Prévia do material em texto
04/05/2020 1 HIDRÁULICA APLICADA ▪ Prof. Me. Michelle Trevisan ▪ Escola de Engenharia Civil ▪ Michelle.silva@imed.edu.br CONDUTOS LIVRES ▪ CONDUTOS LIVRES ▪ São aqueles em que o líquido apresenta pelo menos uma superfície livre (de sua seção) sobre a qual atua a pressão atmosférica. 04/05/2020 2 CONDUTOS LIVRES ▪ Os melhores exemplos de condutos livres são os cursos de águas naturais. CONDUTOS LIVRES ▪ Estes escoamentos tem um grande número de aplicações práticas na engenharia, estando presente em áreas como o saneamento, a drenagem urbana, irrigação, hidroelétricas, navegação e conservação do meio ambiente. 04/05/2020 3 CONDUTOS LIVRES CONDUTOS LIVRES 04/05/2020 4 CONDUTOS LIVRES ▪ São, pois, considerados canais, todos os condutos que conduzem águas com uma superfície livre, com seção aberta ou fechada. CONDUTOS LIVRES ▪ Os escoamentos em condutos livres diferem dos que ocorrem em condutos forçados ou sob pressão porque o gradiente de pressão não é relevante. ▪ No escoamento em condutos livres a distribuição de pressão pode ser considerada como hidrostática e o agente que proporciona o escoamento é a gravidade. 04/05/2020 5 CONDUTOS LIVRES ▪ O movimento não depende, como nos condutos forçados, da pressão existente. ▪ O movimento depende da inclinação do fundo do canal e da superfície da água. CONDUTOS LIVRES ▪ Apesar da hipotética semelhança nos escoamentos livres e sob pressão, os livres são mais complexos e com resolução mais sofisticada pois as variáveis são interdependentes com variação no tempo e espaço. 04/05/2020 6 ▪ A compreensão, interpretação e o dimensionamento de condutos livres são importantes nos aspectos econômico, ecológico e social em atividades do desenvolvimento: drenagem, irrigação, contenção e previsão de cheias, diagnósticos e estudos de impacto ambiental, modelagem, navegação, transporte e tratamento de esgoto, proteções, entre outras. CONDUTOS LIVRES CONDUTOS LIVRES ▪ FORMAS DOS CANAIS ▪ Circular ou semicircular; ▪ Retangular ou quadrado; ▪ Trapezoidal; ▪ Irregular. 04/05/2020 7 CONDUTOS LIVRES CONDUTOS LIVRES 04/05/2020 8 CONDUTOS LIVRES ▪ A diversidade das formas das seções torna geralmente difícil defini-los por uma única dimensão, como o DIÂMETRO, por exemplo nos condutos circulares. ▪ Deve-se por isso recorrer ao: RAIO HIDRÁULICO OU RAIO MÉDIO CONDUTOS LIVRES ▪ PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS ▪ B = largura superficial ▪ A = área molhada ▪ P = perímetro molhado ▪ Y = profundidade (fundo à superfície) ▪ Yh = A/B = Profundidade hidráulica ▪ Rh = raio hidráulico = Am/Pm 04/05/2020 9 CONDUTOS LIVRES ▪ RAIO HIDRÁULICO OU RAIO MÉDIO ▪ É a relação entre a área da seção molhada e o respectivo perímetro molhado, que é o perímetro da água em contato com a parede, excluindo a superfície livre. CONDUTOS LIVRES ▪ RAIO HIDRÁULICO OU RAIO MÉDIO ▪ É a relação entre a área da seção molhada e o respectivo perímetro molhado, que é o perímetro da água em contato com a parede, excluindo a superfície livre. Área Molhada (AM) Perímetro Molhado (PM) 04/05/2020 10 ▪ Caracterização da forma dos canais ▪ Área Molhada (Am) ▪ Parte da seção transversal que é ocupada pelo líquido; ▪ Área útil ocupada pelo líquido. CONDUTOS LIVRES ▪ Caracterização da forma dos canais ▪ Perímetro Molhado (PM) ▪ Comprimento da linha de contato entre a água, as paredes e o fundo do canal. ▪ Perímetro este, em corte transversal do canal. CONDUTOS LIVRES 04/05/2020 11 CONDUTOS LIVRES ▪ A tabela apresenta a área molhada, o perímetro molhado e o raio hidráulico de algumas seções usuais: Forma da seção Altura da água (y) Área molhada Perímetro molhado Raio Hidráulico Observações Condutos fechados Circular * D 3,14r2 6,28r 0,500r D (diâmetro) Circular 0,75D 2,53r2 4,19r 0,603r r (raio) Circular 0,67D 2,24r2 3,84r 0,583r Circular 0,50D 1,57r2 3,14r 0,500r Circular 0,25D 0,614r2 2,09r 0,293r Triangular 90o * H H2 2,83H H/2,83 H = altura Condutos abertos Retangular y by b+2y by/(b+2y) y=profundidade Semi-circular ** Trapezoidal ** 04/05/2020 12 CONDUTOS LIVRES ▪ SEÇÕES COM GEOMETRIAS CONHECIDAS CONDUTOS LIVRES ▪ SEÇÕES COM GEOMETRIAS CONHECIDAS 04/05/2020 13 CONDUTOS LIVRES ▪ Os canais artificiais são os mais empregados em obras de macrodrenagem, em particular como na escavação nos leitos de córregos e riachos naturais. ▪ A utilização de uma seção artificial pré-moldada ou construída no local é uma decisão que varia caso a caso, em função dos custos de escavação, revestimento, condições para execução das obras e remoção e reassentamento de populações. CONDUTOS LIVRES ▪ O escoamento em condutos livres pode ser: 04/05/2020 14 CONDUTOS LIVRES ▪ Assim como nos condutos forçados de seção circular, o tipo de escoamento também é definido pelo número de Reynolds: Onde: RH = Raio Hidráulico; V = velocidade média; = viscosidade cinemática do fluido. CONDUTOS LIVRES ▪ PARA CONDUTOS LIVRES: ▪ Se Re < 500 Escoamento Tipo Laminar; ▪ Se 500 < Re < 1000 Escoamento de Transição; ▪ Se Re > 1000 Escoamento Tipo Turbulento. 04/05/2020 15 CONDUTOS LIVRES ▪ Num conduto livre de declividade constante há movimento uniforme quando a seção de escoamento é constante em forma e dimensões, pois conforme a equação da continuidade... ▪ A profundidade da água é constante ao longo do conduto e a superfície da água é paralela ao fundo. Q = A1.v1 = A2.v2 = ... CONDUTOS LIVRES ▪ Ainda, considerando-se que o movimento seja permanente neste conduto, é necessário para isso, que a quantidade de líquido que entra seja constante em relação à que sai. ▪ Não havendo novas entradas e nem saídas de líquido, a vazão será sempre a mesma e o movimento será permanente (com permanência de vazão). 04/05/2020 16 CONDUTOS LIVRES ▪ Se a profundidade e a velocidade forem constantes (para isso a seção de escoamento não pode ser alterada), o movimento será uniforme desde que a natureza de suas paredes seja sempre a mesma. CONDUTOS LIVRES ▪ Variações de declividade devido à defeitos construtivos podem provocar mudanças no regime de escoamento. ▪ Esses defeitos dificilmente podem ser corrigidos depois de concluída a obra. 04/05/2020 17 CONDUTOS LIVRES ▪ Devido às incertezas no dimensionamento hidráulico, deve- se prever uma faixa de segurança adicional na altura da obra, denominada borda livre, que é a distância vertical entre o topo do canal e a superfície livre da água nas condições de projeto ▪ De acordo com Chow, adotam-se usualmente, bordas livres entre 5 a 30% da profundidade de escoamento de projeto. CONDUTOS LIVRES ▪ BORDA LIVRE DOS CANAIS ▪ Em canais abertos e fechados, deve-se prever uma folga de 20 a 30% de sua altura, acima do nível d’água máximo do projeto. ▪ Este acréscimo representa uma margem de segurança contra possíveis elevações do nível dá água acima do calculado, o que poderia causar trasbordamento. 04/05/2020 18 CONDUTOS LIVRES ▪ BORDA LIVRE DOS CANAIS CONDUTOS LIVRES ▪ VAZÃO DE ESCOAMENTO EM CONDUTOS LIVRES ▪ Onde: ▪ Q = vazão de escoamento ▪ AM = Área molhada ▪ V = velocidade de escoamento ▪ Então é necessário conhecermos, além da área molhada da seção, a velocidade de escoamento do líquido que está sendo escoado. Q = AM . V 04/05/2020 19 CONDUTOS LIVRES CONDUTOS LIVRES ▪ VELOCIDADE DE ESCOAMENTO EM CONDUTOS LIVRES ▪ A expressão fundamental, para a velocidade de escoamento em condutos livres foi proposta em 1775, e é a Fórmula de CHÉZY. ▪ Onde: ▪ C = Coeficiente de resistência; ▪ RH = Raio Hidráulico em m; ▪ I = Declividade em m/m. 04/05/2020 20 CONDUTOS LIVRES ▪ VELOCIDADE DE ESCOAMENTO EM CONDUTOS LIVRES ▪ O valor de C era, na época, suposto independente da rugosidade das paredes. ▪ A conhecida equação de Chezy foi derivada do conceito de escoamento uniforme, no qual a profundidade é constante ao longo do canal, e a linha de água resultante é paralela ao fundo. ▪ Os modernosconhecimentos sobre a turbulência indicam que o coeficiente C depende da relação viscosidade-inércia do fluido, da geometria da seção, da rugosidade relativa dos contornos e do regime de escoamento. CONDUTOS LIVRES ▪ FÓRMULAS EMPÍRICAS (PRÁTICAS) PARA O CÁLCULO DA VELOCIDADE NOS CONDUTOS LIVRES FÓRMULA DE BAZIN: Sendo que C: HRY C /1 87 + = 04/05/2020 21 CONDUTOS LIVRES ▪ O coeficiente γ depende da natureza das paredes, sendo: Categoria Descrição γ 1 2 3 4 5 6 Condutos muito liso Condutos lisos Alvenaria de pedra bruta Canais de terra de paredes regulares Canais de terra comum Canais de terra muito irregulares 0.06 0.16 0.46 0.85 1.30 1.75 CONDUTOS LIVRES ▪ Valores de y propostos por H. W. King para a fórmula de BAZIN Classe de Material Muito Bom Bom Regular Mau Manilhas de cerâmica 0,06 0,22 0,33 0,5 Drenos de barro 0,11 0,17 0,28 0,5 Alvenaria de tijolos e cimento 0,14 0,22 0,33 0,5 Superfície lisas de cimento 0 0,06 0,14 0,22 Superfícies revestidas com cimento 0,06 0,11 0,22 0,33 Tubos de concreto 0,14 0,22 0,33 0,41 Calhas de madeira aparelhadas 0 0,14 0,22 0,28 Calhas de madeira não aparelhadas 0,06 0,22 0,28 0,33 Canais revestidos com concreto 0,14 0,28 0,41 0,55 Alvenaria de pedra cortada 0,5 0,69 1,05 1,38 Alvenaria de pedra bruta 1,05 1,38 1,6 1,75 Alvenaria de pedra lavrada 0,22 0,28 0,36 0,5 Condutos metálicos lisos 0,06 0,14 0,22 0,33 Condutos de metal corrugado 0,88 1,05 1,21 1,38 Canais de terra em boas condições 0,5 0,69 0,88 1,05 Canais de terra com vegetação e rochas 1,05 1,38 1,75 2,1 Canais escavados em rocha 1,38 1,75 2,04 2,32 Cursos de água naturais em boas condições 1,05 1,38 1,75 2,1 Cursos de água naturais com vegetação, rochas 1,75 2,42 3,48 4,85 04/05/2020 22 CONDUTOS LIVRES ▪ FÓRMULAS EMPÍRICAS (PRÁTICAS) PARA O CÁLCULO DA VELOCIDADE NOS CONDUTOS LIVRES FÓRMULA DE KUTTER: Sendo que C: ▪ Sendo muito comum o emprego de m = 0,35 para tubulações de redes urbanas de esgotos. CONDUTOS LIVRES ▪ FÓRMULAS EMPÍRICAS (PRÁTICAS) PARA O CÁLCULO DA VELOCIDADE NOS CONDUTOS LIVRES FÓRMULA DE MANNING: Sendo que C: 04/05/2020 23 CONDUTOS LIVRES ▪ FÓRMULA DE MANNING: n= 0,010 paredes muito lisas; n= 0,011 canais de chapas com rebites embutidos, tubos de cimento e de fundição em perfeitas condições; n= 0,012 canais de paredes de cimento muito liso; n= 0,013 canais com reboco de cimento liso com curvas de raio limitado e águas não completamente limpas; (esse é o valor usual para coletores de esgoto) n= 0,014 canais com paredes de cimento não completamente lisas, de madeira aplainada e lixada; n= 0,018 paredes de cimento rugoso; n= 0,020 paredes de alvenaria em más condições de manutenção, ou alvenaria de pedregulhos; n= 0,025 para paredes de terra, com vegetação no fundo e nos taludes; n= 0,030 canais de terra com vegetação normal, fundo com cascalhos ou irregular por causa de erosões, revestidos com pedregulhos e vegetação CONDUTOS LIVRES ▪ VELOCIDADES E DECLIVIDADES LIMITES ▪ Para o perfeito funcionamento dos condutos livres, recomenda-se certos limites para a velocidade de escoamento da água. ▪ Quando a velocidade pequena: ▪ propicia a deposição de materiais em suspensão. ▪ Quando a velocidade grande: ▪ propicia a erosão das paredes. 04/05/2020 24 CONDUTOS LIVRES ▪ VELOCIDADES E DECLIVIDADES LIMITES ▪ Em qualquer um dos casos a seção de escoamento é alterada, piorando as condições de funcionamento do conduto; ▪ Em geral, recomenda-se limitar as velocidades mínimas entre 0,40 m/s e 0,90 m/s, como forma de prevenir a deposição de siltes e materiais mais finos. ▪ Alguns autores sugerem ainda, que uma velocidade mínima da ordem de 0,75 m/s é suficiente para impedir o crescimento de vegetação no interior e juntas dos condutos.. CONDUTOS LIVRES ▪ VELOCIDADES E DECLIVIDADES LIMITES ▪ Quanto as máximas devem ficar de acordo com a tabela ao lado: ▪ Pela fórmula de CHEZY, verifica-se que a velocidade decresce junto com a declividade. Tipo de material Velocidade média e máxima (m/s) Galerias: revestidas de concreto 4,5 revestidas de tijolos 4,5 Tubos: aço e ferro fundido 3,6 - 6,0 concreto 3,0 - 4,5 madeira 4,5 Túneis: não revestidos 3,6 revestidos de concreto 3,0 - 4,5 revestidos de aço 3,6 - 6,0 Calhas: qualquer tipo menor do que a velocidade crítica Canais: terra comum 0,75 - 0,90 areia 0,30 - 0,60 cascalho compactado em argila firme 1,5 - 1,8 rochas 2,4 - 4,5 Canais revestidos de concreto 3,0 - 4,5 04/05/2020 25 CONDUTOS LIVRES CONDUTOS LIVRES 04/05/2020 26 CONDUTOS LIVRES ▪ CONDUTOS DE SEÇÃO SEMI-CIRCULAR ▪ As seções circulares ou semicirculares são as que apresentam menor perímetro molhado e o maior raio hidráulico por unidade de área do conduto. ▪ São por isso, SEÇÕES ECONÔMICAS IDEAIS. ▪ A vazão de escoamento será: Q = AM. v CONDUTOS LIVRES ▪ CONDUTOS DE SEÇÃO SEMI-CIRCULAR Forma da seção Altura da água (y) Área molhada Perímetro molhado Raio Hidráulico Observações Condutos fechados Circular * D 3,14r2 6,28r 0,500r D (diâmetro) Circular 0,75D 2,53r2 4,19r 0,603r r (raio) Circular 0,67D 2,24r2 3,84r 0,583r Circular 0,50D 1,57r2 3,14r 0,500r Circular 0,25D 0,614r2 2,09r 0,293r Triangular 90o * H H2 2,83H H/2,83 H = altura Condutos abertos Retangular y by b+2y by/(b+2y) y=profundidade Semi-circular ** Trapezoidal ** 04/05/2020 27 CONDUTOS LIVRES ▪ CONDUTOS DE SEÇÃO SEMI-CIRCULAR CONDUTOS LIVRES ▪ CONDUTOS DE SEÇÃO RETANGULAR OU QUADRADA ▪ Geralmente é adotada nos canais de concreto e nos canais abertos em rocha, mas pode ser adotada em outras situações como nas calhas receptoras da água da chuva ▪ Tratando-se de seção retangular, a mais favorável é aquela para a qual a base b é o dobro da altura a. 04/05/2020 28 CONDUTOS LIVRES ▪ CONDUTOS DE SEÇÃO RETANGULAR OU QUADRADA ▪ Am = b.a ▪ Pm = 2.a+b ▪ RH = Am/Pm CONDUTOS LIVRES ▪ CONDUTOS DE SEÇÃO TRAPEZOIDAL ▪ As seções trapezoidais são muito usadas para canais abertos em aterro natural, dependendo do ângulo dos taludes e da natureza do mesmo. 04/05/2020 29 CONDUTOS LIVRES ▪ CONDUTOS DE SEÇÃO TRAPEZOIDAL ▪ Em geral ângulos maiores que 45º somente devem ser utilizados quando as paredes são revestidas com alvenaria ou concreto. CONDUTOS LIVRES ▪ CONDUTOS DE SEÇÃO TRAPEZOIDAL ▪ Am = b.h + h² . cotg θ ▪ Pm = b + 2. (h/senθ) ▪ RH = Am/Pm 04/05/2020 30 CONDUTOS LIVRES ▪ REGIMES DE ESCOAMENTO NOS CONDUTOS LIVRES 04/05/2020 31 CONDUTOS LIVRES ▪ REGIMES DE ESCOAMENTO NOS CONDUTOS LIVRES ▪ “Se ao longo do tempo o vetor velocidade não se alterar em grandeza e direção, em qualquer ponto determinado de um líquido em movimento, o escoamento é dito permanente.” CONDUTOS LIVRES ▪ NUM CONDUTO LIVRE ▪ DECLIVIDADE E SEÇÃO CONSTANTES ▪ HÁ MOVIMENTO UNIFORME ▪ QUANDO: SEÇÃO DE ESCOAMENTO É CONSTANTE EM FORMA E DIMENSÕES. 04/05/2020 32 CONDUTOS LIVRES ▪ A grande maioria dos escoamentos em condutos livres (ou canais) ocorre com regime turbulento. CONDUTOS LIVRES ▪ ESCOAMENTO PERMANENTE ▪ O vetor velocidade não se altera em grandeza e direção, em qualquer ponto determinado de um líquido em movimento. ▪ A quantidade de líquido que entra seja constante em relação à que sai. ▪ Não havendo novas entradas e nem saídas de líquido, a vazão será sempre a mesma. 04/05/2020 33 CONDUTOS LIVRES ▪ ESCOAMENTO PERMANENTE UNIFORME ▪ Velocidade e vazão constantes (permanente) ▪ Se a profundidade for constante (seção de escoamento não pode ser alterada), o movimento será uniforme e o conduto livre (ou canal) será chamado de uniforme desde que a natureza de suas paredes seja sempre a mesma. ▪ Nesse caso a linha d’água será paralela ao fundo do canal. CONDUTOS LIVRES ▪ Dependendo da relação entre magnitude das forças de inércia e gravitacionais, os escoamentos são também divididos em: ▪ SUBCRÍTICOS (ou FLUVIAL) ▪ CRÍTICOS ▪ SUPERCRÍTICOS (ou TORRENCIAL) 04/05/2020 34 CONDUTOSLIVRES ▪ O parâmetro utilizado para isso é o NÚMERO DE FROUDE (adimensional): ▪ Onde: ▪ v - é a velocidade característica do escoamento. ▪ y - é a profundidade hidráulica, definida como sendo a área da seção de escoamento pela largura superficial. ▪ g - é a aceleração da gravidade. CONDUTOS LIVRES ▪ O NÚMERO DE FROUDE é um adimensional extremamente importante na Hidráulica ▪ Representa a razão entre forças inerciais e gravitacionais que atuam no escoamento. ▪ Assim, se houver preponderância das forças gravitacionais, tem-se que o denominador é maior que o numerador na equação de Froude e vice-versa. 04/05/2020 35 CONDUTOS LIVRES ▪ Atinge-se o fator crítico, na qual as forças de inércia e gravitacionais estão em equilíbrio. ▪ Corresponde a energia específica mínima, ou seja... ▪ REGIME CRÍTICO DE ESCOAMENTO Se F = 1 CONDUTOS LIVRES ▪ Tem-se o Regime Subcrítico (ou Regime Fluvial) ▪ Predominando as forças gravitacionais; ▪ O escoamento subcrítico ou fluvial caracteriza-se pelas velocidades menores, pouca turbulência, ausência de ondas superficiais, típico dos cursos d’água naturais com baixa declividade em regime normal. Se F < 1 04/05/2020 36 CONDUTOS LIVRES ▪ O denominador do número de Froude é a velocidade de propagação das ondas superficiais em águas rasas. ▪ Daí conclui-se: ▪ Escoamento é subcrítico: ▪ A velocidade v é menor que a velocidade de propagação das ondas superficiais. ▪ Logo, as perturbações propagam-se tanto para montante como para jusante CONDUTOS LIVRES ▪ O escoamento está em estado de Regime Supercrítico (ou Regime Torrencial) ▪ As forças de inércia são predominantes. ▪ O escoamento supercrítico ou torrencial caracteriza-se pelas velocidades significativas, turbulência, ondas superficiais, típico dos canais artificiais com alta vazão ou declividade de fundo ou cursos d’água “encachoeirados” ou com cascatas. Se F > 1 04/05/2020 37 CONDUTOS LIVRES ▪ O denominador do número de Froude é a velocidade de propagação das ondas superficiais em águas rasas. ▪ Daí conclui-se: ▪ Escoamento é supercrítico: ▪ A velocidade v é maior que a velocidade de propagação das ondas superficiais. ▪ Logo, as perturbações que ocorrem a jusante não podem afetar o escoamento a montante dos canais. CONDUTOS LIVRES ▪ As situações práticas em que são observadas mudanças de regime de escoamento são diversas, podendo-se citar algumas correspondentes à passagem do escoamento subcrítico a supercrítico: ▪ passagem de uma declividade supercrítica para uma declividade subcrítica; ▪ queda livre, a partir de uma declividade subcrítica a montante; ▪ escoamento junto à crista de vertedores. ▪ saídas de comportas 04/05/2020 38 CONDUTOS LIVRES CONDUTOS LIVRES ▪ RESSALTO HIDRÁULICO ▪ Corresponde a um escoamento bruscamente variado, caracterizado por uma grande turbulência e uma acentuada dissipação de energia. 04/05/2020 39 CONDUTOS LIVRES ▪ RESSALTO HIDRÁULICO CONDUTOS LIVRES ▪ RESSALTO HIDRÁULICO ▪ Caracteriza-se pelo conflito entre o controle do escoamento de montante e jusante num mesmo ponto do canal. ▪ O salto ou ressalto hidráulico é a sobreelevação brusca da superfície líquida. ▪ Para ocorrer o ressalto hidráulico é necessário que a profundidade seja inferior à crítica. 04/05/2020 40 CONDUTOS LIVRES ▪ REGIME SUBCRÍTICO REGIME SUPERCRÍTICO ▪ Em geral essa passagem não é feita de modo gradual. ▪ Ocorrência de um fenômeno bastante importante na Engenharia Hidráulica: ▪ RESSALTO HIDRÁULICO CONDUTOS LIVRES ▪ O RESSALTO HIDRÁULICO PODE APRESENTAR: ▪ a) Salto elevado, com um grande turbilhonamento, que faz certa porção do líquido rolar contra a corrente (figura a). ▪ b) Superfície agitada, porém sem remoinho e sem retorno do líquido. Essa segunda forma ocorre quando a profundidade inicial não se encontra muito abaixo do valor crítico. 04/05/2020 41 CONDUTOS LIVRES ▪ RESSALTO HIDRÁULICO ▪ Nos canais com escoamento uniforme o regime de escoamento poderá se alterar, passando a variado em consequência de mudanças de declividade, variação de seção e presença de obstáculos. ▪ Até mesmo em coletores de esgotos, concebidos como canais de escoamento uniforme, ocorrem condições de remanso e ressaltos de água onde o movimento se afasta da uniformidade. CONDUTOS LIVRES 04/05/2020 42 CONDUTOS LIVRES ▪ RESSALTO HIDRÁULICO ▪ O ressalto hidráulico ocorre quando há a passagem do regime de escoamento de supercrítico para subcrítico em curta distância, com o aparecimento de turbilhões e de grande dissipação de energia. ▪ Nos canais de drenagem é usual a ocorrência de ressaltos nos alargamentos de seção e nas mudanças de uma declividade forte para outra suave. CONDUTOS LIVRES 04/05/2020 43 CONDUTOS LIVRES ▪ RESSALTO HIDRÁULICO ▪ A definição da localização do ressalto hidráulico também é muito importante, tendo em vista a eventual necessidade de proteção na região de ocorrência, em função da forte dissipação de energia e da consequente possibilidade de erosão. ▪ Para efetuar sua determinação é necessário que sejam determinadas suas linhas de carga à montante e à jusante, a partir das profundidades conhecidas. CONDUTOS LIVRES ▪ RESSALTO HIDRÁULICO ▪ A localização do ressalto também pode ser definida a partir do conceito de força específica. A força específica é a soma do fluxo da quantidade de movimento na seção (q/gy²) com a força resultante da pressão hidrostática. ▪ Tendo em vista os problemas associados aos escoamentos críticos e supercríticos, o dimensionamento de canais deverá ser efetuado preferencialmente em regime subcrítico. 04/05/2020 44 CONDUTOS LIVRES CONDUTOS LIVRES ▪ Quando se executa uma barragem em um rio, fazemos uma represa que altera a seção e o escoamento do rio deixa de ser uniforme. ▪ A barragem causa sobreelevação das águas, influenciando o nível da água a uma grande distância a montante. ▪ É isso que se denomina REMANSO HIDRÁULICO. 04/05/2020 45 CONDUTOS LIVRES ▪ A delimitação dessa influência das barragens constitui importante problema de engenharia, intimamente relacionado a questões tais como delimitação de áreas inundadas, volumes de água acumulados, variação das profundidades, etc. CONDUTOS LIVRES ▪ CARGAS EXISTENTES NOS CANAIS 04/05/2020 46 CONDUTOS LIVRES ▪ CARGAS EXISTENTES NOS CANAIS ▪ O princípio básico que rege o escoamento em canais é o da conservação da energia total efetiva, expresso pela Lei de Bernoulli. ▪ A utilização prática de Bernoulli pressupõe o conhecimento das perdas de energia, que são relacionadas aos outros parâmetros do escoamento através da resistência. 𝑧 ▪ CARGAS EXISTENTES NOS CANAIS ▪ A carga total (HT) existente na seção será: CONDUTOS LIVRES 𝑍1 + 𝑃1 𝛾 + 𝑣1 2 2𝑔 = 𝑍2 + 𝑃2 𝛾 + 𝑣2 2 2𝑔 + ℎ𝑓1−2 04/05/2020 47 CONDUTOS LIVRES 𝑍1 + 𝑃1 𝛾 + 𝑣1 2 2𝑔 = 𝑍2 + 𝑃2 𝛾 + 𝑣2 2 2𝑔 + ℎ𝑓1−2 𝑍1 + 𝑦1 + 𝑣1 2 2𝑔 = 𝑍2 + 𝑦2 + 𝑣2 2 2𝑔 + ℎ𝑓1−2 CONDUTOS LIVRES ▪ Em seções a jusante a carga será menor, pois o valor de Z vai se reduzindo para permitir a manutenção do escoamento contra os atritos. POR GRAVIDADE!!! 04/05/2020 48 CONDUTOS LIVRES ▪ Passando-se a tomar como referência o próprio fundo do canal, a carga na seção passa a ser He: ▪ He denomina-se carga específica e resulta da soma da altura de água com a carga cinética ou energia de velocidade. 𝐻𝑒 = 𝑦 + 𝑣2 2𝑔