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FACULDADE DE TECNOLOGIA SÃO PAULO ADELMA SOUZA CRISPIM RICCIO CAVITAÇÃO São Paulo – SP 2020 ADELMA SOUZA CRISPIM RICCIO CAVITAÇÃO Trabalho apresentado à disciplina Laboratório de Hidráulica do curso Tecnologia em Hidráulica e Saneamento Ambiental da Faculdade de Tecnologia de São Paulo como requisito parcial para aprovação na disciplina. Professor: Wladimir Firsoff São Paulo – SP 2020 Resumo Cavitação é o nome dado a mudança brusca de vapor para líquido que ocorre no interior da bomba provocando vibrações e ruídos anormais, além de queda de vazão e altura monométrica provocando o desgaste excessivo das peças internas da bomba em contato com o líquido. Ocorre quando a pressão de um líquido numa tubulação, cai abaixo da sua tensão de vapor, dando início ao processo de formação de bolhas de vapor, que são arrastadas pelo fluxo. Na cavitação ocorre o fenômeno de vaporização de um líquido pela redução da pressão, durante seu movimento. Para todo fluido no estado líquido pode ser estabelecida uma curva que relaciona a pressão à temperatura em que ocorre a vaporização. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 5 2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................... 5 2.1. Cavitação ................................................................................................ 5 2.2. NPSH – Net Positive Suction Head ......................................................... 6 2.3. Causas da formação de cavitação .......................................................... 7 2.4. Metodologia de ensaio ............................................................................ 7 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 10 4. REFERÊNCIAS ..................................................................................... 11 5 1. INTRODUÇÃO Cavitação é a formação de cavidades (bolhas de vapor ou de gás) num líquido por efeito de uma redução da pressão total. Quando a pressão de um líquido numa tubulação, cai abaixo da sua tensão de vapor, tem início o processo de formação de bolhas de vapor, que são arrastadas pelo fluxo. Na tubulação de sucção de uma bomba centrífuga pode, em certos casos, ocorrer esse fenômeno. As pressões, nesse trecho de tubulação, são geralmente menores que a atmosférica e, apesar das tensões de vapor diminuírem com a temperatura, ainda assim poderá ser atingida essa condição. As bolhas de vapor desaparecem, assim que alcançam as zonas de alta pressão, no interior da bomba. Essa mudança brusca de vapor para líquido, que ocorre no interior da bomba é denominada CAVITAÇÂO. A cavitação provoca vibrações, ruídos anormais, queda de vazão e da altura manométrica, além do desgaste excessivo das peças internas da bomba em contato com o líquido (rotor e carcaça principalmente). 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Cavitação A Cavitação pode ser definida como um termo usado para descrever o fenômeno que ocorre numa bomba quando existe insuficiente NPSH disponível em relação ao NPSH requerido. Quando a pressão do líquido é reduzida a um valor igual ou abaixo de sua pressão de vapor, começam a formar pequenas bolhas ou bolsas de vapor. Estas bolhas se movem à frente das pás do rotor para uma zona de pressão mais alta, rebentando rapidamente. O arrebentamento é tão brusco que gera um ruído violento, como se a bomba estivesse bombeando cascalho. Por 6 isso, a maneira mais fácil de reconhecer que a bomba está cavitando é através do acompanhamento do ruído da bomba. Outra conseqüência do colapso das bolhas é a retirada de material da superfície (pitting) de onde ocorrem as implosões, causando principalmente, dependendo da intensidade e duração, a erosão do rotor. Além de danos no rotor, a cavitação normalmente resulta em redução da capacidade da bomba devido ao vapor presente, redução e instabilidade da altura manométrica, vibração e defeitos mecânicos. 2.2. NPSH – Net Positive Suction Head Com a finalidade de caracterizar condições para que a sucção do líquido pela bomba seja adequada, foi introduzido na terminologia de instalações de bombeamento o conceito de Net Positive Suction Head (NPSH). Este parâmetro estima a energia com que o líquido acessa o bocal de entrada da bomba. A cavitação está diretamente relacionada com o termo NPSH – Net Positive Suction Head – esse termo está relacionado a pressão no flange de entrada da bomba, acima da pressão de vapor do líquido, são definidos dois tipos: 1. NSPH Disponível (NPSHdisp) - é uma característica da instalação em que a bomba opera, e da pressão disponível do líquido no lado da sucção. O NPSHdisp pode ser calculado através desta equação: Fórmula NPSHdisp: Sendo: Ps [kgf/cm²] – Pressão no flange de sucção Patm [kgf/cm²] – Pressão atmosférica Pv [kgf/cm²] – Pressão de vapor do líquido à temperatura de bombeamento Y [kg/dm³] – Peso específico do fluido g [m/s²] – Aceleração da gravidade 7 Vs [m/s] – Velocidade do fluxo no flange de sucção Zs [m] – Distância entre linhas de centro da bomba e do manômetro 2. NPSH Requerido (NPSHreq) - Normalmente, as curvas características de uma bomba incluem a curva de NPSHreq em função da vazão. Esta curva é uma característica própria da bomba e pode ser obtida experimentalmente nas bancadas de testes dos fabricantes. No teste para obtenção do NPSHreq, é utilizada como critério a queda de 3% na altura manométrica para uma determinada vazão. Este critério é adotado pela HI (Hydraulic Institute) e API 610 (American Petroleum Institute Standard 610). 2.3. Causas da formação de cavitação Quando o líquido alcançou uma pressão atmosférica absoluta muito baixa, ele acaba evaporando e formando cavidades em seu interior. São identificadas como causas da formação de cavitação: • Dimensionamento incorreto da tubulação de sucção; • Filtro ou linha de sucção obstruídos; • Reservatórios "despressurizados"; • Filtro de ar obstruído ou dimensionamento incorreto; • Óleo hidráulico de baixa qualidade; • Procedimentos incorretos na partida a frio; • Óleo de alta viscosidade; • Excessiva rotação da bomba; • Conexão de entrada da bomba muito alta em relação ao nível de óleo no reservatório. 2.4. Metodologia de ensaio Segundo informações que constam no material de apoio Apostila Hidráulica Aplicada Experimental, o ensaio de laboratório para determinação do 8 NPSHREQUERIDO, é sempre realizado com a pré-fixação de uma determinada vazão. Os fabricantes de bombas apresentam em seus catálogos, uma curva de NPSHREQUERIDO X VAZÃO. No ensaio realizado no Laboratório, é fixada a vazão em torno do ponto de rendimento máximo da bomba. Assim sendo, obterem-se apenas um ponto de curva de NPSHREQUERIDO. O NPSH REQUERIDO será determinado através da redução progressiva do NPSH DISPONÍVEL, até a ocorrência da cavitação. Essa variação é feita pela diminuição da pressão existente sobre o líquido, no tanque de alimentação. Esse tanque é hermeticamente fechado e, através de uma bomba de vácuo, vai sendo retirado o ar existente no seu interior. FIGURA 01 – CAVITAÇÃO EM BOMBAS CENTRÍFUGAS – BANCO DE ENSAIOS Fonte: Apostila Hidráulica Aplicada Experimental Quando a bomba atingir o “estado de cavitação”, poderá ser observado o fenômeno das formações de bolhas de vapor na tubulação de sucção dela. Ao mesmo tempo, haverá uma diminuição dos valores de “Q” e “Ht”. Quando a vazão “Q” é controlada, em torno de um valor fixo pré- estabelecido,a diminuição dar-se-á primeiramente nos valores de “Ht”. Se, ao 9 contrário, “Ht” for mantido constante, os valores de vazão é que primeiramente diminuirão. Considera-se, para efeito de determinação do NPSHREQUERIDO, a curva que primeiramente apresentar esse decréscimo. Essa metodologia prevê a pré-fixação da vazão. Dessa forma a curva “Ht” x NPSH é que deverá apresentar primeiramente o decréscimo. Com os dados calculados, deverá ser elaborado um gráfico, em papel milimetrado: alturas de elevação da bomba “Ht” e vazão “Q” (nas ordenadas) em função do NPSHDISPONÍVEL (abcissas). O NPSHREQUERIDO é obtido graficamente, traçando-se uma paralela ao trecho reto do gráfico, com uma distância de 3% do valor constante de “Ht”. No ponto de cruzamento dessa paralela com a curva “Ht” x NPSHdisp., deve-se baixar uma perpendicular até o eixo de NPSHDISPONÍVEL. Esse é o valor definido como sendo o NPSHREQUERIDO da bomba. Sendo: Q = Vazão em litros por segundo e Ht = Altura manométrica em metros. 10 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS A cavitação é prejudica tanto a bomba como o sistema, em decorrência disso os fabricantes especificam as limitações dos seus produtos dispostos no mercado. Especificando a pressão menor que a atmosférica, que deve ocorrer a entrada da bomba para encher o mecanismo de bombeamento, mas as especificações para esse tipo de pressão não são dadas em termos da escala de pressão absoluta, mas em termos da escala de pressão do vácuo. 11 4. REFERÊNCIAS Apostila Hidráulica Aplicada e Experimental. Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/4962587/apostila-lab-hidra>. Acesso em 20 de jun. de 2020. COELHO, Welington Ricardo. Análise do Fenômeno de Cavitação em Bomba Centrífuga. Universidade Estadual Paulista – UNESP, Ilha Solteira, 2006. Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/88879/coelho_wr_dr_ilha_ prot.pdf?sequence=1> Acesso em: 20 de jun. 2020. SANTOS, Sérgio Lopes. Uso da Cavitação Hidrodinâmica Como uma Alternativa Para a Produção de Biodiesel. FEI, São Bernardo do Campo, 2009. Disponível em: <https://repositorio.fei.edu.br/bitstream/FEI/616/2/fulltext.pdf> Acesso em 22 de jun. de 2020. SOARES, Homero. Variação na Curva do Sistema. Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, 2020. Disponível em: <http://www.ufjf.br/engsanitariaeambiental/files/2012/09/HG_Cap%C3%ADtulo- 5_Parte-2.pdf> Acesso em: 20 de jun. 2020. FOX, R.W., McDonald, A.T., Pritchard, P.J., Introdução à Mecânica dos fluidos, LTC, 6º edição, 2006. CENGEL, Y.A.; CIMBALA, John M. Mecânica dos fluídos: fundamentos e aplicações. São Paulo: McGraw -Hill, 2007. POTTER, M.C., Wiggert, D.C.; Mecânica dos fluidos, Thomson Learning, 2004. PORTO, R.M. Hidráulica básica. 2.ed. São Carlos: USP, 1999, 540 p. 12 NETTO, J. M. de A. Manual de Hidráulica. 8ª edição, Edito ra Edgard Blücher, 1998, São Paulo, SP.
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