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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

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2
Acadêmicos¹
Sara Simas Moreira
Tutor Externo²
Elizangela Moreira Dos Santos
1. INTRODUÇÃO
A comunicação é uma das principais funções da língua. Através dela os homens se desenvolvem, argumentam, perguntam, ensinam e instruem outros. A língua não é, como muitos acreditam, uma entidade imutável, homogênea, que paira por sobre os falantes. Pelo contrário, todas as línguas vivas mudam no decorrer do tempo e o processo em si nunca pára. Ou seja, a mudança lingüística é universal, contínua, gradual e dinâmica, embora apresente considerável regularidade.
 Ainda assim, o trabalho teve como objetivos específicos verificar se os profissionais de língua portuguesa estão trabalhando de forma correta e eficiente para amenizar o preconceito linguístico, discutir se as variações linguísticas e seus devidos usos observar se os estudantes conseguem diferenciar as devidas oportunidades a serem usadas as variantes. A sociolinguística tem como objeto de estudo a variação. Assim sendo, a mesma trabalha com a língua em seu sentido real, tendo como enfoque os fatores internos e externos da língua que provocam a variação implicando, dessa maneira, na mudança. 
De forma clara, a sociolinguística nasce com a perspectiva de estudar a variação, através do problema da transição, o qual consiste na tentativa de descobrir o que há entre uma sincronia e outra.A linguística atual dá ênfase ao estudo da língua falada e a considera como um de seus princípios essenciais, sem rejeitar a expressão escrita. Foi com o engajamento das teorias da Linguística e da Sociolinguística que muitos pesquisadores, em meados da década de 1980, começaram a perceber que a concepção de língua e variação deveria estar aplicada à educação, ou seja, ao ensino da Língua Portuguesa.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 A sistematicidade da linguagem é buscada através da variação.Consideravelmente, as variantes estendidas como modos diferentes de dizer a mesmacoisa – são conhecidas como estando em competição na língua, sendo que ofavorecimento de uma sobre a outra ocorre devido a fatores linguísticos eextralinguísticos (contexto linguístico, classe social, faixa etária, sexo, nível deescolaridade, etc.).
 Nas décadas de 1960 e 1970, os fatores extralinguísticos da linguagem foram por demais valorizados, mas, a partir de 1980, Labov postulou que o aspecto linguístico deveria ser privilegiado sobre o social.A variação é reconhecida como existindo dentro do sistema linguístico. Assim sendo, a teoria recebeu reformulações diminuindo o peso do social para destacar as motivações essencialmente linguísticas. De maneira notória, pode-se perceber que a variação linguística é facilmente detectada, pois para que ela ocorra é preciso que haja o favorecimento do ambiente linguístico. 
 Assim, para que ocorra uma mudança linguística, todavia, é necessária a interferência de fatores sociais, refletindo as lutas pelo poder, o prestígio social entre classes, sexos e gerações. Mas para ocorrer a mudança, é necessário um período de variação entre as formas. 
 O pressuposto básico da teoria da variação linguística, segundo Labov (1972 apud HORA, 2004), é o de que a “heterogeneidade, ou variação, é inerente a todo sistema linguístico e não é aleatória”, mas ordenada por restrições linguísticas e extralinguísticas. E são estas restrições que levam o falante a usar certas formas e não outras quando faz uso da língua falada. Ainda para Labov (apud HORA, 2004, p. 16), “estudar a língua – aspecto social – a partir de cada indivíduo e a fala – postulada como individual – inserida no contexto social constitui um paradoxo”. Sobre tal assunto, para Naro (2008):
o pressuposto básico do estudo da variação no uso da língua é o de que a heterogeneidade linguística, tal como a homogeneidade, não é aleatória, mas regulada, governada por um conjunto de regras. Em outras palavras, tal como existem condições ou regras categóricas que obrigam o falante a usar certas formas (a casa) e não outras (casa a), também existem condições ou regras mudáveis que funcionam para favorecer ou desfavorecer, variavelmente e com pesos específicos, o uso de uma ou outra das formas em cada contexto. (NARO, 2008, p. 15)
 Mollica e Braga (2008) complementam que a variação linguística está presente em todas as línguas naturais, constituindo-se, portanto, um objeto de estudo considerado pela Sociolinguística que a entende como um princípio geral e universal que pode ser analisada e descrita cientificamente.Os alunos crianças, adolescentes ou adultos quando chegam à escola já sabem a língua. Considerando este saber e, conforme pesquisas linguísticas e documentos oficiais parametrizadores, o ensino de língua portuguesa deve desenvolver a competência comunicativa levando em conta: uso de formas orais em situações diferentes das cotidianas; processos argumentativos e de raciocínio crítico; análise das interações verbais, produções discursivas, e atividades cognitivas e reflexão sobre a língua e seus usos.
 Sob essa ótica, o papel principal do professor é propiciar a mudança, ou seja, levar o aluno a usar formas linguísticas consideradas de prestígio ou variedades prestigiadas e também refletir sobre a norma padrão priorizada pela gramática normativa. Para isto, no entanto, o professor precisa de formação teórico-metodológica adequada sobre o funcionamento da língua, a fim de incorporar a análise linguística a suas aulas e possibilitar, ao aluno, a reflexão sobre usos da língua que vão além da gramática normativa. 
 Essa formação inclui conhecimentos sobre variação linguística em produções orais e, principalmente, escritas, que envolvam os gêneros textuais, dos mais simples aos mais complexos, como, por exemplo, do bilhete ao artigo (este, em suas diversas variações). Como muitos autores que estudam a relação entre variação linguística e escola, Bortoni-Ricardo (2005) aponta que a escola é norteada para ensinar a língua da cultura dominante e tudo o que se afasta dela é defeituoso e deve ser eliminado. Para a autora é por isto que a escola não pode ignorar as diferenças sociolinguísticas. 
3. MATERIAIS E MÉTODOS
 Através da história sabemos que o ser humano evoluiu à medida que foi obtendo conhecimento, aperfeiçoando a razão. De acordo com Leite (2008, p. 40), “não pode haver ciência sem pesquisa e não pode haver pesquisa sem ciência”. Isso nos mostra que o avanço do conhecimento, seja ele do senso comum ou da ciência, passa pela laboração da pesquisa, mostrando, assim, o desenvolvimento da sociedade. O conhecimento, filosófico, científico, religioso ou senso comum acontece através da pesquisa, produz entendimento por meio de investigação, buscando informações, objetivando respostas para os diversos tipos de perguntas e problemas. 
 É sabido que qualquer língua existente está em sua plena mudança com o passar do tempo, é com ela vai surgindo novas formas de se comunicar. Mesmo assim, fica restrito um vocabulário que é posto como o único coerente para o pleno uso da linguagem. A principal seguidora dessa imposição vocabular é a escola, porque logo com o início da alfabetização da criança, que ainda nem desenvolveu totalmente o seu modo de se expressar, já é ensinado formas de falar de acordo com a norma culta. O modo pelo qual a criança iria se comunicar que seria a sua língua materna, será extinta, pois essa linguagem é vista como errada para a escola. 
 O pecado cometido, pela escola, em querer modificar traços tão pessoais da criança, será que através desse meio de ensino, a criança não conseguirá perceber os vários tipos de linguagem, discriminando assim, a pessoa que não utilizar o mesmo vocabulário que o seu e, com isso, dará início ao preconceito linguístico O ato de comunicação entre aluno e professor tornou-se um fato de pouca intimidade (normalidade), pois situações onde é inibido os estudantes de se expressarem, acontecem e bloqueiam essa interação. 
 Momentos lamentáveis como o citado, são gerados devido afalta de maturidade de professores, que têm em mente o autoritarismo juntamente com a deficiência em seus métodos de ensino. A participação ativa do aluno, durante as aulas, não é só necessária como possui extrema importância no seu desenvolvimento intelectual. Isso leva a uma reflexão perante a atual situação educacional, pois é grande a carência de envolvimento comunicativo.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
 A elaboração de uma proposta de sequência didática que tenha como objetivo o ensino da variação linguística visa aproximar as mudanças que ocorrem na língua portuguesa à realidade do ensino. Este trabalho apresenta a importância da variação linguística e de sua abordagem diferenciada em sala de aula, além de apresentar toda a mitologia e preconceito que envolve este tema tão importante. 
 Os estudos de Bagno, por exemplo, apresentam como esse preconceito foi enraizado na realidade linguística brasileira, além de identificar muitos fatores que alimentam a ideia de que só deve usar e estudar a língua considerada padrão. Pudemos observar em seus estudos os fatores diversos que causam e reafirmam a variação linguística e que com estas justificativas não se deve minimizá-las, mas, sobretudo, respeitar o diferente e, a partir dele, refletir e investigar as causas das variações. 
 O ensino de língua portuguesa passou por várias mudanças nas últimas décadas e até hoje vemos um grande interesse acerca dos objetivos que o ensino de língua deve priorizar, tendo por base, principalmente, os parâmetros e as orientações curriculares nacionais e locais. Estes documentos sugerem mudanças na perspectiva teórico-metodológica as quais são imprescindíveis à qualidade do ensino que se deve oferecer à sociedade. E, nesta perspectiva, o ponto final deste trabalho com uma proposta de sequência didática é apenas uma pausa para novas tarefas.
 Fica evidente que a variação linguística é um fato real na sociedade e, peculiarmente, em qualquer comunidade de fala. Assim sendo, o trabalho com a variação linguística e com a tônica do preconceito da linguagem, ainda é um entrave na comunidade escolar e social. Consideravelmente, a sociolinguística transita nesse campo com o intuito de mostrar que a diversidade de falares nasce a partir de fatores externos e que, de forma relevante, reflete em aspectos socioculturais.
 A variação linguística no ambiente escolar, a qual é caracterizada pela diversificação de falares e, consequentemente, pela carência de conhecimento entre os alunos e falta de maturidade de alguns profissionais do ensino, acarretando na intolerância linguística e preconceito. Destarte, o trabalho com a amenização desse problema requer muita seriedade e total conhecimento dos professores de língua portuguesa da área linguística e sociolinguística, além também de englobar e desmistificar a ideia de certo ou errado, logo, não existe certo ou errado, existe sim, contexto ou situação comunicativa. 
 Portanto, a prática investigativa veio reforçar e reafirmar que mesmo havendo variação linguística, a problemática do preconceito linguístico é um entrave no aglomerado escolar, com isso, afirma-se que os estudantes necessitam de uma maior atenção aos ensinamentos linguísticos. Assim, atitudes preconceituosas já estão embutidas e alicerçadas na esfera escolar, uma vez que a própria normatividade e padrões adotados pelo sistema escolar já trabalham com a exclusão e com o preconceito.
REFERÊNCIAS
BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. São Paulo. Edições Loyola, 1999.
BORTONI-RICARDO, S. M. Nós cheguemu na escola, e agora? - Sociolinguística & educação. São Paulo: Parábola, 2005.
HORA, D. Teoria da Variação: trajetória de uma proposta. Estudos linguísticos: perfil de uma comunidade. João Pessoa: Palotti, 2004.
LABOV, W. Padrões sociolinguísticos. Tradução de Marcos Bagno, Maria Marta P. Scherre e Caroline R. Cardoso. São Paulo: Parábola, 2008.
NARO, A. J. O dinamismo das línguas. In: MOLLICA, M. C.; BRAGA, M. L. (Orgs.). Introdução à Sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, 2008. p. 43-50.
MOLLICA, Maria Cecília; BRAGA, Maria Luiza (org.). Introdução à Sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo. Contexto. 2003
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
1 Sara Simas Moreira
2 Elizangela Moreira Dos Santos
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Pedagogia (PED 2401) – Prática do Módulo II - 15/005/2020

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