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APOSTILA DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Profª JÚNIA MARISE LANA MARTINELLI
UNIDADE I – HISTÓRICO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO:
1) A JUSTIÇA DO TRABALHO NO DIREITO COMPARADO:
A Justiça do Trabalho em outros Países: 
(Luiz de Pinho Pedreira da Silva)
Começarei pelos países da Comunidade Econômica Europeia, que possuem jurisdição do trabalho especial e autônoma em face da jurisdição comum. São eles a Alemanha, a Bélgica, a Dinamarca, a Espanha e a Grã-Bretanha.
Na Alemanha a jurisdição é composta de tribunais do trabalho, na base, tribunais regionais do trabalho para apelação, em cada Lander (região) e tribunal federal do trabalho, sediado em Kassel, na cúpula. Para a matéria constitucional existe a Corte Federal da Constituição, com sede em Karlsruhe. Além dos juízes togados compõem os tribunais do trabalho os "juízes benévolos"(que nós aqui denominamos classistas), representantes dos empregados e dos empregadores, designados por um período de quatro anos pela autoridade máxima do trabalho do Lander respectivo, dentre os nomes constantes de listas enviadas pelas associações representativas das duas classes, obedecida rigorosamente a ordem dos nomes na lista. A competência dos tribunais de trabalho é, em todas as instâncias, para julgar principalmente os dissídios individuais de trabalho, entre empregadores e empregados, mas também os litígios entre patrão e comitê de empresa ou entre parceiros sociais. Segundo WOLFGANG DAUBLER, na prática sucede que os artigos da lei sobre tribunais de trabalho referentes à competência "abarquem quase todo o campo do direito do trabalho".
Os "juízes benévolos" não percebem remuneração, mas uma indenização quando funcionam mais de seis vezes em trinta dias, além do reembolso das despesas de transporte e uma pequena ajuda de custo para cobrir As despesas correntes.
O tribunal do trabalho da Bélgica, órgão do poder judiciário que constitui a primeira instância, se compõe de juízes profissionais e de "juízes sociais". Os tribunais do trabalho são compostos de câmaras, cada qual presidida por um juiz profissional (togado, dizemos aqui) e dois juízes sociais, um representante dos empregadores e outro dos empregados, nomeados pelo Rei. A Corte do trabalho se compõe de magistrados de carreira e de conselheiros sociais, representantes dos trabalhadores e dos empregadores, mas dentre os nomes indicados em duas listas, uma dos corpos políticos (conselhos provinciais ou Senado) e outra pelos próprios corpos de justiça (assembleias gerais da corte de apelação). O tribunal do trabalho conhece, em primeira instância, de todos os dissídios de trabalho surgidos por ocasião do trabalho em matéria de direito do trabalho ou de direito da seguridade social, qualquer que seja o montante das somas do litígio. Os juízes sociais recebem "jetons" por sua presença.
A Dinamarca possui jurisdição especial do trabalho. A Corte do trabalho dinamarquesa é constituída de juízes: um presidente, ultimamente, juiz da Corte Suprema, e seis juízes ocasionais, peritos na matéria, designados pelas organizações sindicais (Confederação dos Empregadores e Confederação dos Sindicatos). As questões de trabalho são decididas originariamente pelas jurisdições ordinárias. A instância única é a Corte do Trabalho, de cuja decisão nenhum recurso cabe. Os juízes ocasionais são remunerados.
Na Espanha, a jurisdição do trabalho é uma jurisdição especializada desde 1940 e integra o poder judiciário, sendo independente, de modo que nem o poder legislativo nem o executivo pode interferir em seus poderes. Depende ela do Conselho Geral do Poder Judiciário. O órgão de primeira instância é o juiz (ou tribunal) do trabalho( "juizado social"). Compõe-se de um único juiz, profissional, pois na justiça do trabalho da Espanha não há juiz classista em qualquer dos seus níveis. Juiz do trabalho conhece em primeira e única instância dos processos relativos ao direito do trabalho, tanto no que concerne aos conflitos individuais como aos conflitos coletivos jurídicos ou das reclamações em matéria de seguridade social, ou, ainda, contra o Estado se a legislação do trabalho lhe atribuir essa competência. O tribunal supremo, com sede em Madri, conhece dos recursos de cassação, revisão ou qualquer outro recurso extraordinário previsto pela lei, em matéria de direito do trabalho e das questões de competência entre jurisdições que não tenham outro superior hierárquico comum. A competência recursal é da 4ª câmara, do mesmo tribunal supremo especializado em direito do trabalho.
A Grã-Bretanha possui desde 1964 um sistema de jurisdição do trabalho denominado tribunais industriais, ou tribunais do trabalho, independentes dos outros tribunais. São essas jurisdições compostas de um presidente, juiz profissional, e ainda de um representante dos empregados e um representante dos empregadores, designados dentre os nomes constantes de listas, pelo Secretariado de Estado para o emprego. Na maior parte dos casos, os tribunais de trabalho são o primeiro grau de jurisdição para dirimir os dissídios entre empregadores e empregados, e, em certas hipóteses, entre o sindicato e o empregado. Na sua maior parte, as apelações das sentenças proferidas pelos tribunais de trabalho são interpostas para o Employment Appeal Tribunal (tribunal de apelação do trabalho). Os juízes classistas percebem 87 libras esterlinas por dia. A High Court, que julga os recursos das recomendações ou decisões da Labour Court, é formada exclusivamente por juízes profissionais.
Na Argentina, a denominação dada, por lei, a todas as instâncias judiciais do trabalho em conjunto é a de justiça do trabalho. A esta competem "as causas contenciosas ou conflitos individuais de direito, quaisquer que forem as partes – inclusive a Nação, suas repartições autárquicas, a municipalidade da Cidade de Buenos Aires e qualquer ente público – por demandas ou reconvenções fundadas no contrato de trabalho, convenções coletivas de trabalho, laudos com eficácia de convenções coletivas ou disposições legais ou regulamentares de direito do trabalho, e as causas entre trabalhadores e empregadores relativas a um contrato de trabalho, embora se fundem em disposições do direito comum aplicáveis àquele. A competência também compreenderá as causas que persigam só a declaração de direito..." A justiça do trabalho é constituída por tribunais locais (provinciais), exceto os da capital federal, que são nacionais integrados, entre outros, pela Câmara Nacional de Apelações do trabalho da Capital federal e juízes nacionais de primeira instância do trabalho da mesma Capital, onde a justiça do trabalho se compõe, portanto, de duas instâncias. A Corte Suprema de Justiça nacional decida das causas trabalhistas em matéria de constitucionalidade. Os tribunais de trabalho, como escreveu ERNESTO KROTOSCHIN, "órgãos que integram o poder judiciário, são independentes". Os tribunais de trabalho argentinos são compostos exclusivamente de juízes togados.
O Código Processual do Trabalho (Lei n. 742 de 1961) institui a justiça do trabalho, que será exercida pelos Juizados e Tribunais, integrantes do poder judiciário, e pela junta permanente de conciliação e arbitragem, que faz parte da administração do trabalho. A organização judiciária do trabalho é constituída exclusivamente de juízes especiais togados, e integrada por juízes de primeira instância, por tribunais de apelação e pela Corte Suprema de Justiça. Quanto à sua instituição e hierarquia a justiça do trabalho tem a mesma posição dos outros ramos especializados da justiça (art. 11). Os tribunais de apelação do trabalho atuam em Segunda instância e se compõem de três magistrados. Quando forem mais de um serão divididos em turmas. Compete à justiça do trabalho decidir em única instância, quando o valor do seu objeto não exceda o salário mínimo, ou em Segunda instância nos demais casos, as questões de caráter contencioso suscitadas pelo Código do trabalho ou pelo contrato individual de trabalho, as controvérsias entre os sujeitos pactuantes ou aderentes de um contratocoletivo de conciliações de trabalho sobre a existência, interpretação ou cumprimento deste, os litígios sobre reconhecimento sindical, todo conflito entre um sindicato e seus filiados derivados do cumprimento dos estatutos sociais ou do contrato coletivo de condições de trabalho e as controvérsias entre trabalhadores motivadas pelo contrato de equipe. A Corte Suprema de Justiça conhecerá dos recursos de apelação contra as resoluções originárias dos tribunais de apelação do trabalho.
Um país em vias de incorporação ao Mercosul e dos que mais têm se ajustado, em sua legislação, aos princípios do neoliberalismo, o Chile, manteve, no seu Código do trabalho, a "jurisdicción laboral". Nas comunas ou grupos de comunas em que determine a lei existam "Juzgados de Letras del Trabajo", tribunais especiais integrantes do poder judiciário têm competência para as questões derivadas do contrato de trabalho, da interpretação e do cumprimento dos contratos coletivos, assim como para os os litígios sobre reconhecimento sindical ou entre um sindicato e seus filiados por descumprimento dos estatutos sociais ou do contrato coletivo.
Subindo para o norte da América, vamos encontrar a jurisdição especial do trabalho no México, onde ela é constituída pelas Juntas de Conciliação e Arbitragem, em cada Estado, e pela junta Federal de Conciliação e Arbitragem, na capital do país. A composição de todas essas Juntas é tripartida e paritária, pois integradas por um presidente, representante do governo, formado em direito, e representantes, em igual número, dos trabalhadores e dos empregadores, eleitos pelas respectivas classes. As Juntas, consoante esclarece JOSÉ DÁVALOS, fazem parte do poder judiciário e gozam de independência e autonomia. Compete-lhes solucionar todos os conflitos do trabalho, individuais e coletivos, jurídicos e econômicos. A Junta Federal conhece dos conflitos de trabalho quando trate de matéria de competência da União. Dos "laudos das juntas cabe recurso" para os Tribunais Colegiais do Circuito por violação de direitos individuais garantidos na Constituição e para a Suprema Corte de Justiça quando esteja em juízo interpretação definitiva da carta magna.
2) HISTÓRICO DA JUSTIÇA DO TRABALHO NO BRASIL:
Em 11.05.1943, foi promulgada a CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO.
Apesar de já organizada desde a Consolidação das Leis do Trabalho de 1943, porém sob feição administrativa, vinculada ao Poder Executivo, a Justiça do Trabalho foi reconhecida como integrante do Poder Judiciário somente com a Constituição de 1946. 
Findo o período ditatorial do chamado Estado Novo, foi promulgada a Constituição de 1946 que retornou os princípios da social-democracia, trazendo a organização da Justiça do Trabalho, com sua inclusão entre os órgãos do Poder Judiciário; atribuição de poder normativo à Justiça do Trabalho; inclusão do Ministério Público do Trabalho no Ministério Público da União.
Posteriormente, com a deflagração do movimento revolucionário de 31.03.64 e a promulgação da Carta de 1967, foram introduzidas a composição do Tribunal Superior do Trabalho e dos Tribunais Regionais do Trabalho.
Nitidamente inspirada na Carta del Lavoro de feição facista, a Justiça do Trabalho observou em sua origem a composição paritária, com representantes do Estado (juízes togados), dos empregadores e dos empregados (juízes classistas), reproduzindo a composição da Organização Internacional do Trabalho. 
A representação classista somente foi extinta com a Emenda Constitucional nº 24/1999, que determinou a substituição das Juntas de Conciliação e Julgamento pelas Varas do Trabalho de atuação judiciária singular (CF art.116).
3) FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO:
- Constituição Federal
- Consolidação das Leis do Trabalho
- Código de Processo Civil
- Princípio da Subsidiaridade: art.769 da CLT
- Instrução Normativa nº 39/TST
 
- Art. 15 CPC/2015 (forma de integração DPC/DPT)
- Lei dos Executivos Fiscais – Lei nº6.830/80
- Lei da Ação Civil Pública – Lei nº7.347/85
- Lei do Mandado de Segurança – Lei nº12.016/2009
- Decreto-Lei nº779/69 (normas de DPT para entes da Administração Pública)
4) PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO:
4.1) PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL EM GERAL:
- Devido Processo Legal (CF art.5º, LIV):
- iniciativa da parte e impulso oficial: art. 2º CPC
- juiz natural : art. 5º, LIII CF
- inafastabilidade da jurisdição: art.5º, XXXV CF
- imparcialidade do juiz: art.801 CLT
- boa-fé e lealdade processual: art.77 CPC
- contraditório e ampla defesa: art.5º LV
- impugnação especificada dos pedidos: art.341 CPC
- motivação das decisões: art.93, IX CF
- adstrição e congruência da decisão ao pedido: arts. 141 e 492 CPC
- busca da verdade real: art. 852-D CLT
- aptidão para a prova e ônus da prova
- aquisição ou comunhão da prova
- livre convencimento motivado e persuasão racional do julgador: art.371 CPC
- eventualidade (preclusão – consumativa, lógica e temporal)
4.2 PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO:
- JUS POSTULANDI: art. 791 CLT
- gratuidade de justiça: art.790, §3º CLT
- pagamento diferido das custas processuais e sucumbência integral: art. 789, §1º CLT
- conciliação: art.764, caput e §3º CLT
- concentração dos atos processuais em audiência: art.849 CLT
- celeridade: art.765 CLT
- simplicidade/instrumentalidade das formas: art. 840, §1º e 899 CLT
- irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias: art.893, §1º CLT
- economia processual: art.842 CLT
UNIDADE II – SOLUÇÃO DOS CONFLITOS TRABALHISTAS. JUSTIÇA DO TRABALHO. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO:
1. COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA – CCP
Em decorrência da extinção da representação classista pela Emenda Constitucional nº 24/1999, foram criadas pela Lei nº9.958/2000 as Comissões de Conciliação Prévia – CCP, de composição paritária com a única finalidade de implementar a conciliação de conflitos individuais do trabalho. 
Pelo art. 625-A/CLT, as Comissões de Conciliação Prévia seriam instituídas no âmbito das empresas, de grupo de empresas, dos sindicatos e até em nível intersindical. 
O mandato dos integrantes das Comissões organizadas no âmbito das empresas ou grupo de empresas é de um ano, gozando os representantes dos trabalhadores (titulares e suplentes) de estabilidade até um ano após o fim do mandato. Porém, à diferença dos classistas, os conciliadores não são remunerados pelo erário e somente se afastam de suas atividades quando efetivamente convocados para atuar na CCP. 
O art. 625-D/CLT previa, como pressuposto processual ao ajuizamento de reclamação trabalhista, a prévia submissão da lide à CCP, ou seja, o reclamante deveria instruir a petição inicial de sua reclamação trabalhista com a certidão da tentativa frustrada de negociação perante a CCP. Contudo, o STF entendeu pela inconstitucionalidade desse preceito à luz do princípio da inafastabilidade da jurisdição (art.5º, XXXV, CF) – ADIN 2.139 e 2.160.
Obtida a conciliação na CCP, será expedido termo de conciliação que configura título executivo extrajudicial e tem eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas – art. 625-E, parágrafo único/CLT.
2) ARBITRAGEM:
Art.114, §2º CF – frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. 
A arbitragem é mecanismo de solução de conflitos coletivos, disciplinada pela Lei nº 9.307/96, desde que envolvam direitos patrimoniais disponíveis. 
2.1) ARBITRAGEM INTRODUZIDA PELA LEI 13.467/2017:
É também possível o compromisso arbitral, pelo qual as partes convencionam submeter à arbitragem os conflitos individuais de trabalho – Lei nº13.467/2017 (Reforma Trabalhista) introduz o art. 507-A à CLT: reconhece a possibilidade de compromisso arbitral entre empregadores e empregados com salários superiores à dobra do teto do salário de benefícios da Previdência Social. 
Mercado 
Thursday, 10-Aug-2017 15:54:53 BRT
Empresas querem árbitro privado para solucionar disputas trabalhistas
NATÁLIA PORTINARI
DE SÃO PAULO 
Grandes empresas poderãorecorrer com maior frequência a árbitros privados para solucionar disputas com seus funcionários, explorando uma brecha aberta pela reforma trabalhista sancionada pelo presidente Michel Temer no início do mês. 
A arbitragem é um método de resolução de conflitos fora do sistema judiciário. No meio empresarial, ela é usada para garantir celeridade e rigor técnico a decisões que envolvem grandes volumes de dinheiro. 
Com a reforma, trabalhadores com renda superior a duas vezes o teto dos benefícios da Previdência Social, cerca de R$ 11 mil, poderão resolver disputas com seus empregadores em câmaras de arbitragem se concordarem expressamente com isso numa cláusula de seus contratos. 
2.2) ENTIDADES DE REFERÊNCIA EM ARBITRAGEM NO BRASIL:
- Câmara de Mediação e Arbitragem Empresarial – CAMARB
- Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem – CBMA
- Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá – CAM CCBC
- Câmara de Arbitragem da Federação das Indústrias de São Paulo – FIESP
2.3) ENTIDADES DE REFERÊNCIA EM ARBITRAGEM NO MUNDO: International Chamber of Commerce – ICC
2.4) CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA – definida no contrato, antes do conflito. 
 COMPROMISSO ARBITRAL – opção das partes após o surgimento do conflito
3) JUSTIÇA DO TRABALHO:
3.1) TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO:
- Composição: 27 ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 anos e menos de 65 anos, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação em sabatina pelo Senado Federal, sendo 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho; os demais dentre Desembargadores dos Tribunais Regionais do Trabalho indicados pelo próprio TST (art.111-A/CF)
- Mandato do Presidente, Vice-Presidente e Corregedor Geral: 2 anos, proibida a reeleição.
- Funcionam junto ao TST a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho – ENAMAT e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (art.111-A, §2/CF)
- Resolução Administrativa nº 1.295/2008: Regimento Interno do TST.
- Tribunal Pleno
- Órgão Especial: 7 ministros
- Seção Especializada em Dissídios Individuais – SDI, 21 ministros, dividida em duas Subseções: SDI-1 e SDI-2
- Seção Especializada em Dissídios Coletivos – SDC: 9 ministros
- Turmas: 8 Turmas compostas por 3 ministros cada.
- Súmulas/Enunciados, Precedentes e Orientações Jurisprudenciais.
3.2) TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO: Art. 115/CF
3.3) VARAS DO TRABALHO
4) COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO:
Com a Emenda Constitucional nº 45/2004, que alterou a redação do art. 114/CF, a competência da Justiça do Trabalho sofreu significativa ampliação, contemplando não só o julgamento dos dissídios individuais e coletivos do trabalho, mas também os litígios decorrentes de outras relações de trabalho (autônomo, eventual, estágio, avulso etc), ações de representação sindical e oriundas da fiscalização do trabalho – art.114/CF
4.1) SERVIDORES PÚBLICOS: Lei 8.112/90 - ADI 3.395 – excluídos da jurisdição trabalhista.
4.2) FORNECIMENTO DE SERVIÇOS: quando tipificar RELAÇÃO DE CONSUMO também estarão os respectivos prestadores excluídos da jurisdição trabalhista
- Fenômeno da “pejotização”
4.3) ENTES DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO:
A Justiça do Trabalho é competente para julgar ações oriundas das relações de trabalho envolvendo brasileiros ou estrangeiros residentes no Brasil e entes de direito público externo (empregados de representações diplomáticas e consulares, organismos internacionais).
- Imunidade de jurisdição: Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961 e Convenção de Viena sobre Relações Consulares de 1963.
Em Direito Internacional, utilizam-se as expressões “Estado acreditante” para designar o Estado que envia seus representantes em missão diplomática a outro Estado, e Estado acreditado aquele em cujo território se instala a missão diplomática estrangeira. A Convenção de Viena de 1961 define os privilégios e imunidades concedidos aos membros da missão diplomática, conforme o vínculo funcional com o Estado acreditante. Já a Convenção de 1963 emprega as expressões “Estado que envia” e “Estado receptor” e trata da extensão dos mesmos privilégios aos agentes consulares. 
Em se tratando de atos de gestão administrativa, nos quais o Estado estrangeiro atua em paridade de condições com o particular, a recusa da tutela jurisdicional adquire conotação de verdeira denegação de justiça. Este é o motivo pelo qual a invocação da imunidade de jurisdição, nas causas relacionadas ao inadimplemento de cláusulas contratuais ou de responsabilidade aquiliana, passou a ser analisada sob o prisma da proteção internacional dos direitos humanos e do acesso ao Judiciário. 
Sensível ao problema e respaldado na doutrina comparada, o Supremo Tribunal Federal reverteu a jurisprudência anterior no sentido da aplicação incondicional da regra par in parem non habet imperium vel judicium. 
Paradigmático o caso GENY OLIVEIRA X REPRESENTAÇÃO COMERCIAL DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DA ALEMANHA (ACI nº 9696/SP – Relator Ministro Sidney Sanches), julgado em 31.05.1989, consolidou o entendimento de que o Estado estrangeiro não dispõe de imunidade de jurisdição perante órgãos do Judiciário Brasileiro quando se tratar de causa de natureza trabalhista. 
No entanto, a propósito da imunidade de execução, o STF continua a entendê-la como direito potestativo do Estado acreditante, de modo que a expropriação forçada de seus bens somente será possível: a) na hipótese de renúncia ao privilégio, expressa e específica para o processo de execução; b) de existência, no território nacional, de bens pertencentes ao Estado estrangeiro mas não afetados ao serviço diplomático. 
Convenção de Viena de 1961 – preserva a imunidade de execução, limitando o Poder Judiciário à expedição de carta rogatória executória.
- Organismos Internacionais – OJ 416 SDI-1 – As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional.
4.4) DIREITO DE GREVE:
- Súmula 189/TST
- Ações possessórias ajuizada em decorrência do direito de greve: Súmula Vinculante 23/STF
- Movimentos paredistas na iniciativa privada: art.114, II/CF
- Movimentos paredistas relacionados ao serviço público: excluídos da jurisdição trabalhista.
4.5) AÇÕES DE REPRESENTAÇÃO SINDICAL: art. 114, III/CF
4.6) AÇÕES DE INDENIZAÇÃO EXTRAPATRIMONIAL DECORRENTE DA RELAÇÃO DE TRABALHO:
- A aferição do quantum doloris. 
- DANO MORAL:
- Dano moral subjetivo ou a ser provado
- Dano moral objetivo ou in re ipsa
Lei nº 13.467/2017 – Reforma Trabalhista: A questão da tarifação ou tabelamento do dano moral – inconstitucionalidade declarada pelo STF no tocante à Lei de Imprensa. 
- DANO EXTRAPATRIMONIAL 
‘Art. 223-A.  Aplicam-se à reparação de danos de natureza extrapatrimonial decorrentes da relação de trabalho apenas os dispositivos deste Título.’ 
‘Art. 223-B.  Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação.’ 
‘Art. 223-C.  A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.’ 
‘Art. 223-D.  A imagem, a marca, o nome, o segredo empresarial e o sigilo da correspondência são bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa jurídica.’  
‘Art. 223-E.  São responsáveis pelo dano extrapatrimonial todos os que tenham colaborado para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na proporção da ação ou da omissão.’ 
‘Art. 223-F.  A reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida cumulativamentecom a indenização por danos materiais decorrentes do mesmo ato lesivo.  
§ 1º  Se houver cumulação de pedidos, o juízo, ao proferir a decisão, discriminará os valores das indenizações a título de danos patrimoniais e das reparações por danos de natureza extrapatrimonial.  
§ 2º  A composição das perdas e danos, assim compreendidos os lucros cessantes e os danos emergentes, não interfere na avaliação dos danos extrapatrimoniais.’ 
‘Art. 223-G.  Ao apreciar o pedido, o juízo considerará: 
I - a natureza do bem jurídico tutelado;  
II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação;  
III - a possibilidade de superação física ou psicológica; 
IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão; 
V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa;  
VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral; 
VII - o grau de dolo ou culpa; 
VIII - a ocorrência de retratação espontânea;  
IX - o esforço efetivo para minimizar a ofensa;  
X - o perdão, tácito ou expresso; 
XI - a situação social e econômica das partes envolvidas;  
XII - o grau de publicidade da ofensa. 
§ 1º  Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a acumulação:  
I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do ofendido; 
II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do ofendido; 
III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual do ofendido;  
IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário contratual do ofendido.  
§ 2º  Se o ofendido for pessoa jurídica, a indenização será fixada com observância dos mesmos parâmetros estabelecidos no § 1º deste artigo, mas em relação ao salário contratual do ofensor. 
§ 3º  Na reincidência entre partes idênticas, o juízo poderá elevar ao dobro o valor da indenização.’” 
- art.114, VI/CF – Súmula 392/TST (sucessores do trabalhador falecido)
- DANOS ESTÉTICOS
- DANOS MORAIS COLETIVOS
- DANOS POR PERDA DE UMA CHANCE
4.7) AÇÕES DE ACIDENTES DO TRABALHO: Súmula Vinculante nº 22/STF
4.8) AÇÕES RELATIVAS À FISCALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: arts. 626 e seguintes/CLT
5) COMPETÊNCIA TERRITORIAL: local da prestação dos serviços (art.651 CLT)
- viajante comercial: vara da localidade em que a empresa tiver sede ou filial (art.651, §1º/CLT)
- empresa que promova a realização das atividades fora do local da contratação: art. 651, §3º/CLT – é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da contratação ou no da prestação dos serviços
- empregado que atue no exterior: art. 651, §2º/CLT
5.2) FORO DE ELEIÇÃO: art.63 CPC/2015 – incompatibilidade com o Direito do Trabalho, não é permitido nos contratos individuais de trabalho
5.3) EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA RELATIVA: art.65 CPC. 
6) MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO: LC nº75/93
As formas de atuação do Ministério Público do Trabalho no regime democrático
Fábio Goulart Villela
Conforme a disposição contida no artigo 127, caput, da Constituição da República, o Ministério Público (MP) pode ser definido como instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, a quem incumbe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Ao se reportar à expressão “instituição permanente”, o legislador constituinte deixa claro que o Ministério Público consiste em instituição por meio da qual o Estado manifesta a sua soberania, sendo indispensável à construção do projeto democrático, o que afastaria a possibilidade de sua supressão por parte do legislador constituinte derivado. Daí porque se defende tratar-se de cláusula pétrea, a despeito da ausência de previsão específica no artigo 60, § 4º, da Constituição da República.
Por sua vez, a essencialidade do MP à função jurisdicional do Estado não significa dizer que a sua atuação é obrigatória em todos os processos judiciais. Esta essencialidade decorre da sua importância em se alcançar o objetivo de concretização do valor da Justiça. Assim sendo, esta característica deve ser analisada sobre duplo enfoque: restritivo e ampliativo[1].
Sob o aspecto restritivo, a atuação do Ministério Público não se faz presente em todos os feitos que estejam em trâmite no Judiciário, mas tão somente naqueles em que haja o interesse público primário subjacente à lide.
Por “interesse público primário” entende-se aquele de cunho eminentemente social, seja pela natureza da lide e/ou pela qualidade da parte, concernente a valores relevantes à sociedade como um todo, e não o pontual e momentâneo do administrador público, denominado de “interesse público secundário”.
Sob o prisma ampliativo, a atuação do Parquet não se restringe à intervenção em processos judiciais, destacando-se duas outras importantes formas de exercício de suas funções institucionais: a promoção de interesses e as atividades de órgão agente, além dos procedimentos de mediação e de arbitragem[2].
Em relação às atribuições imputadas ao MP pela Carta Magna, a primeira delas é a defesa da ordem jurídica. Logo, cabe ao Parquet o papel de defensor da ordem jurídica em sentido amplo, e não apenas da lei, devendo cumprir esta importante função tanto na condição de órgão agente como na condição de órgão interveniente (custos legis).
A segunda atribuição é a defesa do regime democrático. O Ministério Público é o guardião do Estado Democrático de Direito, o que justifica a instituição de garantias e prerrogativas para atuação independente de seus membros. E esta atuação não se limita à defesa de direitos políticos. Uma sociedade democrática exige o respeito da ordem jurídica pelo Estado e pelos particulares, além da tutela dos direitos fundamentais.
Por fim, a terceira atribuição é a defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Trata-se da tutela do interesse público primário, concretizada na proteção dos direitos metaindividuais explicitados no artigo 81, parágrafo único, da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), ou seja, os direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos.
Formas de Atuação do Ministério Público do Trabalho (MPT)
Existem diversos critérios de classificação das formas de atuação do MPT. Um primeiro critério leva em conta a sua atuação extrajudicial (modelo resolutivo) ou judicial (modelo demandista).
O modelo resolutivo se caracteriza pela busca da solução extrajudicial dos conflitos, o que assegura ao membro do MPT um maior controle da efetividade do resultado perseguido, assim como liberdade para apresentar soluções alternativas. Como exemplos, podemos citar a celebração de termos de compromisso de ajustamento de conduta e a expedição de notificações recomendatórias.
Por outro lado, o modelo demandista se caracteriza pela judicialização dos conflitos, implicando uma atuação do MPT como agente processual, de modo a transferir a resolução do conflito para o Poder Judiciário. Como exemplos, podemos citar o ajuizamento de ações civis públicas, ações civis coletivas e ações anulatórias de cláusulas coletivas.
Outro relevante critério de classificação baseia-se na natureza da atuação ministerial nas formas de: promoção de interesses, órgão agente e órgão interveniente.
Promoção de Interesses
A promoção de interesses destaca-se por sua natureza interdisciplinar, preventiva e pedagógica. Dentro deste contexto, ganha relevo a instauração de procedimentos promocionais, com a finalidade de fomentar a promoção de interesses cuja relevância social justifique a tutela ministerial. Exemplos que podem ser citados são a celebração de convênios e de protocolos interinstitucionais, a participação em seminários, fóruns sociais, entrevistas, palestras e debates e a distribuição de cartilhas e cartazes informativos, que visem à divulgação, prevenção e combate a lesões a bens jurídicos que justifiquem a atuação do Parquet, notadamente os relacionados a violações de direitos fundamentais, indisponíveis por sua essência.
Outra característica é a participação conjuntade outros órgãos ou organismos públicos e privados, tais como o Ministério do Trabalho e Emprego, o Ministério Público Estadual e Federal, os Conselhos Tutelares, os Sindicatos, ONG’s, entre outros.
Embora esta modalidade de atuação venha se destacando, no âmbito da esfera extrajudicial, nada obsta que se vislumbre a necessidade de propositura de ações coletivas com vistas à materialização desta promoção aos interesses juridicamente protegidos, notadamente os caracterizados por forte conteúdo social e que, por isso, encontram-se dentro das metas institucionais do MPT[3].
Órgão Agente
A atividade de órgão agente está diretamente relacionada à tutela dos direitos metaindividuais, quais sejam: os difusos, coletivos e individuais homogêneos, conceituados na norma prevista nos incisos I a III do parágrafo único do artigo 81 da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor).
Conforme disposição contida no artigo 129, inciso III, do Texto Constitucional, é função institucional do Ministério Público a promoção do inquérito civil e da ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.
 Na verdade, diga-se que o inquérito civil e a ação civil pública não são propriamente funções institucionais, mas efetivos instrumentos de atuação do Parquet, para que este possa exercer, de fato, sua atribuição nuclear: a tutela do interesse público.
Quanto ao MPT, o artigo 83, inciso III, da Lei Complementar 75/93 (Lei Orgânica do Ministério Público da União) lhe atribui a promoção da ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho, para defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos.
A notícia de lesão ou ameaça de lesão a direitos metaindividuais desencadeia a instauração de procedimento investigatório, para apuração da veracidade dos fatos denunciados, com vistas à com vistas à identificação ou não de hipótese autorizadora da propositura de ação civil pública ou coletiva..
O inquérito civil, não é o único, mas é o principal instrumento investigatório do Parquet, instituído pela Lei 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública), com reconhecida inspiração no inquérito policial. O inquérito civil é instrumento de investigação exclusivo do Ministério Público (artigo 8º, § 1º, da Lei 7.347/85), não obstante a legitimidade concorrente e disjuntiva para ajuizamento de ação civil pública (artigo 5º da Lei 7.347/85).
Em sede de inquérito civil, não há acusação (inexiste a posição de “acusado” ou “réu”, mas de mero “investigado” ou “inquirido”) não se aplicam penalidades ou sanções e não se decidem interesses. Além de se tratar de mero procedimento administrativo, e não de processo, o inquérito civil possui natureza inquisitorial, ou seja, não se submete aos princípios da ampla defesa e do contraditório, previstos no inciso LV do artigo 5º da Constituição da República.
Se o membro do MPT, ao final do inquérito civil, concluir pela materialidade e autoria da lesão denunciada, poderá propor ao inquirido a celebração de Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta, nos termos do § 6° do artigo 5° da Lei 7.345/85 (LACP), visando à reparação do dano, à adequação da conduta às exigências legais ou normativas e, ainda, à compensação e/ou à indenização pelos danos que não possam ser recuperados (artigo 14 da Resolução 69/2007 do CSMPT).               
 O descumprimento das obrigações consignadas no Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta importa o ajuizamento de ação de execução de título executivo extrajudicial, tendo por objeto não somente a multa cominatória fixada no referido instrumento, mas também, e principalmente, as próprias obrigações (de fazer, não fazer ou de pagar) ali constantes.
Se o inquirido não concordar com a celebração de Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta, o membro do Ministério Público promoverá o arquivamento do inquérito civil, para ajuizamento da ação civil pública ou coletiva.
Órgão Interveniente
Na prática judiciária é comum referir às atividades do Ministério Público como órgão interveniente através da expressão “atuação custos legis”, ou seja, na condição de fiscal da lei.
No entanto, com a devida vênia, entendemos que o MP, em qualquer de suas formas de atuação, jamais se despe de sua função constitucionalmente assegurada de fiscal da lei. Dessa forma, com espeque no artigo 83, inciso II, da Lei Complementar 75/93, constitui atribuição do MPT manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, acolhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse público que justifique a sua intervenção.
O interesse público a que se reporta o dispositivo legal acima destacado é o primário, ou seja, aquele inerente à própria sociedade, não se confundindo com o interesse público secundário, ínsito ao administrador público, de índole pontual e momentânea.
E este interesse público primário pode decorrer da natureza da lide e/ou da qualidade da parte. Quando o processo veicula demanda de índole coletiva, cuja pretensão vise à tutela de uma macro-lesão, com repercussão social; ou ainda, que vislumbre violação de direitos individuais indisponíveis[4] (como: assédio moral, assédio sexual, revista íntima, trabalho escravo, entre outros), de caráter fundamental, o interesse público primário justificador da intervenção ministerial encontra fundamento na natureza da lide.
Por outro lado, este interesse público primário pode se verificar a partir de pessoa, ou mesmo órgão ou instituição, que mereça uma proteção especial do Estado. É o caso de processos caracterizados pela existência de interesses de menores e de outros incapazes, índios, idosos, pessoas com deficiência, etc.
Frise-se, ainda, que se o MPT não for parte em ações de natureza coletiva, como a ação civil pública e a ação civil coletiva, este deve atuar obrigatoriamente como custos legis, nos exatos termos dos artigos 5°, § 1°, da Lei 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública) e 92 da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor).
Outra importante hipótese na qual o interesse público primário decorreria da qualidade da parte é a prevista no artigo 83, inciso XIII, da Lei Complementar 75/93, atribuindo ao MPT a intervenção obrigatória em todos os feitos nos segundo e terceiro graus de jurisdição da Justiça do Trabalho, quando a parte for pessoa jurídica de Direito Público, Estado estrangeiro ou organismo internacional. No entanto, nada impede que a atuação do MP se faça presente a partir do primeiro grau de jurisdição, desde que a natureza da lide justifique a sua intervenção.
Quando a lei dispõe ser obrigatória a intervenção do Parquet, sempre entendemos que o interesse público se presume existente, o que implicaria a emissão de parecer circunstanciado pelo respectivo membro ao qual tenha sido distribuído o feito.
Todavia, não é este o entendimento esposado na Orientação 04 da Câmara de Coordenação e Revisão do MPT. De acordo com essa orientação, a intervenção obrigatória implica a necessária remessa dos autos ao MPT, ficando dentro da esfera da discricionariedade e da independência funcional do membro a verificação da existência ou não de interesse público que justifique a emissão de parecer circunstanciado.
As ações de competência originária dos Tribunais Trabalhistas também ensejam a intervenção custos legis do Ministério Público, como nos casos de mandado de segurança, ação rescisória, ação anulatória de cláusula de instrumento coletivo e dissídio coletivo.
Saliente-se, ainda, que a norma contida no artigo 83, inciso VI, da Lei Complementar 75/93 assegura ao MPT legitimidade para recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender necessário, tanto nos processos em que for parte, como naqueles em que oficiar como fiscal da lei, bem como pedir revisão dos Enunciados da Súmula de Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.
Por fim, a legitimidade para ajuizamento de ação rescisória pelo MPT não se restringe às hipóteses previstas nas alíneas “a” e “b” doinciso III do artigo 487 do CPC, nos moldes do posicionamento cristalizado na Súmula 407 do C. Tribunal Superior do Trabalho[5]. Existente qualquer dos vícios de rescindibilidade arrolados nos incisos I a IX do artigo 485 do CPC, é perfeitamente cabível a propositura de ação rescisória pelo Órgão Ministerial, na condição de órgão agente, ou mesmo interveniente.
Considerações finais
Este trabalho teve por meta esclarecer alguns importantes aspectos atinentes às formas de atuação do MPT. Jamais tivemos a intenção de esgotar o tema, pois existem tantos outros modos em que o MPT cumpre o seu papel de defensor da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis na seara das relações de trabalho.
Todas estas formas de atuação do Parquet trabalhista não se apresentam de forma estanque, mas articulada, otimizando o objetivo de tutela do trabalho decente, impedindo a precarização das condições laborais.
Considerando que a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho são fundamentos da República Federativa do Brasil, como Estado Democrático de Direito, não há como se deixar de atribuir ao MPT o protagonismo na luta contra todas as formas de exploração do trabalho que tenham por efeito reduzir a condição humana a artigo de comércio ou mercadoria.
Se o trabalho é um dos mais importantes instrumentos de concretização da dignidade da pessoa humana, cabe ao MPT assegurar que o meio ambiente laboral seja um lugar de realização pessoal e não de degradação do homem pelo próprio homem.
AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM: 
- Quais são as formas de solução de conflitos trabalhistas?
- O que é heterocomposição e autocomposição?
- Desde quando a Justiça do Trabalho integra o Poder Judiciário?
- Quais são as fontes do Direito Processual do Trabalho?
- Quais são os princípios do Direito Processual do Trabalho?
- A oralidade e a concentração podem ser considerados princípios específicos do Direito Processual do Trabalho?
- Como se manifesta a extensão do princípio protecionista, que informa o Direito do Trabalho, ao Direito Processual do Trabalho?
- Como se organiza a Justiça do Trabalho? Atualmente, a Justiça do Trabalho mantém a mesma estrutura de quando foi instituída?
- Quais são as funções do Ministério Público do Trabalho? 
- Fausto, residente em Brasília, foi contratado em São Paulo para trabalhar em Goiânia, na função de vendedor na filial da empresa naquela cidade. Qual será o foro competente para o ajuizamento de reclamação trabalhista?
- É possível o processamento de reclamação trabalhista contra Estado estrangeiro? E a penhora de bens desse Estado?
- A Justiça do Trabalho tem competência para dirimir controvérsias trabalhistas de servidor público?
- Quais foram as inovações da Emenda Constitucional nº 45/2004 no tocante à competência da Justiça do Trabalho? 
- Mário foi contratado em São Paulo por empresa de feiras e exposições. Trabalha em várias cidades do interior do Estado, como Jaboticabal, Pedreira, São Roque, organizando exposições. Em que local poderá propor reclamação trabalhista contra a empresa?
UNIDADE III – ATOS, TERMOS, PRAZOS E NULIDADES PROCESSUAIS:
Os atos processuais classificam-se em: 
- atos das partes (atos postulatórios)
- atos do juiz (instrutórios e decisórios)
- atos dos serventuários e auxiliares da Justiça
Conforme o art. 203/CPC, os atos judiciais consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. Sentença é o pronunciamento pelo qual o juiz, com fundamento nos arts. 485/CPC (decisões sem exame de mérito – sentenças terminativas) e 487/CPC (decisões com exame de mérito – sentenças definitivas), põe fim à fase de cognição do processo, bem como extingue a execução. Acórdão é a decisão colegiada proferida pelos tribunais. 
Decisão interlocutória é o pronunciamento judicial que resolve questão incidente no processo. 
Despachos são os demais atos judiciais destinados a impulsionar o processo, de ofício ou a requerimento da parte. 
Atos meramente ordinatórios, como a juntada de documentos e vistas obrigatórias, independem de despacho e são praticados de ofício pelos serventuários.
A assinatura de juízes, desembargadores e ministros, nos documentos oficiais, em todos os graus de jurisdição, poderá ser feita eletronicamente, nos termos da Lei nº11.419/2006.
Despachos, decisões interlocutórias e o dispositivo das sentenças serão publicados no Diário da Justiça Eletrônico.
Termo é a redução à forma escrita dos atos processuais realizados oralmente. 
- FORMA E COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS:
Atos e termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente o exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial (art.188/CPC). 
Os atos processuais poderão ser total ou parcialmente digitais, de forma que permita sejam reproduzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico (Lei nº11.419/2006). Os sistemas de automação processual respeitarão a publicidade dos atos, o acesso e a participação das partes e de seus procuradores, inclusive nas audiências e sessões de julgamento, observadas as garantias da disponibilidade, independência da plataforma computacional, acessibilidade e a interoperabilidade dos sistemas, serviços e dados e informações que o Poder Judiciário administre (art.194/CPC).
Em todos os atos processuais, é obrigatório o uso da língua portuguesa. O documento redigido em língua estrangeira somente poderá ser juntado aos autos quando acompanhado da versão para a língua portuguesa tramitada por via diplomática ou firmada por tradutor juramentado. 
Os atos e termos processuais serão assinados pelas pessoas que neles intervierem, salvo quando não puderem fazê-lo. Os documentos serão firmados a seu rogo, na presença de duas testemunhas, em se tratando de analfabetos. No caso de recusa injustificada de assinatura, será certificada tal ocorrência – arts. 771 e 772/CLT e art.209/CPC. 
Não se admitem nos atos e termos processuais espaços em branco, salvo os que forem inutilizados, assim como entrelinhas, rasuras ou emendas, salvo quando expressamente ressalvadas – art. 211/CPC. 
Quando se tratar de processo total ou parcialmente documentado em meio eletrônico, os atos processuais praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital em arquivo inviolável, mediante registro em termo, que será assinado digitalmente pelo juiz e advogados das partes – art. 209, §1º/CPC. Eventuais contradições na transcrição deverão ser suscitadas oralmente no momento da realização do ato, sob pena de preclusão – art. 209, §2º/CPC. 
- NOTIFICAÇÃO INICIAL:
No Direito Processual do Trabalho, a convocação inicial do reclamado para comparecer à audiência, integrar a relação processual e apresentar sua defesa, chama-se NOTIFICAÇÃO – art. 841/CLT. 
A notificação é instruída com a cópia da petição inicial e será feita preferencialmente por carta registrada. Não sendo o endereço do reclamado atendido por serviço de entrega postal, far-se-á a notificação por oficial de justiça. 
Se o reclamado criar embaraços ao recebimento da notificação ou não for encontrado, far-se-á a citação por edital – arts.841,§1º e 852-B/CLT. Também se fará a citação por edital quando ignorado, inacessível ou incerto o lugar em que se encontrar o reclamado, reputando-se como tal o país que recusar o cumprimento de carta rogatória. 
Para a validade do processo, é indispensável a notificação inicial do reclamado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou improcedência liminar do pedido – art. 239/CPC. 
Na falta de notificação inicial, o processo é inexistente, comportando a querela nullitatis insanabilis para arguição da nulidade. Todavia, o comparecimento espontâneo do reclamado suprirá a nulidade decorrente da falta de notificação. Comparecendo o reclamado apenas para arguir a falta de notificação, considerar-se-á essa feita na data em que comparecer, reabrindo-se o prazo para apresentação de defesa.A mera distribuição da petição inicial torna prevento o juízo e, ainda que ordenada por juiz incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. 
Pela Lei nº 11.419/2006, a notificação inicial poderá ser realizada por meio eletrônico. 
- INTIMAÇÃO:
Intimação é a comunicação pela qual as partes têm ciência dos atos e termos do processo. É publicada via DJE ou, não tendo registro de advogado de uma das partes, encaminhada via correio.
Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação conste os nomes das partes e seus advogados com o número da OAB. Havendo pedido expresso de qualquer das partes, as publicações poderão ser realizadas exclusivamente em nome de determinado advogado, sendo nula se inobservada tal determinação – Súmula 427/TST. As intimações podem também ser feitas via eletrônica. 
Presumem-se válidas a intimações dirigidas ao endereço constante dos autos, ainda que não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a alteração de endereço não tiver sido comunicada ao juízo – art.274/CPC. 
- CARTAS:
Os atos processuais serão cumpridos por ordem ou requisitados por carta, conforme devam ou não se realizarem dentro dos limites da jurisdição.
Nas comarcas contíguas, de fácil comunicação e nas que se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar, em qualquer delas, citações, intimações, notificações, penhoras e outros atos executivos, independente da necessidade de expedição de carta – art.255/CPC.
As cartas classificam-se em: 
- carta de ordem: determinadas pelo tribunal para cumprimento por um juízo a ele vinculado;
- carta rogatória: para que órgão estrangeiro pratique ato de cooperação jurisdicional relativo a processo em curso perante a justiça brasileira;
- carta precatória: para que outro órgão jurisdicional brasileiro pratique ato dentro dos limites de sua jurisdição territorial. Subdividem-se em carta precatória citatória, inquiritória (oitiva de testemunha) e carta precatória executória (para penhora de bens). 
 As cartas serão expedidas por meio eletrônico – art.263/CPC. 
As cartas têm caráter itinerante, podendo ser ordenado o seu encaminhamento a juízo diverso – art.262/CPC. 
- TEMPO E LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS:
Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo ou, excepcionalmente, em outro lugar, em razão de deferência, interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado – art.217/CPC. 
Os atos processuais realizar-se-ão nos dias úteis, das 6 às 20h – art.770/CLT. 
Notificações e penhoras poderão ser realizadas em domingos e feriados, mediante autorização judicial – art. 770, parágrafo único/CLT. 
Na Justiça do Trabalho, a Súmula 262/TST reconhece como recesso forense o período de 20 de dezembro a 6 de janeiro. Durante o período de recesso e nos feriados, não se praticarão atos processuais, com exceção das tutelas de urgência. 
O peticionamento eletrônico de expediente processual poderá ocorrer em qualquer horário, até as 24h do último dia do prazo. Consideram-se realizados os atos processuais por meio eletrônico no dia e hora de seu envio, do que será fornecido protocolo eletrônico (art.3º Lei nº11.416/2006). 
A Resolução Administrativa nº 140/2007 do Tribunal Superior do Trabalho regulamenta, no âmbito da Justiça do Trabalho, o uso de meios eletrônicos na tramitação dos processos judiciais. 
- NULIDADES DOS ATOS PROCESSUAIS:
Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho somente será decretada a nulidade de ato processual quando resultar em manifesto prejuízo aos litigantes. 
A nulidade não será pronunciada – art.796/CLT:
- quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato;
- quando arguida por quem lhe tiver dado causa.
As nulidades também não serão declaradas senão mediante provocação das partes, às quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar nos autos, sob pena de preclusão – art.795/CLT. 
Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade – art.277/CPC. 
O juiz ou tribunal, ao pronunciar a nulidade do ato, declarará os atos a que ela se estende, ordenando as providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados – art.797/CLT. 
A nulidade relativa não prejudicará senão aos atos posteriores que dele dependam ou sejam consequência – art.798/CLT. 
- PRAZOS PROCESSUAIS:
Quanto à natureza:
- prazos peremptórios: não passíveis de dilação pela vontade das partes
- prazos dilatórios: passíveis de dilação pela vontade das partes
Quanto à origem: 
- prazos legais;
- prazos judiciais;
- prazos convencionais.
Os prazos processuais trabalhistas contam-se a partir da data em que feita a notificação/intimação/publicação no DJE ou em que for fixado o edital na sede do juízo – art.774/CLT. 
A data de início do prazo (dies a quo) será feita com exclusão do dia do começo e o fim do prazo (dies ad quem) será feita com inclusão do dia do vencimento – art.775/CLT. 
Em se tratando de notificação postal, presume-se o recebimento em 48 horas após sua postagem – Súmula 16/TST. No entanto, tal presunção é relativa (juris tantum), podendo ser elidida por prova em contrário. 
No caso de publicação eletrônica, considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte à disponibilização no DJE (art.15, §2º Lei nº 11.419/2006). 
Quando a intimação recair numa sexta-feira ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente forense – Súmula nº01/TST.
Intimada ou notificada a parte num sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem no subsequente – Súmula 262/TST. 
Art. 775/CLT, com alteração da Lei nº 13. 467/2017:
“Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
§ 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses:
I - quando o juízo entender necessário;
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada.
§ 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito.” 
- PRECLUSÃO:
- Lógica;
- Consumativa;
- Temporal.
- PEREMPÇÃO:
Arts.731 e 732/CLT: impedem ao reclamante que der causa a dois arquivamentos sucessivos na Justiça do Trabalho de ajuizar novas demandas, pelo prazo de seis meses. 
AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM:
1. Qual o significado do princípio da convalidação?
2. Quando ocorre a nulidade no processo do trabalho?
3. Qual é a diferença entre preclusão e perempção?
4. O que é perempção e quando ela se caracteriza no processo do trabalho?
5. Em audiência de instrução, o juiz indefere a oitiva de testemunha do autor, que faz lavrar os respectivos protestos em ata, dizendo que tal testemunha era fundamental para a prova da jornada de trabalho do reclamante. Na sentença, o juiz reconhece como verdadeiro o horário de trabalho indicado na petição inicial. Houve nulidade por cerceamento de defesa?
6. Qual o prazo para se marcar a audiência inaugural?
7. Qual a diferença entre atos e termos processuais?
8. Como se faz a comunicação dos atos processuais na Justiça do Trabalho?
UNIDADE IV – PARTES E PROCURADORES:
No processo do trabalho, as partes receberão as seguintes denominações:
- Reclamante e Reclamado ( Reclamação Trabalhista);
- Requerente e Requerido ( no Inquérito Judicial para apuração da falta grave);
- Consignante e Consignado ( na Ação de Consignação em Pagamento);
- Impetrante e Impetrado ( no Mandado de Segurança);
- Autor e Réu ( na Ação Rescisória, na Ação Civil Pública);
- Reconvinte e Reconvindo (na Reconvenção)
1. CAPACIDADE:
A capacidade para ser parte é atributo da personalidade civil. Em relação à pessoa física, começa com o nascimento com vida; em relaçãoà pessoa jurídica, começa com a inscrição dos atos constitutivos no registro competente (art.45/CC). Tal capacidade também é reconhecida a entes despersonalizados, como a massa falida, o espólio, o condomínio, a sociedade comum.
Já a capacidade para estar em juízo – capacidade processual - requer o pleno exercício dos direitos civis, sem necessidade de representação ou assistência. 
O Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei nº13.146/2015 – consolidou as normas da Convenção de Nova York, tratado internacional de direitos humanos do qual o Brasil é signatário e que, portanto, ingressou em nosso ordenamento jurídico com o status de emenda constitucional por força do art. 5º, §3º CF. 
O art. 3º da Convenção de Nova York assegurou a plena igualdade das pessoas portadoras de deficiência e sua inclusão com autonomia, recomendando aos países signatários a revogação em seus diplomas nacionais de todos os dispositivos que tratassem tais indivíduos de forma discriminatória. Por conta disso, o art. 114 da Lei nº 13.146/2015 alterou substancialmente os arts. 3º e 4º do Código Civil:
- antes da Lei nº 13.146/2015:
Absolutamente incapazes: art.3º/CC
- os menores de 16 e maiores de 18 anos (menores impúberes);
- os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática de atos da vida civil;
- os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
Relativamente incapazes: art.4º/CC
- os maiores de 16 anos e menores de 18 anos (menores púberes);
- os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e o que, por deficiência mental, tenham discernimento reduzido;
- os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
- os pródigos.
- depois da Lei nº 13.146/2015: 
Absolutamente incapazes: art;3º/CC
- menores de 16 anos.
Relativamente incapazes: art.4º/CC
- os maiores de 16 anos e menores de 18 anos;
- os ébrios habituais e os viciados em tóxicos;
- aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
- os pródigos.
Com a alteração legislativa, são absolutamente incapazes apenas os menores de 16 anos, não havendo mais maiores absolutamente incapazes.
No tocante à idade mínima para o trabalho, são absolutamente incapazes os menores de 14 anos e relativamente capazes os menores entre 14 e 18 anos: 
DA PROTEÇÃO DO TRABALHO DO MENOR 
Art. 402. Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de quatorze até dezoito anos. 
Parágrafo único. O trabalho do menor reger-se-á pelas disposições do presente capítulo, exceto no serviço em oficinas em que trabalhem exclusivamente pessoas da família do menor e esteja este sob a direção do pai, mãe ou tutor, observado, entretanto, o disposto nos artigos 404, 405 e na Seção II. 
Art. 403. É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos. 
Art. 439 - É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se, porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 anos dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe for devida. 
A reclamação trabalhista do menor de 16 anos será feita sob representação de seu representante legal e, na falta deste, pelo Ministério Público do Trabalho; em se tratando de menor entre 16 e 18 anos, será requerida a assistência do representante legal ou a intervenção do MPT.
A Lei nº 13.467/2017 revogou o art.792/CLT, por totalmente obsoleto, vez que facultava aos indivíduos entre 18 e 21 anos e às mulheres casadas pleitear perante a Justiça do Trabalho sem assistência ou outorga marital. 
Os índios que, sob o CC/1916 eram considerados relativamente incapazes, no atual Código Civil têm sua capacidade regulada por legislação especial (Estatuto do Índio). 
As pessoas jurídicas serão presentadas – e não representadas – em juízo, na forma do art. 75/CPC. 
1.2 GRATUIDADE DE JUSTIÇA:
A Lei nº 13.467/2017 alterou o art.790/CLT, estabelecendo limite ao deferimento da gratuidade de justiça na seara trabalhista, a quem receber até 40% do teto máximo do salário de benefício da Previdência Social ou à parte que comprovar a insuficiência de recursos para o pagamento das custas processuais. 
“Art. 790.  .............................................................
§ 3o  É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. 
§ 4o  O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.”
Portanto, após a Reforma Trabalhista, não se aplica mais na Justiça do Trabalho a Lei nº1060/50, que disciplina a gratuidade de justiça na esfera cível.
1.3 - LITIGAÇÃO DE MÁ-FÉ: 
Também alteração da Lei nº 13.467/2017, foram acrescidos os arts 793-A/ D na CLT, tratando do dano processual em decorrência da litigância de má-fé, inclusive de testemunha: 
Seção IV-A
Da Responsabilidade por Dano Processual
‘Art. 793-A.  Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante, reclamado ou interveniente.’
‘Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; 
VI - provocar incidente manifestamente infundado; 
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.’
‘Art. 793-C.  De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. 
§ 1o  Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2o  Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. 
§ 3o  O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.’
‘Art. 793-D.  Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa.
Parágrafo único.  A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos.’” 
1.4 – CAPACIDADE POSTULATÓRIA:
A capacidade postulatória é exclusiva do advogado. Todavia, o processo do trabalho admite o jus postulandi a empregados e empregadores (art.791), mas não a todo tipo de trabalhadores (Instrução Normativa nº27/2005). O jus postulandi na Justiça do Trabalho foi questionado em face do art. 113/CF, resultando na Súmula nº425/TST: é válido o jus postulandi no processo do trabalho, desde que limitado às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. 
Até o advento da Lei nº 13.467/2017, a condenação em honorários advocatícios na Justiça do Trabalho estava limitada à hipótese do art. 14 da Lei nº 5.584/70: 
- estar a parte reclamante assistida por sindicato da categoria profissional;
- comprovar percepção de salário inferior ao dobro do mínimo legal ou encontrar-se em situação econômica quenão lhe permita demandar sem prejuízo do sustento próprio.
Portanto, somente seriam devidos honorários assistenciais e não honorários de sucumbência, conforme explicitado pela Súmula nº 219/TST.
A Reforma Trabalhista alterou por completo tal quadro, passando a dispor: 
“Art. 791-A.  Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 
§ 1o  Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.
§ 2o  Ao fixar os honorários, o juízo observará:
I - o grau de zelo do profissional; 
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
§ 3o  Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários.
§ 4o  Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. 
§ 5o  São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.”
Portanto, a Reforma Trabalhista implicou cancelamento – e não revogação - da Súmula nº 219/TST.
2. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL:
A substituição processual ocorre quando alguém postula em nome próprio direito alheio. O substituto processual tem legitimidade para defender em juízo direito alheio porque entre ele e o substituído existe uma relação ou situação jurídica de caráter substancial. Consiste, pois, numa legitimação extraordinária reconhecida pela lei, para que alguém defenda em nome próprio, como autor ou réu, direito de outrem. 
Na substituição processual, o direito de agir não é exercido pelo titular do direito material, mas pelo legitimado pela lei para esse fim. 
O art.8º, inciso III/CF consagra hipótese de substituição processual, ao permitir aos sindicados a defesa em juízo dos direitos individuais dos integrantes da categoria, o que já era previsto em nível de legislação ordinária pelo art. 513, alínea “a”/CLT.
No processo do trabalho, são reconhecidos como casos de substituição processual: 
- art. 872, §2º/CLT – ação de cumprimento
- art. 195. §2º/CLT – arguição em juízo de insalubridade ou periculosidade por sindicato em favor de grupo de associados – Enunciado nº271/TST
- art.25 da Lei nº8.036/90 – depósitos do FGTS
Disciplinava a substituição processual na Justiça do Trabalho a Súmula 310/TST, que foi cancelada pela Resolução 119/2003. O TST cancelou o Enunciado 310, que consagrava a tese no sentido de que “o artigo 8o., inciso III, da Constituição Federal, não assegura a substituição processual pelo sindicato”. Essa súmula se baseava no entendimento de que o dispositivo constitucional não seria auto-aplicável, isto é, dependeria de legislação definindo as hipóteses em que o sindicato poderia agir em nome próprio defendendo direitos de terceiros (trabalhadores). 
3.1 ASSISTÊNCIA: ocorre quando o terceiro intervem no processo em favor de uma das partes, pelo fato de ter interesse jurídico de que a decisão seja favorável a essa parte.
- Súmula 82/TST – A intervenção assistencial, simples ou adesiva, só é admissível quando demonstrado o interesse jurídico e não meramente econômico perante a Justiça em que é postulada.
Ex: aquele que vendeu a empresa, responsabilizando-se pelos créditos trabalhistas até a data do negócio, pode ser admitido como assistente em reclamação trabalhista ajuizada por empregado que englobe o período anterior ao repasse. 
3.2 DENUNCIAÇÃO DA LIDE: ArT.125/CPC
Ocorre quando há demanda regressiva em face de terceiro. Ex: sucessão de empregadores em que haja responsabilidade regressiva. 
3.3 CHAMAMENTO AO PROCESSO: Art. 130/CPC
É forma de intervenção de terceiros pelo qual o réu tem a possibilidade de chamar ao processo os outros co-devedores, para que também ocupem a posição de réus em litisconsórcio passivo. São apenas duas as situações que o ensejam: fiança e solidariedade passiva. 
3.4 NOMEAÇÃO À AUTORIA: Art.338/CPC
No CPC/73, havia previsão da nomeação à autoria na situação em que o réu fosse mero detentor/possuidor da coisa ou que tivesse praticado o ato lesivo por ordem ou em cumprimento às instruções de terceiro, devendo proceder à nomeação para que esse terceiro, proprietário ou possuidor ou responsável pela ordem, viesse aos autos e assumisse a condição de réu. 
O CPC/2015 substituiu a nomeação à autoria pelo mecanismo mais amplo do art.338, pelo qual, sempre que o réu alegar em contestação não ser parte legítima – não ser responsável pelo prejuízo invocado pelo autor – deverá indicar o nome do efetivo legitimado. Será ouvido o autor, no prazo de 15 dias, podendo o mesmo aditar a petição inicial, com a substituição do réu originário pelo indicado. 
O sujeito indicado frequentemente é empregador do réu ou pessoa que lhe dirige ordens. Como o art.339/CPC estabelece que o réu arcará com as despesas processuais e indenizará o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação, e também no caso de má-fé na indicação de pessoa equivocada, tem-se o dever da indicação carreado ao réu. Portanto, na situação em que o gerente ou preposto do empregador for acionado em nome próprio, deverá alegar a ilegitimidade e promover a nomeação do verdadeiro proprietário, na forma do art.338/CPC. 
4. LITISCONSÓRCIO:
Não existe litisconsórcio necessário no processo do trabalho. Todas as hipóteses são de litisconsórcio facultativo. 
- RECLAMAÇÃO PLÚRIMA
5. AMICUS CURIAE: considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, admitir a participação de pessoa natural ou jurídica na causa. 
6. REPRESENTAÇÃO DO EMPREGADOR – O PREPOSTO:
O art.843, §3º/CLT, com as alterações da Lei nº 13.467/2917, redefine a figura do preposto não sendo necessário que seja empregado da empresa reclamada. 
7. SUBSTITUÇÃO DO EMPREGADO EM AUDIÊNCIA: art. 843/CLT
UNIDADE V – DISSÍDIOS TRABALHISTAS:
O Direito Processual do Trabalho comporta duas modalidades de dissídios, aqueles de natureza individual e os de natureza coletiva. 
Os dissídios coletivos envolvem interesses jurídicos de categorias profissional e econômica. Tanto podem objetivar a modificação das condições de trabalho no âmbito das categorias envolvidas, como a interpretação de norma jurídica ou a declaração da abusividade de movimento grevista. Portanto, classificam-se em três espécies – dissídios de natureza econômica, dissídios de natureza jurídica e dissídios de greve. 
Os dissídios de natureza econômica não se prendem exclusivamente à definição de reajustes salariais coletivos, mas à criação, modificação ou extinção de normas que fixam condições de trabalho em geral - para toda a categoria - cláusulas econômicas e sociais, por meio de uma sentença normativa constitutiva – art. 114 e parágrafos/CF. 
Os dissídios coletivos de natureza econômica não visam reparar lesão a direito subjetivo preexistente, mas estabelecer novas condições de trabalho, com eficácia ex nunc. 
Os dissídios coletivos de natureza jurídica visam à declaração judicial a respeito de norma coletiva controvertida, mediante sentença normativa declaratória. 
Por fim, os dissídios coletivos de greve apenas serão ajuizados na ocorrência de movimento paredista. 
Os dissídioscoletivos serão instaurados diretamente no Tribunal Superior do Trabalho, quando proposto por entidade sindical cuja base territorial exceda a jurisdição estadual, ou, do contrário, no Tribunal Regional do Trabalho equivalente à base territorial do sindicato. 
A par dos dissídios coletivos, a Justiça do Trabalho se ocupa dos dissídios individuais, que envolvem interesses concretos de partes individualizadas. 
A Reclamação Trabalhista constitui o mais comum dos dissídios individuais, podendo ser processada sob o rito ordinário ou no rito sumaríssimo.
1.2 Reclamação Homologatória
A Lei nº13.467/2017 suprimiu a exigência constante do art.477, §6º/CLT, de homologação sindical ou pelas Delegacias Regionais do Trabalho das rescisões dos contratos de trabalho (TRCT) referentes a empregados com mais de um ano de tempo de serviço. 
Antes, tal providência era compulsória, pena de não se reconhecer eficácia liberatória ao TRCT não homologado, além de sujeitar o empregador ao pagamento de multa correspondente a um salário contratual do empregado dispensado (art.477, §8º/CLT). 
Em substituição, a Lei previu a possibilidade de ajuizamento de reclamação trabalhista simplesmente homologatória da rescisão contratual, acrescentando à CLT o art.855-B, que institui como procedimento de jurisdição voluntária o pedido de homologação de acordo extrajudicial formulado por ambas as partes representadas por advogados distintos. Nesse caso, será facultado ao juiz designar audiência e ficarão suspensos os prazos prescricionais, que somente voltarão a correr após o trânsito em julgado da decisão que indeferir a homologação. 
Tal procedimento era visto, antes da Reforma Trabalhista, como lide simulada, e obstado perante a Justiça do Trabalho com respaldo no art.142/CPC. 
1.3 Procedimento Sumaríssimo
O procedimento sumaríssimo foi introduzido no processo do trabalho pela Lei nº9.957/2000, que incluiu os arts.852-A a 852-I na CLT.
Os dissídios individuais cujo valor da causa não exceda 40 (quarenta) salários mínimos, vigentes na data do ajuizamento, ficarão sujeitos ao processamento segundo o rito sumaríssimo. 
Estarão excluídos do procedimento sumaríssimo as demandas aforadas contra entes da Administração Pública direta, autárquica e fundacional. 
A observância das hipóteses legais de adoção do correto procedimento processual configura matéria de ordem pública, e não faculdade do autor da demanda, competindo ao magistrado determinar ex officio a correção necessária. 
Pelo art.852-B/CLT, nas reclamações enquadradas sob o rito sumaríssimo, 
- o pedido deverá ser certo, determinado e com indicação do valor correspondente;
- não haverá a citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do autor, pena de indeferimento da petição inicial e arquivamento do feito;
- a apreciação da demanda deverá ocorrer no prazo máximo de 15 dias, contados do ajuizamento, podendo constar de pauta especial de acordo com o expediente da Vara do Trabalho. 
 
As partes e advogados deverão indicar ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado. 
As demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiências unas, sob a direção do juiz substituto ou do titular da Vara. 
Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes sobre as vantagens da conciliação e tentará a solução conciliatória em qualquer fase do litígio. 
Na ata de audiência, serão registrados resumidamente os atos essenciais – art.852-F/CLT.
Serão decididos de plano os incidentes e exceções que possam intervir no prosseguimento da audiência. As demais questões serão resolvidas na sentença – art. 852-G/CLT.
Não se admite reconvenção e todas as formas de intervenção de terceiros, ressalvada a assistência. 
Todas as provas serão produzidas em audiência, ainda que não requeridas previamente – art.852-H/CLT.
Sobre os documentos apresentados por uma das partes, manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência. 
As testemunhas, no máximo de duas para cada parte, comparecerão independentemente de intimação. Somente será deferida a intimação da testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz determinará a expedição de mandado de condução coercitiva. 
Apenas quando a prova do fato o exigir, o juiz deferirá a prova pericial. As partes serão intimadas a se manifestarem sobre o laudo pericial no prazo de cinco dias, caso em que haverá fracionamento da audiência. 
A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, em resumo, dispensado o relatório – art.852-I/CLT.
As partes serão intimadas da sentença, na mesma audiência em que prolatada. 
 1.4 Procedimento Ordinário:
O rito ordinário é previsto para as reclamações trabalhistas com valor da causa superior a 40 salários mínimos, conforme os valores vigentes na data de sua distribuição. Apresenta quatro fases procedimentais, que acabam diluídas no decorrer do processamento do feito: 
- fase postulatória: a reclamação trabalhista tem início com a distribuição da petição inicial ou com a atermação (reclamação verbal reduzida a termo perante servidor da Justiça do Trabalho).
 
Recebida a notificação, segue-se o encaminhamento da notificação ao Reclamado no prazo de 48 horas, por via postal ou por mandado (art.841/CLT). Há presunção relativa (juris tantum) de que a postagem chegou ao destinatário no prazo de 48 horas (Súmula 16/TST). 
A notificação será acompanhada da contrafé ou de chave de acesso ao processo eletrônico.
Geralmente, há o fracionamento da audiência no rito ordinário, sendo designadas duas audiências – a audiência inicial, para a primeira tentativa conciliatória e o oferecimento de defesa (art.846/CLT) e a audiência de instrução, para a coleta de provas. 
O não comparecimento do Reclamante à audiência inaugural, importará arquivamento da reclamação. O não comparecimento do Reclamado acarretará a revelia e confissão quanto aos fatos em litígio (art.844/CLT). 
Contudo, por conta da Lei nº 13.467/2017, foi alterado o art. 844, prevendo: 
“Art. 844.  ..............................................................
§ 1º  Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova audiência.
§ 2º  Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.
§ 3º  O pagamento das custas a que se refere o § 2º é condição para a propositura de nova demanda.
§ 4º  A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se:
I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.
§ 5º  Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados
Se obtido acordo, serão consignados em ata os respectivos termos. O termo de acordo homologado pelo juiz configura título executivo judicial e, acaso não cumprido, dará ensejo à execução nos próprios autos. 
É comum e aconselhável fazer constar do acordo cláusula penal para o caso de descumprimento, que não poderá exceder o valor do principal (art.846, §2º/CLT). 
Não obtido o acordo, o Reclamado deverá apresentar sua contestação. Acaso não tenha elaborado a contestação por escrito, terá o prazo de 20 minutos para formulá-la oralmente (art.847/CLT). 
Pelo art. 847, parágrafo único, acrescido pela Lei nº13.467/2017, a parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de

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