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Direito Penal - 230 questoes com gabarito comentado

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Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
 
 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
 
LEIA COM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES ABAIXO PARA TER UM MELHOR 
APROVEITAMENTO DO MATERIAL. 
 
Realize as questões SEM CONSULTA, de uma só vez, 
ou estabeleça um limite por dia; 
 
Definido o limite diário, ligue o cronometro na hora 
de começar a fazer o simulado e desligue quando 
terminar, é muito importante que você saiba 
quanto tempo está gastando por item; 
 
As questões da prova estarão no formato CERTO ou 
ERRADO. Fique muito atento, pois uma questão 
errada anula uma correta; 
 
Após resolver as questões, confira o gabarito 
comentado logo ao final do simulado; 
 
Ao realizar a correção, estude o que você errou ou 
não tinha certeza no gabarito comentado; 
 
Caso não ache suficiente, estude por outras fontes, 
para agregar no seu conhecimento; 
 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
DICA IMPORTANTE: LEIA COM CALMA CADA 
ITEM. ESTATÍSTICAS CONFIRMAM QUE A 
LEITURA RÁPIDA DO ITEM PODE LEVAR O 
CANDIDATO A NÃO OBSERVAR PONTOS 
IMPORTANTES, NÃO COMETA ESSE ERRO SE 
QUER SER APROVADO (A). 
 
 
QUESTÕES DE 
DIREITO DIREITO 
PENAL 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
1 - De acordo com o CP, com relação à sucessão das leis penais no tempo, não se aplicam 
as regras gerais da irretroatividade da lei mais severa, tampouco a retroatividade da 
norma mais benigna, bem como não se aplica o preceito da ultra-atividade à situação 
caracterizada pela chamada lei penal em branco. 
 
2 - A revogação de uma norma pela superveniência de outra que disponha sobre a mesma 
matéria poderá atingir as situações já consumadas sob a égide da lei antiga, afetando os 
efeitos pretéritos produzidos ou incidindo sobre os efeitos presentes ou futuros de 
situações passadas ocorridas na vigência da norma revogada. 
 
3 - A eficácia da sentença penal condenatória proferida no estrangeiro depende de 
homologação tanto para obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a 
outros efeitos civis quanto para o reconhecimento da reincidência. 
 
4 - João comete um crime no estrangeiro e lá é condenado a 4 anos de prisão, 
integralmente cumpridos. Pelo mesmo crime, João é condenado no Brasil à pena de 8 
anos de prisão. João ainda deverá cumprir 4 anos de prisão no Brasil. 
 
5 - Legalidade ou reserva legal, anterioridade, retroatividade da lei penal benéfica, 
humanidade e in dubio pro reo são espécies de princípios constitucionais penais 
explícitos. 
 
6 - O princípio da humanidade assegura o respeito à integridade física e moral do preso 
na medida em que motiva a vedação constitucional de pena de morte e de prisão 
perpétua. 
 
7 - O princípio da responsabilidade pessoal impede que os familiares do condenado 
sofram os efeitos da condenação de ressarcimento de dano causado pela prática do 
crime. 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
8 - A posse de um único projétil de arma de fogo de uso permitido não configura crime 
se o agente não possuir arma que possa ser municiada, de acordo com o princípio da 
ofensividade. 
 
9 - A Escola Clássica adotava a teoria mista, que entende a pena não apenas como 
retribuição ao infrator pelo mal causado, mas também como medida com finalidade 
preventiva. 
 
10 - A analogia constitui meio para suprir lacuna do direito positivado, mas, em direito 
penal, só é possível a aplicação analógica da lei penal in bonam partem, em atenção ao 
princípio da reserva legal, expresso no artigo primeiro do Código Penal. 
 
11 - Uma das funções do princípio da legalidade é permitir a criação de crimes e penas 
pelos usos e costumes. 
 
12 - No Brasil, em um primeiro momento, a União Federal pode legislar sobre matéria 
penal. No entanto, de forma indireta e urgente, leis estaduais podem impor regras e 
sanções de natureza criminal. 
 
13 - A lei penal incriminadora somente pode ser aplicada a um fato concreto desde que 
tenha tido origem antes da prática da conduta. Em situações temporárias e excepcionais, 
no entanto, admite-se a mitigação do princípio da anterioridade. 
 
14 - Desdobramento do princípio da legalidade é o da taxatividade, que impede a edição 
de tipos penais genéricos e indeterminados. 
 
15 - O princípio da legalidade afasta a aplicação da interpretação extensiva, mas permite 
a aplicação da analogia de forma ampla e irrestrita. 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
16 - Tendo como referência a jurisprudência sumulada dos tribunais superiores, julgue o 
item a seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação da lei penal e 
institutos. É possível a aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra a 
administração pública, desde que o prejuízo seja em valor inferior a um salário mínimo. 
 
17 - Julia, primária e de bons antecedentes, verificando a facilidade de acesso a 
determinados bens de uma banca de jornal, subtrai duas revistas de moda, totalizando o 
valor inicial do prejuízo em R$15,00 (quinze reais). Após ser presa em flagrante, é 
denunciada pela prática do crime de furto simples, vindo, porém, a ser absolvida 
sumariamente em razão do princípio da insignificância. De acordo com a situação 
narrada, o magistrado, ao reconhecer o princípio da insignificância, optou por absolver 
Julia em razão da atipicidade da conduta. 
 
18 – O princípio da legalidade compreende a obediência às formas e aos procedimentos 
exigidos na criação da lei penal e, principalmente, na elaboração de seu conteúdo 
normativo. 
 
19 - O princípio da alteridade é violado em caso de proibição de mulher transexual utilizar 
banheiro público feminino. 
 
20 - O Código Penal adotou o princípio da territorialidade, em relação à aplicação da lei 
penal no espaço. Tal princípio é absoluto, não admitindo qualquer exceção. 
 
21 - Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo do Conhecimento 
a aplicação da lei mais benigna. 
 
22 - A lei aplicável para os crimes permanentes será aquela vigente quando se iniciou a 
conduta criminosa do agente. 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
23 - Quando a abolitio criminis se verificar depois do trânsito em julgado da sentença 
penal condenatória, extinguir-se-ão todos os efeitos penais e extrapenais da condenação. 
 
24 - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua 
vigência. 
 
25 - Em sete de janeiro de 2017, João praticou conduta que, à época, configurava crime 
punível com prisão. O resultado desejado pelo autor, no entanto, foi alcançado somente 
dois meses depois, ou seja, em sete de março do mesmo ano, momento no qual a 
conduta criminosa tinha previsão de ser punida com pena menos grave, de restrição de 
direitos. Nessa situação hipotética, de acordo com a lei penal, João não poderá ser 
condenado com a pena de prisão em razão da retroatividade da lei mais benéfica. 
 
26 - Na hipótese de abolitio criminis a reincidência permanece como efeito secundário 
da prática do crime. 
 
27 - O território nacional estende-se a embarcações e aeronaves brasileira de natureza 
pública, desde que se encontrem no espaço aéreo brasileiro ou em alto-mar. 
 
28 - Crimes à distância são aqueles em que a ação ou omissão ocorre em um país e o 
resultado, em outro. 
 
29 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se evitável, 
isenta de pena; se inevitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 
 
 
 
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30 - É isento de pena o agente que pratica crime sem violência ou grave ameaça à pessoa, 
desde que, voluntariamente, repare o dano ou restitua a coisa, até o recebimento da 
denúncia ou da queixa. 
 
31 - O Código Penal estabelece que é crime “praticar ato obsceno em lugar público, ou 
aberto ou exposto ao público” (CP, art. 233). Para interpretar o exato significado da 
expressão “ato obsceno”, deve o operador do Direito valer-se de elementos sociológicos. 
 
32 - A irretroatividade da lei penal mais gravosa é sempre aplicável, inclusive nos crimes 
permanentes e nas hipóteses de continuidade delitiva. 
 
33 - Devido ao fato de o crime de lavagem de capitais ser de caráter acessório, a 
participação do agente no crime antecedente é indispensável à configuração daquele 
crime. 
 
35 - A prática sequenciada de atos libidinosos e conjunção carnal contra a mesma pessoa, 
dentro do mesmo contexto fático, configura crime único. 
 
36 - Durante uma festa rave, Bernardo, 19 anos, conhece Maria, e, na mesma noite, eles 
vão para um hotel e mantém relações sexuais. No dia seguinte, Bernardo é surpreendido 
pela chegada de policiais militares no hotel, que realizam sua prisão em flagrante, 
informando que Maria tinha apenas 13 anos. Bernardo, então, é encaminhado para a 
Delegacia, apesar de esclarecer que acreditava que Maria era maior de idade, devido a 
seu porte físico e pelo fato de que era proibida a entrada de menores de 18 anos na 
festa rave. Diante da situação narrada, Bernardo agiu em erro de tipo, tornando a conduta 
atípica. 
 
37 - Situação hipotética: Um agente, com a livre intenção de matar desafeto seu, disparou 
na direção deste, mas atingiu fatalmente pessoa diversa, que se encontrava próxima ao 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
seu alvo. Assertiva: Nessa situação, configurou-se o erro sobre a pessoa e o agente 
responderá criminalmente como se tivesse atingido a pessoa visada. 
 
38 - Adalberto decidiu matar seu cunhado em face das constantes desavenças, 
especialmente financeiras, pois eram sócios em uma empresa e estavam passando por 
dificuldades. Preparou seu revólver e se dirigiu até a sala que dividiam na empresa. Parou 
de fronte ao inimigo e apontou a arma em sua direção, mas antes de acionar o gatilho 
foi impedido pela secretária que, ao ver a sombra pela porta, decidiu intervir e impedir 
o disparo. Em face do ocorrido, pode-se afirmar que Adalberto poderá responder por 
tentativa de homicídio. 
 
39 - O arrependimento posterior incide apenas nos crimes patrimoniais e sua 
caracterização depende da existência de voluntariedade e espontaneidade do agente. 
 
40 - Com a intenção de praticar um golpe, Luiz pagou diversos produtos comprados em 
determinada loja com um cheque clonado pré-datado. Antes da data do vencimento do 
cheque, Luiz, arrependido, retornou à loja e trocou o cheque por dinheiro em espécie, 
tendo quitado o débito integralmente. A respeito da conduta de Luiz na situação 
hipotética apresentada, pode-se afirmar que estamos diante de um caso de 
arrependimento eficaz. 
 
41 - Nos crimes comissivos por omissão, pelo critério nomológico, violam-se normas 
mandamentais. 
 
42 - Nos crimes comissivos por omissão, a tipicidade é a do tipo comissivo, mas pode 
também, excepcionalmente, ser a do tipo omissivo. 
 
43 - Nos crimes comissivos por omissão, a falta do poder de agir gera atipicidade da 
conduta. 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
44 - Nos crimes comissivos por omissão, são delitos de mera atividade, que se consumam 
com a simples inatividade. 
 
45 - Nos crimes comissivos por omissão, no caso de ingerência, a conduta anterior deve 
ser a produtora do dano ou lesão. 
 
46 - No arrependimento eficaz, o agente interrompe a execução do crime; na desistência 
voluntária, o resultado é impedido após o agente ter praticado todos os atos. 
 
47 - O arrependimento posterior pode ser aplicado aos crimes cometidos com violência 
ou grave ameaça. 
 
48 - Em se tratando de tentativa branca ou incruenta, a vítima não é atingida e não sofre 
ferimentos; se tratar-se de tentativa cruenta, a vítima é atingida e é lesionada. 
 
49 - A diferença entre a tentativa e a tentativa abandonada é que, no primeiro caso, o 
agente diz “eu consigo, mas não quero” e, no segundo, o agente diz “eu quero, mas não 
consigo”. 
 
50 - A desistência voluntária e a tentativa abandonada são espécies de arrependimento 
eficaz. 
 
51 - Antônio, renomado cientista, ao desenvolver uma atividade habitual, em razão da 
pressa para entregar determinado produto, foi omisso ao não tomar todas as precauções 
no preparo de uma fase do procedimento laboratorial, o que acabou ocasionando dano 
à integridade física de uma pessoa. Acerca dessa situação hipotética, julgue o item a 
seguir. Embora não tenha desejado o resultado danoso, Antônio poderá ser punido 
devido à imperícia na execução do procedimento laboratorial. 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
52 - Acerca dos institutos penais da desistência voluntária, do arrependimento eficaz e 
do arrependimento posterior, julgue o item a seguir. De modo geral, a doutrina indica a 
aplicação da fórmula de Frank quando o objetivo for estabelecer a distinção entre 
desistência voluntária e tentativa. 
 
53 - Acerca dos institutos penais da desistência voluntária, do arrependimento eficaz e 
do arrependimento posterior, julgue o item a seguir. É admissível a incidência do 
arrependimento eficaz nos crimes perpetrados com violência ou grave ameaça. 
 
54 - Após uma discussão em um bar, Pedro decide matar Roberto. Para tanto, dirige-se 
até sua residência onde arma-se de um revólver. Ato contínuo, retorna ao 
estabelecimento e efetua um disparo em direção a Roberto. Contudo, erra o alvo, 
atingindo Antonio, balconista que ali trabalhava, ferindo-o levemente no ombro. Diante 
do caso hipotético, Pedro praticou, em tese, o(s) crime(s) de homicídio tentado. 
 
55 - Sobre o iter criminis, é correto afirmar: A aferição do início do ato de execução do 
crime independe do elemento subjetivo do tipo. 
 
56 - Sobre o iter criminis, é correto afirmar: O Código Penal brasileiro adota a teoria 
subjetiva pura na aferição do início do ato de execução. 
 
57 - Sobre o iter criminis, é correto afirmar: A Lei Antiterrorismo (Lei n° 13.260/2016) 
prevê a punição de atos preparatórios de terrorismo quando realizado com o propósito 
inequívoco de consumar o delito. 
 
58 - Sobre o iter criminis, é correto afirmar: A punição da tentativa de crime culposo 
depende de expressa previsão legal. 
 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
59 - Sobre o iter criminis, é correto afirmar: Em verdadeira regressão garantista, o 
Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de que a posse mansa e pacífica é 
necessária à consumação do roubo. 
 
60 - O dolo requer o pleno conhecimento dos elementos do tipo subjetivo, além da 
vontade de realizá-lo. 
 
61 - A teoria da imputação objetiva limita os casos em que o dolo é excessivo e pode 
aumentar a pena do réu diante do risco criado. 
 
62 - O momento do dolo não precisa coincidir com o momento da execução da ação, 
existindo validamente nas figuras do dolo antecedente e subsequente. 
 
63 - O aspecto cognitivo do dolo antepõe-se sempre ao volitivo. 
 
64 - Os tipos omissivos prescindem da verificação do dolo. 
 
65 - De acordo com os principais teóricos do direito penal, a teoria da imputação objetiva 
se refere especificamente à antijuridicidade. 
 
66 - O crime é doloso quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, 
negligência ou imperícia. 
 
67 - Entende-se em legítima defesa quem repele injusta agressão, atual ou iminente, a 
direito seu ou de outrem.Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
68 - O estrito cumprimento do dever legal é causa legal de exclusão da ilicitude. 
 
69 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação, relativamente incapaz de entender o 
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
 
70 - A embriaguez completa, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de feitos 
análogos, exclui a imputabilidade penal. 
 
71 - São requisitos do fato típico a conduta, resultado, nexo causal e tipicidade penal. 
 
72 - No que diz respeito aos critérios utilizados para verificação da imputabilidade penal, 
o Código Penal vigente adotou, em regra, o critério biopscicológico. 
 
73 - Atinente à aplicação da Lei penal, no princípio da representação, a lei penal brasileira 
aplica-se aos crimes cometidos em aeronaves e embarcações privadas quando praticados 
no estrangeiro e aí não sejam julgados. 
 
74 - Prisão em Flagrante, prisão preventiva e prisão temporária são exemplos de prisões 
penais previstas no ordenamento jurídico brasileiro. 
 
75 - A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são causas excludentes de 
ilicitude. 
 
76 - O erro de proibição é causa excludente de ilicitude. 
 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
77 - Há excludente de ilicitude em casos de estado de necessidade, legítima defesa, em 
estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito. 
 
78 - Há excludente de tipicidade em casos de estado de necessidade, legítima defesa, 
exercício regular do direito e estrito cumprimento do dever legal. 
 
79 - A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são causas excludentes de 
tipicidade. 
 
80 - Em relação ao direito penal, julgue o item a seguir. A culpa imprópria ocorre nas 
hipóteses de descriminantes putativas em que o agente, em virtude de erro evitável pelas 
circunstâncias, dá causa dolosamente a um resultado, mas responde como se tivesse 
praticado um delito culposo. 
 
81 - O dolo direto de segundo grau também é conhecido como dolo de consequências 
necessárias. 
 
82 - Para a teoria finalista da ação, o dolo e a culpa integram a culpabilidade. 
 
83 - No crime culposo, a imprudência se caracteriza por uma conduta negativa, enquanto 
a negligência, por um comportamento positivo. 
 
84 - O crime culposo admite como regra a forma tentada. 
 
85 - Na culpa consciente, o agente prevê o resultado como possível, mas com ele não se 
importa. 
 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
86 - Em relação à aplicação da lei penal e aos institutos do arrependimento eficaz e do 
erro de execução, julgue o item seguinte. Segundo o Código Penal, no caso de erro de 
execução, devem-se considerar, para fins de aplicação da pena, tanto as condições ou 
qualidades da pessoa contra a qual se deseja praticar o delito quanto as condições ou 
qualidades da pessoa contra a qual efetivamente se praticou o crime. 
 
87 - Se a preparação de flagrante pela polícia impedir a consumação do crime, estará 
caracterizado crime impossível. 
 
88 - Sandra, jovem de dezessete anos de idade, inabilitada para conduzir veículo 
automotor, com a devida autorização de seu genitor senhor Getúlio D. Za Tento, saiu 
para passear com o veículo de propriedade do pai e dirigindo em alta velocidade 
atropelou Maria das Dores, causando-lhe lesões corporais gravíssimas as quais causaram 
a morte da vítima. Acerca da situação hipotética proposta, é correto afirmar à luz do 
Código Penal, que Getúlio responderá por homicídio culposo (crime comissivo por 
omissão). 
 
89 - A jurisprudência do STF, sobre a consumação do roubo seguido de morte sem 
subtração da coisa, ultrapassa os limites do conceito de consumação do Código Penal. 
 
90 - A criminalização de atos preparatórios como crimes de perigo abstrato autônomos 
não é admita pela jurisprudência do STF, por violação do princípio da lesividade. 
 
91 - Em casos de acidente automobilístico sem a morte da vítima, provocado por ingestão 
de bebida alcóolica, não se pode presumir o dolo eventual, pois há casos em que a 
imputação subjetiva concreta verifica a tentativa de homicídio culposo. 
 
92 - Por razões de política criminal, o ordenamento jurídico brasileiro tornou as tentativas 
de contravenção e falta disciplinar na execução penal impuníveis. 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
93 - A correta imputação subjetiva do crime tentado requer o dolo de tentar o delito 
para não incorrer em excesso punitivo, comum no populismo penal contemporâneo. 
 
94 - No arrependimento posterior, o agente busca atenuar os efeitos da sua conduta, 
sendo, portanto, causa geral de diminuição de pena. Sobre esse instituto podemos 
afirmar que: A grave ameaça não o tipifica. 
 
95 - No arrependimento posterior, o agente busca atenuar os efeitos da sua conduta, 
sendo, portanto, causa geral de diminuição de pena. Sobre esse instituto podemos 
afirmar que: Pode ocorrer em crime cometido com violência, desde que o agente se 
retrate até a sentença. 
 
96 - No arrependimento posterior, o agente busca atenuar os efeitos da sua conduta, 
sendo, portanto, causa geral de diminuição de pena. Sobre esse instituto podemos 
afirmar que: O dano não precisa ser reparado quando o crime foi sem violência. 
 
97 - No arrependimento posterior, o agente busca atenuar os efeitos da sua conduta, 
sendo, portanto, causa geral de diminuição de pena. Sobre esse instituto podemos 
afirmar que: Deve operar-se até o recebimento da denúncia ou queixa. 
 
98 - Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia mista, 
supondo ser funcionário de empresa privada com interesse exclusivamente particular, 
incide em erro sobre a pessoa. 
 
99 - Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia mista, 
supondo ser funcionário de empresa privada com interesse exclusivamente particular, 
incide em descriminante putativa. 
 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
100 - Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia 
mista, supondo ser funcionário de empresa privada com interesse exclusivamente 
particular, incide em erro sobre a ilicitude do fato inevitável. 
 
101 - Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia 
mista, supondo ser funcionário de empresa privada com interesse exclusivamente 
particular, erro sobre a ilicitude do fato evitável. 
 
102 - Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia 
mista, supondo ser funcionário de empresa privada com interesse exclusivamente 
particular, incide em incide em erro de tipo. 
 
103 - A inexigibilidade de conduta diversa constitui causa supralegal de exclusão da 
ilicitude. 
 
104 - O dolo e a culpa integram, respectivamente, a tipicidade e a culpabilidade, segundo 
a teoria finalista da ação. 
 
105 - O chamado princípio da insignificância exclui a tipicidade formal da conduta. 
 
106 - A coação moral irresistível constitui causa de exclusão da antijuridicidade. 
 
107 - O consentimento do ofendido pode conduzir à exclusão da tipicidade. 
 
108 - No que toca à relação de causalidade, é correto afirmar que é normativa nos crimes 
omissivos impróprios. 
 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
109 - No que toca à relação de causalidade, é correto afirmar que a superveniência de 
causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o 
resultado, não se podendo imputar os fatos anteriores a quem os praticou. 
 
110 - No que toca à relação de causalidade, é correto afirmar quea previsão legal de 
que a omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar 
o resultado, se tinha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância, é aplicável aos 
crimes omissivos próprios. 
 
111 - No que toca à relação de causalidade, é correto afirmar que se adota em nosso 
sistema a teoria da conditio sine qua non, distinguindo-se, porém, causa de condição ou 
concausa. 
 
112 - No que toca à relação de causalidade, é correto afirmar que a teoria da imputação 
objetiva estabelece que somente pode ser objetivamente imputável um resultado 
causado por uma ação humana quando a mesma criou, para o seu objeto protegido, uma 
situação de perigo juridicamente relevante, ainda que permitido, e o perigo se 
materializou no resultado típico. 
 
113 - O erro sobre a ilicitude do fato exclui a culpabilidade, por não exigibilidade de 
conduta diversa. 
 
114 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo penal não exclui a possibilidade de 
punição por crime culposo. 
 
115 - O erro sobre a ilicitude do fato, se evitável, isenta de pena. 
 
116 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo penal exclui a culpabilidade. 
 
 
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117 - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena, 
considerando-se as condições ou qualidades da vítima, e não as da pessoa contra quem 
o agente queria praticar o crime. 
 
118 - No que concerne à lei penal no tempo, tentativa, crimes omissivos, arrependimento 
posterior e crime impossível, julgue o item a seguir. A mãe que, apressada para fazer 
compras, esquecer o filho recém-nascido dentro de um veículo responderá pela prática 
de homicídio doloso no caso de o bebê morrer por sufocamento dentro do veículo 
fechado, uma vez que ela, na qualidade de agente garantidora, possui a obrigação legal 
de cuidado, proteção e vigilância da criança. 
 
119 - Julgue o item seguinte, a respeito de concurso de pessoas, tipicidade, ilicitude, 
culpabilidade e fixação da pena. Aquele que for fisicamente coagido, de forma irresistível, 
a praticar uma infração penal cometerá fato típico e ilícito, porém não culpável. 
 
120 - Mateus tinha em seu poder fotos íntimas de sua ex-namorada Lúcia. Após o fim 
do namoro, ele exigiu de Lúcia o pagamento de determinada quantia em dinheiro para 
não publicar as fotos na Internet. Mateus não publicou as fotos e, antes de receber o 
valor exigido, foi preso. Nessa situação, deve ser imputado a Mateus o crime de tentativa 
de extorsão. 
 
121 - Ana atirou, intencionalmente, ácido sulfúrico na direção do rosto de César, seu 
inimigo, que se desviou a tempo e escapou ileso do ataque. Nessa situação, Ana deve 
responder por tentativa de lesão corporal gravíssima. 
 
122 - Jorge foi detido, em sua residência, pela polícia, na posse de carro cuja numeração 
do chassi ele havia adulterado para posterior venda. Nessa situação, Jorge deve ser 
responsabilizado pela prática de tentativa de estelionato, entre outros crimes. 
 
 
 
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123 - Mauro, sabendo que sua vizinha, Maria, apresentava quadro depressivo e 
considerava pôr fim à própria vida, entregou-lhe uma dose letal de veneno. Maria, no 
entanto, deixou cair parte da dose, tendo ingerido apenas pequena porção do veneno e, 
após lavagem estomacal, sobreviveu sem danos físicos. Nessa situação, deve ser 
imputada a Mauro a prática de auxílio a suicídio. 
 
124 - Silas, que cumpre pena por sentença transitada em julgado, foi escoltado para 
assistir ao enterro da mãe. No cemitério, ele agrediu e feriu o policial que o escoltava e 
correu em direção ao portão de entrada, tendo sido detido por populares antes de sair 
do local. Nessa situação, Silas deverá responder por tentativa de evasão, com redução de 
pena entre um e dois terços. 
 
125 - O erro de tipo essencial invencível exclui o dolo, mas permite a punição de crime 
culposo, se previsto em lei. 
 
126 - O estado de necessidade agressivo ocorre quando o ato necessário se dirige contra 
a coisa que promana o perigo para o bem jurídico defendido. 
 
127 - No caso de excesso culposo da legítima defesa, embora o agente somente possa 
resultar punido com a pena do crime culposo, quando prevista em lei esta estrutura 
típica, a vontade deste é dirigida ao resultado, de modo que age, na realidade, 
dolosamente, mas, por erro vencível ou evitável, não sabe que transpôs os limites legais 
da causa de justificação e exercita defesa desnecessária. 
 
128 - Nas discriminantes putativas, quando o erro recair sobre os limites ou o alcance da 
justificativa, estaremos diante do erro de tipo permissivo. 
 
129 - Tanto a legítima defesa como o estado de necessidade possuem o caráter de 
agressão autorizada a bens jurídicos, com diferença, entretanto, de que no estado de 
 
 
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necessidade ocorre uma ação predominantemente defensiva com aspectos agressivos, ao 
passo que na legítima defesa se dá uma ação predominantemente agressiva com aspectos 
defensivos. 
 
130 - A superveniência de causa relativamente independente, que, por si só, produz o 
resultado, exclui a imputação original, mas os fatos anteriores são imputados a quem os 
praticou. 
 
131 - A relação de causalidade relevante para o Direito Penal é a que é previsível ao 
agente. A cadeia causal, aparentemente infinita sob a ótica naturalística, é limitada pelo 
dolo ou pela culpa do agente. 
 
132 - As concausas absolutamente independentes excluem a causalidade da conduta. 
 
133 - A relação de causalidade tem relevância nos crimes materiais ou de resultado e nos 
formais ou de mera conduta. 
 
134 - Para o Código Penal (art. 20, § 1.º), quando a descriminante putativa disser respeito 
aos pressupostos fáticos da excludente, estamos diante do erro de tipo. 
 
135 – Segundo a teoria causalista, conduta é um comportamento humano voluntário no 
mundo exterior que consiste em fazer ou não fazer alguma coisa. 
 
136 – Segundo a teoria social, conduta é a manifestação externa da vontade humana que 
tenha relevância social. 
 
 
 
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137 – Segundo a teoria finalista, conduta é a atividade humana conscientemente dirigida 
a uma finalidade. 
 
138 – Segundo a teoria da imputação objetiva, conduta é a atividade que cria ou 
incrementa um risco que, permitido ou não, produza resultado lesivo ou expositivo ao 
bem jurídico tutelado. 
 
139 – Segundo a teoria da equivalência dos antecedentes, todos os fatores que concorrem 
fisicamente para a produção de um resultado criminoso naturalístico são considerados 
sua causa. 
 
140 - O julgador pode deixar de fixar o regime inicial de cumprimento da pena privativa 
de liberdade ao acusado na sentença condenatória para que essa fixação seja aplicada 
pelo juízo da execução criminal após análise criminológica. 
 
141 - Após iniciada a execução de um crime e ocorrida a interrupção dessa execução por 
circunstâncias alheias à vontade do agente, tem-se a chamada tentativa perfeita. 
 
142 - A desistência voluntária consiste na interrupção da execução de um crime após o 
agente tê-la iniciado, enquanto que o arrependimento eficaz consiste na ação do agente 
para impedir que o resultado do crime ocorra depois de estar bem mais próximo de todo 
o processo executório da infração ou tê-lo percorrido integralmente. 
 
143 - São requisitos da legítima defesa: a reação a uma agressão atual ou iminente e 
injusta, a defesa de um direito próprio ou alheio e o elemento subjetivo. 
 
144 - A respeito do princípio da legalidade, da relação de causalidade, dos crimes 
consumados e tentados e da imputabilidade penal, julgue os itens seguintes. No direito 
 
 
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penal brasileiro, as penas previstas para os crimes consumados são as mesmas previstas 
para os delitos tentados. 
 
145 - A respeito do princípio da legalidade, da relação de causalidade, dos crimes 
consumados e tentados e da imputabilidade penal, julgue os itens seguintes. Considere 
que Alfredo, logo depois de ter ingerido veneno com a intenção de suicidar-se, tenha 
sido alvejado por disparos de arma de fogo desferidos por Paulo, que desejava matá-lo. 
Considere, ainda, que Alfredo tenha morrido em razão da ingestão do veneno. Nessa 
situação, o resultado morte não pode ser imputado a Paulo. 
 
146 - O Código Penal não apresenta o conceito de crime culposo, tratando-se de tipo 
aberto, devendo o juiz, no caso concreto, promover um juízo de valor. 
 
147 - São elementos do crime culposo: conduta voluntária, inobservância de um 
dever objetivo de cuidado; resultado lesivo não querido, tampouco assumido, pelo 
agente; nexo causal entre a conduta descuidada e o resultado; previsibilidade; 
tipicidade. 
 
148 - Na culpa consciente, o agente prevê o resultado e pratica a conduta acreditando 
que ele não irá ocorrer; na culpa inconsciente, embora previsível o resultado, o 
agente não o prevê. 
 
149 - Para a teoria causal, no dolo há um elemento de natureza normativa, qual 
seja, a consciência do ilícito (dolo normativo). 
 
150 - A doutrina brasileira, de forma amplamente majoritária, admite a coautoria 
nos crimes culposos, inclusive a participação. 
 
 
 
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151 - Maria e Mariana, ambas nascidas com genitais femininos, auto-identificadas e 
socialmente reconhecidas como mulheres, convivem em união estável e monogâmica. 
Ocorre que Maria, às escondidas, passa a manter relações sexuais com José. Mariana 
flagra Maria em ato sexual com José e, nesse contexto, Maria provoca injustamente 
Mariana, dizendo a José, em tom de escárnio, que Mariana é “xucra, burra e ruim de 
cama”, e que, além disso, Mariana “gosta de ser traída e não tomará qualquer atitude, 
por ser covarde e medrosa”. Embora nunca tenha praticado ato de violência doméstica, 
Mariana é tomada por violenta emoção e dispara projétil de arma de fogo contra a cabeça 
de Maria, que morre imediatamente. É correto afirmar que Mariana praticou homicídio 
privilegiado. 
 
152 - Durante uma discussão entre Carla e Luana, que eram amigas, Carla desfere, com 
intenção de causar lesão leve, um tapa na face de Luana, que a havia ofendido. Ocorre 
que, de maneira totalmente surpreendente, Luana vem a falecer no dia seguinte, em 
virtude do tapa recebido e da lesão causada, pois rompeu-se um desconhecido coágulo 
sanguíneo na cabeça, mesmo diante do fraco golpe. Na semana seguinte, a família de 
Luana, revoltada, procura a Delegacia, narra o ocorrido e afirma ter interesse em ver Carla 
processada criminalmente. Confirmados os fatos, assim como a intenção de Carla, o 
Ministério Público poderá imputar a Carla a prática do(s) crime(s) de lesão corporal leve. 
 
153 - Ocorre o feminicídio quando o homicídio é praticado contra a mulher por razões 
da condição de sexo feminino, como quando o crime envolve a violência doméstica e 
familiar ou o menosprezo ou a discriminação à condição de mulher. 
 
154 - A pena pela prática do homicídio doloso simples será aumentada de um terço se o 
agente deixar de prestar imediato socorro à vítima, não procurar diminuir as 
consequências do seu ato ou fugir para evitar a prisão em flagrante. 
 
 
 
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155 - Em se tratando de homicídio doloso simples, o juiz poderá deixar de aplicar a pena 
caso as consequências da infração atinjam o próprio agente de forma tão grave que a 
sanção penal se torne desnecessária. 
 
156 - A pena do feminicídio poderá ser aumentada se o crime for praticado durante a 
gestação ou nos seis meses posteriores ao parto. 
 
157 - Se o agente cometer o crime de homicídio qualificado sob violenta emoção, logo 
após injusta provocação da vítima, o juiz deve considerar essa circunstância como 
atenuante genérica na aplicação da pena. 
 
158 - Mário e Mauro combinam a prática de um crime de furto a uma residência. 
Contudo, sem que Mário saiba, Mauro arma-se de um revólver devidamente municiado. 
Ambos, então, ingressam na residência escolhida para subtrair os bens ali existentes. 
Enquanto Mário separava os objetos para subtração, Mauro é surpreendido com a 
presença de um dos moradores que, ao reagir a ação criminosa, acaba sendo morto por 
Mauro. Nesta hipótese Mário responderá pela prática de furto e Mauro pelo crime de 
latrocínio. 
 
159 - Terêncio, em razão da condição de sexo feminino, efetua disparo de arma de fogo 
contra sua esposa Efigênia, perceptivelmente grávida, todavia atingindo, por falta de 
habilidade no manejo da arma, Nereu, um vizinho, que morre imediatamente. 
Desconsiderando os tipos penais previstos no Estatuto do Desarmamento e levando em 
conta apenas as informações contidas no enunciado, é correto afirmar que Terêncio 
praticou crime(s)de aborto, na forma tentada, e feminicídio majorado. 
 
160 - Abigail, depois de iniciado parto caseiro, mas antes de completá-lo, sob influência 
do estado puerperal, mata o próprio filho. Abigail praticou crime de infanticídio. 
 
 
 
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161 - No tocante ao crime de homicídio, é correto afirmar que inadmissível a 
continuidade delitiva, por ser a vida um bem personalíssimo. 
 
162 - No tocante ao crime de homicídio, é correto afirmar que possível o reconhecimento 
da chamada figura privilegiada do delito na decisão de pronúncia. 
 
163 - No tocante ao crime de homicídio, é correto afirmar que a ausência de motivos e 
a embriaguez completa são incompatíveis com a qualificadora do motivo fútil, consoante 
entendimento jurisprudencial. 
 
164 - No tocante ao crime de homicídio, é correto afirmar que possível a coexistência 
entre as qualificadoras dos motivos torpe e fútil, segundo entendimento sumulado. 
 
165 - No tocante ao crime de homicídio, é correto afirmar que a chamada figura 
privilegiada é incompatível com as qualificadoras do emprego de meio cruel e do 
 motivo torpe. 
 
166 - Rita, depois de convencer suas colegas Luna e Vera, todas vendedoras em uma 
joalheria, a desviar peças de alto valor que ficavam sob a posse delas três, planejou 
detalhadamente o crime e entrou em contato com Ciro, colecionador de joias, para que 
ele adquirisse a mercadoria. Luna desistiu de participar do fato e não foi trabalhar no dia 
da execução do crime. Rita e Vera conseguiram se apossar das peças conforme o 
planejado; entretanto, como não foi possível repassá-las a Ciro no mesmo dia, Vera levou-
as para a casa de sua mãe, comunicou a ela o crime que praticara e persuadiu-a a guardar 
os produtos ali mesmo, na residência materna, até a semana seguinte. Considerando que 
o crime apresentado nessa situação hipotética venha a ser descoberto, julgue o item que 
se segue, com fundamento na legislação pertinente. Ainda que não tenha sido informado 
de que as peças seriam produto de crime, Ciro poderá responder criminalmente por uma 
 
 
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das espécies de receptação, caso venha a adquiri-las por valor muito abaixo do preço de 
mercado. 
 
167 - Julgue o item seguinte, relativos aos tipos penais dispostos no Código Penal e nas 
leis penais extravagantes. A distinção entre o roubo e a extorsão está no grau de 
participação da vítima, tendo em vista que, no segundo tipo penal, é exigida a 
participação efetiva do agente lesado. 
 
168 - Admite-se acontinuidade delitiva entre os crimes de roubo e de latrocínio. 
 
169 - A continuidade delitiva pode ser reconhecida quando se tratar de delitos de mesma 
espécie ocorridos em comarcas limítrofes ou próximas. 
 
170 - Nos crimes dolosos contra vítimas diferentes cometidos com violência ou grave 
ameaça à pessoa, o aumento da pena pelo crime continuado encontra fundamento na 
gravidade do delito. 
 
171 - O prazo prescricional será regulado pela pena imposta na sentença, com o 
acréscimo decorrente da continuidade delitiva. 
 
172 - Mário e Mauro combinam a prática de um crime de furto a uma residência. 
Contudo, sem que Mário saiba, Mauro arma-se de um revólver devidamente municiado. 
Ambos, então, ingressam na residência escolhida para subtrair os bens ali existentes. 
Enquanto Mário separava os objetos para subtração, Mauro é surpreendido com a 
presença de um dos moradores que, ao reagir a ação criminosa, acaba sendo morto por 
Mauro. Nesta hipótese Mário responderá pela prática de furto simples e Mauro 
responderá pela prática de furto qualificado. 
 
 
 
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173 - Vitor, sócio administrador da Sociedade X, em razão da grande quantidade de 
serviço que desempenha, deixa de repassar no prazo devido, de maneira negligente, à 
previdência social contribuições previdenciárias recolhidas dos empregados contribuintes. 
Um dos empregados, porém, descobre o ocorrido e narra para autoridade policial. 
Considerando as informações narradas, é correto afirmar que a conduta de Vitor 
configura apropriação indébita previdenciária. 
 
174 - Constitui causa de aumento de pena do furto simples a subtração de semovente 
domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da 
subtração. 
 
175 - É isento de pena quem comete furto em prejuízo de ascendente, 
independentemente da idade da vítima. 
 
176 - Não incide a agravante de crime praticado contra maior de sessenta anos no caso 
de estelionato contra idoso. 
 
178 - Admitem a figura privilegiada os crimes de furto, dano, apropriação indébita, 
estelionato e receptação. 
 
179 - Desejando roubar um estabelecimento comercial, Celidônio rouba primeiramente 
um carro, deixando-o ligado em frente ao estabelecimento para a facilitação de sua fuga. 
Quando Celidônio se afasta, Arlindo casualmente passa pelo local e, vendo o veículo 
ligado, opta por subtraí-lo, dirigindo ininterruptamente até ingressar em outro Estado da 
Federação. Nesse contexto, é correto falar que Arlindo cometeu crime de furto. 
 
180 - Quem constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe 
haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que 
 
 
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a lei permite, ou a fazer o que ela não manda estará incorrendo no crime de 
constrangimento ilegal. 
 
181 - Constitui crime impossível a tentativa de furto em loja comercial dotada de sistema 
de monitoramento por câmeras de vídeo, por impossibilidade de sua consumação. 
 
182 - A prisão em flagrante do suspeito de crime de receptação na posse da res furtiva, 
com registro de furto ou de roubo, comprova a materialidade do delito. 
 
183 - A utilização de arma de fogo desmuniciada para intimidar a vítima caracteriza a 
elementar “grave ameaça” e acarreta a aplicação da majorante prevista na lei. 
 
184 - Os crimes de furto e de roubo só se consumam quando o agente detém a posse 
tranquila do bem subtraído. 
 
185 - No que concerne aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que há 
pluralidade de latrocínios, se diversas as vítimas fatais, ainda que único o patrimônio 
visado e lesado, conforme entendimento pacificado dos tribunais superiores. 
 
186 - No que concerne aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que é possível 
o reconhecimento da figura privilegiada do delito nos casos de furto qualificado, se 
primário o agente e de pequeno valor a coisa subtraída, independentemente da natureza 
da qualificadora, segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça. 
 
187 - No que concerne aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que a 
indispensabilidade do comportamento da vítima não constitui critério de diferenciação 
entre o roubo e a extorsão. 
 
 
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188 - No que concerne aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que a receptação 
própria não prevê modalidade de crime permanente. 
 
189 - No que concerne aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que não 
constitui furto de energia a subtração de sinal de TV a cabo, consoante já decidido pelo 
Supremo Tribunal Federal. 
 
190 - NÃO pode ser objeto de furto bem imóvel. 
 
191 - Configura estelionato o ato de defraudar, mediante alienação não consentida pelo 
credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, ainda que o agente não tenha a posse 
do objeto empenhado. 
 
192 - O crime de extorsão alcança a consumação com a efetiva obtenção da vantagem 
indevida pelo agente, segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça. 
 
193 - É cabível o perdão judicial no dano culposo. 
 
194 - Não tipifica estelionato o ato de dar em locação coisa alheia como própria. 
 
195 - Configura concorrência para o crime de furto a contribuição posterior, desde que 
prometida anteriormente. 
 
196 - É atípica, em tese, a conduta daquele que faz inserir, em documento público, 
declaração falsa acerca do verdadeiro condutor de veículo envolvido em sinistro de 
trânsito uma vez que integrante do direito à ampla defesa. 
 
 
 
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197 - É necessária a realização de perícia, uma vez que, a exemplo do que ocorre com a 
falsidade documental, a alteração é no conteúdo do documento. 
 
198 - O documento para fins de falsidade ideológica deve ser uma peça que tenha 
possibilidade de produzir prova de um determinado fato, ainda que para tanto sejam 
necessárias outras verificações. 
 
 
199 - É crime material, como todo falso, não sendo suficiente para sua consumação a 
mera potencialidade lesiva. 
 
200 - É atípica a conduta de fazer afirmações possivelmente falsas, em ação judicial, com 
base em documentos também tidos por adulterados (instrumentos procuratórios com 
assinaturas falsas e comprovantes de residência adulterados), uma vez que a Constituição 
Federal assegura a todos o acesso à justiça. 
 
201 - A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é atípica, 
mesmo quando comprovado que a ação ocorreu com o objetivo de autodefesa. 
 
202 - Em se tratando de contravenções penais praticadas contra a mulher no âmbito das 
relações domésticas, é possível a aplicação do princípio da insignificância, se preenchidos 
determinados critérios. 
 
203 - A demonstração inequívoca da intenção do agente de realizar tráfico entre estados 
da Federação é suficiente para a incidência do aumento de um sexto a dois terços da 
pena para o crime de tráfico de drogas, sendo desnecessária a efetiva transposição da 
fronteira entre os estados. 
 
 
 
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204 - A inversão da posse do bem mediante o emprego de violência não configura o 
crime de roubo, mas sua tentativa, se a coisa roubada for recuperada brevemente após 
perseguição imediata ao agente. 
 
205 - Tratando-se do crime de furto, a comprovação inequívoca da presença de 
seguranças no interior do estabelecimento comercial da vítima configura crime 
impossível. 
 
206 - Antônio foi parado em operação de fiscalização de trânsito e entregou sua carteira 
de identidade ao policial, que, na verdade, havia lhe solicitado sua CNH. Tal fato gerou 
suspeita no policial,que decidiu vistoriar o veículo de Antônio e acabou por encontrar 
uma CNH falsa. Nessa situação hipotética, Antônio deverá responder pelos crimes de uso 
de documento falso e de falsificação de documento público, em concurso material. 
 
207 - O crime denominado “petrechos de falsificação” (CP, art. 294) tem a pena 
aumentada, de acordo com o art. 295 do CP, se o agente for funcionário público e 
cometer o crime prevalecendo-se do cargo. 
 
208 - A falsificação de um documento emanado de sociedade de economia mista federal 
caracteriza o crime de falsificação de documento público. 
 
209 - Equipara-se a documento público para caracterização do crime de falsificação de 
documento público o cartão de crédito ou débito. 
 
210 - Se o autor do crime de falsificação de selo ou sinal público é funcionário público e 
comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é aumentada de um terço. 
 
 
 
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211 - Aquele que faz inserir na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado 
declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado estará sujeito às penas cominadas 
ao crime de falsidade ideológica. 
 
212 - O médico que dá, no exercício de sua função, atestado falso com o fim lucrativo 
estará sujeito à pena privativa de liberdade cominada ao delito de falsidade de atestado 
médico aumentada de metade. 
 
213 - Julgue o item seguinte, relativos aos tipos penais dispostos no Código Penal e nas 
leis penais extravagantes. No mesmo contexto fático, são incompatíveis o crime de 
corrupção ativa praticado por particular e o crime de concussão praticado por funcionário 
público. 
 
214 - Tendo como referência a jurisprudência sumulada dos tribunais superiores, julgue 
o item a seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação da lei penal e 
institutos. É possível a aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra a 
administração pública, desde que o prejuízo seja em valor inferior a um salário mínimo. 
 
215 - A respeito de crimes contra a administração pública, julgue o item seguinte. O 
Superior Tribunal de Justiça entende que manter a tipificação do crime de desacato no 
sistema jurídico brasileiro não ofende a Convenção Americana sobre Direitos Humanos. 
 
216 - Ser membro de poder ou exercer cargo de elevada envergadura são circunstâncias 
irrelevantes para a formulação da pena-base dos crimes contra a administração pública. 
 
217 - A corrupção ativa não pode existir na ausência de corrupção passiva, pois tais 
condutas são tipicamente bilaterais. 
 
 
 
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218 - O princípio da insignificância poderá ser aplicado aos crimes contra a administração 
pública quando o agente for primário e o prejuízo causado ao erário for inexpressivo. 
 
219 - A circunstância elementar do crime de peculato se comunica ao coautor ou 
partícipe, mesmo que estes não integrem o serviço público. 
 
220 - O crime de corrupção ativa é de natureza material e se consuma com a efetiva 
entrega da vantagem oferecida. 
 
221 - Em determinada execução fiscal promovida pela Prefeitura Municipal de Marília, é 
localizado um bem que, uma vez alienado gerará valor mais do que suficiente para o 
pagamento do crédito tributário ao Erário. O juízo determina a penhora do bem e designa 
um depositário judicial. Seguidos os trâmites processuais, é determinado o leilão do bem. 
No entanto, verifica-se que o depositário judicial vendeu o bem por conta própria e 
apossou-se do valor, estando em local incerto e não sabido. Considerando as previsões 
do Código Penal, é correto afirmar que o depositário judicial, nessa situação, haveria 
cometido o crime de apropriação indébita. 
 
222 - No que se refere ao cumprimento de mandados judiciais e suas repercussões 
criminais na esfera penal, julgue o item que se segue. Caso a parte resista, com uso de 
violência, ao cumprimento do mandado judicial e a diligência deixe de ser cumprida em 
razão disso, ficará configurado o crime de resistência qualificada em concurso material 
com o crime decorrente da violência. 
 
223 - Em relação a ambos os crimes, admite-se que o agente seja autoridade pública 
encarregada da persecução criminal. 
 
224 - Em relação a ambos os crimes, a instauração da investigação configura elemento 
normativo dos tipos suficiente para configurar consumação. 
 
 
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225 - Exige-se, como elemento normativo dos tipos desses crimes, a indicação de pessoa 
certa e determinada. 
 
226 - Em relação a ambos os crimes, impõe-se ao agente saber da inocência da pessoa a 
quem se imputa o crime ou infração. 
 
227 - A consumação desses crimes se dá desde que o agente, ao comunicar o crime, 
tenha consciência atual de que inexiste a infração por ele imputada. 
 
228 - Funcionário público municipal, imprudentemente, deixa a porta da repartição aberta 
ao final do expediente. Assim agindo, mesmo sem intenção, concorre para que outro 
funcionário público, que trabalha no mesmo local, subtraia os computadores que 
guarneciam o órgão público. O Município sofre considerável prejuízo. A conduta do 
funcionário que deixou a porta aberta traduz-se em peculato culposo. 
 
229 - A conduta de “dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, 
instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade 
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente” configura 
denunciação caluniosa. 
 
230 - O crime de “impedimento, perturbação ou fraude de concorrência”, do art. 335 do 
CP, está assim definido: “impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda 
em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por 
entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de 
violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem.” Incorre na mesma pena 
estabelecida para o crime citado, nos termos do parágrafo único do mesmo artigo, quem 
se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida. 
 
 
 
 
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1 - De acordo com o CP, com relação à sucessão das leis penais no tempo, não se aplicam 
as regras gerais da irretroatividade da lei mais severa, tampouco a retroatividade da 
norma mais benigna, bem como não se aplica o preceito da ultra-atividade à situação 
caracterizada pela chamada lei penal em branco. 
Errado. CF, Art. 5o, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 
 
2 - A revogação de uma norma pela superveniência de outra que disponha sobre a mesma 
matéria poderá atingir as situações já consumadas sob a égide da lei antiga, afetando os 
efeitos pretéritos produzidos ou incidindo sobre os efeitos presentes ou futuros de 
situações passadas ocorridas na vigência da norma revogada. 
Correto. Principio da extra-atividade nos seus dois tipos: retroatividade e ultratividade. 
3 - A eficácia da sentença penal condenatória proferida no estrangeiro depende de 
homologação tanto para obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a 
outros efeitos civis quanto para o reconhecimento da reincidência. 
Errado. A sentença penal condenatória proferida no estrangeiro, a rigor do que dispõe o 
artigo 9º do CP, necessita de homologação (através do STJ, após aEC/04) para obrigar o 
condenado à reparação do dano, a restituições e outros efeitos civis e para sujeitá-lo à medida 
de segurança. 
 
4 - João comete um crime no estrangeiro e lá é condenado a 4 anos de prisão, 
integralmente cumpridos. Pelo mesmo crime, João é condenado no Brasil à pena de 8 
anos de prisão. João ainda deverá cumprir 4 anos de prisão no Brasil. 
Correto. Na situação hipotética constante do enunciado da questão, incidiu o princípio da 
extraterritorialidade (artigo 7º do Código Penal), uma vez que se aplicou ao delito praticado 
no estrangeiro por João a lei brasileira. Conforme narrado, João foi condenado no 
estrangeiro a quatro anos de prisão e lá cumpriu integralmente a pena. No Brasil foi 
condenado a oito anos de prisão, ou seja, as penas aplicadas têm idêntica natureza. Sendo 
assim, aplica-se ao presente caso a segunda parte do artigo 8º do Código Penal ("A pena 
cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, 
 
 
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ou nela é computada quando idênticas.", devendo ser computada na pena aplicada no Brasil, 
a pena de quatro anos cumprida no estrangeiro. Com efeito, João ainda deverá cumprir quatro 
anos de prisão no Brasil. 
 
5 - Legalidade ou reserva legal, anterioridade, retroatividade da lei penal benéfica, 
humanidade e in dubio pro reo são espécies de princípios constitucionais penais 
explícitos. 
Errado. O princípio do in dubio pro reo é um princípio de natureza processual penal, corolário 
do princípio da presunção de inocência ou da não-culpabilidade com sede constitucional. 
 
6 - O princípio da humanidade assegura o respeito à integridade física e moral do preso 
na medida em que motiva a vedação constitucional de pena de morte e de prisão 
perpétua. 
Correto. O princípio da humanidade da pena assegura que a aplicação e a execução da pena 
não podem atentar contra a dignidade humana (artigo 1º, III, da Constituição da República). 
Via de consequência, o poder punitivo estatal não pode aplicar sanções que lesionem a 
integridade física e moral do preso. Nesse sentido, o artigo 5º da Constituição prevê, como 
direitos e garantias fundamentais, que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante (inciso III) e que não haverá penas de morte (salvo em caso de 
guerra declarada), de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento ou cruéis (inciso 
XLVII). 
 
7 - O princípio da responsabilidade pessoal impede que os familiares do condenado 
sofram os efeitos da condenação de ressarcimento de dano causado pela prática do 
crime. 
Errado. Pelo princípio da responsabilidade pessoal ou da intranscendência, com sede no artigo 
5ª XLV, da Constituição, a condenação penal não pode transcender à pessoa do condenado. 
No entanto, esse óbice não alcança a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens que, nos termos da lei, podem ser estendidas aos sucessores e contra 
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. 
 
 
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8 - A posse de um único projétil de arma de fogo de uso permitido não configura crime 
se o agente não possuir arma que possa ser municiada, de acordo com o princípio da 
ofensividade. 
Errado. Nos termos do artigo 12 da Lei nº 10.826/2003, a conduta de portar projétil de arma 
de fogo de uso permitido configura crime. No entanto, a jurisprudência mais recente tanto 
do STF quanto do STJ vêm entendendo que a conduta não é materialmente típica. Neste 
sentido, "Não é possível vislumbrar, nas circunstâncias, situação que exponha o corpo social 
a perigo, uma vez que a única munição apreendida, guardada na residência do acusado e 
desacompanhada de arma de fogo, por si só, é incapaz de provocar qualquer lesão à 
incolumidade pública" afirmou, acrescentando que, se não há ofensividade da conduta ao 
bem jurídico tutelado, não há fato típico e, por conseguinte, crime. (STF, RHC 143.449/MS, 
Relator Ministro Ricardo Lewandowski). O princípio da lesividade é uma construção doutrinária 
que se encontraria implícito na Constituição. 
 
9 - A Escola Clássica adotava a teoria mista, que entende a pena não apenas como 
retribuição ao infrator pelo mal causado, mas também como medida com finalidade 
preventiva. 
Errado. A Escola Clássica adota a teoria absoluta da pena, segundo a qual, "A pena é 
retribuição, ou seja, compensação do mal causado pelo crime. É decorrente de uma exigência 
de justiça. seja como compensação da culpabilidade, punição pela transgressão do direito 
(teoria da retribuição), seja como expiação do agente (teoria da expiação)." (Luis Regis Prado, 
em Curso de Direito Penal Brasileiro). 
 
10 - A analogia constitui meio para suprir lacuna do direito positivado, mas, em direito 
penal, só é possível a aplicação analógica da lei penal in bonam partem, em atenção ao 
princípio da reserva legal, expresso no artigo primeiro do Código Penal. 
Correto. A analogia é um método de auto-integração que visa suprir as lacunas da lei. É 
aplicada quando um caso particular não se encontra especificamente regulamentado, mas há 
regulamentação para casos semelhantes. Sendo assim, por analogia, aplica-se essa mesma 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
regra ao caso particular despido de regulamentação. A analogia para estabelecer sanções 
criminais não tipificadas (analogia in malam partem) não é admissível no Direito Penal em 
razão do princípio da reserva legal, que tem sedes legal (artigo 1º do CP) e constitucional 
(artigo 5º, XXXIX da CF). Nada obstante, é cabível a aplicação da analogia em favor do agente 
do crime (analogia in bonam partem). O nossa doutrina, por exemplo, vem aceitando a 
aplicação da analogia nos casos das dirimentes penais como, por exemplo, nas causas 
supralegais de exclusão da culpabilidade, notadamente a inexigibilidade de conduta diversa. 
 
11 - Uma das funções do princípio da legalidade é permitir a criação de crimes e penas 
pelos usos e costumes. 
Errado. O princípio da legalidade ou da reserva legal quer significar que somente lei, em seu 
sentido mais estrito, pode definir o que seja crime e cominar sanções. Por força desse 
princípio, a elaboração das normas incriminadoras e das respectivas sanções constitui função 
exclusiva da lei. O referido princípio pressupõe que apenas lei em sentido formal (Lex stricta), 
ou seja, emanada do Poder Legislativo, pode definir crimes, sendo vedado o uso de analogia. 
Por força desse princípio não se admite o costume como fonte de definição de delitos (lex 
scripta). 
 
12 - No Brasil, em um primeiro momento, a União Federal pode legislar sobre matéria 
penal. No entanto, de forma indireta e urgente, leis estaduais podem impor regras e 
sanções de natureza criminal. 
Errado. Nos termos do artigo 22, inciso I, da Constituição da República, compete 
privativamente à União legislar sobre direito penal. 
 
13 - A lei penal incriminadora somente pode ser aplicada a um fato concreto desde que 
tenha tido origem antes da prática da conduta. Em situações temporárias e excepcionais, 
no entanto, admite-se a mitigação do princípio da anterioridade. 
Errado. De acordo com o princípio da anterioridade, a norma penal incriminadora somente 
pode ser aplicada a um fato concreto quando lhe for prévia. Casos anômalos podem ensejar 
a edição de leis excepcionais e temporárias. Nos termos do artigo 3º do Código Penal, "A 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as 
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência". Em 
casos que tais há uma exceção ao princípio da retroatividade da lei mais favorável,todavia 
não se admite a mitigação do princípio da anterioridade, pois mesmo as leis excepcionais e 
temporárias só podem reger fatos ocorridos após a sua edição. 
 
14 - Desdobramento do princípio da legalidade é o da taxatividade, que impede a edição 
de tipos penais genéricos e indeterminados. 
Correto. O princípio da taxatividade é um consectário do princípio da legalidade e pressupõe 
que a lei penal deve descrever a conduta criminosa de modo detalhado, determinado e 
específico (lex certa), descrevendo o crime em todos os seus elementos. 
 
15 - O princípio da legalidade afasta a aplicação da interpretação extensiva, mas permite 
a aplicação da analogia de forma ampla e irrestrita. 
Errado. O princípio da reserva legal veda a aplicação da analogia in malam partem, ou seja, 
apenas lei formal pode estabelecer tipos e sanções penais, jamais a analogia. 
 
16 - Tendo como referência a jurisprudência sumulada dos tribunais superiores, julgue o 
item a seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação da lei penal e 
institutos. É possível a aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra a 
administração pública, desde que o prejuízo seja em valor inferior a um salário mínimo. 
Errado. De acordo com enunciado de nº 599 da Súmula do STJ: "O princípio da insignificância 
é inaplicável aos crimes contra a administração pública." Cabe salientar, muito embora não 
seja esse o objeto específico da questão, que o STF, diversamente do STJ, não pacificou o 
entendimento acerca da aplicação do princípio da insignificância ou da bagatela nos casos 
de crimes praticados contra a Administração Pública. Em decisões como, por exemplo, a 
proferida no HC 112388/SP, da relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, a Corte entendeu 
ser aplicável princípio da insignificância no caso de peculato-furto, em que o bem era de 
valor insignificante entendendo ser irrelevante, inclusive, o dano à probidade da 
administração. 
 
 
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17 - Julia, primária e de bons antecedentes, verificando a facilidade de acesso a 
determinados bens de uma banca de jornal, subtrai duas revistas de moda, totalizando o 
valor inicial do prejuízo em R$15,00 (quinze reais). Após ser presa em flagrante, é 
denunciada pela prática do crime de furto simples, vindo, porém, a ser absolvida 
sumariamente em razão do princípio da insignificância. De acordo com a situação 
narrada, o magistrado, ao reconhecer o princípio da insignificância, optou por absolver 
Julia em razão da atipicidade da conduta. 
Correto. O princípio da insignificância implica reconhecimento da atipicidade material, apesar 
de haver a tipicidade formal - subsunção da conduta à literalidade do tipo penal - em razão 
de não haver a efetiva lesão ao bem jurídico tutelado (patrimônio). Não havendo lesão ao 
bem jurídico que o tipo penal quer tutelar, pois o desvalor do resultado é insignificante, não 
merece o autor da conduta nenhuma reprimenda de caráter penal. 
 
18 – O princípio da legalidade compreende a obediência às formas e aos procedimentos 
exigidos na criação da lei penal e, principalmente, na elaboração de seu conteúdo 
normativo. 
Correto. A assertiva contida neste item diz respeito ao princípio da legalidade, que 
compreende a noção de que apenas lei em sentido formal, ou seja, criada pelo Poder 
Legislativo em estrita observância do processo legislativo previsto na Constituição da 
República, pode definir o que seja crime e cominar a sanção penal. 
 
19 - O princípio da alteridade é violado em caso de proibição de mulher transexual utilizar 
banheiro público feminino. 
Correto. Para responder esta questão é preciso que o candidato saiba do que trata o princípio 
da alteridade. Este princípio, discutido por Roxin, veda a incriminação de conduta meramente 
subjetiva e que não ofenda nenhum bem jurídico. Em uma outra perspectiva, diz respeito à 
necessidade de se colocar no lugar do outro para melhor compreendê-lo. 
 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
20 - O Código Penal adotou o princípio da territorialidade, em relação à aplicação da lei 
penal no espaço. Tal princípio é absoluto, não admitindo qualquer exceção. 
Errado. O próprio artigo 5º do Código Penal, que trata do princípio da territorialidade, 
apresenta as exceções a ele, quais sejam, os tratados, as convenções e as regras de direito 
internacional que podem, uma vez que o Brasil seja deles signatário, afastar a aplicação do 
referido princípio. Há quem chame, diante dessas explícitas exceções, de princípio de 
territorialidade temperada que, portanto, longe está de ser absoluto. 
 
21 - Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo do Conhecimento 
a aplicação da lei mais benigna. 
Errado. De acordo com entendimento sedimentado pela Súmula nº 611 do STF, "Transitada 
em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais 
benigna." 
 
22 - A lei aplicável para os crimes permanentes será aquela vigente quando se iniciou a 
conduta criminosa do agente. 
Errado. Em casos de crime continuado e crime permanente, aplica-se a lei mais gravosa cuja 
vigência incidir no curso da permanência ou da continuidade, sem que haja violação do 
princípio da irretroatividade da lei penal mais grave. O Supremo Tribunal Federal sedimentou 
esse entendimento ao editar a súmula nº 711, cuja redação diz que "a lei mais grave aplica-
se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da 
continuidade delitiva". Ou seja, aplica-se a lei vigente à época em que o crime se exauriu e 
não a lei vigente quando se iniciou a conduta delitiva. 
 
23 - Quando a abolitio criminis se verificar depois do trânsito em julgado da sentença 
penal condenatória, extinguir-se-ão todos os efeitos penais e extrapenais da condenação. 
Errado. Havendo abolitio criminis, cessam todos os efeitos penais relativos ao fato, incluindo-
se a execução da pena e os efeitos penais da sentença condenatória, nos termos do artigo 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
2º, do Código Penal. O dispositivo mencionado não alberga os efeitos extrapenais da 
condenação. 
 
24 - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua 
vigência. 
Correto. As categorias de leis mencionadas neste item, pelo fato de vigerem por período 
determinado, têm previsão no artigo 3º do Código Penal, que possui a seguinte redação: "A 
lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as 
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência". As leis 
excepcionais e temporárias são aplicáveis em situações anômalas que justificam a sua 
ultratividade, pois visam justamente resguardar os fatos ocorridos em uma circunstância 
extraordinária. 
 
25 - Em sete de janeiro de 2017, João praticou conduta que, à época, configurava crime 
punível com prisão. O resultado desejado pelo autor, no entanto, foi alcançado somente 
dois meses depois, ou seja, em sete de março do mesmo ano, momento no qual a 
conduta criminosa tinha previsão de ser punida com pena menos grave, de restrição de 
direitos. Nessa situação hipotética, de acordo com a lei penal, João não poderá ser 
condenado com a pena de prisão em razão da retroatividade da lei mais benéfica. 
Correto. Pela regra geral da temporalidade, prevista no artigo 4º do Código Penal, considera-
se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do 
resultado. Não obstante, na esfera penal, prevalece o princípio da retroatividade da lei mais 
benéfica, insculpido no parágrafo único do artigo 2º do Código Penal com fundamento 
constitucional(artigo 5º, XL da Constituição da República. Em vista do exposto João será 
apenado nos termos da lei posterior mais benéfica, cuja pena é a restritiva de direito e não 
de prisão. 
 
26 - Na hipótese de abolitio criminis a reincidência permanece como efeito secundário 
da prática do crime. 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
Errado. Nos termos do artigo 2º do Código Penal "Ninguém pode ser punido por fato que 
lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos 
penais da sentença condenatória." Sendo a reincidência a prática de crime após o trânsito em 
julgado da condenação pela prática de crime anterior, nos termos do artigo 63 do Código 
Penal, havendo aboliito criminis não subsiste a reincidência. 
 
27 - O território nacional estende-se a embarcações e aeronaves brasileira de natureza 
pública, desde que se encontrem no espaço aéreo brasileiro ou em alto-mar. 
Errado. Nos termos do artigo 5º, § 1º, do Código Penal, o território nacional estende-se a 
embarcações e a aeronaves brasileiras de natureza pública onde quer que se encontrem. Não 
há, portanto, exigência de que se encontrem no espaço aéreo brasileiro ou em alto-mar. 
 
28 - Crimes à distância são aqueles em que a ação ou omissão ocorre em um país e o 
resultado, em outro. 
Correto. Os crimes à distância são, segundo Fernando Capez, os crimes "... praticados em 
território nacional cujo resultado se produz no estrangeiro (ou vice-versa), considerando-se 
lugar do crime tanto o lugar da ação ou omissão quanto o do lugar em que se produziu ou 
deveria produzir-se o resultado (ex.: agente escreve carta caluniosa para desafeto na Argentina 
– competência do Brasil e Argentina)." O Código Penal faz referência implícita a essa 
modalidade delitiva no seu artigo 6º, que trata do lugar do crime. 
 
29 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se evitável, 
isenta de pena; se inevitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 
Errado. Nos termos explícitos do artigo 21 do Código Penal "O desconhecimento da lei é 
inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá 
diminuí-la de um sexto a um terço". Conforme se verifica, portanto, a assertiva deste item 
inverteu os efeitos decorrentes da possibilidade ou não de se evitar a incidência em erro. 
 
 
 
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30 - É isento de pena o agente que pratica crime sem violência ou grave ameaça à pessoa, 
desde que, voluntariamente, repare o dano ou restitua a coisa, até o recebimento da 
denúncia ou da queixa. 
Errado. A reparação do dano e a restituição da coisa realizadas voluntariamente pelo agente 
de crime sem violência ou grave ameaça à pessoa, desde que antes do recebimento da 
denúncia ou queixa, configuram arrependimento posterior, previsto no artigo 16 do Código 
Penal. Com efeito, quando ocorre o arrependimento posterior, o agente do crime não está 
isento de pena, mas apenas faz jus à redução da pena de um a dois terços. 
 
31 - O Código Penal estabelece que é crime “praticar ato obsceno em lugar público, ou 
aberto ou exposto ao público” (CP, art. 233). Para interpretar o exato significado da 
expressão “ato obsceno”, deve o operador do Direito valer-se de elementos sociológicos. 
Correto. A caracterização da obscenidade do ato praticado vai depender da sua valoração 
cultural. Vale dizer: o conceito de ato obsceno é normativo e dependerá de aspectos 
sociológicos e, com efeito, dos padrões morais adotados em determinada comunidade ou 
grupo social. Obscenidade é aquilo que agride o pudor e a vergonha de quem é submetido 
à exposição de uma conduta indecorosa, de cunho sexual. Essa noção é relativa, uma vez que 
varia de acordo com a passagem do tempo e os costumes de determinadas localidades. Com 
efeito, a fim de interpretar o significado da expressão "ato obsceno", o operador do Direito 
haverá de analisar os aspectos mencionados cujo conteúdo é nitidamente de natureza 
sociológica. 
 
32 - A irretroatividade da lei penal mais gravosa é sempre aplicável, inclusive nos crimes 
permanentes e nas hipóteses de continuidade delitiva. 
Errado. Em casos de crime continuado e crime permanente, aplica-se a lei mais gravosa cuja 
vigência incidir no curso da permanência ou da continuidade, sem que haja violação do 
princípio da irretroatividade da lei penal mais grave. O Supremo Tribunal Federal sedimentou 
esse entendimento ao editar a súmula nº 711, cuja redação diz que "a lei mais grave aplica-
se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da 
continuidade delitiva". Neste mesmo sentido vem se manifestando também o STJ, nos termos 
 
 
Criado por Paulo Tadeu Rodrigues Rezende – CPF nº 022.467.361-02 (@penalemdicas) 
 
da súmula, conforme se depreende da leitura do recente acórdão proferido no AgRg no 
AREsp 956327/PR, pela Quinta Turma do Tribunal em 22/08/2018. 
 
33 - Devido ao fato de o crime de lavagem de capitais ser de caráter acessório, a 
participação do agente no crime antecedente é indispensável à configuração daquele 
crime. 
Errado. Tanto o STF como o STJ perfilham o entendimento de que a participação no crime 
antecedente não é indispensável à adequação da conduta de quem oculta ou dissimula a 
natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou 
valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime, podendo haver, inclusive, condenação 
independente da existência de processo pelo crime antecedente. Neste sentido ver os 
julgamentos proferidos no HC 94958/SP, pelo STF, e no RHC 31183/RS, pelo STJ. 
 
35 - A prática sequenciada de atos libidinosos e conjunção carnal contra a mesma pessoa, 
dentro do mesmo contexto fático, configura crime único. 
Correto. De acordo com o entendimento que vem sendo adotado pelo STF e pelo STJ, com 
a reforma introduzida pela Lei nº 12.015/2009, que condensou num só tipo penal as condutas 
tipificadas nos artigos 213 e 214 do Código Penal, o tipo penal do artigo 213 do referido 
diploma legal, passou a ser misto alternativo e, via de consequência, ocorre crime único de 
estupro quando houver, no mesmo contexto fático-temporal, a prática de ato libidinoso e 
conjunção carnal contra a mesma vítima, não havendo falar-se em continuidade delitiva. Nesse 
sentido, os acórdãos proferidos no HC 118284/RS, pelo STF e no HC 325411/SP, pelo STJ. 
 
36 - Durante uma festa rave, Bernardo, 19 anos, conhece Maria, e, na mesma noite, eles 
vão para um hotel e mantém relações sexuais. No dia seguinte, Bernardo é surpreendido 
pela chegada de policiais militares no hotel, que realizam sua prisão em flagrante, 
informando que Maria tinha apenas 13 anos. Bernardo, então, é encaminhado para a 
Delegacia, apesar de esclarecer que acreditava que Maria era maior de idade, devido a 
seu porte físico e pelo fato de que era proibida a entrada de menores de 18 anos na 
 
 
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festa rave. Diante da situação narrada, Bernardo agiu em erro de tipo, tornando a conduta 
atípica. 
Correto. Bernardo incorreu em erro de tipo, pois supôs, em razão das circunstâncias 
apresentadas, manter relações sexuais com mulher maior de idade. Maria, com quem manteve 
relações, apresentava porte físico de uma mulher adulta e na festa rave na qual se conheceram 
era proibida a entrada de menores de 18 anos. Com efeito, no caso, ocorreu o fenômeno do 
erro de tipo essencial, previsto no artigo 20 do Código Penal, que recai sobre o elemento 
do tipo penal "ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) 
anos". Em vista disso, há que se afastar a existência do crime e, portanto, de aplicação de 
qualquer sanção de natureza penal. 
 
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