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A Improtância da Tríade no Processo de Inclusão

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A IMPORTÂNCIA DA TRÍADE SOCIEDADE, FAMÍLIA E ESCOLA NO PROCESSO DE INCLUSÃO
Fernanda Cloque¹
Indiara Castaneda¹
Suelen Arruda de Souza¹
Carla Bianca Gonçalvez Munhoz²
RESUMO
O presente trabalho apresenta uma reflexão quanto a importância da tríade sociedade, família e escola no processo da inclusão de crianças especiais na educação, com base na relação entre estes três elementos. Mediante a pesquisa, percebeu-se o quanto é fundamental a contribuição da relação família-escola-sociedade no processo de inclusão escolar. A análise também levanta aspectos relevantes, sobre os quais percebe-se, ainda, que a inclusão está em constante processo de desenvolvimento, mostrando-se ser uma caminhada longa até efetivar-se legal e socialmente.
Palavras-chave: Sociedade. Família. Escola. Inclusão.
1. INTRODUÇÃO
Esta pesquisa tem como tema a importância da tríade sociedade, família e escola no processo da inclusão na educação. A opção pelo assunto provem dos questionamentos quanto à contribuição desta tríade no processo de inclusão, buscando entender como este processo é realizado na educação infantil.
A educação especial infantil caminha para um processo que visa inserir crianças com necessidades especiais na rede regular de ensino. Entretanto, é necessário que saibamos, primeiramente, diferenciar inclusão e integração, uma vez que ambos estes conceitos são comumente confundidos significativamente. A inclusão prevê que o ambiente se adapte à criança com necessidade especial, enquanto no processo de integração, por sua vez, é o a criança que precisa se adaptar à escola. Mantoan (MANTOAN apud in FERNANDES, 2007, p. 30) afirma que:
O processo de INTEGRAÇÃO refere-se especificamente à inserção escolar de alunos com deficiências o que compreende um continnum que envolve um leque de possibilidades que vão desde as classes comuns até locais específicos, como classes e escolas especiais. O critério para a decisão de qual seria a melhor proposta de atendimento repousa nas CONDIÇÕES INDIVIDUAIS de cada aluno, suas possibilidades de participação e acompanhamento das atividades desenvolvidas no contexto escolar. À escola não cabe nenhuma ação de modificação de sua estrutura ou de suas práticas pedagógicas, pois são as habilidades e as aptidões individuais do estudante que determinam sua capacidade de se ADAPTAR às exigências da escola (...).
Neste sentido, é necessário que a escola esteja preparada para receber o aluno com necessidades especiais, podendo ampará-lo em sua totalidade, provendo uma educação adequada e igualitária a todos. Contudo, a inclusão não é necessariamente uma obrigação exclusiva da área do ensino. A família tem um papel de suma importância no processo de inclusão, uma vez que é, para a criança, o elemento mais importante para seu desenvolvimento. É com a família, também, que a criança desenvolve o início de sua vida enquanto indivíduo de uma sociedade.
Assim, o intuito desta pesquisa é correlacionar o contato entre sociedade, família e escola no processo de inclusão, sendo esta uma relação crucial para o desenvolvimento das crianças inclusivas.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
	
Esta pesquisa traz o estudo da inclusão a partir da contribuição da tríade sob uma visão multifocal, subdividindo-a em: A) Conceito de sociedade; B) Conceito de família; C) Conceito de Escola e D) Aspectos históricos da inclusão, bem como a contribuição de cada um desses elementos, respectivamente, dentro do processo inclusivo.
2.1 CONCEITO DE SOCIEDADE
Etimologicamente, o termo sociedade provém do latim socius, que por sua vez é derivado de uma raiz indo-europeia que significa “seguir” ou “acompanhar”.   
Sociedade é um conjunto de seres que convivem de forma organizada.  Existem apontamentos de que a sociedade surgiu, na primeira metade do século XIX, sob o impacto da Revolução Industrial e da Revolução Francesa.  A Sociologia estuda a sociedade e o modo de como elas interagem no meio em que vivem. Ela procura esclarecer as relações e convívio entre as pessoas. Também vem com a finalidade de compreender as culturas nas diferentes sociedades.  O conceito de sociedade se contrapõe ao de comunidade ao considerar as relações sociais como vínculos de interesses conscientes e estabelecidos, enquanto as relações comunitárias se consideram como articulações orgânicas de formação natural.
Uma sociedade humana é um coletivo de cidadãos de um país, sujeitos à mesma autoridade política, às mesmas leis e normas de conduta, organizados socialmente e governados por entidades que zelam pelo bem-estar desse grupo.Os membros de uma sociedade podem ser de diferentes grupos étnicos. Também podem pertencer a diferentes níveis ou classes sociais. O que caracteriza a sociedade é a partilha de interesses entre os membros e as preocupação mútuas direcionadas a um objetivo comum. O surgimento da sociologia aconteceu em um período de mudança da sociedade.  Quando a sociologia surgiu a sociedade passava por um período de transição de um sistema feudal para o capitalista. É nesse plano de fundo, do capitalismo, que os primeiros estudos sociológicos começam a surgir. A sociedade estava desorganizada e passando por uma revolução, ela nasceu da vontade de refletir sobre essa sociedade moderna onde agora existiam diferentes classes, crises e antagonismos.Saint-Simon é o considerado o pai da sociologia, ele era seguidor da sociologia positivista que surgiu quando a sociedade estava em um período desorganizado. Ele era influenciado por ideias iluministas e revolucionárias, a opinião dele era de que a elite deveria providenciar melhores condições de vida para a classe trabalhadora.
A sociologia positivista foi a primeira a surgir, com o passar do tempo outras formas de encarar a sociedade foram nascendo. No Brasil a sociologia é uma adaptação da sociologia europeia, já que as culturas e as relações interpessoais e com o meio, são diferentes em cada sociedade.
2.2 CONCEITO DE FAMÍLIA
	
O termo ‘família’ vem do latim famulus, significando “escravo doméstico”, nomeando os escravos que trabalhavam de forma legal na agricultura familiar das tribos ladinas, residentes de onde hoje encontra-se a Itália.
Historicamente, a família é considerada a mais antiga unidade social dos humanos, uma vez que desde seus primórdios, o ser humano se constituía em um grupo de pessoas correlacionadas a partir do matrimônio, ou de um ancestral comum, formando tribos e grupos de descendentes, posteriormente dando origem às primeiras sociedades humanas organizadas.
A expressão família natural – formada por apenas um casal e seus filhos -, tomou proporção no Direito da Roma Antiga com o desenvolvimento de sociedades ainda mais complexas, onde os laços sanguíneos tornavam-se cada vez mais dissolvidos. A Igreja Católica, então, adaptou a família natural, tornando o casamento em instituição sacralizada, indissociável – independentemente da vontade dos cônjuges - e única formadora da família cristã, caracterizando a união de duas pessoas de sexos opostos e seus descendentes diretos, tornando-se então predominante até os dias de hoje.
Entretanto, apesar do termo família ser referido tradicionalmente como a união matrimonial de um homem e uma mulher, na atualidade o conceito de família é considerado amplo, onde famílias de diversos formatos são enquadrados neste conceito dentro dos parâmetros atuais, reconhecidos oficialmente pelo Estado.
2.2.1 Os diversos tipos de família
Apesar de a sociedade, em sua totalidade, ainda não reconhecer a evolução do conceito de família e seus parâmetros contemporâneos, as transformações sociais e culturais claramente proporcionam a existência de diversas estruturas familiares, onde o conceito de família não mais segue um modelo único.
Além do modelo até então considerado tradicional e predominante, há ainda o modelo “monoparental”, onde há apenas um dos progenitores. As causas são consideradas diversas, como abandono, divórcio, morte, ou até mesmo decisão - geralmente por parte da mulher -, de ter um filho de forma independente.
O modelo “comunitário”descreve a família onde não somente os pais, mas todos membros adultos no agregado familiar são responsáveis pela educação da criança.
Constituído por casal homossexual, ou mesmo pessoa sozinha homossexual, a família “arco-íris” pode ter uma ou mais crianças a seu cargo.
O modelo “contemporâneo” é, por sua vez, o modelo mais atual, onde há a inversão dos papéis do homem, passando a mulher a ser a chefe da família, abrangendo também o modelo monoparental de mãe solteira ou divorciada.
Com esta diversidade de modelos, o conceito de família, portanto, vem sendo reconsiderada e nos mostra que os laços afetivos deixam de ser segundo plano e se tornam formadores da família, como ensina Maria Berenice Dias:
(...) ao serem reconhecidas como entidade familiar merecedora da tutela jurídica as uniões estáveis, que se constituem sem o selo do casamento, tal significa que o afeto, que une e enlaça duas pessoas, adquiriu reconhecimento e inserção no sistema jurídico. Houve a constitucionalização de um modelo de família eudemonista e igualitário, com maior espaço para o afeto e a realização individual.
Neste sentido, com o casamento atualmente relativizado onde a dissolução é permitida, assim como uniões estáveis sem exigência de formalidade, podemos compreender que o a constituição de uma família é sustentados com o afeto. Assim, a família pode ser identificada como a comunhão de vida, amor, liberdade, responsabilidade e solidariedade recíprocas, constituindo um lar onde o cuidado, confiança e harmonia são o que realmente importa.
2.2.2 O papel da família na inclusão
	O papel da família é de extrema importância no processo educativo, desenvolvimento e educação da criança, bem como na integração da mesma como indivíduo na sociedade, uma vez que é através da família que são transmitidos os valores morais e sociais que nos servem de base para a socialização, tanto quanto as tradições e costumes que são transmitidos através das gerações. Archêro Junior (apud MELO, 2012, p. 64) afirma que “É na família que se recebem os primeiros princípios, cuja influência se fará sentir a vida inteira”. Entretanto, no caso de crianças especiais, é comum que a família ao se deparar com a notícia de que seu filho porta alguma deficiência, reaja com tristeza, luto ou até mesmo rejeição.
	Stainback e Stainback (1999, p. 419) reforçam que:
A tarefa dos pais de crianças com deficiência é mostrar as potencialidades e os sucessos de seus filhos para que as pessoas não precisem sentir pena deles. Se encaramos a deficiência como uma característica neutra, a informação que está sendo compartilhada é apenas informação, não são julgamentos, e não há razão para piedade, para constrangimento ou para vergonha.
Portanto, a aceitação da família para com a criança deficiente é de suma importância não somente para o desenvolvimento da mesma, mas também para o progresso da inclusão no ensino, uma vez que é papel da família educar, ensinar a convivência em sociedade, aceitação de limites e princípios básicos na formação da criança.
2.3 CONCEITO DE ESCOLA
	De origem na Grécia antiga, onde era denominada SKHOLÉ (com o significado de “ócio” – o mesmo que “lazer ou tempo livre”), evoluindo para o latim SCHOLA (definida como “ocupação literária, assunto, matéria; colégio, aula”) , hoje temos a palavra ESCOLA. Segundo o Dicionário Michaelis, conceitua-se escola como “Instituição pública ou privada para o ensino de ciências, letras ou artes; conjunto de alunos e professores; qualquer concepção técnica de estética e arte seguida por vários artistas; local de vivências e experiências.”
Desde a sua criação, as escolas são tidas como um local fora do contexto familiar onde os indivíduos, além de aperfeiçoarem seu lado cognitivo, exploram e desenvolvem-se cultural e socialmente. Porém, muitas mudanças ocorreram para se chegar ao modelo que temos hoje, no qual todos têm o direito de frequentar essas instituições e sendo o foco principal preparar cidadãos para viver em sociedade e englobarem-se no mercado de trabalho. Segundo Jaeger (1936), no período da Grécia Antiga, as escolas preocupavam-se com a formação da “alma do homem grego”, e portanto, lhes era doutrinado conteúdos ligados á ética, pensamento político, racionalidade e também á religião, tendo ênfase também na formação militar que
“glorificava” homens que batalhavam.
Atualmente, Batista e Montoan (2005, p.7) descrevem que:
A escola é a instituição responsável pela passagem da vida particular e familiar para o domínio público, tendo assim uma função social reguladora e formativa para os alunos. O conhecimento nela produzido é revestido de valores éticos, estéticos e políticos, aos quais os alunos têm de estar identificados e por mais que a escola seja “liberal” e descarte modelos totalizadores e coercitivos de ensino e de gestão, sua função social jamais será descartada. Ela precisa assumir um compromisso com as mudanças sociais, com o aprimoramento das relações entre os concidadãos, com o cuidado e respeito em relação ao mundo físico e aos bens culturais que nos circundam.
Sendo assim, a concepção moderna de escola ratifica o que Stainback e Stainback (1999) exprimem sobre as escolas como sendo espelhos da sociedade em que se vive. É através destas entidades que se educa para a vida e para a socialização.
2.3.1 O papel da escola na inclusão 
As escolas, tidas como berço de conhecimentos. Influenciam diretamente na formação do ser enquanto cidadão crítico e racional. Sendo assim e, tendo ciência de que o número de pessoas com necessidades especiais comprovadas está em crescente constante, percebe-se a importância da inclusão nestas instituições.
De acordo com o art. 26 da Declaração Universal de Direitos Humanos, “todo ser tem direito à instrução”, o que corrobora a ideia de que pessoas com necessidades especiais possuem o mesmo direito à educação gratuita e de qualidade como qualquer outro sujeito. Ou seja, garantir o acesso à educação também é promover a inclusão.
Indo ao encontro desta verdade, a Lei 13.146 de julho de 2015, chamada de Lei Brasileira de Inclusão, impõe que todos os estabelecimentos de ensino, sendo públicos ou privados, devem cumprir com as determinações desta lei. Estes passam a ter como dever aprimorar seus sistemas de ensino, visando garantir condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem a todas as pessoas com deficiência.
Através de práticas pedagógicas elaboradas pelos gestores e professores da unidade, obtém-se um currículo com planejamentos adaptados para certificar o aprendizado de todos os educandos, sem distinções. Segundo Stainback & Stainback (1999, p. 244):
“além das variações curriculares de elementos isolados para acomodar as diferentes habilidades dos alunos (por exemplo, adaptação de objetivos, busca de objetivos diferentes, adaptação de atividades), várias dessas modificações podem ser implementadas simultaneamente.”
Além disso, tratando-se de um espaço de vivências onde a diversidade se faz presente,entende-se que a escola tem o poder de pregar conceitos, impor regras, induzir a boa convivência em sociedade, bem como, extinguir preconceitos.
2.4 ASPÉCTOS HISTÓRICOS DA INCLUSÃO
Para entendermos a importância da tríade no processo de inclusão, é necessário que busquemos o princípio da história da inclusão social em nossa sociedade. Nesse sentido, é de suma importância conhecer a história da deficiência como sendo o eixo central para a história da inclusão.
Acompanhando essas trajetórias podemos ver como foi o processo de superação da exclusão de séculos, assim conquistando novos espaços sociais e educacionais, apesar dos preconceitos construídos e herdados ao longo dessa trajetória, que hoje ainda é vista através de grandes barreiras e limitações para seu desenvolvimento. Com a finalidade de aqui apresentar todos os cenários vividos pelas pessoas de diferentes níveis de limitações físicas, sensoriais, (ouvir ou enxergar) e cognitivas (mental)., abordaremos abertamente sobre o livro A Epopéia Ignorada das pessoas com deficiência na HistóriaMundial, do autor Otto Marques da Silva, cujo objetivo é retratar com mais exatidão os processos e avanços sociais e da medicina, datando o Egito Antigo, Grécia Antiga, Roma Antiga, Esparta, Cristianismo, Idade Média, mudanças nos séculos XV a XVIII, século XIX, os avanços do século XX e finalizando com os dias atuais.
Nossas referências mais remotas sobre pessoas com algum tipo de deficiência se passou na idade média, sendo marcada por muitas mortes, perseguições e repulsas contra pessoas que nasciam com alguma deformidade. Sabemos que a civilização egípcia é uma das mais antigas da história da sociedade, seu desenvolvimentos sócio econômico se deu pelo vale do rio Nilo. Além das importantes informações obtidas nos papiros, existem muitos dados sobre a existência de deficientes físicos, descobertos em exames feitos em múmias e esqueletos. Também se encontrou relatos de que o Egito chegou a ser conhecido por muito tempo como a Terra dos Cegos, por causa de uma infecção nos olhos que levava ás pessoas a cegueira.
Foram encontradas em obras de artes retratos de existência de pessoas com alguma deficiência, nos mostrando que era possível que tivessem uma vida normal naquela sociedade, inclusive construindo família. Ainda assim pairava sobre essa sociedade uma visão preconceituosa, onde muitos falavam que neles estavam maus espíritos.
Na Grécia Antiga a sociedade enaltecia um corpo perfeito, se comparando com seus deuses e se remetendo a um corpo belo como saudável e forte.
Ainda se tratando da Grécia antiga, particularmente em Esparta, cidade-estado cuja marca era o militarismo, as amputações traumáticas das mãos, braços e pernas ocorriam de uma certa frequência causadas pela guerra e acidentes ocasionados pela construção civis pela falta de equipamentos. Era da cultura Espartana jogarem seus bebês e pessoas que ao longo da vida adquiriram alguma deficiência ao mar ou em precipícios.
Existiam leis que amparavam essas pessoas sem condições de garantir seu próprio sustento, que também amparavam soldados feridos das guerras, se estendia para as ruas com a construção de rampas para que todos pudessem ter acesso aos santuários onde aqueles que acreditavam em algo maior pudessem exercer sua fé. Contudo essas leis não se aplicavam às crianças que nasciam com deficiência, desde o nascimento já eram julgadas pelos anciões ou pelos próprios pais que tinham autoridade para avaliar seu destino. Nessa cultura eles buscavam o corpo perfeito, sendo assim justificável o ato de sacrifício. 
Ainda sobre a Roma Antiga, tanto os nobres como os plebeus tinham permissão para sacrificar seus filhos deficientes. Essas crianças eram salvas pelas pessoas que viviam de esmolas ou vendidas para atividades de circo e prostituição. Para a cultura romana as leis só garantiam o direito a vida para aquelas que nasciam perfeitas.
Muitos historiadores relatam a existência de imperadores que sofriam de algum tipo de deficiência, como epilepsia, paralisia, gaguez, entre outras deficiências.
Com tantos relatos da pré-história, entre os povos da antiguidade, seguidos por estudiosos antropólogos, fica em grande evidencia que existiam tantas pessoas com alguma má-formação congênita ou adquirida, tais relatos conseguiram espaços em retratos de pinturas e cerâmicas.
No século XV, a santa inquisição manda para a fogueira todas as pessoas com deficiência mental ou física. Nesse mesmo século, é editado o “Martelo das Bruxas”, um livro de caça às feiticeiras, criaturas bizarras ou de hábitos estranhos.
Segundo Silva (1986), no século XVI, as crianças que tinha uma deficiência mental grave eram consideradas possuídas pelos demônios.
Dada a tanta rejeição dos deficientes, que começaram a se preocupar a que grupo eles iram pertencer, já que muitos não tinham como trabalhar para se sustentar. Foi assim que surgiram critérios para uma assistência.
No século XVI começa a haver um declínio nos cuidados com as pessoas com deficiência, esse período fica em grande evidência pelo fato de que a deficiência precisa dos cuidados médicos e não apenas assistência. Nesse mesmo período foram dados passos decisivos na melhoria do atendimento ás pessoas com deficiência auditivas que, até então, via de regra, eram consideradas como ineducáveis, quando não possuídas por maus espíritos. O saber da medicina passa a ser questionado, pois todos os deficientes poderiam ser educados e tinham esse direito. Ainda não era falado sobre inclusão social e muito menos em escola. Esse século e caracterizado com uma grande preocupação dos pedagogos e médicos, que passaram por cima dos preconceitos e começam a defender um lugar na sociedade aos excluídos.
No século XIX houve um grande declínio desses esforços educacionais conquistados no séculos XVIII, as pessoas com deficiências passaram a ser escondidas por instituição que nessa época nem eram especializadas e eram mais conhecidas como uma prisão. Em 1857 foi publicado um Tratado de Degenerescência de Morel. Neste tratado a doutrina do pecado original é substituída, o pecado divino do deficiente então é substituído pelo pecado da natureza, colocando assim que os deficientes geneticamente eram predispostos ao crime e, portanto, uma ameaça à civilização. Nesse mesmo século as pessoas passaram a defender que o melhor lugar para os deficientes seria longe da sociedade, criando uma organização separada, onde pudessem receber tratamentos e atendimentos específicos de médicos e não olhares torturadores. Ainda assim não se pensavam incluir os deficientes nas famílias ou no convívio social. 
Surge, então, nesse período o famoso manicômio, onde as torturas eram constantes. Com o passar do tempo essas organizações foram se especializando nos cuidados específicos a cada deficiente, se tornando um lugar de mais atenção e cuidado. No exercer da medicina, os diagnósticos, tratamentos de reabilitações e o processo de desinstitucionalização manicomial, trazendo para a década de 60 a idéia de que as pessoas com alguma limitação poderiam e deveriam participar inteiramente do convívio social, adaptando-se as normas e valores. Mesmo com uma vida na sociedade, era mantido os atendimentos nas instituições, onde o maior objetivo era prepará-los para uma futura e melhor reintegração. Foi assim que surgiram as escolas especializadas para as pessoas com necessidades especiais.
2.4.1 A história da inclusão no Brasil 
A história da inclusão no Brasil se deu a partir do século XIX, com iniciativas oficiais e particulares isolados, de interesses de alguns pedagogos pelo atendimento educacional, inspirados pelos europeus e norte-americanas. Foi no final dos anos 50 e início dos anos 60 no século XX que se deu início a uma preocupação com as pessoas com deficiência. A história da educação especial se organizou de maneira assistencial, baseado numa pesquisa isolada e sob uma pesquisa divididas das deficiências, acarretando para o isolamento da vida escolar e social das crianças com limitações. O tema inclusão social no Brasil vem pedindo a elaboração de política pública e de leis que visam criam programas e serviços especializados no atendimento de pessoas com necessidades especiais nos últimos 50 anos.
Nos anos 60, o conceito de integração teve reflexo na Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN n. 4.024/61) que apontava ao poder público o compromisso com a educação especial. Em 1971 o Ministério da Educação criou um órgão autônomo sob o tema do Art.9 da Lei n. 5.692/71, constando a previsão de tratamento escola aos especiais. No ano de 1975 foi aprovada a Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes. Esse documento destaca a dignidade e o respeito para com os direitos das pessoas com deficiência e o direito ao tratamento para o seu desenvolvimento. Em 1981 foi declarado o Ano Internacional da Pessoa Portadora de Deficiência, pelas Organizações Unidas (ONU). Nesse mesmo encontro também se discutiu a equiparação de oportunidades e acessibilidade aos bens e serviços, levando a aprovação de Ação Mundial (PAM), isso em 1982.
Em 1988 a ConstituiçãoBrasileira estabelece no seu Art. 208, inciso III que o dever do Estado com a Educação devera ser realizado mediante a garantia de atendimento educacional com especialidade para pessoas com necessidades especiais. E nas redes publicas de ensino regular, as proficiências deveriam atender e acolher a todos os estudantes e suas classes e dar auxilio para quem possam ampliar seu potencial. A Lei de n. 7.853, de 24 de outubro de 1989, disciplinou o Art. 205, exigindo o pleno desenvolvimento da pessoa com alguma limitação especial a partir da Educação. No Art. 206, inciso I e IV, estabelece-se a igualdade de permanência ao acesso na escola e a sua gratuidade do ensino oficial para todos. Da mesma forma, a Lei n. 8069/90. Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), em seu antigo 2 e 5 garante que toda criança e todo adolescente receberão atendimento especializado e nenhuma criança devera ser objeto de negligencia. Igualando a Lei n. 8.069/90, Estatuto da Criança e Adolescente, em seu Art. 2, garante que a criança e o Adolescente receberam atendimentos especiais.
Em 07 de dezembro de 1993, a Lei n. 8.742/93 dispôs sobre a organização da assistência social. Muitos movimentos nacionais e internacionais foram realizados, buscando sempre o acordo para a formatação de uma política desintegração e de educação inclusiva, mas o grande marco histórico da inclusão foi em junho de 1994, com a declaração de Salamanca, na Espanha, na conferencia Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, evento realizado pela UNESCO, com participação de 88 países e 25 organizações, apontando para os princípios de que toda criança tem o direito fundamental à educação assim como a oportunidade de obter o mínimo aceitável de conhecimento. A resolução social esta inserida na temática de um Estado Democrático e Social de direitos, no qual todas as pessoas podem ter acessos aos seus direitos. Assim também a LDB estabelece a educação infantil como primeira etapa da educados básica, tendo como base o desenvolvimento integral de todas as crianças, inclusive as com necessidades educacionais especiais (Art. 58 e 59).
Mesmo com tantas lutas no decorrer da história pelos direitos humanos e direitos sociais, percebe-se que muitas mudanças ocorreram, mais ainda há muito a ser esclarecido e discutido a respeito das diferenças no âmbito da inclusão, pois ainda existem muitas dificuldades a serem superadas e dúvidas a serem respondidas, mas entende-se que para haver uma alteração em nível de estrutura escolar, adaptação curricular e preparação profissional devera acontecer, principalmente, a mudança de mentalidade da sociedade como um todo.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
O exposto trabalho foi elaborado utilizando o método qualitativo de pesquisa, a fim de ressaltar a real importância da união da tríade sociedade, família e escola no processo inclusivo. Este importante método, empregado a partir do século XX, apropria-se das etapas de interpretação, avaliação e enfim, apresentação de dados do tema abordado. Desta forma, reuniu-se informações obtidas através da leitura de textos online, artigos científicos e trechos de livros como ‘Inclusão: Um Guia para Educadores (1999) de Suzan Steinback e ‘Epopéia Ignorada (1986) de Otto Marques da Silva.
Além disso, dispusemos ainda de três entrevistas com pessoas atuantes em uma unidade escolar, visando entender e apresentar as opiniões e o modo como cada uma vê o processo de inclusão em seu meio de vivência.
3.1 COLETA DE DADOS
A coleta de dados deu-se através de entrevistas semiestruturadas, onde foram criados dois roteiros com questões sutilmente diferenciadas. Estas,foram elaboradas com o intuito de perceber qual a visão e reação de pessoas ligadas à instituição escolar diante do assunto “inclusão”.
O propósito de empregar entrevistas semiestruturadas veio do princípio de que, a partir de uma pergunta ordenada, a resposta do entrevistado, poderia gerar outra questão e assim, criar-se um diálogo á respeito do enunciado. Assim, apresenta-se um objetivo para a conversação porém, não se atém a somente um retorno.
As entrevistas foram, então, executadas nas seguintes datas:
20/10/2019 – entrevista com a coordenadora da unidade de educação;
20/10/2019 – entrevista com uma das professoras da instituição, a qual trabalha com alunos com a faixa etária de 1 a 2 anos;
21/10/2019 – entrevista com outra professora da instituição, a qual trabalha com alunos com faixa etária de 2 a 3 anos.
3.2 INTERPRETAÇÃO DE DADOS
Conforme já citado, a análise dos dados é de cunho qualitativo, onde buscou-se entender as diferentes perspectivas acerca do tema trabalhado com funcionárias de uma mesma escola. De forma descritiva, pode-se elaborar um texto com as argumentações que nos foram respondidas e, então, efetuou-se a análise e avaliação da temática a qual se referiam as entrevistas.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
	Visando complementar nossa pesquisa à cerca da importância da tríade no processo inclusivo, buscamos entrevistar pessoas atuantes na área da educação. Para tanto, entrevistamos funcionárias da instituição educacional denominada Colégio Fênix – mais especificamente em seu segmento Baby -, para fins de estudo, cujas entrevistas e resultados serão apresentados nas seções 4.2.1, 4.2.2 e 4.2.3.
4.1 DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL 
O Colégio Fênix, situado na Rua Apóstolo Paschoal, nº 36, Canasvieiras, surgiu com o objetivo de proporcionar um ensino de qualidade com valores acessíveis de acordo com a necessidade da comunidade de Canasvieiras. Fundado em 12 de outubro de 1998, iniciou com apenas 30 alunos, 14 sócias e 3 funcionárias, com turmas do Jardim I a 4ª série. Atualmente, são 5 sócias, uma média de 50 funcionários e aproximadamente 320 alunos. Além disso, houve a criação do segmento Colégio Fênix Baby, localizado na Rua Vereador Hélio Hoeschl, nº 120, Canasvieiras, que atende a turmas do Berçário ao Maternal II.
Corroborando então com a pesquisa apresentada, buscou-se entrevistar as três integrantes da instituição com o intuito de entender e explicitar como cada uma, em sua particularidade, vê, lida e participa do processo de inclusão. Vale ressaltar que ambas as entrevistadas apresentam formação de nível superior e, portanto, possuem embasamento para somar a este processo.
Conforme já citado anteriormente, a tríade família, escola e sociedade são, em sua totalidade, as responsáveis pela inserção de pessoas especiais no meio em que vivem. Porém, sabe-se que na maioria das vezes, parte da escola a iniciação da inclusão e, a partir disto, elencamos através das respostas das interrogadas como se obtém este princípio.
4.2 APRESENTAÇÃO DAS ENTREVISTAS 
Nesta seção, para acrescer à este trabalho e prover fatos que exprimam a
inclusão na prática, apresentamos três entrevistas realizadas com uma coordenadora e duas professoras de uma unidade de educação infantil.
Buscou-se entrevistá-las a fim de entender suas percepções de inclusão, como a escola age diante da chegada de um aluno especial novo, e qual as suas visões sobre a importância da família no processo inclusivo. Por motivos éticos, o nome das entrevistadas serão mantidos em sigilo.
4.2.1 Entrevista com a coordenadora da unidade
A coordenadora de 37 anos de idade, gênero feminino e em sua escolaridade apresenta formação em Licenciatura em Pedagogia, Pós Graduação em Educação Infantil e Séries Iniciais e Pós Graduação em Gestão Escolar. É atuante na instituição há 15 anos, onde passou o cargo de professora efetiva do ensino fundamental e tornou-se coordenadora da unidade infantil há 2 anos.
Perguntou-se, inicialmente, o que ela entendia por inclusão. Respondeu que
“inclusão é o ato de incluir algo. Desta forma, chega a ser um pensamento anacrônico,
pensar que é necessário incluir e discutir sobre inclusão, pois a institucionalização da infância e o direito a educação vem desde cedo, ou seja, antes de nascer”.
Indagada sobre como é receber crianças com algum diagnóstico, relatou que
como a unidade se trata de educação infantil, geralmente as suspeitas são identificadasna própria escola. Além disso, descreveu que das quatro crianças que freqüentam a
escola, apenas uma tinha o diagnóstico e que as demais foram as professoras que
pediram o encaminhamento. Segundo ela, é sempre um desafio receber estas crianças
pois sabe-se que as professoras precisam receber capacitação adequada para
desenvolver um trabalho de excelência. Porém, declara que estão investindo em
palestras e se colocando a disposição para ajudar em tudo que puderem, inclusive na
elaboração de atividades. Além disso, explica que nem todas as funcionárias conseguem
participar das capacitações, por isso, solicitam a vinda da psicopedagoga, fonoaudióloga
e psicóloga na escola, afim de auxiliar ainda mais no trabalho das professoras e
auxiliares.
Neste sentido, questionou-se então como as práticas pedagógicas se concretizam na prática, onde, explicando que isto é algo natural quando o professor tem um planejamento pautado em competências, considera que elas se efetivam diariamente. Ainda acresce que este planejamento deve ter como finalidade estimular o pensamento
crítico, científico, criativo e a comunicação, entre outras habilidade que devem ser
desenvolvidas na vida escolar de toda criança usando a criticidade e a criatividade, assim como diferentes linguagens.
Interrogada sobre as formas como ocorre o processo de inclusão social, afirmou
que este processo depende de muitos fatores, e que o primordial, no caso dos alunos
desta unidade (crianças de até 4 anos), é a aceitação dos pais. Isto por que, os diagnósticos não são fechados e sim, suspeitas que serão investigadas e então encaminhadas para as terapias, após passarem por avaliação neurológica.
Quando questionada se ela achava que a inclusão é mais social ou cognitiva,
nos disse que não concorda em apontar esse processo em social ou cognitivo, pois eles
precisam estar juntos. Expressou que, pelo lado social a interação a compartilhar
momentos em sociedade, já pelo lado cognitivo, ter experiência de aprendizado, usando
os sentidos, e as diversas e inúmeras maneiras que podem ser usadas para atender essas
crianças, enriquecendo o social e o cognitivo.
Por fim, perguntamos qual a importância da família neste processo, ao que nos
respondeu que é de suma importância a participação desta, uma vez que, a maioria dos
casos requer atendimentos fora da escola, e sem essa parceria o trabalho da escola fica
ainda mais vulnerável, pois apenas a unidade não é capaz de suprir as necessidades, já
que, não possuem pessoas especializadas para isso.
Sendo assim, a própria aceitação da família é uma forma de ter sucesso no
desenvolvimento dessas crianças, mas esbarra-se em muitas barreiras como, a falta de
conhecimento, instrução dos pais e até a renda mensal. Por outro lado, enfatiza que
quando a família é comprometida, busca soluções junto com a escola e conhece seus direitos, a parceria é significativa e quem ganha com isso é a criança.
4.2.2 Entrevista com a professora da unidade que atende a faixa etária de 1 a 2 anos
A professora entrevistada tem 33 anos de idade, gênero feminino, e formação em
Licenciatura em Pedagogia. Está atuando nesta unidade há 2 anos e 8 meses, onde começou como auxiliar de sala, sendo promovida ao cargo de professora efetiva há 1 ano e 10 meses e trabalhando com alunos na faixa etária de 1 a 2 anos.
Para iniciar a entrevista, perguntou-se a ela, também, o que ela entende como
inclusão. Segundo ela, inclusão consiste na idéia de todas as pessoas terem acesso, de
modo igualitário, ao sistema de ensino. Acresce ainda que, inclusão é a integração de
alunos com necessidades educacionais especiais em classes de aula regulares onde
possam compartilhar as mesmas experiências e aprendizados com estudantes que não
apresentam necessidades educacionais especiais. Desta forma, para se efetivar a
inclusão, não deve ser tolerado nenhum tipo de discriminação de gênero algum, classe
social, etnia, religião, ou de condições físicas e psicológicas.
Posteriormente, questionou-se então como é, para ela, receber uma criança
especial. Esta, respondeu que, particularmente nunca havia tido convivência com
nenhuma criança especial, mas que, logo que as recebeu, procurou aprender e estudar
como seria a melhor maneira de incluí-los na turma. Afirma que sempre procura agir de
forma que possa ajudá-los e entendê-los, bem como vibra e até se emociona com cada
conquista destes. Além disso, ela diz achar muito importante ouvir as recomendações
dos profissionais que os acompanham. Por fim, a professora confessa que de início foi
um grande desafio, pois para ela eram muitas novidades e descobertas. Porém, garante
que, hoje, está no caminho certo para proporcionar a estes alunos o melhor aprendizado
possível.
Finalizando a entrevista, indagou-se quais as práticas pedagógicas que a mesma
utiliza para trabalhar a inclusão. Explicou então que, por seus alunos especiais
apresentarem o Transtorno do Espectro Autista, utiliza muito o recurso visual em todos
os momentos da aula, desde o momento de contação de histórias com livros e fantoches,
até a organização da rotina diária fixando imagens nas paredes da sala. Disse ainda que
estes seus alunos especiais se dispersam facilmente então, para atrair sua atenção
apropria-se da entonação de voz, utiliza sempre frases curtas e objetivas, os coloca
sentados em seu colo no momento da roda de vivências, explora o lado musical com
cantigas e uso de instrumentos, sempre os mostra imagens para que façam associação
com o que lhes é dito, e busca oferecer objetivos que sejam de seus interesses para que
permaneçam com o grupo.
4.2.3 Entrevista com a professora da unidade que atende a faixa etária de 2 a 4 anos
A professora entrevistada tem 29 anos de idade, é do gênero feminino e possui formação em Licenciatura em Pedagogia. Esta, atua na escola há 1 ano e 2 meses onde já iniciou como professora efetiva.
De início também foi questionada sobre o que ela compreendia como inclusão. Como resposta, nos informou que compreende como um processo para facilitar o convívio e a interação de criança que apresenta algumas dificuldades de aprendizagem, déficits, deficiência ou que tenha problemas com as interações sociais. Ainda complementa que vê como sendo uma maneira de integrar os mesmos na sociedade.
A partir disto, indagamos sobre como é, para ela, receber uma criança com alguma destas “diferenças”. Disse, então, que é um desafio e também uma caixinha de surpresas. Explicou que, infelizmente, acaba-se pensando sempre no lado negativo, mas que muitas vezes se depara com grandes desafios que a tornam uma pessoa melhore e uma profissional mais experiente.
Em virtude do que foi mencionado, inquirimos quais as práticas pedagógicas utilizadas para se trabalhar a inclusão. Expôs então que, primeiramente deve-se ter embasamento de todos os apoios pedagógicos e psicológicos que a criança faz, com laudo e métodos que podem ser usados com a mesma. Depois, é necessário ir moldando as aulas para ver de qual maneira se consegue alcançar o objetivo com a criança junto aos demais alunos. Desta forma, esclarece seu ponto de vista de que uma professora a mais em sala para adaptar atividades e auxiliar a criança na execução das tarefas, seja primordial. Diz isto, por que, para ela, apenas um professor em sala tenta fazer o possível para atender à todos os alunos, mas, uma criança especial requer um pouco mais de atenção.
4.3 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS
	
No que diz respeito à inclusão, ambas as profissionais da instituição entendem e corroboram que a inclusão consiste no ideal de que todas as crianças têm direito à acesso igualitário ao sistema de ensino, ainda que o termo inclusão seja um pensamento anacrônico se levarmos em consideração que a institucionalização da infância e do direito à educação vem antes mesmo do nascimento. Concordam, ainda, que é um desafio receber uma criança especial na instituição, pois a inclusão requer capacitação da equipe – tanto profissional quanto emocional – e reestruturação do ambiente. Todavia, a coordenadora afirma que a instituiçãose propõe a capacitar e adequar a estrutura para atender às necessidades dos alunos, bem como adaptação de currículo, mudanças pedagógica e planejamento – os quais são baseados em práticas pedagógicas pautadas em competência para a efetividade da inclusão.
Ainda quanto a inclusão e a forma como este processo ocorre dentro da instituição, nota-se que o principal desafio ainda é a aceitação da família quando levamos em consideração que a maioria das crianças não têm um diagnóstico, apenas suspeitas que serão posteriormente investigadas e encaminhadas para terapias mediante avaliação neurológica. Como citado na seção 2.2, é comum que a família passe por um estágio de negação ao se deparar com a notícia de que seu filho pode portar alguma deficiência, mas é, de igual forma, essencial que a família aceite a condição da criança para que o processo de inclusão possa começar.
Neste sentido, partindo para o tocante família, as profissionais demonstram o quanto a aceitação da família é fundamental para o processo de inclusão, uma vez que, a maioria dos casos requer atendimento fora da escola e a falta de participação da família deixa a instituição vulnerável por não ter profissionais especializados para realizar atendimentos internos. Portanto, a aceitação da família vem a ser uma forma de sucesso no desenvolvimento dos alunos especiais.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
	Há muito o que evoluir no que diz respeito ao processo de inclusão nas instituições de ensino. A falta de acessibilidade, profissionais, material, são desafios intermináveis. Fica nítido a urgência de que a tríade esteja cada vez mais unida em prol da inclusão, uma vez que este processo não é possível sem qualquer um destes elementos. 
Acredita-se, num contexto geral, que somente a união e sintonia entre família-escola-sociadade pode garantir a efetividade no processo de inclusão de crianças deficientes desde a primeira etapa da vida acadêmica. Embora seja um processo lento, a inclusão caminha adiante diariamente com o objetivo de prover uma educação adequada para todos. 
	
REFERÊNCIAS
FONTE: Inclusão. Disponível em:
https://eminclusao.files.wordpress.com/2013/01/stainback-currc3adculo.pdf Acesso em 05 de Setembro de 2019.
FONTE: Pesquisa qualitativa. Disponível em:
http://designinterativo.blogspot.com/2006/08/histria-da-pesquisa-qualitativa.html Acesso em 06 de Setembro de 2019.
MANTOAN, Maria Teresa Égler. O desafio das diferenças nas escolas. Petrópolis: Vozes, 2008.
CARDOSO, Marilene. Espaço para a inclusão. Novolhar, ano 10. Número 47 3. Setembro e Outubro de 2012
CECCIM, Ricardo B. Exclusão e alteridade: de uma nota de imprensa a uma nota sobre deficiência mental. In: SKLIAR, C. (Org.) Educação e Exclusão- Abordagens Sócio- Antropológicas em Educação Especial. Porto Alegre: Mediação, 1997.
MAZZOTTA, Marcos José Silveira. Educação Especial no Brasil: História e politicas públicas. São Paulo: Cortez, 2001.
MERGULHÃO, Luciana Stocco de. Calma! Eu tenho o meu tempo: Os caminhos da inclusão como uma prática pedagógica transgressora (e obrigatória!). (Dissertação de Mestrado). Universidade Metodista de São Paulo, 2003.
MULLER, Iára. Aconselhamento com pessoas portadoras de deficiência. São Leopoldo: Sinodal, 1999.
RIBEIRO, Vagno Batista. Aportes conceituais sobre dialética inclusão / exclusão: possibilidades de convivência com a diversidade no espaço escolar. São Leopoldo: EST (Dissertação de Mestrado), 2012.
ROSA, Ângela Coronel Da. Educação inclusiva. Obra coletiva organizada pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Editora ibpex.
SILVA, Otto Marques da. A epopéia ignorada. São Paulo: CEPAS, 1986.
TEHZY, Sandra Kamien. Simplesmente Igreja: um olhar sobre inclusão de pessoas com deficiência em busca de contribuições para uma práxis comunitária inclusiva. (Dissertação de Mestrado). São Leopoldo, 2008.
Michaelis: Dicionário prático da Língua Portuguesa. 2 ed. São Paulo: Melhoramentos, 2009.
BATISTA, Cristina Abranches Mota; MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Educação Inclusiva: atendimento eucacional especializado para a deficiência mental. Brasília: MEC/SEESP, 2005.
JAEGER, WERNER. Paidéia: A formação do homem grego. Trad. Artur
M. Parreira. Martins Fontes, São Paulo. 1995.
STAINBACK, Susan; STAINBACK, William. Inclusão: Um guia para educadores.
Porto Alegre: Artmed, 1999.
DIAS, 2009. p. 69.
APÊNDICES
APÊNDICE A - Roteiro de entrevista semiestruturada com Coordenadora da unidade de ensino específica.
Florianópolis, 10 de setembro de 2019.
ROTEIRO DE ENTREVISTA
1) Caracterização do sujeito entrevistado:
	
a) Idade
b) Gênero
c) Escolaridade
d) Tempo na unidade de ensino
e) Cargo
f) Tempo no cargo atual
2) O que você entende por inclusão?
3) Como é receber crianças com algum diagnóstico nesta unidade?
4) Como as práticas pedagógicas se concretizam?
5) Quais são as formas como ocorre o processo de inclusão?
6) A inclusão é mais social ou cognitiva? 
7) Qual a importância da família no processo de inclusão?
APÊNDICE B - Roteiro de entrevista semiestruturada com as professoras de uma das turmas da unidade específica.
Florianópolis, 11 de setembro de 2019.
ROTEIRO DE ENTREVISTA
1) Caracterização do sujeito entrevistado:
	
a) Idade
	b) Gênero
	c) Escolaridade
	d) Tempo da criança na unidade de ensino
	e) Cargo
 f) Tempo no cargo atual
	
2) O que você entende como inclusão?
3) Como é receber uma criança especial?
4) Quais as práticas pedagógicas utilizadas para trabalhar a inclusão?
1 Nome dos Acadêmicos
2 Tutor e Especialista em Psicopedagogia Institucional e Clinica -ICPG
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Pedagogia (PED 2348) – Prática Interdisciplinar III – 23/05/2019

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