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Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) LEIA COM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES ABAIXO PARA TER UM MELHOR APROVEITAMENTO DO MATERIAL. Realize as questões SEM CONSULTA, de uma só vez, ou estabeleça um limite por dia; Definido o limite diário, ligue o cronometro na hora de começar a fazer o simulado e desligue quando terminar, é muito importante que você saiba quanto tempo está gastando por item; As questões da prova estarão no formato CERTO ou ERRADO. Fique muito atento, pois uma questão errada anula uma correta; Após resolver as questões, confira o gabarito comentado logo ao final do simulado; Ao realizar a correção, estude o que você errou ou não tinha certeza no gabarito comentado; Caso não ache suficiente, estude por outras fontes, para agregar no seu conhecimento; Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) DICA IMPORTANTE: LEIA COM CALMA CADA ITEM. ESTATÍSTICAS CONFIRMAM QUE A LEITURA RÁPIDA DO ITEM PODE LEVAR O CANDIDATO A NÃO OBSERVAR PONTOS IMPORTANTES, NÃO COMETA ESSE ERRO SE QUER SER APROVADO (A). QUESTÕES DE DIREITO DIREITO PENAL Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 1 - De acordo com o CP, com relação à sucessão das leis penais no tempo, não se aplicam as regras gerais da irretroatividade da lei mais severa, tampouco a retroatividade da norma mais benigna, bem como não se aplica o preceito da ultra-atividade à situação caracterizada pela chamada lei penal em branco. 2 - A revogação de uma norma pela superveniência de outra que disponha sobre a mesma matéria poderá atingir as situações já consumadas sob a égide da lei antiga, afetando os efeitos pretéritos produzidos ou incidindo sobre os efeitos presentes ou futuros de situações passadas ocorridas na vigência da norma revogada. 3 - A eficácia da sentença penal condenatória proferida no estrangeiro depende de homologação tanto para obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis quanto para o reconhecimento da reincidência. 4 - João comete um crime no estrangeiro e lá é condenado a 4 anos de prisão, integralmente cumpridos. Pelo mesmo crime, João é condenado no Brasil à pena de 8 anos de prisão. João ainda deverá cumprir 4 anos de prisão no Brasil. 5 - Legalidade ou reserva legal, anterioridade, retroatividade da lei penal benéfica, humanidade e in dubio pro reo são espécies de princípios constitucionais penais explícitos. 6 - O princípio da humanidade assegura o respeito à integridade física e moral do preso na medida em que motiva a vedação constitucional de pena de morte e de prisão perpétua. 7 - O princípio da responsabilidade pessoal impede que os familiares do condenado sofram os efeitos da condenação de ressarcimento de dano causado pela prática do crime. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 8 - A posse de um único projétil de arma de fogo de uso permitido não configura crime se o agente não possuir arma que possa ser municiada, de acordo com o princípio da ofensividade. 9 - A Escola Clássica adotava a teoria mista, que entende a pena não apenas como retribuição ao infrator pelo mal causado, mas também como medida com finalidade preventiva. 10 - A analogia constitui meio para suprir lacuna do direito positivado, mas, em direito penal, só é possível a aplicação analógica da lei penal in bonam partem, em atenção ao princípio da reserva legal, expresso no artigo primeiro do Código Penal. 11 - Uma das funções do princípio da legalidade é permitir a criação de crimes e penas pelos usos e costumes. 12 - No Brasil, em um primeiro momento, a União Federal pode legislar sobre matéria penal. No entanto, de forma indireta e urgente, leis estaduais podem impor regras e sanções de natureza criminal. 13 - A lei penal incriminadora somente pode ser aplicada a um fato concreto desde que tenha tido origem antes da prática da conduta. Em situações temporárias e excepcionais, no entanto, admite-se a mitigação do princípio da anterioridade. 14 - Desdobramento do princípio da legalidade é o da taxatividade, que impede a edição de tipos penais genéricos e indeterminados. 15 - O princípio da legalidade afasta a aplicação da interpretação extensiva, mas permite a aplicação da analogia de forma ampla e irrestrita. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 16 - Tendo como referência a jurisprudência sumulada dos tribunais superiores, julgue o item a seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação da lei penal e institutos. É possível a aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra a administração pública, desde que o prejuízo seja em valor inferior a um salário mínimo. 17 - Julia, primária e de bons antecedentes, verificando a facilidade de acesso a determinados bens de uma banca de jornal, subtrai duas revistas de moda, totalizando o valor inicial do prejuízo em R$15,00 (quinze reais). Após ser presa em flagrante, é denunciada pela prática do crime de furto simples, vindo, porém, a ser absolvida sumariamente em razão do princípio da insignificância. De acordo com a situação narrada, o magistrado, ao reconhecer o princípio da insignificância, optou por absolver Julia em razão da atipicidade da conduta. 18 – O princípio da legalidade compreende a obediência às formas e aos procedimentos exigidos na criação da lei penal e, principalmente, na elaboração de seu conteúdo normativo. 19 - O princípio da alteridade é violado em caso de proibição de mulher transexual utilizar banheiro público feminino. 20 - O Código Penal adotou o princípio da territorialidade, em relação à aplicação da lei penal no espaço. Tal princípio é absoluto, não admitindo qualquer exceção. 21 - Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo do Conhecimento a aplicação da lei mais benigna. 22 - A lei aplicável para os crimes permanentes será aquela vigente quando se iniciou a conduta criminosa do agente. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 23 - Quando a abolitio criminis se verificar depois do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, extinguir-se-ão todos os efeitos penais e extrapenais da condenação. 24 - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua vigência. 25 - Em sete de janeiro de 2017, João praticou conduta que, à época, configurava crime punível com prisão. O resultado desejado pelo autor, no entanto, foi alcançado somente dois meses depois, ou seja, em sete de março do mesmo ano, momento no qual a conduta criminosa tinha previsão de ser punida com pena menos grave, de restrição de direitos. Nessa situação hipotética, de acordo com a lei penal, João não poderá ser condenado com a pena de prisão em razão da retroatividade da lei mais benéfica. 26 - Na hipótese de abolitio criminis a reincidência permanece como efeito secundário da prática do crime. 27 - O território nacional estende-se a embarcações e aeronaves brasileira de natureza pública, desde que se encontrem no espaço aéreo brasileiro ou em alto-mar. 28 - Crimes à distância são aqueles em que a ação ou omissão ocorre em um país e o resultado, em outro. 29 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se evitável, isenta de pena; se inevitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02(@penalemdicas) 30 - É isento de pena o agente que pratica crime sem violência ou grave ameaça à pessoa, desde que, voluntariamente, repare o dano ou restitua a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa. 31 - O Código Penal estabelece que é crime “praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público” (CP, art. 233). Para interpretar o exato significado da expressão “ato obsceno”, deve o operador do Direito valer-se de elementos sociológicos. 32 - A irretroatividade da lei penal mais gravosa é sempre aplicável, inclusive nos crimes permanentes e nas hipóteses de continuidade delitiva. 33 - Devido ao fato de o crime de lavagem de capitais ser de caráter acessório, a participação do agente no crime antecedente é indispensável à configuração daquele crime. 35 - A prática sequenciada de atos libidinosos e conjunção carnal contra a mesma pessoa, dentro do mesmo contexto fático, configura crime único. 36 - Durante uma festa rave, Bernardo, 19 anos, conhece Maria, e, na mesma noite, eles vão para um hotel e mantém relações sexuais. No dia seguinte, Bernardo é surpreendido pela chegada de policiais militares no hotel, que realizam sua prisão em flagrante, informando que Maria tinha apenas 13 anos. Bernardo, então, é encaminhado para a Delegacia, apesar de esclarecer que acreditava que Maria era maior de idade, devido a seu porte físico e pelo fato de que era proibida a entrada de menores de 18 anos na festa rave. Diante da situação narrada, Bernardo agiu em erro de tipo, tornando a conduta atípica. 37 - Situação hipotética: Um agente, com a livre intenção de matar desafeto seu, disparou na direção deste, mas atingiu fatalmente pessoa diversa, que se encontrava próxima ao Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) seu alvo. Assertiva: Nessa situação, configurou-se o erro sobre a pessoa e o agente responderá criminalmente como se tivesse atingido a pessoa visada. 38 - Adalberto decidiu matar seu cunhado em face das constantes desavenças, especialmente financeiras, pois eram sócios em uma empresa e estavam passando por dificuldades. Preparou seu revólver e se dirigiu até a sala que dividiam na empresa. Parou de fronte ao inimigo e apontou a arma em sua direção, mas antes de acionar o gatilho foi impedido pela secretária que, ao ver a sombra pela porta, decidiu intervir e impedir o disparo. Em face do ocorrido, pode-se afirmar que Adalberto poderá responder por tentativa de homicídio. 39 - O arrependimento posterior incide apenas nos crimes patrimoniais e sua caracterização depende da existência de voluntariedade e espontaneidade do agente. 40 - Com a intenção de praticar um golpe, Luiz pagou diversos produtos comprados em determinada loja com um cheque clonado pré-datado. Antes da data do vencimento do cheque, Luiz, arrependido, retornou à loja e trocou o cheque por dinheiro em espécie, tendo quitado o débito integralmente. A respeito da conduta de Luiz na situação hipotética apresentada, pode-se afirmar que estamos diante de um caso de arrependimento eficaz. 41 - Nos crimes comissivos por omissão, pelo critério nomológico, violam-se normas mandamentais. 42 - Nos crimes comissivos por omissão, a tipicidade é a do tipo comissivo, mas pode também, excepcionalmente, ser a do tipo omissivo. 43 - Nos crimes comissivos por omissão, a falta do poder de agir gera atipicidade da conduta. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 44 - Nos crimes comissivos por omissão, são delitos de mera atividade, que se consumam com a simples inatividade. 45 - Nos crimes comissivos por omissão, no caso de ingerência, a conduta anterior deve ser a produtora do dano ou lesão. 46 - No arrependimento eficaz, o agente interrompe a execução do crime; na desistência voluntária, o resultado é impedido após o agente ter praticado todos os atos. 47 - O arrependimento posterior pode ser aplicado aos crimes cometidos com violência ou grave ameaça. 48 - Em se tratando de tentativa branca ou incruenta, a vítima não é atingida e não sofre ferimentos; se tratar-se de tentativa cruenta, a vítima é atingida e é lesionada. 49 - A diferença entre a tentativa e a tentativa abandonada é que, no primeiro caso, o agente diz “eu consigo, mas não quero” e, no segundo, o agente diz “eu quero, mas não consigo”. 50 - A desistência voluntária e a tentativa abandonada são espécies de arrependimento eficaz. 51 - Antônio, renomado cientista, ao desenvolver uma atividade habitual, em razão da pressa para entregar determinado produto, foi omisso ao não tomar todas as precauções no preparo de uma fase do procedimento laboratorial, o que acabou ocasionando dano à integridade física de uma pessoa. Acerca dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. Embora não tenha desejado o resultado danoso, Antônio poderá ser punido devido à imperícia na execução do procedimento laboratorial. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 52 - Acerca dos institutos penais da desistência voluntária, do arrependimento eficaz e do arrependimento posterior, julgue o item a seguir. De modo geral, a doutrina indica a aplicação da fórmula de Frank quando o objetivo for estabelecer a distinção entre desistência voluntária e tentativa. 53 - Acerca dos institutos penais da desistência voluntária, do arrependimento eficaz e do arrependimento posterior, julgue o item a seguir. É admissível a incidência do arrependimento eficaz nos crimes perpetrados com violência ou grave ameaça. 54 - Após uma discussão em um bar, Pedro decide matar Roberto. Para tanto, dirige-se até sua residência onde arma-se de um revólver. Ato contínuo, retorna ao estabelecimento e efetua um disparo em direção a Roberto. Contudo, erra o alvo, atingindo Antonio, balconista que ali trabalhava, ferindo-o levemente no ombro. Diante do caso hipotético, Pedro praticou, em tese, o(s) crime(s) de homicídio tentado. 55 - Sobre o iter criminis, é correto afirmar: A aferição do início do ato de execução do crime independe do elemento subjetivo do tipo. 56 - Sobre o iter criminis, é correto afirmar: O Código Penal brasileiro adota a teoria subjetiva pura na aferição do início do ato de execução. 57 - Sobre o iter criminis, é correto afirmar: A Lei Antiterrorismo (Lei n° 13.260/2016) prevê a punição de atos preparatórios de terrorismo quando realizado com o propósito inequívoco de consumar o delito. 58 - Sobre o iter criminis, é correto afirmar: A punição da tentativa de crime culposo depende de expressa previsão legal. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 59 - Sobre o iter criminis, é correto afirmar: Em verdadeira regressão garantista, o Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de que a posse mansa e pacífica é necessária à consumação do roubo. 60 - O dolo requer o pleno conhecimento dos elementos do tipo subjetivo, além da vontade de realizá-lo. 61 - A teoria da imputação objetiva limita os casos em que o dolo é excessivo e pode aumentar a pena do réu diante do risco criado. 62 - O momento do dolo não precisa coincidir com o momento da execução da ação, existindo validamente nas figuras do dolo antecedente e subsequente. 63 - O aspecto cognitivo do dolo antepõe-se sempre ao volitivo. 64 - Os tipos omissivos prescindem da verificação do dolo. 65 - De acordo com os principais teóricos do direito penal, a teoria da imputação objetiva se refere especificamente à antijuridicidade. 66 - O crime é doloso quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 67 - Entende-se em legítima defesa quem repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 68 - O estrito cumprimento do dever legal é causa legal de exclusão da ilicitude. 69 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação, relativamente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 70 - A embriaguez completa, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de feitos análogos, exclui a imputabilidade penal. 71 - São requisitos do fato típico a conduta, resultado, nexo causal e tipicidade penal. 72 - No que diz respeito aos critérios utilizados para verificação da imputabilidade penal, o Código Penal vigente adotou, em regra, o critério biopscicológico. 73 - Atinente à aplicação da Lei penal, no princípio da representação, a lei penal brasileira aplica-se aos crimes cometidos em aeronaves e embarcações privadas quando praticados no estrangeiro e aí não sejam julgados. 74 - Prisão em Flagrante, prisão preventiva e prisão temporária são exemplos de prisões penais previstas no ordenamento jurídico brasileiro. 75 - A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são causas excludentes de ilicitude. 76 - O erro de proibição é causa excludente de ilicitude. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 77 - Há excludente de ilicitude em casos de estado de necessidade, legítima defesa, em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito. 78 - Há excludente de tipicidade em casos de estado de necessidade, legítima defesa, exercício regular do direito e estrito cumprimento do dever legal. 79 - A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são causas excludentes de tipicidade. 80 - Em relação ao direito penal, julgue o item a seguir. A culpa imprópria ocorre nas hipóteses de descriminantes putativas em que o agente, em virtude de erro evitável pelas circunstâncias, dá causa dolosamente a um resultado, mas responde como se tivesse praticado um delito culposo. 81 - O dolo direto de segundo grau também é conhecido como dolo de consequências necessárias. 82 - Para a teoria finalista da ação, o dolo e a culpa integram a culpabilidade. 83 - No crime culposo, a imprudência se caracteriza por uma conduta negativa, enquanto a negligência, por um comportamento positivo. 84 - O crime culposo admite como regra a forma tentada. 85 - Na culpa consciente, o agente prevê o resultado como possível, mas com ele não se importa. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 86 - Em relação à aplicação da lei penal e aos institutos do arrependimento eficaz e do erro de execução, julgue o item seguinte. Segundo o Código Penal, no caso de erro de execução, devem-se considerar, para fins de aplicação da pena, tanto as condições ou qualidades da pessoa contra a qual se deseja praticar o delito quanto as condições ou qualidades da pessoa contra a qual efetivamente se praticou o crime. 87 - Se a preparação de flagrante pela polícia impedir a consumação do crime, estará caracterizado crime impossível. 88 - Sandra, jovem de dezessete anos de idade, inabilitada para conduzir veículo automotor, com a devida autorização de seu genitor senhor Getúlio D. Za Tento, saiu para passear com o veículo de propriedade do pai e dirigindo em alta velocidade atropelou Maria das Dores, causando-lhe lesões corporais gravíssimas as quais causaram a morte da vítima. Acerca da situação hipotética proposta, é correto afirmar à luz do Código Penal, que Getúlio responderá por homicídio culposo (crime comissivo por omissão). 89 - A jurisprudência do STF, sobre a consumação do roubo seguido de morte sem subtração da coisa, ultrapassa os limites do conceito de consumação do Código Penal. 90 - A criminalização de atos preparatórios como crimes de perigo abstrato autônomos não é admita pela jurisprudência do STF, por violação do princípio da lesividade. 91 - Em casos de acidente automobilístico sem a morte da vítima, provocado por ingestão de bebida alcóolica, não se pode presumir o dolo eventual, pois há casos em que a imputação subjetiva concreta verifica a tentativa de homicídio culposo. 92 - Por razões de política criminal, o ordenamento jurídico brasileiro tornou as tentativas de contravenção e falta disciplinar na execução penal impuníveis. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 93 - A correta imputação subjetiva do crime tentado requer o dolo de tentar o delito para não incorrer em excesso punitivo, comum no populismo penal contemporâneo. 94 - No arrependimento posterior, o agente busca atenuar os efeitos da sua conduta, sendo, portanto, causa geral de diminuição de pena. Sobre esse instituto podemos afirmar que: A grave ameaça não o tipifica. 95 - No arrependimento posterior, o agente busca atenuar os efeitos da sua conduta, sendo, portanto, causa geral de diminuição de pena. Sobre esse instituto podemos afirmar que: Pode ocorrer em crime cometido com violência, desde que o agente se retrate até a sentença. 96 - No arrependimento posterior, o agente busca atenuar os efeitos da sua conduta, sendo, portanto, causa geral de diminuição de pena. Sobre esse instituto podemos afirmar que: O dano não precisa ser reparado quando o crime foi sem violência. 97 - No arrependimento posterior, o agente busca atenuar os efeitos da sua conduta, sendo, portanto, causa geral de diminuição de pena. Sobre esse instituto podemos afirmar que: Deve operar-se até o recebimento da denúncia ou queixa. 98 - Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia mista, supondo ser funcionário de empresa privada com interesse exclusivamente particular, incide em erro sobre a pessoa. 99 - Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia mista, supondo ser funcionário de empresa privada com interesse exclusivamente particular, incide em descriminante putativa. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 100 - Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia mista, supondo ser funcionário de empresa privada com interesse exclusivamente particular, incide em erro sobre a ilicitude do fato inevitável. 101 - Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia mista, supondo ser funcionário de empresa privada com interesse exclusivamente particular, erro sobre a ilicitude do fato evitável. 102 - Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia mista, supondo ser funcionário de empresa privada com interesse exclusivamente particular, incide em incide em erro de tipo. 103 - A inexigibilidade de conduta diversa constitui causa supralegal de exclusão da ilicitude. 104 - O dolo e a culpa integram, respectivamente, a tipicidade e a culpabilidade, segundo a teoria finalista da ação. 105 - O chamado princípio da insignificância exclui a tipicidade formal da conduta. 106 - A coação moral irresistível constitui causa de exclusão da antijuridicidade. 107 - O consentimento do ofendido pode conduzir à exclusão da tipicidade. 108 - No que toca à relação de causalidade, é correto afirmar que é normativa nos crimes omissivos impróprios. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 109 - No que toca à relação de causalidade, é correto afirmar que a superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado, não se podendo imputar os fatos anteriores a quem os praticou. 110 - No que toca à relação de causalidade, é correto afirmar quea previsão legal de que a omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado, se tinha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância, é aplicável aos crimes omissivos próprios. 111 - No que toca à relação de causalidade, é correto afirmar que se adota em nosso sistema a teoria da conditio sine qua non, distinguindo-se, porém, causa de condição ou concausa. 112 - No que toca à relação de causalidade, é correto afirmar que a teoria da imputação objetiva estabelece que somente pode ser objetivamente imputável um resultado causado por uma ação humana quando a mesma criou, para o seu objeto protegido, uma situação de perigo juridicamente relevante, ainda que permitido, e o perigo se materializou no resultado típico. 113 - O erro sobre a ilicitude do fato exclui a culpabilidade, por não exigibilidade de conduta diversa. 114 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo penal não exclui a possibilidade de punição por crime culposo. 115 - O erro sobre a ilicitude do fato, se evitável, isenta de pena. 116 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo penal exclui a culpabilidade. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 117 - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena, considerando-se as condições ou qualidades da vítima, e não as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. 118 - No que concerne à lei penal no tempo, tentativa, crimes omissivos, arrependimento posterior e crime impossível, julgue o item a seguir. A mãe que, apressada para fazer compras, esquecer o filho recém-nascido dentro de um veículo responderá pela prática de homicídio doloso no caso de o bebê morrer por sufocamento dentro do veículo fechado, uma vez que ela, na qualidade de agente garantidora, possui a obrigação legal de cuidado, proteção e vigilância da criança. 119 - Julgue o item seguinte, a respeito de concurso de pessoas, tipicidade, ilicitude, culpabilidade e fixação da pena. Aquele que for fisicamente coagido, de forma irresistível, a praticar uma infração penal cometerá fato típico e ilícito, porém não culpável. 120 - Mateus tinha em seu poder fotos íntimas de sua ex-namorada Lúcia. Após o fim do namoro, ele exigiu de Lúcia o pagamento de determinada quantia em dinheiro para não publicar as fotos na Internet. Mateus não publicou as fotos e, antes de receber o valor exigido, foi preso. Nessa situação, deve ser imputado a Mateus o crime de tentativa de extorsão. 121 - Ana atirou, intencionalmente, ácido sulfúrico na direção do rosto de César, seu inimigo, que se desviou a tempo e escapou ileso do ataque. Nessa situação, Ana deve responder por tentativa de lesão corporal gravíssima. 122 - Jorge foi detido, em sua residência, pela polícia, na posse de carro cuja numeração do chassi ele havia adulterado para posterior venda. Nessa situação, Jorge deve ser responsabilizado pela prática de tentativa de estelionato, entre outros crimes. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 123 - Mauro, sabendo que sua vizinha, Maria, apresentava quadro depressivo e considerava pôr fim à própria vida, entregou-lhe uma dose letal de veneno. Maria, no entanto, deixou cair parte da dose, tendo ingerido apenas pequena porção do veneno e, após lavagem estomacal, sobreviveu sem danos físicos. Nessa situação, deve ser imputada a Mauro a prática de auxílio a suicídio. 124 - Silas, que cumpre pena por sentença transitada em julgado, foi escoltado para assistir ao enterro da mãe. No cemitério, ele agrediu e feriu o policial que o escoltava e correu em direção ao portão de entrada, tendo sido detido por populares antes de sair do local. Nessa situação, Silas deverá responder por tentativa de evasão, com redução de pena entre um e dois terços. 125 - O erro de tipo essencial invencível exclui o dolo, mas permite a punição de crime culposo, se previsto em lei. 126 - O estado de necessidade agressivo ocorre quando o ato necessário se dirige contra a coisa que promana o perigo para o bem jurídico defendido. 127 - No caso de excesso culposo da legítima defesa, embora o agente somente possa resultar punido com a pena do crime culposo, quando prevista em lei esta estrutura típica, a vontade deste é dirigida ao resultado, de modo que age, na realidade, dolosamente, mas, por erro vencível ou evitável, não sabe que transpôs os limites legais da causa de justificação e exercita defesa desnecessária. 128 - Nas discriminantes putativas, quando o erro recair sobre os limites ou o alcance da justificativa, estaremos diante do erro de tipo permissivo. 129 - Tanto a legítima defesa como o estado de necessidade possuem o caráter de agressão autorizada a bens jurídicos, com diferença, entretanto, de que no estado de Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) necessidade ocorre uma ação predominantemente defensiva com aspectos agressivos, ao passo que na legítima defesa se dá uma ação predominantemente agressiva com aspectos defensivos. 130 - A superveniência de causa relativamente independente, que, por si só, produz o resultado, exclui a imputação original, mas os fatos anteriores são imputados a quem os praticou. 131 - A relação de causalidade relevante para o Direito Penal é a que é previsível ao agente. A cadeia causal, aparentemente infinita sob a ótica naturalística, é limitada pelo dolo ou pela culpa do agente. 132 - As concausas absolutamente independentes excluem a causalidade da conduta. 133 - A relação de causalidade tem relevância nos crimes materiais ou de resultado e nos formais ou de mera conduta. 134 - Para o Código Penal (art. 20, § 1.º), quando a descriminante putativa disser respeito aos pressupostos fáticos da excludente, estamos diante do erro de tipo. 135 – Segundo a teoria causalista, conduta é um comportamento humano voluntário no mundo exterior que consiste em fazer ou não fazer alguma coisa. 136 – Segundo a teoria social, conduta é a manifestação externa da vontade humana que tenha relevância social. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 137 – Segundo a teoria finalista, conduta é a atividade humana conscientemente dirigida a uma finalidade. 138 – Segundo a teoria da imputação objetiva, conduta é a atividade que cria ou incrementa um risco que, permitido ou não, produza resultado lesivo ou expositivo ao bem jurídico tutelado. 139 – Segundo a teoria da equivalência dos antecedentes, todos os fatores que concorrem fisicamente para a produção de um resultado criminoso naturalístico são considerados sua causa. 140 - O julgador pode deixar de fixar o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade ao acusado na sentença condenatória para que essa fixação seja aplicada pelo juízo da execução criminal após análise criminológica. 141 - Após iniciada a execução de um crime e ocorrida a interrupção dessa execução por circunstâncias alheias à vontade do agente, tem-se a chamada tentativa perfeita. 142 - A desistência voluntária consiste na interrupção da execução de um crime após o agente tê-la iniciado, enquanto que o arrependimento eficaz consiste na ação do agente para impedir que o resultado do crime ocorra depois de estar bem mais próximo de todo o processo executório da infração ou tê-lo percorrido integralmente. 143 - São requisitos da legítima defesa: a reação a uma agressão atual ou iminente e injusta, a defesa de um direito próprio ou alheio e o elemento subjetivo. 144 - A respeito do princípio da legalidade, da relação de causalidade, dos crimes consumados e tentados e da imputabilidade penal, julgue os itens seguintes. No direito Criado porPaulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) penal brasileiro, as penas previstas para os crimes consumados são as mesmas previstas para os delitos tentados. 145 - A respeito do princípio da legalidade, da relação de causalidade, dos crimes consumados e tentados e da imputabilidade penal, julgue os itens seguintes. Considere que Alfredo, logo depois de ter ingerido veneno com a intenção de suicidar-se, tenha sido alvejado por disparos de arma de fogo desferidos por Paulo, que desejava matá-lo. Considere, ainda, que Alfredo tenha morrido em razão da ingestão do veneno. Nessa situação, o resultado morte não pode ser imputado a Paulo. 146 - O Código Penal não apresenta o conceito de crime culposo, tratando-se de tipo aberto, devendo o juiz, no caso concreto, promover um juízo de valor. 147 - São elementos do crime culposo: conduta voluntária, inobservância de um dever objetivo de cuidado; resultado lesivo não querido, tampouco assumido, pelo agente; nexo causal entre a conduta descuidada e o resultado; previsibilidade; tipicidade. 148 - Na culpa consciente, o agente prevê o resultado e pratica a conduta acreditando que ele não irá ocorrer; na culpa inconsciente, embora previsível o resultado, o agente não o prevê. 149 - Para a teoria causal, no dolo há um elemento de natureza normativa, qual seja, a consciência do ilícito (dolo normativo). 150 - A doutrina brasileira, de forma amplamente majoritária, admite a coautoria nos crimes culposos, inclusive a participação. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 151 - Maria e Mariana, ambas nascidas com genitais femininos, auto-identificadas e socialmente reconhecidas como mulheres, convivem em união estável e monogâmica. Ocorre que Maria, às escondidas, passa a manter relações sexuais com José. Mariana flagra Maria em ato sexual com José e, nesse contexto, Maria provoca injustamente Mariana, dizendo a José, em tom de escárnio, que Mariana é “xucra, burra e ruim de cama”, e que, além disso, Mariana “gosta de ser traída e não tomará qualquer atitude, por ser covarde e medrosa”. Embora nunca tenha praticado ato de violência doméstica, Mariana é tomada por violenta emoção e dispara projétil de arma de fogo contra a cabeça de Maria, que morre imediatamente. É correto afirmar que Mariana praticou homicídio privilegiado. 152 - Durante uma discussão entre Carla e Luana, que eram amigas, Carla desfere, com intenção de causar lesão leve, um tapa na face de Luana, que a havia ofendido. Ocorre que, de maneira totalmente surpreendente, Luana vem a falecer no dia seguinte, em virtude do tapa recebido e da lesão causada, pois rompeu-se um desconhecido coágulo sanguíneo na cabeça, mesmo diante do fraco golpe. Na semana seguinte, a família de Luana, revoltada, procura a Delegacia, narra o ocorrido e afirma ter interesse em ver Carla processada criminalmente. Confirmados os fatos, assim como a intenção de Carla, o Ministério Público poderá imputar a Carla a prática do(s) crime(s) de lesão corporal leve. 153 - Ocorre o feminicídio quando o homicídio é praticado contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, como quando o crime envolve a violência doméstica e familiar ou o menosprezo ou a discriminação à condição de mulher. 154 - A pena pela prática do homicídio doloso simples será aumentada de um terço se o agente deixar de prestar imediato socorro à vítima, não procurar diminuir as consequências do seu ato ou fugir para evitar a prisão em flagrante. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 155 - Em se tratando de homicídio doloso simples, o juiz poderá deixar de aplicar a pena caso as consequências da infração atinjam o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 156 - A pena do feminicídio poderá ser aumentada se o crime for praticado durante a gestação ou nos seis meses posteriores ao parto. 157 - Se o agente cometer o crime de homicídio qualificado sob violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima, o juiz deve considerar essa circunstância como atenuante genérica na aplicação da pena. 158 - Mário e Mauro combinam a prática de um crime de furto a uma residência. Contudo, sem que Mário saiba, Mauro arma-se de um revólver devidamente municiado. Ambos, então, ingressam na residência escolhida para subtrair os bens ali existentes. Enquanto Mário separava os objetos para subtração, Mauro é surpreendido com a presença de um dos moradores que, ao reagir a ação criminosa, acaba sendo morto por Mauro. Nesta hipótese Mário responderá pela prática de furto e Mauro pelo crime de latrocínio. 159 - Terêncio, em razão da condição de sexo feminino, efetua disparo de arma de fogo contra sua esposa Efigênia, perceptivelmente grávida, todavia atingindo, por falta de habilidade no manejo da arma, Nereu, um vizinho, que morre imediatamente. Desconsiderando os tipos penais previstos no Estatuto do Desarmamento e levando em conta apenas as informações contidas no enunciado, é correto afirmar que Terêncio praticou crime(s)de aborto, na forma tentada, e feminicídio majorado. 160 - Abigail, depois de iniciado parto caseiro, mas antes de completá-lo, sob influência do estado puerperal, mata o próprio filho. Abigail praticou crime de infanticídio. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 161 - No tocante ao crime de homicídio, é correto afirmar que inadmissível a continuidade delitiva, por ser a vida um bem personalíssimo. 162 - No tocante ao crime de homicídio, é correto afirmar que possível o reconhecimento da chamada figura privilegiada do delito na decisão de pronúncia. 163 - No tocante ao crime de homicídio, é correto afirmar que a ausência de motivos e a embriaguez completa são incompatíveis com a qualificadora do motivo fútil, consoante entendimento jurisprudencial. 164 - No tocante ao crime de homicídio, é correto afirmar que possível a coexistência entre as qualificadoras dos motivos torpe e fútil, segundo entendimento sumulado. 165 - No tocante ao crime de homicídio, é correto afirmar que a chamada figura privilegiada é incompatível com as qualificadoras do emprego de meio cruel e do motivo torpe. 166 - Rita, depois de convencer suas colegas Luna e Vera, todas vendedoras em uma joalheria, a desviar peças de alto valor que ficavam sob a posse delas três, planejou detalhadamente o crime e entrou em contato com Ciro, colecionador de joias, para que ele adquirisse a mercadoria. Luna desistiu de participar do fato e não foi trabalhar no dia da execução do crime. Rita e Vera conseguiram se apossar das peças conforme o planejado; entretanto, como não foi possível repassá-las a Ciro no mesmo dia, Vera levou- as para a casa de sua mãe, comunicou a ela o crime que praticara e persuadiu-a a guardar os produtos ali mesmo, na residência materna, até a semana seguinte. Considerando que o crime apresentado nessa situação hipotética venha a ser descoberto, julgue o item que se segue, com fundamento na legislação pertinente. Ainda que não tenha sido informado de que as peças seriam produto de crime, Ciro poderá responder criminalmente por uma Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) das espécies de receptação, caso venha a adquiri-las por valor muito abaixo do preço de mercado. 167 - Julgue o item seguinte, relativos aos tipos penais dispostos no Código Penal e nas leis penais extravagantes. A distinção entre o roubo e a extorsão está no grau de participação da vítima, tendo em vista que, no segundo tipo penal, é exigida a participação efetiva do agente lesado. 168 - Admite-se acontinuidade delitiva entre os crimes de roubo e de latrocínio. 169 - A continuidade delitiva pode ser reconhecida quando se tratar de delitos de mesma espécie ocorridos em comarcas limítrofes ou próximas. 170 - Nos crimes dolosos contra vítimas diferentes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, o aumento da pena pelo crime continuado encontra fundamento na gravidade do delito. 171 - O prazo prescricional será regulado pela pena imposta na sentença, com o acréscimo decorrente da continuidade delitiva. 172 - Mário e Mauro combinam a prática de um crime de furto a uma residência. Contudo, sem que Mário saiba, Mauro arma-se de um revólver devidamente municiado. Ambos, então, ingressam na residência escolhida para subtrair os bens ali existentes. Enquanto Mário separava os objetos para subtração, Mauro é surpreendido com a presença de um dos moradores que, ao reagir a ação criminosa, acaba sendo morto por Mauro. Nesta hipótese Mário responderá pela prática de furto simples e Mauro responderá pela prática de furto qualificado. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 173 - Vitor, sócio administrador da Sociedade X, em razão da grande quantidade de serviço que desempenha, deixa de repassar no prazo devido, de maneira negligente, à previdência social contribuições previdenciárias recolhidas dos empregados contribuintes. Um dos empregados, porém, descobre o ocorrido e narra para autoridade policial. Considerando as informações narradas, é correto afirmar que a conduta de Vitor configura apropriação indébita previdenciária. 174 - Constitui causa de aumento de pena do furto simples a subtração de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. 175 - É isento de pena quem comete furto em prejuízo de ascendente, independentemente da idade da vítima. 176 - Não incide a agravante de crime praticado contra maior de sessenta anos no caso de estelionato contra idoso. 178 - Admitem a figura privilegiada os crimes de furto, dano, apropriação indébita, estelionato e receptação. 179 - Desejando roubar um estabelecimento comercial, Celidônio rouba primeiramente um carro, deixando-o ligado em frente ao estabelecimento para a facilitação de sua fuga. Quando Celidônio se afasta, Arlindo casualmente passa pelo local e, vendo o veículo ligado, opta por subtraí-lo, dirigindo ininterruptamente até ingressar em outro Estado da Federação. Nesse contexto, é correto falar que Arlindo cometeu crime de furto. 180 - Quem constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) a lei permite, ou a fazer o que ela não manda estará incorrendo no crime de constrangimento ilegal. 181 - Constitui crime impossível a tentativa de furto em loja comercial dotada de sistema de monitoramento por câmeras de vídeo, por impossibilidade de sua consumação. 182 - A prisão em flagrante do suspeito de crime de receptação na posse da res furtiva, com registro de furto ou de roubo, comprova a materialidade do delito. 183 - A utilização de arma de fogo desmuniciada para intimidar a vítima caracteriza a elementar “grave ameaça” e acarreta a aplicação da majorante prevista na lei. 184 - Os crimes de furto e de roubo só se consumam quando o agente detém a posse tranquila do bem subtraído. 185 - No que concerne aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que há pluralidade de latrocínios, se diversas as vítimas fatais, ainda que único o patrimônio visado e lesado, conforme entendimento pacificado dos tribunais superiores. 186 - No que concerne aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que é possível o reconhecimento da figura privilegiada do delito nos casos de furto qualificado, se primário o agente e de pequeno valor a coisa subtraída, independentemente da natureza da qualificadora, segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça. 187 - No que concerne aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que a indispensabilidade do comportamento da vítima não constitui critério de diferenciação entre o roubo e a extorsão. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 188 - No que concerne aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que a receptação própria não prevê modalidade de crime permanente. 189 - No que concerne aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que não constitui furto de energia a subtração de sinal de TV a cabo, consoante já decidido pelo Supremo Tribunal Federal. 190 - NÃO pode ser objeto de furto bem imóvel. 191 - Configura estelionato o ato de defraudar, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, ainda que o agente não tenha a posse do objeto empenhado. 192 - O crime de extorsão alcança a consumação com a efetiva obtenção da vantagem indevida pelo agente, segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça. 193 - É cabível o perdão judicial no dano culposo. 194 - Não tipifica estelionato o ato de dar em locação coisa alheia como própria. 195 - Configura concorrência para o crime de furto a contribuição posterior, desde que prometida anteriormente. 196 - É atípica, em tese, a conduta daquele que faz inserir, em documento público, declaração falsa acerca do verdadeiro condutor de veículo envolvido em sinistro de trânsito uma vez que integrante do direito à ampla defesa. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 197 - É necessária a realização de perícia, uma vez que, a exemplo do que ocorre com a falsidade documental, a alteração é no conteúdo do documento. 198 - O documento para fins de falsidade ideológica deve ser uma peça que tenha possibilidade de produzir prova de um determinado fato, ainda que para tanto sejam necessárias outras verificações. 199 - É crime material, como todo falso, não sendo suficiente para sua consumação a mera potencialidade lesiva. 200 - É atípica a conduta de fazer afirmações possivelmente falsas, em ação judicial, com base em documentos também tidos por adulterados (instrumentos procuratórios com assinaturas falsas e comprovantes de residência adulterados), uma vez que a Constituição Federal assegura a todos o acesso à justiça. 201 - A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é atípica, mesmo quando comprovado que a ação ocorreu com o objetivo de autodefesa. 202 - Em se tratando de contravenções penais praticadas contra a mulher no âmbito das relações domésticas, é possível a aplicação do princípio da insignificância, se preenchidos determinados critérios. 203 - A demonstração inequívoca da intenção do agente de realizar tráfico entre estados da Federação é suficiente para a incidência do aumento de um sexto a dois terços da pena para o crime de tráfico de drogas, sendo desnecessária a efetiva transposição da fronteira entre os estados. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 204 - A inversão da posse do bem mediante o emprego de violência não configura o crime de roubo, mas sua tentativa, se a coisa roubada for recuperada brevemente após perseguição imediata ao agente. 205 - Tratando-se do crime de furto, a comprovação inequívoca da presença de seguranças no interior do estabelecimento comercial da vítima configura crime impossível. 206 - Antônio foi parado em operação de fiscalização de trânsito e entregou sua carteira de identidade ao policial, que, na verdade, havia lhe solicitado sua CNH. Tal fato gerou suspeita no policial,que decidiu vistoriar o veículo de Antônio e acabou por encontrar uma CNH falsa. Nessa situação hipotética, Antônio deverá responder pelos crimes de uso de documento falso e de falsificação de documento público, em concurso material. 207 - O crime denominado “petrechos de falsificação” (CP, art. 294) tem a pena aumentada, de acordo com o art. 295 do CP, se o agente for funcionário público e cometer o crime prevalecendo-se do cargo. 208 - A falsificação de um documento emanado de sociedade de economia mista federal caracteriza o crime de falsificação de documento público. 209 - Equipara-se a documento público para caracterização do crime de falsificação de documento público o cartão de crédito ou débito. 210 - Se o autor do crime de falsificação de selo ou sinal público é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é aumentada de um terço. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 211 - Aquele que faz inserir na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado estará sujeito às penas cominadas ao crime de falsidade ideológica. 212 - O médico que dá, no exercício de sua função, atestado falso com o fim lucrativo estará sujeito à pena privativa de liberdade cominada ao delito de falsidade de atestado médico aumentada de metade. 213 - Julgue o item seguinte, relativos aos tipos penais dispostos no Código Penal e nas leis penais extravagantes. No mesmo contexto fático, são incompatíveis o crime de corrupção ativa praticado por particular e o crime de concussão praticado por funcionário público. 214 - Tendo como referência a jurisprudência sumulada dos tribunais superiores, julgue o item a seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação da lei penal e institutos. É possível a aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra a administração pública, desde que o prejuízo seja em valor inferior a um salário mínimo. 215 - A respeito de crimes contra a administração pública, julgue o item seguinte. O Superior Tribunal de Justiça entende que manter a tipificação do crime de desacato no sistema jurídico brasileiro não ofende a Convenção Americana sobre Direitos Humanos. 216 - Ser membro de poder ou exercer cargo de elevada envergadura são circunstâncias irrelevantes para a formulação da pena-base dos crimes contra a administração pública. 217 - A corrupção ativa não pode existir na ausência de corrupção passiva, pois tais condutas são tipicamente bilaterais. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 218 - O princípio da insignificância poderá ser aplicado aos crimes contra a administração pública quando o agente for primário e o prejuízo causado ao erário for inexpressivo. 219 - A circunstância elementar do crime de peculato se comunica ao coautor ou partícipe, mesmo que estes não integrem o serviço público. 220 - O crime de corrupção ativa é de natureza material e se consuma com a efetiva entrega da vantagem oferecida. 221 - Em determinada execução fiscal promovida pela Prefeitura Municipal de Marília, é localizado um bem que, uma vez alienado gerará valor mais do que suficiente para o pagamento do crédito tributário ao Erário. O juízo determina a penhora do bem e designa um depositário judicial. Seguidos os trâmites processuais, é determinado o leilão do bem. No entanto, verifica-se que o depositário judicial vendeu o bem por conta própria e apossou-se do valor, estando em local incerto e não sabido. Considerando as previsões do Código Penal, é correto afirmar que o depositário judicial, nessa situação, haveria cometido o crime de apropriação indébita. 222 - No que se refere ao cumprimento de mandados judiciais e suas repercussões criminais na esfera penal, julgue o item que se segue. Caso a parte resista, com uso de violência, ao cumprimento do mandado judicial e a diligência deixe de ser cumprida em razão disso, ficará configurado o crime de resistência qualificada em concurso material com o crime decorrente da violência. 223 - Em relação a ambos os crimes, admite-se que o agente seja autoridade pública encarregada da persecução criminal. 224 - Em relação a ambos os crimes, a instauração da investigação configura elemento normativo dos tipos suficiente para configurar consumação. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 225 - Exige-se, como elemento normativo dos tipos desses crimes, a indicação de pessoa certa e determinada. 226 - Em relação a ambos os crimes, impõe-se ao agente saber da inocência da pessoa a quem se imputa o crime ou infração. 227 - A consumação desses crimes se dá desde que o agente, ao comunicar o crime, tenha consciência atual de que inexiste a infração por ele imputada. 228 - Funcionário público municipal, imprudentemente, deixa a porta da repartição aberta ao final do expediente. Assim agindo, mesmo sem intenção, concorre para que outro funcionário público, que trabalha no mesmo local, subtraia os computadores que guarneciam o órgão público. O Município sofre considerável prejuízo. A conduta do funcionário que deixou a porta aberta traduz-se em peculato culposo. 229 - A conduta de “dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente” configura denunciação caluniosa. 230 - O crime de “impedimento, perturbação ou fraude de concorrência”, do art. 335 do CP, está assim definido: “impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem.” Incorre na mesma pena estabelecida para o crime citado, nos termos do parágrafo único do mesmo artigo, quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) Obs.: Você não encontrará gabarito seco (sem comentário), uma vez que nossa experiência nos revela que apenas 2% dos alunos leem os comentários. Se você está nos 2% parabéns! Se não está, vai lá e leia os comentários. GABARITO COMENTADO Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 1 - De acordo com o CP, com relação à sucessão das leis penais no tempo, não se aplicam as regras gerais da irretroatividade da lei mais severa, tampouco a retroatividade da norma mais benigna, bem como não se aplica o preceito da ultra-atividade à situação caracterizada pela chamada lei penal em branco. Errado. CF, Art. 5o, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 2 - A revogação de uma norma pela superveniência de outra que disponha sobre a mesma matéria poderá atingir as situações já consumadas sob a égide da lei antiga, afetando os efeitos pretéritos produzidos ou incidindo sobre os efeitos presentes ou futuros de situações passadas ocorridas na vigência da norma revogada. Correto. Principio da extra-atividade nos seus dois tipos: retroatividade e ultratividade. 3 - A eficácia da sentença penal condenatória proferida no estrangeiro depende de homologação tanto para obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis quanto para o reconhecimento da reincidência. Errado. A sentença penal condenatória proferida no estrangeiro, a rigor do que dispõe o artigo 9º do CP, necessita de homologação (através do STJ, após aEC/04) para obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e outros efeitos civis e para sujeitá-lo à medida de segurança. 4 - João comete um crime no estrangeiro e lá é condenado a 4 anos de prisão, integralmente cumpridos. Pelo mesmo crime, João é condenado no Brasil à pena de 8 anos de prisão. João ainda deverá cumprir 4 anos de prisão no Brasil. Correto. Na situação hipotética constante do enunciado da questão, incidiu o princípio da extraterritorialidade (artigo 7º do Código Penal), uma vez que se aplicou ao delito praticado no estrangeiro por João a lei brasileira. Conforme narrado, João foi condenado no estrangeiro a quatro anos de prisão e lá cumpriu integralmente a pena. No Brasil foi condenado a oito anos de prisão, ou seja, as penas aplicadas têm idêntica natureza. Sendo assim, aplica-se ao presente caso a segunda parte do artigo 8º do Código Penal ("A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) ou nela é computada quando idênticas.", devendo ser computada na pena aplicada no Brasil, a pena de quatro anos cumprida no estrangeiro. Com efeito, João ainda deverá cumprir quatro anos de prisão no Brasil. 5 - Legalidade ou reserva legal, anterioridade, retroatividade da lei penal benéfica, humanidade e in dubio pro reo são espécies de princípios constitucionais penais explícitos. Errado. O princípio do in dubio pro reo é um princípio de natureza processual penal, corolário do princípio da presunção de inocência ou da não-culpabilidade com sede constitucional. 6 - O princípio da humanidade assegura o respeito à integridade física e moral do preso na medida em que motiva a vedação constitucional de pena de morte e de prisão perpétua. Correto. O princípio da humanidade da pena assegura que a aplicação e a execução da pena não podem atentar contra a dignidade humana (artigo 1º, III, da Constituição da República). Via de consequência, o poder punitivo estatal não pode aplicar sanções que lesionem a integridade física e moral do preso. Nesse sentido, o artigo 5º da Constituição prevê, como direitos e garantias fundamentais, que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante (inciso III) e que não haverá penas de morte (salvo em caso de guerra declarada), de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento ou cruéis (inciso XLVII). 7 - O princípio da responsabilidade pessoal impede que os familiares do condenado sofram os efeitos da condenação de ressarcimento de dano causado pela prática do crime. Errado. Pelo princípio da responsabilidade pessoal ou da intranscendência, com sede no artigo 5ª XLV, da Constituição, a condenação penal não pode transcender à pessoa do condenado. No entanto, esse óbice não alcança a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens que, nos termos da lei, podem ser estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 8 - A posse de um único projétil de arma de fogo de uso permitido não configura crime se o agente não possuir arma que possa ser municiada, de acordo com o princípio da ofensividade. Errado. Nos termos do artigo 12 da Lei nº 10.826/2003, a conduta de portar projétil de arma de fogo de uso permitido configura crime. No entanto, a jurisprudência mais recente tanto do STF quanto do STJ vêm entendendo que a conduta não é materialmente típica. Neste sentido, "Não é possível vislumbrar, nas circunstâncias, situação que exponha o corpo social a perigo, uma vez que a única munição apreendida, guardada na residência do acusado e desacompanhada de arma de fogo, por si só, é incapaz de provocar qualquer lesão à incolumidade pública" afirmou, acrescentando que, se não há ofensividade da conduta ao bem jurídico tutelado, não há fato típico e, por conseguinte, crime. (STF, RHC 143.449/MS, Relator Ministro Ricardo Lewandowski). O princípio da lesividade é uma construção doutrinária que se encontraria implícito na Constituição. 9 - A Escola Clássica adotava a teoria mista, que entende a pena não apenas como retribuição ao infrator pelo mal causado, mas também como medida com finalidade preventiva. Errado. A Escola Clássica adota a teoria absoluta da pena, segundo a qual, "A pena é retribuição, ou seja, compensação do mal causado pelo crime. É decorrente de uma exigência de justiça. seja como compensação da culpabilidade, punição pela transgressão do direito (teoria da retribuição), seja como expiação do agente (teoria da expiação)." (Luis Regis Prado, em Curso de Direito Penal Brasileiro). 10 - A analogia constitui meio para suprir lacuna do direito positivado, mas, em direito penal, só é possível a aplicação analógica da lei penal in bonam partem, em atenção ao princípio da reserva legal, expresso no artigo primeiro do Código Penal. Correto. A analogia é um método de auto-integração que visa suprir as lacunas da lei. É aplicada quando um caso particular não se encontra especificamente regulamentado, mas há regulamentação para casos semelhantes. Sendo assim, por analogia, aplica-se essa mesma Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) regra ao caso particular despido de regulamentação. A analogia para estabelecer sanções criminais não tipificadas (analogia in malam partem) não é admissível no Direito Penal em razão do princípio da reserva legal, que tem sedes legal (artigo 1º do CP) e constitucional (artigo 5º, XXXIX da CF). Nada obstante, é cabível a aplicação da analogia em favor do agente do crime (analogia in bonam partem). O nossa doutrina, por exemplo, vem aceitando a aplicação da analogia nos casos das dirimentes penais como, por exemplo, nas causas supralegais de exclusão da culpabilidade, notadamente a inexigibilidade de conduta diversa. 11 - Uma das funções do princípio da legalidade é permitir a criação de crimes e penas pelos usos e costumes. Errado. O princípio da legalidade ou da reserva legal quer significar que somente lei, em seu sentido mais estrito, pode definir o que seja crime e cominar sanções. Por força desse princípio, a elaboração das normas incriminadoras e das respectivas sanções constitui função exclusiva da lei. O referido princípio pressupõe que apenas lei em sentido formal (Lex stricta), ou seja, emanada do Poder Legislativo, pode definir crimes, sendo vedado o uso de analogia. Por força desse princípio não se admite o costume como fonte de definição de delitos (lex scripta). 12 - No Brasil, em um primeiro momento, a União Federal pode legislar sobre matéria penal. No entanto, de forma indireta e urgente, leis estaduais podem impor regras e sanções de natureza criminal. Errado. Nos termos do artigo 22, inciso I, da Constituição da República, compete privativamente à União legislar sobre direito penal. 13 - A lei penal incriminadora somente pode ser aplicada a um fato concreto desde que tenha tido origem antes da prática da conduta. Em situações temporárias e excepcionais, no entanto, admite-se a mitigação do princípio da anterioridade. Errado. De acordo com o princípio da anterioridade, a norma penal incriminadora somente pode ser aplicada a um fato concreto quando lhe for prévia. Casos anômalos podem ensejar a edição de leis excepcionais e temporárias. Nos termos do artigo 3º do Código Penal, "A Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência". Em casos que tais há uma exceção ao princípio da retroatividade da lei mais favorável,todavia não se admite a mitigação do princípio da anterioridade, pois mesmo as leis excepcionais e temporárias só podem reger fatos ocorridos após a sua edição. 14 - Desdobramento do princípio da legalidade é o da taxatividade, que impede a edição de tipos penais genéricos e indeterminados. Correto. O princípio da taxatividade é um consectário do princípio da legalidade e pressupõe que a lei penal deve descrever a conduta criminosa de modo detalhado, determinado e específico (lex certa), descrevendo o crime em todos os seus elementos. 15 - O princípio da legalidade afasta a aplicação da interpretação extensiva, mas permite a aplicação da analogia de forma ampla e irrestrita. Errado. O princípio da reserva legal veda a aplicação da analogia in malam partem, ou seja, apenas lei formal pode estabelecer tipos e sanções penais, jamais a analogia. 16 - Tendo como referência a jurisprudência sumulada dos tribunais superiores, julgue o item a seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação da lei penal e institutos. É possível a aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra a administração pública, desde que o prejuízo seja em valor inferior a um salário mínimo. Errado. De acordo com enunciado de nº 599 da Súmula do STJ: "O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública." Cabe salientar, muito embora não seja esse o objeto específico da questão, que o STF, diversamente do STJ, não pacificou o entendimento acerca da aplicação do princípio da insignificância ou da bagatela nos casos de crimes praticados contra a Administração Pública. Em decisões como, por exemplo, a proferida no HC 112388/SP, da relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, a Corte entendeu ser aplicável princípio da insignificância no caso de peculato-furto, em que o bem era de valor insignificante entendendo ser irrelevante, inclusive, o dano à probidade da administração. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 17 - Julia, primária e de bons antecedentes, verificando a facilidade de acesso a determinados bens de uma banca de jornal, subtrai duas revistas de moda, totalizando o valor inicial do prejuízo em R$15,00 (quinze reais). Após ser presa em flagrante, é denunciada pela prática do crime de furto simples, vindo, porém, a ser absolvida sumariamente em razão do princípio da insignificância. De acordo com a situação narrada, o magistrado, ao reconhecer o princípio da insignificância, optou por absolver Julia em razão da atipicidade da conduta. Correto. O princípio da insignificância implica reconhecimento da atipicidade material, apesar de haver a tipicidade formal - subsunção da conduta à literalidade do tipo penal - em razão de não haver a efetiva lesão ao bem jurídico tutelado (patrimônio). Não havendo lesão ao bem jurídico que o tipo penal quer tutelar, pois o desvalor do resultado é insignificante, não merece o autor da conduta nenhuma reprimenda de caráter penal. 18 – O princípio da legalidade compreende a obediência às formas e aos procedimentos exigidos na criação da lei penal e, principalmente, na elaboração de seu conteúdo normativo. Correto. A assertiva contida neste item diz respeito ao princípio da legalidade, que compreende a noção de que apenas lei em sentido formal, ou seja, criada pelo Poder Legislativo em estrita observância do processo legislativo previsto na Constituição da República, pode definir o que seja crime e cominar a sanção penal. 19 - O princípio da alteridade é violado em caso de proibição de mulher transexual utilizar banheiro público feminino. Correto. Para responder esta questão é preciso que o candidato saiba do que trata o princípio da alteridade. Este princípio, discutido por Roxin, veda a incriminação de conduta meramente subjetiva e que não ofenda nenhum bem jurídico. Em uma outra perspectiva, diz respeito à necessidade de se colocar no lugar do outro para melhor compreendê-lo. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 20 - O Código Penal adotou o princípio da territorialidade, em relação à aplicação da lei penal no espaço. Tal princípio é absoluto, não admitindo qualquer exceção. Errado. O próprio artigo 5º do Código Penal, que trata do princípio da territorialidade, apresenta as exceções a ele, quais sejam, os tratados, as convenções e as regras de direito internacional que podem, uma vez que o Brasil seja deles signatário, afastar a aplicação do referido princípio. Há quem chame, diante dessas explícitas exceções, de princípio de territorialidade temperada que, portanto, longe está de ser absoluto. 21 - Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo do Conhecimento a aplicação da lei mais benigna. Errado. De acordo com entendimento sedimentado pela Súmula nº 611 do STF, "Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna." 22 - A lei aplicável para os crimes permanentes será aquela vigente quando se iniciou a conduta criminosa do agente. Errado. Em casos de crime continuado e crime permanente, aplica-se a lei mais gravosa cuja vigência incidir no curso da permanência ou da continuidade, sem que haja violação do princípio da irretroatividade da lei penal mais grave. O Supremo Tribunal Federal sedimentou esse entendimento ao editar a súmula nº 711, cuja redação diz que "a lei mais grave aplica- se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade delitiva". Ou seja, aplica-se a lei vigente à época em que o crime se exauriu e não a lei vigente quando se iniciou a conduta delitiva. 23 - Quando a abolitio criminis se verificar depois do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, extinguir-se-ão todos os efeitos penais e extrapenais da condenação. Errado. Havendo abolitio criminis, cessam todos os efeitos penais relativos ao fato, incluindo- se a execução da pena e os efeitos penais da sentença condenatória, nos termos do artigo Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 2º, do Código Penal. O dispositivo mencionado não alberga os efeitos extrapenais da condenação. 24 - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua vigência. Correto. As categorias de leis mencionadas neste item, pelo fato de vigerem por período determinado, têm previsão no artigo 3º do Código Penal, que possui a seguinte redação: "A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência". As leis excepcionais e temporárias são aplicáveis em situações anômalas que justificam a sua ultratividade, pois visam justamente resguardar os fatos ocorridos em uma circunstância extraordinária. 25 - Em sete de janeiro de 2017, João praticou conduta que, à época, configurava crime punível com prisão. O resultado desejado pelo autor, no entanto, foi alcançado somente dois meses depois, ou seja, em sete de março do mesmo ano, momento no qual a conduta criminosa tinha previsão de ser punida com pena menos grave, de restrição de direitos. Nessa situação hipotética, de acordo com a lei penal, João não poderá ser condenado com a pena de prisão em razão da retroatividade da lei mais benéfica. Correto. Pela regra geral da temporalidade, prevista no artigo 4º do Código Penal, considera- se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Não obstante, na esfera penal, prevalece o princípio da retroatividade da lei mais benéfica, insculpido no parágrafo único do artigo 2º do Código Penal com fundamento constitucional(artigo 5º, XL da Constituição da República. Em vista do exposto João será apenado nos termos da lei posterior mais benéfica, cuja pena é a restritiva de direito e não de prisão. 26 - Na hipótese de abolitio criminis a reincidência permanece como efeito secundário da prática do crime. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) Errado. Nos termos do artigo 2º do Código Penal "Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória." Sendo a reincidência a prática de crime após o trânsito em julgado da condenação pela prática de crime anterior, nos termos do artigo 63 do Código Penal, havendo aboliito criminis não subsiste a reincidência. 27 - O território nacional estende-se a embarcações e aeronaves brasileira de natureza pública, desde que se encontrem no espaço aéreo brasileiro ou em alto-mar. Errado. Nos termos do artigo 5º, § 1º, do Código Penal, o território nacional estende-se a embarcações e a aeronaves brasileiras de natureza pública onde quer que se encontrem. Não há, portanto, exigência de que se encontrem no espaço aéreo brasileiro ou em alto-mar. 28 - Crimes à distância são aqueles em que a ação ou omissão ocorre em um país e o resultado, em outro. Correto. Os crimes à distância são, segundo Fernando Capez, os crimes "... praticados em território nacional cujo resultado se produz no estrangeiro (ou vice-versa), considerando-se lugar do crime tanto o lugar da ação ou omissão quanto o do lugar em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado (ex.: agente escreve carta caluniosa para desafeto na Argentina – competência do Brasil e Argentina)." O Código Penal faz referência implícita a essa modalidade delitiva no seu artigo 6º, que trata do lugar do crime. 29 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se evitável, isenta de pena; se inevitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Errado. Nos termos explícitos do artigo 21 do Código Penal "O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço". Conforme se verifica, portanto, a assertiva deste item inverteu os efeitos decorrentes da possibilidade ou não de se evitar a incidência em erro. Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 30 - É isento de pena o agente que pratica crime sem violência ou grave ameaça à pessoa, desde que, voluntariamente, repare o dano ou restitua a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa. Errado. A reparação do dano e a restituição da coisa realizadas voluntariamente pelo agente de crime sem violência ou grave ameaça à pessoa, desde que antes do recebimento da denúncia ou queixa, configuram arrependimento posterior, previsto no artigo 16 do Código Penal. Com efeito, quando ocorre o arrependimento posterior, o agente do crime não está isento de pena, mas apenas faz jus à redução da pena de um a dois terços. 31 - O Código Penal estabelece que é crime “praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público” (CP, art. 233). Para interpretar o exato significado da expressão “ato obsceno”, deve o operador do Direito valer-se de elementos sociológicos. Correto. A caracterização da obscenidade do ato praticado vai depender da sua valoração cultural. Vale dizer: o conceito de ato obsceno é normativo e dependerá de aspectos sociológicos e, com efeito, dos padrões morais adotados em determinada comunidade ou grupo social. Obscenidade é aquilo que agride o pudor e a vergonha de quem é submetido à exposição de uma conduta indecorosa, de cunho sexual. Essa noção é relativa, uma vez que varia de acordo com a passagem do tempo e os costumes de determinadas localidades. Com efeito, a fim de interpretar o significado da expressão "ato obsceno", o operador do Direito haverá de analisar os aspectos mencionados cujo conteúdo é nitidamente de natureza sociológica. 32 - A irretroatividade da lei penal mais gravosa é sempre aplicável, inclusive nos crimes permanentes e nas hipóteses de continuidade delitiva. Errado. Em casos de crime continuado e crime permanente, aplica-se a lei mais gravosa cuja vigência incidir no curso da permanência ou da continuidade, sem que haja violação do princípio da irretroatividade da lei penal mais grave. O Supremo Tribunal Federal sedimentou esse entendimento ao editar a súmula nº 711, cuja redação diz que "a lei mais grave aplica- se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade delitiva". Neste mesmo sentido vem se manifestando também o STJ, nos termos Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) da súmula, conforme se depreende da leitura do recente acórdão proferido no AgRg no AREsp 956327/PR, pela Quinta Turma do Tribunal em 22/08/2018. 33 - Devido ao fato de o crime de lavagem de capitais ser de caráter acessório, a participação do agente no crime antecedente é indispensável à configuração daquele crime. Errado. Tanto o STF como o STJ perfilham o entendimento de que a participação no crime antecedente não é indispensável à adequação da conduta de quem oculta ou dissimula a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime, podendo haver, inclusive, condenação independente da existência de processo pelo crime antecedente. Neste sentido ver os julgamentos proferidos no HC 94958/SP, pelo STF, e no RHC 31183/RS, pelo STJ. 35 - A prática sequenciada de atos libidinosos e conjunção carnal contra a mesma pessoa, dentro do mesmo contexto fático, configura crime único. Correto. De acordo com o entendimento que vem sendo adotado pelo STF e pelo STJ, com a reforma introduzida pela Lei nº 12.015/2009, que condensou num só tipo penal as condutas tipificadas nos artigos 213 e 214 do Código Penal, o tipo penal do artigo 213 do referido diploma legal, passou a ser misto alternativo e, via de consequência, ocorre crime único de estupro quando houver, no mesmo contexto fático-temporal, a prática de ato libidinoso e conjunção carnal contra a mesma vítima, não havendo falar-se em continuidade delitiva. Nesse sentido, os acórdãos proferidos no HC 118284/RS, pelo STF e no HC 325411/SP, pelo STJ. 36 - Durante uma festa rave, Bernardo, 19 anos, conhece Maria, e, na mesma noite, eles vão para um hotel e mantém relações sexuais. No dia seguinte, Bernardo é surpreendido pela chegada de policiais militares no hotel, que realizam sua prisão em flagrante, informando que Maria tinha apenas 13 anos. Bernardo, então, é encaminhado para a Delegacia, apesar de esclarecer que acreditava que Maria era maior de idade, devido a seu porte físico e pelo fato de que era proibida a entrada de menores de 18 anos na Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) festa rave. Diante da situação narrada, Bernardo agiu em erro de tipo, tornando a conduta atípica. Correto. Bernardo incorreu em erro de tipo, pois supôs, em razão das circunstâncias apresentadas, manter relações sexuais com mulher maior de idade. Maria, com quem manteve relações, apresentava porte físico de uma mulher adulta e na festa rave na qual se conheceram era proibida a entrada de menores de 18 anos. Com efeito, no caso, ocorreu o fenômeno do erro de tipo essencial, previsto no artigo 20 do Código Penal, que recai sobre o elemento do tipo penal "ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos". Em vista disso, há que se afastar a existência do crime e, portanto, de aplicação de qualquer sanção de natureza penal. 37
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