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AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA I Aula 8: Transtornos Alimentares AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Introdução Os transtornos alimentares são quadros psiquiátricos caracterizados por profundas alterações no comportamento alimentar e disfunções no controle do peso e forma corporal, que levam a sérios prejuízos clínicos, psicológicos e de convívio social. TIMERMAN et al., 2015 Conceito Termo em inglês binge eating disorders AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Fisiopatologia dos transtornos alimentares O MAIOR EQUÍVOCO FISIOLÓGICO que pode ocorrer é tentar distinguir a FOME da SACIEDADE Situação de ansiedade → Desvio do controle FOME- SACIEDADE BERNARDI, 2011 AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Centro da Fome x Saciedade BERNARDI, 2011 Hipotálamo lateral → Fome Hipotálamo Ventromedial→ Saciedade AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Fisiopatologia dos transtornos alimentares BERNARDI, 2011 Grelina – “Hormônio da fome” Produzido no estômago quando esta vazio Leptina – “Hormônio da saciedade” Produzido no tecido adiposo AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Grelina x Leptina AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Fisiopatologia dos transtornos alimentares ANOREXIA • A fome ainda existe! Mas, por um “controle individual’, a paciente não ingere alimentos. BULIMIA • A fome já foi saciada. Mas, a vontade de comer não. Ambas são caracterizadas por um medo supervalorizado da obesidade → Levando a uma série de comportamentos compensatórios BERNARDI, 2011 CICLO COMPULSÃO – PURGAÇÃO – RESTRIÇÃO AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Fisiopatologia dos transtornos alimentares BERNARDI, 2011 AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Fisiopatologia dos transtornos alimentares VIGOREXIA (Overtraining) • É um transtorno de dismorfia muscular • Preocupação em ser forte em todas as áreas corpóreas • A pessoa se descreve aspectos de fraqueza, no entanto apresentam formação muscular acima no nível médio • Ocorrência maior na população masculina MARTINS et al, 2011 AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Fisiopatologia dos transtornos alimentares VIGOREXIA (Overtraining) AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Fisiopatologia dos transtornos alimentares ORTOREXIA NERVOSA • É o termo descrito para o comportamento obsessivo patológico caracterizado pela fixação por saúde alimentar. • Distúrbio que também prejudica a vida social e a saúde como um todo. • A preocupação do doente não é com a forma física, e sim com a qualidade dos alimentos ingeridos. MARTINS et al, 2011 AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I • Distúrbio que também prejudica a vida social e a saúde como um todo. • A preocupação do doente não é com a forma física, e sim com a qualidade dos alimentos ingeridos. MARTINS et al, 2011 ORTOREXIA NERVOSA AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Transtornos alimentares – Iremos estudar DSM-5, 2014 AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Transtornos alimentares • Anorexia Nervosa; • Bulimia Nervosa; • Transtorno Alimentar Não Especificado (EDNOS – Esatin Disorder Not Otherwise Speified); • Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP). AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Anorexia nervosa Conceito • O termo anorexia deriva do grego; • An- deficiência ou ausência de; • Orexis- apetite; CORDÁS & SALZANO, 2011 CID 10: F-50.0 - DSM-5: 307.1 CID 10- Classificação Internacional de Doenças, 10ª edição - OMS DSM-5- Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - APA (Associação Americana de Psiquiatria) AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Anorexia nervosa CORDÁS & SALZANO, 2011 Modelo gaúcha morre de complicação da anorexia nervosa 21 anos, 48 Kg, 1,65m, IMC de 17,6 Kg/m 2 “Quanto mais emagrecia, mais seguidores e elogios conquistava nas redes sociais” AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Características • Restrição persistente da ingestão calórica; • Medo intenso de ganhar peso ou de engordar ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso; • Perturbação na percepção do próprio peso ou da própria forma. DSM-5, 2014 Fonte: bitsandpieces Anorexia nervosa http://www.bitsandpieces.us/2012/08/28/anorexic-apple/ AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Epidemiologia • Ocorre predominantemente em adolescentes e mulheres adultas jovens; • Pouco se sabe a respeito da prevalência entre indivíduos do gênero masculino. Proporção feminino-masculino de aprox. 10:1; • Taxa de prevalência ao longo da vida variando de 0,3 a 3,7%; • Picos de incidência: aos 14 e aos 17 anos; • Risco aumentado: profissões que exigem leveza para melhor desempenho (ginastas, patinadoras, bailarinas) ou esbeltez para "comercialização" da imagem (modelos, atrizes). YAGER et al., 2000 Anorexia nervosa AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Critérios Diagnósticos DSM-5 • Perda de peso e recusa em manter o peso dentro da faixa normal (≥85% do esperado); • Medo mórbido de engordar mesmo estando abaixo do peso; • Perturbação na forma de vivenciar o baixo peso, influência indevida do peso sobre a autoavaliação e negação do baixo peso; DSM-5, 2014 Subtipos: 1.Restritivo (dieta e exercícios apenas) → NA-R 2.Compulsão periódica/purgativo (presença de episódios de compulsão e/ou purgação além da dieta, exercícios, diuréticos, clister) → NA-P Anorexia nervosa AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Critérios Diagnósticos CID-10 • Perda de peso e manutenção abaixo do normal (IMC ≤ 17,5 kg/m²); • Perda de peso auto induzida pela evitação de alimentos que engordam; • Medo de engordar e percepção de estar muito gorda(o); • Distúrbio endócrino envolvendo o eixo hipotálamo-hipofisário-gonadal (amenorreia) e atraso no desenvolvimento puberal; • Vômitos auto induzidos, purgação e uso de inibidores do apetite e/ou diuréticos podem estar presentes. DSM-5, 2014 Anorexia nervosa AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Consequências Funcionais • Limitações funcionais associadas ao transtorno; • Alguns permanecem ativos no funcionamento social e profissional; • Isolamento social significativo e/ou fracasso em atingir o nível acadêmico ou profissional. YAGER et al., 2000 Fonte: cidadeverde.com Anorexia nervosa cidadeverde.com AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Quadro Clínico • Perda da gordura corporal; • Bradicardia; • Hipotensão; • Hipotermia; • Intolerância ao frio; • Dor abdominal; • Sensação de plenitude; SCHEBENDACH et al., 2010 Anorexia nervosa • Constipação intestinal; • Perda do interesse sexual; • Perda excessiva de cabelo; • Lanugo corpo e face; • Distúrbio do sono; • Manifestação depressão. AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Diagnóstico Diferencial – Devido ao emagrecimento intenso, não confundir... • Doenças inflamatórias intestinais; • Diabetes mellitus; • Câncer; • Hipertireoidismo; • Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA); • Bulimia nervosa. DSM-5, 2014 Anorexia nervosa AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Mortalidade • 0,56%/ano parece ser pequena • É a maior taxade mortalidade dentre todos os distúrbios psiquiátricos Principais consequências • Complicações cardiovasculares; • Insuficiência renal; • Suicídio. YAGER et al., 2000 Anorexia nervosa AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Bulimia nervosa Conceito O termo bulimia deriva do grego: • Bous- boi; • Limeos- fome. Fome intensa, suficiente para devorar um “boi”. Sentimento de culpa e medo de engordar. CORDÁS & SALZANO, 2011 CID 10- Classificação Internacional de Doenças, 10ª edição - OMS DSM-5- Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - APA (Associação Americana de Psiquiatria) Fonte: denisemoreirapsicologa.com CID 10: F-50.0 - DSM-5: 307.51 denisemoreirapsicologa.com AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Epidemiologia • Extremamente rara antes dos 12 anos; • O transtorno é característico das mulheres jovens e adolescentes, com prevalência de 1,1% a 4,2% neste grupo. Etiologia • Fatores de ordem biopsicossocial YAGER et al., 2000 Bulimia nervosa AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Critérios Diagnósticos DSM-5 • Episódios recorrentes de compulsão alimentar (excesso alimentar + perda de controle) → Alimentos de alto teor de gordura e calorias – 1000 a 2000Kcal por episódio de compulsão • Métodos compensatórios para prevenção de ganho de peso: indução de vômitos, uso de laxantes, diuréticos, enemas, jejum, exercícios excessivos ... • Frequência dos episódios compulsivos e compensatórios: em média pelo menos 02 vezes/semana por três meses. • Influência indevida do peso/forma corporal sobre a auto-avaliação DSM-5, 2014 Bulimia nervosa AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Critérios Diagnósticos DSM-5, 2014 CID-10 • Episódios recorrentes de hiperfagia (02 vezes/semana por três meses). Preocupação persistente com o comer e desejo irresistível de comida • Uso de métodos compensatórios para neutralizar ingestão calórica: vômitos, abuso de laxantes, jejuns ou uso de drogas (anorexígenos, hormônios tireoidianos ou diuréticos)* • Medo de engordar que leva a busca de um peso abaixo do limiar ótimo ou saudável *diabéticas podem negligenciar o tratamento insulínico (evitando a absorção da glicose sanguínea. Bulimia nervosa AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Critérios Diagnósticos DSM-5, 2014 Subtipos: Purgativa e Não Purgativa 1.Purgativa→ BN-P os indivíduos provocam a eliminação do alimento de diversas maneiras como vômito.... Bulimia nervosa AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Critérios Diagnósticos DSM-5, 2014 Subtipos: Purgativa e Não Purgativa 1.Não Purgativa → BN-NP os indivíduos não provocam vômito nem abusam de laxantes ou diuréticos → realizam jejum ou atividade física em demasia. Bulimia nervosa AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Quadro Clínico • Massa corporal adequada; • Vômitos; • Erosão do esmalte dental com aumento das cáries dentárias; • Calos nas articulações dos dedos; • Hipertrofia das glândulas parótidas; • Manifestações clínicas: dor de garganta, esofagite, discreta; • Hematêmese, dores abdominais e hemorragia subconjuntival; • Queixas: culpa, depressão, ansiedade e digestão difícil. SCHEBENDACH et al., 2010 Bulimia nervosa AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Quadro Clínico SCHEBENDACH et al., 2010 Bulimia nervosa AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Diagnóstico Diferencial – Não confundir... • ANP - Anorexia Nervosa Punitiva/Periódica A diferença entre Bulimia e ANP: 1. Peso → Na ANP os indivíduos comem compulsivamente e elimina a comida, mas estão 85% abaixo do peso desejado ou com o IMC por volta de 17,5 e são amenorreicas. 2. Por outro lado, na Bulimia os pacientes estão um pouco abaixo do peso, com peso ideal ou acima deste DSM-5, 2014 Bulimia nervosa AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Diagnóstico Diferencial – Não confundir... • Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP); • Transtorno depressivo maior, com aspectos atípicos; • Transtorno da personalidade borderline. DSM-5, 2014 Fonte: abeso Bulimia nervosa http://www.abeso.org.br/ AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I • Alterações Metabólicas: hipoglicemia, hipercolesterolemia • Alterações Hematológicas: anemia, leucopenia • Alterações Hidroeletrolíticas: hipocalemia, hipomagnesemia, hiponatremia, hipofosfatemia→ desordens cardio-respiratórias e síndrome da realimentação • Alterações Gastrointestinais: constipação, distensão abdominal, plenitude pós-prandial, esofagite, vômitos, pancreatite aguda Complicações clínicas na anorexia nervosa e bulimia nervosa ASSUMPÇÃO & CABRAL, 2002 AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I • Alterações Renais: azotemia pré-renal, cálculo renal, hematúria; • Alterações Físicas: lanugo; pele e cabelo (finos, secos e sem brilho); sinal de Russel; • Alterações Dentárias e Bucais: erosão dentária, hipertrofia bilateral das glândulas parótidas. ✓ Acessar Rev Bras Psiquiatr 2002; 24 (Supl III): 29-33 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516- 44462002000700003 Complicações clínicas na anorexia nervosa e bulimia nervosa ASSUMPÇÃO & CABRAL, 2002 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462002000700003 AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Laguno Complicações clínicas na anorexia nervosa e bulimia nervosa Sinal de Russel AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Etiologia e definição • Causa heterogênea → Inclui casos PARCIAIS de AN, BN e TCAP Exemplo: Indivíduo obeso que desenvolve um medo intenso de engordar e um comportamento exagerado de dieta, perde mais de 40% do seu peso, porém não atende ao critério de baixo peso estabelecido par a AN. Não possui comportamentos compensatórios observado na BN Transtorno alimentar não especificado (EDNOS) DSM-5, 2014 AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Critérios Diagnósticos Transtorno alimentar não especificado (EDNOS) DSM-5, 2014 CID 10: F-50.9 - DSM-5: 307.5 AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Critérios Diagnósticos Transtorno alimentar não especificado (EDNOS) DSM-5, 2014 CID 10: F-50.9 - DSM-5: 307.5 AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Transtorno de Compulsão Alimentar Periódico (TCAP) DSM-5, 2014 Definição • O TCAP é uma compulsão alimentar regular, que pode ocorrer duas vezes por semana ou mais, porém sem os comportamentos compensatórios típicos da BN. • Ingerem menos alimento de forma compulsiva quando comparados com os indivíduos com bulimia • Comem mais durante o dia e, provavelmente, estão acima do peso quando comparados com indivíduos com BN AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Critérios Diagnósticos Transtorno de Compulsão Alimentar Periódico (TCAP) DSM-5, 2014 CID 10: F-50.8 - DSM-5: 307.51 AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Fatores Precipitantes Fatores Mantenedores Fatores Predisponentes Etiologia - Multifatorial AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I • Fatores Predisponentes → São aqueles que aumentam as possibilidades do indivíduo ter um transtorno alimentar. – Tendência a Obesidade – Eventos Adversos (Abuso sexual, perdas importantes, bullying) – Genética – Padrão familiar – Fatores socioculturais (Padrões de beleza rígidos, culpa ao se alimentar) Transtornos alimentares Etiologia AULA 8: TRANSTORNOSALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Etiologia - Multifatorial Transtornos alimentares Genética Desenvolvimento Sexual Socioculturais Personalidade AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Nutrição comportamental http://www.nutricaocomportamental.com.br/http://www.nutricaocomportamental.com.br/ AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Tratamento dos Transtornos Alimentares Equipe multiprofissional • Médico Clínico e Psiquiatra • Enfermeiro • Nutricionista • Terapeuta Ocupacional • Psicólogo • Assistente Social SCAGLIUSI, 2009 Diretrizes para o tratamento dos transtornos alimentares da Associação Norte-americana de Psiquiatria e do Instituto Nacional para a Excelência Clínica dos Estado Unidos AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Necessidades Nutricionais – Anorexia e Bulimia Nervosa Peso • O terapia nutricional deve construir junto com o paciente o conceito de peso saudável • O peso é atingido naturalmente, em um processo de tentativa e erro • Metas para ganho de peso: • 900 a 1300g/semana para pacientes internados • 500 a 900g/semana para pacientes em internação parcial • 200 a 450g/semana para pacientes de ambulatório SCAGLIUSI, 2009 Peso • O terapia nutricional deve construir junto com o paciente o conceito de peso saudável • O peso é atingido naturalmente, em um processo de tentativa e erro • Metas para ganho de peso: • 900 a 1300g/semana para pacientes internados • 500 a 900g/semana para pacientes em internação parcial • 200 a 450g/semana para pacientes de ambulatório AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Peso • Resposta individual: 1. Atividade física 2. Uso de métodos purgativos 3. Baixo peso crônico 4. Tipo de restrição alimentar 5. Velocidade da perda de peso 6. Aceitação da dieta. SCAGLIUSI, 2009 A recuperação do peso não indica recuperação total e forçar o ganho de peso sem suporte psicológico é desaconselhável. Necessidades Nutricionais – Anorexia e Bulimia Nervosa AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Calorias • Fase inicial: 30 a 40 kcal/kg/dia. Aumentar 300 a 400 Kcal a cada 24 a 48h; • Atenção a síndrome da realimentação • Fase de manutenção de massa corporal: 40 a 60 kcal/kg/dia. SCAGLIUSI, 2009 Necessidades Nutricionais – Anorexia e Bulimia Nervosa AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I SCAGLIUSI, 2009 Macronutrientes • Proteína: 15 a 20% do VET; • Carboidratos: 50 a 55% do VET; • Lipídios: 25 a 30% do VET. Micronutrientes • 100% da IDR de suplementos vitamínicos e minerais. *VET- valor energético total, IDR- ingestão dietética recomendada Necessidades Nutricionais – Anorexia e Bulimia Nervosa AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Ross et al, 2016 Sintomas gastrintestinais são comuns nos primeiro dias de terapia nutricional. Estes são causados pela lentidão do esvaziamento gástrico e de provável doença de refluxo causada pelas constantes purgações: • Náuseas • Azia • Dor abdominal • Gases • Constipação Transtornos relacionados ao início da dieta AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Ross et al, 2016 1. Número de refeições no início deve ser de três refeições ao dia 2. Com ingestão de porções normais 3. Expandir o repertório de alimentos lentamente (Evitando alimentos dietéticos ou sem gordura – com exceção de pacientes com TCAP e BN que estão acima do peso) 4. Incentivar o consumo de frutas e verduras Papel da(o) Nutricionista nos Transtornos Alimentares AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Ross et al, 2016 5. O vegetarianismo desenvolvido após o início da dieta é comum em AN e BN e deve ser desestimulado. Avaliando estes alimentos, sempre são os que possuem pouca caloria 6. Geralmente, em paciente com TCAP e BN, recomenda-se uma ingestão de 2000Kcal/dia com o objetivo de manter o peso Papel da(o) Nutricionista nos Transtornos Alimentares AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Ross et al, 2016 7. Já na AN, recomenda-se uma ingestão de 2000Kcal/dia mais a inclusão de suplementos líquidos, nos intervalos. Totalizando um adicional de 1000 a 1500Kcal/dia e uma dieta de 3000 a 3500Kcal ao dia. 8. Cuidado com a Síndrome da Realimentação em pacientes com restrição alimentar por longos períodos e com IMC menor que 14,5kg/m2 Papel da(o) Nutricionista nos Transtornos Alimentares AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Ross et al, 2016 9. A aferição compulsiva do peso deve ser desestimulada. Pesar apenas uma vez a cada semana e com a presença da(o) Nutricionista ou terapeuta. 10. Encorajar o uso do Diário Alimentar → Comprovou ser uma ferramenta eficaz para a mudança comportamental. Papel da(o) Nutricionista nos Transtornos Alimentares AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I ELEMENTOS PARA QUEM TRATA TRANSTORNOS ALIMENTARES • Habilidade não inerentes à formação: – Conhecimento de psicologia e psiquiatria – Conhecimento de TCC: Terapia Cognitivo Comportamental • Capacidade em criar vínculo atuando de forma empática, colaborativa e flexível Rev. Psiq. Clin. 31(4); 173-176, 2004 AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Diário alimentar ALVARENGA et al., 2004 Data Hora O que comeu e quanto? Compulsivo? Purgação? Fome (0-10)? Satisfação? Duração? Onde/ com quem? Sentimento? AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Terapia nutricional - anorexia nervosa e bulimia nervosa Enteral • Via de acesso: usualmente por sonda nasoenteral; • Escolha da dieta: polimérica, isotônica, hipolipidica e isenta de fibras; • Técnica de infusão: contínua por bomba ou cíclica noturna; • Velocidade de infusão: iniciar a 20 mL/h e progredir para 40 mL/h até atingir o GET. SCHEBENDACH et al., 2010 AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Terapia nutricional - anorexia nervosa e bulimia nervosa SCHEBENDACH et al., 2010 Parenteral • Indicação: pacientes resistentes ao tratamento usual; • Velocidade de infusão: Iniciar a 25 mL/h; Checar exames laboratoriais Progredir conforme tolerância AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I AVALIAÇÃO LABORATORIAL HEMOGRAMA FERRO SÉRICO E FERRITINA LIPIDOGRAMA VITAMINAS: A, C, B9, B12 GLICEMIA TSH ALBUMINA E PTNS TOTAIS URÉIA E CREATININA ELETRÓLITOS FUNÇÃO HEPÁTICA ZINCO ELETROCARDIOGRAMA AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Tratamento farmacológico Appolinario JC & Bacaltchuk J, 2002 AN- Anorexia Nervosa, BN- Bulimia Nervosa, ISRS- Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina, ECR- Ensaio Clínico Randomizado AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Tratamento farmacológico Appolinario JC & Bacaltchuk J, 2002 AN- Anorexia Nervosa, BN- Bulimia Nervosa, ISRS- Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina, ECR- Ensaio Clínico Randomizado AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Curso e Evolução CURSO/EVOLUÇÃO BULIMIA ANOREXIA BOA RECUPERÇÃO 60% 30-40% EVOLUÇÃO MEDIANA 30% 30-40% CURSO RUIM 10% 20-40% ANOREXIA NERVOSA: O índice de mortalidade por complicações decorrentes da doença ou suicídio pode chegar a 20%. AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I • O cuidado nutricional é componente fundamental do tratamento; • O terapeuta nutricional deve: • Ser flexível; • Ter amplo conhecimento da ciência da nutrição; • Ser experiente em transtornos alimentares; • Trabalhar de modo colaborativo e não somentecontrolador; • Ser paciente, cuidadoso, com atitude de não julgamento; • Ser otimista e esperançoso com relação à recuperação do paciente. Considerações finais AULA 8: TRANSTORNOS ALIMENTARES Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I ALVARENGA, M. Nutrição Comportamental. São Paulo: Editora Manole, 2015. Cap.: 16 (págs.: 381- 412). APPOLINARIO, J. C.; BACALTCHUK, J. Tratamento Farmacológico dos Transtornos Alimentares. Rev. Bras. Psiquiatr. 2002; 24 (Supl III): 54-9. ASSUNÇÃO, C. L.; CABRAL, M. D. Complicações Clínicas da Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa. Rev. Bras. Psiquiatr. 2002; 24 (Supl III): 29-33. CUPPARI, L. Nutrição Clínica no Adulto. 3. ed. São Paulo: Editora Manole, 2009. Cap.: 18 (págs.: 455- 470). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 5. ed. DSM-5, 2014. WAITZBERG, D. L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro: Editora Atheneu, 2009. YAGER J.; ANDERSEN, A.; DEVLIN, M.; EGGER, H.; HERZOG, D.; MITCHELL, J. et al. Pratice guideline for the treatment of patients with eating disorders, 2000. Bibliografia complementar
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