Buscar

6 MANUAL DE CONTABILIDADE GERAL E FINANCEIRA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL E FINANCEIRA 
CURSO DE CANDIDATOS À PROFISSÃO 
BANCÁRIA 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA TÉCNICA 
 
COORDENAÇÃO 
Aurélio Rocha 
 
TEXTO BASE 
Dr. António Carlos Pais (ISGB) 
Drª Rosário Cabrita (ISGB) 
 
ADAPTAÇÃO A MOÇAMBIQUE 
Núcleo Pedagógico 
 
CONCEPÇÃO E COMPOSIÇÃO GRÁFICA 
IFB 
 
ADAPTAÇÃO A MOÇAMBIQUE 
IFBM - Núcleo Pedagógico 
 
EDIÇÃO ESPECIAL – 1ª TIRAGEM (100 Exemplares) 
Agosto 2012 
 
 
©IFB 
Reservados todos os direitos ao IFBM/IFB/ISGB, de acordo com a legislação em 
vigor.Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer forma ou 
qualquer processo, sem autorização prévia e escrita do IFBM/IFB.
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
 
CONTABILIDADE COMO SISTEMA DE INFORMAÇÃO ........................................... 4 
A CONTABILIDADE COMO SISTEMA DE INFORMAÇÃO ....................................... 5 
A) Informação Contabilística ........................................................................................... 5 
B) A Normalização Contabilística .................................................................................... 9 
C) A Contabilidade de Hoje e de Amanhã .................................................................... 12 
II ELEMENTOS BASILARES DO SISTEMA ............................................................... 13 
O PATRIMÓNIO .................................................................................................................. 14 
A) Elementos Patrimoniais ............................................................................................... 14 
B) Elementos do Activo, dos Credores e dos Fundos Próprios ............................... 19 
C) FLUXOS CONTABILÍSTICOS ................................................................................. 21 
III LANÇAMENTOS DOS FACTOS PATRIMONIAIS. ............................................ 24 
PRINCIPAIS REGRAS CONTABILISTICAS ................................................................ 24 
A) Alterações no Patrimínio ............................................................................................ 24 
B) A Conta ........................................................................................................................... 30 
C) LANÇAMENTO ............................................................................................................. 37 
D) Método de Partida Dupla ............................................................................................ 39 
E) O Processo Contabilístico ........................................................................................... 42 
IV - CONTAS DE BALANÇO ............................................................................................. 49 
B)Conteúdo das Contas de Balanço ................................................................................ 50 
C) Lançamentos - Um Exemplo ........................................................................................ 51 
CONTAS DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS ................................................... 53 
 Conteúdo das Contas de Resultados ........................................................................... 55 
 Lançamentos - Um Exemplo .......................................................................................... 57 
V. ACTIVIDADE BANCÁRIA E AS SUAS FUNÇÕES ................................................. 59 
A) Posicionamento no Sistema Económico ................................................................... 59 
B) Intermediação Financeira .......................................................................................... 62 
C) Prestação de Serviços ................................................................................................. 64 
C)Bases de Sistematização do novo Plano de Contas para o Sistema Bancário .. 67 
 
 
 
VI. O PLANO DE CONTAS PARA INSTITUIÇÕES DE CREDITO E 
SOCIEDADES FINANCEIRAS ......................................................................................... 70 
Classificação do Novo Plano de Contas ......................................................................... 70 
VII. PRINCIPIOS CONTABILISTICOS ........................................................................ 75 
Relação entre Contas Autónomas e Associadas ......................................................... 86 
VIII. NORMAS ESPECIFICA DE CONTABILIZAÇÃO .............................................. 88 
OPERAÇÕES EM MOEDA ESTRANGEIRA ................................................................. 88 
PERIODIFICAÇÃO DE CUSTOS E PROVEITOS ...................................................... 94 
CRÉDITO VENCIDO E PROVISÕES ............................................................................ 97 
CONTAS INTERDEPARTAMENTAIS ....................................................................... 104 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL E FINANCEIRA 
Introdução 
A Contabilidade de qualquer empresa ou instituição é um sistema de informação onde está 
registado, através de ténicas e regras convencionais, o conjunto de fluxos, procedimentos 
e operaçoes com o objectivo de os transportar, armazenar, tratar, validar e gerir. Toda a 
informação que resulta desta actividade é fundamental na vida empresa/instituição. 
A Contabilidade lida com dois tipos de dados, a saber, os dados de entrada {input) e os 
dados de saída {output), correspondendo a valores representados em termos monetários. 
A primeira parte do curso trata os aspectos relacionados com a informação veiculada pelo 
sistema contabilístico para na segunda parte tratar toda a problemática da normalização 
contab.hst.ca, nomeadamente as contas do balanço e a demonstração de resultados. 
Finalmente na terceira parte serão tratados, duma forma introdutória, aspectos 
relacionados com as normas espeaf,cas de contabilização da actividade bancária. 
Objectivos 
No final do curso, deverá estar apto a: 
Descrever a Contabilidade como um sistema de tratamento e fornecimento de dados; 
Fazer lançamentos no diário e no razão, baseado nas contas POC; 
Elaborar e ler o balanço e a demonstração de resultados; e 
Reconhecer a especificidade da contabilidade bancária através do plano de contas para o 
sistema bancário. 
Programa Temático 
1. A Contabilidade como sistema de informação: a informação contabilística; Plano Oficial 
d e Contas (POC) 
2. Contas do Balanço e Demonstração de Resultados 
3.Normalização contabilística e normas específicas de contabilização da actividade 
bancária; Classificação do Plano de Contas do Sistema Bancário e discrepâncias 
relativamente ao POC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE COMO SISTEMA DE INFORMAÇÃO 
A Contabilidade de uma empresa constitui um sistema de informação. 
Os dados de entrada - input são valores representativos, em termos 
monetários,da.:actividade da empresa. 
Os dados de saída — output — são compostos também por elementos 
expressos em termos monetários sobre a situação patrimonial da 
empresa em cada momento, resultantes das transformações 
"operadas" pelos actos de gesão e outros factos ligados à sua 
actividade. 
O sistema contabilístico regista, através das suas técnicas e regras, 
fruto de convenções, esse conjunto de fluxos, procedimentos e 
operações com objectivo de os: 
 Transportar; 
 Armazenar; 
 Tratar; 
 Gerir. 
A informação resultante desta actividade é fundamental na vida da 
empresa. 
É isto quevamos tentar demostrar ao longo desta Unidade, 
composta por uma Sessão única, na qual.começremos por estudar os 
aspectos relacionados com a informação veiculada pelos siatemas 
contabilístico, para depois tratarmos a problemática da normalização 
contabilística. 
Objectivo No final desta Unidade, deverá estar apto a: 
 Reconhecer que a Contabilidade constitui um sistema de tratamento 
e fornecimento de dados (informação) indispensáveis para planear, 
orçamentar e gerir a actividade de uma empresa num dado universo 
económico. 
 
 
 
SESSÃO 1 
A CONTABILIDADE COMO SISTEMA DE INFORMAÇÃO 
 
Objectivo Reveja o objectivos desta Unidade. 
 
A) Informação Contabilística 
A Contabilidade tem como principal objectivo fornecer informação 
económica e financeira sobre a actividade da empresa tendo em vista 
a tomada de decisões. 
Assim, através da Contabilidade, obtém-se informação sobre: 
 A capacidade da empresa para gerar lucros (informação 
económica)*; 
 O conjunto de bens, direitos e obrigações da empresa, bem 
como a forma de se financiar e dispor do capital para 
responder às suas necessidades (respectivamente 
informação patrimonial e financeira)*. 
Para atingir esta meta, a Contabilidade desenvolve varias acções de 
centralização de dados, que se realizam numa sucessão de fases que 
vão da observação, recolha, registo e análise de dados a comunicação 
da informação produzida aos seus utilizadores. 
Sendo assim, a Contabilidade constitui um sistema de informação 
aberto, pois está sempre a aceitar novos inputs* e a produzir para o 
exterior novos outputs*. 
Na empresa, a Contabilidade vai constituir um sistema de informação 
bastante importante, porque encerra em si a expressão monetária de 
toda a actividade da empresa. Permite verificar e seguir todos os 
movimentos e todas as transformações sofridas pelos capitais 
confiados a empresa, estabelecer o custo de cada produto, 
evidenciar o resultado obtido, obter dados sobre a evolução dos 
negócios e a melhor forma de os orientar. 
A informação contabilistica adquire, por isso, grande significado, 
diremos mesmo uma importância primordial, na tomada de decisões 
da empresa e mesmo fora dela, como veremos adiante. Para ja, 
interessa caracterizá-la. 
* A informação 
económica está 
presente na 
Demonstração de 
Resultados Líquidos, 
pois esta mostra como 
se formaram os 
resultados (lucros ou 
prejeuízos). 
* A informação 
patrimonial e 
financeira está 
representada no 
Balanço. 
 
*Input – entrada de 
dados. 
* Output – saída de 
dados. 
 
 
 
Requisitos da Informação 
A informação contabilística deve: 
 Ser relevante e comunidade oportunamente para poder ser 
útil à tomada de decisão: 
 Conter dados fiáveis, que sejam credíveis e neutros, de modo 
a assegurar a qualidade de decisão; 
 Permitir a comparação, quer da empresa, ao longo dos vários 
exercícios contabilísticos*, quer das empresas entre si. 
 
Vejamos, mais detalhadamente, estes requisitos: 
 
Relevância: é a qualidade que a informação contabilística tem para 
influenciar as decisões dos seus utentes, ao ajudá-los a avaliar os 
acontecimentos passados, presentes e futuros ou a confirmar ou 
corrigir as suas avaliações. 
Para que esta condição se cumpra, é então essencial o seguintes 
requisito: 
 
Oportunidade: é o requisito que impõe que a informação esteja 
disponível no prazo mais curto possível isto porque a informação pode 
perder a sua importância se houver atrasos na sua apresentação. 
 
Fiabilidade: é a qualidade que se traduz no facto de a informação 
transmitir apropriada e correctamente os dados que tem por finalidade 
apresentar, ou seja, a posição e alterarações financeiras e os 
resultados das operações. 
Para que esta qualidade (fiabilidade) se concretize, são 
indispensáveis os seguintes requisitos: 
 
 
 
 
 
Neutralidade: a informação tem de estar isenta de juízos prévios, 
ou seja, deve ser independente de quem a elabora. 
Credibilidade: a informação tem de estar liberta de erros, isto é, o 
registo das operações e acontecimentos deve ser feito de acordo 
com o que efectivamente sucedeu. 
* Exercício 
contabilístico: 
corresponde ao period 
de um ano que, em 
Moçambique, coincide 
como o ano civil, isto 
é, de 1 de janeiro a 31 
de Dezembro 
 
 
 
 
 
 
 
Com o objectivo de transmitir uma imagem correcta da situação 
económica e financeira da empresa, para alem dos requisitos de 
informação contabilística enunciados, os seguintes princípios 
contabilísticos fundamentais deverão ser observados: 
a) Da Continuidade. 
A empresa é uma entidade que opera num âmbito temporal indefinido, 
entendendo-se, por consequência, que não tenciona nem necessitem 
de entrar em liquidação ou reduzir significativamente o seu volume 
de negócios. 
b) Da consistência. 
A empresa mantém as suas politicas contabilísticas durante os vários 
exercícios, devendo indicar no anexo quaisquer alterações 
consideradas materialmente relevantes. 
c) Da Prudência. 
A empresa deve acautelar nas suas contas a necessária precaução 
para fazer face as estimativas decorrentes dal suas actividades, sem 
que dai resulte a constitaição de reservas ocultas ou provisões 
excessivas que afectem a quantificação de activos e proveitos por 
defeito ou de passivos e custos por excesso. 
d) Da especiafização dos exercícios. 
A empresa deve reconhecer os proveitos e custos a medida que estes 
ocorram, tenham sido ou não recebidos ou pagos, devendo inclui-los 
nas demonstrações dos exercícios a que respeitam. 
e) Do custo, histórico. 
A empresa deve efectuar os registos contabilísticos com base nos 
custos de produção ou aquisição. 
f) Da substância sobre a forma. 
A empresa deve contabilizar as operações com base na substância e 
realidade financeira, e não atender apenas à sua forma legal. 
Comparabilidade é o requisite que impõe que o registo das operações seja 
feito de forma consistente e normalizada. 
Isto significa que se considera que a empresa não altera os seus princípios 
e orientações contabilísticas de um exercício para outro, a fim de se 
conseguir a comparabilidade da situação da empresa relativamente a 
diferentes momentos. 
Por outro lado, todas as empresas devem adoptar a normalização para que 
tome possível a comparabilidade entre elas. 
 
 
 
g) Da materialidade. 
As demonstrações financeiras devem evidenciar todos os 
elementos relevantes conducentes à sua correcta, apreciação 
pelos utentes. 
Utilizadores da Informação 
Vejamos agora, em concreto, quem são os utilizadores da informação 
contabilística: 
 A própria empresa; 
 As outras empresas; 
 Os particulares; 
 O Estado. 
Cada uma destas entidades selecciona de entre os dados disponíveis 
os que são relevantes para os seus objectivos. 
A empresa 
Os dados contabilísticos servem importantes funções da empresa: 
 Planeamento, que comporta a determinação dos objectivos da 
empresa e a definição de estratégias que os permitam atingir; 
 Organização, que significa o estabelecimento de estruturas 
para assentar e cumprir planos; 
 Controlo, que identifica os desvios das renlizações em relação 
às acções planeadas e a tomada de medidas correctivas 
necessarias. 
 Nesta perspectiva, podemos precisar os objectivos do sistema de 
informação contabilística da empresa: 
FUNÇÕES DA EMPRESA INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA- 
RAZÕES DA SUA IMPORTÂNCIA 
FUNÇÕES DA EMPRESA 
Planeamento/Organização Permitir aos seus utilizadores tomar 
decisões óptimas e racionais, decisões 
que produzam os melhoresresultados, 
tentando optimizar a afectação dos 
recursos que controlam; 
Controlo Permitir o acesso aos resultados reais, 
comparativamente com os resultados 
previstos. 
 
 
 
 
As outras empresas 
A informação contabilística das várias empresas num mesmo sector 
permite uma análise comparativa através da leitura das peças 
contabilísticas produzidas pelos respectivos sistemas de informação. 
A possibilidade dada a cada empresa de se inserir num mercado 
relativamente às suas concorrentes e não concorrentes constitui um 
indicador valioso de gestão. 
Os particulares 
Os sócios/accionistas (actuais ou potenciais), através dos dados 
contabilísticos, poderào avaliar a situaçào da empresa num dado 
momento e analisar os resultados obtidos em cada exercício e a sua 
evolução. 
O Estado 
A Contabilidade das empresas fornece ao Estado informações de 
vária natureza: 
 Informação com interesse fiscal; 
 Elementos estatísticos necessários par ao planeamento da 
economia; 
 Informaçào necessária à elaboraçào de análises económicas no 
âmbito sectorial. 
 
B) A Normalização Contabilística 
Bom, para si é já visível que a utilidade da informação contabilística 
reside na comparabilidade dos dados. 
Esta necessidade de todas as empresas fornecerem dados 
homogéneos facilmente comparáveis levou à normalização 
contabilística. 
Definição 
Normalização: é o conjunto de normas e procedimentos de aplicação generalizadas 
às empresas que permite que o mesmo facto patrimonial tenha sempre igual 
tratamento contabilístico. 
 
 
 
 
 
 
A normalização traduz-se existência de: 
 Um código de contas; 
 Uma terminologia; 
 Modalidades de funcionamento das contas 
 Critérios valorimétricos; 
 Métodos gerais de determinação dos resultados; 
 Modelos do balanço e da demonstração de resultados. 
 
Vantagens 
Vejamos em pormenor as vantagens da normalização contabilística: 
VANTAGENS DA NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA 
Para as empresa Possibilidade de comparação imediata das 
informações contabilísticas; 
 Melhoria da organização dos serviços de 
contabilidade; 
 Maior abertura aos modernos sistemas de 
tratamento dos dados (informática); 
Para os participantes 
(sócios/accionistas) 
 Avaliação da situação patrimonial da mepresa; 
Para o Estado Utilização imediata dos diversaoa dados, 
verificada a sua comparabilidade. 
 
Plano Geral de Contabilidade (PGC) 
Em 1984, aprovou-se o Plano Geral de Contabilidade (Resolução no 
13/84, de 14 de Dezembro) com o objectivo de normalizar a 
contabilidade das empresas. 
Este primeira versão de PGC, entrou em vigor no exercício 
contabilístico de 1986 e vigorou até ao exercício contabilístico de 
2006. 
As transformações e reformas no sistema económico que vem 
ocorrendo em Moçambique aliadas ao fenómeno da 
Internacionalização das actividades Económicas, obrigam que a 
relevação contabilística siga os padrões Internacionais "I.A.S. — 
Intemational Accounting Standard" do que resultou a revogação da 
Resolução 13/84, sendo substituida pelo Decreto no 36/2006 de 25 
de Julho, com entrada em vigor no exercício contabilístico de 2007. 
À semelhança do plano anterior, o novo Plano Geral de Contabilidade 
é aplicavel a todas as empresas, com excepção das que exercem 
actividades nos ramos Bancários e de Seguros. 
Ficam ainda dispensadas as empresas que, pelo seu reduzido volume 
de negócios anual, não excedam o previsto no n°2 do artigo 108 do 
 
 
 
Código do Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas 
(IRPC), aprovado pelo Decreto no 21/2002, de 30 de Julho. 
O PGC prevê a existência quer de Contabilidade Geral quer de 
Catabilidade Analítica. 
A Contabilidade Geral constitui o sistema de informação destinado a 
exercer o papel jurídico de prova e de controlo tendo por funções: 
 Determinar a situação patrimonial activa e passiva da empresas; 
 Determinar os resultados finais de cada exercício, tendo em 
atenção quer os resultados correntes e extraordinários do 
exercício quer os resultados imputáveis a exercícios anteriore. 
A Cantabilidade Analítica tem por funções: 
 Determinar os elementos dos custos que fundamentem os 
preços e pemitam controlar a rentabilidade da empresa. 
 Permitir a análise das condições internas de exploração da 
empresa; 
 Fornecer as bases de valorização de alguns elementos do seu 
activo. 
 
 
 A Contabilidade Analítica é autónomo relativamente à 
Contabilidade Geral, devendo contudo os seus dados estar de 
acordo com os registos desta. 
Ao contrário da Contabilidicie Geral, a introdução da Contabilidade 
Analítica não tem carácter obrigatório. Assim não se definem livro a 
escriturar para a Contabilidade Analítica nem se estabelece a 
obrigatoriedade de fazer prova dos registos efectuados, bastando 
que o método adoptado possibilite a verificação comparativa com os 
registos da Contabilidade Geral. 
 
 
 
C) A Contabilidade de Hoje e de Amanhã 
 
Basta trabalhar na banca, para saber e, sobretudo, sentir, que os 
progressos da tecnologia moderna invadiram todas as áreas de 
trabalho. 
A esses progressos não escapou também a Contabilidade. 
Actualmente, os sistemas de informação contabilística são 
pressionados para acompanhar a evolução, quer tecnológica, quer 
económica. Neste sentido, os sistemas contabilísticos têm sido alvo 
de um esforço de automatização dos seus processos, bem como de 
obtenção de novos dados tratados, que correspondam às exigências 
de um meio económico em rápido desenvolvimento. 
Automatização do Sistema Contabilístico 
A informática, hoje em dia, tornou-se o meio, por excelência, de 
armazenamento e transmissão de informação, sempre disponível para 
os seus utilizadores na altura e local mais adequados. 
A informatização dos serviços de Contabilidade constitui uma aposta 
seguramente rendível, para as empresas, dadas as vantagens da 
automatização dos processos de registo, análise e cálculo: 
 Aumento da precisão e fiabilidade da informa;cão produzida; 
 Redução de duplicações; 
 Aumento da rapidez na obtenção dos dados e respectivo 
tratamento; 
 Maximização das decisões programadas (automatizadas). 
De facto, com a informatização dos serviços, graças à versatilidade 
e à rapidez que proporciona, obtém-se, a partir de dados de natureza 
fundamentalmente contabilística, um quadro completo de 
informações com interesse para outras áreas e funções das 
empresas, como, por exemplo: 
 
 
 
 Gestão de stocks; 
 Determinação dos preços através do apuramento dos custos; 
 Determinação da rendibilidade de cada produto; 
 Exploração das estatísticas comerciais. 
 
 
II ELEMENTOS BASILARES DO SISTEMA 
A Contabilidade é uma técnica. É um conjunto de métodos de recolha, 
registo, organização e interpretação de dados económicos. 
As unidades económicas prosseguem determinados fins – os 
objectives de actuação – para o que dispõem de meios (humanos e 
materiais) para a sua concretização. 
A sua actividade reflecte um património. É ele que interessa 
contabilizar, registando também as alterações por ele sofridas ao 
Longo do tempo. 
É exactamente do conjunto de métodos de registo do referido 
património (e das suas alterações) que vamos ocupar nesta Unidade. 
Ao longo das próximas duas Sessões de estudo, vai encontrar, 
primeiro, a descrição dos elementos e classes de registo, segundo, as 
principais regras e métodos de lançamento desses elementos. 
Objectivo Ao chegar ao final desta Unidade, deverá estar apto a: 
 Utilizar os elementos e regras básicas da Contabilidade. 
 
 
 
 
O PATRIMÓNIOObjectivo No final, e após resolver os exercícios, você deverá ser capaz de: 
 Identificar os conceitos e os fluxos elementares de qualquer 
actividade económica, objecto da Contabilidade. 
A) Elementos Patrimoniais 
Na Contabilidade tudo gira à volta do património, e será esta a 
temática desta Sessão. Abordá-la-emos acompanhando uma empresa, 
a Confecções Chimoco, Lda, que produz pronto-a-vestir. 
Património 
A Confecções Chimoco, Lda. utiliza pessoal, máquinas e tecidos (os 
seus meios) para produzir pronto-a-vestir (o seu objectivo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por isso, a Confecções Chimoco, Lda. apresenta um património, com 
determinada estrutura, que reflecte a actividade desenvolvida. 
— Mas, afinal, que é o património? 
 
 
 
Património: é o conjunto de bens, direitos e obrigações afectos à empresa. 
 
 
 
Este conjunto é bastante heterogéneo na sua composição: 
 Bens: edifícios, viaturas, máquinas, dinheiro, etc. 
 Direitos: dívidas a receber dos clientes, 
depositor bancários, etc. 
 Obrigações: dívidas a pagar aos fornecedores, 
etc. 
Cada um destes elementos (edifícios, dívidas a receber, dívidas a 
pagar, etc.) é designado por elemento patrimonial. Todos os 
elementos patrimoniais obedecem a dois requisitos fundamentais: 
 Serem redutíveis a valor pecuniário; 
 Estarem afectos à mesma gestão. 
Finalmente, os elementos patrimoniais, são agrupáveis em classes 
para efeitos de registo: activo, credores e fundos próprios. 
 
Activo (Meios) e Credores 
 
Assim, vejamos: 
Activo ou Meios* é o conjunto de elementos patrimonais da empresa 
relativos aos bens e direitos e o seu respectivo valor. 
 
Credores* é o conjunto de elementos patrimonais relativos a obrigações e 
o seu respectivo valor. 
Pode, por isso, concluir-se que no património há a considerar: 
 A sua composicão; 
 O seu valor. 
Quanto à sua composição, o património engloba, o conjunto dos 
elementos patrimoniais, agrupados em duas classes - Activo (Meios) 
e Credores -expressos em valores. E, por isso, o património da 
Confecções Chimoco, Lda. é assim representado: 
*Valores positives 
que a empresa 
dispõe para o 
desenvolvimento 
das suas 
actividades. 
*Fontes de 
financiamento 
externas dos 
meios da 
empresa. 
 
 
 
 
ACTIVO CREDORES 
COMPOSIÇÃO VALOR COMPOSICÃO VALOR 
Edifício 5000 Emp. Banc. obtidos 3000 
Mobiliário 70 Dívida a um forneced. 200 
Máquinas 1000 
Viaturas 200 Total dos credores 3200 
Dívida de um cliente 400 
DO Banco "XPTO" 500 
Dinheiro em caixa 100 
 
Total do activo 7270 
 
 
Qual será então, o valor do património líquido? 
Fundos Próprios 
 
O património líquido, ou capital próprio ou fundos próprios* 
respeita àquilo que a empresa efectivamente vale. É o que fica depois 
de aos bens e aos direitos deduzirmos as obrigações. 
 
(Bens + Directos) - Obrigações = Fundos próprios 
Activo - Credores = Fundos próprios 
 
 
 
 
 
 
 
O Património 
ACTIVO 
Valores concretos 
Fundos próprios 
Valores abstractos (*) 
Credores 
Valor concreto 
 
*Resultam da diferença entre os valores patrimoniais activos e os credores. 
 
Activo = Credores + Fundos próprios 
Activo = Passivo* 
* Fontes de financiamento 
internos (ou seja, 
financiamentos que foram 
afectos à empresa pelos seus 
sócios, accionistas ou 
proprietários, no caso das 
empresas privadas, ou pelo 
Estado, no caso da empresa 
do Estado, sem a naturaza de 
créditos) dos meios da 
empresa. 
*Corresponde ao conjunto de 
fontes de financiamento –
externas e internas da 
empresa. 
 
 
 
Voltando ao património da Confecções Chimoco, Lda., o valor dos 
fundos próprios é calculado da seguinte forma: 
Activo........................................................................... 7270 
Credores.................................................................... -3200 
Fundos próprios......................................................... 4070 
ACTIVO PASSIVO 
COMPOSIÇÃO VALOR COMPOSICÃO VALOR 
Edifício 5000 Fundos próprios 
Mobiliário 70 Total fund. Próprios 4070 
Máquinas 1000 
Viaturas 200 Empréstimo Banca. Obtidos 3000 
Dívida de um cliente 400 Dívida a um forneced 200 
DO Banco "XPTO" 500 
Dinheiro em caixa 100 Total dos credores 3200 
 
 
Total do activo 7270 Total do passivo 7270 
Como pode observar, chamámos fundos próprios ao valor do 
património líquido, que também se pode designar por situação líquida 
ou capital prórpio. 
Os fundos próprios resultam da diferença entre os valores activos e 
os credores, podendo, portanto, ser positivos, nulos ou negativos. 
Assim, a equação fundamental da Contabilidade pode ser definida da 
seguinte forma: 
 
 
 
Vejamos, então, como se chega a esta conclusão. 
Fundos próprios positivos 
E o caso da Confecções Chimoco, Lda., em que o valor dos seus bens e 
direitos é maior do que o valor das suas obrigações. Assim, o activo é 
maior do que os credores. 
 
 
 
 
Se a Confecções Chimoco, Lda. vendesse os seus bens e recebesse os 
seus direitos e liquidasse as suas dívidas, o remanescente seria de 4 
070, que, representaria fundos próprios positivos. 
 
 
 
 
 
 
 
Fundos próprios nulos 
No caso de os valores do activo e dos credores coincidirem a 
empresa apresenta fundos próprios nulos. 
 
 
 
 
 
 
Fundos próprios negativos 
Também pode acontecer que, num dado memento, uma empresa 
apresente valores activos menores do que os credores, ou seja, o 
valor dos seus bens e direitos não cobre as suas obrigações, 
significando isto que a empresa entrou em falência. A empresa, neste 
caso, tem fundos próprios negativos. 
 
 
 
 
 
 
 
Se reunirmos as trêos situações anteriores, encontramos a seguinte 
fórmula abrangente: 
 
 
 
CHAVE DE SINAIS 
= IGUAL 
› MAIOR 
‹ MENOR 
IMPLICA 
□ EQUIVALENTE 
Fundos próprios positivos 
 
 
 
 
Fundos próprios nulos 
 
 
Fundos próprios negatives 
 
 
 
 
 
 
Podemos rever a fórmula anterior dado que os conceitos fundos 
próprios negativos e fundos próprios positivós são mutuamente, 
exclusivos. Repare que: 
 
 Se FPpositivo então: 
 Se Fpnulos então: 
 Se Fpnegativo então: 
Entao se, na fórmula, colocarmos o FPn, no segundo membro vem: 
 
Resulta daqui a fórmula fundamental da Contabilidade: 
 
 
 
 
B) Elementos do Activo, dos Credores e dos Fundos Próprios 
Agora que conhece as características principais do património e das 
classes patrimoniais, podemos aprofundar estas questões. 
Concretamente, vamo-nos deter, com mais pormenor, nos elementos 
e grupos patrimoniais que fazem parte de cada classe patrimonial. 
Activo (Meios) 
Os grupos e elementos patrimoniais que fazem parte do activo 
(meios) dispõem-se da seguinte forma: 
 Meios circulantes financeiros; Meios circulantes materiais; 
Meios imobilizados 
Meios Circulantes Financeiros: Consistem no meios monetários da empresa e 
nos créditos que detem relativamente a terceiros. 
Deste grupo, fazem parte as seguintes contas: 
 Caixa; 
 Bancos; 
 Clientes; 
 Devedor-Estado 
 Devedores-sócios, accionistas ou proprietários 
 Outros devedores; 
 Títulos negociáveis; 
 Acréscimo de proveitos e custos diferidos. 
 
 
 
 
Meios Circulantes Materiais: Integram todos aqueles meios que são 
objectivo do trabalho da empresa. 
Este grupo, subdivide-se, por sua vez nas seguintes contas: 
 Compras; 
 Mercadorias;Produtos acabados e Intermédios; 
 Produtos ou serviços em curso; 
 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugas; 
 Matérias-primas, auxiliares e materiais; 
 Regularizações de meios circulantes materiais 
 Provisões para meios circulantes materiais 
 
Meios Imobilizados: são todos os bens e valores propriedades da empresa que 
nela devam permanecer por longo período. 
Dente gropo fazem parte as seguintes contas: 
 Imobilizações Financeiras; 
 Imobilizações Corpóreas; 
 Imobilizações Incorpóreas; 
 Imobilizações em curso; 
 Investimentos em curso; 
 Amortizações. 
Credores 
Fazem parte dos credores as seguintes contas: 
 Fomecedores; 
 Empréstimos obtidos 
 Credor-Estado; 
 Credores-Sócios, accionistas ou proprietários; 
 Outros credores; 
 Acréscimo de custos e proveitos diferidos 
Capital e Fundos Próprios 
Fazem parte de capital e fundos próprios as comas seguintes: 
 Capital; 
 Prémios de Emissão; 
 Prestações suplementares Reservas; 
 Lucros ou prejuizos acumulados; 
 Resultados Liquidos. 
 
Esta conta não 
aparece no 
balanço, dado que 
no final do ano se 
encontra com 
saldo nulo (na 
sessão seguinte 
encontra a 
explicaçào deste 
conceito). 
 
 
 
 
C) FLUXOS CONTABILÍSTICOS 
Você já conhece a estrutura patrimonial de uma empresa. 
Uma empresa, quando gere um património, está a aplicae recursos. 
Os seus recursos são os fundos alheios e os fundos próprios que 
detém: respectivamente, os credores e os fundos próprios. 
A aplicação desses recursos constitui o activo da empresa – os seus 
bens e direitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PATRIMÓNIO 
APLICAÇÕES RECURSOS 
Activo 
Credores 
A 
L 
H 
E 
I 
O 
S 
 
Fundos prórpios 
P 
R 
Ó 
P 
R 
I 
O 
S 
 
 
 
 
 
Contabilisticamente, esta actividade traduz-se em transformar os 
meios circulantes financeiros (dinheiro em caixa, depósitos nos 
bancos) em meios circulantes materiais (mercadorias) e vice-versa. 
Mas, as mercadorias podem não se transformar imediatamente em 
meios monetários * e, aí, a empresa concede o crédito (vendas a 
prazo) que posteriormente se transforma em meios monetários. 
No activo (meios), podemos, então, distinguir: 
 
ACTIVO CIRCULANTE (MEIOS CIRCULANTE) 
 
 
 
 
 
 
 
 
* Coincide com a classe 1 do PGC 
** Coicide com a classe 2 do PGC 
 
Para assegurar e auxiliar o seu funcionamento, a empresa precisa de 
utilizar imobilizações (activo imobilizado): 
 
 
 
 
 
 
 
* Fazem parte 
dos meios 
monetários: 
 Caixa; 
 Bancos; 
 Títulos 
negociáveis. 
Financeiros* Materiais** 
Activo Circulante 
 
ACTIVO IMOBILIZADO (MEIOS IMOBILIZADOS*) 
*Coincide com a classe 3 do PGC 
 
 
 
Assim: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A origem dos recursos —Passivo — é constitu;ida pelos credores 
(origens dos recursos alheios) e pelos fundos próprios (origens dos 
recursos próprios): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III LANÇAMENTOS DOS. FACTOS PATRIMONIAIS. 
 
PRINCIPAIS REGRAS CONTABILISTICAS 
 
Objectivo Ao chegar ao final Sessão, você deverá ser capaz de: 
 Aplicar as principais regras da Contabilidade. 
A) Alterações no Patrimínio 
O património de uma empresa está em constante mutação, em função 
da sua actividade normal – compra de mercadorias e matérias-
primas, produção de produtos acabados e venda de mercadorias e 
produtos acabados - e em consequência de acontecimentos 
extraordinários – roubos, incêndios, etc. 
A estas mutações decorrentes da actividade da empresa dá-se o 
nome de factos patrimoniais. 
Estes factos originam alterações ou apenas na composiçào ou na 
composição e valor do patrimínio da empresa. 
Por isso, quando analisamos o património de uma empresa num 
determinado momento,estamos a verificá-lo estaticamente, com a 
consciência de que aqueles dados são válidos apenas para esse 
memento. 
 
 
 
Factos Patrimoniais Permutativos ou Qualitativos 
 
Confecções Chomoco, Lda 
 PATRIMÓNIO (valores em meticais) 
 
ACTIVO 
Meios imobilizados: 
Edifício 
Mobiliário 
Máquinas 
Viaturas 
Meios circulantes financeiros: 
Dinheiro em caixa 
DO no Banco Moçambicano 
Dívida de um cliente 
 
 
5000 
70 
1000 
200 
 
100 
500 
400 
 
 
 
 
PASSIVO 
 
Fundos prórpios: 
Capital 
Total dos fundos prórpios 
 
 
 
Credores 
Empréstimo obtido 
Dívida a um fornecedor 
Total dos credores 
 
 
 
4 070 
4 070 
 
 
 
 
3 000 
200 
3 200 
 
7270 Total do passivo 7 270 
 
 
Suponha que Para poder efectuar um pagamento, se procedeu a um 
levantamento de 50 meticais da conta de depósitos à ordem no Banco 
Moçambicano.Esta operação é, por si mesma, uma alteração ao 
patrimonial, um facto patrimonial que se pode traduzir 
contabilisticamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTES 
DO no Banco 500 
Dinheiro em caixa 150 
50 meticais 
Levanta
mento de 
50 
meticais DEPOIS 
DO no Banco 450 
Dinheiro em caixa 150 
 
Variação 
negative (no 
valor de 50 
meticais) 
Variação 
positive no 
valor de 50 
meticais) 
 
 
 
 
Confecções Chimoco, Lda Valores em 
 PATRIMÓNIO (meticais) 
Activo Passivo 
Meios imobilizados: Fundos próprios 
Edifício 5000 Capital 4070 
Mobiliário 70 
Máquinas 1000 Total dos fundos próprios 4070 
Viaturas 200 
 Credores 
Meios circulantes financeiros: Empréstimos bancários obtidos 3000 
Dívida de um cliente 400 Dívida a um fornecedor 200 
DO Banco Moçambicano 500 
Dinheiro em caixa 100 Total dos fundos credores 3200 
Total do Activo 
 
Total do Passivo 
 
7270 7270 
Como pode ver, neste caso, as variações verificaram-se no activo e 
afectaram dois elementos patrimoniais no mesmo valor (50 meticais) 
e em sentidos opostos, pelo que o património líquido (A - C = FP) 
mantén o mesmo valor. 
O facto patrimonial que acabou de observar é um 
Facto permutativo ou qualitativo: a mudança verificada afecta apenas a 
composicão e não o valor do patrimório. 
Factos Patrimoniais Modificativos 
Mas, na Confecções Chimoco, Lda, realizam-se outras operações mais 
directamente ligadas ao objectivo principal de qualquer empresa - 
aumentar o valor do seu património. 
Veja um exemplo: 
A Confecções Chimoco, Lda. vendeu mercadorias a pronto pagamento 
(a nova linha de calças e camisas para homem), no valor de 350 
meticais, que custaram 250 meticais. 
Afim de analisar esta operação, ou melhor, este facto patrimonial, 
vejamos cada uma das alterações introduzidas no património. 
 
 
 
A Confecções Chimoco, Lda. comprou mercadoria por 150 meticais, a 
pronto pagamento, utilizando verbas depositadas no Banco 
Moçambicano. (por simplificaçào consideramos as mercadorias 
isentas do IVA). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Portanto, este facto patrimonial é permutativo e temos a seguinte 
representação do património: 
Confecções Chimoco, Lda Valores em (meticais) 
 PATRIMÓNIO 
Activo Passivo 
Meios imobilizados: Fundos próprios: 
Edifício 5000 Capital 4070 
Mobiliário 70 
Máquinas 1000 Total dos fundos próprios 4070 
Viaturas200 
Meios circulantes materiais: 
Mercadorias 250 
 Credores: 
Meios circulantes finaceiros: Empréstimos bancários obtidos 3000 
Dívida de um cliente 400 Dívida a um fornecedor 200 
DO Banco Moçambicano 200 
Dinheiro em caixa Total dos fundos credores 200 
Total do activo 
 
Total do Passivo 
 
7270 7270 
 
Analisemos agora o facto patrimonial em questão: 
Venda de mercadorias a pronto pagamento no valor de 350 meticais, 
que haviam sido adquiridas por 250 meticais. Recebeu-se o valor em 
numerário. 
ANTES 
DO no Banco 450 
Mercadoria ... 250 meticais 
Compra de 
mercadoria 
250 
DEPOIS 
DO no Banco 200 
Mercadorias 250 
Variação negativo 
(no valor de 250 
meticais) 
Variação positivo 
(no valor de 250 
meticais) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ora, estamos agora perante um facto em que os elementos 
patrimomiais afectados sofreram variações de valor desigual e, por 
consequência, o valor do património alterou-se. 
Como o valor do capital (4070) se mantém inalterável, o aumento em 
100 meticais (350 - 250) surge nos fundos próprio sob a designação 
Lucros ou prejuizos acumulados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Confecções Chimoco, Lda Valores em 
 PATRIMÓNIO (meticais) 
Activo Passivo 
Meios imobilizados: Fundos próprios; 
Edifício 5000 Capital 4070 
Mobiliário 70 Lucros ou prejuizos acumulados 100 
Máquimas 1000 Total dos fundos próprios: 4170 
Viaturas 200 
Meios circulantes materiais 
Mercadorias 0 
 Credores 
Meios circulantes financeiros: Empréstimos bancários obtidos 3000 
Dívida de um cliente 400 Dívida a um fomecedor 200 
DO Banco Moçambicano 200 
Dinheiro em caixa 500 Total dos fundos credores 3200 
Total do Activo 
 
Total do Passivo 
 
7370 7370 
ANTES 
Mercadoria 250 
Dinheiro em caixa 150 
Venda de 
mercadoria 
350 
250 + 100 
meticais 
DEPOIS 
Mercadorias 0 
Dinheiro em caixa 500 
Variação 
negativo (no 
valor de 250 
meticais) 
Variação 
positivo (no 
valor de 
350 
meticais) 
 
 
 
Sabendo-se que o valor do património (líquido), ou fimdos própros, é 
igual à difereça entre o activo e os credores, temos: 
FP = A - C. pelo que: 
FP = 7 370 - 3 200=4170 
Este novo valor dos fundos próprios resultou da diferença entre a 
variação positiva sofrida por dinheiro em caixa e a variação negativa 
sofrida por mercadorias. 
Este facto patrimonial, que alterou o valor dos fundos próprios, é 
um: 
Facto modificativo ou quantitativo. A alteração verificada afecta, 
simultaneamente, a composição do património. 
Todos os factos patrimoniais modificativos, por afectarem o valor do 
património, se traduzem em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FACTO PATRIMONIAL 
Originado pelas 
actividades de exploração 
do exercício e pelas 
actividades sociais 
Originado pelas actividades 
extraordinárias do exercício 
e por resultados cuja origem 
remonta a 
VARIAÇÃO POSITIVA 
Proveitos (1) Resultados (2.1) 
VARIAÇÃO NEGATIVA 
Custos (2) Resultados(2.1) 
(1) Coincide com a classe 7 do PGC (2) Coincide com a classe 6 do PGC (3) 
Coincide com a classe 6 do PGC, nomeadamente com a contas 6.9 Custos e 
perdas extraordinários. 
 
 
 
 
B) A Conta 
A Conta- Caracterização geral 
A Contabilidade utiliza um processo que lhe permite com facilidade 
registar todas as variações patrimoniais: a conta. 
Conta: conjunto ou clase de elementos patrimoniais com características comuns, 
expressos em unidades de valor. 
Em nome do necessário rigor da Contabilidade, as contas obedecem, 
a dois requisitos fundamentais: 
Homegeneidade – Aconta só deve conter elementos que tenham as 
características que ela define; 
 
Integralidade –Todos os elementos que tenham a mesma característica devem 
estar incluídos na mesma conta 
As contas têm uma representação gráfica própria: por tradição e 
convenção, a conta apresenta-se com um traçado em forma de T. 
Este traçado permite a divisão do espaço reservado aos registos em 
duas colunas: 
 A da esquerda destinada aos débitos (Débito); 
 A da direita aos créditos (Crédito). 
E permite a colocação de: 
 
 
 
 
 
 
 
Código que identifica a conta Título (ou nome) – Revela as 
características dos elementos e é 
Débito 000 ABC Crédito 
 
 
 
 
 
 
Assim: 
 Quando a conta recebe um valor do lado esquerdo, dizemos 
que a conta é debitada; 
 Quando a conta recebe um valor do lado direito, dizemos que é 
creditada. 
O Saldo de uma Conta 
O saldo é a diferença entre a soma dos valores acumulados a débito e os valores 
acumulados a crédito. 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentando no T: 
 
 
 
 
 
 
As contas podem ter saldos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - = 
 
Somatório 
Dos 
débitos 
Somatório 
Dos 
créditos 
 
Saldo 
 
D C 
Débitos Créditos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
D 
D 
Compras de meios 
circulantes materiais 
 
 
 
C 
 
 
A conta Compras de meios circulantes 
materiais tem um saldo nulo 
( 5 000 - 5 000) 5 000 5 000 
 
 
 
D 
Capital 
C 
 
 
A conta Capital tem um saldo credor 
(sc) de 100 000 meticais ( 0 - 10 000) 
 
10 000 
 
Analisemos agora alguns conceitos: 
 Saldar uma conta; 
 Fechar uma conta; 
 Trancar uma conta; 
 Reabrir uma conta. 
 
Saldar uma conta em adicionar o saldo à coluna que tenha menor 
valor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
D Caixa C 
A conta Caixaa tem um saldo devedor (sd) de 
2000 meticais (3600 – 1600). 
 1 000 
100 
2500 
 300 
200 
100 
1000 
 
 
 
 
Fechar uma conta consiste em somar os valores acumulados a débito e a 
crédito depois de saldar a conta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trancar uma conta consiste em sublinhar com dois traços os valores 
encontrados quando se fechou a conta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reabir uma conta consiste em lançar o saldo no lado do débito se na conta 
fechada o saldo era devedor, ou no lado do crédito se o saldo era credor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agora que voce já sabe o que são contas, recorde que, como já 
referimos aqui, existe um quadro de contas organizado para a 
contabilidade das empresas. 
Pois bem, é precisamente sobre essas contas que lhe vamos falar 
agora. 
Contas PGC 
Para já sugerimos que consulte o PGC, que se encontra nos textos de 
apoio*, e procure justamente o referido quadro. 
Nele pode ver que se adoptou o critério da repartição das contas por 
classes, numeradas de 1 a 9, mais a classe 0. 
Cada uma compreende diferentes tipos de elementos patrimoniais 
concretos e abstractor, com o objectivo de facilitar a obtenção de 
dados contabilísticos, não só para a empresa, mas também para as 
entidades eventualmente interessadas nesses dados. 
A cada classe foi atribuído um título e um código, o mesmo 
acontecendo a cada conta. 
Por exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os edifícios industriais são registados sempre na conta 311. 
No entanto, um edifício administrativo e comercial já não tem amesma classificação; é contabilizado na conta 312 (Edifícios 
administrativos e comerciais). 
3 : porque é um meio imobilizado; 
31 : porque é uma construção; 
312 : porque é um edifício administrativo e comercial. 
Classe 
3 
Conta do 1° grau* 
31 
Conta do 2° grau* 
311 
Edifícios industriais Construções 
Contas de meios 
imobilizados 
* Uma conta de 1° 
grau tem dois 
dígitos: uma conta 
de 2° grau tem 
três dígitos, etc. 
 
 
 
Deste modo, é fácil detectar a classe de qualquer subconta, por mais 
subdividida que seja. 
Para as contas subsequentes, mantém-se esta regra. 
Continuando com o PGC, voce encontra no Capítulo II "Quadro e lista 
de contas" os códigos para todas as contas que ele comporta*. 
E, mais adiante, encontra no Capítulo III "Terminologia" onde se, 
integram definições relacionadas com as designações da lista de 
contas e no Capítulo IV "Modalidades de funcionamento das contas" 
onde se explica a movimentação a débito e a crédito das contas. 
Também neste curso e para as contas com que vamos trabalbar, 
tentaremos fazer a respectivo descrição. 
Como pode verificar, no PGC existem 10 classes de contas que se 
podem distribuir da seguinte forma, tendo em consideração: 
 A sua relação com o património: 
— Contas do activo; 
— Contas de credores; 
 O tipo de informação contabilística que transmitem: 
— Contas do balango; 
— Contas da demonstragdo de resultados; 
— Outras contas. 
E porque o balanço transmite informação patrimonial e financeira, as 
contas do activo, de credores e de fundos próprios coincidem com as 
contas de balanço. 
 
CONTAS DE 
BALANÇO 
1. Meios circulantes financeiros A 
2. Meios circulantes materiais A 
3. Meios imobilizados A 
4. Credores C 
5. Fundos próprios FP 
CONTAS DA 
DEMONSTRAÇÃO 
DE RESULTADOS 
6. Custos* 
7. Proveitos* 
8. Resultados 
OUTRAS 
CONTAS 
9.Analíticas de exploração 
10. Ordem 
 
* Onde vai 
encontrar 
contas do 3° 
grau. 
*Contas de 
exploração. 
 
 
 
 
 
 
 
Mais adiante (Unidade III), veremos em pormenor estas "Contas de 
Balanço" e "Contas da Demonstração de Resultados" e respectivos 
conteúdos. Em relação as "Outras Contas" – classes 9 e 0 – embora 
não sendo, objecto do nosso estudo, refira-se que: 
 A classe 9 é utilizada por algumas empresas e destina-se à 
contabilidade analítica, a qual regista as operações realizadas 
na empresa com o objectivo, entre outros, de determinar os 
custos industriais dos vários produtos e serviços produzidos. 
 A classe 0 não faz parte do balanço, mas completa-o, pelas 
informações que contém. Nela são registados factos que 
podem vir a alterar a situação patrimonial da empresa, por 
exemplo, mercadorias recebidas à consignação, letras 
descontadas, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A - Estes classes incluem as contas de activo (meios) 
C - Esta classe inclui as contas de credores 
FP - Este classe inclui as contas de fundos próprios 
 
 
 
C) LANÇAMENTO 
Agora que já sabe que as variações patrimoniais se registam em 
contas, naturalmente quererá saber como se fazem esses registos. 
Para tal é necessário, em primeiro lugar, saber o que é um 
lançamento. 
 
 
 
Todo o lançamento tem de ter como base um documento 
comprovativo, que pode ser uma letra, uma factura, uma nota de 
lançamento, etc. 
Assim, cada registo contabilístico deve estar fundamentado em 
documento justificativo adequado, datado e susceptível de ser 
apresentado quando solicitado. 
Elementos do Lançamento 
O lançamento pode ter os seguintes elementos: 
 
Data Dia da ocorrência do facto patrimonial. 
Título Nome da conta (ou contas) a debitar e 
respectiva contrapartida, ou seja, conta (ou 
contas) a creditar. 
Histórico 
Resumo sucinto do facto patrimonial, com 
referência aos documentos que o comprovam. 
Importância 
Corresponde ao valor das variações provocadas 
nas contas. 
 
 
 
 
Um lançamento é o registo de um facto patrimonial nos livros ou noutros 
suportes próprios da contabilidade. 
 
 
 
Classifição dos Lançamentos 
Existem diversos tipos de lançamentos consoante a natureza dos 
movimentos a que respeitam: 
 Lançamentos de abertura – Referem-se ao registo de 
situação patrimonial no início da escrita de um comerciante; 
 Lançamentos correntes – Respeitam ao registo das operações 
efectuadas durante o exercício económico; 
 Lançamentos de estorno – Destinam-se a anular ou rectificar 
outros registos ou a preencher alguma lacuna. Estes 
lançamentos são de exigência legal, pois os livros de 
contabilidade deverão ser cuidadosamente conservados e a 
sua escrituração não pode ser efectuada com intervalos em 
branco, entrelinhas, rasuras ou transportes para as margens; 
 
 Laçamentos de regularização ou rectificação - Servem para 
rectificar os saldos que não correspondem a realidade, sendo 
efectuados normalmente no final de cada ano, antes do 
apuramento dos resultados*; 
 Lançamentos de apuramento de resultados - São feitos 
para transferir os saldos das contas de custos e de proveitos 
para as contas de resultados; 
 Lançamentos de encerramento - Fecham as contas que 
apresentam saldo após o apuramento de resultados; 
 Lançamento de reabertura - Registam, no começo de um 
exercício, os valores iniciais das contas, ou seja, os saldos 
finais das contas do exercício anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alguns destes lançamentos 
relacionam-se com o 
princípio da efectivação 
das operações, de acordo 
com o qual as operações 
realizadas num exercício 
afectam os respectivos 
resultados 
independentemente dos 
recebimentos e 
pagamentos respectivos se 
terem ou não efectivado. 
Exemplificando: a renda 
do imóvel paga em 
Dezembro, referente ao 
mês de Janeiro, 
corresponde a uma 
despesa que só será custo 
no mês de Janeiro. 
É, portanto, um custo a 
considerar somente no 
exerciício seguinte. 
 
 
 
 
D) Método de Partida Dupla 
 
Método de Partida Dupla 
Método de partida dupla digráfico*: de acordo com este método, a um 
registo de débito numa conta corresponde sempre um ou mais registos a 
crédito numa ou noutras contas e vice-versa, isto é, a um ou registos a débito 
corresponde sempre um ou mais créditos de igual montante. 
É essencial ter presente que a variação numa conta é sempre 
equilibrada pela variação de outra ou outras contas, por forma a que 
a equação fundamental da contabilidade se mantenha. 
 
 
 
 
Assim, qualquer variação no património afecta, a débito e a crédito, 
uma ou mais contas de: 
 Activo; 
 Credores; 
 Fundos próprios. 
O método de partida dupla permite que, após efectuados os 
lançamentos, se verifique a equivalência entre o total dos débitos e 
dos créditos no final do período contabilístico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A constatação desta igualdade nao é mais do que o controlo do 
trabalho contabilístico efectuado*. 
 
 
*Este método, 
originário de 
Itália, foi 
aperfeiçoado ao 
longo do século 
XV, nas grandes 
cidades 
mercantis da 
Europa de 
então. 
No tópico 
seguinte, 
explicar-se-à 
como se faz 
este controlo. 
 
 
 
Para vermos como este método se concretiza, comecemos por 
enumerar as regras a que os lançamentos das contas obedecem. 
 
REGRAS DE MOVIMENTAÇÃO DAS CONTAS 
CONTAS DEBITAM-SE 
PELOS (AS) 
CREDITAM-SE 
PELOS (AS) 
Activo Aumentos Diminuições 
Credores Diminuições Aumentos 
Fundos própriosDiminuições Aumentod 
Raciocínio Contabilístico 
Para se efectuar um lançamento, há que proceder ao seguinte 
raciocínio contabilístico: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quais as contas afectadas? 
As contas são de active, de credores ou de fundos próprios? 
Quais as contas que sofrem aumentos e as que sofrem diminuições? 
Quais as contas a debitar e a creditor? 
Passo 1 
Passo 2 
Passo 3 
Passo 4 
 
 
 
Considere o seguinte facto patrimonial: 
Compra de urn veículo automóvel para transporte das mercadorias 
pela Confecções Chimoco, Lda, no valor de 2 000 meticais, mais 
IVA pago por cheque. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma vez efectuado este raciocínio podemos fazer o seu lançamento 
nas respectivas contas. 
 
 
 
 
1° 
 
 
 
 
 
2° 
 
 
 
 
 
3° 
 
 
 
 
 
4° 
Quais as contas afectadas *? 
Aquisição do veículo Automóvel => 32 - Equipamentos= 
Imposto sem o valor acrescentado => 14 - Devedor Estado - I VA – suportado 
Pagamento efectuado por cheques => 12 - Bancos 
As contas são de activo de credor ou de fundos próprios? 
32 - Equipamentos * => é uma conta de activo, porque é bem 
14 - Devedor Estado => é uma conta do activo porque é um direito 
12 - Bancos => é uma conta de activo, porque é um direito 
Quais as contas que sofrem aumento e as que sofrem diminuição? 
32 – Equipamentos => Aumento do activo 
14 - Devedores Estado => Aumento do Activo, 
12-Bancos => Diminuição do activo 
Quais as contas a debitar e a creditar? 
32 - Equipamentos => Debita-se 
14 - Devedo Estado => Debita-se 
12 - Bancos => Credita-se 
* Procurar no 
PGC a conta em 
causa. 
 
 
 
 
E) O Processo Contabilístico 
 
Registo Contabilístico 
Como já sabe, no decorrer da actividade de uma empresa surgem 
factos patrimoniais. Estes têm de ser registados em livros próprios, 
sempre com base em documentos justificativos. 
A lei obriga à existência de determinados livros. 
Livros obrigatórios – é obrigatória a escrituração dos seguintes livros de 
contabilidade geral: 
 Diário; 
 Razão; 
 Inventário e balanço. 
Para além dos livros de escrituração obrigatória já indicados, 
algumas formas de sociedade, nomeadamente as sociedades 
anónimas, devem proceder a escrituração dos seguintes livros: 
a. Livro de actas da assembleia geral; 
b. Livro de actas do conselho de administração; 
c. Livro de actas do órgão de fiscalização; 
d. Livro de registo de ónus, encargos e garantias. 
Refira-se, que os livros de registo obrigatório podem ser 
substituídos por fichas ou outras técnicas de escrituração nos 
termos que forem legalmente estabelecidos. 
Diário 
Diário servirá para os comerciantes registarem dia a dia, por ordem cronológica, 
em assento separado, cada um dos seus actos que modifiquem ou possam vir a 
modificar a sua fortuna. 
De facto, no diário, fez-se o registo cronológico, em assento 
separado por débitos e por créditos, dos factos patrimoniais que 
modificam ou podem vir a modificar o património. 
 
 
 
O diário tem a seguinte estrutura: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vejamos, como exemplo, o registo dos seguntes fatos patrimoniais: 
A) No dia 15 de Janeiro de 2007, efectuou-se um depósito à 
ordem em numerário de 200 000 meticais, conforme guia de 
depósito n° 789; 
B) No dia 16 de Janeiro de 2007, efectuou-se a compra de 
mobiliário a pronto pagamento, em numerário, no valor de 50 000 
meticais, conforme Factura, recibo n° 987. (não incluído o IVA 
nesta operação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Nova Cidade., 15 Janeiro de 2007 
233 1.2 Bancos 2 
 a 1.1 Caixa 1 200,000 
 Guia Deposito n° 789 
 ----26 
 3.2.3 Mobiliário e equipamento 
234 Administrativo Social 3 
 a 1.1 Caixa 1 80,000 
 Factura-recibo n° 987 
 
 
 
Razão 
O diário serve de base à escrituração do razão. 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, no razão efectua-se o registo de todas as operações do diário 
ordenadas por débitos e créditos, em, relação a cada uma das contas. 
O razão tem a seguinte estrutura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Razão - Servirá para escriturar o movimento de todas as operações do 
diário, ordenadas por débito e crédito, em relação a cada uma das 
respectivas contas, parar se conhecer o estado e a situação de qualquer 
delas sem necessidade de se recorrer ao exame e separação, de todos os 
lançamentos cronologicamente escriturados no diário. 
1,2 a 3 Anos, mês e dia, respectivamente. 
4.Proposição a (de) 
5.Conta creditada (Debitada) 
6.Número de lançamento no diário 
7.Importância 
 
 
 
Vejamos os mesmos lançamentos feitos no razão: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Balancete 
 
 
 
 
Lembremos que: 
Se no método de partida dupla a um ou mais registos a débito 
corresponde sempre um ou mais registos a crédito de igual montante, 
então o balancete permite conferir as passagens do diàdo para o 
razão. 
 
 
 
 
 
São elaborados balancetes periodicamente, de uma forma geral, 
todos os meses, com a finalidade de: 
 Conferir as passagens do diário para o razão; 
 Verificar a situação da empresa. 
Estes balancetes tem o nome de balancetes de verificação. 
O balancete tem a seguinte estrutura: 
Contas 
Movimentos acumulados Saldos 
Débito Crédito Devedores Credores 
 
 
Balancete — É o quadro onde se inscrevem todas as contas do razão, com os 
totais de débito e de crédito acumulados e os respectivos saldos, referidos a 
uma certa data. 
 
 = = 
 
TOTAL 
DO 
DIÁRIO 
TOTAL DOS 
DÉBITOS 
DO RAZÃO 
TOTAL DOS 
CRÉDITOS 
DO RAZÃO 
 
 
 
Exemplifiquemos: 
Se a conta Caixa tiver registados os seguintes valores: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Inventário e Balanço 
Inventário e balanço – Este livro começará pelo arrolamento de todo o activo e 
dos credores, fixando a diferença entre aquele e este, o capital que entre em 
comércio, e servirá para nele se lançarem, dentro dos prazos legais, os balanços e 
que tem de proceder. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Acrescentando os fundos próprios ao inventário obtém-se o balanço 
que constitui o mapa da situação patrimonial da empresa num 
determinado momento. 
O balanço será objecto de estudo pormenorizado posteriormente. 
Contas 
Movimentos acumulados Saldos 
Débito Crédito Devedores 
11 Caixa 900 000 250 000 650 000 
 
O inventário consiste numa relação (lista) dos elementos patrimoniais com a 
indicação do seu valor. 
O balanço consiste na comparação entre os elementos patrimoniais activos e 
os credores, que são, conbecidos após a elaboração do inventário, com a 
finalidade de encontrar o valor e a natureza dos fundos próprios. 
 
 
 
Demonstração de resultados 
A demonstração de resultados mostra como se chegou a determinado 
resultado. Assim, indica quais as razões que levaram a alteração dos 
fundos próprios, durante determinado exercício contabilístico. Se 
essas alterações são positivas, a empresa tem um lucro, se são 
negativas, tem um prejuízo. 
Do mesmo modo que o balanço a demonstração de resultados será 
alvo de posterior escudo. 
O Processo Contabilístico 
Finalmente, podemosilustrar o processo contabilístico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IV - CONTAS DE BALANÇO 
 
CONTAS DE BALANÇO 
Objectivo No final desta Sessão e depois de fazer os exercícios, você deverá 
ser capaz de: 
 Discriminar e utilizar as contas de balanço. 
A) 
Definição 
Tal como as outras empresas, também a Confecções Chimoco, Lda. 
organizou a sua contabilidade em função do PGC. 
Para tal, foi necessário conbecê-lo a fundo. 
É o que lhe propomos agora: aprofundar o seu conhecimento do PGC. 
Comecemos por recordar que as 10 classes de contas* se distribuem, 
essencialmente, por categorias, das quais vamos ver, para já, as: 
 
Conforme pode ver no quadro ao lado, as contas das classes 1 a 5 
devidamente organizadas no balanço, espelham, a composição e 
valor do património da empresa. 
É nestas contas de balanço que se lançam directamente os valores 
dos elementos patrimoniais concretos que compõem o património da 
empresa – classes 1 a 4. 
Nas contas da classe 5 são lançados apenas valores abstractos*. 
Assim, e de acordo com a natureza patrimonial dos elementos a que 
dizem respeito, as contas de balanço distribuem-se por activo e 
passivo. 
1 — Meios circulantes 
financeiros 
2 — Meios circulantes 
materiais 
3 — Meios imobilizados 
4 — Credores 
CONTAS 
DE 
BALANÇO 
*Consulte, no 
PGC, o Capítulo II 
– quadro e lista 
de contas. 
* Ver Sessão 
2, ponto A. 
Contas de balanço: aquelas que, num dado momento, permitem 
conhecer a situação patrimonial da empresa e identificar os resultados 
num dado período. 
 
 
 
Vejamos: 
Balanço da empresa X, em 30/03/07 
 (Valores em meticais) 
ACTIVO PASSIVO 
3 - Meios imobilizados: 5. Fundos próprios: 
 5.1 – Capital 180,000 
3.2 - Imobilizações corpóreas 30,000 5.5 – Reservas 20,000 
3.2 - lmobilizações corpóreas 70,000 5.9 - Resultados acumulados 10,000 
 Total dos fundos próprios 210,000 
2 - Meios circulantes materiais: 
 
2.2 - Mercadorias 400,000 
 4. - Credores 
1. Meios circulantes financeiros: 4.1 - Fomecedores 265,000 
1.3 - Clientes 165,000 4.6 - Outros credores 400,000 
1.6 - Outros devedores 100,000 
1.2 - Bancos 110,000 Total dos fundos credores 665,000 
Total do Activo 
 
Total do Passivo 
 
875,000 875,000 
 
B)Conteúdo das Contas de Balanço 
Para que possa fazer lançamentos correctos nas contas, vamos 
analisá-las mais em pormenor*, dando, sobretudo, atenção a natureza 
dos elementos patrimoniais que as compõem. 
 
CONTAS DO BALANÇO 
Contas do Activo Contas do Passivo 
Contas de meios imobilizados Contas de Fundos Próprios 
Contas de meios circulantes materiais Contas de Credores 
Contas de meios circulantes financeiros 
 
 
Veja Contas do Balanço no Plano de Contas anexo a este manual. 
 
 
 
C) Lançamentos - Um Exemplo 
 
Balanco da empresa confecções Chimoco, Lda em 1 de Janeiro de 2007 (valores em meticais) 
PGC ACTIVO N PGC PASSIVO N 
 Meios imobilizados : Fundos próprios: 
3.2 Imobilizações corpóreas 300 5.1 Capital 4,00 
 5.9 Lucros prejuízos acumulados 115 
 Meios circulantes materiais Total dos fundos próprios 515 
2.2 Mercadorias 620 Credores : 
 Meios circulantes financeiros 4.1 Fornecedores 200 
1.1 Clientes 125 4,2 Empréstimos obtidos 750 
1,2 Bancos 350 
1.1 Caixa 70 Total dos credores 950 
 Total do activo 
 
 Total do passivo 
 
1465 1465 
 
 
Durante o ano, foram efectuadas diversas operações, que pode observar no 
seguinte quadro de variações das contas e que afectaram a composição e o valor 
do património da Confecções Chimoco, Lda. 
 
Contas ACTIVO CREDORES FUNDOS PRÓPRIOS 
 
Caixa Bancos Clientes Marca-
dorias 
Equipa- 
mentos 
Forne- 
cedores 
Empres
t.obtido 
custos c/, 
o Pessoal 
CMCMVC 
Vendas 
MCM 
Capital 
Operações + - + - + - + - + - - + - + 
- + + - - + - + 
saldo inicial 
Recebeu do dientes 
em numerário 
100 
Pagou por cheque aos 
tornecedores 
100 
Depósito à ordem em 
numerário 
50 
Comprou a pronto 
mercadorias 
150 
Vendeu a prazo 
marcadorias 
17S 
Custo das mercadorias 
vendidas 30 
Contraiu um emprést. 
bancário 
50 
 
100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
150 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
150 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
150 
 
 
 
 
 
50 
 
 
 
 
 
 
 
 
250 
 
 
 
 
 
 
 
 
100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
200 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
175 
 
 
100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
150 
 
500 
 
 
 
 
 
 
 
150 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
300 
 
 
 
 
 
100 
300 
 
500 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
250 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
175 
 
400 
250 
Recebeu dos clientes 300 230 450 100 375 250 650 30 300 
 
100 300 
 
750 
30 30 175 400 
em dinheiro 
150 
Processou a pagou 
ordenados por caixa 
70 
 
sd 
 
350 
 
Sd 
 
125 
 
sd 
 
620 
 
sd 
 
300 
 
sd 
 
200 
 
sc 
 
750 
 
sc 
30 
 
sd 
 
30 
 
sd 
175 
 
sc 
400 
 
sc 
 
 
 
 
 
Activo = 1 465 
 
 
 
 
Credores = 950 
custos = 60 
Proveitos 
= 
176 
 
 
Capital 
= 400 Resultado = Proveitos = 
Custos = 115 
Fundos próprios = 515 
 
 
 
 
Com base neste quadro, reelaborámos o balanço com data de 1 de 
Janeiro de 2007. 
 
Balanço da empresa confeções Chimoco, Lda em 1 de Janeiro de 2007 (valores em meticais) 
PGC ACTIVO N PGC PASSIVO N 
 Meios imobilizados Fundos próprios 
3.2 Imobilizações corpóreas 300 5.1 Capital 400 
 5.9 Lucros prejuízos acumulados 115 
 Meios circulantes materiais Total dos fundos próprios 515 
2.2 Mercadorias 620 
 
Credores 
 
 Meios circulantes financeiros 4.1 Fornecedores 200 
 4.2 Empréstimos obtidos 750 
1.1 Clientes 125 
1.2 Bancos 350 Total dos credores 950 
1.1 Caixa 70 
 
 
Total do activo 1465 
 
Total do passivo 1465 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 V. CONTAS DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS 
 
 CONTAS DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS 
 
Objectivo No final desta Sessão, deverà ser capaz de: 
 Discriminar e utilizar as contas da demonstração de 
resultados de acordo com o PGC. 
A) 
Definção 
As contas da demonstração, de resultados podem definir-se da 
seguinte forma: 
Contas da demostração de resultados: contas que permitem conhecer a origem de 
um determinado, í.e. todos os custos e perdas suportados e todos os proveitos e 
ganhos obtidos pela empresa. 
As contas da demonstração de resultados estão incluidas nas 
classes 6 e7 do PGC. 
 As contas da classe 6 - Custos e resultados 7- Proveitos e resultados 
permitem determinar os resultados de exploração e os resultados 
des actividades sociais relativos ao exercício. 
Quandoestudamos as contas da demonstração de resultados, surge o 
problema de, por se tatar de contas dos fundos próprios, dizerem 
respeito a valores abstractos. 
Então, qual é a origem dos valores inscritos nas contas da demonst-
ação de resultados? 
Vejamos, pois: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B) Conteúdo das Contas de Resultados 
Como acabou de ver, a conta de Resultados Líquidos do exercício 
conjuga: 
 Resultados Operacionais; 
 Resultados Financeiros; 
 Resultados Correntes *; 
 Resultados Extaordinários; 
 Imposto sobre o Rendimento. 
* Os resultados Correntes agregam os resultados operacionais e os resultados financeiros. 
Para você poder, mais adiante, efectuar lançamentos sobre estas contas, 
precisa de conhecer detalhadamente o conteúdo de cada uma delas. Para 
isso, consulte o plano de contas anexo a este manual: 
No fim do exercício, são, agrupados por actividade e transferidos 
para a classe 8. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resultados Operacional 
Os resultados operacionais concentram valores os custos e proveitos 
operacionais resultantes da gestão corrente. 
Resultados Extraordinários do Exercício 
Consideram-se resultados extraordinários os resultantes de ganhos 
ou perdas alheias à gestão normal e corrente do exercício. 
Resultados Imputáveis a Exercícios Anteriores 
Resultados adquiridos no decurso do exercício mas cuja origem 
remonta a exercícios anteriores. 
 
 
 
Qual poderá ser o valor do resultado apurado? 
 
Veja este exemplo: 
 
Custos e perdas Porveitos 
 
3 160 3 240 
 
 
 
Diminuições 
 
Aumentos 
 
A soma dos aumentos é superior à soma das diminuições dos fundos 
próprios, pelo que o resultado é um lucro. 
Naturalmente, perante uma situação inversa, teremos um prejuízo. 
Esquematizando os diferentes resultados, teremos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C) Lançamentos - Um Exemplo 
 
Para exemplificar estas operações, vejamos o que se passou cam a 
Confecções Chimoco, Lda, à data do início da sua actividade: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nos restantes dias do primeiro mês de actividade, a Confecções 
Chimoco, Lda, efectuou as seguintes operações: 
1ª 
Vendas a pronto de mercadorias por 180 MT, adquiridos por 135 Mt 
2ª 
Depósito de 100 MT no Banco Moçambicano 
3ª 
Pagamento de ordenados no valor de 40 Mt por caixa 
 
4ª 
Vendas a prazo de 200 Mt de mercadorias, mais IVA, adquiridos por 145Mt 
5ª 
Processamento e pagamento a fornecedores por cheque no valor de 100 Mt. 
6ª 
Pagamentos de àgua, luz e telefone, no valor de 10 meticais em numerário 
 
7ª 
Recebimentos de clientes, no valor de 100 meticais, por caixa 
8ª 
Venda de uma máquina de escrever por 25 meticais, que apresentava no 
balanço o valor líquido de 30 meticais, recebidos por caixa 
 
 
 
 
 
 
 
Balanço da empresa Confecções Chimoco, Lda em 31 de Janeiro de 2007 (Valores em meticais) 
PGC ACTIVO N PGC PASSIVO N 
 Meios imobilizados: Fundos próprios 
3.2 Imobilizações corpóreas 180 5.1 Capital 1000 
 Meios circulantes materiais Total dos fundos próprios 1000 
2.2 Mercadorias 1000 
 
Credores : 
 
 
Meios circulantes financeiros 
 
4.1 Fornecedores 500 
1.2 Bancos 300 Total dos credores 500 
1.1 Caixa 20 
 Total do activo 1500 Total do passivo 1500 
 
 
 
 
Houve que proceder ao lançamento contabilístico destas operações. 
Aprecie, em primeiro lugar, os passos que foram percorridos e verifique, 
depois, conta a conta, os lançamentos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transcrever para as contas do Razão, os saldos tal como se aprosentam 
no balanço do 31 do Dozembro do 1989. 
Efectuar os lançamentos nas contas afetadas, utilizando as regras de 
movimentação das contas e o método de.partida dupla. 
Para o lançamento da 9ª operação, há a registar a perda originada pela 
venda da máquina e que está relacionadacam oobjecto* da amp rasa 
Para os lançamentos respeitantes a compras de morcadorias, há que 
fazer a regularização devida, pelo sistema do inventário permanente, 
transferindo os valores das compras para Mercadorias pela entrada 
das existências em armazém em contrapartida de Compras do meios 
circulantes materiais. 
Quando da venda, além do lançamento normal a préço dé venda, far-se-
á o registo do custo dos meios circulantes materiais vendido ou 
consumidos em contrapartida de Morcadorias, pela saída das 
existências do armazém. 
Passo 1 
Passo 2 
Passo 3 
Passo 4 
* Diz à(s) 
actividade(s) a 
efectuar pela 
empresa 
estabelecidas no 
contrato social. 
 
 
 
 
 
V. ACTIVIDADE BANCÁRIA E AS SUAS FUNÇÕES 
 
A) Posicionamento no Sistema Económico 
 
Intervenção do Sistema Bancário na Concretização dos 
Objectivos de Política Económica e Financeira 
No fim de um dia de trabalho, você compra o jornal e começa a lê- lo. 
Mas o seu olhar selectivo não deixa escapar notícias deste género. 
 
Isto significa, sem dúvida, que a sua profissão continua a interessá-lo, 
mesmo depois de terminar o seu dia de trabalho. 
Mas significa também que a Banca tem uma intervenção activa na poíííica 
económica e financeira do País. Vejamos como. 
Para atingir os seus objectivos macroeconómicos, o Governo define 
políticas de actuação: 
 Orçamental 
 Monetária 
 Rendimento e Preços 
 Fiscal 
 Cambial 
 
 
 
 
 
Detenhamo-nos nas políticas: 
 Monetária*; 
 De rendimentos e preços. 
Para concretizar estas políticas, o Governo desenvolve 
determinadas acções de controlo em diferentes âmbitos: 
 
 Do crédito 
 
 controlo da liquidez dos bancos 
 
 das tas de juro 
 
 
É exactamente aqui que surge a intervenção do sistema bancário 
na concretização dos objectivos da política económica e 
financeira do país. 
Atente na situação que a seguir referimos. 
Aos primeiros sinais de alta de preços (inflação), as entidades gover-
namentais de um estado europeu implementaram diversas medidas no 
sentido dos objectivos económicos fixados não serem desvirtuados. 
Assim: 
 Estabeleceram limites à expansão do crédito; 
 Determinaram aumentos das reseruas de caixa dos Bancos, numa 
tentativa de diminuir a moeda em circulação; 
 Estimularam a poupança dos cidadãos, criando esquemas atraentes 
de depósitos. 
Qual o objectivo destas medidas? 
Necessariamente que elas se dirigem à contenção do consumo dos 
cidadãos. 
O Governo, ao conter esse consumo, controla a alta de preços. 
Tais medidas só seriam possíveis de concretizar através do 
sistema bancário. 
* Política 
monetária: linhas 
de orientação 
sobre a evolução 
da massa 
monetária. 
 
 
 
 
 
Então, os Bancos funcionam implicitamente como instrumento de 
concretização da política económica e financeira do Governo. 
 
Decomposição do Sector Interno da Economia 
Você sabe qual é o seu posicionamento no sector interno da 
economia? 
E o da sua Instituição Bancária? 
Dois grandes sectores dominam a nossa economia: 
 O financeiro; 
 O não financeiro. 
Sectores que apenas referiremos, nesta Sessão, de uma forma 
descritiva, já que se trata de matéria desenvolvida na disciplina 
de Sistema Financeiro

Continue navegando