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Carta Argumentativa Gênero Textual Conceito ▪ A carta argumentativa é um gênero discursivo que mistura duas estruturas fundamentais, presentes já em seu nome: a forma de carta (também conhecida como epístola) e a tipologia argumentativa. Via de regra, esse tipo de texto visa a defender um ponto de vista de um remetente para um destinatário. https://brasilescola.uol.com.br/redacao/carta.htm Características ▪Estrutura dissertativa ▪Persuasão e argumentação ▪Linguagem clara e objetiva ▪Geralmente escrita em 1ª pessoa ▪Presença de destinatário e remetente ▪Uso de pronomes de tratamento ▪Assinatura do escritor (locutor) Estrutura ▪ Local e Data: Primeiramente, surge o nome da cidade (local) em que se encontra o emissor e a data que está sendo produzida. Essa parte é também chamada de cabeçalho. ▪ Nome do Receptor: Abaixo da data e do local, deverá surgir o nome da pessoa ou do órgão a quem se destina a carta. ▪ Saudação Inicial: Dependendo da formalidade, utilizamos determinadas saudações iniciais (vocativos). Representam as formas de tratamento como: prezado (ou caro) senhor ou senhora, excelentíssimo, digníssimo, dentre outros. Estrutura ▪ Introdução: Na introdução, o assunto a ser abordado durante todo o texto deverá ser abordado, ou seja, o tema principal da carta. ▪ Desenvolvimento: Já que se trata de um texto argumentativo, nesse momento as argumentações e os pontos de vista deverão ser explorados de forma a convencer o leitor. ▪ Conclusão: Trata-se da parte final do texto, que apresenta o arremate das ideias expostas na introdução e no desenvolvimento. Em outras palavras, é a parte da síntese das ideias que aparece uma proposta, recomendação e/ou sugestão. Estrutura ▪ Despedida: É a saudação final que colocará fim no seu texto, por exemplo, “atenciosamente”, se for formal, ou “beijos e abraços”, de maneira informal. ▪ Nome do Emissor: No final da Carta, aparece o nome e assinatura de quem a produziu. Exemplo 01 São Cristóvão, 12 de fevereiro de 2010 Prezado Diretor da Empresa Chocolate Amadeu, Gostaria de informar que comprei uma caixa de chocolates no ano passado para dar de presente aos meus familiares no ano novo e tive uma grande desilusão, fora a vergonha que tive de passar. As cinco caixas, compradas no estabelecimento Flora Brasil em dezembro de 2009, estavam fora do prazo de validade e, além disso, os chocolates estavam esbranquiçados e sem o sabor que costumam ter. Visto esse incidente, voltei à loja e eles me impediram de trocar os produtos, uma vez que não estava com o recibo da compra. Para tanto, recorri ao Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) e aguardo resposta da entidade sobre a reclamação que fiz. Nesse caso, resolvi escrever diretamente para a empresa ver se consigo resolver meu problema (ainda que ele não poderá ser resolvido totalmente, pois já tive que passar a vergonha pela situação dos chocolates quando os ofereci). Antes de mais nada, devo ressaltar que os chocolates Amadeu sempre foram preferência por todos que vivem em casa, e que nunca tive problema com os produtos da empresa. No entanto, gostaria de informar que se não for retribuída da maneira que deveria, irei entrar em contato com o Procon e ver os procedimentos legais para punição da empresa. Afinal, o consumidor tem o direito de reivindicar seus direitos, e a empresa, por sua vez, de oferecer os melhores produtos a seus clientes. Desde já agradeço a atenção! Atenciosamente, Joana Pires Exemplo 02 Prezados redatores, Acompanho diariamente este jornal – e não o leio, apenas; mas também me questiono sobre o conteúdo que é nele reproduzido. Dessa forma, ao renegar a posição de leitor passivo, me vejo na função de expressar meu descontentamento perante a matéria veiculada no caderno “Cotidiano” do último dia 22 de julho, que tinha por objetivo informar sobre uma nova linha de cerveja para cães. Abarcada pela explosão de produtos de consumo humano que ganharam versões para animais domésticos, a reportagem exalta a bebida para os cães, como se ela levasse a outro nível o companheirismo do animal, que agora acompanha o dono até na “cervejinha” de cada dia. Inclusive, o texto ilustra esta ideia por meio do caso de um cachorro que foi inserido pelos donos, com sua cerveja especial, na festa de comemoração por um time de futebol. Me incomoda, assim, que não surja na matéria nenhum questionamento sobre consequências mais sérias desta banalização do consumo de álcool em nossa sociedade (mesmo que a bebida dos cães não possua teor etílico, a referência é clara), principalmente entre aqueles que possuem menos maturidade para avaliar suas atitudes: os adolescentes. Dados de um estudo publicado no periódico “Drugs and Alcohol Dependence” mostram que 88% dos jovens brasileiros de 14 a 17 anos entrevistados na pesquisa já se embebedaram ao menos uma vez na vida, sendo um terço deles num período recente de um ano. A pesquisa também revela que, muitas vezes, o contato com a bebida se associa ao ambiente familiar, já que quase 25% daqueles que afirmaram ter se embebedado estavam em casa própria ou de parentes quando o fizeram pela última vez. Além disso, 17% foram acompanhados por pais ou tios, o que denuncia a naturalidade com que tal atitude é encarada por seus responsáveis. Então, se agora até o cão está apto a compartilhar da bebida, como fazer com que os jovens não se sintam ainda mais estimulados a abusar do consumo de álcool? Não pretendo me colocar por meio desta como um moralista ou defensor do que alguns chamariam de “bons costumes”, mas me indigna o fato de que este jornal não tenha proposto um debate relevante sobre o assunto, e simplesmente transcreva um fato que contribui na institucionalização velada do abuso de álcool por parte dos jovens. O.D.M. Carta Argumentativa
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