Buscar

EXERCICIO 3

Prévia do material em texto

Olá, Estudante!
ATIVIDADE 3 – Dissertativa
"A LIBERDADE DE EXPRESSÃO NA GERAÇÃO “MIMIMI”
Com o advento da internet evidenciou-se um novo cenário de interação social. Hoje, a quantidade de pessoas que utilizam da rede mundial de computadores como ágoras para difundir a sua visão de mundo, aumentou exponencialmente, de forma que o que se verifica uma mutação de cenário, em que ágoras se tornam ringues de batalha em busca do “politicamente correto”.
Neste embate, comumente levanta-se o grito, “MAS É O MEU DIREITO A LIBERDADE DE EXPRESSÃO! ”, contudo, recai a dúvida: até quando eu tenho o direito à liberdade de expressão? Por liberdade de expressão deve-se entender “tanto a liberdade de pensamento, que se restringe aos juízos intelectivos, como também o externar sensações” (TRINDADE, 2015, P.95).
Muito embora, a liberdade de pensamento, esteja no rol do artigo 5º do texto constitucional, por conseguinte, elevada à categoria de cláusula pétrea, não podendo ser abolida, “não podem ser utilizados como um verdadeiro escudo protetivo da prática de atividades ilícitas” (MORAES, 2018, p.70). Assim, evidencia-se uma certa restrição ao uso das liberdades constitucionais, outras mais podem ser destacadas, como afirma MAGALHÃES ao dizer “que a liberdade de se manifestar pode ser realizada até o momento em que não causará prejuízos diretos e evidentes a demais indivíduos”.
COUTO, Bruno Nascimento de. NEWSLETTER DIGITAL - A LIBERDADE DE EXPRESSÃO NA GERAÇÃO “MIMIMI” Disponível em: <http://oabprudente.org.br/noticias/976>. Acesso em ago 2019.
 
1– Após realizar a leitura do material e do texto acima, cite dois exemplos de casos reais (da internet), no qual:
a) A liberdade de expressão não foi respeitada;
O relatório “Calar Jamais! – Um ano de denúncias contra violações à liberdade de expressão” (…) Como lembra a apresentação do relatório, casos como o do jovem pernambucano Edvaldo Alves, morto em decorrência de um tiro de bala de borracha enquanto protestava justamente contra a violência, ou do estudante universitário Mateus Ferreira da Silva, que teve traumatismo craniano após ser atingido com um golpe na cabeça durante manifestação em Goiânia, deixaram de ser raridade. 
Fonte: https://www.andi.org.br/documento/calar-jamais-um-ano-de-denuncias-contra-violacoes-liberdade-de-expressao. Acesso em 08/06/2020.
b) A liberdade de expressão foi confundida, tornando-se um crime (por exemplo, nos casos de ofensa, calúnia ou difamação).
Um caso antigo que também gerou grande discussão foi o que envolveu a música “Veja os Cabelos Dela”, de autoria do cantor e atual deputado federal de São Paulo, Francisco Everardo de Oliveira, conhecido como Tiririca. 
“Veja os cabelos dela
Tiririca
Alô, gente, aqui quem fala é o Tiririca
Eu também estou na onda do Axé Music
Quero ver os meus colegas dançando
Veja, veja, veja os cabelos dela!
Parece bombril de arear panela
Quando ela passa, me chama atenção
Mas seus cabelos não têm jeito, não
A sua catinga quase me desmaiou
Olha, eu não agüento o seu grande fedor
Veja, veja os cabelos dela!
Parece bombril de arear panela
Eu já mandei ela se lavar
Mas ela teimou e não quis me escutar
Essa nega fede! Fede de lascar
Bicha fedorenta, fede mais que um gambá
Veja, veja, veja os cabelos dela
Como é que é? A galera toda aí
Com as mãozinhas pra cima
Veja, veja, os cabelos dela
Bonito, bonito!
Aí, morena, você, garotona
Veja, veja, veja os cabelos dela”.
Os discos contendo a música foram apreendidos e sua reprodução, em veículos de comunicação com o rádio e a televisão, foi proibida; Tiririca foi acusado de racismo no âmbito penal, sendo inocentado. A gravadora Sony Music,no âmbito civil, condenada a pagar indenização de trezentos mil reais. Para o juiz George Marmelstein Lima, a indenização paga foi abusiva uma vez que, sendo a liberdade de expressão tão enfaticamente assegurada pela constituição, é incoerente um valor tão alto ser cobrado pela interpretação de racismo advir da mesma, até porque, a ofensa contida na música não é considerada grave.
FONTE:https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/o-equilibrio-necessario-para-que-a-liberdade-de-expressao-coexista-com-outros-direitos/. Acesso em 08/06/2020.
2 – Disserte sobre os limites da liberdade de expressão.
	Nos dias atuais, a liberdade de expressão tem sido respaldo para que muitas pessoas expressem seus pensamentos, ideias e opiniões, principalmente em redes sociais. Porém, alguns indivíduos com a falsa noção de estar protegido atrás das suas telas e por não existir uma censura prévia, explanam discursos de ódio contra pessoas ou a um determinado grupo esquecendo que o gozo da “expressão’ carece de bom senso e, acima de tudo observância ao direito do outro. 
	A liberdade de expressão para todos os indivíduos não é uma concessão dos Estados, e sim, um direito fundamental garantido no artigo 5º, incisos IV e IX da Constituição Federal. No entanto, o mesmo artigo também diz que o direito de se expressar não garante espaço para ofender, violar e infligir os direitos humanos ou propagar discursos de ódio. Assim, uma ação qualquer só será legitimada pela liberdade de expressão se coexistir com outras liberdades, de forma pacífica, não ferindo direitos de nenhum indivíduo, ou seja, não extrapolando os limites que possam prejudicar ou denegrir a imagem ou reputação alheia, bem como utilizar de sua manifestação para propagar ódio e causar tragédias pela disseminação de ideologias discriminatórias. Além de limitar a liberdade de expressão por meio da proteção de outros direitos fundamentais, o Estado também pode, em alguns casos, por meio de leis específicas, limitar – ou até mesmo proibir – a divulgação de algum conteúdo específico. Justamente por isso, o princípio da legalidade, descrito no inciso II do artigo 5º da Constituição Federal, prevê que somos livres em nossas ações desde que respeitemos as leis existentes. 
	Portanto, a liberdade de expressão cuja função precípua é viabilizar e efetivar a democracia em seus mais variados âmbitos e deve ser usada de maneira responsável, pois os instrumentos normativos são destinados a conter excessos, não implicando em ameaça ou cerceamento de direitos e liberdades, buscam apenas garantir o uso racional destes, tutelando direitos personalíssimos e assim, construir uma sociedade harmônica e justa em totalidade.

Continue navegando