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Otopatias em cães e gatos • Profa MSc Rita Carmona • Universidade Anhembi Morumbi • Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária Orelha Externa ✓ Pavilhão Auricular ✓ Conduto (Ramos Vertical e Horizontal) ✓ Membrana Timpânica Orelha Média ✓ Membrana Timpânica ✓ Cavidade Timpânica ✓ Ossículos (Martelo, Bigorna e Estribo) ✓ Tuba Auditiva (Conexão com a nasofaringe) Orelha Interna ✓ Vestíbulo ✓ Cóclea ✓ Canais semicirculares FORSYTHE, 2016 Migração Epitelial – A auto-limpeza ✓ Turn-over ✓ Eliminação do cerúmen (debris celulares, secreção sebácea, secreção ceruminosa, Igs e microorganismos) FORSYTHE, 2016 Imagem gentilmente cedida pelo Prof Dr Ronaldo Lucas Imagem gentilmente cedida pelo Prof Dr Ronaldo Lucas Imagem gentilmente cedida pelo Prof Dr Ronaldo Lucas NJAA et al., 2012 FelinoCanino Classificação segundo anatomia ✓Otite externa ✓Otite média ✓Otite interna Rosser, 2004 FORSYTHE, 2016 Otite externa Rosser, 2004 • A mais comum delas !! • Ocorrência: 7,5% a 16,5% em cães e 2% a 6,2% em gatos (HARVEY et al., 2001) • Em cães, 43% das OE são de causa alérgica (SARIDOMICHELAKIS et .al, 2007), sendo nas crônicas 75% dos casos (PATERSON, 2003) • Aproximadamente 50% das OE em gatos são por Otodectes cynotis (MILLER, GRIFFIN, CAMPBELL, 2013). Otite externa Manifestações clínicas ✓ Eritema (pavilhões auriculares, meato e conduto auditivo) ✓ Meneios cefálico ✓ Prurido ✓ Otorréia ✓ Dor ✓ Otohematoma Cronicamente: Alterações proliferativas – ESTENOSE/OCLUSÃO – Fibrose e/ou mineralização Rosser, 2004 Otite externa Classificação ✓Otite Ceruminosa ✓Otite Eczematosa ✓Otite Fúngica / Bacteriana ✓Otite Hiperplásica/Estenosante Otite Ceruminosa Ao exame otoscópico: excesso de cerúmem + inflamação (eritema e edema) Arquivo pessoal Luiz Lucarts Otite Ceruminosa Ao exame otoscópico: excesso de cerúmem + inflamação (eritema e edema) Otite ceruminosa por excesso de produção de cerúmem Predisposição genética Labrador Cocker Americano Sharpei Persa Otite Ceruminosa Ao exame otoscópico: excesso de cerúmem + inflamação (eritema e edema) Otite ceruminosa por excesso de produção de cerúmem Endocrinopatias Distúrbios de queratinização Manejo Corpo estranho Otite Ceruminosa Ao exame otoscópico: excesso de cerúmem + inflamação (eritema e edema) Otite ceruminosa por excesso de produção de cerúmem Arquivo pessoal Leandro Haroutune Otite Eczematosa O aspecto típico de “eczema” estará presente, principalmente, no pavilhão auricular Arquivo pessoal Luiz Lucarts Imagem gentilmente cedida pelo Prof Dr Ronaldo Lucas Otite Eczematosa Alergopatias 90% otite crônica (HA ou DA) Otite bilateral, recorrente (pode unilateral) DA: 55% otite externa 3-5% (única manifestação) HA: 80% otite externa 25% (única manifestação) Contato: raro, ramo horizontal O Ciclo da Otite Externa Perturbação da Migração Epitelial (Alergopatias, Pólipos, C.E., D. queratinização, Parasitas ...) Inflamação Aumento da Produção de Cerúmen DisbioseEstenose Arquivo pessoal Luiz Lucarts Hnilica, 2011Arquivo pessoal Luiz Lucarts Arquivo pessoal Leandro Haroutune Otite Bacteriana Presença de pús ao exame direto e/ou indireto (otoscopia) Infecção por Pseudomonas spp. PATERSON & TOBIAS, 2013 Arquivo pessoal Leandro Haroutune Arquivo pessoal Leandro Haroutune Otite Bacteriana Perturbação da Migração Epitelial (Alergopatias, Pólipos, C.E., D. queratinização, Parasitas ...) Inflamação Aumento da Produção de Cerúmen DisbioseEstenose Otite Bacteriana Presença água Farmacodermias Doenças auto-imunes Celulite juvenil Celulite Juvenil Reação a fármaco Otite Hiperplásica/Estenosante Ao exame otoscópico caracterizada pela presença de edema e estenose do CA Otite Hiperplásica/Estenosante Perturbação da Migração Epitelial (Alergopatias, Pólipos, C.E., D. queratinização, Parasitas ...) Inflamação Aumento da Produção de Cerúmen DisbioseEstenose Otite média Gotthelf, 2004 e 2005 Otite média Doença inflamatória da orelha média Subdiagnosticada 16% otite externa aguda 50-80% otite externa crônica Alterações neurológicas DOR Gotthelf, 2004 e 2005 Otite interna ✓Metade dos casos de vestibulopatia periférica em cães (Neer, 1982) ✓Cóclea e canais semicirculares ✓Subdiagnosticada (sintomas mais brandos) ✓Associação com otites externa e média (extensão da otite média) Otite interna Manifestações clínicas ✓Quadro agudo: desorientação andar em círculos, queda para o lado da lesão ✓Emese e disorexia ✓Perda de audição Síndrome de Horner Arquivo Pessoal Head Tilt Head Tilt + Paralisia de N. Facial PATERSON & TOBIAS, 2013 Otite Externa Diagnóstico ✓Verificar Pavilhão Auricular ✓Olfação ✓Palpação ✓Otoscopia: o que avaliar ✓Parasitológico de Cerúmen ✓Citologia ✓Fibro-otoscopia Inicie procurando ácaros... Otodectes cynotis Otodectes cynotis Arquivo pessoal Arquivo pessoal Arquivo pessoal Faça citologia ótica Arquivo pessoal Arquivo pessoal Arquivo pessoal Otite Média Otite Interna Diagnóstico ✓SEMPRE deve incluir exames de imagem ✓Video-fibro-otoscopia ✓Cultura e antibiograma ✓A otoscopia convencional quando bem realizada pode dar o diagnóstico (mas nem sempre é possível...) PATERSON & TOBIAS, 2013 PATERSON & TOBIAS, 2013 PATERSON & TOBIAS, 2013 Otite média - Meringotomia Otite crônica...além de tudo... Neoplasias Adenoma de gl. ceruminosa Pólipo nasofaríngeo PATERSON & TOBIAS, 2013 Pólipos e Neoplasias ➢As neoplasias mais comuns são as de origem de glândulas ceruminosas (HARVEY et al., 2001); ➢No cão as neoplasias são em sua maioria benignas, já no gato 50% dos casos apresentam malignidade (MILLER, GRIFFIN, CAMPBELL, 2013); ➢Em gatos os pólipos nasofaríngeos inflamatórios são formações benignas, ascendem pela tuba auditiva e invadem a orelha média com perfuração timpânica. Otite crônica e doença respiratória são predisponentes (MILLER, GRIFFIN, CAMPBELL, 2013); ➢Cães também apresentam pólipos como consequência de inflação crônica – conduto externo é mais comum; . Pólipos e Neoplasias ➢Colesteatoma: crescimento expansivo de epitélio escamoso estratificado, com invasão da orelha média e destruição óssea. Braquicefálicos são os mais predispostos, mas pode ocorrer em quaisquer animais com otite crônica; ➢A terapia é sempre cirúrgica! ▪ Ablação parcial ou total (considerar a topografia); ▪ Ressecção – massas pequenas que ocupem menos de 180°; ▪ Pólipos nasofarígeos – arrancamento; ▪ Cistomatose ceruminosa – laser/cautério; ▪ Colesteatoma – ablação total com curetagem cuidadosa da bula com/sem osteotomia ventral da bula. Cole, 2014 Otite externa Terapia Princípios básicos 1. Higienização do conduto auditivo 2. Diminuir a inflamação 3. Controlar a infecção 4. Controlar doenças concomitantes 5. Terapia de manutenção para evitar recidivas HARVEY & PATERSON, 2014 Ceruminolíticos X Mucolíticos Lavagem Ótica Não consigo fazer lavagem ótica... Glicocorticóides Uso racional Úteis na maior parte dos casos: Redução: prurido, dor, edema, exsudação, proliferação tecidual e estenose Nuttall, 2014 Glicocorticóides Tópicos Potência Glicocorticóide Muito potente (>100x hidro) Fluocinolona 0,01-0,02% Potente (25 a 100x hidro) Betametasona 0,1% Dexametasona 0,1% Hidrocortisona(aceponato) 0,11% Mometasona 0,1% Moderada (2 a 25x hidro) Prednisolona 0,25% Triancinolona 0,1% Pequena Hidrocortisona 1% Prednisolona 1 - 2 mg/kg cd 12-24h Nuttall, 2014 Ainda... •Glicocorticóides sistêmicos: prednisolona 1mg/Kg SID 10-15 dias •Tacrolimus 0,03% SID ou BID manipulado •Ciclosporina 7,5-10mg/Kg SID – 4 semanas Otite estenosante Prednisolona 1mg/kg SID 10- 15 dias e redução Depomedrol Ciclosporina 7,5mg/kg Sid – tempo !! Mineralização Neoplasia ABLAÇÃO Otite externa Terapia Leveduras: terapia tópica Miconazol 1% Nistatina100UI/mL Clotrimazol 1% Otite externa Terapia Bactérias: terapia tópica ✓ Cloranfenicol 0,5% ✓ Ciprofloxacina 0,35% ✓ Neomicina 0,25% ✓ Gentamicina 0,25% ✓ Tobramicina 0,3% Ototoxicidade Seguros: Quinolonas Nistatina, miconazol, clotrimazol Dexametasona, fluocinolona Esqualene, Tris-EDTA CHX < 0,15% Antibiótico Espectro Ação Ototoxicidade Neomicina Cocos Gram + Bactericida Sim Gentamicina Amplo (Staphylococcus spp, Corynebacterium spp, Proteus spp, E.coli e Pseudomonas spp) Bactericida Controvérsia Quinolonas (Enro, Cipro, Orbi e Marbo) Bacilos Gram – Bactericida Não Polimixina B Bacilos Gram – Staphylococcus spp Bactericida Sim Sulfadiazina de Prata Amplo (Pseudomonas e MRSP) Bactericida Controvérsia Cloranfenicol Cocos Gram + Bacteriostático Sim Escolha Empírica de ATBs Tópicos Cultura e Antibiograma – Quando? ➢ Falha terapêutica (Controle citológico) ➢Presença de bacilos no exame citológico ➢Quadros crônicos (>3 meses) ➢Otites Média-Interna *Lembre-se que a MIC é superada em 100 a 1000 vezes quando do uso tópico.... Lavagem ótica Solução fisiológica morna Remoção do exsudado Preparação: Prednisona (1 mg/kg 5 dias) Ceruminolítico Rx , TC ou RM Nuttall, 2004 Video otoscopia Otite média Terapia 1. Miringotomia (acesso à orelha média) 2. Material cito / cultura 3. Lavar a bula 4. Infundir medicação tópica 5. reduzir inflamação (corticóides) 6. ATBs sistêmicos Mensagens para casa Otites crônicas: a maior parte dos casos (evolução de mais de 3 meses) Boa anamnese – verificar causa de base – ALÉRGICA Bom exame dermatológico – BOM exame otoscópico Realização de citologia Realização de cultura e antibiograma ? Uso de ceruminolítico prévio / Lavagem ótica ? Realização de exames de imagem: fibro-ostoscopia, RM, Tomo
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