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424442239-Bioquimica-Odontologia

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Docente: Darlene Pena
CENTRO UNIVERSITÁRIO AVANTIS 
Disciplina: Bioquímica Odontológica – Odontologia
Estrutura do dente
COROA DENTÁRIA: porção visível e funcional do dente
RAIZ: alojada no interior do osso e tem como função fixar o dente na cavidade
bucal. É maior que a coroa e pode única, dupla ou tripla
Estrutura do dente
❖ CAMADAS DO DENTE
1) 1. Esmalte
2) 2. Dentina
3) 3. Polpa
❖ PERIODONTO
1) Periodonto de proteção (gengiva) –
membrana mucosa que reveste o osso
alveolar
2) Periodonto de fixação (osso alveolar,
ligamento periodontal e cemento) –
sustentam o dente e absorvem parte
das cargas transmitidas para o dente
durante a mastigação
Estrutura do dente
Esmalte
❖ Tecido que reveste a coroa do dente e encontra-se em contato com o meio
ambente.
❖ É o tecido mais duro do organismo, sendo formado por 96% de cristais de
hidroxiapatitas [(cálcio depositado junto com fosfato- Ca10 (PO4)6], fluoropatita -
Ca10(PO4)6 (F)2 e ortofosfato de cálcio], 3,5% de água e 0,5% de substâncias
orgânicas (principalmente a proteína amelogenina (forma um canal de cálcio)
Altamente 
mineralizado (96%)
Acelular Não possui nervos
✓ Qto mais fino o esmalte, mais amarelado
será, pois expõe mais a dentina.
✓ Parcialmente permeável.
Mutação na amelogenina causa a 
amelogênese imperfeita
Dentina
❖ Tecido conjuntivo que encontra-se logo abaixo do esmalte
❖ A dentina é formada principalmente por produtos de secreção dos
odontoblastos. Tem como função proteger a polpa e sustentar o esmalte
Medianamente 
mineralizado (65%)
❖ É formado por 65% de cristais de hidroxiapatitas, 13% de água e 22% de
substâncias orgânicas (principalmente colágeno e outras proteínas
envolvidas na mineralização dentária.).
✓ Tem coloração amarelada.
✓ Bastante permeável.
Não possui nervos
Odontoblastos
Ameloblastos formam o esmalte
Cemento
❖ Tecido que encontra-se logo abaixo da dentina, recobrindo a raiz.
❖ O cemento é formado por cementoblastos. Tem como função proteger a 
raiz do dente.
Medianamente 
mineralizado (45%)
❖ É formado por 45% de cristais de hidroxiapatitas, 20% de água e 35 % de 
substâncias orgânicas (principalmente colágeno).
Não possui nervos
Polpa
❖ É a estrutura interna do dente, formada por tecido conjuntivo frouxo
ricamente vascularizado e inervado. Possui vários tipos celulares como
odontoblastos (produz a dentina), fibroblastos (produz colágeno), células
ectomesenquimais, macrófagos, linfócitos, plasmócitos, eosinófilos e
mastócitos.
Pobremente 
mineralizado (1%)
Altamente 
inervada
❖ É formado por 90% de água, 1% de minerais e 9% substâncias orgânicas
(colágeno, fatores de crescimento, dentre outros).
Complexo dentina Polpa
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO DENTE
❖ TAXA DE ÁGUA
Esmalte < Dentina < Cemento < Polpa
RESUMINDO ...
❖ TAXA DE SÓLIDOS
Minerais - Ca
10
(PO
4
)
6
(OH)
2
Esmalte > Dentina > Cemento > Polpa
Substâncias orgânicas
Esmalte < Dentina < Cemento < Polpa
Placa bacteriana
Placa bacteriana é um biofilme (ainda não mineralizado) formado
principalmente por Streptococos mutans que é capaz de resistir ao ambiente
ácido, comum de quem consome açúcar com frequência, o que a seleciona
em relação às demais bactérias que vivem na boca. Além disso, esta bactéria
expressa enzimas (glicosiltransferases) que são capazes de formar
polissacarídeos a partir de sacarose, o que favorece a aderência do biofilme.
O biofilme é formado sobre a Película Adquirida (camada formada por
glicoproteínas salivares, células epiteliais degeneradas e produtos de
excreção bacteriana) .
Metabolismo na Placa Bacteriana
Outros ácidos produzidos: ácido propiônico e acético
Amido
Sacarose
Glicose
Frutose
A nossa dieta é rica em açúcares oxidáveis.
Quais são eles?
Tártaro ou Cálculo bucal
Se a placa bacteriana não for removida, vai
ocorrer a formação do tártaro que é o
resultado da mineralização da placa
bacteriana. Ocorre aproximadamente após
21 dias após o estabelecimento da placa
não removida. A queda do pH promove a
remoção de cálcio e fosfato que é utilizada
na formação do tártaro.
❖ 70 – 90 % de fosfato de cálcio
❖ Carbonato de cálcio
❖ Fosfato de magnésio
❖ Proteínas
❖ Polissacarídeos bacterianos
❖ Células epiteliais
Teoria cariogênica
❖ Doença infecciosa, crônica e de alta prevalência
❖ A cárie se tornou um problema de saúde pública após a introdução do 
açúcar na dieta.
❖ Se o açúcar é consumido durante as refeições: grande quantidade de saliva é
produzida, o que é suficiente para limpar a boca e neutralizar os ácidos →
MENOR RISCO DE CÁRIE
❖ Se o açúcar é consumido entre as refeições: quantidade de saliva insuficiente
para limpar a boca e neutralizar os ácidos é produzida → MAIOR RISCO DE
CÁRIE
Interação entre os fatores que levam à 
ocorrência de cárie
Dieta cariogênica tem 
que ser frequente
Ausência de controle periódico ou 
maior tempo sem controle
❖ Frequência do consumo de açúcares (principalmente sacarose)
❖ Tempo de permanência de açúcares e bactéria (principalmente 
Streptococos mutans)
❖ Diminuição do fluxo salivar
HIDROXIAPATITA
Ca10(PO4)6(OH)2
pH < 5,5
Ca+2
PO4
-3
OH-
H+
H+
H+
H+
H+
H+
H+
H+
H+
Desmineralização Dental
O excesso de H+ pode ser proveniente da alimentação ou da 
fermentação por bactérias
HIDROXIAPATITA
Ca10(PO4)6(OH)2
pH > 5,5
Ca+2
PO4
-3
OH-
Remineralização Dental
Relação entre placa bacteriana e cárie
Os polissacarídeos (glucanos, dextranas, frutanos, etc) permite que
o S. mutans adere na superfície do dente e acumule na sua
superfície, causando a formação da placa bacteriana, que
continuamente produz ácidos e leva à formação da cárie.
Docente: Darlene Pena
CENTRO UNIVERSITÁRIO AVANTIS 
Disciplina: Bioquímica Odontológica – Odontologia
Flúor
(argumentavam que a adição de 
fluoreto à água potável protegeria 
os dentes contra as cáries.)
Ativistas
Governo
Indústrias
Cientistas
(argumentavam que os riscos 
da fluoretação haviam sido 
poucos estudado)
Flúor
Flúor
Ano Utilização
1901 – Eager (Nápolis, Itália) Dentes manchados, “esmalte mosqueado”. Obs: região vulcânica –
quando os vulcões entravam em erupção, ficavam alguns gases no ar,
como o Flúor.
1916 – McKay (Colorado Springs, USA) Esmalte manchado, Mottled Enamel.Obs: Parte da população afetada
fazia uso de água de poços artesianos. Feita uma análise posterior da
água constatou a presença de Flúor, porém as pessoas com o
manchamento tênue do esmalte não apresentavam cárie.
1945– USA Fluoretar a água.
1953 – Baixo Guandu, Espírito Santo –
Brasil
Fluoretar a água – primeira cidade do país a fluoretar a água.
1957 – Rio Grande do Sul, Brasil Fluoretar a água.
1958 – Curitiba, Brasil Primeira capital a fluoretar água.
1974 – Brasil Lei 6.050 /24/05/74 – Obriga as cidades a fluoretar a água (0,7 ppm).
http://odontoup.com.br/wp-content/uploads/2012/05/fluor.jpg
Flúor (F) – adsorve
firmemente no esmalte na
forma de fluoroapatita
Ca10(PO4)6 . F2
❖ A fluoropatita é mais
resistente e menos solúvel
em ácidos do que a
hidroxiapatita.
❖ Inibe a enzima enolase
(bloqueia a via glicolítica e
por isso inibe a formação
de ácido láctico).
Função do flúor – inibição da cárie
Enolase
Ácido Lático
Mecanismo de ação 
do flúor
Fontes de flúor 
0,7 mg F/l
Os fluoretos apresentam um efeito bem
diferente quando altas doses são ingeridas
por crianças cujos dentes permanentes estão
se desenvolvendo e ainda não nasceram...
Mecanismo Fluorose: Amelogeninas
Dente em formação 
com amelogeninas
controlando a 
formação dos cristais 
de hidroxiapatita
Amelogeninas sendo 
degradada durante a 
maturação do esmalte
Dente normal
Dente permenente normal
F-
Causa falha na 
degradação das 
amelogeninas
durante a maturação 
do esmalte 
Dente com fluorose
(Falha na estrutura 
cristalina do esmalte)
Casos mais graves: 
dentes com 
manchas marrons
Mecanismo Fluorose: Amelogeninas
Dente permanente com fluorose
Fluorose
Fluorosedentária são manchas, em
geral esbranquiçadas, que aparecem
nos dentes por excesso de flúor,
geralmente de forma simétrica.
Acomete crianças com idade entre 0 a 12 anos, onde a fluoretação é
maior que 2 mg/L
Excesso de Fluoreto é TÓXICO!!!
Toxicidade aguda (flúor é ingerido apenas 1 vez):
Perturbação gastrointestinal, parada respiratória e morte.
Toxicidade crônica (pequenas quantidades ingeridas continuamente):
Afeta tecidos mineralizados (ossos e esmalte dental) causando também
fluorose óssea.
Exame de sangue detecta fluorose: 50 mg/100 mL (valor normal 4 mg/100
mL)
Incidência de fluorose no Brasil
Freitas et al., 2013
Lembre-se que o flúor é basicamente obtido através de
alimentos, água, suplementos vitamínicos e cremes dentais.
Prevenção da fluorose
❖ Usar cremes dentais especiais para crianças, feitos com ingredientes
naturais e sem flúor.
❖ Para quem mora em regiões onde a fluoretação das águas é realizada
deve-se utilizar água mineral para o preparo de mamadeiras e comidas
para o bebê.
❖ Para quem mora em regiões com fontes naturais de água, deve-se
buscar informações em relação à quantidade de flúor na água e caso os
níveis sejam altos, deve-se evitar o consumo excessivo.
Controvérsias sobre o uso do flúor
Em 2006, o Conselho Nacional de Pesquisa, após extensa revisão
de literatura, indicou que a quantidade de flúor nas águas fosse
diminuída (Nos EUA, o limite é 4mg/L, no Brasil é 0,7 mg/L). Mas
qual é a concentração de Flúor nos alimentos, bebidas e cremes
dentais?
Suco de mirtilo: 0,73 mg/L
Molho de carne: 0,99 mg/L
Picolé: 0,74 mg/L
• Tem fluoretos inclusive no leite em pó consumidos pelas
crianças
• Os fertilizantes contem resíduos de fluoretos.
• Fluoretação da água: fluoretação é feita com os silicofluoretos,
como o ácido hexafluorssilícico, produto derivado de um
processo de fabricação de fertilizantes em que os minérios
fosfáticos são tratados com ácido sulfúrico
Controvérsias sobre o uso do flúor
Quantidade de flúor nos
alimentos mensurada pela
Universidade de Iowa.
Valor recomendado: 0,7 ppm
Possíveis riscos:
Crianças: Fluorose dentária e óssea
Adultos: Enrijecimento das articulações, câncer ósseo, danos ao cérebro
e à tireoide (mais estudos devem ser realizados para comprovar estas
evidências).
Qual é o real risco do uso de Flúor?
Já foi demonstrado que o Flúor aumenta a proliferação de 
osteoblastos. Qual é a relação com osteossarcoma?
Novos estudos devem ser conduzidos
Sabemos que o flúor interage com a amelogenina (uma proteína). 
Como o Flúor se comporta com outras proteínas do corpo?
Porcentagens de populações mundiais que 
usam água fluoretada
"Community Water Fluoridation --- 2014 
Water Fluoridation Statistics". www.cdc.gov. 
Retrieved May 12, 2017.
http://www.cdc.gov/fluoridation/statistics/2014stats.htm
Cárie Fluorose
Qual é a dose ideal de flúor na água?
Açúcares cariogênicos
O consumo de sacarose é um dos principais 
fatores da dieta que contribui para a cárie
Sacarose → 4 moléculas de ácido láctico 
Frutose → Metabolizada mais rapidamente que a sacarose
Substitutos de açúcares - Adoçantes
Não são fermentados pelas bactérias bucais ou são fermentados 
parcialmente.
Substituintes do açúcar:
❖ Ciclamato;
❖ Sacarina;
❖ Aspartame;
Álcoois de açúcares
❖ Sorbitol;
❖ Manitol;
❖ Xilitol.
xilitol
Sorbitol
Derivado da glicose
Vantagens:
✓ Mais barato;
✓ Menor metabolização;
✓ Metabolizado lentamente;
✓ Menor queda pH bucal;
✓ Saliva consegue tamponar.
Manitol
Derivado da frutose
Vantagens:
✓Mais barato;
✓Menor metabolização;
✓Metabolizado lentamente;
✓Menor queda pH bucal;
✓ Saliva consegue tamponar.
Xilitol
Derivado hidrogenado da xilose
Vantagens:
✓ Não entra na via glicolítica; 
✓ Não é metabolizado pelas bactérias bucais;
✓ Não causa queda de pH bucal;
✓ Estimula a secreção salivar (contém cálcio e 
fosfato, ajudando na remineralização do 
dente).
✓ É cariostático (não é metabolizado por 
bactérias de cárie, impossibilitando a 
proliferação destas e a produção de ácidos).
Efeitos indesejáveis:
❖ Homem: causar diarréia e inchaço
❖ Cães: ↑ secreção de insulina, hipoglicemia e morte

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