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Imunologia da Cárie

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Aula 24.11 – Imunologia da Cárie 
Imunologia 
 
Cárie: um dos principais problemas de saúde publica 
Educação em saúde bucal: ferramenta de combate 
Frequência da carie 
Aumenta com a idade: 
Índice CPOD (dentes perdidos cariados e obturados) 
11 anos (NE): 1,96 
15 anos (NE): 2,28 
A resposta imunológica à carie está diretamente 
relacionada à profundidade e à seriedade 
Quando o tecido cariado atinge a dentina: dependendo 
da profundidade e da quantidade de túbulos 
dentinários: o dente pode desenvolver uma resposta 
imunológica do tipo A, B ou C. 
 A: limite amelodentinário 10.000/mm² 
 B: região média 20.000-30.000/mm² 
 C: próximo à polpa 50.000/mm² 
Quando cárie se encontra no esmalte (que é tecido 
acelular, avascular e basicamente formado por 
hidroxiapatita): não desenvolve resposta imunológica 
A carie é um processo que está continuamente sendo 
ativado e desativado. PRÉ-REQUISITOS para 
desenvolvimento da carie: 
▪ DENTES: 
Ocorre o fluxo de desmineralização e 
remineralizarão dentária – por isso, em prótese não 
desenvolve carie. 
▪ MICROBIOTA CARIOGÊNICA: 
Microbiota que seja capaz de digerir certos tipos de 
alimentos, que através disso produz ácidos que 
levam a desmineralização do esmalte 
 ▪ DIETA: 
Rica e frequente em carboidratos fermentáveis 
(principalmente açúcares) 
↓ quantidades x ↑ tempo de exposição 
= 
↑↑ risco à cárie. 
 devido ao processo de desmineralização e 
remineralização continua na superfície do dente! 
 
Fatores de risco que podem potencializar o risco da 
carie na superfície dentária: 
▫ Fatores retentivos de biofilme: é qualquer tipo de 
fator que não obedeça a anatomia dentaria, mas que 
gere acumulo de alimento/biofilme na sua superfície: 
por exemplo, calculo dentário, uso de aparelhos 
ortodônticos, restaurações com falhas/sobras. 
▫ Estreptococos mutans: 
É umas das principais bactérias associadas ao processo 
da cárie: 
 Colonização inicial: adesão à pelica adquirida da 
superfície do esmalte (formada por saliva, restos de 
alimentos e células) 
 Moléculas de adesão célula-matriz e célula-célula 
 Adesão a outros MO 
- Metaboliza carboidratos e alguns ácidos fracos 
▫ Actinomices: 
 Colonização secundaria: cáries radiculares 
 Moléculas de adesão célula-matriz e célula-
célula: versátil 
 Adesão a outros MO periodontal (muito 
relacionada à doença periodontal) 
- Capacidade de metabolizar proteínas 
▫ Lactobacilos: 
 Colonização segundaria: colonização à outras 
bactérias 
 Moléculas de adesão célula-célula especifica 
 Produção de ácidos 
- Metaboliza carboidratos e ácidos fracos 
(transformando em ácidos fortes) 
Ou seja, o nível de acidez produzido por Lactobacilos é 
maior do que o produzido por Estreptococos mutans. 
▪ pH da saliva: é neutro (± 7,0) 
Ingestão de carboidrato, ocorre adesão na superfície 
do esmalte e as bactérias começam presentes na boca 
vão metabolizar esse carboidrato: produção de ácidos. 
Então o ↓pH da saliva: liminar crítico para 
desmineralização: 
pH até 5,5: a hidroxiapatita passa por processo de 
remineralização: ou seja, se na boca tiver íons de 
fosfato ou cálcio, ele se adere na superfície do esmalte 
devido ao pH elevado 
▪ pH neutro + pH básico = remineralização → acúmulo 
de Ca na superfície do esmalte (desvantagem: pode 
propiciar ao desenvolvimento de cálculo dentário) 
pH < 5,5: as bactérias continuam metabolizando os 
ácidos e ↓pH: a hidroxiapatita do tecido dentário 
desmineraliza: os íons de hidrogênio (dos ácidos) se 
adere ao radical hidroxila da hidroxiapatita, levando à 
sua desmineralização: formando cálcio e fosfato livre. 
Ou seja, em superfície do esmalte está perdendo 
material inorgânico devido à queda do pH. 
A desmineralização é um processo fisiopatológico 
natural que ocorre para tentar neutralizar o pH na 
superfície do esmalte. 
Cálcio e fosfato livres: ↑pH: ocorre a remineralização 
(o cálcio que estava sendo perdido, se deposita 
novamente na superfície do esmalte). 
Esse processo ocorre sempre que há ingestão de 
alimento. Então, se a pessoa passa o dia ingerindo 
pequenas quantidades de alimento no decorrer do dia 
= esse processo ocorre diversas vezes. 
▪ Pessoas com fator retentivo de placa: não consegue 
subir o pH, porque as bactérias foram um biofilme que 
impedem que o cálcio da saliva sofra adesão na 
superfície do esmalte. Então o pH fica baixo até que 
ocorra a remoção mecânica do biofilme (escovação de 
dentes), ou seja, perdendo cálcio e fosfato, na 
tentativa de neutralizar o pH do meio. 
Fluorapatita: é quando o flúor se adere a superfície do 
esmalte e ajuda no processo de remineralização 
(quando o pH ↓4,5). 
 ou seja, a fluorapatita (pH ↓4,5) é mais 
resistente ao processo de desmineralização do que 
a hidroxiapatita (pH ↓5,5). 
Por isso que a fluoretação de água é um dos melhores 
métodos para prevenção da carie dentária! 
Desafio cariogênico: 
 Repetição e ciclos 
 Perda de material mineralizado: cavitação 
Por isso a importância da remoção do biofilme (fio 
dental + escovação) + uso de pastas e água fluoretada 
= ↓ exposição = ↓ índices de cáries. 
CAVITAÇÃO 
 Velocidade e intensidade dos ciclos Des-Re: 
Fatores protetores: Esmalte e dentina; saliva; higiene 
oral; fluido gengival/crevicular: 
ᴥ Cálcio e fosfato: 97% no esmalte; 60% na dentina. 
 processo de cariogênese mais rápido na dentina! 
ᴥ ↓ Fluido gengival/crevicular = ↑ o risco de cárie: 
 Esse fluido também possui cálcio e fosfato! 
 
Fatores de agressão: 
 Qualidade da microbiota  Dieta cariogênica 
 Idade (↑idade = ↓ produção de saliva) 
Fatores modificadores: Educação, nível econômico 
 
SALIVA: 
Possui enzimas/compostos que previnem o 
desenvolvimento da cárie 
ᴥ Grupo pertencentes às imunoglobulinas: 
 IgA: 80% (se adere na superfície das bactérias do tipo 
Estreptococos mutans, impedindo a sua adesão à película 
adquirida) 
 IgG: pequenas quantidades 
 IgM: baixa eficácia e pequenas quantidades 
 
ᴥ Grupo não-pertencentes às imunoglobulinas 
(enzimas antibacterianas): 
 Lisozima: lise de peptidoglicanos 
 Lactoferrina: bacteriostática 
 Peroxidases: peroxidase salivar e MPO 
 Cromoginina A: gram+ e fungos 
 Cistatina: regular a produção de citocinas dos 
fibroblastos gengivais 
Formação do biofilme: 
Imediatamente após da escovação: 
algumas bactérias, restos celulares/alimentos, vão se 
aderir na superfície do esmalte e quando começa o 
processo de metabolização de carboidratos, produzem: 
polissacarídeos extracelulares (PEC), que formam uma 
matriz que envolve essas bactérias, chamada de matriz 
extracelulares (MEC) ou biofilme dentário. 
  Para proteger essas bactérias do fluxo salivar! 
▪ Locais de maior acumulo de biofilme: 
Porções: oclusais dentes posteriores; cervicais dos 
dentes anteriores; e, se tiver algum fator retentivo de 
biofilme. 
Biofilme dental na superfície do esmalte = resposta 
imune. 
↓pH da boca = ↑fluxo salivar (tentativa de ↑IgA) 
 O problema disso, é que as bactérias estão envoltas 
por um biofilme insolúvel em saliva: então, a IgA não 
vai conseguir atuar: continua a produção de ácidos 
abaixo do biofilme. 
▪ IgA só vai tem função quando atinge a dentina: 
apesar de ser um tecido acelular e avascular, apresenta 
túbulos dentinários que existem inúmeros 
prolongamentos de odontoblastos (apresentam 
receptores do tipo toll-like), ou seja: 
TLR’s ativam NFkB: produção de citocinas 
inflamatórias, como TNF-α e IL-1. 
ᴥ TLR tipo 4: ativados por LPS (gram-: lactobacilos) 
ᴥ TLR tipo 2: ativados por ácidos teicóicos (gram+: 
estreptococos) 
 
O estímulo dessas citocinas promove o acumulo de 
citocinas na polpa dentaria = processo de inflamação 
Quanto: 
↑ profundidade da carie = ↑ quantidade/espessura dos 
túbulos dentinários = ↑ TLR’s são ativados = ↑ síntese 
de citocinas na polpa dentária = ↑ estresse inflamatório 
Gram+ são bactéria mais superficiais (precisam de 
oxigênio, ou seja, não ficam na profundidade da cárie).↑profundidade = ↓oxigênio(gram-) 
ativação dos TLR:4 
= TNF + IL-6 ➔ Pulpite (processo de inflamação da 
polpa dentaria) 
↓cavidades rasas (dentina) = ↑oxigênio (gram+) = 
ativação dos TLR:2 
= TNF (inflamação) + IL-10 (TGF-beta → produção de 
dentina terciária e esclerosada/reparadora) 
ᴥ TLR 4 estimula citocinas pro-inflamatórias TNF e IL-6 
ᴥ TLR 2: estimula TNF e IL-10 (antagônica à TNF) 
▪ A resposta da ativação do TLR 2 é mais leve: 
→ IL-10 tem capacidade de produção do TGF-beta (que 
estimula a síntese de fatores de crescimento: 
cicatrização de tecidos): 
  Estimula os odontoblastos a produzir a dentina 
esclerosada e dentina terciária: mecanismo de 
proteção da cárie dentária! 
 
ᴥ Aspectos fisiopatológicos: 
Progressão da perda de material 
 
Ativação dos Toll-2e 4 
 
Ativação da via NFkB 
 
Produção de MMPs 
 
Degradação do colágeno do colágeno da dentina 
(barreira de proteção) 
 
Avanço da cárie 
 
▫ MMPs (metaloproteinases da matriz): diminui a 
adesão das resinas compostas na dentina. 
Para parar o processo inflamatório: remoção do 
biofilme e da cárie ativa (dentina amolecida): por meio 
da técnica de capeamento (hidróxido de cálcio: 
↑síntese de TGF-beta, estimulando a produção de 
dentina terciária e dentina esclerosada; a 
mineralização da dentina).

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