Buscar

APS 1 nutrição clínica

Prévia do material em texto

1 
 
Centro Universitário Augusto Motta 
Nutrição 
 
 
 
Componentes: Carina Ramires, Larissa Braz, Pamella Ribeiro, Thais 
Rodrigues 
 
 
 
 
Alzheimer na nutrição 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro - RJ 
2020 
 
2 
 
Sumário 
 
Introdução ........................................................................... 3 
 
O que é o Alzheimer? ............................................................... 4 
Sintomas .......................................................................... 4 
Estágio precoce ............................................................... 5 
Estágio médio ............................................................... 5 
Estágio tardio .................................................................. 5 
 
Diagnóstico e tratamento ......................................................... 6 
 
Implicações nutricionais ............................................................ 7 
Perda de peso .................................................................. 7 
Dicas para perda de apetite .......................................... 8 
 
Estratégias nutricionais ............................................................... 8 
 
Conclusão ..................................................................................... 9 
 
Referências .................................................................................... 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Introdução 
 
Foi realizada uma busca de entre artigos científicos e livros para revisar sobre o tema 
Alzheimer, e ver umas das melhores estratégias de intervenção nutricional para 
portadores da doença. 
A doença de Alzheimer (DA) é uma das formas mais comuns de demência entre os 
idosos, se caracteriza por transtorno degenerativo progressivo e sua evolução 
compromete não apenas o idoso, mas também sua família e a comunidade em que ele 
vive. Embora não seja causada pela alimentação, portadores de Alzheimer podem 
apresentar deficiências nutricionais que geram consequências negativas sobre sua 
saúde. 
A teoria mais confiável para a causa da doença é a falta de um neurotransmissor 
específico entre as células nervosas, na parte do cérebro que controla a memória, o 
raciocínio e a capacidade de julgamento. Ainda não existe cura definitiva para a 
doença. 
Dentre as inúmeras complicações, a alimentação é uma preocupação constante para 
o idoso portador de Alzheimer (Borges, 1997). O ato de se alimentar pode ser ainda 
mais complicado devido à confusão mental e dificuldade em realizações de tarefas, 
podendo ser as mais simples, como montar o próprio prato e levar o garfo à boca. 
Com o avanço da doença, surge um maior número de comprometimentos, como 
dificuldade de mastigação e deglutição de alimentos sólidos, podendo provocar 
engasgos e tosse. 
Portanto, essa revisão a literaturas sobre o Alzheimer no meio nutricional torna-se de 
grande importância, pois embora a Doença de Alzheimer não seja causada por 
problemas relacionados à alimentação, portadores podem apresentar deficiências 
nutricionais que podem ter consequências sobre a saúde em geral, justificando a 
adequada intervenção nutricional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
O que é o Alzheimer? 
 
É uma doença cerebral degenerativa, caracterizada 
por lesões que matam os neurônios, ou impedem 
seu funcionamento, o que altera a capacidade 
cognitiva dos pacientes, ou seja, as pessoas perdem 
aos poucos a capacidade de interpretar os estímulos 
do ambiente, e de reagir a eles de forma adequada 
(Alzheimer Society of Canada, 2002; Alzheimer’s 
Association, 2003; The Lundbeck Institute, 2004). 
Hoje em dia, a doença de Alzheimer acomete 
principalmente pessoas mais idosas, que geralmente 
se inicia com o distúrbio da memória. Durante a 
evolução do quadro, vão surgindo alterações de 
comportamento e de outras funções intelectuais até, 
numa fase adiantada, o paciente tornar-se 
dependente de alguém para ajudá-lo a cuidar de 
suas atividades diárias mais básicas 
Esta doença afeta cada indivíduo de forma diferente. As opções de tratamento podem 
retardar significativamente a progressão da doença. Os sintomas, a ordem que 
aparecem e a duração de cada fase da doença pode variar de pessoa para pessoa. 
Na maioria dos casos, a doença progride lentamente, e os sintomas de cada etapa 
podem sobrepor-se, muitas vezes, passando de um estágio para outro de forma 
bastante lenta. 
 
Sintomas 
 
No início da doença, ocorrem pequenos esquecimentos, perdas de memória, 
normalmente interpretadas pelos familiares como parte do processo natural de 
envelhecimento, apesar de se irem agravando gradualmente. Por vezes, os pacientes 
podem tornar-se bastante confusos e até agressivos, podendo também apresentar 
alterações da personalidade com comportamentos sociais inadequados. Apresentam 
dificuldade em reconhecer os próprios familiares. Estas pessoas, à medida que a 
doença avança, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, pois as limitações 
físicas e dificuldades de comunicação começam a surgir e passam a necessitar de 
cuidados e supervisão diária. Cuidados esses como, como a higiene pessoal, a 
alimentação, o vestuário e diversos outros. 
Os problemas de memória são tipicamente um dos primeiros sinais da doença de 
Alzheimer. Muitas vezes, no início, surgem outros problemas relacionados com o 
pensamento, como dificuldade em encontrar palavras certas. 
 A progressão da doença pode ser categorizada em 3 estágios, o estágio precoce, o 
estágio moderado e o tardio, refletindo assim o nível de declínio cognitivo e 
consequentemente a dependência do paciente. 
5 
 
Estágio precoce 
Menos de 10% de todas as pessoas com doença de Alzheimer têm início precoce, é 
uma forma rara da doença. É considerado Alzheimer de início precoce quando a 
doença é diagnosticada antes dos 65 anos. 
Na fase inicial da doença, o paciente é capaz de compreender seu diagnóstico de 
Doença de Alzheimer e pode participar das decisões futuras relacionadas ao seu 
tratamento. Sintomas mais frequentes são os esquecimentos e dificuldades de 
comunicação, como não conseguir achar uma determinada palavra ou dar 
continuidade a uma conversa. Alguns indivíduos continuam com suas atividades 
normais do dia-a-dia, enquanto outros ficam desanimados ou as abandonam. No 
entanto, o paciente pode ficar frustrado por perceber suas limitações e evoluir para um 
quadro depressivo ou ansioso. 
 
Estágio médio 
Como as alterações são mais evidentes, é nessa fase que é feita a maioria dos 
diagnósticos. 
A progressão da doença de Alzheimer é percebida através do declínio das habilidades 
mentais e físicas. A deterioração da memória faz com que o paciente esqueça dados 
de sua história pessoal e não reconheça familiares e amigos. 
O quadro clínico dessa fase pode apresentar, agravamento progressivo das alterações 
de memória, incapacidade de reconhecer parentes e amigos, esquecimento da história 
pessoal, confusão, apreensão e desconfiança, raiva, hostilidade e agressividade, atos 
repetitivos, desorientação no tempo e no espaço, necessidade de assistência para a 
realização das atividades diárias (vestir-se, tomar banho, ir ao banheiro, se alimentar), 
insônia, alterações do apetite. 
 
Estágio tardio 
É a forma mais comum de aparecimento da doença. Geralmente ocorre depois dos 65 
anos. Este tipo de doença de Alzheimer também pode ser designado por Alzheimer 
Esporádico e afeta pessoas que podem ter ou não, antecedentes familiares da 
doença. Parece não existir hereditariedade na doença de Alzheimer Esporádico, mas 
é possível que algumas pessoas possam herdar uma determinada suscetibilidade para 
desenvolver a doença numa idade avançada. 
Na fase final da doença, o paciente é incapaz de relembrar coisas, de comunicar-se e 
de realizar atividades. Há necessidade de cuidados durante todo odia. O paciente 
pode estar limitado ao leito, ter dificuldades para alimentar-se, ingerir líquidos e perder 
totalmente o controle urinário e intestinal. 
O quadro clínico dessa fase pode apresentar, memória gravemente alterada, 
incapacidade de processar informações, graves dificuldades de fala, apatia e 
isolamento, imobilidade progressiva, perda do controle urinário e intestinal, dificuldade 
em ingerir alimentos sólidos e líquidos, incapacidade de banhar-se ou vestir-se, 
emagrecimento relevante, podendo atingir a subnutrição. 
6 
 
Diagnóstico e tratamento 
 
Relativamente ao diagnóstico, ainda não existe nenhum exame que permita identificar 
de modo definitivo a doença de Alzheimer. A única forma de o fazer é através do 
exame do tecido cerebral, obtido através de uma biopsia ou necropsia. De momento, o 
diagnóstico desta doença faz-se através da análise do historial da pessoa, de análises 
sanguíneas, tomografia ou ressonância. Existem também exames que através de 
testes genéticos, podem revelar a probabilidade de o indivíduo vir a ter a doença. 
A família e os amigos têm então um papel muito importante no que diz respeito ao 
diagnóstico precoce. Apesar da progressão da doença de Alzheimer ainda não poder 
ser travada ou a doença revertida, o diagnóstico nas fases iniciais da doença permite 
aos familiares e ao próprio paciente beneficiar precocemente de intervenção médica e 
abrandar o seu desenvolvimento. 
Embora ainda não exista cura para Alzheimer, os tratamentos disponíveis atualmente 
visam melhorar a qualidade de vida do paciente, retardando sua dependência, 
desacelerando a deterioração cognitiva e facilitando a vida do cuidador. 
Para isso existem três abordagens básicas. 
A primeira delas relaciona-se às medidas psicossociais, com a finalidade de avaliar as 
atividades do dia-a-dia, promovendo recursos para automanutenção física, higiene, 
atos de vestir, comer, tomar banho. Depois devem ser avaliadas as atividades 
instrumentais da vida diária, como comunicação, fazer compras, arrumar a casa e se 
locomover. 
A segunda medida é a terapia comportamental. O paciente com Doença de Alzheimer 
pode desenvolver uma ampla variedade de transtornos comportamentais, que incluem 
depressão, agitação, ansiedade, violência, que podem causar sofrimento considerável 
para os membros da família e para quem cuida do paciente profissionalmente. 
A terceira abordagem é o tratamento medicamentoso da demência. Feito com 
fármacos que podem corrigir o desequilíbrio químico no cérebro, porém, este 
tratamento funciona melhor na fase inicial da doença e o efeito é temporário, pois a DA 
continua progredindo. O tratamento medicamentoso já foi tentado de várias formas, no 
início com vasodilatadores e medicamentos neurotrópicos. No entanto, não há 
evidências de que tenham sido úteis. Como a fisiopatologia mais bem caracterizada na 
Doença Alzheimer é a múltipla redução de neurotransmissores, a elevação do nível 
dessas substâncias deveria proporcionar alívio sintomático. 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Implicações nutricionais 
O paciente com DA apresenta alguns distúrbios que comprometem seriamente seu 
estado nutricional. A atenção a esse comprometimento é de extrema necessidade, 
pois o estado nutricional inadequado pode ser um fator de aceleração e agravamento 
dos estágios da doença. 
Não há restrição de um ou mais alimentos que se aplique a todos os pacientes de 
Alzheimer. Ajustes na dieta poderão ser feitos pelo médico de acordo com as 
consequências da doença, de forma individualizada. Embora não exista uma dieta 
determinada, é preciso ter cuidado com a alimentação, para que não haja excesso ou 
carência de algum nutriente. 
A boa nutrição é muito importante para a saúde geral e também para o funcionamento 
cerebral. Estudos recentes mostram que uma alimentação saudável é muito 
importante para o bem-estar, a disposição física e até para a cognição. O idoso 
também precisa de uma alimentação balanceada. 
São comuns queixas envolvendo alteração no apetite da pessoa com Doença de 
Alzheimer. Pode haver perda de peso ou fome exagerada. Em ambos os casos o 
monitoramento da família deve ser realizado para favorecer uma alimentação 
adequada. 
 
Perda de peso 
É mais fácil prevenir a perda de peso que reverter um quadro de desnutrição. Ao 
constatar perda significativa de peso é preciso comunicar imediatamente ao médico ou 
procurar um nutricionista, para que sejam tomadas as providências. 
A perda de peso geralmente está associada a alterações no apetite, dificuldades 
cognitivas ou questões físicas. 
Várias hipóteses são consideradas para explicar a perda de peso, que não está 
exclusivamente relacionada à redução do consumo de alimentos. Pode estar 
relacionada também ao aumento do gasto de energia do paciente em razão da própria 
DA, aumento da agitação, processos infecciosos e distúrbios neurológicos que levam 
à redução da ingestão de alimentos, tal como a dificuldade de mastigação e/ou 
deglutição. 
O portador, além da perda de peso, pode também apresentar alterações que 
acarretam outros riscos nutricionais, tais como anemia e deficiência de vitaminas e 
minerais, sendo alguns como a Vitamina B6, o magnésio e o ácido fólico, importantes 
no tratamento dessa doença. Requer atenção especial, também, a pessoa que, além 
da DA, apresenta outros comprometimentos como hipertensão arterial, diabetes 
mellitus, hipercolesterolemia etc 
 
 
 
 
8 
 
Dicas para perda de apetite 
 
 Estimule a alimentação com o uso de utensílios coloridos e alimentos de 
cores diferentes, fazendo com que chamem a atenção do paciente e 
despertem seu interesse pela refeição. 
 
 Opte por alimentos que possam ser manipulados com as mãos, para 
aumentar o interesse pelo contato. 
 Sirva uma pequena porção de alimentos de cada vez. 
 
* O paciente pode se esquecer de comer por um problema de memória ou 
orientação no tempo. Se isso ocorrer, ele deve ser acompanhado 
pessoalmente durante as refeições. 
 
Estratégias nutricionais 
A boa alimentação é uma preocupação constante para portadores de Alzheimer, pois, 
devido a uma série de complicações, podem causar deficiências importantes para o 
organismo já envelhecido. 
Algumas dessas complicações são, problemas odontológicos como a falta dos dentes, 
próteses velhas, doença da cavidade oral e das gengivas. Problemas de deglutição 
com dificuldade para engolir alimentos mais sólidos, devido a doenças da garganta e 
do esôfago. Perda ou diminuição do paladar e do olfato, problemas psicogeriátricos, 
principalmente a depressão, a tristeza, o desânimo. Doenças comuns para o idoso, 
como os problemas cardíacos, pulmonares, gástricos, neurológicos, que trazem 
também a perda do apetite como consequência. 
Para cada uma dessas situações há estratégias que irão ajudar os pacientes a se 
alimentar corretamente e se manterem sadios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Conclusão 
 
É de extrema importância que, tanto para doentes, como para os seus familiares e 
para os prestadores de cuidados, se tenha o maior conhecimento possível acerca da 
doença de Alzheimer. 
Dado também atenção ao papel dos cuidadores, descrevendo um conjunto de 
cuidados práticos a ter em conta na alimentação dos doentes de Alzheimer e se 
possível, com o apoio de uma equipa multidisciplinar na área da saúde onde deveriam 
estar também incluídos profissionais de nutrição e psicólogos. 
Foi mostrado a importância do acompanhamento nutricional, visando o tratamento ou 
prevenção das complicações oriundas do Alzheimer. No geral, conclui-se que, devido 
às complicações nutricionais, a dietoterapia se torna de extrema necessidade. Por 
meio de estratégias utilizadas para a ingestão de uma alimentação sadia, se pode 
garantir um bom estado nutricional, promovendo boa qualidade de vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Referências 
 
https://alzheimer.ca/en/Home/Living-with-dementia/Day-to-day-living/Meal-timehttps://saocamilo-sp.br/assets/artigo/cadernos/11_alzheimer_cuidados.pdf 
https://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wp-
content/uploads/2020/01/Nutri%C3%A7%C3%A3o-e-Doen%C3%A7a-de-
Alzheimer.pdf 
https://www.seer.ufrgs.br/RevEnvelhecer/article/viewFile/5483/7062 
https://alzheimer.ca/en/Home/Living-with-dementia/Day-to-day-living/Meal-time
https://saocamilo-sp.br/assets/artigo/cadernos/11_alzheimer_cuidados.pdf
https://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wp-content/uploads/2020/01/Nutri%C3%A7%C3%A3o-e-Doen%C3%A7a-de-Alzheimer.pdf
https://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wp-content/uploads/2020/01/Nutri%C3%A7%C3%A3o-e-Doen%C3%A7a-de-Alzheimer.pdf
https://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wp-content/uploads/2020/01/Nutri%C3%A7%C3%A3o-e-Doen%C3%A7a-de-Alzheimer.pdf
https://www.seer.ufrgs.br/RevEnvelhecer/article/viewFile/5483/7062

Continue navegando