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SEMI POLÍTICAS ESPECIAIS 05

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Políticas Especiais
Autora: Flávia Mello Magrini
Tema 03
Direito à Diferença – Conceituando 
Desigualdade, Diferença, 
Discriminação Lícita e Ilícita
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ões
Tema 03
Direito à Diferença – Conceituando Desigualdade, 
Diferença, Discriminação Lícita e Ilícita.
Como citar este material:
MAGRINI, Flávia Mello. Políticas Especiais: 
Direito à Diferença – Conceituando Desigualdade, 
Diferença, Discriminação Lícita e Ilícita. 
Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera 
Educacional, 2014.
SeçõesSeções
Tema 03
Direito à Diferença – Conceituando Desigualdade, 
Diferença, Discriminação Lícita e Ilícita.
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Conteúdo
Nessa aula você estudará: 
•	 A importância em se delinear os conceitos envolvidos na discussão sobre o direito à 
diferença.
•	 Contexto brasileiro dos novos movimentos sociais e luta pelo direito à diferença.
•	 A diferença entre discriminação lícita e ilícita.
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Introdução ao Estudo da Disciplina 
Caro(a) aluno(a).
Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro O Direito à Diferença, do autor 
Álvaro Ricardo de Souza Cruz, editora Arraes, 2009, Livro-Texto n.
Roteiro de Estudo:
Profª. Flávia Mello MagriniPolíticas Especiais 
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CONTEÚDOSEHABILIDADES
Habilidades 
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:
•	 Existe diferença entre diferença e desigualdade?
•	 No âmbito do Direito, quais seriam formas licitas de discriminação?
•	 A discriminação ilícita é uma forma de desigualdade?
•	 Os conceitos envolvidos na discussão sobre direito à diferença são imutáveis ou fruto 
de constantes discussões e ressignificações?
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Direito à Diferença – Conceituando desigualdade, 
Diferença, Discriminação Lícita e Ilícita
Você estudou até aqui todo o processo de mutação e configuração das noções de 
direito que acompanharam o Estado moderno desde sua emergência. Nesta aula, você 
estudará o direito à diferença, tendo como enfoque os principais conceitos envolvidos nesta 
temática. Para tanto, será trazida uma discussão sobre a realidade brasileira.
A sociedade brasileira é alicerçada sobre um ordenamento social presidido pela organização 
hierárquica e desigual do conjunto das relações sociais, baseado predominantemente em 
critérios de classe, raça e gênero (DAGNINO, 2004). Arraigado, portanto, historicamente na 
cultura do país, este ordenamento produtor e reprodutor de desigualdades sociais resultou 
na (re)produção de conceitos limitados – ou regulados, para citar Wanderley Guilherme dos 
Santos (1979)1 – de cidadania, direitos e inclusive política. 
1 Wanderley Guilherme dos Santos em sua obra Cidadania e Justiça (1979) utiliza o termo Cidada-
nia Regulada para se referir ao conceito de cidadania cujas raízes encontram-se, não num código de va-
lores políticos, mas em um sistema de estratificação ocupacional, onde este sistema é definido por norma 
legal. Ou seja, são as leis, o Estado, o trabalho, que dizem quem é ou não é cidadão.
LEITURAOBRIGATÓRIA
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LEITURAOBRIGATÓRIALEITURAOBRIGATÓRIA
O passado colonial-imperial, a subsequente república dos coronéis e depois 
os líderes populistas levaram ao desenvolvimento de uma cultura política 
na sociedade latino-americana em que se observa uma “naturalização” das 
relações sociais entre os cidadãos (ou não cidadãos) e o Estado, ou seja, a 
relação de dominação expressão em termos de clientelismo e paternalismo 
passou a ser a norma geral, vista como normal pela própria população (GOHN, 
2000, p.225-226).
Especialmente nas últimas décadas do século XX, como resultado do contexto de contínua 
deteriorização das condições sociais e de incapacidade do Estado em responder às demandas 
sociais, surgem, a partir da década de 1970, movimentos populares com características 
particulares – os Novos Movimentos Sociais. Estes movimentos incorporam demandas 
distintas dos movimentos – ditos – tradicionais, indo além das relações de produção como 
eixo explicativo e orientador tanto dos conflitos como das possíveis soluções. 
Para Sader (1988), estes novos padrões de ação coletiva observáveis no tecido social 
brasileiro permitem falar em emergência de novos sujeitos políticos; politizando questões 
do cotidiano, “inventam” novas formas – e novos campos - de fazer política, efetuando uma 
espécie de alargamento do espaço da política. 
[...] debruçando-se mais sobre os problemas cotidianos de seus participantes, 
e menos preocupados em interagir com o Estado expressam a crise das formas 
tradicionais de fazer política; crise das clássicas organizações centralizadoras 
(partidos e sindicatos) e crise dos encaminhamentos das esquerdas tradicionais 
(luta armada, ações clandestinas, disputas eleitorais) (SHERER-WARREN; 
KRISCHKE, 1987, p.7).
Utilizando análise de Kärner (1987) para compreender esta conjuntura, deve-se pensar 
a ocorrência deste tipo de auto-organização ancorada em dois fenômenos: de um lado, 
processo crescente de alienação acompanhado de uma perda real de confiança nas 
organizações políticas tradicionais, e de outro a valorização da ideia de não querer adiar 
para um futuro distante o sonho de uma sociedade livre e humana – e sim realizá-la na 
prática da luta cotidiana pela sobrevivência.
Estes movimentos trazem para a arena política a necessidade de ampliação da democracia, 
ao apontarem para a ausência de direitos e cidadania na qual vivem diversos setores da 
sociedade; politizam necessidades e carências privadas questionando e reivindicando 
junto à opinião pública valores de justiça social e equidade. Em última instância, trazem 
implicações à própria concepção de direito, com a máxima de que o direito básico é o direito 
a ter direitos – no sentido da formulação arendtiana – e que estes não podem ser dados de 
modo apriorístico; eles se inventam e se ampliam quanto mais múltiplos forem os sujeitos 
(GOUVEIA, 2004; TELLES, 1994).
8
Este fato conferirá à cidadania uma feição particular, pois, mais tarde - na transição para a 
democracia – a questão não será apenas a “reapropriação” do Estado pela Sociedade Civil 
- que a democratização e a instituição de um governo civil necessariamente implicariam – 
mas numa construção democrática ampliada que esteja aberta à participação da sociedade 
civil nas decisões de suas diretrizes. 
Questionando a cultura política Ocidental dominante caracterizada como racionalista, 
universalista e individualista que, na América Latina combinou-se com outros princípios 
destinados a garantir a exclusão social e política, esses movimentos passam a reivindicar o 
direito à afirmação da diferença principalmente como estratégia na luta contra a desigualdade 
social. Ou seja, a possibilidade de articular a multiplicidade de dimensões que constituem 
as heterogêneas sociedades latino-americanas.
[...] os objetivos dos movimentos sociais contemporâneos às vezes vão além 
de ganhos materiais e institucionais percebidos; na medida em que esses 
movimentos sociais afetam as fronteiras da representação política e cultural, 
bem como a prática social, pondo em questão até o que pode e não pode 
ser considerado político; finalmente, na medida em que as políticas culturais 
dos movimentos sociais realizam contestações culturais ou pressupõem 
diferenças culturais – então devemos aceitar que o que está em questão para 
os movimentos sociais, de um modo profundo, é uma transformação da cultura 
política dominante na qual se movem e se constituem como atores sociais com 
pretensões políticas (ALVAREZ; DAGNINO; ESCOBAR, 2001, p. 26).
Sob as mazelas do autoritarismo do regime militar – e tendo como eixo a oposição a 
ele – portanto, vê-se o surgimento de movimentos substancialmente unificados de auto-
organização da sociedade. Fenômeno visto, por alguns analistas, como a fundação efetiva 
da sociedade civil no Brasil; e, responsável pela emergência de experiências de construção 
de espaços públicos, em que tanto se debatem temas e interesses até então excluídos de 
uma agenda pública, como significam espaços deampliação e democratização da gestão 
estatal (DAGNINO, 2002).
Após toda esta análise e discussão, cabe aqui uma primeira indagação: existe alguma 
diferença conceitual entre “diferença” e “desigualdade” ou ambos podem ser usados 
indiscriminadamente no mesmo contexto?
Com toda certeza, você saberá prontamente apontar a resposta. A diferença é característica 
intrínseca a sociedades complexas, plurais, multiculturais, e o respeito às especificidades 
de grupos que os diferem de outros grupos em uma dada sociedade é condição sine qua 
non para uma sociedade democrática centrada no princípio da dignidade humana.
LEITURAOBRIGATÓRIA
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A desigualdade, por sua vez, estabelece uma relação de ordenamento entre os elementos, 
trazendo consigo noções de superior/inferior, menor/maior, ou seja, qualificando os grupos. 
Como explica Cruz (2009, p. 25), existe uma tendência etnocêntrica dos grupamentos 
humanos em ver com estranheza e, muitas vezes, rejeitar “o outro”, o grupo diferente. Dessa 
forma, o respeito à diferença é fruto de um esforço continuo de valorização da diversidade 
social e combate às desigualdades e discriminações. 
Transpondo todas estas questões ao campo jurídico, vale ressaltar a diferença entre 
discriminação licita e ilícita trazida por Cruz (2009).
Utilizando um conceito de discriminação construído a partir da sistematização das 
concepções construídas nas Convenções Internacionais sobre a eliminação das formas de 
discriminação adotada pela ONU, o autor entende discriminação como:
[...] toda e qualquer forma, meio, instrumento ou instituição de promoção da 
distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em critérios como raça, 
cor da pele, descendência, origem nacional ou étnica, gênero, opção sexual, 
idade, religião, deficiência física, mental ou patogênica, que tenha o propósito 
ou efeito de anular ou prejudicar o reconhecimento, gozo ou exercício em pé de 
igualdade de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, 
econômico, social, cultural ou em qualquer atividade no âmbito da autonomia 
pública ou privada. (CRUZ, 2009, p.15)
Ele ressalta, entretanto, que nem toda forma de discriminação deve ser considerada como 
promotora de desigualdade. Muitas vezes, discriminar com o intuito de ressaltar uma 
diferença pode ser indispensável inclusive para a garantia do próprio princípio de isonomia 
(igualdade garantida sob o principio da dignidade humana). O primeiro conceito diz respeito 
à discriminação ilícita e o segundo, à discriminação lícita.
Para analisar os dois tipos de discriminação, o autor analisa as posturas e decisões 
administrativas e judiciais. Uma vez que a adequação de normas válidas ao caso concreto 
é indispensável para a análise sobre a legitimidade de medidas ou ações discriminatórias, 
a análise de Cruz (2009) consegue tipificar e categorizar ocorrências jurídicas de respeito 
à diferença. 
Leia com atenção os capítulos 2 e 3 do seu Livro-Texto para verificar as diversas 
exemplificações que Cruz (2009) traz sobre o assunto.
LEITURAOBRIGATÓRIA
10
LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto? 
Então:
Sites
Leia o artigo Representação Política, Identidade e Minorias, de Iris Marion Young.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ln/n67/a06n67.pdf/>. Acesso em: 2 jan. 2014. 
A autora traz importantes contribuições para aprofundar o seu entendimento acerca da 
relação entre direito à diferença e o contexto democrático.
Leia o artigo População Carcerária Indígena e o Direito à Diferença: O Caso do Município 
de Dourados, MS, de Rosely Pacheco, Rafael do Prado e Ezequias Kadwéu. 
Disponível em: <http://direitogv.fgv.br/sites/direitogv.fgv.br/files/06_rev14_469-500_-_
rosely_aparecida_stefanes_pacheco_-_scielo.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2014.
O artigo traz uma análise sobre o desrespeito ao direito à diferença dos detentos indígenas 
no município de Dourados/MS. 
Leia o artigo Direito Fundamental à Diferença, de Marcelo Torres. 
Disponível em: <http://www.mp.rs.gov.br/areas/biblioteca/arquivos/revista/edicao_02/
vol1no2art2.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2014.
Este artigo trará importantes contribuições para que você aprofunde seus estudos sobre a 
fundamentação jurídica ao direito à diferença.
http://www.scielo.br/pdf/ln/n67/a06n67.pdf/
http://direitogv.fgv.br/sites/direitogv.fgv.br/files/06_rev14_469-500_-_rosely_aparecida_stefanes_pacheco_-_scielo.pdf
http://direitogv.fgv.br/sites/direitogv.fgv.br/files/06_rev14_469-500_-_rosely_aparecida_stefanes_pacheco_-_scielo.pdf
http://www.mp.rs.gov.br/areas/biblioteca/arquivos/revista/edicao_02/vol1no2art2.pdf
http://www.mp.rs.gov.br/areas/biblioteca/arquivos/revista/edicao_02/vol1no2art2.pdf
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LINKSIMPORTANTES
Leia o artigo Contribuição a uma Tipologia das Formas de Desrespeito: Para Além do Modelo 
Hegeliano-Republicano, de João Feres Jr.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/dados/v45n4/a01v45n4.pdf>. Acesso em: 2 jan. 
2014. 
Neste artigo, o autor aborda e analisa criticamente os principais pontos da Teoria do 
Reconhecimento e sua categorização das formas de desrespeito pelas quais minorias são 
submetidas.
Vídeos Importantes: 
Assista à entrevista com o pro. Álvaro Ricardo de Souza Cruz. 
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=it7C_lt1H74>. Acesso em: 2 jan. 2014. 
Nesta entrevista, o autor do seu livro-texto explica a importância do tema tratado no livro O 
Direito à Diferença (CRUZ, 2009).
Instruções: 
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções 
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão 
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente 
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de 
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto 
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.
AGORAÉASUAVEZ
http://www.scielo.br/pdf/dados/v45n4/a01v45n4.pdf
http://www.youtube.com/watch?v=it7C_lt1H74
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Questão 1:
Neste tema, você estudou sobre alguns dos 
principais pontos envolvendo as questões 
do direito à diferença. Pode verificar tam-
bém que os conceitos ali envolvidos estão 
diretamente ligados a concepções cons-
truídas em conferências e convenções da 
Organização das Nações Unidas (ONU). 
Explique a origem e importância da ONU 
no sistema político internacional. 
Questão 2:
A adequação de normas válidas ao caso 
______ é absolutamente _______ para 
a verificação da _______ de medidas ou 
ações discriminatórias. 
Assinale a alternativa que contém as pala-
vras adequadas para preencher as lacunas 
das frases acima:
a) Concreto; indispensável; legitimidade.
b) Concreto; dispensável; ilegalidade.
c) Concreto; dispensável; legitimidade.
d) Ideal; indispensável; legitimidade.
e) Ideal; dispensável; legitimidade.
Questão 3:
Dentre os exemplos abaixo, assinale a úni-
ca alternativa que traz um exemplo de caso 
em que a discriminação seria legítima:
a) A contratação apenas de homens para 
uma vaga de contabilidade.
b) A recusa do empregador em contratar 
para a função de entregador de pizza a 
homens que usassem barba.
c) Esterilização compulsória de conde-
nados reincidentes por crimes que envol-
vem torpeza moral e cujas penas seriam 
reclusão.
d) Caso negasse emprego de piloto de 
avião a um portador de deficiência visual.
e) Ao pré-requisito de que aeromoças 
sejam magras para que sejam contratadas.
Questão 4:
Considere os itens abaixo:
I. Suas relações sociais são organizadas 
hierarquicamente e de forma desigual.
II. O clientelismo e o paternalismo são ca-
racterísticas que naturalizam a relação 
entre Estado e Sociedade.
III. O ordenamento social construído his-
toricamente no país é responsável pela 
limitação no conceito de cidadania. 
Sobre o a realidade social brasileira, indi-
que (V) para as afirmações verdadeiras e 
(F) para as afirmações falsas e assinale 
abaixo a alternativa correta:
AGORAÉASUAVEZ
13
a) F; F; F.
b) V; F; V.
c) V; V; V.
d) F; F; V.
e) V; V; F.
Questão 5:
Considereos itens abaixo:
I. É uma tendência etnocêntrica.
II. É fruto de um esforço contínuo 
envolvendo as relações de alteridade.
III. Em alguns casos, pode justificar a 
imposição às coletividades minoritárias 
de condutas típicas da maioria. 
Sobre o respeito à diferença, indique (V) 
para as afirmações verdadeiras e (F) para 
as afirmações falsas e assinale abaixo a al-
ternativa correta:
a) V; V; V.
b) V; V; F.
c) F; V; V.
d) F; F; F.
e) V; F; V.
Questão 6:
Leia a reportagem “Vovó, fica quieta deixa 
para lá, é por isso que eu não gosto de ser 
preto” – Menino de 11 anos sofre racismo 
no Recreio dos Bandeirantes. Disponível 
em: <http://www.geledes.org.br/racismo-
preconceito/racismo-no-brasil/17189-vovo-
fica-quieta-deixa-para-la-e-por-isso-que-
eu-nao-gosto-de-ser-preto-menino-de-11-
sofre-racismo-no-recreio-dos-bandeirantes>. 
Acesso em: 2 jan. 2014. 
Considerando toda a discussão acerca das 
noções de diferença e desigualdade, faça 
uma análise crítica da situação a qual trata 
a notícia.
Questão 7:
Cruz (2009, p. 29) afirma que a discrimina-
ção ilícita seria fruto de preconceitos que 
estigmatizam pessoas ou coletividades por 
meio de estereótipos. 
Você concorda com esta afirmação? Justi-
fique.
Questão 8:
Explique o principio da adequabilidade e 
sua importância jurídica para a problemá-
tica envolvendo a diferença.
AGORAÉASUAVEZ
http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/17189-vovo-fica-quieta-deixa-para-la-e-por-isso-que-eu-nao-gosto-de-ser-preto-menino-de-11-sofre-racismo-no-recreio-dos-bandeirantes
http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/17189-vovo-fica-quieta-deixa-para-la-e-por-isso-que-eu-nao-gosto-de-ser-preto-menino-de-11-sofre-racismo-no-recreio-dos-bandeirantes
http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/17189-vovo-fica-quieta-deixa-para-la-e-por-isso-que-eu-nao-gosto-de-ser-preto-menino-de-11-sofre-racismo-no-recreio-dos-bandeirantes
http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/17189-vovo-fica-quieta-deixa-para-la-e-por-isso-que-eu-nao-gosto-de-ser-preto-menino-de-11-sofre-racismo-no-recreio-dos-bandeirantes
http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/17189-vovo-fica-quieta-deixa-para-la-e-por-isso-que-eu-nao-gosto-de-ser-preto-menino-de-11-sofre-racismo-no-recreio-dos-bandeirantes
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Questão 9:
Cruz (2009) analisa a importância de téc-
nicas linguísticas no campo jurídico, princi-
palmente no que concerne à concretização 
do texto constitucional. Aponte quais são 
estas técnicas e explique, sucintamente, 
cada uma.
Questão 10:
Existem discriminações que podem ser bené-
ficas no combate à desigualdade? Explique.
AGORAÉASUAVEZ
Neste tema, você estudou as definições de diferença, desigualdade, discriminação 
licita e ilícita. O entendimento acerca das diferenças conceituais apresentadas é de suma 
importância para que se compreenda a importância e legitimidade do direito à diferença. 
Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar 
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!
FINALIZANDO
ALVAREZ, Sonia E; DAGNINO, Evelina; ESCOBAR, Arturo. Introdução – O Cultural e o 
Político nos Movimentos Sociais Latino-Americanos. In: ALVAREZ, Sonia E.; DAGNINO, 
Evelina; ESCOBAR, Arturo (Org.). Cultura e Política nos Movimentos Sociais Latino-Ameri-
canos (Novas Leituras). Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001
REFERÊNCIAS
15
CRUZ, Álvaro Ricardo de Souza. O Direito à Diferença – As ações afirmativas como me-
canismo de inclusão social de mulheres, negros, homossexuais e pessoas portadoras de 
deficiência. Belo horizonte: Arraes Editores, 2009
DAGNINO, Evelina (org.). Sociedade civil e espaços públicos no Brasil. SP: Paz e Terra/
Unicamp, 2002.
DAGNINO, Evelina. Sociedade civil, participação e cidadania: do que estamos falando? 
In: Políticas de ciudadania y sociedad civil en tiempos de globalización, por Daniel Mato. 
Caracas: FACES - Universidad Central de Venezuela, 2004.
GOHN, Maria da Gloria. Teorias dos Movimentos Sociais – Paradigmas Clássicos e Con-
temporâneos. SP: Edições Loyola, 2000.
GOUVEIA, Tatiana. Movimentos Sociais e ONGs: dos lugares e dos sujeitos. In: Política & 
Sociedade: Revista de Sociológica Política/UFSC – v.1 n.5 Florianópolis, 2004 
KÄRNEN, Hartmut. Movimentos Sociais: revolução no cotidiano. In: SHERER-WARREN, 
Ilse; KRISCHKE, Paulo (Org.). Uma revolução no Cotidiano? Novos Movimentos Sociais 
na América do Sul. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987
SADER, Eder. Quanto Novos Personagens Entraram em Cena: experiências, falas e lutas 
dos trabalhadores da grande São Paulo, 1970-80. RJ: Paz e Terra, 1988.
SHERER-WARREN, Ilse; KRISCHKE, Paulo. Apresentação. In: SHERER-WARREN, Ilse; 
KRISCHKE, Paulo (Org.). Uma revolução no Cotidiano? Novos Movimentos Sociais na 
América do Sul. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987
TELLES, Vera da Silva. Sociedade civil, direitos e espaços públicos. Revista Pólis, n. 14, 
1994.
REFERÊNCIAS
16
GABARITO
Questão 1
Resposta: A Organização das Nações Unidades (ONU) surgiu como resultado da 
devastação causada pela II Guerra Mundial (1939 a 1945). A Carta das Nações Unidas foi 
elaborada pelos representantes de 50 países presentes à Conferência sobre Organização 
GLOSSÁRIO
Sujeitos Políticos: Sujeito é aquele que realiza ou sofre uma ação. Na Ciência Política, o 
termo sujeito político é utilizado para designar aqueles indivíduos ou grupos que participam 
da arena decisória, influenciando nas decisões políticas de uma sociedade.
Equidade: Este termo pode ser considerado muito próximo do conceito de igualdade; a 
diferença está no valor de justiça social que é intrínseco ao primeiro. 
Arendtiana: Termo utilizado para se referir ao legado da importante intelectual Hannah 
Arendt.
Heterogêneas: O termo foi utilizado como sinônimo de diversidade.
Agenda Pública: Em uma sociedade, diversos são os temas, problemas e pontos que 
podem surgir a partir das interações e organizações sociais. Aqueles temas que ganham 
visibilidade e projeção no espaço público e que poderão se transformar em ações políticas 
são aqueles que passam a fazer parte da agenda pública.
17
Internacional, que se reuniu em São Francisco de 25 de abril a 26 de junho de 1945. Hoje, 
a ONU atua nos mais diversos temas, promovendo tanto discussões quanto monitoramento 
e acompanhamento das situações vividas pelas populações do mundo. Para maiores 
informações, acesse o site da ONU no Brasil. Disponível em: <http://www.onu.org.br/>. 
Acesso em: 2 jan. 2014. 
Questão 2
Resposta: Alternativa A. Como estudado, é imprescindível a análise de casos concretos 
para garantir uma aplicação das normas condizente com a promoção da dignidade humana 
e redução das desigualdades.
Questão 3
Resposta: Alternativa D. Como explica CRUZ (2009), existe a chamada business necessity, 
ou seja, existem casos em que a discriminação se reveste do caráter da inevitabilidade, em 
razão de exigências especiais do tipo de atividade, por exemplo. Este é o caso trazido pela 
alternativa D. Em todos os outros apresentados, a discriminação não é justificada.
Questão 4
Resposta: Alternativa C. Conforme estudado, os 3 itens são verdadeiros e correspondem 
à realidade brasileira: marcada historicamente por um ordenamento social hierarquizado 
e assimétrico, em que o Estado é visto como benfeitor desta sociedade cuja noção de 
cidadania ainda passa longe de diversos segmentos da sociedade.
Questão 5
Resposta: Alternativa B. De acordo com tudo o que foi estudado até agora, é possível 
afirmar que a única alternativa falsa é a III. Esta é a única alternativa que traz exemplo de 
violação ao respeito à diferença.
Questão 6
Resposta: A reportagem traz uma denuncia de racismo que, infelizmente, não é exceção 
na realidade social brasileira. Devido ao histórico de escravidão, à ausência de políticas 
de reparação às populações negras após a abolição da escravatura, e os resultados 
catastróficostanto materiais quanto simbólicos que historicamente acompanham essa 
população, apesar de serem maioria no Brasil, são os mais atingidos pela desigualdade 
GABARITO
http://www.onu.org.br/
18
social. O que o episodio refletiu, foi o preconceito enraizado na sociedade brasileira que liga 
os negros à marginalidade, além de subalternizarem este grupo. Desta forma, a diferença 
(étnico racial), é vista aqui transmutada em desigualdade social.
Questão 7
Resposta: Como já estudado, a diferença é marca das sociedades plurais, multiculturais. 
Por muito tempo, a diferença foi utilizada como fator para justificar desigualdade. Todas 
as características do outro que são, de alguma forma, diferentes do padrão do grupo (o 
Eu), tendem a ser estereotipadas e rejeitadas. Nas últimas décadas, entretanto, é possível 
observar um movimento no sentido de valorização destas diferenças e de combate às 
desigualdades.
Questão 8
Resposta: Na aplicação do Direito, é de suma importância o principio da adequabilidade. Isto 
representa a adequação de normas válidas ao caso concreto. Com isso, torna-se possível 
a adequação da aplicação da lei em casos de discriminação que não seriam possíveis se a 
prerrogativa fosse o principio da universalização.
Questão 9
Resposta: Negação: funções de repúdio, exclusão e renuncia indispensáveis à garantia 
do pluralismo constitucional. Ex.: Legítima a discriminação contra partidos políticos que 
sustentem organizações paramilitares de caráter intimidatório.
Metáfora: Permite uma melhor identificação da legitimidade de uma conduta discriminatória, 
assim como reforça a retórica judicial estabelecendo analogias e similaridades. 
Metonímia: Promove um sentido de sucessividade; permite constatar que uma ordem 
constitucional não consegue ser neutra, por exemplo, em face da diversidade de posturas 
religiosas. Contudo, no campo da aplicação das normas, deve se sujeitar ao principio da 
adequabilidade.
Questão 10
Resposta: Sim. Como Cruz (2009) explica, as discriminações lícitas são aquelas que 
surgem como forma de garantir o respeito à diferença. 
GABARITO
19

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