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Docente: Darlene Pena CENTRO UNIVERSITÁRIO AVANTIS Disciplina: Bioquímica Odontológica – Odontologia Estrutura do dente COROA DENTÁRIA: porção visível e funcional do dente RAIZ: alojada no interior do osso e tem como função fixar o dente na cavidade bucal. É maior que a coroa e pode única, dupla ou tripla Estrutura do dente ❖ CAMADAS DO DENTE 1) 1. Esmalte 2) 2. Dentina 3) 3. Polpa ❖ PERIODONTO 1) Periodonto de proteção (gengiva) – membrana mucosa que reveste o osso alveolar 2) Periodonto de fixação (osso alveolar, ligamento periodontal e cemento) – sustentam o dente e absorvem parte das cargas transmitidas para o dente durante a mastigação Estrutura do dente Esmalte ❖ Tecido que reveste a coroa do dente e encontra-se em contato com o meio ambente. ❖ É o tecido mais duro do organismo, sendo formado por 96% de cristais de hidroxiapatitas [(cálcio depositado junto com fosfato- Ca10 (PO4)6], fluoropatita - Ca10(PO4)6 (F)2 e ortofosfato de cálcio], 3,5% de água e 0,5% de substâncias orgânicas (principalmente a proteína amelogenina (forma um canal de cálcio) Altamente mineralizado (96%) Acelular Não possui nervos ✓ Qto mais fino o esmalte, mais amarelado será, pois expõe mais a dentina. ✓ Parcialmente permeável. Mutação na amelogenina causa a amelogênese imperfeita Dentina ❖ Tecido conjuntivo que encontra-se logo abaixo do esmalte ❖ A dentina é formada principalmente por produtos de secreção dos odontoblastos. Tem como função proteger a polpa e sustentar o esmalte Medianamente mineralizado (65%) ❖ É formado por 65% de cristais de hidroxiapatitas, 13% de água e 22% de substâncias orgânicas (principalmente colágeno e outras proteínas envolvidas na mineralização dentária.). ✓ Tem coloração amarelada. ✓ Bastante permeável. Não possui nervos Odontoblastos Ameloblastos formam o esmalte Cemento ❖ Tecido que encontra-se logo abaixo da dentina, recobrindo a raiz. ❖ O cemento é formado por cementoblastos. Tem como função proteger a raiz do dente. Medianamente mineralizado (45%) ❖ É formado por 45% de cristais de hidroxiapatitas, 20% de água e 35 % de substâncias orgânicas (principalmente colágeno). Não possui nervos Polpa ❖ É a estrutura interna do dente, formada por tecido conjuntivo frouxo ricamente vascularizado e inervado. Possui vários tipos celulares como odontoblastos (produz a dentina), fibroblastos (produz colágeno), células ectomesenquimais, macrófagos, linfócitos, plasmócitos, eosinófilos e mastócitos. Pobremente mineralizado (1%) Altamente inervada ❖ É formado por 90% de água, 1% de minerais e 9% substâncias orgânicas (colágeno, fatores de crescimento, dentre outros). Complexo dentina Polpa COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO DENTE ❖ TAXA DE ÁGUA Esmalte < Dentina < Cemento < Polpa RESUMINDO ... ❖ TAXA DE SÓLIDOS Minerais - Ca 10 (PO 4 ) 6 (OH) 2 Esmalte > Dentina > Cemento > Polpa Substâncias orgânicas Esmalte < Dentina < Cemento < Polpa Placa bacteriana Placa bacteriana é um biofilme (ainda não mineralizado) formado principalmente por Streptococos mutans que é capaz de resistir ao ambiente ácido, comum de quem consome açúcar com frequência, o que a seleciona em relação às demais bactérias que vivem na boca. Além disso, esta bactéria expressa enzimas (glicosiltransferases) que são capazes de formar polissacarídeos a partir de sacarose, o que favorece a aderência do biofilme. O biofilme é formado sobre a Película Adquirida (camada formada por glicoproteínas salivares, células epiteliais degeneradas e produtos de excreção bacteriana) . Metabolismo na Placa Bacteriana Outros ácidos produzidos: ácido propiônico e acético Amido Sacarose Glicose Frutose A nossa dieta é rica em açúcares oxidáveis. Quais são eles? Tártaro ou Cálculo bucal Se a placa bacteriana não for removida, vai ocorrer a formação do tártaro que é o resultado da mineralização da placa bacteriana. Ocorre aproximadamente após 21 dias após o estabelecimento da placa não removida. A queda do pH promove a remoção de cálcio e fosfato que é utilizada na formação do tártaro. ❖ 70 – 90 % de fosfato de cálcio ❖ Carbonato de cálcio ❖ Fosfato de magnésio ❖ Proteínas ❖ Polissacarídeos bacterianos ❖ Células epiteliais Teoria cariogênica ❖ Doença infecciosa, crônica e de alta prevalência ❖ A cárie se tornou um problema de saúde pública após a introdução do açúcar na dieta. ❖ Se o açúcar é consumido durante as refeições: grande quantidade de saliva é produzida, o que é suficiente para limpar a boca e neutralizar os ácidos → MENOR RISCO DE CÁRIE ❖ Se o açúcar é consumido entre as refeições: quantidade de saliva insuficiente para limpar a boca e neutralizar os ácidos é produzida → MAIOR RISCO DE CÁRIE Interação entre os fatores que levam à ocorrência de cárie Dieta cariogênica tem que ser frequente Ausência de controle periódico ou maior tempo sem controle ❖ Frequência do consumo de açúcares (principalmente sacarose) ❖ Tempo de permanência de açúcares e bactéria (principalmente Streptococos mutans) ❖ Diminuição do fluxo salivar HIDROXIAPATITA Ca10(PO4)6(OH)2 pH < 5,5 Ca+2 PO4 -3 OH- H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ Desmineralização Dental O excesso de H+ pode ser proveniente da alimentação ou da fermentação por bactérias HIDROXIAPATITA Ca10(PO4)6(OH)2 pH > 5,5 Ca+2 PO4 -3 OH- Remineralização Dental Relação entre placa bacteriana e cárie Os polissacarídeos (glucanos, dextranas, frutanos, etc) permite que o S. mutans adere na superfície do dente e acumule na sua superfície, causando a formação da placa bacteriana, que continuamente produz ácidos e leva à formação da cárie. Docente: Darlene Pena CENTRO UNIVERSITÁRIO AVANTIS Disciplina: Bioquímica Odontológica – Odontologia Flúor (argumentavam que a adição de fluoreto à água potável protegeria os dentes contra as cáries.) Ativistas Governo Indústrias Cientistas (argumentavam que os riscos da fluoretação haviam sido poucos estudado) Flúor Flúor Ano Utilização 1901 – Eager (Nápolis, Itália) Dentes manchados, “esmalte mosqueado”. Obs: região vulcânica – quando os vulcões entravam em erupção, ficavam alguns gases no ar, como o Flúor. 1916 – McKay (Colorado Springs, USA) Esmalte manchado, Mottled Enamel.Obs: Parte da população afetada fazia uso de água de poços artesianos. Feita uma análise posterior da água constatou a presença de Flúor, porém as pessoas com o manchamento tênue do esmalte não apresentavam cárie. 1945– USA Fluoretar a água. 1953 – Baixo Guandu, Espírito Santo – Brasil Fluoretar a água – primeira cidade do país a fluoretar a água. 1957 – Rio Grande do Sul, Brasil Fluoretar a água. 1958 – Curitiba, Brasil Primeira capital a fluoretar água. 1974 – Brasil Lei 6.050 /24/05/74 – Obriga as cidades a fluoretar a água (0,7 ppm). http://odontoup.com.br/wp-content/uploads/2012/05/fluor.jpg Flúor (F) – adsorve firmemente no esmalte na forma de fluoroapatita Ca10(PO4)6 . F2 ❖ A fluoropatita é mais resistente e menos solúvel em ácidos do que a hidroxiapatita. ❖ Inibe a enzima enolase (bloqueia a via glicolítica e por isso inibe a formação de ácido láctico). Função do flúor – inibição da cárie Enolase Ácido Lático Mecanismo de ação do flúor Fontes de flúor 0,7 mg F/l Os fluoretos apresentam um efeito bem diferente quando altas doses são ingeridas por crianças cujos dentes permanentes estão se desenvolvendo e ainda não nasceram... Mecanismo Fluorose: Amelogeninas Dente em formação com amelogeninas controlando a formação dos cristais de hidroxiapatita Amelogeninas sendo degradada durante a maturação do esmalte Dente normal Dente permenente normal F- Causa falha na degradação das amelogeninas durante a maturação do esmalte Dente com fluorose (Falha na estrutura cristalina do esmalte) Casos mais graves: dentes com manchas marrons Mecanismo Fluorose: Amelogeninas Dente permanente com fluorose Fluorose Fluorosedentária são manchas, em geral esbranquiçadas, que aparecem nos dentes por excesso de flúor, geralmente de forma simétrica. Acomete crianças com idade entre 0 a 12 anos, onde a fluoretação é maior que 2 mg/L Excesso de Fluoreto é TÓXICO!!! Toxicidade aguda (flúor é ingerido apenas 1 vez): Perturbação gastrointestinal, parada respiratória e morte. Toxicidade crônica (pequenas quantidades ingeridas continuamente): Afeta tecidos mineralizados (ossos e esmalte dental) causando também fluorose óssea. Exame de sangue detecta fluorose: 50 mg/100 mL (valor normal 4 mg/100 mL) Incidência de fluorose no Brasil Freitas et al., 2013 Lembre-se que o flúor é basicamente obtido através de alimentos, água, suplementos vitamínicos e cremes dentais. Prevenção da fluorose ❖ Usar cremes dentais especiais para crianças, feitos com ingredientes naturais e sem flúor. ❖ Para quem mora em regiões onde a fluoretação das águas é realizada deve-se utilizar água mineral para o preparo de mamadeiras e comidas para o bebê. ❖ Para quem mora em regiões com fontes naturais de água, deve-se buscar informações em relação à quantidade de flúor na água e caso os níveis sejam altos, deve-se evitar o consumo excessivo. Controvérsias sobre o uso do flúor Em 2006, o Conselho Nacional de Pesquisa, após extensa revisão de literatura, indicou que a quantidade de flúor nas águas fosse diminuída (Nos EUA, o limite é 4mg/L, no Brasil é 0,7 mg/L). Mas qual é a concentração de Flúor nos alimentos, bebidas e cremes dentais? Suco de mirtilo: 0,73 mg/L Molho de carne: 0,99 mg/L Picolé: 0,74 mg/L • Tem fluoretos inclusive no leite em pó consumidos pelas crianças • Os fertilizantes contem resíduos de fluoretos. • Fluoretação da água: fluoretação é feita com os silicofluoretos, como o ácido hexafluorssilícico, produto derivado de um processo de fabricação de fertilizantes em que os minérios fosfáticos são tratados com ácido sulfúrico Controvérsias sobre o uso do flúor Quantidade de flúor nos alimentos mensurada pela Universidade de Iowa. Valor recomendado: 0,7 ppm Possíveis riscos: Crianças: Fluorose dentária e óssea Adultos: Enrijecimento das articulações, câncer ósseo, danos ao cérebro e à tireoide (mais estudos devem ser realizados para comprovar estas evidências). Qual é o real risco do uso de Flúor? Já foi demonstrado que o Flúor aumenta a proliferação de osteoblastos. Qual é a relação com osteossarcoma? Novos estudos devem ser conduzidos Sabemos que o flúor interage com a amelogenina (uma proteína). Como o Flúor se comporta com outras proteínas do corpo? Porcentagens de populações mundiais que usam água fluoretada "Community Water Fluoridation --- 2014 Water Fluoridation Statistics". www.cdc.gov. Retrieved May 12, 2017. http://www.cdc.gov/fluoridation/statistics/2014stats.htm Cárie Fluorose Qual é a dose ideal de flúor na água? Açúcares cariogênicos O consumo de sacarose é um dos principais fatores da dieta que contribui para a cárie Sacarose → 4 moléculas de ácido láctico Frutose → Metabolizada mais rapidamente que a sacarose Substitutos de açúcares - Adoçantes Não são fermentados pelas bactérias bucais ou são fermentados parcialmente. Substituintes do açúcar: ❖ Ciclamato; ❖ Sacarina; ❖ Aspartame; Álcoois de açúcares ❖ Sorbitol; ❖ Manitol; ❖ Xilitol. xilitol Sorbitol Derivado da glicose Vantagens: ✓ Mais barato; ✓ Menor metabolização; ✓ Metabolizado lentamente; ✓ Menor queda pH bucal; ✓ Saliva consegue tamponar. Manitol Derivado da frutose Vantagens: ✓Mais barato; ✓Menor metabolização; ✓Metabolizado lentamente; ✓Menor queda pH bucal; ✓ Saliva consegue tamponar. Xilitol Derivado hidrogenado da xilose Vantagens: ✓ Não entra na via glicolítica; ✓ Não é metabolizado pelas bactérias bucais; ✓ Não causa queda de pH bucal; ✓ Estimula a secreção salivar (contém cálcio e fosfato, ajudando na remineralização do dente). ✓ É cariostático (não é metabolizado por bactérias de cárie, impossibilitando a proliferação destas e a produção de ácidos). Efeitos indesejáveis: ❖ Homem: causar diarréia e inchaço ❖ Cães: ↑ secreção de insulina, hipoglicemia e morte
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