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Princípios Constitucionais Específicos da Seguridade Social art 195 parte 1 - aula 3 avançada

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Princípios Constitucionais Específicos da Seguridade Social- 
Art. 195 da Constituição Federal
(Aula avançada) 
Prof. Eduardo Tanaka
De acordo com o art. 195, caput: 
“A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, e das seguintes contribuições sociais:”.
O art. 195 da Constituição Federal fala sobre o financiamento da Seguridade Social.
Assim, o dinheiro que abastece a Seguridade Social vem de toda a sociedade, de forma direta (como no caso do Imposto de Renda das Pessoas Físicas) e de forma indireta (como no caso do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços – ICMS). De modo que todos pagam impostos de forma direta ou indireta.
O dinheiro arrecadado dos impostos, por exemplo, vai para o orçamento de cada ente (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Dentro do orçamento, esse dinheiro pode ter diversas destinações (por exemplo: construção de escola, reforma de ruas, pagamento de seus servidores). E o orçamento reserva uma parte desse dinheiro, que será investido em sua própria Seguridade Social (ex.: compras de medicamento, compras de cestas básicas para famílias necessitadas).
Até aqui eu não estou a falar de contribuição social, mas sim de dinheiro do orçamento, que em sua maior parte vem dos impostos arrecadados.
Já as contribuições sociais elencadas na Constituição Federal estão dispostas nos próximos incisos. Repare que, ao final do caput, a CF diz: “(...) e das seguintes contribuições sociais:”.
Agora iremos verificar quais são as contribuições sociais elencadas pela CF:
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro
Essas são as contribuições sociais pagas pela empresa.
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social;(...)
Essa contribuição, voltando ao nosso exemplo, nada mais é do que a cota do trabalhador. É o valor que todos os que trabalham devem contribuir.
Seguindo o princípio constitucional da “equidade na forma de participação e custeio” as alíquotas poderão ser progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição. 
Este dispositivo concede a imunidade tributária, pois não incide contribuição sobre aposentadoria e pensão.
Contribuição Social sobre a receita de Concursos de Prognósticos
Já no inc. III temos a contribuição social sobre a receita de concursos de prognósticos. Concursos de prognósticos são concursos de previsão, como as apostas em loterias e corridas de cavalo. Toda vez que você joga na loteria, parte do dinheiro apostado vai para a Seguridade Social. Sobre essa contribuição, reservaremos um capítulo adiante.
Contribuição Social do Importador
E, finalmente, no inc. IV temos a contribuição social do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. Como exemplo, temos o PIS/ COFINS importação, que não é objeto de nosso estudo.
Assim, neste livro estudaremos com detalhe as contribuições sociais sobre a folha de pagamento (art. 195, I, a, da CF) e as descontadas do trabalhador e demais segurados (art. 195, II, da CF).
 Princípios constitucionais específicos do art. 195 da Constituição Federal
Vamos, agora, tratar dos parágrafos do art. 195 da Constituição Federal, considerados pela doutrina como sendo princípios. Após, passaremos a explicar todo o restante do referido art. 195 da CF.
Preexistência do custeio em relação ao benefício ou serviço
O art. 195, § 5o, da Constituição Federal diz: 
“Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
Este princípio, também conhecido como princípio constitucional da contrapartida, vem a proteger o financiamento da Seguridade Social e a própria moralidade pública, pois somente poderá ser concedido um benefício ou serviço se houver a correspondente fonte de custeio total.
Esse princípio visa, dentre outras coisas, impedir que sejam, por exemplo, criados novos benefícios assistenciais com finalidades eleitoreiras. 
Princípio da anterioridade nonagesimal ou noventena (ou anterioridade mitigada)
Sabe-se que a anterioridade, considerada um direito fundamental, tem o objetivo de evitar a surpresa e dar tempo para que as pessoas possam se preparar para pagar um novo ou um aumento de tributo.
A palavra nonagesimal ou noventena vem do número 90. O art. 195, § 6o, da Constituição Federal preconiza que as contribuições sociais de que trata o próprio art. 195 só poderão ser exigidas depois de decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b, da Constituição Federal.
O art. 150, III, b, assim diz: é vedado cobrar tributos “no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou”. Portanto, é importante ressaltar que, no caso das contribuições sociais, ao contrário dos impostos, taxas e contribuições de melhorias, não necessariamente devem ser cobradas a partir do ano seguinte (exercício financeiro seguinte). Basta que se passem os “noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado”.
Princípio da vedação de contratar ou receber benefícios
A pessoa jurídica em débito com o sistema da Seguridade Social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
Como se percebe, este é um mecanismo concedido pela Constituição Federal para se evitar a inadimplência perante a Seguridade Social e atender ao princípio da moralidade. Pois não seria justo que uma empresa que não paga as contribuições sociais recebesse benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios ou contratasse com o Poder Público.
(CESPE/CEBRASPE – PGE-PE – Analista Jdiciário 2019) Acerca da seguridade social, julgue os item seguinte. Uma fonte de custeio da seguridade social é a receita oriunda da realização de sorteios de números ou outros símbolos pelo Poder Público ou por sociedades comerciais ou civis.
R. C
(2020 - CESPE/CEBRASPE – SEFAZ-AL – Auditor) Nenhum benefício relativo à seguridade social poderá ser criado sem a indicação de uma fonte de custeio para suportar essa despesa.
R. C

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