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MEDICAÇÃO PRÉ ANESTESICA VETERINÁRIA

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Medicação Pré-Anestésica 
Prepara o paciente para a anestesia. Essencial para a redução 
da ansiedade, extremamente deletéria para a anestesia (pois 
aumenta principalmente o consumo do oxigênio). Reduz 
também a quantidade do indutor utilizado (Propofol 4mg/kg). 
Primordialmente por via IM. Pois gera menores efeitos 
colaterais e aumenta a duração. Exemplo: Acepran gera 
hipotensão (pouco significativa por via IM, exacerbada por via 
IV). Objetivo além: potencializar as demais fases. Com exceção 
dos anticolinérgicos, todos diminuem o requerimento de 
agentes injetáveis e inalatórios na anestesia. Isso porque os 
demais ou são tranquilizantes, ou sedativos ou analgésicos. 
A tranquilização consiste na aplicação de fármacos que 
reduzem a ansiedade do paciente, esse continuando 
consciente, respondendo a estímulos externos; à medida que 
aumenta a dose, maiores os efeitos colaterais, porém com um 
limite; exemplo: Acepran (0,5mg/kg). Já a sedação consiste 
na associação com redução da ansiedade e perda de 
consciência, podendo ser de grau leve até extremo (coma 
induzido). Quanto maior a dose, maior o poder de sedação. 
Exemplo: Xilazina (0,3mg/kg leve, 0,6mg/kg sedação maior). 
Narcose é sinônimo de sedação profunda. Anestesia cirúrgica: 
2º plano do 3º estágio, paciente inconsciente, relaxado e com 
analgesia adequada. A dissociativa inclui cetamina e tiletamina 
(não promovem relaxamento muscular adequado) (dissociam 
o paciente do meio, separando o límbico do cortical). 
Anestesia balanceada associação de vários grupos 
farmacológicos distintos, com mecanismo de ação diferente, 
para reduzir a dose dos fármacos e manter uma anestesia 
mais segura. Analgesia preventiva é o uso de um analgésico 
antes do animal apresentar o estímulo doloroso. É o caso das 
cirurgias eletivas. O efeito nesse caso (analgésico) é muito 
maior. Analgesia multimodal consiste no uso de vários grupos 
farmacológicos diferentes, para que seja potencializado o 
efeito analgésico desse paciente. É muito raro conseguir 
mexer com tecidos altamente inervados sem analgesia 
multimodal. 
Neuroleptoanalgesia associação de um tranquilizante junto 
com um analgésico (exemplo: ansiolíticos). Associações como 
Acepran e morfina, dexmedetomidina e metadona. Alodinia 
(resposta exacerbado a um estímulo que não é doloroso) e 
Hiperalgesia (resposta exacerbada a um estímulo que é 
doloroso). A HPrimária é quando apenas sente dor ao redor 
dos pontos.. A HSecundária ocorre quando os tecidos 
adjacentes são sensibilizados, longe do foco da cirurgia. 
Anticolinérgicos 
Não são sedativos, nem tranquilizantes ou analgésicos. Atropina 
e Glicopirrolato (não atravessa a barreira placentária pela 
molécula ser maior) são os principais exemplos. Usadas para 
tratar ou prevenir a acetilcolina e com isso consegue-se duas 
grandes propriedades. Atuam nas fibras pós-cináticas. Para 
prevenir e tratar a bradicardia (anti-secretório também). 
Exemplo de prevenção de bradicardia é o uso da Xilazina 
(período de latência muito pequeno) (promove Bradi de forma 
intensa, pois reduz a quantidade de noradrenalina na fenda). A 
atropina então deve ser aplicada antes, espera-se 10 minutos 
para a administração de Xilazina. A Dexmedetomidina reduz 
em até 50% da FC e do DC. A Atropina é muito utilizada no 
trans-operatório. 
Tranquilizantes 
Fenotiazínicos e Benzodiazepínicos. Os fenotiazínicos 
reduzem a ansiedade (ansiolíticos). Inclui-se a Acepromazina, 
clorpromazina e a levopromazina. Os efeitos farmacológicos 
são os mesmos para os três, mas a Acepromazina 
(0,05mg/kg) é 10 vezes mais potente. Além de ser mio 
relaxante. Importante relembrar que o animal continua 
responsivo a estímulo. Especialmente o Acepran que demora 
15 minutos de latência por via IM. A duração pode ser de até 
4 horas. Efeitos colaterais incluem principalmente, hipotensão 
acentuada por vasodilatação periférica. Principal 
contraindicação: pacientes com histórico de hipotensão. Nunca 
usa em pacientes com histórico de convulsão (reduzem o 
limiar convulsivo por até 18 horas). Além disso geram uma 
depressão respiratória (diminui a sinalização dos 
quimiorreceptores). O efeito hipotensivo gera efeito 
compensatório, a taquicardia reflexa. 
Os benzodiazepínicos podem ser usados também na indução 
(adjuvantes). Como tranquilizantes incluímos o midazolam e o 
diazepam (0,5mg/kg). O Diazepam é extremamente oleoso, 
então ele não é um fármaco de escolha para a via IM, muito 
irritante e dolorido, como se ele rasgasse a fibra muscular. Eles 
têm 98% de ligação as proteínas plasmáticas. São usados 
como ansiolíticos e mio relaxantes, e anticonvulsivantes. 
Sozinho pouco efeito faz. Induzem o sono fisiológico. Eles têm 
antagonista específico (Flumazenil 0,02mg/kg). Geralmente 
associado com Propofol, opioides. 
Sedativos 
Diferente dos tranquilizantes, ao passo que eu aumento a 
dose, eu aumento o poder de sedação. Tem como exemplo 
os alfa 2 agonistas, usados especialmente em animais que são 
difíceis de manusear, que precisam de manutenção química 
mais potente. Exemplos incluem a Xilazina e a 
dexmedetomidina. A romifidina, a detomidina, a clonidina são 
todas usadas em grandes animais. Eles reduzem a quantidade 
de noradrenalina. Período de latência por via IM é de 5 minutos, 
no máximo 7. Os alfa 2 só bloqueiam as novas liberações de 
noradrenalina. Não adianta reaplicar a dose, pois não atua sobre 
Medicação Pré-Anestésica 
a noradrenalina que já está na fenda. Tem vários efeitos 
colaterais indesejados. Reduz 50% FC, DC e PA, alterações 
intoleráveis em pacientes debilitados. A dexmedetomidina 
(aprovada para cães e gatos) (10ug/kg) tem uma especificidade 
para receptores alfa 2 de 160 vezes maior que a Xilazina 
(1mg/kg). Ambas têm efeito Cardio deletério. A Xilazina é um 
agonista fraco, então usa um antagonista fraco, a ioimbina. Já 
no caso da dexmedetomidina que é potente, usa um 
antagonista potente, que é o Atipamezole (antagonismo 
competitivo) (10x a dose do agonista no cão, e 5x a dose do 
agonista no gato). Sempre associa com analgésico. 
Opioides 
Todos os fármacos administrados na MPA potencializam os 
agentes injetáveis e inalatórios. Analgesia de alta qualidade e 
de grande duração. Não fazer uso de opioide em felinos e 
equinos é um mito, devido a um estudo feito alguns anos atrás. 
Atualmente não é usado em doses altas e feitos associados a 
outras medicações. A morfina diminui altamente a motilidade 
gastrintestinal. Utilizado para potencializar a sedação e a 
tranquilização. Através dos opioides consegue atuar sobre os 
vários períodos/mecanismos da dor (transdução, transmissão 
[apenas anestésicos locais], modulação, projeção e 
percepção). Opioides atuam na transdução, modulação (via 
epidural) e percepção. Isso depende da dose e da via. 
Os opioides tem vários efeitos colaterais, principalmente 
depressão respiratória. Porém, quando utilizada em dose 
terapêutica e por vias que não a IV, esses efeitos são 
completamente toleráveis. A duração do fármaco deve ser 
correspondente a duração da cirurgia. Por via epidural a 
duração da morfina é de 16 horas, enquanto por via IM dura 3 
horas. A Meperidina tem 1/10 da potência da morfina. Morfina 
0,5 mg/kg e a Meperidina 5mg/kg. Apesar de ter a mesma 
potência analgésica, a morfina é mais duradoura, enquanto a 
Meperidina é menos. Dois pontos importantes: potência de 
efeito e duração de efeito. Por exemplo o fentanil. Ele é 100x 
mais potente que a morfina, então é usado na dose de 
5ug/kg, e atinge o pico plasmático em 2/3 minutos pós 
administração. Mas a duração é de no máximo 15 minutos. 
Os mecanismos de ação se baseiam nos receptores, como 
OP1 (delta), OP2 (kappa), OP3 (Mu). Quanto maior a afinidade 
pelo OP3, são considerados agonistas, pois é o principal 
receptor e distribuído de forma difusa sobre todos os tecidos, 
e é o principal responsável por produzir analgesia. Além de 
produzir analgesia, ele também é responsávelpor produzir 
sedação. Os receptores kappa tem efeito sedativo mais 
potente que o analgésico (exemplo é o Butorfanol, um 
agonista kappa e antagonista um – produz mais sedação que 
analgesia). Os receptores delta não tem uma particularidade 
importante. 
O receptor sigma está na classificação de receptores órfãos, 
não mais como opioide. Ele não é ativado pelos opioides 
endógenos, e quando aplica a morfina (protótipo dos opioides) 
também não é ativado, mas também não é antagonizado pela 
Naloxona. A diferença nas potências dos fármacos está 
relacionada a afinidade pelos receptores mu. 
Muito cuidado na administração por via intravenosa. Na maioria 
dos casos há náusea e vomito. Quando administrado por via 
IM, de 3 a 4 minutos o paciente vomita, por ativar o centro 
do vômito. Os fenotiazínicos, como o Acepran, tem efeito 
antiemético. Nesses casos, quando associado, o animal ainda 
vai vomitar, pelo fato da morfina ter um período de latência 
(3 a 4 minutos) muito menor que a Acepromazina (15/20 
minutos). Em casos que o vomito é indesejado, deve ser 
aplicada a Acepromazina antes. Retenção urinária, constipação 
e prurido (epidural e subaracnóidea) é comum em pacientes 
veterinários, principalmente no caso da morfina. Hpotensão 
principalmente quando administrados por via intravenosa. A 
Meperidina e a Metadona são as que mais geram hipotensão, 
pela liberação de histamina (potente vasodilatador). Num 
paciente hígido isso é tolerado. A sonolência é extremamente 
importante, mas no pós-operatório nem sempre é 
interessante. Quando em cirurgia invasiva, quanto mais 
sedativo, demora mais para retornar a caminhar, interagir, se 
alimentar. Exemplo que é usado na MPA, mas não no pós-
operatório é o Butorfanol. As alterações comportamentais 
podem produzir disforia (alterações comportamentais). Akita, 
Husky, Samoieda e Chow Chow já tem uma facilidade em 
apresentar disforia. Se não é realizada uma boa MPA, é muito 
provável que a recuperação também não seja tranquila. 
Agonistas (nenhum tem apresentação veterinária) 
Morfina é colocada como referência, obtida de forma natural, 
de efeito analgésico bastante clássico, por via IM e SC de 
duração de 3 a 4 horas. Quando usado por via IM ou SC é 0,1 
a 0,5 mg/kg. Vantagem: tem uma boa analgesia durante um 
período suficiente. Por via epidural, 0,1 mg/kg a duração é 16 
horas, bloqueando a modulação da dor. 
A Meperidina é 10x mais fraca, então usa de 1 a 5 mg/kg. A 
potência analgésica nesse caso é similar, mas a duração é 
inferior, de 2 a 3 horas. Tem um preço mais alto que a morfina. 
No caso do uso de MLK, você deve escolher usar morfina, 
pois serve como bolus inicial. 
Fentanil é extremamente potente, usado na dose de 2,5 a 
10ug/kg. Por via IV, o pico é de 3 a 4 min pós administração, 
e dura apenas 15 minutos. De escolha para o trans-operatório. 
TIVA 10ug/kg/hora. 
Remifentanil não é indicado. Ele é usado com mais frequência 
1 a 3 ug/kg, e tem duração máxima de 60 segundos. Assim 
Medicação Pré-Anestésica 
como o fentanil, ele é usado por infusão contínua. Não precisa 
do bolus, encerrada a infusão, não tem efeito residual 
analgésico. 
Metadona tem uma vantagem em relação à morfina: mais 
benéfico aos pacientes crônicos e refratários a morfina. Atuam 
receptores mu e em receptores NMDA. Por isso é usado em 
associação com Cetamina, e elas tem seu efeito 
potencializado. Potência similar a morfina. Dose de 0,1 a 0,3 
mg/kg. Promove uma hipotensão muito grande em animais, 
principalmente em felinos. Especialmente no caso de dor 
somática. 
Agonistas parciais ou Agonistas antagonista (tem 
ligação limitada ao receptor mu, ou seja, tem efeito teto) 
Buprenorfina (não existe veterinária) é parcial pois tem 
afinidade parcial aos receptores mu. Sendo 25x mais potente 
que a morfina. A duração de ligação é mais prolongada. Um 
dos fármacos analgésicos mais indicados para felinos. A dose 
é de 0,01 a 0,03mg/kg. 
O Butorfanol é um agonista antagonista, sendo agonista kappa 
e antagonista mu. A dose é de 0,1 a 0,3 mg/kg. Melhor 
associação dexmedetomidina e Butorfanol. Pode em tese 
reverter efeito da morfina quando usado em dose errada, pois 
antagoniza parcialmente os demais agonistas. 
ANTITUSSÍGENO (1/10 da dose). 
Agonistas atípicos 
Tramadol atua em receptor mu, de serotonina e dopamina. O 
tramadol precisa passar por biotransformação e formar um 
metabólito ativo (O-dexmetiltramadol). No cão e no equino 
essa molécula é formada em quantidade muito baixa, de 4-
10mg/kg. No caso do gato, por formar mais metabólito, é feito 
na dose de 2-4mg/kg. O efeito analgésico é de até 8 horas, 
mas nem sempre promove sedação. A grande indicação é no 
pós-operatório. O tramadol tem em torno de 98% de 
biodisponibilidade por via oral. O efeito analgésico entretanto é 
pequeno, o ideal é associar com anti-inflamatório. 
Antagonistas 
Naloxona usada para antagonizar efeitos colaterais por erros 
em cálculo de dose. Reverte todos os efeitos dos opioides, 
revertendo inclusive a analgesia. Dose de 0,1 a 0,4mg/kg. 
Dissociativos 
A Cetamina é um anestésico pois dissocia o córtex e o sistema 
límbico, o principal efeito é decorrente da ligação a NMDA. 
Analgesia por doses sub-anestésicas. A dose necessária para 
ativar ele, é muito menor para gerar analgesia do que para 
gerar anestesia. Não existe uma dose padrão, variando de 0,5-
10mg/kg (dose maior ideal para contenção física dos pacientes 
mais agressivos/agitados). Nunca é usada sozinha, pois gera 
quase nada de relaxamento muscular (principalmente 
benzodiazepínicos e fenotiazínicos). 
Alguns protocolos 
• Acepram (altamente hipotensor) e morfina 
(altamente emético) 
• Acepram e metadona 
• Acepram e tramadol, Meperidina, Butorfanol. 
• Midazolam (mais seguro em relação a pressão 
arterial) e opioides 
• Acepram, morfina, Midazolam e Cetamina (felinos 
principalmente). 
• Dexmedetomidina e opioide 
• Cetamina e Midazolam 
• Cetamina e dexmedetomidina (aquieta leão) 
(NÃO usar Midazolam e Meperidina em animais hígidos) 
(Midazolam é mais seguro, mas o poder sedativo/tranquilizante 
dele é menor)

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