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Atividade - questões e respostas

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1) Explique como são as instalações de um aterro industrial. Quais são as principais diferenças existentes entre um aterro sanitário para resíduos sólidos urbano e um aterro industrial.
Figura 1 – Características aterros sanitário e industrial
Fonte: Os autores (2020)
Os resíduos sólidos gerados por uma indústria são destinados para locais com regras e especificações adequadas a cada tipo de resíduo, os quais são classificados por classe. Isso, porque dependendo da atividade pela qual esse resíduo é gerado, ele pode necessitar de um tratamento especial, devido à sua toxicidade, antes de ser encaminhado para o aterro. Esses locais são os aterros industriais, os quais seguem estruturas parecidas com as de aterros sanitários, que são compostos por sistemas de impermeabilização, drenagem, tratamento de gases e efluentes. A diferença está na forma como esses resíduos são recebidos e depositados (Schiavo, 2020).
A Norma Brasileira NBR 10004 agrupa esses resíduos em Classe I (resíduos perigosos, que oferecem risco de contaminação ao homem e ao meio ambiente) e em Classe II (resíduos não perigosos), sendo este subdividido em Classe IIA (resíduos não inertes) e Classe IIB (resíduos inertes – dispensa de impermeabilização) (Fiorese, 2018).
2) Como aplicar os “3 Rs da sustentabilidade” (Reduzir, Reciclar e Reutilizar) na gestão de resíduos industriais.
Segundo a dra. Marta Toccheto (2005), a geração de resíduos representa perdas no processo, ineficiência produtiva e custos ambientais de gerenciamento, por esse motivo, uma estratégia recomendada é o enfoque na redução. Há uma ferramenta que vem sendo utilizada desde a década de 70 em muitas indústrias, denominada ACV, que requer a quantificação de energia e resíduos que são gerados em todas as etapas do processo, bem como os impactos ambientais da sua reciclagem ou gestão de seu resíduo até o término da vida. 
Toccheto (2005) também cita algumas medidas para aplicar os 3 Rs de sustentabilidade são: alterações de matérias primas; mudanças nos produtos como mudança da composição; reutilização das matérias primas ou subprodutos em outros processos; mudanças tecnológicas como modificação de equipamentos e automação; mudanças de procedimentos e práticas operacionais. O controle rigoroso da qualidade das matérias-primas utilizadas, a aquisição de materiais não tóxicos, maiores cuidados com o armazenamento e com a movimentação de cargas perigosas também são algumas providências internas. Também é importante que os processos com baixa eficiência que geram mais resíduos do que o estimado, recebam atenção e investimento. 
Figura 1- Programa de minimização de resíduos utiliza basicamente duas estratégias: redução na fonte e reciclagem
Fonte: Rocca (1993)
3) Cite as operações unitárias presentes nos processos (1) produção do cimento por via úmida e seca. (2) produção da cerveja.
(1) O trabalho de conclusão de curso escrito por Luis Sequeira (2014) classifica o o processo de fabricação de cimento como um sistema contínuo que se divide nas seguintes fases: Britagem; Moagem de Cru; homegeneização – clinquerização; moagem de Cimento; ensacadeira, descritos com mais detalhes logo abaixo:
A Britagem é a operação unitária responsável pelo cisalhamento e fragmentação do mineral, é ela que vai adequar a granulometria do material. A moagem de cru envolve um conjunto de operações e controles que transformam os materiais crus em uma mistura finamente moída. A moagem do cimento é feita utilizando o clínquer de cimento com uma pequena porcentagem de gesso natural ou industrial, num moinho de cimento. Na etapa final o cimento pode ser transportado a granel ou embalado em saco ou pallets para expedição. O transporte e a separação inicial das matérias primas também são operações unitárias desse processo. Já a clinquerização não se aplica ao conceito de operações unitárias, onde há uma alteração física sem ocorrer reação química, pois nessa etapa estão envolvidas etapas de fusão, descarbonatação e cozedura. 
(2) O processo de fabricação contínuo de cerveja é sintetizado nas seguintes operações unitárias: 
Moagem do malte, onde o esmagamento dos grãos maltados tem como objetivo de romper longitudinalmente sua casca deixando seu endosperma amiláceo exposto a ação enzimática durante a mosturação. Mosturação do malte, onde os grãos são transformados em mosto por meio de cozimento. Filtragem do mosto, quando o mosto passa por leito filtrante, resultando no mosto primário livre de partículas insolúveis como: cascas, restos de parede celular ou de proteínas coaguladas oriundas do malte. Fervura do mosto, onde é condicionado em um tanque de aquecimento e é adicionado o lúpulo, que tem a função de dar cor, aroma e sabor á cerveja, em seguida é adicionada as leveduras, que irão fazer a fermentação do mosto. Clarificação, onde ocorre a retirada de proteínas insolúveis e indesejáveis do mosto. Nessa etapa, são feitos alguns ajustes finais com o intuito de garantir a gaseificação e a durabilidade do produto. Para conferir gás à cerveja, é adicionado dióxido de carbono. Para se prolongar o prazo de validade do produto, podem-se acrescentar estabilizantes e antioxidantes. Por fim, a envaze do produto. (FILHO, 2010).
4) No Brasil, há três possibilidades para destinação de resíduos sólidos: Aterro sanitário ou industrial, Compostagem e Incineração. Cite exemplos de resíduos industriais que são destinados para cada um
Aterro sanitário ou industrial: Diferente dos lixões à céu aberto, aterros possuem legislações e fiscalizações que previnem o acumulo de doenças e contaminações. De acordo com Julia Azevedo, jornalista da revista online e-cycle (2019), aterros sanitários são obras de engenharia projetadas para garantir a disposição correta dos resíduos sólidos urbanos, que não podem ser reciclados. Apesar do RSU variar de acordo com a situação socioeconômica da cidade e hábitos cultivados, normalmente se dividem em resíduos e rejeitos, sendo que o primeiro corresponde a tudo aquilo que pode ser reciclado ou reaproveitado, e o segundo corresponde ao que não pode mais ser utilizado. Os aterros sanitários são divididos em aterro convencional e aterro em vala, que se referem à sua construção e a forma como são operadas. Independente da sua classificação, aterros sanitários devem ter uma captação e tratamento do resíduo formado pela decomposição, o chorume. 
Não tão diferente do aterro sanitário, há o aterro industrial, onde há a deposição dos rejeitos da indústria. Neste caso, esses rejeitos são divididos em classes, de acordo com sua periculosidade. (FIORESE, 2018). Os resíduos considerados perigosos, são classificados pela NBR 10004/04 como de classe I. A mesma norma também classifica resíduos não perigosos e não inertes como classe II.
“São resíduos que não se apresentam como inflamáveis, corrosivos, tóxicos, patogênicos, e nem possuem tendência a sofrer uma reação química. Contudo, não se pode dizer que esses resíduos classe II não trazem perigos aos seres humanos ou ao meio ambiente.” (VGRESÍDUOS, 2017)
Já os resíduos não perigosos inertes são classificados como classe III, ou seja:
“Quaisquer resíduos que, quando a mostrados de forma representativa,[...] , e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água destilada ou ionizadas, a temperatura ambiente,[...] não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água,[...] , executando se ou os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor.  Como exemplo desses materiais, podem se citar as rochas, tijolos, vidros e certos plásticos os e borrachas que não são decompostos prontamente” (NBR 10004/004, 2004)
Compostagem: A tecnologia da compostagem é capaz de transformar as características dos resíduos sólidos orgânicos, sejam eles de origem agropecuária, urbana, agroindustrial ou industrial, em um produto orgânico, com propriedades de condicionador de solos e/ou fertilizante orgânico composto de uso seguro na agricultura. A maior parte das indústrias não faz a compostagem, mas contrata umaempresa terceirizada para realizar o trabalho. O processo começa com a seleção dos resíduos e sua identificação prévia. A matéria-prima é caracterizada de acordo com sua base, sendo realizada uma análise dos compostos físico e químico. É uma ação de reciclagem da matéria, de forma ecologicamente e economicamente viável que tem-se como resultado final um produto incapaz de gerar danos ao meio ambiente Os materiais mais utilizados na compostagem são resíduos orgânicos em geral, iodo biológico proveniente do tratamento de efluentes, cinzas, penas, aparas de grama, rocha moída e conchas, feno ou palha, podas de arbustos e cerca viva, resíduos de cervejaria, folhas, resíduos de couro, jornais, turfa, acículas de pinheiro, serragem, algas marinhas, ervas daninhas e quaisquer outros resíduos orgânicos agrícolas e de agroindústrias em geral. (Godoy, 201?)
Incineração: Conceição (2005, p. 39-40) constatou que "o percentual de resíduo que é incinerado no Brasil é muito pequeno, estando em torno de apenas 0,01%, se comparado com outros países nos quais esses percentuais podem chegar a mais de 30% do lixo urbano". A aplicação da incineração no Brasil é amplamente difundida no tratamento de resíduos industriais e de saúde, uma vez que 37,4% dos resíduos sólidos do serviço de saúde no país tem como destinação final a incineração (ABRALPE, 2013). Estes são alguns dos resíduos, que podem ser direcionados para a incineração de resíduos industriais; Borra de tinta, solventes, resíduos perigosos, resíduos químicos, resíduos de cosméticos, medicamentos, resíduos alimentícios, entre outros diversos. Para o processo de incineração de resíduos industriais ocorrer, é necessário 1º uma caracterização química do resíduo à ser incinerado para determinar os seus contaminantes e o valor do PC, Poder Calorífico, isto determinará o tempo de permanecia na câmara de combustão, além de saber qual o volume de resíduo, o incinerador deve ser alimentado por hora. (CETES, 2019)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, Julia. Aterro sanitário: como funciona, impactos e soluções. eCycle. 2019. Disponível em <https://www.ecycle.com.br/7954-aterro-sanitario.html>. Acesso em 17 de maio de 1010.
CETES. Incineração de resíduos industriais, 2019. Disponível em: <https://www.cetesambiental.com.br/incineracao-residuos-industriais> Acesso em 15 de maio de 2020 às 00h12.
Godoy, João. COMPOSTAGEM, 201?. Disponível em: <https://www.mma.gov.br/estruturas/secex_consumo/_arquivos/compostagem.pdf>. Acesso em 15 de maio de 2020 às 20h48.
FILHO, Venturini (Coord.). Bebidas alcóolicas : Ciência e tecnologia, volume 1. São Paulo: Bluncher, 2010. p 15-48
Fiorese, Diferença entre aterro sanitário e aterro industrial. Fiorese Terraplanagem e Pavimentação. Campina do Siqueira, PR. 2018. Disponível em: <https://fioreseterra.com.br/diferenca-entre-aterro-sanitario-e-aterro-industrial/>. Acesso em: 16h48min.
Moraes, José. Dificuldades para o aproveitamento energético de resíduos sólidos através da incineração no brasil geosaberes: Revista de Estudos Geoeducacionais, vol. 6, núm. 3. Universidade Federal do Ceará Fortaleza, Brasil 2015. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422008000200002&script=sci_arttext&tlng=pt>. Acesso em 12 de Maio de 2020 às 21h07min. 
NORMA BRASILEIRA REGULAMENTADORA 10004/004 de 2004.
Pijack, Luiz Fernando. Relatório de Impacto Ambiental: Central de Tratamento, aterro industrial e aterro de resíduos da construção civil. Paraná.2016. Disponível em: <http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/2017_EIA_RIMA/RIMA_MTX.pdf>. Acesso em 14/05/2020 às 17h35min.
Reis, Fábio. Formas de disposição de resíduos, 2001. Disponível em:<https://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/residuos/res13.html>. Acesso em 14 de Maio de 2020 às 17h09min.
Schiavo. Juliano. O que é aterro industrial? Portal São Francisco, 2020. Disponível em: <https://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/aterro-industrial>. Acesso em 14/05/2020 às 16h30min.
Sequeira, Luis Frederico Tokumoto. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Pampa, como requisito parcial para obtenção do Título de Graduado em Engenharia de Produção. Universidade Federal do Pampa. Bagé, 2014. Disponível em:< http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/667>. Acesso em 12 de Maio de 2020 às 21h30min.
Toccheto, Marta. Profa. Dra. Da Universidade Federal de Santa Maria Departamento de Química – CCNE Curso de Química Industria. Gerenciamento de resíduos sólidos industriais. Rio Grande do Sul, 2005. Disponível em:<http://www.ppga.unir.br/uploads/11523232/arquivos/Gerenciamento_de_Res_S_lidos_Ind___UFSM_743252446.pdf>. Acesso em 12 de Maio de 2020 às 21h10min.
VGRESIDUOS. Entenda a diferença entre resíduos inertes e não inertes, 2017. Disponível em <https://www.vgresiduos.com.br/blog/entenda-a-diferenca-entre-residuos-inertes-e-nao-inertes/> Acesso em 17 de maio de 2020.
CaracterísticasIndustrialSanitário
Disposição de resíduos sólidos no solo
Captação e tratamento do chorume
"Cerca viva" ao redor do aterro - para diminuir odores
Resíduos são separados de acordo com suas características
Resíduo é pesado antes do descarte
Resíduos que produzem chorume são revestidos por um material selante
Drenagem de águas pluviais
Estudo das áreas de descarte - Impactos Ambientais 
Acompanhamento de vida útil do local da disposição de resíduos com 
intuito de preservá-lo
Nivelamento do terreno
Impermeabilização do solo
Sistema de tratamento para emissão de gases
Resíduos urbanos e industriais Classe II (não perigosos)
Resíduos industriais Classe I (perigosos), II e III
Laboratório de análises ambientais
Poços de Monitoramento
Dupla impermeabilização inferior
Aterro em regiões naturalmente impermeáveis (Classe I)
Veículos com identificação do material transportado

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