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Autismo - uma resenha crítica

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O livro tem como objetivo principal esclarecer as principais características, sintomas, tratamento e outras informações pertinentes do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e da importância de aprende a conviver, auxiliar e principalmente respeitar limites e ser um personagem de apoio entre o autista e a convivência com a sociedade. 
O primeiro capítulo do livro traz de forma detalhada os principais sintomas, características e comportamento do portador TEA, de forma clara e com linguagem objetiva, esclarece que as principais dificuldades de conviver com um autista é compreender que seu desenvolvimento é diferente do de outras crianças, devido aos atrasos de marcos evolutivos poderá haver dificuldade comportamentais sociais, na aquisição da linguagem verbal, linguagem não verbal, estereotipias motoras e redução da capacidade intelectual. O autor ressalta que cada autista é um caso em particular, e que pode apresentar sintomas variados, e que o acompanhamento por profissionais especialistas em cada área é imprescindível para que haja um atendimento adequado à essas crianças, para que assim possam ser melhores e mais efetivamente auxiliados em suas dificuldades e para que seus familiares possam também ser atuantes nessa jornada. 
No capítulo seguinte, são informadas as pesquisas e o percentual de ocorrências de autismo na população mundial, esclarece que Cena ocorrência dessa condição é maior em meninos, segundo pesquisa realizada e divulgada pelo CDC- Center for Disease Control and Prevention ( Centro de Controle e Prevenção de Doenças), 1 a cada 59 crianças está no espectro autista, e que a incidência é de 1 menina para 4 meninos. Esses dados são relevantes pois permitem informações mais detalhadas sobre a demanda de autistas na sociedade. O estudo informa ainda que a ocorrência do espectro autista independe de grupos socioeconômicos, e que os casos podem ocorrer em qualquer camada social. Esse mesmo estudo chama atenção para um fator de grande importância para a sociedade, a população com menor grau de instrução e informação têm menor acesso aos serviços de saúde, o que pode ocasionar um atendimento tardio, com menor possibilidade de obtenção de tratamentos modernos e mais eficazes. Essa parte da população menos privilegiada nem sempre consegue fazer um diagnóstico precoce, o que pode trazer graves problemas para o desenvolvimento do autista, pois quanto mais cedo a orientação, maiores são as chances de um tratamento eficaz. 
Estima-se que haja no Brasil cerca de 6 milhões de portadores da síndrome do espectro autista, entre crianças e adolescentes, o autor chama atenção para o grande número de famílias que necessitam de auxílio especializado em diversas áreas. Há um questionamento da prevalência de autismo nos últimos 50 anos, o mesmo autor trás cinco principais motivos que serão elencados a seguir. Descoberta de casos diferentes de autismo, entre leves e graves, pois anteriormente só eram abrangidos os casos mais graves; profissionais capacitados em diversas áreas que podem diagnosticar precocemente e fazerem acompanhamentos nos casos de autismo; aumento de recursos e centros médicos especializados em diagnósticos e tratamentos especializados, esses fatos permitem que mais crianças sejam diagnosticadas e acompanhadas mais precocemente, hoje a informação através das mídias sociais, livros e outras fontes de informação e de pesquisa as famílias são de grande relevância, os envolvidos estão buscando ajuda, pais e familiares que antes não tinham informações suficientes para buscarem apoio e lutarem por seus direitos; o acesso e divulgação possibilitaram pesquisas e tratamentos, essas demandas fizeram com que o poder público e a sociedade civil ficassem mais  consciente que o espectro autista é uma grande problema de saúde pública. 
Todos esses fatores foram e são de extrema importância para que se conheça e entenda o que é o espectro autista, a sociedade está aprendendo mais sobre esse transtorno, buscando apoio e especializado, as informações possibilitam que o que antes era visto com preconceito e medo até pela própria família do autista venha se tornando menos assustador, e com isso, o auxílio para o portador do espectro em todas das etapas da sua vida seja mais eficaz e possibilitem-lhe uma qualidade de vida melhor, com mais apoio, amor e respeito da sociedade no qual está inserido. 
Através da leitura do terceiro capítulo é possível compreender que o fator genético é a principal causa do autismo pesquisas avançadas comprovam essa teoria. Os estudos afirmam que o autismo é uma condição neurológica de origem genética, e alterações no código genético ainda no útero da mãe ocasionam alteração química desses neurônios, existe também alteração na forma como as células nervosas migrarão para o cérebro para formar as conexões e redes neurais, o autista nasce com alteração na estrutura cerebral, essas mudanças são as causadoras do atraso cognitivo, dificuldade de socialização e comunicação e demais atrasos que são comuns ao autista. Outros fatores apontados para a causa do autismo são a Epigenética, que estuda fatores controladores da expressão do gene regulados por substâncias químicas presentes no DNA, esse estudo aponta que essas substâncias podem ser alteradas por fatores e interações ambientais durante a gestação que podem influenciar respostas imunológicas mais propícias para o transtorno do espectro autista é o estilo de vida materno e o uso de substâncias como o álcool, fumo, obesidade e desnutrição são apontados como facilitadores e causas. Os fatores ambientais isolados também podem influenciar na concepção do autismo, doenças congênitas como rubéola, encefalites, meningites, uso de drogas e outros medicamentos com alta toxicidade também estão ligados à causa do autismo. Pode-se concluir que as causas do autismo ainda não foram completamente esclarecidas, atualmente o SEED- estudo para se explorar o desenvolvimento precoce, atua para identificar os principais fatores do desenvolvimento do autismo e ajudar a entender as causas e buscas por tratamento mais adequado. 
Existem mitos ligados à causa da origem do autismo, um deles seria a maternidade sem afeição, mas essa teoria foi descartada através dos estudos neurocientíficos. Outro mito seria a vacina tríplice viral, apontada aqui pelo médico inglês Andrew Wakefield, esse defendia que o aumento da causa do autismo era pelo uso da vacina, hipótese que também foi descartada através das pesquisas, e provou-se que era fraude do médico que teve inclusive seu registro médico cassado pelo Reino Unido. A partir dessas informações vale lembrar que que os estudos continuam e que a informação verídica através de estudos sérios continuam sendo as melhores maneiras de se buscar apoio e atendimento adequado para prevenção e tratamento da doença. 
O livro faz um alerta aos pais e médicos que como trata-se ainda de um tema onde os resultados de origem e tratamento não são ainda tão conclusivos, que observem seus filhos mais criteriosamente, e ao observarem ocorrências de sintomas informados, a procura por ajuda médica seja feita o quanto antes para o caso de haver a síndrome, que se inicie o acompanhamento imediatamente, já que o tratamento precoce faz-se mais eficaz. Os sintomas poder ser variados e apresentar-se diferentes em cada criança, e não existe uma regra de conjunto de sintomas já que podem apresentar-se alguns ou vários ao mesmo tempo, deve-se ainda levar em consideração que cada criança tem seu próprio desenvolvimento e à seu tempo, porém deve-se observar atentamente caso o desenvolvimento seja muito lento, que de repente seja interrompido sem nenhuma causa aparente. 
O diagnóstico é feito clinicamente através de uma criteriosa avaliação da criança e da entrevista com os pais, exames clínicos não são necessários desde que o médico queira tirar dúvidas de outras patologias, a equipe médica faz um rastreamento do desenvolvimento da criança e vários quesitos comportamentais são levados em consideração para o diagnóstico, embora haja a necessidade deamplo conhecimento para diagnóstico e tratamento por parte dos médicos pediatras, essa avaliação ainda é feita por especialistas, o que às vezes dificulta o diagnóstico precoce e início imediato do acompanhamento. Existe por parte dos pais uma grande dúvida sobre o diagnóstico duplo entre autismo e transtorno desafiador opositivo, segundo o autor há diferenças identificáveis que são levadas em consideração durante o diagnóstico, crianças com transtorno desafiador são opositivas às regras intencionalmente quando são contrariadas, e crianças autistas na maioria das vezes apresenta inocência e não maldade. Na teoria da mente existe o argumento de que a criança autista não tenha habilidade de responsabilizar outra pessoa por seus atos nem de colocar-se no lugar do outro. Crianças com transtorno desafiador opositivo têm comportamentos hostis, desafiadores e desobedientes em relações com adultos ou outras crianças. As principais características observadas são a perda de paciência, discussões em geral com figuras que representam autoridade como pais, avós, professores, responsabilizar outras pessoas por seus atos, essa criança se aborrece com facilidade, é agressiva e pode mostrar ideia de vingança. Os sintomas podem aparecer nos mais variados ambientes, mas é em sala de aula que é mais observado, esses comportamentos não apresentam sérias violações de normas sociais ou direitos básicos como ocorre com o transtorno de conduta. Estudos comprovam que esse transtorno ocorre em sua maioria em meninos com idade entre cinco a oito anos. 
Quando se fala sobre comportamento infantil, alguns cuidados devem ser levados em consideração segundo o autor, e os que trazem consequências ou efeitos negativos devem ser levados em consideração. As crianças autistas poderão ter dificuldades para brincar e se relacionar, e esse comportamento poderá trazer certo prejuízo social. Em crianças com autismo a limitação da linguagem e da compreensão tornam mais difícil expressar o que querem ou o que sentem, e à vezes podem se tornar agressivas, não por terem intenção se assim o serem, mas sim para se fazer entender, os comportamentos devem ser observados de perto, analisar o que aconteceu antes de determinada atitude, qual foi a resposta, e quais foram as consequências.  
De acordo com o autor, o autismo ainda não tem cura, então não é indicado tratamentos alternativos que são considerados ineficazes e por vezes controversos pela medicina, os médicos alertam que esses tratamentos podem ser até prejudiciais à saúde da criança. O primeiro passo para o tratamento do autismo é a elaboração do Plano Individual de Tratamento. Esse plano consiste em um projeto de tratamento que leva em consideração as principais necessidades individuais da criança com autismo, e saber identificar essas necessidades de cada criança é fundamental para a criação desse plano. O tratamento para o espectro autista é moderno e baseado em estudos científicos, e englobam diversas intervenções a serem decididas pela equipe médica com base nas demandas de cada criança e de sua família, as principais modalidades são: psicoeducação, orientação de pais, grupos de apoio, acompanhamento escolar, terapêutico, fonoaudiologia, medicação, terapia ocupacional e de reorganização social. É importante ressaltar que o uso de medicamentos deverá ser utilizado somente com prescrição médica no caso de sintomas que atrapalhem o funcionamento global da criança. 
Crianças com autismo poder ter dificuldades de entender o ambiente e compreender as regras sociais, a criação de um quadro de rotina é uma técnica eficiente para ajudar as crianças a se organizarem, mostrar para essas crianças o que acontecerá durante o dia é uma forma de auxiliá-las a entender e aceitar as atividades, antecipar mudanças na rotina também é importante para que a criança acostume-se a quebra da rotina. O uso de objetos faz-se importante para lembrar que é hora de algo ser feito, o autor usa como exemplo a utilização da toalha para mostrar que é hora do banho, um outro recurso citado como método de auxílio para lidar com o autista é a criação de um espaço calmo para que a criança possa utilizar quando estiver nervoso ou quando houver algum tipo de barulho que o incomode, fones de ouvido com isolamentos acústicos também são recomendados. Outra importante informação citada é que sempre se deve deixar claro o que a criança deve fazer, ter em mãos recursos que possam chamar sua atenção como livros para colorir ou jogos. A criança autista precisa ser inserida no meio social, e alguns recursos são importantes nessa situação: Histórias Sociais, que são descrições curtas tipo frases com comandos simples: “Quando fico bravo não posso bater”, e mostrar o desenho para a criança ajudam a reforçar como a criança deve se comportar adequadamente, o antes e depois de cada comportamento inadequado, sempre com desenhos representativos de cada cena são facilitadores do processo. 
Outros recursos podem ser utilizados como cronômetros para controle de tempo de brincadeiras, tabela de pontos ou carinha felizes pontuando ou elogiando comportamentos, assim como a carinha triste ou o ponto negativo para comportamentos inadequados. Essas informações são importantes para auxiliar pais e familiares a lidarem da melhor forma com as crianças autistas e tornarem essa convivência harmônica e contributiva para ambos, mas é importante frisar que durante uma crise as crianças podem perder o controle físico e emocional, é necessário que o adulto leve sempre a segurança da criança em primeiro plano e livre-a de qualquer risco à sua segurança ou de outras pessoas, o comportamento que ofereça riscos para si própria ou outras pessoas deve ser acompanhado por ajuda especializada. 
Estudos mostram que estímulos cerebrais adequados podem reprogramar funções motoras. As terapias comportamentais têm como princípio estimular as crianças com técnicas e métodos de modificação do comportamento para que o cérebro crie novos caminhos e aprenda a usar essas mudanças de forma adequada e definitiva, as técnicas são as mais diversas que trabalham interação social, comportamento verbal, brincar funcional e aprendizados no geral. As técnicas estudadas são utilizadas de forma a auxiliarem sempre de forma positiva no tratamento do espectro autista, os comportamentos positivos são reforçados, enquanto os negativos são contidos.  
No decorrer da leitura do livro foi possível perceber que o autismo atualmente vem sendo tratado com mais atenção, pesquisas e estudos vem ajudando a desvendar vários fatores que podem desencadear a doença, vale aqui pontuar que há alguns anos o autismo não era tratado como uma síndrome isolada, e que já foi confundida até com Síndrome de Down, no entanto, com o aumento da demanda de crianças que nasceram com essa síndrome, o autismo vem ganhando destaque na medicina e sendo tratado como problema de saúde pública, e por fim recebendo a atenção que de fato merece, então estudos direcionados vem buscando formas mais eficazes de tratamento e acompanhamento médico especializado. Essa atenção conta com novas técnicas mais apropriadas para cada caso, já que o espectro autista pode apresentar vários sintomas associados ou não à outras doenças, a cada portador deve receber acompanhamento digno da família, da equipe médica e da sociedade em que convive.  
Faz-se necessário que o primeiro apoio ao autista venha do seu lar, os pais e familiares são muito importantes no acompanhamento e socialização da criança autista, devem atuar sempre com muito carinho e paciência, respeitando limites, promovendo ambiente propício para o desenvolvimento das atividades, fazendo acompanhamento médico indicado e intervindo sempre que for necessário. A equipe médica precisa estar sempre atualizada nas pesquisas e formas de tratamento, auxiliando sempre o paciente e seus familiares, atender a todos os envolvidos sem distinção de poder aquisitivo ou grau de instrução. A sociedade precisa aceitar e respeitar o autista que é portador de uma doença e que seu comportamento inadequadoou não independe de sua vontade, então respeito e compreensão é o mínimo que se espera das pessoas envolvidas em qualquer âmbito. Convém aqui citar que vários estudos estão sendo realizados, e, que a comunidade escolar também é de grande importância no auxílio aos pais, familiares e médicos, os professores podem e devem auxiliar sempre informando sobre comportamentos diferentes das crianças, mesmo quando essas ainda não tiverem sido diagnosticadas, lembrando que quanto mais cedo for iniciado o acompanhamento, as chances de sucesso no tratamento serão maiores.

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