Buscar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário
Seminário II
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO, MANDADO DE SEGURANÇA E LIMINARES
Aluna: Fernanda Rodrigues Teixeira
Questões
1.	No art. 151 do CTN, que significa o termo “exigibilidade”? Quando surge essa “exigibilidade”? E qual o efeito da suspensão da exigibilidade? Impede-se (i) o lançamento, (ii) a inscrição na dívida ativa, (iii) a execução fiscal; (iv) todos estes atos? (vide anexo I a IV).
O termo “exigibilidade” referido no artigo 151 do CTN diz respeito ao poder da Fazenda Pública de cobrar o crédito tributário constituído por meio do lançamento tributário. 
Para se responder a segunda pergunta, é necessário, de início, entender a procedência desse lançamento tributário. O legislador cria normas gerais e abstratas (regra matriz) e, através do chamado processo de positivação, o aplicador do direito constitui o fato jurídico, decorrente do evento ocorrido, e a sua consequente obrigação tributária. A formalização desse vínculo obrigacional se dá por meio da lavratura do lançamento tributário, constituindo então o crédito tributário.
Diante disso, entendo que a “exigibilidade” surge após o lançamento do crédito tributário, quando então será iniciada a contagem do prazo para que o contribuinte pague ou impugne o lançamento, bem como dá à Fazenda Pública, em caso de inadimplemento, o direito de inscrever o crédito em dívida ativa e, posteriormente, propor ação de execução. Nesse sentido encontra-se Paulo Barros de Carvalho[footnoteRef:1], ao dispor que “é o lançamento que constitui o crédito tributário e que lhe confere foros de exigibilidade, tornando-o suscetível de ser postulado, cobrado, exigido”. [1: CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método / Paulo de Barros Carvalho. 6ª ed. - São Paulo: Noeses, 2015, p. 523.] 
Já em relação aos efeitos da suspensão da exigibilidade, esta impede todos os atos posteriores ao lançamento, quais sejam a inscrição na dívida ativa e a execução fiscal. Isso, pois, o que se suspende não é o crédito tributário em si, mas sim a sua exigibilidade, ou seja, o poder da Fazenda Pública de postular o cumprimento da obrigação. Sendo assim, o ato do lançamento, que constitui o crédito tributário, não é atingido. 
2.	Em que sentido a expressão “crédito tributário” foi utilizada no art. 151 do CTN? Essa expressão congrega também liames decorrentes da prática de atos ilícitos (e.g. multa por desrespeito aos deveres instrumentais)? 
A expressão “crédito tributário”, utilizada no artigo 151 do CTN, diz respeito à obrigação tributária, decorrente da subsunção do fato jurídico à regra matriz geradora. Em outras palavras, diz respeito ao crédito do Fisco decorrente de tributo que deverá ser pago pelo contribuinte. 
Ademais, tal expressão não congrega liames decorrentes da prática de atos ilícitos, como a multa por desrespeito aos deveres instrumentais, pois tratam de obrigação acessória, ao passo que a suspensão da exigibilidade de que trata o caput do artigo 151 do CTN diz respeito tão somente à obrigação principal. É o que dispõe o parágrafo único desse mesmo artigo, ao determinar que “o disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes”. 
Nesse sentido, Paulo de Barros Carvalho[footnoteRef:2] explica que: [2: CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método / Paulo de Barros Carvalho. 6ª ed. - São Paulo: Noeses, 2015, p. 523.] 
Sempre que o legislador cuida de possíveis alterações da figura obrigacional (que ele chama de obrigação tributária principal), faz questão de salvaguardar o cumprimento dos deveres instrumentais (que ele versa como obrigações acessórias). E a reiteração se explica, na medida em que o implemento dos deveres instrumentais é o meio pelo qual a Fazenda se certifica da real situação dos seus administrados, ingressando na intimidade das relações jurídicas que lhe interessam fiscalizar.
Portanto, via de regra, apenas o crédito proveniente da obrigação tributária principal terá sua exigibilidade suspensa, sendo válida a exigibilidade quanto às obrigações acessórias. 
3.	As hipóteses de “suspensão da exigibilidade do crédito tributário” previstas no art. 151 do CTN são taxativas? (vide anexo V). Considerando que não houve alteração nos art. 151 do CTN, pergunta-se:
a) A equiparação, prescrita pelo §2º do art. 835 do CPC/15, a dinheiro da fiança bancária e do seguro garantia, tem o condão de consagrar a hipótese de suspensão do crédito tributário prevista no art. 151, II, do CTN? 
Ao meu ver, as hipóteses de “suspensão da exigibilidade do crédito tributário” previstas no artigo 151 do CTN são sim taxativas. Tal entendimento encontra respaldo no princípio da legalidade, o qual determina que a Administração Pública deverá agir dentro dos limites impostos pela lei. Assim, não poderia ser elastecido o rol previsto no artigo 151 do CTN.
Necessário observar que o próprio CTN determina ser o referido rol taxativo, quando ressalta em seus artigos 111 e 141 a aplicação restrita da lei. Confira-se:
 Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
 I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. (Grifos e destaques ausentes no original)
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. (Grifos e destaques ausentes no original)
Contudo, ainda que o rol previsto no artigo 151 do CTN seja taxativo, isso não restringe a liberdade da interpretação da norma, seguindo as regras da hermenêutica jurídica. Ou seja, poderá o aplicador do direito expandir o sentido do texto de lei, mas sempre observando os limites semânticos, sob pena de invadir o papel do legislador. 
Nesse passo, entendo que a equiparação, prescrita pelo §2º do artigo 835 do CPC, a dinheiro da fiança bancária e do seguro garantia, tem o condão de consagrar a hipótese de suspensão do crédito tributário, pois tanto a fiança bancária como o seguro garantia são meios aptos a garantir o depósito do montante integral, previsto no artigo 151, II, do CTN. 
	
b) As espécies de tutela provisória previstas no CPC/15 se aplicam ao Processo Tributário? Tais medidas têm o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário?
O CPC/15 trouxe avanços quanto à sistemática da tutela provisória, subdividas em tutela de urgência e tutela de evidência. A primeira prevê como requisito o perigo da demora, que acarretaria no risco de dano ao direito invocado ou até mesmo à própria efetividade da tutela jurisdicional. Já a segunda prevê como requisito a evidência do direito, quando puder ser comprovada documentalmente, e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. 
Conforme explicitado no item anterior, ainda que o rol previsto no artigo 151 do CTN seja taxativo, isso não restringe a liberdade da interpretação da norma, seguindo as regras da hermenêutica jurídica. Ou seja, poderá o aplicador do direito expandir o sentido do texto de lei, mas sempre observando os limites semânticos, sob pena de invadir o papel do legislador. 
Dessa forma, entendo que as espécies de tutela provisória previstas no CPC se aplicam ao Processo Tributário, pois, tais disposições não infringem qualquer norma específica do Direito Tributário, podendo, portanto, serem aplicadas subsidiariamente. 
Além disso, tais medidas têm o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário, pois, diante da possibilidade de mudança na interpretação da norma, em especial quanto ao disposto no artigo 151, V, do CTN, torna-se possível incorporar ao Processo Tributário a tutela de urgência e a tutela de evidência previstasno CPC/15. 
4.	Sobre o depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória proposta antes da constituição do crédito tributário, pergunta-se: trata-se de faculdade do contribuinte? Há distinção entre depósito judicial para fins do art. 151, II do CTN e prestação de caução? O levantamento do depósito judicial pelo contribuinte vincula-se ao êxito (com trânsito em julgado) da ação pelo contribuinte ou o juiz pode a qualquer tempo autorizar o levantamento do depósito? (vide anexo VI).
O depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória proposta antes da constituição do crédito tributário trata-se de faculdade do contribuinte que dará ensejo à suspensão da exigibilidade do crédito que porventura venha a ser constituído por meio do ato de lançamento. 
Isso, pois, a suspensão é da exigibilidade do crédito e não do crédito em si. Sendo assim, durante o andamento da ação declaratória proposta pelo contribuinte, poderá o Fisco realizar o lançamento, constituindo o crédito tributário. E, caso o contribuinte tenha cumprido com as exigências previstas no artigo 151, II, do CTN, ocorrerá a suspensão da exigibilidade do crédito tributário então constituído, ou seja, não poderá, a Fazenda Pública, inscrever o crédito em dívida ativa, bem como propor ação de execução fiscal. 
Quanto à segunda pergunta, entendo que há sim distinção entre o depósito judicial para fins do artigo 151, II, do CTN e a prestação de caução. 
A prestação de caução pode ocorrer de outras formas além do dinheiro. Já o depósito judicial indicado no artigo 151, II, do CTN, norma essa de rol taxativo, diz respeito unicamente ao dinheiro. Nesse sentido encontra-se a Súmula 112 do STJ, abaixo transcrita, in verbis:
Súmula nº 112. “O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro.”
 Assim, não poderia qualquer tipo de caução suspender a exigibilidade do crédito tributário, mas tão somente aquela realizada em dinheiro e referente ao valor integral do crédito tributário. 
Por fim, o levantamento do depósito judicial pelo contribuinte encontra-se vinculado ao êxito da ação pelo mesmo. Ou seja, caso a decisão seja desfavorável ao contribuinte ou mesmo quando a ação for extinta sem resolução de mérito, o depósito judicial será convertido em renda da Fazenda Pública. 
Tal entendimento encontra respaldo no fato de que a suspensão da exigibilidade do crédito tributário se dá apenas no decorrer da ação. Findada a ação, por certo que a suspensão da exigibilidade também será sustada. E, não havendo o contribuinte obtido êxito na ação, a Fazenda Pública poderá então exigir o crédito, sendo o contribuinte obrigado a pagar o tributo por meio do valor que já havia sido depositado em juízo. 
Permitir que o juiz autorizasse o levantamento do depósito a qualquer tempo seria desconsiderar os princípios da segurança jurídica e da ampla defesa, eis que durante o andamento da ação ainda não existe “ganhador” ou “perdedor”, ou seja, não há como se saber quem faria jus ao depósito judicial efetuado. 
5. A partir da vigência do CPC/15 foi instituído um novo fundamento para a concessão de tutela provisória, a evidência do direito, tal como preveem os arts. 294 e 311. Pergunta-se: 
a) Identifique a diferença entre tutela antecipada e tutela cautelar. É possível a concessão de tutela provisória antecipada em mandado de segurança? Ou em mandado de segurança tão somente é admissível medidas provisórias de natureza cautelar?
O CPC/15 trouxe avanços quanto à sistemática da tutela provisória, subdividas em tutela de urgência e tutela de evidência. A primeira prevê como requisito o perigo da demora, que acarretaria no risco de dano ao direito invocado ou até mesmo à própria efetividade da tutela jurisdicional. Já a segunda prevê como requisito a evidência do direito, quando puder ser comprovada documentalmente, e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. 
Por sua vez, a tutela de urgência e de evidência subdividem-se em outras duas espécies: a tutela antecipada e a tutela cautelar. 
A tutela cautelar é aquela que visa garantir o êxito do pedido principal, assegurando a eficácia do resultado. Nesse caso, não há necessidade de prova inequívoca do direito, mas mera verossimilhança. A tutela cautelar possui natureza conservativa; será sempre considerada a urgência no pedido, sob pena de o resultado se tornar ineficaz; é uma decisão definitiva e possui eficácia temporária.
Já a tutela antecipada dá eficácia imediata ao pedido principal, ou seja, o juiz concede antecipadamente, por meio de provas inequívocas do direito, aquilo que só seria obtido mediante sentença de procedência de mérito. A tutela antecipada possui natureza atributiva ou conservativa; pode ou não ser urgente; é uma decisão provisória, podendo ser revertida e, consequentemente, possui eficácia temporária ou perpétua. 
Via de regra, a liminar concedida em mandado de segurança tem natureza cautelar, pois possui como objetivo assegurar determinado direito. Porém, existem casos em que a liminar terá natureza antecipatória, quando tiver como finalidade a antecipação do direito, por exemplo, no caso de liminar que concede a liberação de determinado bem na alfândega, sob pena de perecimento da coisa.
b) É cabível o requerimento de liminar em mandado de segurança fundada na evidência do direito a partir da vigência do CPC/15? Ou diante das disposições da Lei Federal n. 12.016/09, apenas é cabível o requerimento de liminares fundadas em urgência, a outra espécie de tutela provisória prevista no CPC/15?
A Lei especial do Mandado de Segurança foi produzida em 2009 e, por conseguinte, seguia as diretrizes do antigo CPC. Em 2015 entrou em vigor o novo CPC, no qual foi criada uma nova modalidade, a tutela de evidência, prevista no artigo 331 do CPC/15, que considera a evidência do direito, ainda que inexistente o de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo. 
Assim, compactuo com o entendimento proferido por Paulo Cesar Conrado[footnoteRef:3], de que a Lei Federal n. 12.016/09 deve ser interpretada segundo a nova sistemática adotada pelo CPC/15. Confira-se: [3: CONRADO, Paulo César. Tutela de evidência em mandado de segurança afeta Direito Tributário. Consultor Jurídico, 2016. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2016-mai-25/paulo-conrado-tutela-evidencia-ms-afeta-direito-tributario.] 
E não cogitaríamos que a tomada dessa ideia representaria o indevido afastamento da exigência do periculum in mora, como se fosse uma espécie de reescritura ilegítima da lei de regência do mandado de segurança: esse importante instrumento processual, embora disciplinado em lei própria, deve ser interpretado em contexto com o CPC/2015, e não isoladamente, como se alheio estivesse [...].
Diante disso, entendo ser cabível o requerimento de liminar em mandado de segurança fundada na evidência do direito, tal como dispõe o artigo 311, II, do CPC/15, eis que, repita-se, o CPC/15 não contradiz a norma especial, mas tão somente apresenta nova interpretação e aplicação das tutelas provisórias. 
6.	Dado o seguinte caso concreto: Gênesis Waves Ltda. obteve liminar em Mandado de Segurança para suspender a exigibilidade do crédito tributário que posteriormente foi “cassada” pela sentença de denegação da segurança. Pergunta-se: 
	
a) na hipótese de a empresa apelar da sentença que “cassou” a liminar, o recebimento de sua apelação, nos efeitos suspensivo e devolutivo, tem o condão de afastar os efeitos da sentença e reconstituir os efeitos da liminar? Responder a pergunta considerando as disposições do CPC/15 a respeito dos efeitos da apelação (vide anexo VII). 
Conforme dispõe o artigo 1.012, §§ 1º e 4º, do CPC/15, no caso de sentença que revoga a tutela provisória, a eficácia desta “poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação”. Dessa forma, a depender do caso concreto, poderáser concedido o efeito suspensivo à apelação interposta. 
E, sendo concedido, entendo que serão afastados os efeitos da sentença, reconstituindo os efeitos da liminar. Isso, pois, a liminar concedida tinha como intuito suspender a exigibilidade do crédito tributário e a sentença tinha como intuito retornar à exigibilidade do crédito, ou seja, tratam-se de decisões antagônicas. Assim, por óbvio que a suspensão dos efeitos da sentença reconstitui os efeitos da liminar.
b) Há incidência de multa e juros moratórios em relação ao período em que o crédito tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, por força de liminar concedida em Mandado de Segurança, posteriormente cassada por ocasião da sentença? E se a liminar foi concedida depois de vencido o prazo para pagamento do tributo? (vide anexos VIII e IX). 
Não há incidência de multas e juros moratórios em relação ao período em que o crédito tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, por força de liminar concedida em Mandado de Segurança, ainda que posteriormente cassada por ocasião da sentença. 
Permitir a cobrança de multas e juros moratórios de período albergado por decisão liminar que suspendia a exigibilidade do crédito tributário afrontaria diretamente o princípio da 
segurança jurídica, pois seria o mesmo que desconstituir a validade e eficácia dessa decisão, penalizando o contribuinte por utilizar de um direito constitucionalmente assegurado, qual seja a possibilidade de impetrar com mandado de segurança. 
Observe-se que tal entendimento encontra-se em consonância com o disposto no artigo 63, § 2º, da Lei nº 9.430/96, que dispõe: “a interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição”. 
Por outro lado, caso a liminar fosse concedida depois de vencido o prazo para pagamento do tributo, a multa e os juros moratórios seriam cobrados a partir do vencimento, interrompendo-se a contagem durante o período da concessão da liminar e retomando-a após sua cassação. 
7.	Primeiramente distinga tutela antecipada e tutela cautelar. Fixados esses conceitos, responda à seguinte pergunta: diante do novo cenário das tutelas provisórias do código de processo civil de 2015, a ordem judicial suspensiva da exigibilidade da obrigação tributária, tenha fundamento na urgência ou na evidência, assume natureza antecipada ou cautelar?
A tutela cautelar é aquela que visa garantir o êxito do pedido principal, assegurando a eficácia do resultado. Nesse caso, não há necessidade de prova inequívoca do direito, mas mera verossimilhança. A tutela cautelar possui natureza conservativa; será sempre considerada a urgência no pedido, sob pena de o resultado se tornar ineficaz; é uma decisão definitiva e possui eficácia temporária.
Já a tutela antecipada dá eficácia imediata ao pedido principal, ou seja, o juiz concede antecipadamente, por meio de provas inequívocas do direito, aquilo que só seria obtido mediante sentença de procedência de mérito. A tutela antecipada possui natureza atributiva ou conservativa; pode ou não ser urgente; é uma decisão provisória, podendo ser revertida e, consequentemente, possui eficácia temporária ou perpétua. 
A ordem judicial suspensiva da exigibilidade da obrigação tributária, tenha fundamento da urgência ou na evidência, assume natureza cautelar, uma vez que a suspensão da exigibilidade tem o condão de garantir o possível direito do contribuinte, assegurando a eficácia do resultado, qual seja, a anulação do crédito tributário. A concessão de tutela de natureza antecipada ao presente caso seria o mesmo que antecipar a procedência da ação, anulando-se o crédito tributário, o que não ocorre na realidade e não poderia ser admitido.

Mais conteúdos dessa disciplina