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Disc.: DIREITO PROCESSUAL PENAL II 15/06/2020 07:41:47 (A) Aluno: ANDRÉ DE OLIVEIRA LAU 201703018321 CCJ0041 (AV2) T1032 V.4 AV2: 0,0 de 10,0 1. Ref.: 145475 João, delegado de polícia, de ofício determina a interceptação das comunicações telefônicas de Vicente, traficante do Morro do Até Breve. Após 70 dias de escuta, descobre o local onde Vicente guarda as drogas e armas de fogo para fins de tráfico. Diante da informação a autoridade realiza diligência no local e durante a noite ingressa no barraco de Vicente e apreende o material mencionado. Pergunta-se: O procedimento utilizado é válido para a apreensão? Fundamente com base na lei processual e na Constituição Federal RESPOSTA O procedimento utilizado é valido para a apreensão exemplificada, pois mesmo que o CPP determine que buscas domiciliares sejam executadas de dia, não de noite - salvo com consentimento do morador - estamos presente de um caso que se caracteriza como uma exceção à regra de "inviolabilidade de domicílio" por se tratar de caso de flagrante de delito. O tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo são crimes cuja natureza é permanente, o que viabiliza a incursão policial. 2. Ref.: 1110404 Disserte sobre o princípio do ¿nemo tenetur se detegere¿ (ninguém será obrigado a produzir provas contra si mesmo), bem como suas consequências em relação ao comportamento do réu na audiência e a sua aplicação em nosso ordenamento jurídico; REPOSTA O direito de não produzir prova contra si mesmo é um direito fundamental de grande relevância para o Direito como um todo, pois solidifica um direito que é considerado como uma garantia mínima de todo acusado, não se restringindo ao âmbito processual, mas também como perante toda a situação em que alguém estiver sendo acusado ou esteja se produzindo provas em desrespeito a esse princípio. Tratando-se do ordenamento jurídico brasileiro, a legislação brasileira proíbe, por exemplo a interpretação do silêncio em prejuízo do réu. Mesmo que muitas vezes a aplicabilidade dessa norma seja defasada, pois ela pode se configurar como elemento para formação do convencimento do juiz e, possivelmente prejudicar o acusado, aqui percebemos um pensamento impregnado no CPP, à luz de uma norma constitucional, visando a expansão do direito da não autoincriminação. Um exemplo seria casos como o que traz a questão do bafômetro, onde o condutor tem o direito de se recusar a colaborar com a autoridade competente no que diz respeito ao uso do bafômetro, pois tal ato violaria o seu direito de não produzir prova contra si. 3. Ref.: 154026 Cleóbulo, foi denunciado por tráfico de drogas por ter em depósito 10 KG de cocaína. Já instaurado o processo, foi alegado pela defesa nulidade do feito sob o fundamento de que a apreensão da droga fora feita às 23 horas, por policiais, no interior de sua residência sem o mandado de busca e apreensão, portanto uma prova ilícita. Pergunta-se: procede a alegação do acusado? Decida a questão. RESPOSTA No caso em questão, a alegação do acusado não procede. O tráfico de drogas se caracteriza como um crime cuja natureza é permanente, e tratando-se de um caso com a presença de denúncia e flagrante, viabiliza a incursão policial. Trata-se de um caso que se caracteriza como uma exceção à regra de "inviolabilidade de domicílio", e, portanto, à regra de que incursões policiais necessitarem de mandado de busca e apreensão, como também à regra de que determina que tal atividade policial só poderia ocorrer de dia. 4. Ref.: 589207 Ana Rosa foi indiciada pela prática do crime previsto no artigo 176 do Código Penal, por ter feito em refeição em um restaurante, sem recursos para o pagamento. Na audiência preliminar, o Ministério Público deixou de oferecer a proposta de transação penal uma vez que Ana Rosa já havia sido beneficiada anteriormente, no prazo de 5 anos, pela aplicação de pena restritiva de direitos. Oferecida a denúncia oral, e sendo esta recebida pelo juiz, como advogado de Ana Rosa, responda o que pode ser pleiteado em seu favor e qual a sua natureza jurídica. + RESPOSTA Como advogado de Ana Rosa, visando a defesa de minha cliente, cabe aqui a apresentação de difíceis alegações em prol do cliente. No caso em questão, a atuação do MP em não oferecer a possiblidade de ocorrência da transação penal está devidamente correta, pela prévia aplicação de pena restritiva de direitos, dado que a cliente já foi beneficiada anteriormente, no prazo de 5 anos. Contudo, o prévio acordo de transação penal, homologado pelo juiz, caracteriza que a extinção da punibilidade fica condicionada ao cumprimento das medidas impostas. No caso em questão, foram cumpridas as condições, tanto que houve a aplicação de pena restritiva de direitos, portanto, uma vez cumprida as medidas acordadas, extingue-se a punibilidade, e, portanto, possibilidade oferecimento de ação penal em cima do fato. Mesmo não podendo ser novamente ofertada a transação penal, a ocorrência não pode constar para efeitos de reincidência ou maus antecedentes. 5. Ref.: 826503 João, advogado de Antônio em um processo penal, disse que Antônio não precisava se preocupar em arrolar testemunhas porque apenas a acusação tinha ônus probatório, não precisando a defesa produzir provas, em razão do princípio da presunção de não culpabilidade. João disse ainda que o juiz não pode produzir provas. João está correto ou errado? Por quê? RESPOSTA João, advogado de Antônio, está correto em suas afirmações. Sobre a afirmação de que o acusado não tem que apresentar rol de testemunhas, está plenamente correta. No processo penal, cabe à acusação a função de provar o fato, demonstrando que ele apresenta: fato ocorrido, nexo de causalidade, autoria, materialidade e resultado. À defesa, cabe contestar as acusações do ofendido/promotoria, pois o acusado não tem obrigação de provar que é inocente, ou seja, quem alega é que deve provar culpa. No que tange ao assunto da capacidade do Juiz de produzir provas, João está novamente correto. No sistema acusatório atual, o juiz fica vedado de buscar a prova. Ele se distancia das partes, sua função sendo então a de analisar o que fora apresentado por elas, promovendo uma análise imparcial no momento do julgamento. Deve-se respeitar a separação das funções das partes no processo penal; a de acusar, defender e julgar
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