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Direito Penal (Parte Especial)
Professor Rodrigo Larizzatti
_1
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
1. CONTRA A LIBERDADE SEXUAL E VULNERÁVEIS
No art. 213 do Código Penal está tipificado o delito de 
ESTUPRO.
CPB – Art. 213. Constranger alguém, mediante violência 
ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar 
ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza 
grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 
14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 
§ 2o Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos 
Estupro é crime material e de dano, que exige a concreta 
violação do bem jurídico – liberdade sexual e o respectivo 
resultado lesivo – prática efetiva de conjunção carnal ou 
outro ato libidinoso, para que reste consumado, completo. 
Sem a lesão ao bem jurídico não resta configurado o crime 
na sua forma plena, podendo ser admitida tão-somente a 
forma tentada quando iniciados os atos executórios.
É crime complexo, onde se emprega violência ou grave 
ameaça para a violação sexual, atingindo assim dois bens 
jurídicos distintos; e plurissubsistente, porque admite 
a forma tentada, uma vez que é composto por uma série 
de atos que, em conjunto, formam a conduta incriminada. 
No estupro, é possível haver a fragmentação da conduta, 
dando origem à tentativa. 
No estupro, como crime complexo que é, a primeira 
ação (violência ou grave ameaça) constitui começo de 
execução, porque está dentro do próprio tipo. Assim, 
para ocorrência da tentativa basta que tenha o agente 
ameaçado gravemente a vítima com o fim inequívoco de 
constrangê-la à conjunção carnal (TJSP – RT 665/268).
A conjunção carnal é a cópula vagínica, a introdução do 
pênis na vagina da mulher. Neste sentido
O crime de estupro consuma-se com a introdução do 
membro viril nos órgãos sexuais da mulher, tanto fazendo 
que se trate de superficial introdução do membro na 
cavidade vulvar como a completa introdução na vagina 
(TJSP – RT 577/353).
Por sua vez, ato libidinoso é todo ato que busca a 
satisfação do desejo ou do apetite sexual, a satisfação da 
libido. Os mais comuns, reconhecidos pela jurisprudência, 
são a conjunção carnal – já tratada, o coito anal, a prática 
de sexo oral, a masturbação e o beijo lascivo. 
Entretanto, é um conceito muito vago e abrangente, 
que viola o princípio da taxatividade penal, segundo o 
qual ao prever os tipos penais o legislador deve evitar o 
emprego de termos e expressões dúbias, inconclusivas e 
abrangentes, que por isso não permitem uma aplicação 
taxativa da sanção penal. Assim, se faz importante o 
respeito a um outro princípio, de ordem constitucional, 
denominado proporcionalidade. Como ensina a obra de 
Julio F Mirabete
Exige-se uma proporção entre o desvalor da ação 
praticada pelo agente e a sanção a ser a ele infligida 
(...) um equilíbrio entre a prevenção geral e a prevenção 
especial para o comportamento do agente que vai ser 
submetido à sanção penal (MIRABETE. Manual de direito 
penal. Volume 1. São Paulo: Atlas, 12ª edição, 1997, p. 57).
O princípio da proporcionalidade, segundo Cleber Masson
Constitui-se em proibição ao excesso, pois é vedada 
a cominação e aplicação de penas em dose exagerada 
e desnecessária (MASSON. Direito Penal. Parte Geral. 
Volume 1. Rio de Janeiro: Ed Método, 12ª edição, 2018, p. 
57)
Desta forma, o ato libidinoso que caracteriza o crime de 
estupro deve possuir a mesma carga de reprovabilidade 
de um ato de conjunção carnal propriamente dito, 
que tem conceito preciso e taxativo, respeitando-se a 
proporcionalidade.
Pacífico entendimento jurisprudencial, para a tipificação 
do estupro basta que haja o dissenso da vítima com 
relação à prática do ato sexual, não lhe sendo exigida a 
oposição de resistência hercúlea à ameaça empregada 
pelo sujeito ativo para que o delito se caracterize.
A resistência à agressão sexual varia de mulher para 
mulher, dependendo de seu temperamento, de sua 
força física e até mesmo do temor decorrente das 
circunstâncias, sendo impossível medir-lhe o dissenso 
apenas pela intensidade da oposição oferecida no plano 
corpóreo (TJRS – RJTJERGS 180/142).
Tampouco importa a reputação e a vida pregressa da 
vítima para a caracterização do crime sexual
No crime de estupro não se perquire sobre a conduta ou 
honestidade pregressa da ofendida, podendo dele ser 
sujeito passivo até mesmo a mais desbragada prostituta 
(TJRS – RT 613/371).
Crime comum porque pode ser cometido por qualquer 
pessoa, não demandando do sujeito ativo qualquer 
Direito Penal (Parte Especial)
_2
qualidade especial. Qualquer pessoa pode praticar, ou ser 
vítima, de um estupro.
Tradicionalmente é delito comissivo, pois a conduta 
realizadora do tipo penal – constranger a conjunção carnal 
ou ato libidinoso diverso, se exprime em uma ação, um 
fazer, uma atividade positiva por parte do sujeito ativo, 
que viola preceito proibitivo.
Entretanto, pode surgir na forma comissiva por omissão 
– omissão imprópria quando há a transgressão de um 
dever jurídico especial de agir para impedir a ocorrência do 
resultado lesivo, aos garantes/garantidores e estes nada 
fazem, se omitem, violando preceito impositivo e assim 
dando origem a uma relação jurídico-normativa entre a 
conduta omissiva e o resultado perda patrimonial. Desta 
forma, p. ex. caso uma mãe saiba que sua filha é violentada 
pelo padrasto e nada fizer, podendo agir para impedir o 
resultado, responderá por participação por omissão, no 
crime de estupro.
Crime praticado na presença da mãe da vítima. (...) ainda 
que não haja prova suficiente da efetiva participação da 
mãe da menor nos fatos delituosos cometidos contra a 
mesma na sua presença, é de se considerar sua inércia 
ou passividade como omissão penalmente relevante, 
porque violou seu dever de proteção para com a filha, 
concorrendo para a prática dos crimes, pelo que se 
impõe a condenação da mesma como incursa nas penas 
cominadas aos crimes praticados pelo réu, na medida de 
sua culpabilidade (TJMG – RT 725/629).
Nos §§1º e 2º do dispositivo estudado temos formas 
qualificadas de estupro, quando resulta lesão corporal 
de natureza grave, morte ou se a vítima é maior de 14 
(catorze) e menor de 18 (dezoito) anos de idade.
No art. 215 está previsto o crime de VIOLAÇÃO SEXUAL 
MEDIANTE FRAUDE.
CPB – Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro 
ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro 
meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de 
vontade da vítima: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de 
obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 
Se distingue do estupro porque nesta espécie criminosa o 
sujeito ativo não emprega violência ou grave ameaça para 
a prática do ato sexual. Ele usa fraude, tapeação, engodo 
que atinge a livre manifestação da vontade da vítima, que 
concorda com a prática do ato sexual porque levada a erro, 
atuando com vício de consentimento. Parte da doutrina 
penal o chama de estelionato sexual.
O art. 215-A, inserido no CPB pela Lei nº 13.718, em 
setembro de 2018, passou a prever nova figura penal, 
denominada IMPORTUNAÇÃO SEXUAL.
CPB – Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua 
anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a 
própria lascívia ou a de terceiro:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não 
constitui crime mais grave.
Antes da edição da mencionada norma, os atos 
libidinosos que eram praticados, especialmente, contra 
mulheres em shows, festas, cinema, bares e transportes 
públicos configuravam apenas a contravenção penal de 
Importunação Violenta ao Pudor, nos termos do revogado 
art. 61 da LCP – Lei de Contravenções Penais, com previsão 
de pena de multa.
Com a inovação legislativa, tal conduta passou a ser 
considerada um crime apenado com reclusão, ainda que 
desprovida de qualquer tipo deviolência, física ou moral, 
sendo sua ação penal de natureza pública incondicionada.
O art. 216-A descreve a figura penal do ASSÉDIO SEXUAL.
CPB – Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito 
de obter vantagem ou favorecimento sexual, 
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior 
hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de 
emprego, cargo ou função.
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Parágrafo único. (VETADO) 
§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é 
menor de 18 (dezoito) anos.
Assédio sexual é crime formal que não exige a concreta 
violação do bem jurídico – liberdade sexual e o consequente 
resultado lesivo – percepção real da vantagem ou do 
favorecimento sexual, para que reste consumado, 
completo. Para tanto, basta que o sujeito ativo realize 
o constrangimento com o intuito de obter tal benefício. 
É conhecido também como crime de consumação 
antecipada, uma vez que tal consumação coincide com o 
momento da prática da conduta e não com a ocorrência do 
resultado, dispensável
É delito próprio, que não pode ser cometido por qualquer 
pessoa, exigindo que o sujeito ativo tenha hierarquia ou 
ascendência sobre a vítima, em razão de emprego, cargo 
ou função.
Novo tipo penal inserido pelo legislador ordinário 
através da Lei nº 13.772/18, o art. 216-B descreve o crime 
de REGISTRO NÃO AUTORIZADO DA INTIMIDADE SEXUAL.
CPB – Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, 
por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato 
sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem 
autorização dos participantes:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza 
montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro 
registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez 
ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo.
O art. 217-A descreve a figura penal do ESTUPRO DE 
VULNERÁVEL.
CPB – Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro 
ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações 
Direito Penal (Parte Especial)
_3
descritas no caput com alguém que, por enfermidade 
ou deficiência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, ou que, por 
qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza 
grave: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4o Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
O estupro de vulnerável é uma forma mais grave do 
crime sexual, que não demanda a violência ou a grave 
ameaça para se configurar, bastando a simples prática 
de conjunção carnal ou outro ato libidinoso com a vítima 
menor de 14 (catorze) anos de idade, ou nas condições 
previstas no §1º para que reste consumado, completo. 
Nos termos da súmula 593 do Superior Tribunal de 
Justiça - STJ
STJ – Súmula 593: O crime de estupro de vulnerável 
configura-se com a conjunção carnal ou prática de ato 
libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante 
o eventual consentimento da vítima para a prática 
do ato, experiência sexual anterior ou existência de 
relacionamento amoroso com o agente.
Sobre o eventual consentimento da vítima na prática do 
ato sexual
Nos crimes sexuais (...) o fato de a vítima ser menor de 14 
anos, inexistindo alegação de erro quanto a sua idade, é 
o suficiente para a caracterização do delito eis que, em tal 
hipótese, a violência é presumida, independentemente 
de seu consentimento para a prática do ato diverso da 
conjunção carnal, pois não há conceber que menores 
de 14 anos a quem não se permite validade de atos 
jurídicos, tenham consciência plena para validar 
com o seu consentimento a prática sexual (STF – RT 
792/556).
Sob a normativa anterior à Lei n. 12.015/2009, que 
introduziu o art. 217-A no CPB, era absoluta a presunção 
de violência no estupro e no atentado violento ao 
pudor (referida na antiga redação do art. 224, “a”, do 
CPB) quando a vítima não fosse maior de 14 anos de 
idade, ainda que esta anuísse voluntariamente ao ato 
sexual. Em qualquer hipótese (anterior ou posterior à 
Lei n. 12.015/2009), o consentimento da vítima menor 
impúbere não tem relevância para infirmar a prática 
do crime de estupro. A questão, antes tratada como 
presunção legal, passou a integrar o próprio tipo penal 
(estupro contra vulnerável) (AgRg nos EREsp 1.577.738/
MS, DJe 02/10/2017).
No art. 218 temos a figura penal da CORRUPÇÃO DE 
MENORES.
CPB – Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) 
anos a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Para a consumação do crime de corrupção de menores 
não é necessário que o beneficiado tenha a sua lascívia 
efetivamente satisfeita. Entretanto para a consumação é 
exigido que o menor de 14 anos pratique o ato a que fora 
induzida pelo sujeito ativo, motivo pelo qual é considerado 
um crime material. 
O núcleo do tipo está em induzir – convencer, criar a 
idéia da vítima praticar algum ato visando satisfazer a 
lascívia de terceira pessoa, que se posta de forma passiva, 
contemplativa, sem qualquer contato físico. Importante 
ressaltar que o comportamento daquele que tem a 
lascívia satisfeita, por ato meramente contemplativo, 
não caracteriza qualquer ilícito penal, sendo assim atípica. 
Entretanto, caso ele venha a praticar qualquer ato sexual 
concreto, físico, com a vítima, restará configurado o 
estupro de vulnerável.
SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA 
MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE
CPB – Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor 
de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção 
carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia 
própria ou de outrem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Uma importante particularidade deste delito é que a 
vítima não se envolva fisicamente no ato sexual, apenas 
o assistindo, presenciando, pois caso contrário haverá o 
estupro de vulnerável.
No art. 218-B está previsto o crime de FAVORECIMENTO 
DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO 
SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE 
VULNERÁVEL.
CPB – Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição 
ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 
18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência 
mental, não tem o necessário discernimento para a 
prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a 
abandone:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem 
econômica, aplica-se também multa.
§ 2o Incorre nas mesmas penas:
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso 
com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) 
anos na situação descrita no caput deste artigo;
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local 
em que se verifiquem as práticas referidas no caput 
deste artigo.
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito 
obrigatório da condenação a cassação da licença de 
localização e de funcionamento do estabelecimento.
O favorecimento da prostituição, previsto no dispositivo 
penal, exige que o aliciamento da vítima se dê a um 
número indeterminado de pessoas. Se esse número for 
determinado, o delito caracterizado será a corrupção de 
menores, do art. 218. 
Direito Penal (Parte Especial)
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No art. 218-C, também inserido no CP pela Lei nº 
13.718/18, temos o crime de DIVULGAÇÃO DE CENA DE 
ESTUPRO OU DE CENA DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, DE 
CENA DE SEXO OU DE PORNOGRAFIA
CPB – Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, 
transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar 
ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio 
de comunicação de massa ou sistema de informática 
ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro 
audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro 
de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua 
prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de 
sexo, nudez ou pornografia:Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não 
constitui crime mais grave.
Aumento de pena 
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois 
terços) se o crime é praticado por agente que mantém ou 
tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou 
com o fim de vingança ou humilhação.
Exclusão de ilicitude 
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas 
descritas no caput deste artigo em publicação de 
natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica 
com a adoção de recurso que impossibilite a identificação 
da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja 
maior de 18 (dezoito) anos
Quanto à AÇÃO PENAL para os crimes contra a liberdade 
sexual e vulneráveis, assim prevê o art. 225 do CPB
CPB – Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II 
deste Título, procede-se mediante ação penal pública 
incondicionada
Por sua vez, o art. 226 prevê hipóteses de aumento de 
pena quando.
Art. 226. A pena é aumentada:
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso 
de 2 (duas) ou mais pessoas:
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou 
madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, 
curador, preceptor ou empregador da vítima ou por 
qualquer outro título tiver autoridade sobre ela;
III - (Revogado)
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é 
praticado: 
Estupro coletivo
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;  
Estupro corretivo
b) para controlar o comportamento social ou sexual da 
vítima. 
2. DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA 
PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO
O Lenocínio é a ação de explorar, estimular ou favorecer o 
comércio carnal ilícito, ou induzir ou constranger alguém 
à sua prática. A prostituição em si não é delituosa para a 
legislação penal brasileira, mas caso terceiro venha a tirar 
proveito da prostituição alheia, restará caracterizado o 
delito.
No art. 227 do Código Penal está tipificado o delito de 
MEDIAÇÃO PARA A LASCÍVIA.
CPB – Art. 227 Induzir alguém a satisfazer a lascívia de 
outrem:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 
18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, 
descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou 
curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de 
educação, de tratamento ou de guarda:  
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, 
grave ameaça ou fraude:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena 
correspondente à violência.
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se 
também multa.
Sobre o ilícito e seu sujeito passivo, entende a 
jurisprudência.
(...) A meretriz não pode ser havida como vítima do 
delito previsto no art. 227 do Código Penal, pois não é 
induzida, mas se presta, voluntariamente, à lascívia de 
outrem (TJPR – RT 487/347).
No art. 228 temos o delito de FAVORECIMENTO DA 
PROSTITUIÇÃO.
CPB – Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou 
outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou 
dificultar que alguém a abandone: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, 
irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, 
preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por 
lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou 
vigilância:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. 
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, 
grave ameaça ou fraude:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena 
correspondente à violência.
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se 
também multa.
Sobre o ilícito e suas peculiaridades, se manifesta a 
jurisprudência
Para a configuração do delito do art. 228 do Código Penal 
Direito Penal (Parte Especial)
_5
não contam as qualidades morais do sujeito passivo. 
Corrompida que seja a pessoa, é suscetível de mesmo 
assim ser induzia ou atraída à prostituição (TJSP – RT 
433/380-1).
Facilitar a prostituição é prestar qualquer auxílio 
ao seu exercício, como promover a instalação de 
prostitutas, angariar-lhe clientes e até mesmo tolerar, 
coniventemente, contra o próprio dever jurídico que 
alguém exerça a profissão (TJSP – RT 483/306).
Nesse sentido, quem mantém casa de prostituição 
está favorecendo o exercício deste mister, em última 
análise. Mas, o crime de favorecimento definido no art. 
228 do Código Penal apresenta formas e contornos 
típicos diferentes. Configurada a manutenção da casa 
de prostituição, não se justifica a condenação pelos 
dois delitos, desde que o favorecimento consistiu 
exclusivamente na mantença do prostíbulo (TJSP – RT 
388/98 e RT 455339). 
O art. 229 tipifica o crime de CASA DE PROSTITUIÇÃO.
CPB – Art. 229.  Manter, por conta própria ou de terceiro, 
estabelecimento em que ocorra exploração sexual, 
haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do 
proprietário ou gerente: 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa
Acerca do delito, a jurisprudência assim se manifesta
Sujeito ativo da ação delituosa é o que tem a 
disponibilidade do estabelecimento ou local e pode dar-
lhe a destinação que quiser, quiçá diversa daquele para 
que licenciado (TJSP – RJTJESP 8/446).
A prostituta que recebe clientes em sua residência 
não pratica o crime do art. 229 do Código Penal, pois 
não mantém, embora exerça o meretrício, casa de 
prostituição (TJSP – JTJ 182/299). 
Todavia, o fato de alugar alguém o seu apartamento 
exclusivamente para o exercício da prostituição, 
cobrando diária dos seus frequentadores, configura o 
delito de casa de prostituição e não o de favorecimento 
desta (TJSP – RT 401/113). 
Ainda sobre casa de prostituição, é indispensável à 
configuração do delito previsto no art. 229 do CP a prova 
da habitualidade, a qual decorre do verbo ‘manter’, nele 
empregado (TJSP – RT 585/291).
O art. 230 traz a figura penal do RUFIANISMO.
CPB – Art. 230 Tirar proveito da prostituição alheia, 
participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se 
sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1o Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 
(catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, 
padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, 
companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador 
da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, 
obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 2o Se o crime é cometido mediante violência, grave 
ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a 
livre manifestação da vontade da vítima: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo 
da pena correspondente à violência. 
Crime habitual, o rufianismo exige a reiteração de atos 
que, particularmente considerados, não têm relevância no 
campo penal. Essa repetição faz surgir apenas um crime, 
que, traduz geralmente um modo ou estilo de vida. A 
prática isolada do fato típico não traz à tona o delito, sendo 
imprescindível sua reiteração. É o conjunto de vários atos 
que configura o crime habitual.
Rufianismo. Pressupõe habitual e direta participação nos 
ganhos ou habitual sustento, total ou parcial, do agente, 
pela prostituta (TJRS – RJTJERGS 191/179).
No art. 232-A está descrito delito de PROMOÇÃO DE 
MIGRAÇÃO ILEGAL.
CPB – Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o 
fim de obter vantagem econômica, a entrada ilegal de 
estrangeiro em território nacional ou de brasileiro em 
país estrangeiro:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por 
qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica, 
a saída de estrangeiro do território nacional para 
ingressar ilegalmente em país estrangeiro.
§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um 
terço) se:
I - o crime é cometido com violência; ou
II - a vítima é submetida a condição desumana ou 
degradante.
§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem 
prejuízo das correspondentesàs infrações conexas.
3. DO ULTRAJE AO PUDOR
No art. 233 do Código Penal está tipificado o delito de ATO 
OBSCENO.
CPB – Art. 233 Praticar ato obsceno em lugar público, ou 
aberto ou exposto ao público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
O delito de ato obsceno, dada sua particularidade, demanda 
uma interpretação progressiva pelo aplicador do Direito, 
sob pena de não atender aos anseios sociais na busca 
da responsabilização penal. Esta forma de interpretar 
é utilizada para abranger as transformações sociais, 
científicas, jurídicas etc., ocorridas desde a expedição da 
lei penal. 
O Código Penal Brasileiro data do ano de 1940, tendo 
sofrido uma reforma parcial no ano de 1984. De lá para 
cá sucederam diversas mudanças sociais e culturais 
não acompanhadas pela letra fria da lei, fazendo com 
que algumas expressões, dantes consideradas de uma 
respectiva maneira, precisassem ser atualizadas para que 
a norma fosse aplicada corretamente. 
A caracterização do crime de ato obsceno depende 
Direito Penal (Parte Especial)
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de uma análise social e cultural, considerando que viola 
o pudor público, uma concepção volátil na sociedade 
moderna. Na época de sua tipificação, em 1940, a lei exigia 
determinada conduta que hoje pode não mais ser violadora 
social. Dessa forma, mostra-se extremamente necessária 
uma interpretação mais acalentada nos dias atuais para 
que seja possível a execução da norma jurídica.
Sobre o crime, dispõe a jurisprudência
Em princípio, o meretrício e o trottoir não são puníveis, 
se não há importunação, nem ultraje público ao pudor 
(STF – RTJ 68/58). 
Nesse sentido, comete o crime de ato obsceno o ‘travesti’ 
que, na prática do trottoir, para atrair clientes, expõe 
partes íntimas de seu corpo, ofendendo a moralidade 
média da coletividade (TACRSP – RT 637/280). 
Praticado o ato obsceno dentro da propriedade do réu 
não se pode caracterizar o crime previsto no art. 233 do 
CP, posto que aquele não se caracteriza como lugar 
exposto ao público (TJGO – RT 728/609). 
Assim, não presente a publicidade do ato obsceno, 
inexiste justa causa para a ação penal pelo delito do 
art. 233 do CP. O fato de o acusado e sua namorada se 
permitirem, no interior do automóvel estacionado em 
local ermo e escuro, liberdades mais ousadas é questão 
puramente de moral, que escapa ao Direito repressivo 
(TACRSP – RT 553/356 e RT 602/344). 
Todavia, comete o crime de ato obsceno o agente que, 
despido totalmente, exibe os órgãos genitais a vizinhos, 
do interior do quintal de sua residência, máxime se esta 
casa é desprovida de muros em suas divisas, já que a 
qualquer hora é possível que as pessoas vejam o que se 
passa em seu interior (TACRSP – RJDTACRIM 4/54).
O art. 234 do Código Penal descreve o delito de ESCRITO 
OBSCENO.
CPB – Art. 234 Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter 
sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou 
de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa 
ou qualquer objeto obsceno:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público 
qualquer dos objetos referidos neste artigo;
II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, 
representação teatral, ou exibição cinematográfica 
de caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que 
tenha o mesmo caráter;
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou 
pelo rádio, audição ou recitação de caráter obsceno.
4. DISPOSIÇÕES GERAIS
Nos arts. 234-A e 234-B temos
CPB – Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a 
pena é aumentada:
I – (VETADO); 
II – (VETADO);
III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta 
gravidez;  
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente 
transmite à vítima doença sexualmente transmissível 
de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a 
vítima é idosa ou pessoa com deficiência.  
CPB – Art. 234-B.  Os processos em que se apuram crimes 
definidos neste Título correrão em segredo de justiça. 
5. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
Importante aspecto a ser considerado comumente para 
todos os crimes contra a Fé Pública – falsidades, é a 
imitatio veri ou imitação da verdade. Nos delitos em 
questão, a falsidade deve imitar a verdade de forma que 
com ela possa ser confundida, descaracterizando o ilícito 
penal contra a fé pública caso ocorra uma falsificação 
grosseira. Para tanto é essencial que se proceda ao exame 
pericial de corpo de delito, sobre o falso, buscando apurar 
se possue ou não a imitativo veri.
Entretanto, essa inidoneidade verificada para os crimes 
de falso pode ser meio hábil, eficaz para enganar e ludibriar 
alguém, configurando ato executório de Estelionato – art. 
171.
A par de caracterizada a inidoneidade do suposto 
documento para ilaquear a fé pública, dada a grosseria 
da falsificação de carteira de identidade, a circunstância 
de tratar-se de reprodução não autenticada, não 
contemplada no ordenamento jurídico, como documento, 
denota a impossibilidade de ser objeto de crime de 
falsidade documental (STF – RT 588/436). 
Não se tem como caracterizado o crime de falsificação 
sem a ‘imitatio veri’. À falta de imitação caligráfica, 
a falsificação grosseira, facilmente verificável na 
comparação e confronto com a assinatura da vítima, 
afasta a possibilidade de reconhecer o falso (...) (TJSP 
– RT 663/293, RT 584/315 e RT 454/349). 
A falsificação grosseira, facilmente perceptível, não 
configura o delito do art. 297 do Código Penal. Porém, se o 
expediente utilizado pelo agente serviu para a obtenção de 
vantagem indevida, em prejuízo de outrem, patenteia-se o 
estelionato (TJSP – RT 509/356).
Falsificado o documento com a intenção de imitar o 
verdadeiro, e se a falsificação, ainda que não perfeita, 
for capaz de enganar o homem médio, não se pode tê-la 
como grosseira (TJSP – RT 727/458).
No art. 289 do Código Penal está tipificado o delito de 
MOEDA FALSA.
CPB – Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, 
moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país 
ou no estrangeiro:
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta 
própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, 
troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação 
moeda falsa.
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, 
Direito Penal (Parte Especial)
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moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois 
de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis 
meses a dois anos, e multa.
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e 
multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal 
de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a 
fabricação ou emissão:
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado 
em lei;
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz 
circular moeda, cuja circulação não estava ainda 
autorizada.
Crime contra a fé pública da União, moeda falsa é de 
competência da Justiça Federal à exceção quando 
configura meio executório para estelionato, pelo qual 
é absorvido, passando a ser processado e julgado pela 
Justiça Estadual.
Não se apresentando grosseira a falsificação de 
cédula de moeda estrangeira posta em circulação, pois 
só verificada mediante utilização de aparelhagem e 
meios adequados pelos peritos oficiais, tem-se por 
aperfeiçoado o delito do art. 289 do CP e competente 
para o processo e julgamento o juiz federal (STJ – RT 
667/344). 
Nesse sentido, determina a Súmula n. 73 – STJ: A 
utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado 
configura em tese o crime de estelionato, de competência 
da Justiça Estadual. 
Por isso, “o exame de corpo de delito é essencial ao 
processo pelo crime de moeda falsa (...)” (TRF – RF 139/390).
Doutrinariamente, a considerar a forma básica do caput do 
art. 289 e seu § 1º, o crime de moeda falsa é delito comum, 
doloso, comissivo, instantâneo – nas formas falsificar,fabricar, alterar, importar, exportar, adquirir, vender, 
trocar, ceder, introduzir e permanente – quanto à conduta 
guardar, unissubjetivo, plurissubsistente.
Sua consumação ocorre quando o sujeito ativo realiza 
a falsificação, através das condutas fabricar ou alterar, 
ainda que de uma única cédula ou moeda metálica, 
não sendo necessário que a mesma seja colocada em 
circulação. O número de moedas ou cédulas falsificadas 
não é relevante para a configuração do crime, bastando 
que uma esteja pronta, eis que não há insignificância no 
crime de moeda falsa, que possui a Fé Pública como bem 
jurídico protegido.
No delito de falsificação existe uma infração única, 
qualquer que seja o número de cédulas falsificadas (TRF 
– RF 216/293).
Caso o mesmo agente falsifique e posteriormente 
introduza em circulação a moeda, não haverá dois ilícitos, 
caracterizando-se o exaurimento do crime, post factum 
impunível. Desta forma, o § 1º do dispositivo é aplicado 
autonomamente quando terceira pessoa pratica as 
condutas ali descritas, não sendo ela o próprio contrafeitor.
A introdução de moeda falsa na circulação só constitui 
crime autônomo, quando realizada por quem não foi o 
autor da falsificação. Se é o próprio falsificador quem 
faz uso da moeda falsa, o crime é um só, devendo o seu 
autor responder somente pela falsificação (TJSP – RT 
176/474). 
No §2º do dispositivo estudado temos o comportamento 
daquele que adquire/recebe a moeda falsa agindo de boa-
fé, mas para evitar prejuízo próprio a restitui à circulação 
após saber a falsidade, violando a fé pública. Temos o 
caso de quem primeiro foi vítima de um criminoso – o 
falsário, recebendo a moeda falsa por erro e, ao conhecer 
a falsidade lesa o Estado, restituindo-a à circulação. É 
infração de menor potencial ofensivo.
CPB – Art. 289 (...)
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, 
moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois 
de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis 
meses a dois anos, e multa.
No art. 291 do Código Penal resta tipificado o crime de 
PETRECHOS PARA FALSIFICAÇÃO DE MOEDA.
CPB – Art. 291 Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso 
ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, 
instrumento ou qualquer objeto especialmente 
destinado à falsificação de moeda:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Importante ressaltar que a tipificação deste ilícito 
depende da inequívoca comprovação da destinação dada 
aos maquinismos e utensílios – os petrechos.
É indispensável à perfeição do delito previsto no art. 
291 do CP a inequivocidade do destino do maquinismo, 
aparelho ou instrumento destinado à falsificação. 
Visando o petrecho não especificamente a contrafação 
da moeda, mas sim a prática de fraudes, como, por 
exemplo, o ‘conto da guitarra’, somente se poderá cogitar 
de eventual estelionato (TACRSP – JTACRIM 19/294).
Os petrechos caracterizam meio preparatório para a 
prática da falsificação de moeda, que em ocorrendo 
absorverá o ilícito insculpido no art. 291. Assim, caso o 
sujeito pratique alguma conduta descrita no dispositivo 
com a finalidade de falsificar a moeda, e assim o fizer nos 
moldes do art. 289, em tese só lhe poderá ser imputada a 
prática da falsificação.
Nos art. 297 e 298 do Código Penal estão tipificados 
os delitos de FALSIDADE MATERIAL, versando 
sobre documento público e documento particular, 
respectivamente.
CPB – Art. 297 Falsificar, no todo ou em parte, documento 
público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
CPB – Art. 298 Falsificar, no todo ou em parte, documento 
particular ou alterar documento particular verdadeiro:
Direito Penal (Parte Especial)
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Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Primeiramente há que se considerar a classificação dos 
documentos, em públicos e particulares, para a tipificação 
dos delitos de falsificação, eis que o caso concreto poderá 
subsumir-se ao art. 297 ou ao art. 298, com diferença nas 
penalidades impostas. 
Conforme os ensinamentos de Sylvio do Amaral:
A natureza do documento público advém da sua origem 
oficial, do fato de ter sido expedido no exercício de função 
pública, e não da categoria do seu autor. Seja esta qual 
for, o documento será de caráter particular sempre 
que não se enquadre dentre o que o funcionário tem 
por função emitir, de acordo com a lei ou o regulamento 
que define suas atribuições oficiais (AMARAL, Sylvio. 
Falsidade documental. Campinas: Ed. Millenium, 2000, 
4ª edição, p. 11).
Conforme a jurisprudência
Documento público é aquele expedido pelo Estado. 
Vale dizer, é o documento escrito por funcionário público 
(na acepção amplíssima do art. 327 do Código Penal), 
no exercício de função definida em lei ou regulamento. 
O certificado de propriedade de veículo é considerado 
documento formal e substancialmente público (TJSP – 
RT 480/285). 
Também definidos na lei se encontram os denominados 
documentos públicos por equiparação, sendo aqueles 
previstos no § 2º do art. 297. 
CPB – Art. 297 (...)
§ 2º Para os efeitos penais, equiparam-se a documento 
público o emanado de entidade paraestatal, o título 
ao portador ou transmissível por endosso, as ações de 
sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento 
particular.
Seguindo a doutrina de Sylvio do Amaral
São certos documentos particulares que possuem 
excepcional relevância na vida dos indivíduos e da 
coletividade, justificando-se, por isso, maior rigor da lei 
na repressão de sua falsificação (AMARAL. Ob. cit., p. 
23).
No parágrafo único do art. 298 temos a falsificação de 
cartão de crédito ou débito, que é equiparado a documento 
particular.
CPB – Art. 298 (...)
Parágrafo único.   Para fins do disposto no caput, 
equipara-se a documento particular o cartão de crédito 
ou débito.
Sobre as peculiaridades dos crimes de falsidade 
documental, se manifesta a jurisprudência
Sendo a alteração de documento público verdadeiro 
uma das duas condutas típicas do crime de falsificação 
de documento público, a substituição de fotografia em 
documento de identidade dessa natureza caracteriza 
alteração dele, que não se cinge apenas ao seu teor 
escrito, mas que alcança essa modalidade de modificação 
que, indiscutivelmente, componente a materialidade 
e a individualização desse documento verdadeiro, 
até porque a fotografia constitui parte juridicamente 
relevante dele (STF – HC 75.690-5 DJU de 3.4.98, p. 4).
Para a caracterização do delito de falsificação do 
documento público basta a sua adulteração, pouco 
importando o prejuízo real ou potencial, pois o bem 
lesado é a fé pública. Assim, para que se tipifique não é 
necessária a existência de prejuízo efetivo, bastando o 
simples perigo de dano (TJSP – RT 558/311).
Se a imputação concerne ao falso material, com os 
documentos tidos como falsificados estando encartados 
nos autos, impõe-se o exame de corpo de delito, nos 
termos do art. 158 do CPP (STJ – RSTJ 32/277).
O tipo do art. 297 do Código Penal exige apenas a ‘editio 
falsi’, sendo prescindível a posterior utilização do 
falso, que consiste em mero exaurimento (STJ – JSTJ 
62/500). 
No art. 299 temos descrito o crime de FALSIDADE 
IDEOLÓGICA.
CPB – Art. 299 Omitir, em documento público ou particular, 
declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou 
fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser 
escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação 
ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o 
documento é público, e reclusão de um a três anos, e 
multa, se o documento é particular.
O artigo trata da falsidade ideológica e não material, que 
são distintas. A falsidade material afeta a autenticidade do 
documento na sua forma exterior e por isso também pode 
afetá-la no conteúdo, no teor. A falsidade ideológica afeta 
apenas este conteúdo, e não a forma, que é verdadeira.
Inclusive, para a caracterização da falsidade ideológica 
é necessário quea alteração ocorra em documento 
verdadeiro, seja público ou particular, que tem o seu conteúdo 
adulterado, mas não a sua forma. Assim, a constatação da 
falsidade por exame pericial é difícil e incomum, devendo 
ser ela comprovada por outros documentos, provas e 
testemunhas, afastando a exigência da perícia. 
A falsidade ideológica concerne ao conteúdo e não 
à forma. Quando esta é alterada, forjada ou criada, 
a falsidade a se identificar é a material (TJSP – RT 
580/322).
O falso ideológico diz respeito ao conteúdo do 
documento, a seu teor intelectual, e não à materialidade. 
Materialmente verdadeiro, o escrito é mentiroso 
no conteúdo, fato que pode ser demonstrado por 
testemunhas e outros documentos, mas não por perícia 
grafotécnica (TJSP – JTJ 170/336).
Direito Penal (Parte Especial)
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É dispensável a perícia no documento quando se 
trata de falsidade ideológica. Neste caso, o próprio 
documento substitui o corpo de delito, materialmente 
perfeito, porém, de conteúdo falso, circunstância 
apurável pelo juiz no curso do processo e não pelos 
peritos (TJRS – RJTJERGS 114/159).
Aspecto de grande importância nos crimes de falsidade 
documental, seja ela material, seja ideológica é que se 
o agente falsifica documento com o objetivo de enganar 
alguém, com obtenção de vantagem econômica, estará 
configurado o crime de Estelionato, que absorve o delito 
de falsidade, nos termos da Súmula nº 17 do STJ,
STJ – Súmula nº  17: Quando o falso se exaure no 
estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este 
absorvido.
A falsidade ideológica exige um dolo específico para 
se caracterizar, no caso o fim de prejudicar direito, criar 
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente 
relevante, como descrito no dispositivo estudado, por 
mais que não tenha gerado efetivo prejuízo, sendo assim 
um delito formal.
Para que ocorra o delito de falsidade ideológica 
é necessário que a alteração seja relativa a fato 
juridicamente relevante, entendendo-se como tal a 
declaração que, isolada ou em conjunto com outros 
fatos, tenha significado direto ou indireto para constituir, 
fundamentar ou modificar direito, ou relação jurídica 
pública ou privada (TJSP – RT 546/344).
O crime de falsidade ideológica, por ser crime formal, 
aperfeiçoa-se com a simples potencialidade do dano 
objetivado pelo agente, não se exigindo para sua 
configuração, a ocorrência do prejuízo (STJ – RSTJ 
90/398).
Se a falsidade material grosseira, incapaz de enganar, 
não constitui crime, dada a ausência de potencialidade 
de dano, da mesma forma é impunível a falsidade 
ideológica que afirma fato ou circunstância 
incompatível com a realidade de todos conhecida 
(TJSP – RT 477/656).
No art. 304 temos o crime de USO DE DOCUMENTO FALSO.
CPB – Art. 304 Fazer uso de qualquer dos papéis 
falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 
a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
A conduta insculpida no tipo penal é fazer uso, que significa 
utilizar-se de, lançar mão ou usar, de forma que o ilícito se 
caracteriza quando o sujeito ativo emprega o documento 
falso para o fim a que ele serviria, se verdadeiro fosse, 
sem que haja a intenção de obter indevida vantagem 
econômica, caso em que estará caracterizado o crime de 
Estelionato. O simples porte de um documento falso não 
configura o delito do art. 304.
Falso uso de documento é empregá-lo para o fim a que 
serviria, se não fosse falso (TJSP – JTJ 176/329). 
Fazer uso de documento falso é fazê-lo ou tentar fazê-
lo passar como autêntico ou verídico. A ação que não 
ultrapasse da esfera dos atos preparatórios é atípica 
(TJSP – RT 420/87). 
Se o uso de documento falso foi endereçado à obtenção 
de indevida vantagem econômica, o falso constitui-se 
em crime-meio, que fica absorvido pelo crime-fim, no 
caso o estelionato (TJSP – RT 724/618).
O réu que, ao ser submetido à revista policial, portava 
documentos de terceiro, entre os quais uma cédula de 
identidade em que fora inserida a sua fotografia, não 
pratica o crime disposto no art. 304 do CP, pois o simples 
porte do documento falso não consiste em verdadeiro 
uso do mesmo (TJSP – RT 794/578).
Cópia reprografada só pode ser objeto do crime se estiver 
autenticada.
A utilização de cópia autenticada de diploma falso para 
obter nomeação de cargo público é o suficiente para 
caracterizar o crime de falsidade documental, não 
havendo falar em atipicidade da conduta, uma vez que 
somente a cópia sem autenticação seria inidônea para 
integrar o conceito de documento a que se refere o art. 
304 do CP (TJSP – RT 753/582). 
Uso de documento falso é delito de formal que se 
consuma com o efetivo uso do documento falso, não sendo 
necessária a obtenção de qualquer proveito ou a produção 
de dano a outrem. A tentativa é inadmissível, uma vez que 
o delito já se encontra perfeito com o primeiro ato de uso. 
O simples tentar usar já é uso, estando consumado o crime.
(...) a tentativa é inadmissível, pois o simples tentar 
usar já é uso, estando consumado o crime (TJSP – RT 
735/564).
Por ser considerado crime autônomo, o uso de documento 
falso gera divergência quando cometido pelo próprio 
contrafeitor, pois o sujeito que falsifica e usa o documento 
estaria incidindo em dois tipos penais distintos, incorrendo 
em dois crimes, em concurso material. Todavia, o melhor 
entendimento é no sentido de que tal hipótese não 
configuraria concurso de crimes, mas sim crime único, em 
progressão.
Quem falsifica objetiva, claramente, fazer uso do 
documento. Se, realmente, o faz o próprio falsificador, 
deve ser punido pelo crime-fim (art. 304) e não pelo 
delito-meio (art. 297) (TJSP – RT 504/328).
O entendimento sufragado pela jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal é de que se o mesmo sujeito 
falsifica e, em seguida, usa o documento falsificado, 
responde apenas pela falsificação. (STJ – HC nº 
70.703/2006 – GO)
Novamente nos reportando aos ensinamentos de Sylvio 
do Amaral:
Direito Penal (Parte Especial)
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Quando o agente falsifica e, em seguida, usa o ‘falsum’, 
ele realiza tipicamente um crime progressivo, uma série 
de fatos delituosos tendentes a um objetivo fundamental, 
norteador de todo o procedimento e absorvente do 
sentido geral das ações procedentes – o emprego 
do documento falso (...) O delito-meio (falsificação) é 
essencialmente indispensável à consecução do delito-
fim (uso do falsum), de tal modo que este é logicamente 
impossível sem a preexistência daquele. Não só a 
falsificação é absorvida pela contextura material do 
crime de uso (do qual é um elemento constitutivo), como 
não tem relevo acentuado no espírito do agente que se 
propõe realizar – o uso do documento falso (AMARAL. 
Ob cit., p. 171).
Nos arts. 307 e 308 estão descritas as figuras penais da 
FALSA IDENTIDADE.
CPB – Art. 307 Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa 
identidade para obter vantagem, em proveito próprio 
ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o 
fato não constitui elemento de crime mais grave.
CPB – Art. 308 Usar, como próprio, passaporte, título de 
eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento 
de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele 
se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de 
terceiro:
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, 
se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
As formas de falso previstas no art. 307 e 308 não se 
incluem entre as práticas que caracterizam a falsidade 
documental, pois o ora comportamento criminoso difere 
da contrafação, adulteração ou inserção de dados falsos 
em documento verdadeiro, constituindo uma mentira 
sobre as qualificações pessoais do sujeito ativo, ou de 
terceiro, na mais ampla concepção de identidade.
A norma incriminadora, ao se referir à falsa identidade, 
o faz de modo amplo e generalizado, de sorte que 
abrange os mais variados caracteres da pessoa, tais 
como nome, idade, estado civil, profissão, sexo, títulos, 
condecorações,qualidades publicamente reconhecidas, 
filiação, genealogia, estado pessoal etc. (TACRSP – 
RJDTACRIM 2/95).
Importante frisar que como corolário do princípio 
constitucional da ampla defesa, insculpido no art. 5º, 
inciso LV da Constituição da República, o autor de um fato 
criminoso não é obrigado a fazer prova contra si mesmo, 
podendo fazer afirmação falsa, negar o calar a verdade 
sobre os fatos a si imputados, sem que isso caracterize 
qualquer ilícito penal. Todavia, conforme o melhor 
entendimento jurisprudencial, esse “direito de mentir” diz 
respeito tão somente aos fatos apurados e atribuídos, não 
alcançando seus dados de qualificação e identidade.
CF – Art. 5º (...)
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, 
e aos acusados em geral são assegurados o contraditório 
e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
O Direito Constitucional deferido ao réu de permanecer 
calado e de não colaborar, não inclui o de falsear a 
própria identidade (...) (TJDF – RJEDFT 10/201). 
Nesse sentido, pratica o crime de falsa identidade (CP, 
art. 307) o agente que se identifica à autoridade policial 
com nome fictício ou de outra pessoa, ainda que o tenha 
feito como recurso de autodefesa, objetivando esconder 
seu passado criminoso, a fim de, como vantagem para 
si, obter benefícios penais ou processuais penais que 
do contrário não seriam concedidos ante a existência 
de antecedentes criminais. O direito constitucional de o 
indiciado calar ou falsear a verdade como autodefesa 
não o autoriza a cometer outro crime, qualquer que seja, 
mormente o de falsa identidade (TJSC – JCAT 99/517).
No art. 311 temos a descrição do crime de ADULTERAÇÃO 
DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR.
CPB – Art. 311 Adulterar ou remarcar número de chassi ou 
qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu 
componente ou equipamento:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º Se o agente comete o crime no exercício da função 
pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um 
terço.
§ 2º Incorre nas mesmas penas o funcionário público 
que contribui para o licenciamento ou registro do veículo 
remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente 
material ou informação oficial.
Os sinais identificadores de veículo estão definidos 
conforme o Código de Trânsito Brasileiro, em seus artigos 
114 e 115
CTB – Art. 114. O veículo será identificado 
obrigatoriamente por caracteres gravados no chassi 
ou no monobloco, reproduzidos em outras partes, 
conforme dispuser o CONTRAN.
CTB – Art. 115. O veículo será identificado externamente 
por meio de placas dianteira e traseira, sendo esta 
lacrada em sua estrutura, obedecidas às especificações 
e modelos estabelecidos pelo CONTRAN.
Conforme a jurisprudência
Tipifica, em tese, a sua prática a adulteração de placa 
numerada dianteira ou traseira do veículo, não apenas a 
numeração do chassi ou monobloco (STF – HC 79.780-SP 
DJU de 18-8-2000, p. 82). 
Nesse mesmo sentido, o veículo é identificado 
externamente por meio das placas dianteira e traseira, 
cujos caracteres o acompanharão até a baixa do 
registro. Tipifica, portanto, a conduta prevista no art. 311 
do Código Penal, a adulteração ou remarcação destes 
sinais identificadores, bem como daqueles gravados 
no chassi ou no monobloco (STJ – RSTJ 133/517 e RT 
772/541).
Direito Penal (Parte Especial)
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No art. 311-A está previsto o crime de FRAUDES EM 
CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO.
CPB – Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com 
o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer 
a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: 
I - concurso público; 
II - avaliação ou exame públicos; 
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; 
ou
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, 
por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas 
às informações mencionadas no caput. 
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração 
pública: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é 
cometido por funcionário público.

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