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Relatorio Fechamento SP1 (T4)

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Página de 
5
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS
CURSO DE MEDICINA
TUTORIA 6ª ETAPA
UNIDADE XVI 
MARIANA SOUZA MORAES
MARINA MELO CAVALCANTE
MATHEUS RIBEIRO LEITE DUTRA
MOHAMAD ZAKI SAMMMOUR JÚNIOR
NICOLE VITORINO MACHADO
RICHARD AMUY LIMA RODRIGUES
ROMULLO AUGUSTO BASTOS DE OLIVEIRA
TÂNIA PACHECO DOS ANJOS
THAÍS FERNANDES GUIMARÃES
THAYNE REZENDE BARBOSA
YASMIN PEREIRA DE PAULA
SITUAÇÃO PROBLEMA 1- “ Um número para não esquecer...”
MINEIROS
2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS
CURSO DE MEDICINA
TUTORIA 6ª ETAPA
UNIDADE XVI
Mariana Souza Moraes
Marina Melo Cavalcante
Matheus Ribeiro Leite Dutra
Mohamad ZakiSammour Junior
Nicole Vitorino Machado
Richard Amuy Lima Rodrigues
Romullo Augusto Bastos de Oliveira
Tânia Pacheco Dos Santos
Thaís Fernandes Guimarães
Thayne Rezende Barbosa
Yasmin Pereira de Paula
SITUAÇÃO PROBLEMA 1- “ Um número para não esquecer...”
Relatório referente à aula de Tutoria do 5o período do curso de Medicina do Centro Universitário de Mineiros-UNIFIMES, como requisito parcial para formação de nota, sob orientação do professor Túlio Franco.
MINEIROS
2020
SUMÁRIO
1. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM................................................................4
2. INTRODUÇÃO...................................................................................................5
3. DISCUSSÃO........................................................................................................6
4. CONCLUSÃO ...................................................................................................19
5. REFERÊNCIAS.................................................................................................20
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: alterações metabólicas encontradas na caquexia................................... 6
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: Alterações Sistêmicas....................................................................................8
FIGURA 2: Principais causas de perda de peso involuntária.......................................8
LISTA DE FLUXOGRAMAS
FLUXOGRAMA 1: Perda de peso significante..............................................................9
1. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
1.1. Objetivos Específicos:
· Definir caquexia, no paciente adulto.
· Reconhecer os principais processos consuntivos que acometem o ser humano, associando-os com fatores etiológicos relacionados a faixa etária, gênero e condição social, dentre outros.
· Relacionar as manifestações clínicas possíveis da síndrome da caquexia.
· Caracterizar o processo de diagnóstico diferencial da caquexia, utilizando-
· se de dados clínicos e de exames complementares.
· Descrever um algoritmo de investigação diagnóstica (utilizando a regra
· mnemônica dos “9 D’s”).
· Compreender as medidas terapêuticas da caquexia.
· Conceituar a síndrome do idoso frágil e suas repercussões na qualidade
· de vida das pessoas susceptíveis.
· Reconhecer a importância da atuação multidisciplinar nas doenças consuntivas, bem como o papel dos grupos de pacientes no tratamento a longo prazo e na manutenção da qualidade de vida dos participantes.
2. INTRODUÇÃO
A síndrome consumptiva pode também ser encontrada como “Emagrecimento Involuntário” em diversas literaturas. Ambos podem ser definidos como o estado patológico resultante de absoluta ou relativa deficiência de proteína e energia. Portanto, pense em uma balança na qual em um lado se encontra o gasto de energia e do outro o consumo dessa energia. Caso a balança pese mais no gasto de energia, ocorre o emagrecimento.
A caquexia é uma síndrome associada à perda de massa celular, reduzida ingestão de alimento, diminuição de atividade física e acelerada degradação de proteínas. Esta disfunção metabólica ocorre em muitas doenças crônicas tais como AIDS, câncer, insuficiência crônica do coração, falência crônica dos pulmões, cirrose hepática, deficiência renal, artrite reumatóide e sepse. Embora a caquexia sempre inclua um componente de redução na ingestão de alimentos, ela difere da "semi-inanição" pelo fato de que há também alterações metabólicas que diferem da resposta normal à reduzida ingestão de alimentos. Isto significa que a perda de massa corporal pode ocorrer mais rapidamente do que seria de se esperar de uma redução da ingestão de alimentos de igual magnitude ou ainda, que a composição desta perda pode devido a uma maior proporção de perda de tecido não-gorduroso em relação ao adiposo. (WALSMITH; ROUBENOFF, 2002)
Com base nestas informações, este relatório teve como objetivo definir a caquexia, identificando pontos importantes sobre anamnese, exame físico e exames complementares iniciais investigativos. Ainda, as abordagens multidisciplinares e terapêuticas que envolvem as síndromes consumptivas, visando a total qualidade de vida desses pacientes.
3. DISCUSSÃO
3.1 Definir caquexia no paciente adulto.
Caquexia refere-se à perda de massa celular corpórea por doenças, sendo acompanhada por perda de massa muscular (componente sarcopênico) e deve ser entendida como uma adaptação multidimensional abrangendo grande variedade de alterações, desde mudanças fisiológicas até comportamentais (ROCHA et al., 2009).
Frequentemente pacientes com doenças crônicas ou terminais, como câncer, AIDS, insuficiência cardíaca congestiva, tuberculose, doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, artrite reumatoide (AR), doença de Crohn e outras, apresentam caquexia. (ROCHA et al., 2009).
As principais alterações metabólicas encontradas nas caquexias são demonstradas a seguir: 
Tabela 1: alterações metabólicas encontradas na caquexia.
Fonte: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042009000300010
3.2 Reconhecer os principais processos consuntivos que acometem o ser humano, associando-os com fatores etiológicos relacionados a faixa etária, gênero e condição social, dentre outros.
Nos processos consuntivos observa-se uma perda 5% do peso habitual no período de 6 a 12 meses ou de 10% associada a desnutrição, decorrente da baixa ingesta de alimentos, metabolismo acelerado ou perda de energia. As principais causas são o câncer, distúrbios psiquiátricos, endocrinopatias, infecções e de origem indeterminada.
Figura 1- Alterações Sistêmicas
Fonte: Endocrinologia Clínica 6ª edição, 2016 Vilar, Lúcio
Nestes processos pode-se encontrar a perda involuntária de peso associada a diminuição ou aumento de apetite. Nos casos em que há o aumento do apetite encontra-se como causa base o hipertireoidismo, diabetes mellitus descompensado, síndrome de má absorção e aumento significante de atividade física. Já as doenças psiquiátricas, uso crônico de drogas, HIV e o câncer estão correlacionados a perda de apetite. 
Figura 2- Principais causas de perda de peso involuntária
Fonte: Endocrinologia Clínica 6ª edição , 2016 Vilar, Lúcio
Fluxograma 1: Perda de peso significante 
Fonte: Endocrinologia Clínica 6ª edição , 2016 Vilar, Lúcio
3.3. Relacionar as manifestações clínicas possíveis da síndrome da caquexia.
A caquexia consiste em uma condição medica que causa uma grande perda de peso e de massa muscular. No entanto, não consiste em uma doença, mas sim em um sintoma de muitas patologias, como câncer, insuficiência renal crônica, HIV, ICC, etc.
Normalmente, uma pessoa que não se alimenta suficientemente (desnutrição), por exemplo, perderá apenas gordura, mas uma pessoa com caquexia perderá gordura e massa muscular.
As citocinas, proteínas produzidas por células inflamatórias, desempenham um grande papel na modulação imunológica e foram implicadas na etiologia da anorexia, perda de peso, disfunção cognitiva e anemia. A inflamação sistêmica causa excesso na elaboração da citocinas que tem importante papel fisiológico na caquexia. Além disso, elas atuam ativando o sistema proteolítico mediado, estimulam a liberação de cortisol e catecolaminas, produzem lipólise e β-oxidação, que auxiliam no aparecimento da caquexia. A atividade dos receptores hepáticos de LDL aumentam, enquanto a atividade da lipase no fígado diminui. Assim,esses processos resultam em um balanço energético negativo acarretando a perca de peso. 
As manifestações clinicas da caquexia incluem:
· Perda involuntária de peso, que ocorre mesmo diante de uma nutrição adequada ou com um número alto de calorias.
· Perda muscular, que é o sintoma característico da caquexia.
· Perda de apetite ou anorexia, fazendo com que a pessoa com caquexia também perca o desejo de comer qualquer alimento.
· Capacidade funcional reduzida, com mal-estar, fadiga e baixos níveis de energia e, em casos extremos, impossibilidade de realizar atividades diárias, como vestir-se e escovar os dentes, por exemplo.
· Inchaço ou edema, devido aos baixos níveis de proteína no sangue.
3.4. Caracterizar o processo de diagnóstico diferencial da caquexia, utilizando-se de dados clínicos e de exames complementares.
A Caquexia tem uma avaliação clínica no qual se avalia alguns parâmetros para seu diagnóstico. Entre eles tem-se a alteração de peso nos últimos meses, se houve alteração na ingestão alimentar, se possui sintomas gastrintestinais, sua capacidade funcional, e suas necessidades nutricionais.
No seu exame físico inclui a avaliação subjetiva de 3 aspectos da composição corporal: gordura músculo e estado de hidratação. Cada aspecto é graduado pelo seu déficit. O déficit muscular tem mais impacto no escore do que o déficit da gordura. Sua avaliação permite observar clinicamente o grau do déficit e ou a presença de líquidos em excesso.
Quanto a sua sintomatologia inclui a perda de tecido adiposo e músculo ósseo. Ocorre em muitas doenças e é comum em vários tipos de câncer quando seu controle falha. Alguns tipos de câncer, em especial pancreático e gástrico, produzem caquexia profunda. Alguns pacientes podem perder 10% a 20% do seu peso corporal. Inclui ainda a anorexia, alterações no paladar, astenia, fadiga, exacerbada perda de peso involuntária (massa gorda e magra), perda da imuno competência, perda de habilidades motoras e físicas, apatia, desequilíbrio iônico, anemia, náuseas, e grandes alterações no metabolismo de proteínas, carboidratos e lipídios.
Evidência-se então uma difícil avaliação diagnóstica, tendo como diagnóstico diferenciais a sarcopenia e a desnutrição. Se a sua anamnese e exame físico não foram elucidativas o suficiente para criar uma hipótese diagnóstica, a avaliação e pesquisa laboratorial pode ser elaborada em duas etapas.
A primeira etapa é a investigação de inflamação, através de hemograma (leucograma), PCR, VHS. Se houver uma carga inflamatória elevada, aumenta-se a suspeição sobre neoplasias e doenças sistêmicas crônicas.
A segunda etapa é pautada pela pesquisa etiológica específica, tentando criar um direcionamento de acordo com algum sintoma ou achado laboratorial da primeira etapa. A pesquisa de doenças sistêmicas é feita através de exames que, além avaliar o estado sistêmico em geral do indivíduo, também vai observar se há um estado inflamatório. Deve-se solicitar VHS, bioquímica sérica, hemograma, enzimas hepáticas, albumina, TSH, urina tipo I. Com relação à pesquisa de etiologias específicas, pode-se solicitar a pesquisa de sangue oculto nas fezes, mamografia, Papanicolau, PSA, Endoscopia digestiva Alta (EDA), colonoscopia, entre outros exames que possam melhor direcionar para uma suspeita.
3.5. Descrever um algoritmo de investigação diagnóstica (utilizando a regra mnemônica dos “9 D’s”).
A regra mnemônica dos “9 Ds” foi criada com o intuito de fortalecer a memória para facilitar o diagnóstico de caquexia em idosos. Ela consiste em analisar os parâmetros de: 
1. Dentição (próteses dentárias mal-adaptadas, dor ao mastigar, diminuição do paladar, lesões gengivais)
2. Disgeusia (perda do olfato e do paladar com a idade, efeito de drogas)
3. Disfagia (dificuldade para deglutir)
4. Diarreia (perda excessiva de nutrientes/calorias)
5. Doença crônica (como a DPOC e a Diabetes mellitus tipo 1) 
6. Depressão (perda de apetite)
7. Demência (perda progressiva dos instintos de sede e fome)
8. Disfunção ( dependência, perda de ente querido, condições socioeconômicas precárias)
9. Drogas (algumas drogas podem interferir nos processos de digestão e absorção dos alimentos, na saciedade, no apetite e no metabolismo em geral) 
Na maioria dos casos, como é uma síndrome multifatorial, esta envolvido mais de um fator desses 9 citados. 
3.6. Compreender as medidas terapêuticas da caquexia.
O manejo é realizado de acordo com a classificação:
●        Pré-caquexia: Monitoração e intervenção nutricional;
●        Caquexia: Tratamento multimodal de acordo com o fator desencadeante principal (com priorização dos fatores contribuintes reversíveis);
●        Caquexia Refratária: Alívio dos sintomas, suporte psicossocial e discussão ética sobre terapia nutricional.
MANEJO NÃO FARMACOLÓGICO
Explicar para pacientes e familiares que a redução da ingesta pode ser consequência do processo natural da doença
●        Fornecer refeições com pequenas porções, priorizando os desejos do paciente;
●        Suplementos alimentares líquidos são caros, mas podem ser uma opção útil;
●        Se tolerado, adicionar às refeições complementos com alto teor calórico, como manteiga e queijo;
●        Preferir alimentos fáceis de mastigar, evitando alimentos secos, duros, picantes ou ácidos;
●        Tentar não falar sobre comida o tempo todo e envolver o paciente no contexto social da alimentação;
●        Avaliar afecções orais, garantir boa higiene oral e fornecer prótese dentária apropriada para proporcionar alimentações mais prazeirosas;
●        Estimular exercício físico e o uso de técnicas de relaxamento;
MANEJO FARMACOLÓGICO
●        Indicação de suporte nutricional: Quanto mais precoce o suporte nutricional, maior a chance de evitar caquexia, inclusive em pacientes sem risco nutricional. Por isso, para evitar o desenvolvimento da caquexia, pacientes com pré-caquexia já necessitam desse suporte. Além disso, é importante ressaltar que, se paciente estiver em estágio final da vida ou não deseja se alimentar, é necessário avaliar a situação com cautela, uma vez que, em alguns casos, pode ser uma medida fútil de postergação da vida, podendo até mesmo aumentar o desconforto. Nesse último caso, procure o auxílio da equipe de Cuidados Paliativos;
●        Estimulantes do apetite: As medicações a seguir são benéficas por curto período de tempo, mas devem ser consideradas, uma vez que aumentar o apetite pode melhorar a qualidade de vida. Porém, antes de medicar, deve-se explorar se o paciente realmente deseja comer, pois a falta do apetite é comum e é um fenômeno normal em doenças avançadas. Além disso, o paciente não deve ser coagido a comer nada contra a sua vontade. As opções são as seguintes:
1. Corticoides: Dexametasona 4mg ou Prednisona 30mg VO pela manhã. Reduz náusea, aumenta o apetite, a energia e o bem-estar. A ação é rápida, mas o efeito tende a diminuir após 3-4 semanas. Usar associado a inibidor de bomba de prótons. Efeitos colaterais: retenção de fluidos, candidíase, miopatia, gastrite e hiperglicemia;
2. Progestógenos: Megestrol dose inicial 160mg/dia. Revisar dose entre 2 a 3 semanas. Demora algumas semanas para fazer efeito, mas o benefício é mais prolongado do que o dos esteróides. Útil para pacientes com prognóstico longo. Baixas doses estimulam apetite tão eficientemente quanto altas doses, entretanto, há o aumento significativo do risco de tromboembolismo pulmonar. Reduzir dose gradativamente se usado por mais de três semanas (supressão adrenal). Efeitos colaterais: náusea, retenção fluida e risco aumentado de tromboembolismo;
3. Procinéticos: Devem ser considerados em casos de saciedade precoce, náusea ou vômito associado. Considere Metoclopramida 10mg ou Domperidona 10mg 3x/dia 30min antes das refeições. Útil para pacientes com saciedade precoce, esvaziamento gástrico retardado, gastroparesia ou náusea
.
3.7. Conceituar a síndrome do idoso frágil e suas repercussões na qualidade de vida das pessoas susceptíveis.
O termo “fragilidade” teve início em meados de 1980, quando Whoodhousepropôs o conceito de fragilidade nos indivíduos com 65 anos de idade ou mais e que dependiam de outras pessoas para poderem realizar as atividades cotidianas. Desta forma, os estudos associavam a fragilidade à perda da autonomia e dependência para realizar as atividades básicas de vida diária (ABVD).
Conforme afirmou Carvalho Filho, Brocklehurst criou um modelo de fragilidade que contemplava os componentes biológico, social e psicológico no ano de 1982. A partir dessa abordagem, identificou-se que a fragilidade pode se manifestar em qualquer faixa etária, podendo estar presente não apenas na velhice. No entanto, quando associada ao envelhecimento, tem sido amplamente aceita como uma síndrome clínica, de natureza multifatorial, caracterizada por um estado de vulnerabilidade fisiológica resultante da diminuição das reservas de energia e da habilidade de manter ou recuperar a homeostase após um evento desestabilizante. Nessa linha, Teixeira mostrou que o conceito de fragilidade seria unidimensional, visto que agrega a vulnerabilidade e baixa resposta aos fatores de estresse, bem como maior suscetibilidade a doenças e à presença de síndromes geradoras de incapacidade. 
Contudo, observa-se que o termo “fragilidade” ainda não apresenta uma definição consensual entre os pesquisadores, pois alguns autores identificam o constructo multidimensional da fragilidade. Este constructo multiprofissional salienta a etiologia da síndrome dependente da história de vida do indivíduo, pois pode ser modificado diante dos fatores biológicos, psicológicos e sociais, resultando em déficits individuais em cada contexto particular. Além disso, outros estudos afirmam que o início e o curso da síndrome da fragilidade são afetados não somente por fatores pessoais de natureza cognitiva, psicológica, espiritual, sociais e físicos, mas também por fatores ambientais de ordem financeira, interpessoal, legal e institucional, que culminam em maior risco de desfechos clínicos adversos, dentre os quais o declínio funcional, quedas, hospitalização, institucionalização e morte. No entanto, pode ser evitada ou postergada quando identificada precocemente com base em seus indicadores, pois esta síndrome leva à deterioração da qualidade de vida, aumento da sobrecarga dos cuidadores e altos custos com cuidados à saúde. Para tanto, o conceito de fragilidade pode ser compreendido como uma síndrome de múltiplas dimensões e que envolve diferentes definições. 
A definição mais utilizada sobre a síndrome da fragilidade é que ela representa uma síndrome biológica caracterizada por diminuição da reserva homeostática e redução da capacidade do organismo de resistir às intempéries, resultando em declínios cumulativos em múltiplos sistemas fisiológicos, causando vulnerabilidade e efeitos adversos. Assim, o resultado cumulativo desses declínios em múltiplos sistemas do corpo humano poderia constituir a base do que é frequentemente considerado o fenótipo da fragilidade: a vulnerabilidade aos fatores estressores e o comprometimento da capacidade de manter a homeostase, bem como a incapacidade, dependência parcial ou total em atividades básicas da vida diária (ABVD), da maior presença de comorbidades ou de idosos mais debilitados e vulneráveis. Neste contexto e juntamente com outros autores, a fragilidade é identificada como uma síndrome associada à idade e caracterizada por manifestações como perda de peso e massa muscular, diminuição da força de preensão, fadiga, instabilidade postural e redução da ingestão de alimentos, aumentando o risco para uma evolução desfavorável diante das agressões externas e das doenças agudas.
Como não há consenso sobre sua definição, existem diferentes instrumentos utilizados pelos profissionais da saúde para identificar e quantificar a presença da síndrome da fragilidade no idoso, tanto no âmbito da pesquisa como na prática clínica, para avaliar os declínios decorrentes em idosos. Observa-se que o fenótipo da fragilidade é um método de identificação e mensuração da fragilidade nos idosos que utiliza, como critérios integrantes da síndrome, a perda de peso não intencional (pelos menos 5Kg no último ano), exaustão avaliada por autorrelato de fadiga, diminuição da força de preensão da mão dominante, baixo nível de atividade física e baixa velocidade ao caminhar (lentidão). 
Ainda dentro dos critérios componentes da síndrome da fragilidade, outros estudos têm mostrado marcadores adicionais ao fenótipo proposto por Fried et al. para a mensuração da fragilidade em idosos, com a inclusão da Escala de Katz, que avalia as atividades básicas da vida diária (ABVD); a Escala de Lawton, para as atividades instrumentais da vida diária (AIVD); a Escala Internacional de Eficácia de Quedas; o Miniexame do Estado Mental; e a Medida de Independência Funcional, que avalia o desempenho e a capacidade funcional de idosos. Um fato a ser considerado, entretanto, é que as diferentes escalas não enfocam a temática em questão, a fragilidade do idoso, como é demonstrada na Escala de Fragilidade de Edmonton (EFE), visto que a fragilidade pode deteriorar a qualidade de vida do idoso. Para tal, sabe-se que independentemente do conceito ideal de qualidade de vida, esta se constitui pela busca constante do bem-estar de forma indissociável das condições do modo de viver, como: saúde, moradia, educação, lazer, transporte, liberdade, trabalho, autoestima, entre outras. A EFE é considerada um instrumento mais complexo, pois é constituída de nove domínios que evidenciam, com maior nitidez, a fragilidade no idoso, que são: cognição, estado geral de saúde, independência funcional, suporte social, uso de medicamentos, nutrição, humor, continência e desempenho funcional.
3.8. Reconhecer a importância da atuação multidisciplinar nas doenças consuntivas, bem como o papel dos grupos de pacientes no tratamento a longo prazo e na manutenção da qualidade de vida dos participantes.
O tratamento da síndrome consumptiva é sempre multidisciplinar. O primeiro passo é tratar a causa base, sendo a etapa mais importante do tratamento, porque é o que garante ao paciente o retorno do ganho de peso. Entretanto, deve-se também realizar uma avaliação psicossocioeconômica, em busca de patologias psiquiátrica e causas de cunho psicossociais para o emagrecimento, que possam ser trabalhadas pela Psicologia, bem como pela Assistência Social.
Aspecto Psicológico
O significado psicológico da nutrição é superior à simples ingestão de alimentos para a manutenção da vida, configurando momento psicológico carregado de emoções positivas ou negativas, sensações de prazer ou desprazer, aceitação ou rejeição, ademais de saciedade e plenitude ou frustração e carência. Pacientes e familiares lidam com o problema de maneira diversa, os pacientes costumam preocupar-se mais com a alteração na imagem corporal, associando-a à proximidade da morte, perda da autonomia, fraqueza física e psicológica. Assim, estes aspectos podem causar ansiedade, transtornos de ajustamento e depressão. Por outro lado, para a família uma das principais preocupações é com a ingestão de alimentos, que se associam ao bem-estar físico e à boa saúde, além de fundamental para a manutenção da vida. Desta forma, o pensamento emergente é que o suporte psicossocial à anorexia/caquexia pode trazer benefício para os doentes e seus familiares 
A adoção de intervenções psicológicas e comportamentais está aumentando e os estudos recentes têm sugerido que algumas dessas técnicas podem afetar a qualidade de vida e, talvez, as taxas de sobrevida . Entre os principais objetivos da psicologia no campo da oncologia estão: melhorar a auto-estima, reduzir a ansiedade, elevar o moral e a capacidade de lidar com o câncer e respectivas consequências, tais como a caquexia. As intervenções psicossociais proporcionam aos pacientes e familiares mecanismos de auxílio para lidar com os problemas cotidianos. Além disso, estão relacionadas com aumento da sensação de controle e melhoria da qualidade devida. 
A promoção de ambiente tão agradável quanto possível em torno das refeições, com incentivo para comer, o cuidado em verificar as preferências alimentares do paciente e a atenção para o cenário social, formado por familiares, amigos ou colegas do paciente, podem estimular o apetite e a interação social. A multimodalidade de tratamentos (operação, radioterapia, quimioterapia, e outros), o processo da doença e a superposição de sintomas estão associados ao crescente risco de síndrome psiquiátrica . É fundamental, no entanto, que diagnóstico diferencial possa ser feito, com o objetivo de evitar condutas iatrogênicas de prolongamento do sofrimento do paciente e dos familiares, quando em situações de final de vida. 
Portanto, permite a avaliação mais precisa e específica do progresso do transtorno, gravidade, suporte social, adaptação dos pacientes, adesão e reação diante dos fatores estressantes dessa circunstância da vida. O tratamento farmacológico da depressão, realizado por psiquiatra, não difere muito do usual: antidepressivos tricíclicos, inibidores de recaptação de serotonina (ISRS) e psicoestimulantes. Já o tratamento psicológico inclui intervenções psicoeducacionais e terapia com diversas abordagens, sendo a maior parte dos estudos encontrados conduzida por terapia cognitivo-comportamental. A base do tratamento psicológico é estabelecer relação próxima e respeitosa, com foco na escuta cuidadosa. Em relação às diretrizes de avaliação, apontam a necessidade de aferição do impacto emocional da anorexia e da caquexia no paciente e família, do estresse relacionado a fatores físicos, emocionais e existências e a identificação de posturas e expectativas de pacientes/familiares em relação aos tratamentos e à alimentação. 
O Palliative Care Guidelines – 2010 orienta que é necessário: Reconhecer o impacto psicológico no paciente e cuidador; Oferecer suporte psicológico e apoio; Responder às preocupações sobre a importância em oferecer o alimento, quando o paciente vier a recusá- lo, valorizando esse momento como atividade social; Informar que a redução gradual da ingestão oral é natural com a evolução da doença; Oferecer informações práticas sobre os aspectos nutricionais, respeitando o curso da doença. 
Exercício Físico
A inflamação pode estar envolvida, direta e indiretamente, na patogênese da caquexia e, por outro lado, que estudos recentes demonstraram que a atividade física induz aumento nos níveis sistêmicos de uma série de citocinas com propriedades anti-inflamatórias, o exercício físico como indutor de resposta anti-inflamatória pode promover possível efeito no desenvolvimento e/ou prevenção da caquexia. 
Terapia nutricional 
Muitos trabalhos demonstram que, sob o aspecto nutricional, a oferta de nutrientes não tem impacto sobre a evolução da caquexia. No entanto, a oferta de alimentos não pode ser analisada apenas sob esse ponto de vista. O fato de estar recebendo alimentos pode ser um lenitivo e uma esperança para o paciente. Vale levar em conta hábitos culturais e religiosos do paciente. Portanto, se a oferta de alimentos beneficia o paciente (em seu conjunto físico-psíquico e social) não se pode deixar de fazê- lo, mesmo sabendo que isso não trará benefícios nutricionais importantes. 
Em suma, as tentativas de melhorar a qualidade de vida, realizados por quadro interdisciplinar, visando otimizar a capacidade de desenvolvimento de relacionamentos sociais plenos e envolvimento com o mundo .A abordagem interdisciplinar para gerenciar a caquexia com intervenção precoce favorece a obtenção de parâmetros nutricionais, funcionais e de qualidade de vida contemplando a visão holística do paciente.
O restante do tratamento envolve a avaliação bucal e da deglutição, que engloba tanto a Odontologia como a Fonoaudiologia e Fisioterapia. Uma avaliação física e nutricional elaborada é demandada, para que haja um apoio pelo Nutricionista no processo de reganho do peso. A intervenção medicamentosa, por fim, se faz necessária em alguns casos.
4. CONCLUSÃO 
Compreendemos portanto, a fisiopatologia da síndrome consumptiva, bem como sua importância epidemiológica, etiologia e quadro clínico envolvidos nesse emagrecimento involuntário. Cada doença ou grupo de doenças associadas ao emagrecimento involuntário possui seu mecanismo fisiopatológico específico, necessitando assim, de uma intervenção individual e multidisciplinar. 
5. REFERÊNCIAS 
[01] Avaliação e tratamento da perda de peso involuntária e significativa - Rev Med Minas Gerais 2010; 
[02] ASPEN Enteral Nutrition Practice Recommendations. J Parenter Enteral Nutr 2009; 33(2): 122-167.
[03] Endocrinologia Clínica 6ª edição , 2016 Vilar, Lúcio
[04] LANA, Letice dalla; SCHNEIDER, Rodolfo Herberto. Síndrome de fragilidade no idoso: uma revisão narrativa. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 17, n. 3, p. 673-680, set. 2014. 
[05] Kuhn CM. Anabolic Steroids. Recent Progress in Hormone Research. 2002; 57:411-434
[06] Mnemônica em geriatria- Geriatria & Gerontologia. 2010;4(2):85-9
[07] PALIATIVOS, Associação Brasileira de Cuidados. Consenso Brasileiro de caquexia e anorexia em cuidados paliativos. 2011. Disponível em: http://www.crn1.org.br/wp-content/uploads/2014/06/CONSENSO-BRASILEIRO. Acesso em: 06 ago. 2020.
[08] ROCHA, Oswaldo Melo da et al. Sarcopenia da caquexia reumatoide: conceituação, mecanismos, consequências clínicas e tratamentos possíveis. 2009. Revista Brasileira de Reumatologia. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042009000300010. Acesso em: 07 ago. 2020.
[08] SÃO PAULO. ANA GEORGIA CAVALCANTI DE MELO. . Consenso brasileiro de caquexia/anorexia em cuidados paliativos. Abcp(Associação Brasileira de Cuidados Paliativos), p. 2-23, 03 mar. 2011. Disponível em: http://www.crn1.org.br/wp-content/uploads/2014/06/CONSENSO-BRASILEIRO-DE-CAQUEXIA-ANOREXIA-EM-CUIDADOS-PALIATIVOS_-2011.pdf?x53725. Acesso em: 08 ago. 2020.

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