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Fichamento das teorias

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29
	
	FILOSOFIA MODERNA E CONTEMPORANEA 
FICHAMENTO DAS OBRAS:
Russ, Jacqueline. Filosofia: os autores, as obras. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.
Cap. 07. O século XX: Em busca de uma nova civilização.
(p. 465 – 478)
Ramos, Viviane Rodrigues Darif Saldanhas de Almeida. Teoria crítica e Escola de Frankfurt: uma análise interdisciplinar da sociedade. Curitiba: Intersaberes, 2019.
Cap. 2 Teoria Crítica e Teoria Tradicional (p. 58-87)
Cap. 3 Materialismo Dialético e Interdisciplinar (p. 88-119)
NOEMI JORGE DOS SANTOS
Presidente Prudente – SP
2020
Russ, Jacqueline. Filosofia: os autores, as obras. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.
Cap. 07. O século XX: Em busca de uma nova civilização.
(p. 465 – 478)
p.465
 Nascido em Paris, em 21 de junho de 1905 filho de Jean-Baptiste Sartre [...] intelectual francês mais marcante, do século passado o "Voltarie" do século XX [...]
Órfão de pai(quando tem apenas um ano), Jean-Paul é educado pela mãe e pelos avós maternos "Até os 10 anos fiquei só entre um velho e duas mulheres"(As palavras.6.ed.Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984, p. 61 [trás.de J. Guinsburg) [...] as suas publicações filosóficas.[...].
 À transcendência do ego, 1936; a imaginação, meu 1936 -precedem os escritos literários - O muro, 1937; a náusea, 1938-, com os quais alcança já a notoriedade. Se O ser e o nada 1943 teve pouco sucesso, Sartre tornou-se célebre na Libernation [...] em 1944 e em 1945, sendo reconhecido como o cabeça de fila do existencialismo; esta corrente filosófica impregnar vigorosamente não apenas o cenário intelectual francês, mas também toda a existência pública [...]
p. 466
 [...] A peça quatro paredes (1944), obtém imediatamente um grande sucesso, depois de As moscas (1943). [...] dedica-se a escrever e dirige, com Simone de Beauvoir (1908 - 1986) e Maurice Merleau-Ponty, a revista Le temps modernes [...]
 [...] A partir de 1950, o filósofo aproxima-se do partido comunista francês, torna-se membro ativo [...] Apoiando a sua política até o esmagamento da revolução húngara em 1956, pelas tropas soviéticas. [...]
[...] Crítica da razão dialética (1960),filósofo no sentido de aprofundar a teoria marxista, mas depurando a desceu germes dogmáticos. [...]
[...] por seu livro As palavras - para receber o Prémio Nobel, Sartre vai recusá-lo: o escritor, em seu entender, deve evitar que o transformam em instituição. Em 1968, Sartre afirma sua solidariedade com os estudantes em revolta e fornece uma ajuda a publicações de extrema-esquerda [...] 
[...] Flaubert O idiota da família, 3 tomos, 1971-1972-, ele tenta construir uma síntese entre seu próprio pensamento e a psicanálise. Acometido de cegueira, continua, no entanto a sua atividade intelectual [...]
[...] Sua morte ocorre em 15 de abril de 1980, em Paris, no hospital Broussais. [...] “povo de Sartre”, vão acompanhar o até o cemitério Montparnasse: Sartre não teria levado uma vida engajada refletindo as inquietações e conflitos de nossa época? [...]
2) Obras importantes.
A) Obras literárias 
 [...] (romance, 1938)[A náusea]
(novela, 1939) [O muro]
(teatro, 1943) [As moscas]
( teatro, 1944 )[Entre quatro paredes]
(romance em três tomos 1945 -1949) [Os caminhos da Liberdade]
(teatro, 1946) [Mortos sem sepultura]
(teatro, 1948) [As mãos sujas] (teatro, 1951 [O diabo e o bom Deus]
( teatro 1959-1960) [Os sequestrados de altona]
( memórias, 1964)[ As palavras] [...]
B) Ensaios vírgulas obras críticas e filosóficas
 [...] (1936) [A imaginação]
(1936-1937) [A transcendência do ego]
(1939) [Esboço de uma teoria das emoções]
(1940) [O imaginário psicologia fenomenologia da imaginação]
(1943) [O ser e o nada]
(1946) [Reflexões sobre a questão judaica]
(1946) [Existencialismo é um humanismo]
Baudelaire (1947)
(1947 - 1948); ed. Póstuma, 1983 [Cadernos para uma moral]
(1957) [Questões de método]
(1960) [Crítica da razão dialética I]
(1971 - 1973) [O idiota da família, Gustave Flaubert] [...]
p.467
3) Conceitos e termos essenciais. 
 [...] Angústia: sentimento vertiginoso com múltiplas possibilidades: a consciência angustiada e com a sua total liberdade. A distinguir claramente do medo, por qual incide sobre um objeto do mundo, ao passo que a angústia, mais geral, está vinculada à tomada de consciência de minha existência como livre. [...]
[...] Aniquilação: ação de aniquilar, ou seja, de segregar o nada nas partes do mundo estranhas a intenção do sujeito de "esvazia-las" "suprimi-las" e "eliminá-las” de alguma maneira (por exemplo, ao procurar um amigo em um botequim eu "aniquilo" que se torna simples fundo 4 vazio [...].
 [...] Consciência: movimento perfeitamente transparente assim mesmo de transcendência em direção ao mundo e as coisas contingência caráter da existência que se dá como. Não necessária, injustificada, inexplicada. [...]
 
 [...] Engajamento: característica do ser humano e "engajado" e que coloca as suas forças a serviço de diferentes possibilidades que ele escolhe ou até mesmo, inventa. [...]
[...] Espírito de seriedade: atitude de quem, ao banir a inquietação e angústia prefere definir-se a partir do objeto; ele considera que os valores são dados e não criados (expressão pejorativa). [...]
[...] Existência: o fato de estar aí, de surgir no mundo, sem, sem natureza; o homem deve criar a sua essência. [...]
[...] Existencialismo: designa, em Sartre, uma doutrina segundo a qual a existência precede a essência. Existir é lançar-se no mundo e construir-se livremente. [...]
[...] Liberdade: distinta do fato relativo a capacidade de fazer o que se quer, ela designa a faculdade de dizer 'sim "ou "não "de subtrair-se à corrente das causas. Ser livre é estar condenado a liberdade. [...]
[...] Má - fé: forma de conduta mediante a qual o homem foge de sua liberdade e engana-se a si mesmo. [...]
p.468
[...] Projeto: pro - jeto movimento da consciência que se lança para frente de si mesma em direção ao porvir. Situação: conjunto resultante da interação entre o sujeito e o seu entorno, condições anteriores ao para - si livre, mas dotadas de sentido por este último. [...]
 4) O pensamento de Sartre. 
O existencialismo sartreano designa, antes de mais nada, uma filosofia da liberdade, concebida como única fonte do sentido.
A) A contingência
[...] A náusea (1938)- que, sobre uma forma literária, exprime verdades e sentimentos metafísicos [...] Experiência central, irredutível: a da contingência. Toda existência, injustificável, injustificada, é desprovida de fundamento lógico. [...] 
[...] A náusea revela a Roquetin o absurdo, a não dedutibilidade de uma existência na qual nós nos apreendemos excedentários, contingentes, situados além de qualquer racionalidade. Um círculo não é absurdo, enquanto o homem vive para além das razões da lógica. [...]
B) Liberdade, consciência
O existencialismo sartreano remete à "intuição de uma simplicidade diamantina” [...] a da liberdade compreendida como única origem dos valores, como possibilidade permanente inscrita no próprio âmago da existência humana [...] a consciência manifesta-se como transparente totalmente translúcida ela é pura não ser emanação intencionalidade.
Sartre é um dos primeiros pensadores na França que aprende a importância da descoberta husserliana da "intencionalidade" [...] que significa o método de Hursserl? [...] descrição da consciência pela interioridade priva o existente de sua verdade. De fato, ser é ser - no mundo transcender-se em direção às coisas. [...].
p.469
C) Angústia e má-fé
Condenado a liberdade, legislador irresponsável em cada instante, o homem angustia- se [...] considerava a angústia como a vertigem da liberdade. Sartre, por sua vez, associa o poder aniquilador da consciência e a descoberta aterrorizante da imprevisibilidade dessa liberdade. [...]
[...] Enquanto o medo consiste em ter receio de um objeto do mundo de um acontecimento que determina ameaça a angústia indeterminada, é angústia desse e do infinito de nossa liberdade [...]
[...] má-fé, atitude da consciênciaque, assustada com a sua liberdade, tenta esquivar-se desta [...]
[...] má-fé, fingir crer que não se é livre, tentar convencer se de que se está submetido a este ou aquele determinismo psíquico [...]
D) A intersubjetividade
Se minhas relações comigo mesmo são viciadas e distorcidas, minhas relações com o Outro também não o deixam de ser.
[...] Sartre prolonga as descrições de Hegel, o qual sublinhava a luta travada entre as consciências dessas opostas. Sartre explícita o conflito humano tal como o vivemos através do olhar. Com efeito, a agressão do olhar do outro significa minha queda original; ele rouba de mim o mundo, desapossa - me de mim mesmo, despoja-me de minha livre transcendência. Quando o outro olha para mim, ele faz de mim uma coisa entre as coisas deste mundo. [...]
E) A ética sartreana
[...] Exposto às configurações da má- fé do fracasso, da alienação, do conflito, votado ao olhar alienante do outro, o Pará se tenta também reconquistar a sua liberdade e escapar das ciladas da má-fé. [...]
 [...] Mas como é ter fé? [ ...]considera os valores como objetivos, como dados transcendentes independentes da subjetividade humana [...]
[...] Sartre, datas e, para Liberdade, de retomar a consciência de si mesma; [...]
p. 470
F) Da consciência histórica
A guerra acaba estilhaçando os quadros clássicos do pensamento de Sartre [...] O filósofo aproxima-se do partido comunista francês e tenta de gelar o marxismo. No texto Questão de método (1957), e na obra Crítica da razão dialética (1960) - a sua segunda grande obra filosófica -, ele esforça - se por levar a cabo essa tarefa [...] a psicanálise Freud Anna atolou-se em explicações mecanicistas, assim também o marxismo evoca, erroneamente, um determinismo rígido e leis históricas que colocam entre parênteses a liberdade do homem. [...] Sartre tenta fundamentar ontologicamente o marxismo, fornecer as bases do materialismo histórico. [...] Nessa relação primeira a matéria, a noção de raridade será decisiva a obsessão de carecer do necessário para sobre toda a história humana; daí, tensões históricas que engendram a violência e a separação entre os homens, o que Sartre designa por "serialização" [...]
[...] A Crítica da razão dialética I descreve os avatares dos grupos e sua recaída na alienação; está obra exerceu uma profunda influência sobre a geração de 1968 e a militância da época. [...]
G) Conclusão uma filosofia dramática
O existencialismo de Sartre não permaneceria, em última análise, um Horizonte central de nosso tempo? Enquanto pensamento da contingência e da liberdade, ele designa o momento fundamental da reflexão. Ao enfatizar a angústia, à transcendência, Sartre desenvolveu o modo de análise não universitária, remetendo-nos verdadeiramente as próprias raízes de nosso existir.
5) Análise das obras essenciais
O imaginário psicologia fenomenológica da imaginação
Desígnio e procedimento 
[...] a imaginação (1936) - aborda a função e realizante da consciência. A finalidade do ensaio consiste em mostrar que a imaginação permite separar-se do mundo, transcende-lo [...] percepção (de um lado, ou irreal e, do outro, ou objeto presente, na percepção).
[...] subtítulo da obra - Psicologia fenomenológica da imaginação significa que o imaginário será descrito em uma perspectiva husserliana e fenomenológica [...]
[...] Sartre revela a estrutura intencional da imagem, colocando-se então no terreno da disciplina fenomenológica considerado por ele como seguro [...] procede uma análise que tem a ver com a psicologia experimental, não permitindo superar o domínio do provável [...]
[...] Evidencia o papel da imagem na vida psíquica [...] sublinha a especificidade da imaginação um abismo separa a imaginação do real porque há uma pobreza essencial das imagens [...]
[...] Sartre mostra que a imaginação uma função fundamental da consciência, função cuja origem é o poder aniquilador da mente. O desígnio de Sartre consiste, portanto, em aprofundar o vínculo entre a imaginação e a liberdade: imaginaria colocar o real a distância, aniquilar-lo. Só uma consciência livre está em condições de imaginar. [...]
p.471
ANÁLISE DA OBRA
A) Primeira parte "O certo estrutura intencional da imagem"
[...] A imagem é uma consciência. Uma metafísica ingênua faz com que a imagem mental se torne uma coisa que o homem teria na mente e da qual ele teria o espectador [...]
[...] (O imaginário - Psicologia fenomenológica da imaginação. São Paulo Ática, 1996, p. 19 [A "temas".vol.46, Filosofia e Psicologia] [Disponível em http://pt.scribd.com/doc 122055 5237/SARTRE-Jean-Paul-O-Imaginário]).Sartre examina, portanto, estrutura da imagem ao referir-se a teoria russeliana da intencionalidade. Considerando que a consciência é intencional, a imagem é ato e propósito do mundo: longe de ser um conteúdo, ela é movimento de transcendência [...].
[...] Por outro lado, Sartre observa que a consciência imaginante aprende o objeto imaginado em sua totalidade daí o fenômeno de "quase observação', observação que não ensina nada, visto que o objeto é dado de uma vez por todas [...] 
[...] Sartre chama atenção para a clivagem entre a percepção (rica) e a imaginação (pobre): “numa palavra, o objeto da percepção excede constantemente a consciência; o objeto da imaginação é apenas a consciência que se tem dele”. [...]
 [...] "O certo", Sartre enfatiza 4 certezas: deve-se falar de consciência imaginante em vez de imagens dadas na consciência (1) a imagem está fadada a uma pobreza essencial (2) A consciência imaginante é aniquiladora: ela estabelece o seu objeto como um nada (3). Essa consciência é espontânea e criadora (4): enquanto a consciência perspectiva aparece como passividade, a consciência imaginante produz o objeto como imagem. [...] 
 
C) Segunda parte "O provável"
[...] Sartre estuda, nesta parte, as relações da imagem com a afetividade: assim a estrutura de uma consciência afetiva de desejo é a de uma consciência imaginante. Eles sublinham o papel da linguagem na imagem mental [...]
pg.472
[...] Ao concluir esta segunda parte, Sartre lembra que se dedica à especificidade da imagem, irredutível a sensação: ela designa uma função psíquica. [...] 
[...] "para nós, a imagem representa um tipo de consciência absolutamente independente do tipo perceptivo e, correlativamente um tipo de existência sui generis para seus objetos a imaginação enquanto tal, que desaparecerá desde que os psicólogos cessaram de crer nas faculdades, retoma uma importância que não se poderia exagerar como uma das quatro ou cinco grandes funções psíquicas" (Horkheimer, pg.128).
C) Terceira parte: "o papel da imagem na vida psíquica" 
[...] na verdade o pensamento assumir uma forma figurada quando pretende ser intuitivo: na tentativa de fundamentar as afirmações sobre a visão de um objeto. [...] 
[...] Há, portanto, magia na imaginação. Evidentemente, os objetos visados permanecem afetados pelo caráter de irrealidade. [...] da consciência imaginante que é certamente uma função psíquica, visto que pode fazer aparecer o objeto para tomar posse dele [...]
D) Quarta parte: "A vida imaginária"
[...] a consciência está cercada por um cortejo de "objetos fantasmas [...], seres estranhos que escapam das leis do mundo" [...] Uma espécie de antena mundo que constitui (pg.179).
[...] Duas classes irredutíveis de sentimentos: os sentimentos verdadeiros e os sentimentos e imaginários [...] 
[...] classifica os indivíduos em duas grandes categorias, segundo a preferência que demonstram "em levar uma vida imaginária ou uma vida real [...]
[...] preferir o imaginário não é apenas preferir uma riqueza uma beleza um luxo enquanto imagem a mediocridade presente apesar de seu caráter e real. [...]E) Conclusão: "Consciência e imaginação"
[...] Sartre aborda a obra de arte, em quanto irreal. Quando vejo uma pintura, coloca o número da distância e o aniquilo. "A obra de arte é um irreal" (p.245), [...]
CONCLUSÃO
[...] permitindo aí a invenção da arte, ele explícita, ao mesmo tempo, a pobreza essencial da imagem.
pg.473
O SER E O NADA
ENSAIO DE ONTOLOGIA FENOMENOLÓGICA
DESÍGNIO E PROCEDIMENTO
[...] "ontologia" dirige-nos para uma análise do ser (Heidegger). Enquanto “fenomenologia” refere-se a Hursserl (ideia de intencionalidade).O método fenomenológico tem o propósito de desvelar o ser da consciência. [...] 
[...] O filósofo afirma a oposição entre o ensino, o ser mas isso e repleto das coisas, e o para si a consciência [...]
[...] Sartre pretende levar-nos assumir como fim nossa própria Liberdade, tão frequentemente petrificada e alienada [...]
[...] a progressão até a psicanálise existencial, mediante a qual decifrar o meu projeto fundamental, enquanto projeto original pelo qual me torno pessoa [...]
ANÁLISE DA OBRA
A) Introdução: em busca do ser desde o início, Sartre observa que o pensamento moderno reivindica o aparecer que não se opõe ao ser [...] As duas formas irredutíveis uma a outra. [...]
[...] "A consciência é um ser para o qual, em seu próprio ser, está em questão o seu ser enquanto este ser implica outro ser que não se mesmo" [...] (O ser e o nada - Ensaio de ontologia fenomenológico. 23. ed. Petrópolis: Vozes, 2014, p.35[trad. notas de Paulo Perdigão [...]).
 [...] Há também o ser em si,o ser transcendendo a consciência. O que a consciência aprendi como não sendo ela, é o ser aderindo a si. [...]. A consciência humana é consciência do ser, o qual é esse e é o que é [...]
B) Primeira parte: o problema do nada
1) Capítulo I: a origem da negação
Qual é a condição que torna possível o fato de dizer não?
[...] Nada não poderia ser concebido a partir do ser [...]
p.474
[...] o homem é o único que pode ser o ser pelo qual o nada vem ao mundo. É ele quem faz surgir o nada no mundo porque a realidade humana segrega um nada, a saber, a liberdade, como já havia sido mostrado por Descartes [...]
[...] Esse nada, a liberdade angustia-se diante de si mesma. A angústia, portanto, é a captação reflexiva da liberdade por ela mesma. [...]
2) Capítulo II: a má – fé
[...] à angústia da liberdade, a mas é mentira se muito diferente da mentira propriamente falando, em que a dualidade do enganador e do enganado. [...]
[...] Simultaneamente na situação de quem mente e daquele a quem se mente [...] Nada de tem, experimenta a vertigem da angústia, daí a má-fé, mediante a qual o homem se dissimula a sua liberdade [...]
C) Segunda parte: o ser-para-si
1) Capítulo I: estruturas imediatas do para-si
Sartre, ao analisar as estruturas do para - si, independentemente do outro, coloca em evidência o caráter contingente do para-si [...] uma perpétua contingência da náusea.
 O para – si apreende-se como o algo excedentário.[...]
2) Capítulo II: a temporalidade
[...] os principais aspectos da temporalidade do para-si, segundo as dimensões do presente, do passado e do futuro. [...] Passado é o que há entre nós de em-si [...] Futuro se possibiliza; ele não existe. [...] Presente, por sua vez, é para - si; [...] Sartre sublinha que o futuro é uma falta que arranca o presente. [...]
[...] Os psicólogos, ao contrário, constitui uma sucessão de fatos psíquicos e mostram a lentidão da temporalidade original o tempo psíquico (p.226)[...]
p.475
3) Capítulo III: a transcendência
[...] para - si não pode ser conhecido sob a forma da contemplação. Este mundo é um mundo de tarefas [...]
[...] Corremos rumo a nós mesmo, e somos por tal razão o ser que jamais pode ser alcançar (p.267). [...]
D) terceira parte: o para – outro
1) Capítulo I: a existência do outro
[...] o para - outro, a partir da vergonha que, no sentido sartreano, é apreensão de si mesmo diante de alguém, vergonha desse diante do outro [...]
[...] Hegel, na Fenomenologia do espírito, realiza um progresso muito mais importante que Husserl pelo fato de formular a questão do para - outro. Mas ele erra ao colocar-se do ponto de vista do Todo para encarar o problema do outro [...]
[...] a situação me escapa e eu sou apenas uma transcendência transcendida, uma liberdade ultrapassada: o Outro ou a negação da pessoa minha queda original é a existência do outro porque o olhar me despoja do olhar de meu senhorio sobre o mundo [...]
[...] "pelo olhar do Outro, eu vivo fixado no meio do mundo, em perigo, como irremediável. Mas não sei qual meu ser, nem qual meu sítio no mundo, nem qual a face que esse mundo onde sou se volta para o Outro" (p.345). [...]
2) Capítulo II: o corpo
3) A consciência é o corpo enquanto há uma facticidade do para -si. O corpo designa a forma contingente da minha situação (p.392). Mas há também o corpo-para-outro: o corpo do outro indica a liberdade do outro. [...] Meu corpo, pelo outro, me escapa por todos os lados. [...]
3) Capítulo III: As relações concretas com o outro
[...] experimento a minha escravidão diante de uma liberdade que me faz objeto. Daí o conflito que rege necessariamente as relações humanas [...]
[...] Tentativas e fracassos que a intersubjetividade conhece: o amor revela-se impossível, visto que é desejo da liberdade do outro [...]
p.476
[...] o masoquismo é um fracasso, visto que seu propósito (fazer-se coisa) é antinômico, assim 
como o sadismo o ódio etc. [...]
[...] na peça Entre quatro paredes, enquanto condensado de fracassos inerentes ao para – outro resume. O inferno são os outros...
E) Quarta parte: ter, fazer e ser
[...] Esta quarta e última parte desenvolve uma teoria da ação e da liberdade [...]
"Ter, fazer e ser são as categorias cardeais da realidade humana [...]todos objetos da consciência conduzem seja a posse de um objeto (modo do ter) [...] Seja a modificação das coisas ( modo de fazer), seja ao projeto de ser, quando a consciência, a sua vacuidade, tenta 
preencher - lá com o ser [...]
1) Capítulo I: Ser e fazer: a liberdade
A liberdade conhecida com nada que está no âmago do homem. Assim, o homem não poderia 
ser, ora livre e ora escravo [...]
[...] Na origem de cada existente é possível encontrar uma escolha primeira que dirige a sua vida, escolha que formará objeto [...] visto que ele constitui o propósito da psicanálise existencial, e não freudiana.[...]
 [...] a morte limitaria a liberdade, ela que parece ser "o inumano por excelência"? De maneira 
alguma, por que ela não pertence a estrutura ontológica do para -si [...]
[...] Considerando que minha liberdade é sempre total e infinita, sou dotado de uma responsabilidade infinita e a consequência essencial de nossas observações é a de que o homem, estando condenado a ser livre, carrega nos ombros o peso do mundo inteiro [...] 
2) Capítulo II: fazer e ter
[...] A psicanálise existencial [...] Coloca em evidência o projeto livre- escolha original- [...] ela pretende decifrar o homem em totalidade a partir desse projeto fundamental ter acesso a psicanálise existencial é encontrar, de novo, o projeto livre que unifica minha existência, a qual nunca é destino. [...]
[...] Ao rejeitar o determinismo da psicanálise Freudiana, Sartre descreve a escolha subjetiva pela qual cada pessoa se faz pessoa [...]
p.477
F) Conclusão
Tudo se reduz, assim, ao propósito do ser, ao projeto de ser Deus. "Tudo se passa como se o mundo, o homem e o homem -no- mundo não chegassem a realizar mais do que um Deus faltado" (p.758) . Esse fracasso seria o sentido derradeiro do projeto?De maneira alguma, porque a psicanálise existencial entrega-nos o sentido ético dos projetos humanos, leva-nos a tomar consciência de nossa liberdade e renunciar ao espírito de seriedade [...]
[...]O o ser e o nada em serras e com uma questão insolúvel: porque o para - si a liberdade permanece injustificada, a semelhança do para-si que se revela infundado.
CONCLUSÃO
O homem, livre, deve ao mesmo tempo converter-se a liberdade e visar a autenticidade.Os avatares da liberdade são, de fato, múltiplos por que o homem sonha em petrificar a sua liberdade e em alienar-se. [...] A obra de Sartre, baseada nessas ideias terá uma posteridade enorme; com seus exemplos concretos, essa ela inaugura um verdadeiro método e exerce, ainda agora, uma influência real. [...]
[...] A obra de Sartre, baseada nessas ideias terá uma posteridade enorme; com seus exemplos concretos, essa ela inaugura um verdadeiro método e exerce, ainda agora, uma influência real. [...]
[...] Convém sublinhar a distinção entre a reflexão impura e a reflexão pura [...] A primeira constitui nosso psiquismo como um quase objeto, um ser que nos consola de nossa nostalgia do servir em quanto a segunda visa dissolver esses quase objetos para recuperar uma liberdade que se considera a si mesma como fim[...]
[...] a consciência não é uma coisa, nenhum quase objeto, embora cada um possa, por sua própria condição, correr o risco da inércia e do enleamento: tal é a grande lição da obra O ser e o nada.
DESÍGNIO E PROCEDIMENTO
[...] A defesa do existencialismo contra as críticas dirigidas a Sartre, no momento da Liberation [...]
[...] trata-se das críticas tanto dos marxista, para quem o existencialismo é uma filosofia burguesa, quanto dos católicos que acusam o filósofo pelo fato de ter suprimido os valores eternos e os mandamentos de Deus. Não esqueçamos que, em 1946, o campo intelectual divide ser entre o humanismo cristão e o sistema marxista um novo humanismo, o de Sartre, [...]
ANÁLISE DA OBRA
A) teses principais expostas
1) A existência precede a essência
Se Deus não existe, há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência esse ser só poderia ser o homem.
p.478
[...] Homem, responsável por tudo perante todos, esta tese pressupõe a angústia do sujeito [...]
2) O engajamento e a moral existencialista
Trata-se, para Sartre de colocar em plena luz a contribuição de Marx [...] 
[...] oposição ao criticismo, atitude daqueles que praticam aí nação e rejeitam ver que a 
liberdade em situação deve tomar O encargo das coisas, o existencialismo [...]
[...] De uma moral, moral de criação e de invenção, vinculada a autenticidade, [...]
3) Definição do humanismo existencialista
[...] Existe um humanismo existencialista, o homem, ao se projetar para fora descer, faz o homem existir. Não existe outro universo além de um universo humano, o da subjetividade humana [...]
B) Discussão com os críticos
Sartre responde, em particular, as críticas dos marxistas - o jornalista e o sociólogo [...] contesta o dogmatismo dos marxistas, assim como a causalidade rígida de sua doutrina [...]
CONCLUSÃO
A conferência apresenta realmente os temas proeminentes do existencialismo, em particular diante dos contraditores marxistas; focalizado no problema moral, esse texto encontra-se entre as páginas mais lidas de Sartre.
Conclusão geral
Sartre encarna O existencialismo ateu: Deus está morto, tudo é permitido. A liberdade, enquanto luz e Aurora, constrói-se em cima dos escombros de Deus, visto que já não há mais nada no Céu, nem Bem nem Mal para dar ordens ao homem.
 
Ramos, Viviane Rodrigues Darif Saldanhas de Almeida. Teoria crítica e Escola de Frankfurt: uma análise interdisciplinar da sociedade. Curitiba: Intersaberes, 2019.
Cap. 2 Teoria Crítica e Teoria Tradicional (p. 58-87)
A principal finalidade da escola de Frankfurt era fazer uma análise crítica da sociedade em seus aspectos econômicos, culturais e de produção de conhecimento tendo como referência as teorias elaboradas por Marx. Assim, criava-se uma teoria crítica da sociedade.
p.59
Desse modo, abordaremos de forma sistemática os conceitos desenvolvidos por Horkheimer quanto às teorias tradicional e crítica.
p.60
2.1
Construindo a teoria
[...] Nos Estados Unidos, período em que esteve no exílio, Max Horkheimer consagrou o termo teoria crítica. Ele iniciou o que chamou de teoria crítica da sociedade em virtude de certo incômodo suscitado nas ciências sociais [...]
[...] criticava a tendência das teorias sociais em seguir o modelo das ciências naturais. Assim, opunha- se a concepção teórica tradicional [...]
[...] defendia uma distinção entre o nível do conhecimento e o da transformação histórica, isto é, a prática, demonstrando o conflito entre o positivismo e a dialética. [...]
[...] me buscou escapar da terminologia materialismo histórico, a qual era amplamente utilizada pelo marxismo ortodoxo [...]
p.61
[...] principais pontos está associado ao fato de os objetos de análise das ciências humanas e das ciências da natureza serem radicalmente diferentes [...]
[...] De acordo com Horkheimer (1983b, p.139-150),"Os fatos concretos que estão dados na percepção devem despojar-se do caráter de mera facticidade na medida em que forem compreendidos como produtos que, como tais, deveriam estar sob o controle humano"[...]
[...] “Filosofia e teoria crítica", o que demonstra a importância da atribuição da expressão teoria crítica, que passou por ser amplamente difundida em ensaios subsequentes. [...]
[...] A teoria científica cartesiana baseia-se na separação entre indivíduo e sociedade, na simplificação e na eliminação das contradições das práxis social e na perspectiva parcial de classe [...]
[...] Horkheimer realiza sua análise por meio da comparação entre a filosofia de Descartes, tendo em vista seu caráter sistêmico e conservador, e a de Marx, em que se destacam aspectos humanísticos e emancipatórios [...]
p.62
[...] Para tanto, confronto as teorias com base na estrutura lógica, em seus objetivos e na finalidade delas, evidenciando a diferença entre as duas vertentes de pensamento [...]
[...] Antes de entrar no mérito da discussão entre as duas teorias, já no início do artigo, Horkheimer (1983b) ressalta a importância de explicar a concepção de teoria, o que é primordial para a compreensão [...]
[...] uma sinopse de proposições de um campo especializado, ligadas de tal modo entre si que poderiam deduzir de algumas dessas teorias todas as demais [...]
Dessa forma, no que se refere aos fatos, à teoria continua sendo hipotética. Todavia, é necessário estar disposto a muda - lá ao surgirem em convenientes não utilizados do material [...]
[...] "Teoria é o saber acumulado de tal forma que permita ser utilizado na caracterização dos fatos tão minuciosamente quanto possível" [...]
p.63
2.2
Teoria tradicional e seus limites
[...] argumenta que ela está intimamente relacionada ao desenvolvimento das ciências naturais, especialmente a física e a matemática, uma vez que o êxito atingido por essa ciência era considerado modelo[...]
[...] Classificar a natureza viva, podendo ser utilizado a qualquer momento por toda a pessoa que tem aprendido o seu manejo, isso é, as regras da dedução, o material significante, os métodos de comparação de proposições deduzidas com constatações de fatos etc. Mas estamos longe de tal situação. [...]
[...] Observa que Descartes, na terceira máxima do método científico, propõe começar com os objetos de conhecimentos mais simples e fáceis para, de forma gradual, conhecer os mais complexos, partindo do pressuposto de que neles há uma ordem que não ocorre naturalmente [...]
p.64
[...] o método dedutivo é o que predomina na matemática e estender as demais ciências, inclusive às humanas [...]
[...] o autor destaca que mesmo as operações lógicas já se encontra acionados de tal maneira que, ao menos em uma ampla parcela das ciências naturais, a formação de teorias converteu-se em uma mera construção matemática. [...]
[...] o conhecimento resultante da análise de dados obtidos por meio da experiência controlada na teoria tradicional se apresentaria de modo preciso e liberto de qualquer contradições, porém sem levar em consideração as particularidades ou os aspectos externos ao fenômeno. [...]
A discrepância não se encontra no conceito de teoria como tal, mas na imperia, isto é na forma como é realizada a estratégia de pesquisa.[...]
p.65
[...] o mesmo modelo aplicado nas ciências naturais também deve ser utilizado na ciências humanas e sociais [...]
[...] Os estudos de intelectuais como Toennies (O que diferencia coletividade de sociedade) [...]
[...] Durkheim (o que distingue a cultura de civilização) [...]
[...] a teoria tradicional, ao propor transformar análise de fenômenos sociais em linguagens das ciências naturais, apresenta-se de forma pretensamente neutra, universal e descontextualizada dá realidade. [...]
[...] Já que a linguagem científica, em virtude de suas teorias serem transformadas em técnicas com uma eficaz funcionalidade, converte-se em verdade absoluta é inquestionável [...]
p.66
[...] Para fazerem suas investigações, eles utilizariam o método dedutivo para análise e o indutivo para obtenção de conclusões; a segunda se refere ao fato de que respeitariam tanto o princípio da identidade como o da não contradição; e a terceira consiste da ideia de que deveriam seguir uma hierarquia entre sentenças e fatos empíricos [...]
[...] O fato de a história estarei um curso constante, de mudanças relacionadas as instituições terem ocorrido ou de haver transformações nos seres humanos não é relevante para este método [...]
[...] apesar de serem aceitos e vividos, não são universalmente conhecidos, pois são críticos em relação a atual conjuntura [...]
[...] A teoria tradicional, pautada nas ciências naturais, encontra-se atrelada ao aparelho social, de forma a constituir um movimento que visa reproduzir e alto preservar o existente [...]
p.67
[...] o experimento tem o propósito de apurar os fatos de tal forma que seja, sobretudo adequado a respectiva situação da teoria [...]
[...] "A ciência proporcionam uma formulação Clara, bem visível, de modo que se possa manusear os conhecimentos como se queira"[...]
[...] esse modelo não tinha um real cuidado com a teoria, e sim com a prática, ou seja,a preocupação era pensar os caminhos para seguir o modelo, ainda que sem questioná-lo. esse modelo passou a ser usado na ciências humanas e nas Ciências sociais sem que houvesse qualquer atenção ao conceito de teoria. [...]
[...] O autor adverte que, até aquele momento, não ocorrerá qualquer crítica relacionada a isso e não fora feito um questionamento sobre esse modelo. [...]
[...] Discutir, ainda a forma brusca pela qual se tentou igualar metodicamente tanto os fenômenos sociais como os naturais. [...]
p.68
[...] a teoria tradicional-apesar de se estabelecer como um saber acumulado, que no campo das ciências naturais permite, de maneira precisa, caracterizar e analisar os fatos faz generalizações e oferecem uma visão exterior da vida em geral [...]
[...] essa concepção cartesiana que constrói um conhecimento dissociado do contexto social ou emocional dos indivíduos [...]
[...] considera que a, é "em vista do quadro atual da pesquisa, o caminho que a sociologia teria que percorrer seria difícil ascensão da descrição de fenômenos sociais até a comparação detalhada, e só então a partir daí passar a formação de conceitos gerais". [...]
 [...] utilizar o modelo rígido das ciências naturais para explicação da chamada natureza viva, a teoria tradicional estabelece o processo de classificação do objeto investigado como um de seus principais objetivos [...]
[...] ao ser transposto para as análises sociais, forçosamente dirige a investigação de forma que a sociedade passe a ser estudada, analisada e compreendida como separada em classes. [...]
[...] afirma que a vida em sociedade decorre da totalidade do trabalho e que a divisão do trabalho não apresenta um funcionamento minimamente satisfatório ao trabalhador no cerne e nos moldes da produção capitalista. Além disso, por ser constituída por particularidades, não poderia ser concebida como um todo independente autônomo [...] é necessário que os limites da teoria tradicional sejam apontados sobre pena de as reais conexões da realidade social não serem conhecidas por completo ou em sua totalidade uma vez que é impossível [...]
p.69
[...] Nesse sentido, o indivíduo não se enxerga como parte de um processo no qual suas potencialidades são desenvolvidas por meio do trabalho ou de qualquer outra atividade [...]
[...] no modelo burguês de sociedade, para que haja manifestações de relações de dominação. Todavia, as teorias tradicionais ao estilo das ciências naturais apresentam uma característica que precisa ser levada em consideração: [...]
[...] por parte do observador, imprescindível estabelecer critérios corretivos [...]
[...] a teoria tradicional excluir as condicionantes históricas da reflexão e que, pelo fato de a sociedade ser uma resultante de momentos históricos, essa teoria se apresenta de forma insuficiente e limitada para explicar a sociedade. [...]
p.70
[...] manifesta pontos de extrema relevância para apreciação da sociedade e do indivíduo no que se refere à habilidades, tendências, costumes e experiências que foram a base para conceber uma teoria crítica, a qual de forma mais bem fundamentada, exprimir Iaiá oh todo, sem distinção [...]
[...] proponha um comportamento crítico, de modo que a teoria crítica se apresente como resultado desse confronto. [...]
2.3
Teoria crítica como projeto epistemológico
[...] a teoria crítica constitui uma teoria da sociedade é, baseada na filosofia dialética e na crítica da economia política [...]
[...] é exatamente por meio da teoria crítica da sociedade que Horkheimer considera os seres humanos produtores de sua totalidade cultural.[...]
p.71
[...] com o objetivo de desenvolver uma teoria crítica da cultura e da sociedade e, notadamente em relação a ideologia, faltando se no contexto sócio-cultural do surgimento da sociedade industrial avançada [...]
[...] os conceitos de teoria crítica e teoria tradicional passam por uma ampla modificação, uma vez que o autor reconhece que se encontra em um momento histórico bastante distinto [...]
[...] ao reconhecer o modo de economia vigente e o todo cultural nele baseado como produto do trabalho humano, e como a organização de que a humanidade foi capaz e que impôs a si na mesma época atual, aqueles sujeitos que se identificam, eles mesmos, com esse todo e o compreendem como vontade e razão (Horkheimer,1983b,p.138)[...]
p.72
[...] o pensamento teórico, em um sentido tradicional, considera tanto a gênese dos fatos concretos determinados como a aplicação prática dos sistemas de conceito pelos quais esses fatos são apreendidos [...]
[...], contudo, antes de qualquer coisa, ela não pode apresentar um rendimento material ponto A transformação que a teoria crítica tenta realizar, não é das que se impõe aos poucos, de modo a alcançar um sucesso que, apesar de vagaroso, seja constante [...]
[...] analise o fato de a teoria crítica considerar a divisão do trabalho uma atividade segue determinada pelas diferenças sociais, obra das ações humanas e subordinada a objetos racionais, de maneira que se configure uma contradição consciente [...]
p.73
[...] considera que suas qualidades sensoriais estão vinculadas intrinsecamente ao processo de vida social [...]
[...] a utilização de todos os meios intelectuais ou físicos para o domínio da natureza não se dá em razão de, nas relações dominantes, esses meios estarem subordinados a interesses conflituosos e particulares. [...]
[...] Inevitavelmente no sistema de propriedade dominante do princípio progressista, isso teve como resultado a ideia de que bastaria aos indivíduos se preocuparem consigo mesmos [...]
p.74
[...] Alguns autores propõem que somente é proletariado teria o potencial para libertar-se da lógica mecânica existente na sociedade contemporânea e que esse potencial seria resultado da consciência de classe. [...]
[...] no tocante a teoria crítica refere-se ao fato de que, caso ela se restringe se a elaborar representações e sentimentos próprios de determinada classe, não apresentaria qualquer diferença estrutural em relação à ciência especializada, ou seja, a teoria tradicional. [...]
[...] torna-se evidente se oteórico e suas atividades forem considerados em unidade dinâmica com a classe dominada, de tal forma que a revelação das contradições sociais não seja apenas uma expressão da situação histórico-concreta [...].
[...] ressalta a necessidade de considerar o fato de que, nas diversas classes da sociedade, a relação entre consciência e ser é bastante distinta [...]
.
p.75
[...] a mera descrição da autoconsciência burguesa não é o bastante para apresentar a realidade sobre sua classe [...].
[...] descrição da autoconsciência se estabeleceria como "uma teoria tradicional caracterizada por uma problemática peculiar, e não afasta intelectual do processo histórico de emancipação do proletariado " [...]
[...] o escopo da teoria crítica refere-se a captação da dimensão histórica dos fenômenos, dos indivíduos e das sociedades [...]
[...] desse modo, conceitos como valor, mercadoria, cumulação, trabalho e luta de classes, que perpassam a obra de Marx, "podem funcionar como os conceitos genéricos pelo fato de considerar as relações na vida social concreta como relações de troca e de se referir aos bens a partir de seu caráter de mercadoria”. [...]
p.76
[...] Tendo como pressuposto a totalidade do saber disponível e a assimilação do material adquirido através da pesquisa própria ou de outrem, mostra-se então como a economia de troca, dentro das condições humanas e materiais dados, e sem que os próprios princípios expostos pela economia fossem transgredidos. [...]
[...], contudo, a teoria crítica Deus exauri ao relacionar uma realidade dada aos conceitos pré-estabelecidos [...]
[...] conceitos marxistas relativos à mercadoria, dinheiro acumulação e valor, entre outros, poderiam servir como conceitos gerais e conforme Freitas 2004, como conceito aos quais uma realidade concreta poderia ser assimilada [...]
[...] nesse sentido, a teoria crítica se dirige pela concepção de uma sociedade futura como coletividade de indivíduos livre em razão dos meios técnicos existentes [...]
[...] a teoria crítica reconhece que, por mais que a natureza do espírito do indivíduo seja liberal, ele não se encontra a parte da sociedade, mas também ocupa um lugar sobre o árbitro dos dominantes, muitas vezes necessitando de tempo para que seja crítico quanto ao domínio histórico [...]
p.77
[...] os teóricos liberais e neoliberais, no entanto, em virtude da visão naturalizante que defendem, negam a noção de liberdade e de autonomia individual, pois consideram que o indivíduo não teria qualquer possibilidade de conter ou controlar as forças que determinam suas vidas [...]
[...] o liberalismo econômico baseia-se em uma dicotomia não eliminável entre os indivíduos [...]
[...] não é possível admitir a liberdade ante as forças do mercado, A não ser que elas possam ser alteradas por meio da lixiviação dos indivíduos [...]
[...] consiste na emancipação dos indivíduos e em sua apropriação da ordem social. [...]
[...] Horkheimer (1983b, p.145) argumenta estar “totalmente convencido de que a vontade humana é livre e de que o fim da nossa existência não é a felicidade, mas apenas ser digno dela”.[...]
[...] o determinismo materialista está presente na postura analítica de teóricos sociais adepto a esta teoria, os quais ao naturalizar em os resultados da ação humana, tendem a compreender a sociedade regida por meio de forças irracionais e incontroláveis pelos humanos, como as leis do mercado [...]
[...] Logo, deve haver uma construção consciente dessas novas formas visto que "senão a continuidade no esforço teórico, então a esperança de melhorar fundamentalmente a existência humana perder a sua razão de ser" [...]
[...] fato de que não há critérios gerais para teoria crítica como um todo, a não ser os objetivos a que esta se propôs no que tange a instruir o indivíduo a refletir [...]
2.4
Aproximações e distanciamento entre as teorias
p.79
[...] É possível considerar como o primeiro ponto de distanciamento entre as teorias tradicional e critica o fato de que as duas podem ser diferenciadas por meio de sua estrutura lógica. [...]
[...] a teoria tradicional, em sua estrutura lógica, busca abarcar todos os fatos de modo hierarquizado [...]
[...] com base em seus gêneros e em suas espécies, de maneira que cada um deles atenta a subordens específicas [...]
[...] a teoria crítica, por sua vez, trabalha com determinações abstratas e com a criação de hipóteses [...]
[...] ao fazer a caracterização de uma economia que se baseia na troca, trata de aspectos como mercadoria, valor e dinheiro, podendo chegar a conceitos genéricos [...]
[...] outro distanciamento se estabelece com base na forma como as teorias tradicional e critica concebem o caráter histórico da razão, pois não seria possível atentar para o fato de que a razão iluminista traz em si seu contrário [...]
p.80
[...] a formulação de teorias pautadas no sentido tradicional constitui uma criança na sociedade da, ou seja, que se transformou sozinha, razão pela qual não há necessidade de se preocupar em conhecer tendências ou conceitos históricos [...]
[...] na teoria critica, em todas as etapas de seu desenvolvimento, como a formação de suas categorias, existe o interesse por uma organização racional da atividade humana [...]
[...] A proposta da teoria tradicional se estabelece na formação de sentenças vírgulas com a finalidade de definir conceitos universais mediante a utilização de métodos dedutivos e indutivos [...]
[...] A teoria crítica preserva o ideal iluminista de empregar a razão como elemento para a libertação, a autonomia e a autodeterminação dos indivíduos [...]
[...] a teoria tradicional, o sujeito e eu objeto não estão relacionados e, por isso, não são relevantes para o processo histórico-social [...]
[...] quanto aos valores em seus objetos os teóricos tradicionais encontram uma realidade bastante contraditória, uma vez que não consideram o contexto [...]
p.81
[...] então, que os teóricos tradicionais poderão entender a função da teoria crítica A partir do momento em que considerarem a totalidade da vida e a sua capacidade de renovação [...]
[...] É possível considerar que o futuro da humanidade depende da existência do comportamento crítico, que abriga em si elementos da teoria tradicional e dessa cultura que tende a desaparecer (Horkheimer,1983b,p.162)[...]
p.82
Síntese
Neste capítulo, vimos que Horkheimer analisou as teorias: tradicional e critica empregadas na compreensão dos processos sociais.
A teoria tradicional está intimamente relacionada ao desenvolvimento das ciências naturais, especialmente a física e a matemática, percorre o caminho da generalização com a intenção de ampliar sua eficácia e concebe e classifica os fatos em ordens conceituais a fim de obter resultados matematicamente controlados.
 Já a teoria crítica é baseada no pensamento marxista e anti positivista e constitui uma teoria da sociedade, fundamentada na filosofia dialética e na crítica da economia política posiciona-se contra o modo de pensar vigente e interessa-se por promover a emancipação dos indivíduos e a transformação da realidade social.
A teoria crítica evidencie os limites da teoria tradicional, pois essa está desconsidera uma série de fatores e, ao propor uma dita neutralidade da ciência, permite que a dominação seja perpetuada. A teoria crítica não é passiva em face dessa dominação e busca a emancipação dos indivíduos.
Ramos, Viviane Rodrigues Darif Saldanhas de Almeida. Teoria crítica e Escola de Frankfurt: uma análise interdisciplinar da sociedade. Curitiba: Intersaberes, 2019.
Cap. 3 Materialismo Dialético e Interdisciplinar (p. 88-119)
p.89 
 
Ao desenvolver sua teoria crítica, Horkheimer adotou em seus primeiros escritos o materialismo dialético interdisciplinar, o qual, porém, posteriormente, veio a abandonar em favor de Crítica da razão instrumental. 
 
p.90 
 
3.1 
 
Materialismo histórico - dialético como base de análise 
 
[...] Horkheimer estabeleceu o materialismo dialético e interdisciplinar, [...] O materialismo histórico dialético de Karl Marxe Frederich Engels [...] 
 
[...] o materialismo histórico, com base na concepção de que a vida se encontra em movimento constante [...] 
 
[...] Materialismo de respeito a condição material da existência humana [...]
[...] Marx e Engels, ao caracterizarem -  no, qual frequência referem-se ao filósofo humanista naturista Ludwing, Andreas Feuerbach [...]
 
[...] "O homem, para Feuerbach, é um ser genérico natural supra-histórico, e não ser social determinado pela história das relações sociais por ele próprio criadas" (Gorender,2013,p.30) [...]
 
p.91 
 
[...] como forma de compreensão da realidade, ao contrário do idealismo que se pautava no pressuposto de que as ideias movem o mundo [...] 
 
[...] considera que estas sejam provenientes da estrutura material da sociedade, estou é, da estrutura econômica [...]
 [...] seria na produção, na economia e no trabalho dos seres humanos que a história se construiria. [...] 
 
[...] "o homem é um ser eminentemente histórico e social, cada totalidade produtiva situa o ato do trabalho no lugar determinado [...]
 
[...] o método dialético proposto por Marx e Engels é fortemente influenciado pelas ideias de Friedrich Hegel [...]
 
[...] o materialismo histórico dialético é uma perspectiva metodológica, analítica e teórica que possibilita a compreensão do desenvolvimento e das diversas mudanças [...]
 
p.92 
 
 [...] essas mudanças advém das contradições surgidas em virtude dos antagonismos das classes sociais no desenvolvimento gradativo da produção e da reprodução social [...]
 
 [...] Para Hegel, grosso modo, a realidade seria criada por meio do pensamento, o que a tornaria uma manifestação exterior da ideia [...]
 
[...] Hegel tenho uma visão idealista, pela qual se pretende compreender o mundo atual por meio da reconciliação das contradições. [...]
 
[...] Marx, a realidade criou o pensamento [...]
 
[...] o fator primeiro se estabeleceria como realidade material, de maneira que, em condições históricas e sociais reais, a dialética se processaria por meio da materialidade da existência humana. [...]
 
 [...] a dialética também pode ser pensada com base no conceito de diálogo ou mesmo como a arte da discussão, que visava desvendar a verdade por meio da comprovação de contradições contidas nas argumentações. [...]
 
p.93 
 [...] nesse sentido é possível conceber a dialética ao mesmo tempo como um método e como uma filosofia e, em virtude disso, é necessário estabelecer determinadas relações com noções de idealismo e materialismo. [...]
 
[...] a dialética tem sua base no movimento, seja do mundo exterior, seja do pensamento humano. [...]
 
[...] a dialética somente pode vir a existir em virtude do movimento e apenas existe movimento se houver processo histórico. [...]
 
[...] ainda que o movimento destas aconteça de maneira abstrata, apoiando em uma relação de contrários, ou seja, como tese, antítese e síntese. [...]
 
[...] Essa tese, esse pensamento, oposto assim mesmo, desdobra-se em dois pensamentos contraditórios, o positivo e o negativo, o sim e o não [...]
 
[...] A luta desses dois elementos antagônicos, compreendidos na antítese, constitui o movimento dialético [...]
 
[...] afirmação com tem-se uma negação e uma negação da negação, isto é a tese apresenta oposição a si mesma, desdobrando-se em um antagonismo. [...]
 
p.94 
 
[...] Conforme o método dialético, os fenômenos da natureza estão em movimentação, transformação, evolução e renovação permanentemente [...]
 
[...] nesse sentido, a realidade sobre a qual a concepção materialista centena carrega distinções, antagonismos e mudanças, revelando que as ideias são representações tanto do mundo exterior como do mundo objetivo [...]
 
[...] Na perspectiva de Marx, o materialismo não admite que o ser humano poderia ser pensado de modo abstrato, como sugeria Hegel. [...]
 
[...] Segundo Marx, os seres humanos seriam concebidos em decorrência das relações sociais, motivo pelo qual sua concepção é materialista [...]
 
p.95 
 
[...] de acordo com Marques 2007, ao analisarmos o modo pelo qual seres humanos produzem os meios de sustento necessários à vida, é possível entender como pensam determinadas questões, entre elas a moral, o direito, a literatura, a ciência, a filosofia e a religião. [...]
 
[...] as relações sociais estão intimamente ligadas as forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens mudam seu modo de produção e, ao mudar o modo de produção, a maneira de ganhar a vida, eles mudam todas as suas relações sociais. o moinho movido pelo braço humano nos da sociedade com o suserano ponto, o moinho a vapor nos da sociedade capitalista industrial. (Marx, 2017, p.156-157). [...]
 
[...], todavia, as relações sociais assentada nesses princípios são notificadas e se estabelecem como produtos ao mesmo tempo históricos e transitórios, permanecendo em movimento incessante. [...]
 
[...] as relações de produção retratam determinado processo de desenvolvimento dos seres humanos e de suas forças produtivas, [...]
 
p.96 
 
[...] uma mudança em sentida nas forças produtivas necessariamente acarretará em uma mudança nas relações de produção. [...]
 
 [...] Nas palavras de (Marx, 2007, p.87) 
 o modo pelo qual os homens produzem seus meios de vida depende, antes de tudo, da própria constituição dos meios de vida já encontrados e que eles têm de reproduzir. Esse modo de produção não deve ser considerado meramente sob o aspecto de ser a reprodução da existência física dos indivíduos. Ele é, muito mais, uma forma determinada de sua atividade, uma forma determinada de exteriorizar sua vida, um determinado modo de vida desses indivíduos. Tal como os indivíduos exteriorizam sua vida, sem são eles. O que eles são coincide, pois, com sua produção, tanto com que produzem como também com o modo como produzem. O que os indivíduos são, portanto, depende das condições materiais de sua produção. (Marx, 2007, p. 87) [...]
 
[...] eles denominaram materialismo histórico, visto que considera o processo de produção de capital por meio do qual são produzidas as contradições na sociedade [...]
 
[...] esse conceito a economia política com base na visão da classe operária, engajado com a edificação de uma sociedade civil que seja alternativa ao capitalismo [...]
 
p.97 
 
[...] a única realidade manifesta para os seres humanos seria a matéria, porque tanto pensamento como a consciência seria condicionados pelo mundo material [...]
 
[...] uma vez que o indivíduo nasce sobrevivência passa a constituir sua principal tarefa, em vez de  questões abstratas ou subjetivas. [...] 
 
[...] nessa visão, condição material de existência dos seres humanos têm como base as relações sociais, as quais se exprimem em ideias, valores sociais, significados palavras, linguagens e pensamentos [...]
 
[...] Pode-se distinguir os homens dos animais pela consciência, pela religião ou pelo que se queira. Mas ele mesmo começa a se distinguir dos animais tão logo começam a produzir seus meios de vida, passo que é condicionado por sua organização corporal. ao produzir seus meios de vida, os homens produzem, indiretamente, sua própria vida material. (Marx, 2017, p. 86) [...]
 
[...] o impacto das condições materiais no consciente humano também ocorre por meio de contradições e dicotomias do pensamento favorece a elaboração de métodos, teorias e ideologias, os quais refletem interesses específicos nos âmbitos políticos, social e, sobretudo, econômico. [...]
 
[...] cada período é analisado não como algo estático, e sim como algo em movimento, transitório e que pode ser modificado por meio da ação dos seres humanos. [...]
 
p.98 
 
3.2 
 
Filosofia social 
 
[...] Horkheimer deu outro rumo aos estudos do Instituto e então teve início à fase denominada materialismo dialético e interdisciplinar o materialismo interdisciplinar [...]
 
[...] responsável por conceber um programa interdisciplinar que envolve a pesquisas pautadas em filosofia, sociologia, psicanálise e história. [...]
 
[...] esse programa de pesquisa interdisciplinar passou a serreorientado a partir da segunda metade da década de 1930 [...]
 
p.99 
 
[...] desenvolver o seu modelo de filosofia social que recorre à fundamentação teórica oriunda da tradição idealista alemã de Kant e Hegel, além do materialismo histórico de Marx [...]
 
[...] inicia seu discurso frisando que, mesmo a filosofia social estando no cerne do interesse filosófico geral, sua condição não seria mais favorável do que a das demais pesquisas filosóficas [...] 
 
[...] conclui que a filosofia social deve ocupar-se, sobretudo, daqueles fenômenos que somente pode ser entendidos em conexão com a vida social dos homens: no Estado, no direito, na economia, na religião, ou seja, em toda a cultura material e espiritual [...]
 
p.100 
 
[...] a filosofia social aborda, sobretudo fenômenos culturais e espirituais que apenas poderiam ser compreendidos quando relacionados à vida social das pessoas [...]
 
[...] é na história do idealismo alemão clássico que a filosofia social se desenvolve [...]
 
[...] observa que as principais obras de Kant abarcam as teorias filosóficas da ciência, da arte, do direito e da religião [...]
 
[...] "embora Filosofia de Kant tenha muito cuidar muitos cuidados ao identificar o sujeito autônomo com o indivíduo empírico, todavia, do seu ponto de vista, a essência de cada ser racional pode conter todos os fatores que criam a cultura" [...]
 
[...] deixa evidente que não se submete integralmente aos princípios dessa filosofia, uma vez que esta tende ao universal e procura compreender a sociedade em sua totalidade [...]
 
[...] O idealismo pós - kantiano tenha desenvolvido a questão da conexão entre o indivíduo empírico e a razão autônoma e que a filosofia sempre tenha se pautado na auto-reflexão [...]
 
[...] Hegel quem "liberou essa auto-reflexão dos grilhões da introspecção em cujas bases estava arraigada, e remeteu a história a questão da própria essência,o problema do sujeito autônomo criador de cultura: é do trabalho da história que ele se dá uma forma objetiva" [...]
 
[...] ação da razão, exclusivamente, encontra uma saída no interior do indivíduo autônomo [...]
 
p.102 
 
[...] para Hegel os seres humanos são levados agir em decorrência de seus interesses pessoais, satisfazendo primeiro a si mesmos [...]
 
[...] assim, Hegel considera que a história constitui uma luta constante de interesses da sociedade. [...]
 
[...] Horkheimer 1999 salienta que as discussões acerca da sociedade se estagnaram e passaram a constituir uma variante atualizada de dilemas filosóficos antigos, porém relevantes, [...]
 
p.103 
 
[...] adverte que, em determinadas reflexões, propositalmente são estabelecidas simplificações com base em teorias que surgiram historicamente, passando-se a empregá-las de maneira dogmática com a intenção de combater as demais teses.  [...]
p.104 
 
[...] procura analisar a "conexão entre a existência particular e a razão universal, entre a realidade e a ideia, entre a vida e o espírito" [...]
 
[...] propõe a utilização de recursos empíricos e estáticos das diversas ciências particulares, o estudo das estatísticas publicadas, dos materiais das entidades públicas e dos relatórios de organizações e associações políticas, o exame acerca da questão econômica e uma apreciação, sociológica e psicológica em relação a imprensa e a literatura, [...]
 
[...] Com esse discurso, Horkheimer (1999) sustentou a ideia de confluência, defendendo a união entre as ciências específicas, inclusive por meio de pesquisas empíricas, com intento de que a interdisciplinaridade pudesse restituir a filosofia [...]
 
p.105 
 
3.3 
 
Analisando o materialismo dialético e interdisciplinar 
 
[...] A ideia era valorizar os aspectos positivos da especialização e assegurar uma coesão nos resultados das pesquisas nos diferentes ramos do conhecimento presentes na configuração do Instituto. [...]
 
p.106 
 
[...] da mesma maneira que o programa de pesquisas interdisciplinares, a revista, que foi publicada há quase regularmente durante cerca de dez anos, também foi uma ideia de Horkheimer. [...]
 
[...] a amplitude alcançada por esse projeto, de acordo com o Nobre (2004), pode ser evidenciada pelos grandes e intelectuais e, das mais diversas áreas de conhecimento que fizeram parte dessa empreitada  [...]
[...] o materialismo interdisciplinar se distinguira em virtude da diversidade de pesquisadores e estudiosos de diferentes disciplinas membros do Instituto, que tinham em comum o propósito de analisar a sociedade com base na obra de Marx [...]
 
p.107
 
[...] as disciplinas científicas, portanto, renovam-se constantemente, ainda que por diversas vezes apresentem características semelhantes entre si. [...]
 
[...] Assim o intuito de Horkheimer (1983a) era analisar a crescente especialização do conhecimento de modo crítico, buscando distinguir e compreender suas limitações e seus condicionamentos históricos. [...]
 
p.108 
 
[...] a ciência mostrava-se favorável em relação à ordem estabelecida ao não considerar que "o que é dado não depende apenas da natureza, mas também do poder do homem sobre ela" [...]
 
[...] ao defender e propiciar a realização de um projeto interdisciplinar de pesquisa por meio do Instituto contribuiu para a promoção de um conhecimento mais amplo dos objetos de estudo, [...]
 
[...] Horkheimer vislumbra o materialismo interdisciplinar na especialização em um sentido positivo. [...]
 
p.109 
 
[...] a experiência propiciada pelo materialismo interdisciplinar permitiu que Horkheimer elaborasse um diagnóstico do tempo presente [...]
 
[...] nessa perspectiva, o diagnóstico do tempo presente propicia que sejam produzidos prognósticos em relação aos caminhos tomados pelo desenvolvimento histórico [...]
 
p.110 
 
[...] procurava apresentar as incongruências da ordem social vigente e confrontar teorias unilaterais e conservadoras [...]
 
[...] De acordo com o Nobre 2004, no ensaio “teoria tradicional e teoria crítica ", Horkheimer propõe que a possibilidade de uma prática transformadora em relação à coerção EA propaganda realizadas pelo regime nazista foi historicamente bloqueada, mais ainda existiria a possibilidade de uma intervenção transformadora no mundo [...]
 
p.111 
 
[...] Em vez disso, o diagnóstico do tempo presente desenvolvido na letra maiúscula Dialética do esclarecimento foi ô Telma inibição estrutural em relação a prática transformadora. [...]
 
[...] Apesar de os escritos a partir de 1940 terem tido uma relativa descontinuidade, isso não significa que se tenha perdido o interesse pelo materialismo interdisciplinar. [...]
 
[...], no entanto, as transformações sociais e tecnológicas ocorridas em meados de 1940 contribuíram para que os aspectos ou circunstâncias em relação às modificações dos elementos de racionalização do mundo moderno alcançassem outras proporções. [...]
 
p.112 
 
[...] assim, esse projeto interdisciplinar constituem uma materialização empírica inicial referente aos escritos, de cunho teórico, elaborados por Horkheimer. [...] 
[...] apesar de a teoria crítica não ter atingido todas as expectativas de Horkheimer ao ser desempenhada por um conjunto de especialistas de diversas áreas que visavam fazer uma análise da sociedade [...]
  
[...] essa interdisciplinaridade possibilitou ampliar a visão do objeto eleito, conhecê-lo melhor e produzir um discurso consistente [...]
 
Síntese 
 
Neste capítulo, vimos que Horkheimer, no início de sua teoria crítica, adotou o materialismo dialético e interdisciplinar, ainda que posteriormente o tem abandonado em favor de uma crítica da razão instrumental. O autor realizou uma leitura não ortodoxa do materialismo histórico - dialético proposto por Marx, levando a análise da sociedade contemporânea para além da questão econômica, e propôs uma abordagem multidisciplinar, possibilitando a elaboração de um diagnóstico acerca do modo de organização da sociedade contemporânea capitalista sob diferentes perspectivas.

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