dizer que esse assunto só poderá ser tratado por meio desse instrumento mais rigoroso que é a lei complementar. O artigo da CF citado elenca os diversos assuntos que deverá estar previsto em lei complementar. Cabe à lei complementar dispor sobre conflito de competência tributária entre os entes da federação, deve também regular as limitações ao poder de tributar, essas limitações estão previstas na constituição em forma de princípios e imunidades, a lei complementar regulará mais especificamente esses assuntos. A lei complementar deve estabelecer normas gerais em matéria tributária, o CTN tem esse papel em diversos aspectos. A norma geral em forma de lei complementar deve definir tributos, definir os fatos geradores, base de cálculo e contribuintes dos impostos. A LC também define obrigação, lançamento, crédito prescrição e decadência tributários. A LC deve dispor sobre cooperativismo e sobre o tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, hoje regulado pela LC 123 de 2006, que trata também do Simples Nacional. Reserva Legal relacionada a tributos Instituição e extinção de tributos Majoração e redução de tributos Definição do Fato Gerador da obrigação principal Fixação da alíquota e Base de Cálculo Cominação de penalidades, e suas dispensas ou reduções Hipóteses de extinção, exclusão e suspensão do crédito tributário Não constitui majoração de tributo a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 6 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Art. 146. Cabe à lei complementar: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. Cabe à LC Dispor sobre conflito de competência entre U, E, DF e M Regular Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar Estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre Definição de tributos e suas espécies Definição de FG, BC e contribuinte dos impostos Obrigação, Lançamento, Crédito, Prescrição e Decadência Tributários Adequado tratamento ao ato cooperativo Tratamento diferenciado e favorecido para ME e EPP C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 7 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Quanto às matérias não reservadas à lei complementar, que podem ser reguladas pelo ente federativo por meio de lei ordinária, tal qual a instituição de taxas, você deve conhecer uma regra importante: o STF entende que, nos casos em que for utilizada a lei complementar para tratar de matéria não reservada à lei complementar, a norma será formalmente complementar e materialmente ordinária. Em outras palavras, a lei complementar valerá como lei ordinária, tendo eficácia de lei ordinária. Nesse sentido, o STF rejeitou os Recursos Extraordinários 377.457 e 381.964, nos quais os advogados sustentavam que era ilegítima a revogação de uma lei complementar (LC 70/91) que isentava a cobrança por uma lei ordinária (9.430/96) que determinou a cobrança da Cofins às sociedades civis. Assim, em virtude de se tratar de matéria não reservada à lei complementar, a lei complementar que instituir uma taxa é materialmente ordinária, sendo, por esse motivo, válida a alteração dessa norma por meio de lei ordinária. (FGV/ISS Cuiabá/2014) Determinado Estado da Federação aprova, por meio de lei complementar, uma taxa que vem depois a ser modificada por lei ordinária em relação a dois de seus comandos: alíquota e base de cálculo. Com base no exposto, assinale a afirmativa correta. a) A lei ordinária é inválida, pois não pode alterar a lei complementar. b) A lei ordinária é válida, pois a matéria por ela regulada não é reservada a uma lei complementar. c) A lei ordinária é válida em relação à alíquota mas não em relação à base de cálculo. d) A lei ordinária é válida em relação à base de calculo mas não em relação à alíquota. e) A lei ordinária é inválida e sequer poderá ser convalidada por lei complementar superveniente. Comentários: Nem a instituição de taxas, nem a definição de sua alíquota e de sua base de cálculo são matérias reservadas à lei complementar, podendo, desse modo, o ente federativo, por meio de lei ordinária, instituir a taxa e determinar a alíquota e base de cálculo aplicáveis. Assim, em virtude de se tratar de matéria não reservada à lei complementar, a leicomplementar do Estado que instituiu a taxa é materialmente ordinária, sendo, por esse motivo, válida a sua alteração por meio de lei ordinária da alíquota e da base de cálculo previstas. Gabarito: B C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 8 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Primeiramente é preciso que você saiba que “tratado internacional” e “convenção internacional” são expressões equivalentes. Ambos são acordos entre países, concluídos por escrito e regidos pelo Direito Internacional, esses acordos podem ser bilaterais ou multilaterais. São feitos não apenas entre Estados Soberanos, mas também por Organismos Internacionais. No direito tributário, os tratados e convenções internacionais normalmente objetivam evitar a bitributação internacional e a evasão de divisas por partes dos países que realizam o acordo. Há um procedimento para sua conclusão, que envolve as seguintes etapas, primeiro o Presidente da República por meio de algum representante faz o acordo, depois essa celebração assinada pelo Presidente precisa ser internalizada em nosso ordenamento, isso é feito pelo Congresso Nacional que analisa e vota, utilizando o Decreto Legislativo como instrumento. Despois é ratificado pelo Chefe de Estado e depois promulgado e publicado: Quem celebra e assina o acordo, tratado ou convenção é o Presidente da República em âmbito externo, enquanto que internamente a aprovação é parlamentar por meio do decreto legislativo do Congresso Nacional que confere força de lei ao tratado internacional. O art. 98 do CTN dispõe que os tratados internacionais revogam ou modificam a legislação interna e devem ser também observados mesmo depois que surgirem novas leis. Essa regra causa uma grande discussão sobre as situações jurídicas que podem surgir em decorrência da aplicação desse dispositivo. Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. No que diz respeito à primeira parte da frase, o CTN apresenta uma imprecisão ao mencionar que o tratado internacional revoga ou modifica a legislação tributária interna. A doutrina entende que os tratados, na verdade, apenas suspendem ou modificam a legislação anterior com eles incompatível, não a revogando. Apesar do entendimento doutrinário, e da imprecisão jurídica atente-se que cai em prova, muitas vezes, a previsão literal desse artigo. Celebração do acordo pelo Presidente da República Decreto Legislativo do Congresso Nacional Ratificação pelos Chefes de Estado Promulgação 1.2 – Tratados e Convenções Internacionais C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 9 de 88 www.exponencialconcursos.com.br No que tange à segunda parte da frase, pela literalidade, não seria possível uma lei posterior revogar ou alterar as regras constantes do tratado. Entretanto, o STF tem posição consolidada no sentido de que os tratados internacionais, após cumpridos os procedimentos, adquirem status hierárquico idêntico ao das leis ordinárias (somente aqueles que tratam de direitos humanos estariam em posição de supremacia). Assim, entende o STF que pode uma lei ordinária vir a modificá-lo ou revogá-lo internamente. Se assim não fosse, os representantes do povo, legisladores, estariam “presos” ao acordo internacional sem poder mudar o regramento enquanto outro acordo não fosse feito. De acordo com a doutrina majoritária, as normas tributárias dos tratados internacionais se sobrepõem às das leis internas não por uma superioridade formal, mas em razão do princípio da especialidade. De acordo com tal princípio, o conflito aparente entre normas deve ser resolvido pela aplicação da norma mais específica em detrimento de uma norma mais genérica. Ademais, muita atenção aos termos utilizados no artigo citado, pois apesar de toda discussão sobre o tema, por vezes as bancas cobram a literalidade do artigo 98 do CTN, vamos ver questões que versam sobre isso. Decretos são atos normativos emanados pelo Chefe do Poder Executivo, seja Presidente, Governador ou Prefeito. Existem dois tipos de decretos: (a) decreto regulamentar (previsto no art. 84, IV, da CF) e (b) decreto autônomo (previsto no art. 84, VI, da CF). O primeiro, decreto regulamentador, é ato normativo emanado pelo Chefe do Executivo (Presidente, Governador ou Prefeito) com a função de regulamentar o conteúdo das leis. O escopo desse tipo de decreto não é criar novas obrigações ou direitos e sim regulamentar o conteúdo das leis. CF - Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; O segundo tipo de decreto, chamado de decreto autônomo, é restrito às matérias enumeradas no art. 84, VI. Assim, em matéria tributária, a utilização do decreto autônomo é vedada. Assim, em direito tributário, só pode haver decreto regulamentar. Conforme o art. 99 do CTN, um decreto não pode inovar no ordenamento jurídico. 1.3 – Decretos C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 10 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei. A grande maioria da doutrina entende que o decreto deve ser considerado norma secundária, um ato infralegal, mesmo com essa leitura dos juristas, precisamos marcar na prova que o CTN não colocou no rol das normas complementares. Atenção à pegadinha! Veja que o CTN não incluiu os decretos entre as normas complementares da legislação tributária! Exemplos: em matéria tributária temos vários exemplos de decretos relativos aos impostos, exemplos regulamento do IR, regulamento do IPI, regulamentos estaduais do ICMS, etc. Vimos que as normas complementares fazem parte do que a lei chamou de “legislação tributária”, vamos entender agora um pouco melhor quais os instrumentos considerados normas complementares segundo o CTN. As normas complementares são atos normativos expedidos pelo Executivo com a função de complementar o conteúdo das leis, tratados e decretos. Como apenas detalham a aplicação das normas que complementam, as normas complementares não podem inovar no mundo jurídico. Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 1.4 – Normas Complementares C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 11 de 88 www.exponencialconcursos.com.br a. Atos Normativos expedidos pelas autoridades administrativas: São todos os atos expedidos pelas autoridades do poder executivo. Assim, outras autoridades, além do Chefe do Poder Executivo (inclui desde os mais altos escalões até os chefes de repartições), possuem poder para expedir normas que regulem minudências não tratadas nas leis e decretos. Exemplos: portarias ministeriais, resoluções do Ministro da Fazenda, instruções normativas do secretário da Receita Federal, etc. b. Decisões dos órgãos de jurisdição administrativa a que a lei atribua eficácia normativa São somente as decisões proferidas pelos órgãos de jurisdição administrativa para os quais a lei atribui eficácia normativa. Ocorre que o Executivo possui estruturas julgadoras em sua organização para tratar de casos controvertidos em matéria tributária – o que não afasta a possibilidade de discussão na esfera judicial. Essas decisões de jurisdição administrativa não possuem, a princípio, efeito normativo, produzindo efeitos somente para os casos concretos submetidos a exame. Contudo, é possível que o ente político (U, E, DF ou M) atribua, por lei, efeito normativo às decisões proferidas por seu órgão de jurisdição administrativa, fazendo com que alcancem situações idênticas as dos litígios que as originaram. Exemplo: Decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), o qual faz parte do Ministério da Fazenda. Decisões dos Conselhos de Contribuintes Estaduais. Lembre-se não são todas as decisões, mas sim àquelas que a lei atribua eficácia normativa. Normas Complementares (art. 100, CTN) Atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas Decisões dos órgãos de jurisdição administrativa a que a LEI atribua eficácia normativa Práticas REITERADAMENTE OBSERVADAS pelas autoridades administrativas Convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o DF e os Municípios C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 12 de 88 www.exponencialconcursos.com.br c. Práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas São os costumes administrativos (também chamados de praxe administrativa), geralmente relacionados à forma de aplicar as leis. São todos os procedimentos costumeiramente adotados os quais passam a fazer parte da rotina do órgão administrativo, desde que não sejam contrários às leis nem às decisões do Poder Judiciário. Cuidado: os usos e costumes admitidos são somente os meramente interpretativos, não podendo ocorrer inovação na ordem jurídica, nem a revogação da lei pelos usos e costumes. É o que acontece quando as autoridades fiscais interpretam reiteradamente uma norma jurídica em determinado sentido, de modo que o sujeito passivo acredite que estará agindo de forma correta se seguir aquele entendimento. Se houver modificação na interpretação adotada, seus efeitos só atingirão situações futuras. Importante que você conheça um entendimento pacífico do STJ acerca desse assunto: “Se o contribuinte recolheu o tributo à base de prática administrativa adotada pelo Fisco, eventuais diferenças devidas só podem ser exigidas sem juros de mora e sem atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo” (REsp 98.703/1998). d. Convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o DF e os Municípios. Convênios são ajustes de vontades dos entes políticos internos para a prática ou omissão de determinados atos com o objetivo de aprimorar a arrecadação e fiscalização tributárias. Podem ser celebrados, por exemplo, para permitir o compartilhamento de informações ou a uniformização de obrigações acessórias. Em regra, possuem eficácia infralegal. Contudo, os convênios relativos ao ICMS, por determinação constitucional, podem apresentar FORÇA DE LEI. É o caso dos convênios entre estados e DF pelos quais benefícios fiscais são concedidos ou revogados. A observância das normas complementares exclui a imposição de PENALIDADES, a COBRANÇA DE JUROS DE MORA e a ATUALIZAÇÃO DO VALOR MONETÁRIO da base de cálculo do tributo. Art. 100 - Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 13 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Atenção, pois esses itens chovem em provas! Outro ponto a se observar é a nomenclatura e divisão de disciplinas em provas. Apesar de o termo Legislação Tributária se referir a toda legislação que agora vimos, em geral, os editais classificam como “Direito Tributário” os conhecimentos básicos que são encontrados na constituição, doutrina e leis complementares. Esses conhecimentos estamos adquirindo neste curso. Já “Legislação Tributária” é usado pelas bancas para auferir os conhecimentos acerca dos Regulamentos e leis específicas de cada tributo. Por exemplo, voltando a nossa pirâmide exemplo da legislação do ICMS. Em provas, geralmente a disciplina Direito Tributário irá tratar dos dois itens de cima da pirâmide e Legislação tributária tratará de todos, mas de maneira mais aplicada às situações e com foco no Regulamento. Primeiramente, devemos conhecer as diferenças entre alguns termos relacionados e frequentemente confundidos: vigência, eficácia e validade de uma norma jurídica: Válida: é a lei constitucional, que obedeceu a todos os ritos, prazos e iniciativas de proposição e criação estabelecidos. Pode-se falar em validade formal e validade material. Validade formal ocorre quando os procedimentos de elaboração da lei foram observados e respeitados, enquanto a validade material trata do fato de o conteúdo da lei estar de acordo com a ordem constitucional estabelecida. Vigente: é a lei que terminou seu ciclo de produção, foi publicada, existe juridicamente e já cumpriu o prazo porventura determinado na própria lei para que possua força de produzir efeitos. Muitas leis vêm com o um artigo no final que diz que essa lei entra em vigor na data da sua publicação, ou ainda, na data “tal ou mesmo “daqui a tanto tempo”. O tempo entre a publicação e a vigência é chamado de vacatio legis. Nem sempre a lei em vigor já produz seus efeitos, já que produção de efeitos tem a ver com a eficácia. Além disso, para estar em vigor é preciso que a lei não tenha sido revogada. CF: A Constituição outorga competência a SP para instituir o ICMS, Art. 155 Inciso II Lei Federal de normas Gerais: CTN e Lei Complementar Federal nº 87/96 (LeiKandir ) Lei Estadual cria o ICMS em SP: Lei nº 6374 de 1989 Regulamento: Decreto nº 45.490/00 (RICMS-SP) 2- Vigência, eficácia e aplicação da legislação tributária C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 14 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Eficaz: é a lei que está completamente apta para a efetiva produção de efeitos. Leis tributárias são ótimos exemplos de análise de vigência, pois uma lei que cria um tributo pode ser publicada em um dia e entrar em vigor no mesmo dia, mas ao ter que respeitar os princípios da anterioridade anual e nonagesimal só produzirá efeitos algum tempo depois. Torna-se eficaz a partir do momento em que a lei pode produzir os efeitos para a qual foi criada. Produz efeito também enquanto o STF não a declara inconstitucional. Em regra, a vigência e a eficácia de uma lei ocorrem simultaneamente. Contudo, há casos em que ocorre vigência sem eficácia e também casos em que ocorre eficácia não havendo mais vigência. O lapso de tempo entre a publicação de uma norma e a sua entrada em vigor (vigência) denomina-se vacatio legis. O CTN determina que a vigência, no tempo e no espaço, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, com algumas exceções que são delineadas nos artigos seguintes. Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege- se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo. A vigência no espaço da legislação tributária descreve qual o âmbito territorial em que cada norma vigora, de modo que, nesse espaço determinado, ela deverá ser cumprida. Basta entender a questão da territorialidade. As normas de cada ente, em regra, aplicam-se no seu território. Exemplo: normas da União vigora em todo território nacional, lei Estadual vale no Estado da lei e regra municipal aplica-se dentro do próprio Município. O CTN, na verdade, explorou a exceção a essa regra, ou seja, casos em que será possível a aplicação da extraterritorialidade, de modo que a norma de um determinado ente possa alcançar limites fora de seu território. A extraterritorialidade será reconhecida e aplicável nos casos de convênios entre os entes ou em casos de normas gerais expedidas pela União ou mesmo pelo CTN que é uma norma geral também. Exemplo de convênio: um Município ajusta com outro a possiblidade de fiscalização do ISS sobre prestadores de serviços, que tem sede em um desses municípios, mas presta serviço no outro. Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. 2.1 – Vigência no Espaço C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 15 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Refere-se ao tempo de vida da norma jurídica, período em que deve ser respeitada pela sociedade. O projeto de lei, após ser discutido pelo Legislativo e sancionado pelo Executivo, é promulgado e publicado. Porém, a obrigatoriedade imposta pelo instrumento normativo só estará configurada com o início de sua vigência. Vigência no tempo configura o tempo de vida da norma jurídica. Como o art. 101 do CTN determina que, em regra, a vigência, no tempo e no espaço, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, quando a lei não mencionar a data de início de sua vigência, aplica-se a regra geral contida no art. 1º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, a qual afirma que: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”. Regra, lei entra em vigor na data estipulada pela própria lei, caso a lei seja omissa nesse aspecto, entrará em vigor 45 dias após a sua publicação. O CTN, contudo, traz algumas regras especiais sobre o início da vigência de normas complementares tributárias. Fique atento pois as bancas adoram embaralhar esses incisos nas questões. Lembre-se que falamos sobre as normas complementares da legislação tributária, o próprio CTN nos ensina regras de vigência no tempo sobre essas normas complementares. Regra: Princípio da Territorialidade Norma tem vigência na área pertencente ao ente estatal que a expediu Exceções: Extraterritorialidade prevista em Convênios Lei Complementar da União sobre normas gerais de Direito Tributário e o CTN As leis entram em vigor 2.2 – Vigência no Tempo Na data estabelecida em seu texto Na data estabelecida em seu texto Na ausência de determinação, 45 dias após sua publicação Na ausência de determinação, 45 dias após sua publicação C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 16 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Mais uma vez podemos afirmar que a regra da vigência pode estar descrita no próprio instrumento normativo. Se a norma for omissa vale a regra de que os atos administrativos entram em vigor na data da sua publicação. Já as decisões administrativas com eficácia normativa têm vigência 30 dias após a publicação e os convênios entram em vigor na data prevista neles. Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor: I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação; II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação; III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista. Vejamos na tabela abaixo: NORMA INÍCIO DA VIGÊNCIA Atos normativos das autoridades administrativas Data de sua publicação, SDC Decisões de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa quanto a seus efeitos normativos, 30 dias após a publicação, SDC Convênios entre U, E, DF e M Data neles prevista *SDC = Salvo disposição em contrário ☺ O art. 104 do CTN traz regras especiais sobre a vigência de certas leis tributárias no que tange à entrada em vigor de lei tributária que versam sobre impostos sobre o patrimônio e a renda em relação à instituição, majoração e novas hipóteses de incidência de tributos. Versam também sobre vigência de extinção ou redução de isenção. Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: I - que instituem ou majoram tais impostos; II - que definem novas hipóteses de incidência; III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser demaneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 17 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Atenção: esse dispositivo é tema de diversos debates. Ele não se confunde com a regra da anterioridade. Como já visto, o princípio da anterioridade impede a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Assim, o princípio da anterioridade é uma regra relativa à produção de efeitos (eficácia), NÃO se referindo à vigência. Já o art. 104 do CTN apresenta regras pertinentes à vigência, embora semelhantes ao regramento da anterioridade. Entretanto, parte da doutrina entende que os incisos I e II do art. 104 do CTN não foram recepcionados pela CF/88. Ademais, as bancas continuam cobrando, por vezes, o conhecimento do artigo citado. No caso de extinção ou redução de isenções, o CTN traz uma proteção maior que a conferida pela CF, na interpretação do STF. De acordo com o STF, a extinção de uma isenção poderia produzir efeitos imediatos. Contudo, o CTN determina que, para impostos sobre o patrimônio e a renda, a extinção de uma isenção somente entra em vigor no primeiro dia do exercício seguinte, a não ser que a própria lei disponha de maneira mais favorável ao contribuinte. Fique atento a essa divergência, pois os dois entendimentos caem em prova. Para a prova leve que o entendimento do STF é que a lei que revoga isenção ou extingue isenção pode ser aplicada desde a sua publicação, e o CTN diz que deve entrar em vigor só no ano seguinte, responda de acordo com o solicitado pelo enunciado. A legislação tributária é composta por normas abstratas e gerais que devem ser seguidas por todos os destinatários dessas normas. Aplicar a legislação tributária consiste em fazer com que as situações abstratas, genéricas e universais que configuram apenas hipóteses previstas nas normas, sejam aplicadas aos casos e às situações concretos. Entram em vigor no 1º dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a IMPOSTOS sobre o PATRIMÔNIO e RENDA que instituam ou majorem tais impostos definam novas hipóteses de incidência extinguam ou reduzam insenções 2.3 – Aplicação da Legislação Tributária IR, IGF, ITR, IPTU, IPVA, ITCMD e ITBI 2.3 – Aplicação da Legislação TributáriaIR, IGF, ITR, IPTU, IPVA, ITCMD e ITBI C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 18 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Significa colocar em prática a vontade do legislador, aplicando a legislação tributária e as consequências previstas. A legislação tributária aplica-se imediatamente a fatos geradores que virão a partir dela, ou seja, a fatos futuros ou ainda aos fatos pendentes. Trata-se da irretroatividade, a contrário senso, não pode a legislação tributária retroagir aplicando-se a fatos pretéritos, pelo menos em regra, já que ao fato passado aplica-se a regra em vigor à época em que ocorreu o fato. A aplicação também pode ser para fatos pendentes, são fatos que tenham se iniciado, mas ainda não tenham sido concluídos. De acordo com o art. 105 do CTN, fatos pendentes são aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não estejam completos. Assim, a legislação tributária se aplicaria a fatos que se aperfeiçoarão em um momento futuro. Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116. Conforme vimos na aula sobre princípios gerais, como regra geral, a lei tributária não retroagirá. Quanto à instituição ou majoração de tributos, a lei tributária NUNCA RETROAGIRÁ. Contudo, em relação a outros temas, o princípio da irretroatividade não é um postulado absoluto. Conforme os incisos I e II do art. 106 do CTN, temos duas exceções ao princípio da irretroatividade tributária: A primeira refere-se às leis meramente interpretativas, que buscam esclarecer o conteúdo de uma lei anterior. Há casos em que a legislação pode ser aplicada a fatos do passado, parece meio estranho e sem sentido, mas para entender melhor precisamos conhecer os casos em que se aplica a lei a atos ou fatos pretéritos. A lei que for expressamente interpretativa pode ser aplicada a fatos pretéritos, sendo que essa lei interpretativa não pode impor penalidade à infração sobre dispositivo interpretado. Nesses casos, por não haver, de fato, uma inovação no ordenamento jurídico, não há impedimentos para a aplicação da lei em relação a fatos pretéritos. Ainda assim, o CTN proíbe a punição dos contribuintes que agiram em desacordo com o dispositivo interpretado pela lei nova, em razão da possibilidade de o equívoco ter sido cometido pela falta de clareza da lei. Exemplo: se um contribuinte tiver efetuado o pagamento de um tributo em um valor menor que o devido e posteriormente uma lei nova esclareça o sentido da antiga na qual ele havia se baseado, evidenciando o equívoco, ele deverá pagar a diferença, mas não será cobrada multa sobre esse valor. A segunda exceção trata das leis mais benignas aplicadas aos infratores da legislação tributária em relação a atos não definitivamente julgados. Acontece, em relação a atos passados, quando a lei: C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 19 de 88 www.exponencialconcursos.com.br • Deixe de defini-los como infração; • Deixe de tratá-los como contrários a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que NÃO tenham sido FRAUDULENTOS ou NÃO tenham implicado em FALTA DE PAGAMENTO DE TRIBUTO; • Comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática. Exemplo: uma infração cometida por um contribuinte prevê penalidade de 50% de multa sobre o valor do imposto devido, dois anos depois a lei altera essa multa para 25%, depois de mais um ano esse contribuinte é fiscalizado, o fiscal constata a infração e na hora de aplicar a multa, deve utilizar a lei mais benéfica em relação à multa, ou seja, mesmo que na época da infração a multa prevista fosse de 50%, ele deve aplicar os 25%, e apesar de ser uma lei que veio depois, deve ser aplicada por ser mais benéfica em relação à penalidade. Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicadoem falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Irretroatividade Regra: Legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes Exceções: a lei aplica- se a ato ou fato pretérito em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando mais benigna ao infrator C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 20 de 88 www.exponencialconcursos.com.br ATENÇÃO À PEGADINHA! A retroatividade da lei mais benigna somente se aplica no campo do direito tributário penal (aplicação de penalidades), isto é, nos casos de infração à legislação tributária e sua respectiva punição. Uma lei mais benigna no sentido de aplicar uma alíquota menor, por exemplo, não terá efeitos retroativos! A lei aplica-se a fatos pretéritos em relação à penalidade, mas não em relação ao tributo. Interpretar as normas tributárias é descobrir o alcance, o sentido e o objetivo da norma aos casos concretos. Integrar é poder utilizar-se de outros aspectos jurídicos para aplicação ao caso concreto, quando constatada lacunas na legislação tributária. Vamos ver o que o CTN nos ensina sobre esses dois assuntos. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito tratando-se de ato não definitivamente julgado defini-lo como infração deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo ou omissão quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática 3- Interpretação e Integração da Legislação Tributária C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 21 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Trata-se de um trabalho investigativo, intelectual, de buscar o sentido das leis para delas extrair a norma aplicável. Há diversas modalidades interpretativas, que costumam ser classificadas de acordo com o modo como são realizadas e com a fonte que promove a interpretação. Art. 107. A legislação tributária será interpretada conforme o disposto neste Capítulo. Com o objetivo de extrair o conteúdo e o alcance da norma, a doutrina apresenta diversos métodos interpretativos que analisam a norma sobre diferentes prismas. Métodos de interpretação é a maneira com que uma norma pode e deve ser analisada, a metodologia aplicada na hora de “ler” a lei, são diversas as maneiras descritas pelos entendidos no assunto que podem ser usadas para interpretar a legislação. O método de interpretação pode ser literal, teleológico, sistemático e histórico. O esquema abaixo explica melhor esses métodos. Existem fontes utilizadas pelos operadores do direito, essas fontes são doutrinárias, judicias, executivas e autênticas: Métodos de Interpretação Literal leva em consideração somente o conteúdo das palavras, sem reflexão sobre outro valor Teleológica reflexão sobre a finalidade, a intenção da norma (o "espírito da lei") Sistemática busca harmonia do texto da lei com todo o ordenamento jurídico Histórica considera as circunstâncias políticas, sociais e econômicas em que a lei foi editada 3.1 – Interpretação da Legislação Tributária 3.2 – Métodos de Interpretação C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 22 de 88 www.exponencialconcursos.com.br A doutrina considera que o ideal é a aplicação integrada desses métodos, sem prevalência de um específico. O CTN, contudo, em alguns casos específicos, determina as modalidades interpretativas que devem ser utilizadas. A CTN estabelece a interpretação literal sobre suspensão e exclusão do crédito tributário e a outorga de isenção, claro que mais para frente aprenderemos detalhadamente quais os casos de suspensão e exclusão. Além disso, deve ser interpretada literalmente a dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; II - outorga de isenção; III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Fonte de realização - Interpretação Doutrinária realizada pelos estudiosos do Direito Judicial realizada pelos juízes e tribunais Executiva realizada pelo Poder Executivo por meio de atos normativos e jurisdição administrativa Autêntica realizada pelo Poder Legislativo, o próprio órgão que expediu a lei, por meio de lei interpretativa Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: suspensão e exclusão do crédito tributário outorga de isenção dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias PARC MO DE RE LA = PARCelamento; MOratória; DEpósito do seu montante integral; REclamações e REcursos; Liminar em mandado de segurança; Liminar ou tutela Antecipada em outras espécies de ações 3.3 – Integração da Legislação TributáriaPARC MO DE RE LA = PARCelamento; MOratória; DEpósito do seu montante integral; REclamações e REcursos; Liminar em mandado de segurança; Liminar ou tutela Antecipada em outras espécies de ações Isenção e Anistia Isenção e Anistia C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 23 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Interpreta-se LITERALMENTE: A suspensão do crédito tributário significa que a dívida do sujeito passivo com a Fazenda Pública não pode ser prontamente exigida e, na exclusão do crédito tributário, a dívida é definitivamente afastada: ou o tributo não é exigido (isenção), ou a punição não é aplicada (anistia). Na outorga de isenção também acontece exclusão do crédito tributário, sendo sua menção no inciso II apenas uma redundância do CTN (se não houvesse o inciso II nada mudaria no artigo, pois esse inciso já está englobado no inciso I). A dispensa do cumprimento de obrigação acessória acontece quando se deixa de exigir o cumprimento de determinado dever instrumental, como emitir nota fiscal, escriturar livros fiscais, etc. Não se preocupe tanto com esses conceitos agora, pois eles serão estudados detalhadamente em aula posterior. O importante é que vocêperceba que as três situações nas quais o CTN preceitua a necessidade utilização da interpretação literal são excepcionalidades. A regra é cobrar o crédito tributário, não suspendê-lo ou excluí-lo. Da mesma forma, a regra é que se exijam as obrigações acessórias previstas em lei, não dispensá-las. Assim, qualquer previsão legal que afaste essas regras deve ser interpretada de forma literal, pois as exceções devem ser fixadas de forma expressa na lei. Atenção: Embora o comando do CTN seja no sentido da interpretação literal, importante você saber também que o STJ já se mostrou favorável à possibilidade de interpretação extensiva dos referidos dispositivos. Ainda no que tange à interpretação, temos o caso muito utilizado no direto penal, e com aplicação aqui também que é o art. 112 do CTN. Esse artigo traz a aplicação do princípio do in dubio pro reo, ou seja, qualquer dúvida na interpretação da lei punitiva, que defina infrações ou estabeleça penalidades, deve ensejar a adoção da posição mais favorável ao acusado. A interpretação, nesses casos tributários punitivos, deve ser mais favorável ao acusado quando houver dúvidas em relação à capitulação legal do fato praticado, em relação à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos. Dúvidas quanto à autoria, imputabilidade, punibilidade, natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação, devem ser sanadas e interpretadas de maneira mais favorável ao contribuinte. Veja não se trata de cobrança de tributo e sim de penalidade. Exemplo: um contribuinte cometeu uma infração, e não é possível determinar exatamente qual a infração cometida, existe uma dúvida, já que a lei elenca duas situações muito parecidas para o caso em tela, na aplicação da penalidade, a autoridade deve aplicar a punição menos severa. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 24 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I - à capitulação legal do fato; II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. CUIDADO! Não há que se falar em interpretação mais favorável quando se tratar de lei que discipline o próprio tributo, definindo, por exemplo, o fato gerador, a alíquota, a base de cálculo ou o contribuinte. Os artigos 109 e 110 trazem outros dispositivos acerca da interpretação da legislação tributária. Os princípios gerais de direito privado podem ser utilizados em casos tributários, só não poderão ser usados para definir os efeitos tributários. O exemplo clássico apontado para explicar essa previsão legal é o caso de uma compra e venda simulada com objetivo evitar o pagamento de ITCMD, supostamente mais gravoso que o ITBI. Embora os atos jurídicos praticados pelo contribuinte referentes a institutos do direito privado, como a compra e venda, sejam conceituados por esse ramo, os efeitos tributários serão decorrentes da lei tributária, podendo ocorrer tributação sobre a doação. Já o 110 diz que os conceitos levantados pela legislação tributária não podem alterar os conceitos do direito privado. A lei tributária que define infrações, ou lhe comine penalidades, interpreta-se da maneira MAIS FAVORÁVEL ao acusado, em caso de dúvida quanto: à capitulação legal do fato à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos à autoria, imputabilidade ou punibilidade à natureza da penalidade aplicável ou à sua graduação C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 25 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Exemplo: os Estados não podem alargar o conceito de mercadorias, considerando que este inclua bens imóveis, de modo a ampliar a cobrança de ICMS, bem como os municípios não podem incluir veículos dentro do conceito de bens imóveis para realizar a cobrança de IPTU sobre eles. Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. Já que a lei não consegue estipular todas as situações que podem acontecer no caso concreto, podemos afirmar que ocorrem situações não previstas abstratamente pelo legislador e que exigem soluções do aplicador do Direito, como os magistrados ou as autoridades fiscais. O mecanismo utilizado para suprir as lacunas da lei é chamado de integração: processo dedutivo em que, de certa forma, cria-se uma norma aplicável ao caso concreto. Há diversas formas de se realizar essa integração do Direito, mas o art. 108 do CTN delimita aquelas que devem ser utilizadas na seara tributária. Quando não houver norma expressa sobre um caso específico, ou seja, lacuna na legislação tributária, a autoridade poderá se utilizar da integração na ordem estabelecida. Primeiramente deve utilizar a analogia, se ainda não for suficiente, usa os princípios gerais de direito tributário. Se a solução ainda não vier, deve usar os princípios gerais de direito público e por fim, a equidade. No uso da analogia a autoridade não poderá cobrar ou exigir tributo que não esteja previsto em lei. O uso da equidade não pode resultar em dispensar o contribuinte de pagar o tributo. Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: I - a analogia; II - os princípios gerais de direito tributário; III - os princípios gerais de direito público; IV - a eqüidade. 3.3 – Integração da Legislação Tributária C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 26 de 88 www.exponencialconcursos.com.br § 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. § 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. ATENÇÃO: ➢ As formas de integração da legislação tributária somente podem ser utilizadas na ausência de disposições expressa na lei tributária. ➢ A lista apresentada pelo CTN é taxativa e hierárquica, pois não podem ser usados outros mecanismos além dos mencionados e deve serrespeitada a ordem apresentada. Vejamos cada uma das formas de integração: 1º Analogia: busca norma jurídica aplicada a casos semelhantes para utilizá-la no caso não previsto expressamente pelo legislador. De acordo com o § 1º do art. 108 do CTN, o emprego da analogia NÃO poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei, o que decorre do princípio da legalidade. 2º Princípios gerais do Direito Tributário: São aqueles fixados pela Constituição e pelo CTN, como princípio da capacidade contributiva, princípio do não confisco, etc. 1º - ANALOGIA 2º - PRINCÍPIOS gerais do direito TRIBUTÁRIO 3º - PRINCÍPIOS gerais do direito PÚBLICO 4º - EQUIDADE Integração da Legislação Tributária (na ordem) 4 – Questões ComentadasIntegra ção da Legislação Tributária (na ordem) não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 27 de 88 www.exponencialconcursos.com.br 3º Princípios gerais do Direito Público: Em não havendo solução por analogia ou nos princípios gerais do Direito Tributário, busca-se nos princípios do Direito Público uma forma de preencher a lacuna legal no caso concreto. São exemplos a moralidade administrativa, a indisponibilidade dos bens públicos, etc. 4º Equidade: É a justiça aplicada ao caso concreto, levando-se em consideração suas circunstâncias e particularidades. O § 2º do art. 108 do CTN preceitua que o emprego da equidade NÃO poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 28 de 88 www.exponencialconcursos.com.br 1. (FCC/SEFAZ-MA/Auditor Fiscal/2016) De acordo com o CTN, deverá ser interpretada da maneira mais favorável ao a) responsável tributário, a legislação tributária que lhe atribui essa condição, mesmo que não esteja prevista na legislação tributária a existência de benefício de ordem. b) contribuinte, a lei tributária que define o fato gerador do tributo, sempre que se tratar de empresa de porte pequeno, assim definida nos termos da lei. c) sujeito passivo, a lei tributária que define benefícios fiscais, quando houver dúvida sobre a abrangência e o alcance de um convênio ICMS. d) acusado, a lei tributária que define infrações, se houver dúvida quanto às circunstâncias materiais do fato. e) contribuinte, ao responsável e ao terceiro, a legislação tributária relacionada com a forma, circunstâncias e prazos referentes ao cumprimento de obrigações acessórias. Comentários: O CTN regula que deve ser interpretada de maneira mais favorável em relação ao acusado, é o princípio do in dubi pro reo, ou seja, ocorre quando alguém comete uma infração tributária e por isso terá que sofrer a aplicação da penalidade, mas na hora de aplicar essa punição existe dúvida quanto a algumas situações. Em caso de dúvida em relação à natureza ou às circunstâncias materiais do fato deve ser feita uma interpretação mais favorável ao acusado. Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I - à capitulação legal do fato; II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. Lembre-se que essa regra se aplica a questão das infrações a aplicação da punição, não em relação a cobrança do tributo em si sobre o contribuinte ou responsável. 4 – Questões Comentadas C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 29 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Gabarito 1: D 2. (FCC/SEFAZ-MA/Auditor Fiscal/2016) Quando uma lei deixar de definir um ato como infração, essa lei, de acordo com o CTN, a) deverá ser aplicada a ato pretérito, desde que ainda não tenha sido definitivamente julgado. b) não poderá ser aplicada a ato pretérito, se já tiver sido iniciado o processo relativo ao julgamento desse ato infracional. c) não poderá ser aplicada a ato pretérito, em nenhuma hipótese. d) deverá ser aplicada a ato pretérito, apenas para excluir a exigência de juros de mora e de multa de mora, desde que ainda não tenha sido definitivamente julgado. e) poderá ser aplicada a ato pretérito, apenas para excluir a exigência de juros de mora, mesmo que o ato já tenha sido definitivamente julgado. Comentários: Uma lei que deixa de definir um ato como infração configura uma situação em que a lei poderá ser aplicada a atos anteriores, pretéritos. Essa aplicação só será possível se o ato em análise ainda não estiver definitivamente julgado. Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; A lei tributária que define infrações, ou lhe comine penalidades, interpreta-se da maneira MAIS FAVORÁVEL ao acusado, em caso de dúvida quanto: à capitulação legal do fato à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos à autoria, imputabilidade ou punibilidade à natureza da penalidade aplicável ou à sua graduação C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 30 de 88 www.exponencialconcursos.com.br c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Gabarito 2: A 3. (FCC/SEFAZ-MA/Arrecadação e Fiscalização de Mercadorias em Trânsito/2016) Relativamente às taxas e às contribuições de melhoria, o CTN a) determina que as normas atinentes à dispensa ou à redução de penalidades previstas por infração à legislação desses tributos estejam previstas em lei. b) autoriza que a cominação de penalidades para infrações definidas nas legislações desses tributos sejam estabelecidas em regulamento, que deverão ser aprovados por meio de decreto. c) determina que a instituição ea extinção desses tributos sejam feitas por meio de lei complementar. d) autoriza que a majoração ou redução desses tributos seja feita por meio de decreto. e) determina que a definição do fato gerador desses tributos seja feita por meio de lei complementar. Comentários: a) Correta – Dispensa e redução de penalidade tem que estar prevista em lei. Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. b) Errada – As cominações de penalidades devem ser estabelecidas em lei e não por meio de decreto. Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: Irretroatividade Regra: Legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes Exceções: a lei aplica- se a ato ou fato pretérito em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando mais benigna ao infrator C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 31 de 88 www.exponencialconcursos.com.br V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; c) Errada – A instituição e a extinção de tributos, como as taxas e contribuições de melhoria podem ser feitos por meio de lei ordinária. Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; d) Errada – Em regra, a majoração ou redução de tributos deve ser feita por meio de lei e não de decreto. Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; e) Errada – A CF determina que a lei complementar deve definir o fato gerador dos impostos, em relação às taxas e contribuições de melhoria a definição de fato gerador pode ser feita por meio de lei complementar. Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; Gabarito 3: A 4. (FCC/SEFAZ-MA/Tecnologia da Informação/2016) O Código Tributário Nacional tem um capítulo dedicado à interpretação e integração da legislação tributária. De acordo com esse Código, a a) suspensão da exigibilidade do crédito tributário deve ser interpretada teleologicamente. b) outorga de isenção deve ser interpretada sistematicamente. c) concessão de benefícios fiscais deve ser interpretada historicamente. Reserva Legal relacionada a tributos Instituição e extinção de tributos Majoração e redução de tributos Definição do Fato Gerador da obrigação principal Fixação da alíquota e Base de Cálculo Cominação de penalidades, e suas dispensas ou reduções Hipóteses de extinção, exclusão e suspensão do crédito tributário C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 32 de 88 www.exponencialconcursos.com.br d) dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias deve ser interpretada literalmente. e) exclusão da condição de responsável tributário deve ser interpretada restritivamente. Comentários: O capítulo do CTN que versa sobre interpretação tem o dispositivo no artigo 111 do CTN que estabelece os assuntos que devem ser interpretados literalmente, como a suspensão, exclusão do crédito tributário, outorga de isenção e a dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; II - outorga de isenção; III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. a) Errada – Suspensão da exigibilidade do crédito tributário deve ser interpretada literalmente. b) Errada – Outorga de isenção deve ser interpretada literalmente. c) Errada – Não tem citação direta de interpretação sobre concessão de benefício fiscal. d) Correta – Essa está de acordo com o inciso III do Artigo 111. e) Errada – Não há essa previsão no CTN quanto à interpretação. Gabarito 4: D 5. (FCC/SEGEP-MA/Técnico Fiscal da Receita Estadual/2016) A Constituição Federal atribuiu às leis complementares federais várias funções, dentre as quais, a de a) estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre a definição de tributos e de suas espécies. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: suspensão e exclusão do crédito tributário outorga de isenção dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 33 de 88 www.exponencialconcursos.com.br b) estabelecer normas gerais sobre obrigação, lançamento e prescrição tributários, bem como fixar a alíquota dos impostos federais. c) reduzir ou ampliar as limitações constitucionais ao poder de tributar. d) dispor sobre conflitos de competência em matéria tributária, exceto quando se tratar do ICMS, cujos conflitos se resolvem por meio de convênios entre os Estados e o Distrito Federal. e) estabelecer normas atinentes à definição dos fatos geradores, das bases de cálculo e dos contribuintes dos tributos discriminados na Constituição Federal. Comentários: a) Correta – A CF estabelece os assuntos que deverão estar previstos em lei complementar, as normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre a definição de tributos e de suas espécies são casos que estarão disciplinados por meio de lei complementar. Art. 146. Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, b) Errada – Não está entre as funções da lei complementar fixar as alíquotas dos impostos federais, porém, estabelecer normas gerais sobre obrigação, lançamento e prescrição tributários sim. Art. 146. Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) Errada – Não é reduzir ou ampliar e sim regular as limitações constitucionais ao poder de tributar Art. 146. Cabe à lei complementar: II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; d) Errada – A lei complementar deve sim dispor sobre conflito de competência, não há essa exceção quanto aos convênios. Art. 146. Cabe à lei complementar: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; e) Errada – A lei complementar deve definir fatos geradores, das bases
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