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CONHECIMENTO DOS CAMPOS DE ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL Para conhecermos os campos de ação do assistente social, precisamos falar um pouco sobre a formação profissional do mesmo. A formação do assistente social é de cunho humanista, portanto é comprometida com os valores que respeitam as pessoas e suas singularidades , sendo norteado pelo seu projeto ético político e profissional, e referenciado em seu código de ética profissional, tem compromisso com a liberdade, justiça e democracia, propiciando assim em todos os graus um profissional com capacitação teórico-metodológica, e técnico operativo preparando-o para um fazer profissional aprimorado , com uma visão crítica dos processos sociais e da questão social, estando preparado para a atuação com o usuário e suas demandas, olhando seu contexto social. Vale ressaltar que essa formação profissional é generalista , ou seja o profissional pode atuar em diversas áreas com os seus conhecimentos das questões sociais e psicossociais, direcionada a compreensão dos processos interligados a economia política e realidade brasileira. O profissional de Serviço Social realiza um trabalho essencialmente socioeducativo e está qualificado para atuar nas diversas áreas ligadas à condução das políticas sociais públicas e privadas, o seu trabalho tem como objetivo responder às demandas dos usuários dos serviços prestados, garantindo acesso aos direitos assegurados na constituição de 1988. O assistente social é responsável por fazer uma análise da realidade social e institucional e intervir para melhorar as condições de vida do usuário, e para um fazer profissional de qualidade é necessário que o profissional busque continuo aprimoramento de suas habilidades e conhecimentos nas diversas áreas de atuação. Sabendo disso o assistente social pode atuar nas seguintes áreas; Saúde, Assistencialismo, Educação, Empresas, Judiciário, em ONG’s e vários outros. O SERVIÇO SOCIAL NA ÁREA DA SAÚDE Nos CAPS , nos hospitais, em UBS e no NAPS( núcleo de apoio à família). O assistente social tem como funções na área da saúde definidas pela OMS (Organização Mundial da Saúde); • Discutir com os usuários as situações problema; • fazer acompanhamento social do tratamento da saúde; • estimular o usuário a participar do seu tratamento de saúde; • discutir com os demais membros da equipe de saúde sobre a problemática do paciente, • interpretando a situação social dele; • informar e discutir com os usuários acerca dos direitos sociais, mobilizando-o ao exercício da cidadania; • elaborar relatórios sociais e pareceres sobre matérias específicas do serviço social; • participar de reuniões técnicas da equipe interdisciplinar; discutir com os familiares sobre a necessidade de apoio na recuperação e prevenção da saúde do paciente. Porém cada local possui as suas especificidades como por exemplo; no NAPS o assistente social tem as seguintes atribuições • participar de reuniões com profissionais das ESF, para levantamento das reais necessidades da população adscrita; • planejar ações e desenvolver educação permanente; • acolher os usuários e humanizar a atenção; • trabalhar de forma integrada com as ESF; • realizar visitas domiciliares necessárias; • desenvolver ações intersetoriais; • participar dos Conselhos Locais de Saúde; • realizar avaliação em conjunto com as ESF e Conselho Local de Saúde do impacto das ações implementadas através de indicadores pré-estabelecidos; • desenvolver ações coletivas, utilizando os espaços públicos para fortalecimento da cidadania, trabalho comunitário e prevenção de violência, abuso de álcool e outras drogas; • desenvolver ações intersetoriais, mantendo a integração com a rede de suporte social, fortalecendo e implementando as ações na comunidade. O SERVIÇO SOCIAL NA ÁREA DO ASSISTENCIALISMO No campo da Assistência Social o Assistente Social atuara de forma direta com demandas sociais no interior dos Centros de Referência de Assistência Social intervindo através de seu papel profissional. O desenvolvimento tem início a partir da constituição de 1988, onde se a efetivação dos direitos estabelecidos, tais como a aprovação do LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social em 1993, e a implantação do SUAS – Sistema Único de Assistência Social em 2005, foi assim criado o CRAS – Centro de Referência de Assistência Social. O papel do Assistente Social nos CRAS são: • Atuar na prestação de serviço de proteção social básica para todas as famílias com laços de sangue, afetivos ou solidários, os membros familiares que encontram-se em situação de vulnerabilidade e risco social devem ser acolhidos para o resgate do convívio social. • De acordo o PAIF – Serviço de Atendimento Integral a Família deve realizar o acolhimento e a vivencia familiar, que tem como suas ações o encaminhamento e acompanhamento nos serviços socioeducativos ali inseridos, prestando também o incentivo a autonomia e fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, articulando sempre com a rede socioassistenciais. CREAS Como prática de serviços no CREAS, as ações devem tem foco no acesso das famílias em direitos socioassistenciais para potencializar a capacidade de proteção. O papel do assistente social nos CREAS é: • Por meio de serviços, promover e articular a inclusão e proteção de indivíduos com seus direitos violados e que se encontram em situação de violência relacionada a maus tratos, abandono, abuso ou exploração sexual com o objetivo de resgate de vínculos familiares e/ou comunitários rompidos. • A realização de acolhimento das equipes técnicas aos usuários assistidos objetiva o atendimento e acompanhamento das situações de violações de direitos. Suas atividades devem ser desenvolvidas com articulação da rede socioassistenciais¹ e órgãos de defesa de direitos e políticas sociais de interesse comum. O SERVIÇO SOCIAL NA ÁREA DA EDUCAÇÃO Já nas escolas a presença dos Assistentes Sociais no ambiente escolar se sobressai como forma de orientar o crescimento do indivíduo como membro da sociedade. A assistente social deve ser incluída na educação com o objetivo de construir ações para a sociedade. O Serviço Social na educação tem um papel extremamente crucial, pois ele intervém em ações práticas que estão relacionadas com os diagnósticos sociais, colocando diversas alternativas aos problemas vivenciados pelo aluno e sua família. É valido ressaltar que podemos perceber que os profissionais estão interessados em participar da equipe educacional nas escolas colocando em pratica seus conhecimentos teórico-metodológicos. Seria relativo dizer que o Assistente Social pode solucionar todos os problemas educacionais, mas ele pode contribuir com a ajuda para a melhoria desse sistema, por meio de sua atuação direta e com planejamento social de auxilio familiar, buscando o combate da exclusão social. É de extrema importância que o profissional trabalhe com parceria a outros setores da instituição de ensino. Suas atribuições podem ser variadas conforme a instituição de ensino e sua metodologia, contudo de maneira geral o profissional tem como principais atribuições: • Colaboração com a gestão e administração da escola. • Promover ações que combatam a evasão escolar. • Desenvolver políticas de conscientização de pais relacionados ao contexto socioeconômico no qual eles se encontram e oferecer perspectivas positivas aliadas à educação. • Colaborar com o desenvolvimento pessoal dos alunos. • Participar do aconselhamento psicossocial de pais, alunos e professores sempre que necessário. • Propor através do trabalho em conjunto dos setores um diagnóstico sócio-médico-educativo eficiente que consiga diagnosticar com precisão as variáveis que possam comprometer o desenvolvimento dos alunos na instituição. O SERVIÇO SOCIAL NO SETOR PRIVADO No setor privado o assistente social pode trabalhar sendo inserido em Empresas onde este profissional desenvolvera papel fundamental para: • Criar projetos, • Analisar e documentar informações que possam ser utilizadas pela empresa. Ou seja,por meio desse trabalho, a organização pode criar formas mais efetivas de garantir e promover a saúde de seus colaboradores. Dessa maneira, com a atuação do assistente social, um trabalho de prevenção de doenças físicas e mentais é realizado. O profissional também é responsável pela: • Administração de quase todos os benefícios oferecidos pela empresa (transporte, assistência médica e assistência odontológica), • Faz os pagamentos às outras empresas que mantém convênio, • Ouve as reclamações dos funcionários sobre algum benefício que não foi prestado satisfatoriamente e cuida de toda parte burocrática. O assistente social trabalha também na área de desenvolvimento sustentável da empresa estando apto para: • Desenvolver ações para criar e disseminar atitudes de valorização humana. Com um ambiente com maior desenvolvimento sustentável, o crescimento corporativo é realizado de forma mais real e humana. Com isso, a demanda de cargos e vagas para essa área tende a crescer nos próximos anos. Todas essas práticas estão alinhadas com o atual cenário de preocupação com a responsabilidade social empresarial. O SERVIÇO SOCIAL NO CAMPO SÓCIO JURÍDICO Já no campo Sócio Jurídico o profissional de Serviço Social começou a muitos anos atrás tendo seu inicio em 1949, no Serviço de Colocação Familiar junto ao Juízo de Menores, em São Paulo e permanecendo sob responsabilidade dos Juizados de Menores da capital ate 1985, quando passa a ser administrado pelo Instituto de Assuntos da Família (Iafam) vinculado ao Poder Executivo estadual, vindo a ser extinto alguns anos depois. Porém é apenas em 1990 com a criação do ECA- Estatuto da Criança e Adolescente, que o Assistente Social passa a integrar como efetivo o quadro de servidores dos Tribunais de Justiça, sendo desde então exigido que este profissional sempre busque o aprimoramento em virtude da especificidade do trabalho e das demandas surgidas em decorrência das manifestações da questão social. São atribuições aos profissional de Serviço Social no Âmbito Judiciário • Atender determinações judiciais relativas à prática do Serviço Social, em conformidade com a legislação que regulamenta a profissão e o Código de Ética profissional. • Proceder a avaliação dos casos, elaborando estudo ou perícia social, com a finalidade de subsidiar ou assessorar a autoridade judiciária no conhecimento dos aspectos socioeconômicos, culturais, interpessoais, familiares, institucionais e comunitários. • Emitir laudos técnicos, pareceres e resposta a quesitos, por escrito ou verbalmente em audiências e ainda realizar acompanhamento e reavaliação de casos. • Desenvolver, durante o Estudo Social e/ou Plantão de Triagem, ações de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, no que se refere às questões sócio jurídicas. • Desenvolver atividades específicas junto ao cadastro de adoção nas Varas da Infância e Juventude, CEJA e CEJAI. • Estabelecer e aplicar procedimentos técnicos de mediação junto ao grupo familiar em situação de conflito. • Contribuir e/ou participar de trabalhos que visem a integração do Poder Judiciário com as instituições que desenvolvam ações na área social, buscando a articulação com a rede de atendimento à infância, juventude e família, para o melhor encaminhamento. • Acompanhar visitas de pais às crianças, em casos excepcionais, quando determinado judicialmente. • Fiscalizar instituições e/ou programas que atendam criança e adolescente sob medida protetiva e/ou em cumprimento de medida socioeducativa, quando da determinação judicial, em conformidade com a Lei 8069/90. • Realizar trabalhos junto à equipe multiprofissional, principalmente com o Setor de Psicologia, com objetivo de atender à solicitação de estudo psicossocial. • Elaborar mensal e anualmente relatório estatístico, quantitativo e qualitativo sobre as atividades desenvolvidas, bem como pesquisas e estudos, com vistas a manter e melhorar a qualidade do trabalho. • Atuar em programas de treinamento de Juízes e Servidores, inclusive os de capacitação de Assistentes Sociais Judiciários, como Coordenador, Monitor e Palestrante, promovidos pelo Tribunal de Justiça. • Supervisionar estágio de alunos do curso regular de Serviço Social, mediante prévia autorização do Tribunal de Justiça. • Planejar e coordenar as atividades técnicas e administrativas específicas do setor social. • Elaborar e manter atualizado cadastro de recursos da comunidade. • Elaborar, implementar, coordenar, executar e avaliar, controlando e fiscalizando se necessário, planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social, de acordo com as diretrizes fixadas pela E. Presidência, nos serviços de atendimento a magistrados e servidores. • Assessorar a Alta Administração sempre que necessário, nas questões relativas à matéria do Serviço Social. O SERVIÇO SOCIAL NAS ONG’S Fechando o imenso leque de áreas que o Assistente Social pode atuar temos as ONG’s (Organizações não governamentais) são organizações formadas pela sociedade civil particulares e públicas sem fins lucrativos e que tem como missão a resolução de algum problema da sociedade, seja ele econômico, racial, ambiental, e etc, ou ainda a reivindicação de direitos e melhorias e fiscalização do poder público. Também chamado “terceiro setor”, as organizações sem fins lucrativos são particulares ou públicas, desde que não tenham como principal objetivo a geração de lucros e, que se houver geração de lucros, estes sejam destinados para o fim a que se dedica a organização não podendo este ser repassado aos proprietários ou diretores da organização. As ONG’s se fazem presente como uma forma de suprir as falhas do governo com relação á assistência e resolução dos problemas sociais, ambientais e econômicos e se faz esta mais uma área de atuação do Assistente Social, como não há uma data especifica concluímos que é a partir da Lei Orgânica da Assistência Social de 1993 e toda a legislação criada após, regulamentando às e concluindo que é direito a assistência social, que entra o trabalho do Assistente Social nas ONG’s . O assistente social por sua vez adentra no terceiro setor por meio das ONG’s tendo as atribuições de: • Desenvolver o esclarecimento de direitos sociais. • Benefícios e serviços institucionais; • Planejamento de programas e projetos sociais; • Assessoria/acompanhamento à grupos sociais; • Orientação/encaminhamento de serviços e benefícios sociais. REFERÊNCIAS ABREO, S. C. A.; RIBEIRO, M.R. O fazer profissional do Assistente Social de empresas em Londrina. [20--]. Disponível em < http://www.uel.br/revistas/ssrevista/c_v6n1_carol.htm>. Acesso em 13 de março. 2020. BIDOIA, Paula. Métodos eficazes para aplicar a assessoria e consultoria em Serviço Social. 2019. Disponível em < https://blog.maxieduca.com.br/assessoria-consultoria-social/>. Acesso em 13 de março. 2020. CORONEL, Priscila. Papel do Assistente Social CRAS e CREAS. 2011. Disponível em < http://coronelpriscila.blogspot.com/2011/09/papel-do-assistente-social-cras-e-creas.html?m=1>. Acesso em 13 de março. 2020. FARIA, Caroline. ONGS (Organizações não governamentais). [20--]. Disponível em < https://www.infoescola.com/geografia/ongs-organizacoes-nao-governamentais/>. Acesso em 13 de março. 2020. FÁVERO, T. E. O Serviço Social no Judiciário: construções e desafios com base na realidade paulista. 2013. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-66282013000300006&lng=pt&tlng=pt#_ftn25>. Acesso em 13 de março. 2020. MARCONDES, Júlio. 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