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REVISÃO SEMIOLOGIA VETERINÁRIA I

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REVISÃO SEMIOLOGIA VETERINÁRIA I 
 
 
- INTRODUÇÃO SEMIOLOGIA - 
 
Exame geral 
 
1. Diferencie diagnóstico de prognóstico. 
O diagnóstico é realizado a partir de uma análise (anamnese/exames físicos e 
complementares) e de uma síntese das observações, tendo como objetivo realizar o 
reconhecimento de uma doença/enfermidade/problema clínico. Já o prognóstico, por 
sua vez, é realizado normalmente após o diagnóstico e faz uma previsão sobre a 
evolução de uma doença. Assim, com embasamento médico, o resultado do 
prognóstico deve levar em consideração o objetivo de recuperar a saúde e a vida do 
paciente. 
 
2. Quais são os tipos de diagnósticos e prognósticos possíveis 
De modo geral, o prognóstico pode ser dividido em três possíveis previsões: 
- Prognóstico favorável: Previsão de uma evolução satisfatória 
- Prognóstico desfavorável: Previsão da progressão de uma doença e suas 
consequências, sendo que pode se considerar a validez e recuperação 
integral ou o possível término fatal/óbito do paciente. 
- Prognóstico reservado, duvidoso ou incerto: curso imprevisível 
O diagnóstico pode ser avaliado como provável, presuntivo, provisório ou 
diferencial. Também há uma classificação quanto ao seu tipo: 
- Diagnóstico nosológico ou clínico: Reconhecimento de uma doença com 
base nos dados obtidos na anamnese, no exame físico e/ou exames 
complementares. 
- Diagnóstico terapêutico Administração de um procedimento medicamentoso 
após suspeita de uma doença, caso seja obtida uma resposta favorável, 
fecha-se o diagnóstico. 
- Diagnóstico anatômico: Reconhecimento de doenças que causam alterações 
anatômicas, realizada principalmente pelo exame macroscópico dos órgãos. 
- Diagnóstico etiológico: Conclusão do clínico sobre um fator determinante da 
doença. 
- Diagnóstico histopatológico: Realizado com microscópio. 
- Diagnóstico radiológico; laboratorial; sorológico; eletrocardiográfico; 
endoscópico; etc. -exames complementares- 
 
 
 
 
 
3. Quais os sete pontos importantes no roteiro de anamnese de um paciente 
- Fonte e confiabilidade 
- Queixa principal 
- História médica recente (HMR) 
- Comportamento dos órgãos (revisão dos sistemas) 
- História médica pregressa (HMP) 
- História ambiental e de manejo 
- História familiar ou do rebanho. 
 
4. Com base no roteiro de anamnese estudado, faça perguntas para o tutor sobre 
cada um dos pontos abordados. 
- Você é o tutor do animal? Você alimenta, passeia e fica mais tempo com o 
animal? 
- Há uma queixa principal, um motivo específico que te trouxe até aqui? O que 
o seu animal têm apresentado de diferente? 
- Se há uma queixa principal, quando percebeu tais sintomas? Quanto tempo e 
se piorou desde o seu surgimento? 
- O animal já foi medicado? o medicamento foi prescrito por um profissional? O 
que foi dado? Qual a dosagem e intervalo? Por quanto tempo a medicação 
foi administrada? 
- Como o animal estava antes da manifestação dos sintomas? Já teve alguma 
doença anteriormente? Passou por alguma cirurgia? Segue o protocolo de 
imunização/vacinação? Já foi vermifugado, se sim quando? (HISTÓRIA 
MÉDICA PREGRESSA) 
- ■ sistema digestório: o animal alimenta-se bem? Bebe água normalmente? 
Está defecando? Qual o tipo de fezes (duras, moles, pastosas, líquidas)? O 
animal apresenta vômito? Qual o aspecto do vômito? Horário em que 
aparece? Tem relação com a ingestão de alimentos? Tem alimentos não 
digeridos? Sangue? ■Sistema cardiorrespiratório: o animal cansa-se com 
facilidade? Estava acostumado a correr e já não o faz mais? O animal tosse? 
A tosse é seca ou com expectoração (produtiva)? Qual a frequência? Piora à 
noite ou após exercício (alguns animais com problema cardíaco apresentam 
tosse seca que piora à noite em virtude do decúbito)? Qual o aspecto da 
expectoração (cor, odor, volume)? Elimina sangue pelas narinas? Observou 
edema ou inchaço em alguma parte do corpo (época que apareceu; 
evolução; região que predomina)? O animal lhe parece fraco? ■Sistema 
geniturinário: o animal está urinando? Qual a frequência? Qual a coloração 
da urina? Qual o odor? Aparecem formigas no local em que o animal urina? 
Aparentemente, o animal sente dor quando urina (posição à micção, 
gemidos, emissão lenta e vagarosa)? O animal já pariu alguma vez? O parto 
foi normal? Quando foi o último cio? Percebeu alguma secreção vaginal ou 
peniana? Qual o comportamento sexual dos reprodutores? Apresentam 
exposição peniana prolongada? ■Sistema nervoso: apresentou mudanças de 
comportamento (agressividade)? Apresentou convulsão? Apresenta 
dificuldade para andar? Tem dificuldade para subir escadas? Anda em 
círculos? Apresenta tropeços ou quedas quando caminha? ■Sistema 
locomotor: o animal está mancando? De que membro? Observou pancadas 
ou coices? ■Pele e anexos: o animal se coça? Muito ou pouco? O prurido é 
intenso? Chega a se automutilar? Apresenta meneios de cabeça (otite)? Está 
apresentando queda de pelos? 
- Qual tipo de alimentação do animal? (seca/úmida/os dois)? O animal se 
alimenta de ração ou alimento natural? Com que frequência come? 
Quantidade de comida? Mudou a alimentação recentemente? Ganha 
petiscos? 
- Onde o animal come (vasilhas de plástico/metal/alumínio)? Qual a 
localização e a disponibilidade da comida? Qual a origem (qualidade) e 
disponibilidade (quantidade) de água? 
- Como é o ambiente em que o animal vive? Tem acesso à gramado? Acesso 
à jardim, plantas etc? 
- Convive com outros animais? Quantos? Também estão doente? 
 
5. Quais são os 4 passos do exame físico geral 
- Inspeção​: Exame sistemático observacional. A observação do animal pode 
oferecer inúmeras informações úteis para o diagnóstico, tais como estado 
mental, postura e marcha, condição física ou corporal, estado dos pelos e 
pele, formato abdominal. 
- Palpação​: Utilização do sentido tátil ou da força muscular, usando-se as 
mãos, as pontas dos dedos, o punho, ou até instrumentos, para melhor 
determinar as características de um sistema orgânico ou da área explorada. 
- Auscultação​: Consiste na avaliação dos ruídos que os diferentes órgãos 
produzem espontaneamente. É usado para realizar exame dos pulmões, do 
coração e da cavidade abdominal. Pode ser direto (ouvido) ou indireta 
(através de aparelhos como estetoscópio, fonendoscópio, Doppler). 
- Percussão geral​: Método físico de exame, em que, por meio de pequenos 
golpes ou batidas, aplicados em determinada parte do corpo, torna-se 
possível obter informações sobre a condição dos tecidos adjacentes e, mais 
particularmente, das porções mais profundas. 
 
 
 
 
 
 
Semiologia de Mucosas e Linfáticos 
 
1. O que significam as mucosas estarem: 
a) Normocoradas: Coloração normal. 
b) Congestas: Ocorre hiperemia por ingurgitamento de vasos sanguíneos. Pode ser 
difusa quando a tonalidade avermelhada é uniforme (intoxicação), e ramiforme 
quando é possível notar os vasos mais salientes, com maior volume sanguíneo 
(dispneias). 
d) Cianóticas: Coloração azulada da pele e das mucosas, causada pelo aumento da 
quantidade absoluta de hemoglobina reduzida no sangue. 
e) Ictéricas: Coloração amarelado como resultado da retenção de bilirrubina nos 
tecidos, e ocorre devido ao aumento da bilirrubina sérica acima dos níveis de 
referência. Pode ser hepática, pré/pós-hepática. 
 
2.O que é TPC: tempo de preenchimento ou perfusão capilar. O TPC reflete o 
estado circulatório do animal (volemia). TPC reflete o estado circulatório do animal 
(volemia) É realizada uma compressão digital com o dedo polegar, observando-se, 
após a retirada do dedo, o tempo decorrido para que haja novamente o 
preenchimento dos capilares, ou seja, para que a palidez provocada pela impressão 
digital seja substituída, novamente, pela cor observada antes de a compressão ter 
sido realizada. 
 
3. O que deve ser avaliado nos linfonodos: 
Se envolvem de maneira secundária nos mais variados processos infecciosos, 
inflamatórios e neoplásicos, podendo comprometer a função de alguns órgãos 
vizinhos. O exame do sistema linfático baseia-se em inspeção, palpação e, se 
necessário, realização de biopsia dos linfonodos. Podem ser examinados: o 
tamanho (dilatação ou hipertrofia anormal), sensibilidade, consistência, mobilidade, 
temperatura. 
 
4. Quais são os 5 parâmetros vitais que devem ser avaliados no exame físico; 
Frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura corporal, avaliação das 
mucosas (desidratação/coloração) e avaliação dos linfonodos. 
 
5 - Qual a FC, FR e temp. fisiológicas no cão e gato: 
Cães 60 a 160 batimentos cardía​cos/min 
Gatos 120 a 240 batimentos cardía​cos/min 
 
 
 
 
Semiologia Tegumentar 
 
1. Qual a importância do prurido nesse sistema: Caso o prurido (coçeira) seja um 
sintoma identificado durante a anamnese como queixa principal, já é possível 
sugerir algumas doenças e chegar ao diagnóstico mais facilmente. A coçeira pode 
se manifestar quando o animal apresenta comportamentos de lambedura, 
mordiscar, se esfregar em fômites. O tutor pode “avaliar’’ o grau de coçeira de 0 a 
10 para a anamnese, de acordo com o quanto o comportamento do animal o 
incomoda. Essa pode sugerir sarna, ectoparasitas, fungos ou alergia/atopia. 
 
2. Diferencie: 
a. eritema de púrpura. O eritema se caracteriza como uma ​vermelhidão da pele, 
devido à vasodilatação dos capilares cutâneos. A púrpura é uma referência são 
manchas roxas ou avermelhadas indicativas de sangramentos que aparecem na 
pele e tem como indicativo a trombocitopenia. 
 
b. pápula de placa. Pápulas são lesões sólidas de até 1 cm já as placas são lesões 
sólidas de mais de 1 cm. 
 
c. Pústula e bolha: ​A bolha é uma lesão arredondada ou oval que contém fluido 
seroso ou seropurulento, igual ou superior a 5 ou 10 mm. Uma pústula é uma 
pequena elevação da pele contendo material purulento (​pus​), geralmente 
constituído por células inflamatórias necróticas. Podem ser brancas ou vermelhas, 
infecciosas ou estéreis, grandes ou pequenas (elevação circunscrita menor que 1 
cm de diâmetro) 
 
d. Cicatriz de edema: A cicatriz é caracterizada por ser uma lesão de aspecto 
variável, saliente ou deprimida, móvel, retrátil ou aderente. Não apresenta estruturas 
foliculares nem sulcos cutâneos, sendo decorrente de reparação de processo 
destrutivo da pele. Associa atrofia, fibrose e discromia. O edema por sua vez é o 
Aumento da espessura, depressível (sinal de Godet), sem alterações de coloração, 
decorrente do extravasamento de plasma na derme e/ou hipoderme. Indica qualquer 
processo que cause alterações do princípio da hipótese de Starling, como 
inflamação aguda, irrigação linfática deficiente, hipoproteinemia ou cardiopatias. 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pus
Semiologia do Digestório 
 
1- Durante a anamnese do paciente, quais perguntas devem ser realizadas com 
relação ao manejo alimentar do seu paciente? Há uma queixa principal? Qual o 
histórico da doença? Há quanto tempo o animal apresenta os sintomas? Algum 
medicamento foi/é utilizado? 
- A alimentação é seca ou úmida? Natural ou ração? 
- Houve alteração na alimentação? se sim, há quanto tempo? 
- O tipo de alimentação é adequado à faixa etária do animal? 
- Com qual frequência é oferecido o alimento? Quantas vezes ao dia e em que 
período? 
- Quantidade do alimento? Como foi realizado a medição? 
- O animal tem acesso a outros tipos de alimento? Como petiscos ou outros? 
- Quem fornece o alimento? É o tutor? um funcionário? algum outro membro 
da família? 
- Como é oferecido o alimento? Qual é o material da vasilha do animal? 
Aonde/em qual ambiente a vasilha fica disponível? Como é armazenado? 
- O animal é domiciliado/semi-domiciliado? Tem acesso a algum ambiente fora 
de casa? 
- No ambiente que o animal vive, ele tem acesso a árvores frutíferas, plantas 
que podem ser tóxicas, alimento não comum a ele? 
 
2- Diferencie: 
a. Vômito: Emissão do conteúdo do estômago pela boca, havendo diversidade de 
causas (corpo estranho, infecção, alimentação incorreta, etc). Expulsão ativa do 
alimento digerido. Normalmente com ph ácido. Animal apresenta inquietação e 
mímica do vômito. 
b. Regurgitação: Expulsão passiva do alimento, não digerido. Alimento “inteiro”. 
c. Tenesmo: Esforço/dificuldade em defecar, podendo apresentar sangue e muco. 
d. Disquesia: Dor ao defecar. Normalmente se apresenta em animais com tenesmo. 
e. Melena: Fezes com sangue -digerido- escuro. 
f. Hematoquesia: Presença de sangue nas fezes. Sangue pode ser vivo (Intestino 
Grosso) ou escuro (Intestino Delgado). 
 
3- Qual a importância da história pregressa do paciente para descobrir o 
diagnóstico? 
A história pregressa constitui a avaliação geral da saúde do animal, antes da 
ocorrência ou da manifestação da doença atual. Durante a anamnese é importante 
perguntar o estado geral da saúde do animal antes dos sintomas da queixa principal 
atual, se houve doenças prévias, se o animal já passou por cirurgias e se já foi 
vacinado e vermifugado. 
 
4- Uma doença fora do sistema digestório pode ter sinais clínicos desse sistema? 
Dê um exemplo. Halitose (caracterizado pelo odor forte de urina) remete à busca ao 
sistema urinário, ao passo que odor de maçã verde sugere cetoacidose. Esses 
odores costumam ser alterados ou agravados pela existência de cálculos (doença 
renal) 
 
5- O que é fecaloma? Qual espécie é mais acometida ?O fecaloma é uma 
constipação por retenção das fezes e acomete principalmente felinos. Pode ter 
como causa a desidratação, o que desenvolve fezes secas que se acumulam. 
Também pode ter como causa obstruções (neoplasia, gestação, fraturas) ou causas 
diversas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Semiologia do Sistema urinário 
 
1- Diferencie: 
a. Disúria: ​sintoma clínico caracterizado por uma sensação de dor, ardor, ou 
desconforto ao urinar. 
b. Anuria: Não urina.(​diminuição ou supressão da secreção urinária) 
c. Azotemia: ​alteração bioquímica que se refere a uma elevação 
plasmática/sanguínea dos níveis de compostos de nitrogênio (como uréia, ácido 
úrico, creatinina, proteínas). Esta deve-se amplamente a uma taxa de filtração 
glomerular insuficiente. 
d. Estrangúria: Dificuldade para urinar. Jatos finos de urina. 
e. Hematúria: ​presença de sangue na urina. 
f. Hemoglobinúria: ​presença de hemoglobina na urina. 
g. Mioglobinúria. Resultado de lesão muscular, caracterizado pela presença de 
mioglobina na urina. 
 
2- Qual a importância do EAS na avaliação do paciente? O Exame de urina ou EAS 
(Exame de Elementos Anormais de Sedimento) analisa a presença de cristais 
(urólitos) na urina. Com isso é possível avaliar glicose, proteínas, ureia, creatininae 
o pH da urina. É possível observar assim, se a taxa de filtração glomerular está 
adequada, se a homeostase está sendo realizada, etc. 
 
3- Como deve ser realizado o diagnóstico de urolitíase? Diagnóstico: Raio-x, EAS, 
Ultrassom. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Semiologia Cardiovascular 
 
1. Qual a região correta de auscultação em um cão? Na parede torácica do animal, 
entre a 4 e o 6 espaço intercostal (3 a 7 costela). ​ 3 valvas tem auscultação do lado 
esquerdo: Mitral, aórtica e pulmonar. Do lado direito, foco na tricúspide 
(atrioventricular) 
 
2. O que é frequência cardíaca? A frequência cardíaca indica o ciclo cardíaco e 
quantas vezes houve contração/batimento cardíaco por minuto. A contração envolve 
a diástole geral, sístole auricular e sístole ventricular em ciclo. 
 
3. Porque um gato tem a frequência cardíaca maior que um cavalo? Compensação, 
débito cardíaco. 
 
4. Descreva o ciclo cardíaco. 
Para contextualizar, fazem parte do sistema circulatório: 
- Coração: tem a função de bombear o sangue para todo o organismo e para si 
mesmo. 
- Veias: tem função de conduzir sangue dos diferentes órgãos e tecidos para o 
coração – constitui o sistema coletor sanguí​neo 
- Artérias: tem a função de transportar sangue do coração para os órgãos e 
tecidos corporais – sistema distribuidor sanguí​neo 
- Capilares: têm a função de transportar o sangue de modo mais lento e 
possibilitar a difusão de gases e a filtração de substâncias, fazendo que 
chegue aos tecidos (ligam artérias e veias) 
- Sangue: tem a função de transportar oxigênio, hormônios, nutrientes e 
substâncias quí​micas e excretas – subprodutos do metabolismo celular que 
necessitam ser eliminados e/ou metabolizados por via renal ou hepática 
A circulação sanguínea é dividida em: 
- ​pequena circulação ou pulmonar​, aquela em que o sangue vai do coração aos 
pulmões e volta ao coração; VD > artéria pulmonar > PULMÃO (onde ocorre a 
hematose) > veias pulmonares > AE 
O sangue que sai do ventrículo direito dispõe de maior quantidade de gás 
carbônico, sendo considerado venoso, ao passo que o que chega ao átrio esquerdo 
é rico em oxigênio, portanto, chamado de arterial 
 
- ​grande circulação ou sistêmica​, sendo aquela em que o sangue sai do coração e é 
distribuído para todos os órgãos e tecidos, para levar oxigênio, e retorna ao 
coração. VE > AORTA (valva aórtica-semilunar) > CORPO > veias cavas > AD 
O sangue que sai do ventrículo esquerdo tem mais oxigênio, sendo considerado 
arterial; aquele que chega ao átrio direito apresenta maior quantidade de gás 
carbônico, considerado venoso. 
 
5. Como ocorre a contração cardíaca? 
Sístole - contração / Diástole - relaxamento. 
Diástole gera​l > ​Sístole atrial ou auricular - os átrios mandam sangue sobre pressão 
para os ventrículos > Sístole ventricular (contração dos ventrículos - VD > artérias 
pulmonares > pulmão; VE > aorta > sist. corporais) 
Os Impulsos elétricos do músculo cardíaco são automáticos (involuntário), sendo 
mantidos por um controle nervoso. O nodo sinoatrial (ou marcapasso) passa por 
uma despolarização de membrana e ocorrendo um influxo de Na e K, e a energia 
percorre o átrio para o nodo atrioventricular chegando ao feixe de His se dividindo 
para as fibras de Purkinje. O coração bate do ápice para a base (grandes vasos). 
 
6. Desenhe um traçado de ECG e explique o complexo PQRS. 
 
Em um animal saudável, existe uma sequência-padrão de despolarização e 
repolarização miocárdica. Quando ocorre a despolarização, há diferença de 
potencial que é positiva, ou seja, é registrada como uma onda acima do ponto 
isoelétrico. Na repolarização, a onda se inverte, tornando-se negativa, ou seja, 
ficando abaixo da linha isoelétrica. Denominamos cada onda registrada como onda 
P, seguida de um registro isoelétrico (linha horizontal), e posteriormente por um 
complexo de ondas denominado complexo QRS, outra linha isoelétrica e formação 
de outra onda (T), seguida de outra linha isoelétrica. Esse padrão se repete 
indefinidamente em um animal sadio. 
A onda P ​e o ​intervalo P-Q correspondem à ​parte atrial​, (representa a repolarização 
ventricular miocárdica em um eletrocardiográfico) ao passo que o ​complexo QRS​, 
corresponde à ​parte ventricular. (representando a despolarização ventricular em um 
eletrocardiográfico). 
 
7. Em que situação clínica você deve indicar o eco doppler cardíaco? 
o Doppler possibilita visualizar o padrão de fluxo sanguíneo, sua direção e 
velocidade. Portanto, torna possível documentar e quantificar uma insuficiência ou 
estenose valvular e os shuntscardiovasculares. 
 
8. Como se sabe que o coração está aumentado pelo RX? ​Pode ser feito uma 
avaliação da silhueta cardíaca em LL, podendo medir o eixo x e o eixo y (>15 cm). 
Há também o método VHS, que é o tamanho do coração em relação a unidade de 
vértebras torácicas, posição em relação ao diafragma e esternebras. Se altera a 
posição da traqueia. 
 
Semiologia Sistema Respiratório 
 
1- O que significam os sinais clínicos abaixo: 
a. Dispneia: ​respiração com dificuldade, mostrando esforço ao respirar 
b. Apnéia: É a interrupção da respiração, é o estágio transitório de cessação da 
respiração 
c. Hiperpnéia: Aumento da profundidade respiratória (longa inspiração e expiração) 
d. Ortopnéia: Posição que favorece a respiração (momentos de grave dificuldade 
respiratória) 
e. Afonia: Perda parcial ou total da voz por lesões nos órgãos da fonação 
 
2- Quais perguntas devem ser realizadas para um tutor que tem seu animal com a 
queixa principal de tosse? 
O animal cansa-se com facilidade? Estava acostumado a correr e já não o faz mais? 
A tosse é seca ou com expectoração (produtiva)? Qual a frequência? Piora à noite 
ou após exercício (alguns animais com problema cardíaco apresentam tosse seca 
que piora à noite em virtude do decúbito)? Qual o aspecto da expectoração (cor, 
odor, volume)? Elimina sangue pelas narinas? Observou edema ou inchaço em 
alguma parte do corpo (época que apareceu; evolução; região que predomina)? O 
animal lhe parece fraco? 
 
3- Diferencie Epistaxe de hemoptise. 
Epistaxe: Hemorragia pura nas narinas 
Hemoptise: Eliminação de sangue pela boca e pelas narinas, proveniente do trato 
respiratório inferior. 
 
4- Quais as funções do sistema respiratório? O que é hematose? 
Sua principal função é promover a troca gasosa entre o meio interno e o externo 
(hematose), que tem por finalidade fazer com que o oxigênio (O2) chegue até a 
região dos alvéolos, na qual estes, em íntimo contato com os capilares pulmonares, 
favorecem sua passagem à corrente sanguínea, com o dióxido de carbono (CO2) 
realizando um mecanismo inverso, para posterior eliminação para o meio externo. 
Além disso, o sistema respiratório realiza manutenção do equilíbrio ácido básico e 
faz termorregulação. 
 
5- Quais exames complementares podem ser realizados para auxiliar em um caso 
de doença respiratória? 
Broncoscopia, Toracocentese, Raio-x, lavado traqueal, hemogasometria. 
 
 
 
 
Semiologia Oftalmologia 
 
- Principais estruturas anatômicas 
 
 
- particularidades; felinos não possuem cílios. cães somente na pálpebra 
superior. 
- terceira pálpebra – secreta e distribui a lágrima; proteção 
- Glândula da terceira pálpebra - CCS 
- Possuem três tipos de pigmentos na retina capazes de captar o azul, o 
vermelho e o verde (que, combinados, formam muitas outras cores), cães e 
gatos só possuem doispigmentos, o que reduz o espectro de cores que eles 
podem identificar. “Alguns pesquisadores acreditam que eles enxergam azul 
e amarelo, enquanto outros defendem que eles vêem azul e vermelho, mas 
todos são unânimes em dizer que eles não percebem o verde”, 
 
- Anamnese geral: 
- Termos semiológicos 
• Nictalopia – problemas visuais a noite 
• Hemeralopia – problemas visuais de dia 
• Midríase – pupila dilatada 
• Miose – pupila retraída 
• Nistagmo - bulbo mexendo (vertical/horizontal) 
- Perguntas que devem ser direcionadas ao proprietário na busca de 
informações a respeito do(s) problema(s) ocular(es) apresentado(s). • Há 
baixa na acuidade visual? Há piora noturna ou diurna? • Qual a duração dos 
sinais clínicos? • Houve melhora ou piora do quadro desde o aparecimento 
da doença? • Histórico de doenças oculares anteriores. • A condição é uni ou 
bilateral? • Houve evolução rápida ou progressiva? • Presença ou não de 
secreção ocular. Tipo da secreção. • Histórico de trauma ocular. • Há histórico 
familiar da doença ocular? • Houve tentativa de tratamento tópico ou 
sistêmico? Quais fármacos foram utilizados? Houve melhora ou piora do 
quadro com o tratamento? • Houve ocorrência de sinais clínicos sistémicos 
que aventem a possibilidade de curso de uma doença sistémica? • Presença 
de distúrbios locomotores que aventem a possibilidade de curso de uma 
doença sistémica nervosa. • Dados sobre alimentação, vacinação e 
vermifugação. 
- Exame oftálmico 
• Usar uma boa fonte de luz! 
• Inspeção do aspecto externo do olho 
• Avaliar pálpebras, conjuntivas, córnea, câmara anterior, pupila e íris 
- Avaliação dos reflexos 
● Pupilar: Direto/Indireto - contralateral 
● Ameaça: Caminho pelos nervos cranianos 
● Exame mais aprofundado necessita de agente midriático 
● Exame da lente, vítreo e fundo de olho 
● Pista com obstáculos; laser point (felinos); bolinha de algodão- 
 
Procedimentos diagnósticos 
- Teste de lágrima de Schirmer 
• 15 mm/min= normal 
• 11-14 mm/min = inicial 
• 6-10 mm/min = moderada 
• 5 mm/min= severa 
- Teste de fluoresceína 
• Integridade da córnea 
• Ducto nasolacrimal – teste de Jones 
- Teste rosa bengala: 
• Ceratoconjuntivite seca 
• Células degeneradas ficam rosa – córnea e conjuntiva 
- Cultura microbiana 
• Swab conjuntival 
• Primeiro procedimento a ser realizado 
• Não limpar usar corantes ou usar anestésicos antes! 
- Oftalmoscopia 
• Direta e Indireta 
• Dilatar pupila (mydriacyl) 
• Exame de fundo de olho 
• Anestesia local (anestalcon) 
- Tonometria: Mede pressão intra-ocular (PIO). Realiza balanço entre a 
produção e drenagem do humor aquoso. Exame importante para avaliação 
de glaucoma (doença de ​elevação da pressão intraocular, provocando lesões 
no nervo ótico e consequentemente comprometimento visual) 
- Biomicroscopia de fenda 
• Dilatar pupila 
• Avaliar córnea 
• Câmara anterior 
• Lente 
• Vítreo anterior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Semiologia Otológica 
 
- Causas primárias de otopatias 
● Dermatite atópica (hipersensibilidade): manifestações como eritema, 
prurido bilateral. 
● Ectoparasitas 
● Corpos estranhos​ - otite unilateral 
● Desordens de queratinização​ - pacientes seborreicos (cocker) 
● Doenças auto imunes - pênfigo (começar a dça com lesões pustulares 
em pavilhões auriculares 
- lembrar de d​iferenciar uma otopatia de um problema neurológico​. 
- manifestações relacionadas ao aumento de calor, dor e vermelhidão 
(inflamação) e inchaço. ocorrência de “microclima”/alteração na microbiota do 
meato, favorecendo o surgimento de fatores perpetuantes, como proliferação 
bacteriana ou fúngica. também há fatores predisponentes, como excesso de 
pêlo, orelhas pendulares, canal estreito; fatores associados ao 
comportamento do tutor (natação, limpeza excessiva ou incorreta); doenças 
imunossupressoras; condições ambientais (quente e úmido); doenças 
obstrutivas (pólipo, neoplasias) 
- levar em consideração histórico recente 
● manejo do pelo do ouvido 
● medicamentos e exames já utilizados e forma de aplicação. 
● banho e tosa 
- principais manifestações clínicas da otite externa: 
● prurido (uni ou bilateral) 
● meneios cefálicos (animal chacoalha cabeça) 
● otalgia 
● odor desagradável 
● secreção (ceruminosa, purulenta) 
● autotraumatismo 
● dermatite úmida (inflamação próxima do pavilhão auricular) “hot-spots” 
● otohematoma (ruptura vaso cartilagem e orelha) 
● espessamento do conduto > pode levar a estenose 
- inspeção direta e indireta (otoscopia/videotoscopia) 
- perfuração do tímpano está relacionado com inflamação do ouvido médio e 
interno. 
- quando se tem o ​PRURIDO na região da orelha como manifestação clínica​, 
deve se ​excluir primeiro a presença de parasitas (com ênfase da otocaríase), 
DAPE (doença alérgica à presença de ectoparasitas) e por fim uma dieta com 
o objetivo de ​excluir dermatite trofoalérgica​. Caso tenha sido eliminado todas 
essas opções, chega-se ao diagnóstico de um paciente com dermatopatia ou 
ATOPIA (exame confirmatório com teste intradérmico/sorológico). 
- 
 
- Otocaríase (sarna de orelha) 
● ag. etiológico: otodectes cynotis 
● 50% gatos e 10% cães 
● anamnese: prurido bilateral intenso, secreção ceruminosa enegrecida, 
contactante sintomáticos (FONTE DE INFECÇÃO) e contactantes 
assintomáticos. Se recomenda tratamento para todos animais. 
● tratamento: ceruminolítico para retirada do substrato do ácaro. ag 
acaricida tópico/oral. 
- Malasseziose ótica 
● ag et: Malassezia pachydermatis 
● 50 a 80% das otites externas 
● queixa: prurido bi, meneios cefálicos, cerúmen mais amarronzado. 
● exame citológico quantitativo: > 5 leveduras(sapatinhos)/campo 
microsc. *todos animais possuem essa quantidade menor. 
- Otite bacteriana 
● fator perpetuante! complicação de otite externa 
● cocos, bacilos (primordial antibiograma) 
● otites mistas (mais de um microrganismo) 
● secreção purulenta, meneios cefálicos, prurido ótico bilateral ou uni, 
otalgia (manifestações mais comum entre as otites) 
● bacilos - mais comum pseudomonas 
● bact. mais sensíveis a gentamicina e enrofloxacina 
● terapia tópica é importante na otite bacteriana 
● lavagem ótica, com indicação de lavagem inicial com solução 
fisiológica por ter risco de ruptura timpânica 
● terapia sistêmica com reavaliação clínica e exames complementares 
(otoscopia e citologia). tempo de terapia 1 a 3 meses. 
- Otite média 
● exsudato como substrato 
● avaliar ruptura timpânica e infl. da bulha timpânica 
- Otite crônica 
● hiperplasia 
● aumento da produção de cerume (mais substrato) 
● possibilidade de estenose 
● estenose - fator perpetuante para bactérias e leveduras 
- Otite externa crônica recidivante como causa primária 
● Dermatite atópica (ouvido como extensão da pele!) e otoacaríase 
● fatores perpetuantes: malasseziose, cocos, bacilos. 
- Planos de tratamento 
● Antibiótico - controla bactérias 
● Antifúngico - controla levedura 
● Corticóides - controla a inflamação 
● Uso de ceruminolítico associado à solução otológica 
 
 
 
 
 
 
Semiologia do Sistema Nervoso 
REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO 
 
- O ​neurônio​ é a unidade estrutural e funcional do Sistema Nervoso (SN). 
Quatro tipos de neurônios são reconhecidos: 
● Neurônios com fibras mielinizadas; 
● Neurônios com fibras mielinizadas sem neurilema; 
● Neurônios com axônios desmielinizados, com células de Schwann que não 
produzem mielina, envolvidos por tubos de neurilema; 
● Neurônios com axônios descobertos, sem mielina e sem neurilema. 
- Diferença receptores/proprioceptores: ​Os proprioceptores são receptores 
localizados entre os músculos, tendões,articulações e ossos. Eles estimulam 
o tônus muscular, acompanhando as alterações na postura corporal. Há 
também os receptores exteroceptivos e interoceptivos que informam o SN a 
respeito de vários estímulos: dolorosos, térmicos, de pressão, etc. 
Circuito ​arco-reflexo​: Quando um receptor é estimulado perifericamente, um 
impulso é conduzido por uma fibra nervosa aferente (ou sensitiva) para as 
partes centrais do SN, isto é, tronco cerebral ou CE (cordão espinhal), onde 
termina por uma sinapse com um neurônio eferente (ou motor). A fibra 
eferente retorna a periferia chegando ao órgão efetor (músculo ou glândula). 
- A ​neuroglia é o tecido de suporte onde ocorre a nutrição e o isolamento do 
SNC. As células da neuroglia são conhecidas como ​astrócitos ​(formam o 
esqueleto interno do SN), ​oligodendrogliais ​(produzem e sustentam a mielina 
no SNC) e ​microglias​ (são fagócitos do SN). 
 
- Quanto a ​meninge​, há uma mais externa, fibrosa e densa, que se chama 
dura-máter​. A ​aracnóide forma um estojo em torno do cérebro e do CE 
(cordão espinhal), mas é a pia-máter que está intimamente em contato com o 
tecido nervoso, cobrindo todos o seus giros, sulcos e fissuras. Entre a 
aracnóide e a pia máter, há um espaço (subaracnóide) que é ocupado pelo 
fluido cerebrospinal (FCE). 
- As ​cavidades internas do cérebro e o fluído cerebrospinal estão situadas 
profundamente nos hemisférios cerebrais, uma de cada lado, estão duas 
cavidades denominadas de ventrículos laterais. Ambos ventrículos 
comunicam-se através do forame interventricular de Monro com o 3º 
ventrículo, um espaço estreito localizado no meio do cérebro. 
 
 
 
- A função primária do FCE é amortecer os choques contra o SNC e manter 
uma pressão intracraniana relativamente constante. 
- O FCE é formado pelo ​plexo coróide (células ependimais especializadas e 
capilares), o qual reveste as paredes e teto dos ventrículos cerebrais. O 
sistema subaracnóide tem um grande espaço logo abaixo da porção posterior 
do cerebelo e acima do bulbo. Este grande espaço é referido como cisterna 
magna e é o local de escolha para a coleta de FCE nos animais domésticos. 
Sendo assim, há evidência para supor que existe uma considerável produção 
de FCE no espaço sub-aracnóide. 
- A absorção do FCE ocorre, primariamente, nas vilosidades aracnóides 
associadas com o seio venoso sagital dorsal. A sua remoção também pode 
se dar nas veias e vasos linfáticos localizados em torno dos nervos espinhais, 
bem como, nos dois primeiros pares de nervos cranianos. 
- SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) 
- O SNC é dividido em quatro estruturas principais: cérebro, tronco cerebral 
(formado pelos pedúnculos cerebrais, ponte e bulbo), cerebelo e cordão 
espinhal. As divisões do SNC e seus componentes podem ser 
resumidamente apresentados como se segue: 
● Telencéfalo​ = córtex cerebral e núcleos basais; 
● Diencéfalo (parte mais rostral do tronco cerebral) = tálamo, subtálamo, 
hipotálamo, hipófise e núcleos dos 1º e 2º pares de nervos cranianos (NC) 
● Mesencéfalo = sistema reticular ativador (SRA), núcleo rubro, tratos 
ascendentes e descendentes e, núcleos do 3º e 4º pares de NC; 
● Metencéfalo = ponte com os tratos ascendentes e descendentes, cerebelo e 
núcleos do 5º par de NC; 
● Mielencéfalo = bulbo (ou medula oblonga) com os tratos ascendentes e 
descendentes e, núcleos do 6º ao 12º pares de NC 
● Cordão Espinhal (ou medula espinhal) = formado pelas substâncias branca e 
cinzenta com os diferentes tratos espinhais. 
- Cada ​hemisfério cerebral é dividido em quatro lobos: ​frontal, parietal, 
temporal e occipital​. Os hemisférios cerebrais são ainda divididos em duas 
partes: uma mais interna, composta por uma massa fibrosa, denominada de 
substância branca e outra mais externa, delgada, envolvendo a substância 
branca, formada de ​substância cinzenta chamada de córtex cerebral​. A 
substância branca consiste de feixes de fibras mielinizadas e tecido de 
suporte (neuroglia). No seu interior estão pequenos aglomerados de 
substância cinzenta chamados de núcleos. A substância cinzenta é formada 
de corpos celulares de neurônios e fibras desmielinizadas. 
- Na base do cérebro estão vários núcleos subcorticais, denominados de 
gânglios basais ou corpus striatum (lobo caudado e putâmen). Eles estão 
ligados entre si e com diferentes partes do diencéfalo, córtex motor e 
sensitivo. 
- É preciso compreender que os componentes da função motora são 
antagonistas; um sistema estimula, como por exemplo, uma contração 
muscular, o outro inibe, causando relaxamento. O sinergismo que resulta da 
combinação de atividades dessas duas forças é responsável pelo movimento 
normal e coordenado. Com efeito, a lesão de um nervo de um músculo 
extensor poderá resultar na dominância descontrolada do flexor e vice-versa. 
Deste modo, nem sempre a enfermidade nervosa expressão direta do nervo 
comprometido, mas pode ser também, o resultado do domínio descontrolado 
do lado sadio. 
- O ​tálamo é a grande estação de comando para os impulsos que chegam e 
partem do córtex cerebral. Também serve para perceber certas sensações de 
dor profunda e temperatura. 
- Ventralmente ao tálamo e formando o assoalho e parte da parede do 3º 
ventrículo está o ​hipotálamo​, uma região composta por muitos núcleos, 
envolvendo atividades diversas. As principais são: regulação da temperatura 
corporal, apetite, sede, equilíbrio hídrico, metabolismo dos carboidratos e das 
gorduras. 
- Há ainda o ​subtálamo por onde transita o SRA (sistema reticular ativador) e 
que, com relação a atividade motora, participa no movimento para frente, 
rítmico e em linha reta. Lesões do subtálamo são freqüentemente 
manifestadas pela incapacidade do animal andar para frente. 
- O cerebelo é o principal centro de coordenação do SN​. Ele repousa atrás e 
abaixo dos hemisférios cerebrais, envolvendo o bulbo, acima e lateralmente. 
Como os hemisférios cerebrais, ele possui uma camada interna de 
substância branca coberta por um manto de substância cinzenta, o córtex 
cerebelar. 
- O LOBO ANTERIOR DO CÓRTEX CEREBELAR toma parte na regulação do 
tonus e da postura; o LOBO POSTERIOR integra os movimentos voluntários 
e o LOBO FLOCULONODULAR, forma parte do aparelho vestibular, 
responsável pelo equilíbrio. 
- Distúrbios na função vestibular estão freqüentemente associados com 
desordens cerebelares​. 
- O APARELHO VESTIBULAR é composto pelos canais semicirculares do 
labirinto, utrículo, sáculo e cóclea do ouvido interno; pelo ramo vestibular do 
nervo vestíbulo-coclear (ou acústico); pelos núcleos vestibulares no bulbo e 
pelos tractos fibrosos (vías vestíbulo cerebelosas) 
- Muitas reações complexas são dirigidas por áreas localizadas na ​ponte e no 
bulbo​, incluindo os batimentos cardíacos, movimentos respiratórios, pressão 
sangüínea, vômitos, deglutição e tosse. 
- O ​Sistema Reticular Ativador (SRA) passa através do tegumento (metade 
inferior) do mesencéfalo, pelo tálamo e subtálamo para o córtex cerebral. 
Quando o SRA é estimulado pela visão, audição ou tato, o animal mantém-se 
em estado de vigília (alerta). Quando o SRA não recebe ou não processa 
esses impulsos, o animal adormece. Portanto,o SRA controla os ciclos de 
sono vigília e quando lesionado, pode produzir desde sonolência até o coma. 
- O ​Sistema Límbico (partes do córtex dos lobos frontal e temporal) é 
responsável por muitas emoções e instintos de sobrevivência, tais como: 
proteção, reações maternas e sexuais (acasalamento). 
- SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP) consiste de 12 pares de nervos 
cranianos, 36 ou 37 pares de nervos espinhais e seus gânglios e, porções 
periféricas do sistema nervoso autônomo (SNA). 
- São os 12 pares de nervos cranianos​: 
● I - Nervo Olfatório (sensitivo) 
● II - Nervo Óptico (sensitivo) 
● III - Nervo Oculomotor: nervo motor que inerva os músculos 
extra-oculares/ contém fibras pré ganglionares parassimpáticas. 
● IV - Nervo Troclear: nervos motores que inervam os músculos 
extra-oculares. 
● V - Nervo Trigêmeo: possui um ramo sensitivo que supre a face, com 
três porções: oftálmico, maxilar e mandibular e, um pequeno ramo 
motor para os músculos da mastigação. 
● VI - Nervo Abducente: nervos motores que inervam os músculos 
extra-oculares. 
● VII - Nervo Facial: composto de ramos sensitivos e motores e, contém 
importantes fibras parassimpáticas pré-ganglionares que inervam as 
glândulas salivares sublinguais e submandibulares, além da glândula 
lacrimal. 
● VIII - Nervo Vestíbulo-Coclear (ou acústico): é composto de dois ramos 
sensitivos, nervo coclear, que participa na audição e o ramo vestibular, 
importante no equilíbrio. 
● IX - Nervo Glossofaríngeo: misto, tem função sensitiva e motora. 
Possui um ramo parassimpático que inervam a glândula parótida. 
● X - Nervo Vago: misto, tem função sensitiva e motora. supre os 
músculos lisos do esôfago, estômago e intestinos, vesícula biliar, 
pâncreas, glândulas gástricas e, é depressor cardíaco e 
broncoconstritor. 
● XI - Nervo Acessório-espinhal: composto de dois ramos, um cranial 
que funciona associado ao nervo vago e uma porção espinhal que 
fornece inervação motora para os músculos do pescoço (trapézio e 
esternocleidomastoideo). 
● XII - Nervo Hipoglosso: é o nervo craniano motor para os músculos da 
língua. 
- Sistema Nervoso Autônomo (SNA)​: Os nervos eferentes do SNA inervam as 
vísceras, glândulas e músculos lisos (involuntários) do trato gastrointestinal, 
sistema cardiovascular, respiratório, genito-urinário, músculos intrínsecos do 
olho e músculo eretor do pêlo. O SNA está primariamente relacionado com a 
regulação e manutenção da estabilidade do ambiente interno do corpo. 
- Os ​neurotransmissores são substâncias químicas (excitatórias ou inibitórias) 
que retransmitem os impulsos elétricos (dados) através de uma fenda 
sináptica para o próximo neurônio. As sinapses químicas proporcionam 
várias vantagens evolutivas em relação às sinapses elétricas simples quanto 
ao processamento dos dados e à complexidade das respostas possíveis. 
- ANAMNESE E EXAME NEUROLÓGICO CLÍNICO 
- Os objetivos de um exame neurológico são: 
• Determinar se existe disfunção do sistema nervoso. 
• Estabelecer a localização e a extensão do envolvimento neurológico. 
• Tentar direcionar o diagnóstico e o prognóstico do animal. Estabelecida a 
área lesada, o clínico deverá então, através de meios auxiliares (Raios X, 
bioquímica do sangue, etc.), pesquisar a causa da lesão (diagnóstico 
etiológico). É comum prognóstico desfavorável. 
- Sendo assim, a abordagem clínica deve questionar: 
● ONDE É A LESÃO? 
● O QUE CAUSOU? 
● O QUE PODE SER FEITO? 
- Na​ anamnese​ deve se considerar idade, espécie, raça. 
- Por quê raça? Epilepsia verdadeira em cães das raças beagle, poodle, pastor 
alemão, setter irlandês, são bernardo e dachshund; hidrocefalia no chihuahua 
e neoplasias cerebrais primárias no boxer e boston terrier. Convulsões 
generalizadas moderadas em raças pequenas. 
- O exame neurológico poderá ser dividido em seis partes: inspeção geral, 
observação da marcha (deambulação), atitude e postura, exame dos nervos 
cranianos (NC), reflexos espinhais e sensibilidade. 
- 1) ​ESTADO MENTAL​: Nível de consciência do animal (tronco encefálico), se 
ocorreram mudanças de comportamento (lobo frontal), de personalidade ou 
convulsões, e quando começou. 
- Informações a respeito dos antecedentes mórbidos, do ambiente onde o 
animal vive, do manejo do animal e dos tratamentos anteriormente 
realizados. 
- De modo geral, os tutores relatam os sintomas óbvios (convulsões, paralisias, 
cegueira, etc.), mas não percebem outros sintomas que não são tão 
evidentes (nistagmo, paralisia facial, etc.). É importante que peça ao tutor que 
grave vídeo de comportamentos alterados. 
 
- Exame físico: Auscultação cardíaca, Auscultação pulmonar, Percussão, 
Temperatura, Pressão, Tempo de preenchimento Capilar (TPC) e mucosas. 
 
- Dentro das possíveis etiologias, ou seja, causas principais de uma 
enfermidade neurológica, estão: 
● D​egenerações (nervos periféricos, medula) 
● I​nflamatórias/Nutricionais (deficiência de vitaminas) 
● A​nomalias 
● M​etabólicas (hormonal) 
● I​diopáticas/Imunes 
● T​raumáticas/Tóxicas (medicações anteriores) 
● V​ascular (isquemias, desordem vascular, derrame) 
- 2) ​LOCOMOÇÃO 
- É normal ou anormal? 
- Quais membros afetados? 
- Diferenciar se é um problema ortopédico ou neurológico​! 
- Ataxia: incoordenação motora 
● Vestibular: Lesão no nervo vestibular caracterizado por inclinação da 
cabeça (head-tilt) 
● Cerebelar: Apresentação de dismetria. 
● Proprioceptiva: Relativo ao sistema motor/sensitivo. Caracterizado por 
paresia. Através do exame de propriocepção, é possível diferenciar da 
claudicação ortopédica. 
- Paresia​: fraqueza/perda parcial da motricidade. Pode ser classificada como: 
- Hemiparesia ou hemiplegia: sintomas atingem todo um lado do corpo. 
- Paraparesia ou paraplegia: atingem apenas os membros pélvicos. 
- Monoparesia ou monoplegia: acometem um único membro. 
- Tetraparesia ou tetraplegia: os quatro membros estão envolvidos 
- A paresia pode ser: paresia com algum movimento; paresia com capacidade 
de suportar o peso mas sem dar passos; paresia com capacidade de suportar 
o peso e dar alguns passos; paresia leve com apenas tropeços ocasionais. 
- Paralisia/plegia: perda total da motricidade. 
 
- Dismetria: Hipometria ou hipermetria. Relativo ao tamanho do passo. 
- 3) ​REAÇÕES POSTURAIS 
- Avalia medula, nervos periféricos, cérebro, cerebelo e tronco. 
- Propriocepção consciente 
- Carrinho de mão 
- Saltitar 
- Tônica do pescoço (cabeça pra baixo) 
- Colocação tátil (obstáculo) 
- 4) ​NERVOS CRANIANOS 
 
- 5) ​REFLEXOS ESPINHAIS 
- A perda do reflexo é a anormalidade mais específica e localiza a lesão. 
Denomina-se de alteração no reflexo do neurônio motor inferior (NMI). Uma 
lesão em qualquer parte do arco reflexo retarda ou elimina o reflexo. 
- A ocorrência de reflexos espinhais depende da integridade dos músculos, de 
seus nervos periféricos e dos respectivos segmentos medulares. 
- Membro torácico: 
● Reflexo bicipital (C6-C8, nervo musculocutâneo) 
● Reflexo tricipital (C7-T1, nervo radial) 
● Reflexo extensor carpo radial (C7-T1) 
 
- Membro pélvico: 
- Reflexo patelar (L4-L6, nervo femoral) 
- Reflexo gastrocnêmio (L6-S2, nervo ciático) 
- Reflexo tibial cranial (L6-S2) 
- Neurônio motor superior: Hiperatividade, aumento do tônus, hiperreflexia; 
Paresia ou paralisia - as informações geradas no núcleos motores não 
chegam ao músculo. 
- Neurônio motor inferior: Hipoatividade, hiporreflexia, arreflexia; Paresia ouparalisia – as informações elétricas não são encaminhadas. 
- Reflexo flexor – (MT C6 – T2 e MP L6 -S1) 
- Reflexo extensor cruzado (extensão contralateral do membro oposto) 
- Reflexo perineal – (S1 a S3) 
- Cutâneo do tronco (panículo) 
- Palpação epaxial – dor espinhal 
- 6) ​SENSIBILIDADE DOLOROSA 
- As alterações na sensibilidade poderão ser de três tipos: diminuição ou 
ausência (hipoestesia ou anestesia) e aumento (hiperestesia). A diminuição 
da dor tem valor prognóstico. 
- Dor superficial - alfinete 
- Dor profunda - pinça 
- EXAMES COMPLEMENTARES 
- Líquido Cefalorraquidiano (LCR): A colheita e o exame laboratorial LCR 
devem ser realizados sempre que houver uma indicação clínica sugestiva de 
doença do sistema nervoso central. Nesse exame são analisados aspectos 
relativos à cor, ph, densidade, citologia, glicose, ureia, creatinina etc. 
Anormalidades na cor, na celularidade e na concentração de proteínas 
(inflamatórias,infecciosas, neoplásicas.) 
- O liquor pode ser retirado por três vias: 
● cisternal: por punção da cisterna magna; 
● lombar: por punção do fundo do saco durai, 
● ventricular: por punção dos ventrículos cerebrais laterais. 
- Deve ser analisado junto com sinais clínicos e outros exames. 
- Contraindicado: anestesia (proibido); instabilidade coluna; aumento de 
Pressão intracraniana. 
 
- Outros exames: Radiografia digital; Mielografia; Tomografia; Ressonâncias; 
Biópsias; Eletrodiagnóstico. 
 
 
 
- Principais síndromes neurológicas observados quando as diferentes áreas 
encefálicas são acometidas: 
● Síndrome cerebral: anormalidades locomotoras (podem ser discretas), nível 
de consciência (depressão) e comportamento alterados, respiração irregular, 
cegueira (reflexo pupilar normal), pressão da cabeça contra obstáculos, 
andar em círculos (geralmente lesões unilaterais). 
● Síndrome mesencefálica: Anormalidades locomotoras, depressão mental, 
midríase não responsiva ou miose (visão normal), estrabismo. 
● Síndrome pontinobulbar: Anormalidades locomotoras, alteração em diversos 
nervos cranianos, depressão mental. 
● Síndrome vestibular: ​Central​: nistagmo horizontal, rotatório, vertical ou 
posicionai, anormalidades nos nervos cranianos: V, VI e VII; podem ocorrer 
sinais cerebelares. ​Periférica​: nistagmo horizontal ou rotatório, possível 
anormalidade no VII par de nervo craniano. Tanto a síndrome central quanto 
a periférica podem apresentar perda de equilíbrio, quedas, rotação de cabeça 
e estrabismo. ​Cerebelar​: tremores de intenção na cabeça, anormalidades 
locomotoras (hipermetria), nistagmos, alteração na resposta de ameaça 
visual, aumento da área de sustentação do corpo (ampla base). Multifocal: 
Presença de sinais clínicos que refletem mais de uma síndrome. 
 
● Observação: É importante ressaltar que nem todos os sinais estarão 
presentes em determinadas situações e que as anormalidades 
caracterizadas por sinais multifocais são as mais frequentemente 
encontradas em animais de grande porte. 
- Abordagem à ​pacientes com crises convulsivas 
- CONVULSÃO - CRISE em que há um período anormal do funcionamento do 
cérebro; 
- EPILEPSIA - DOENÇA/síndrome convulsivas recidivantes 
- Estado epiléptico - convulsão longa (15 min ou mais) 
- Convulsão em grupo (cluster) - mais de 2 crises em 24h 
- Fases da convulsão​: 
- Pródromo 
• Aura – pré-ictus 
• Icto ou convulsão 
• Pós-icto 
- Interictal 
- Manifestações clínicas das crises​: 
• Perda total/parcial da consciência 
• Alterações de tônus muscular 
• Transtornos da função autonômica (perda controle fezes/urina) 
• Psiquismo alterado 
- Classificações​: 
- Convulsão generalizada 
• Convulsivas – motora 
• Não convulsiva – ausência 
- Convulsão focais 
• Motora – consciência preservada 
• Psicomotora – cons. Alterada 
• Anormalidades estruturais intracranianas 
- Causas​: 
- Extracranianas 
● intoxicações: organofosforados, estricnina, chumbo, micotoxinas. 
● metabólicas: hipoglicemia, hipocalemia, encefalopatias, 
hipotireoidismo (causa improvável) 
- Intracranianas 
● Epilepsia idiopática, hereditária (nesse caso evitar reprodução) 
● Tumores, encefalites, pós-traumáticas (concussão), pós encefalite. 
- Lembrar de primeiro excluir causas extracranianas para diagnosticar causa 
intracranianas. Essa por sua vez normalmente não tem cura. 
- Limiar convulsivo​: Ocorre por despolarização dos neurônios. Quanto menor, 
maior a chance de uma crise. 
- A convulsão é “iniciada” a partir de um ​Kindling (ignição), sendo esse o 
recrutamento de neurônios para o foco convulsivo capaz de levar à 
generalização do estímulo. A crise gera ​alto gasto energético​. 
- Na anamnese é importante considerar raça, sexo(fêmea) e idade. 
- Raça de porte grande não braquicefálicos- epilepsia idiopática 
- Deve se questionar: 
• Descreva o que observou: antes, durante e depois? 
• Viu mais algo anormal? 
• Quando foi vacinado? 
• Como é o ambiente? 
• Qual histórico clínico, doenças anteriores? 
• Conhece os pais? Ninhada? 
- Quando for realizado o exame neurológico deve ter atenção ao: 
• Estado mental - comportamento 
• Reação à ameaça - função cognitiva 
• Sensibilidade nasal - córtex e N craniano 
• Reações posturais - propriocepção 
- Exames complementares: 
• Hemograma (descartar problemas hepáticos ou infecções) 
• Bioquímicos 
• Urinálise 
• Análise de LCR (avaliar inflamações, presença de bactérias ou vírus, etc) 
• Imagem 
• Eletroencefalografia (atividade elétrica é gravada em gráfico) 
 
Semiologia do Aparelho Locomotor 
 
 
- São constituintes deste sistema os ​músculos​, juntamente com sua inervação, 
tendões e ligamentos​, ​ossos e a associação entre essas estruturas, 
caracterizadas pelas ​articulações​, limitadas por cápsula articular e banhadas 
por líquido sinovial. 
- Embora esses componentes desempenhem a função de ​sustentação e de 
movimentação do corpo​, o seu papel como órgão hematopoiético (medula 
óssea), homeostase de alguns minerais contidos nos ossos, devem ser 
considerados. 
- CONSIDERAÇÕES ANATOMOFISIOLÓGICAS 
- Ossos​: O osso é um tecido conjuntivo especializado, formado por células 
(osteoblastos, osteoclastos e osteócitos). É metabolicamente ativo e atua 
como importante reserva dinâmica (depósito) de cálcio e fosfato. Além da 
propriedade biológica​, possui ​propriedades biomecânicas e piezelétricas. 
- Cartilagem​: É constituída por células (condroblastos, condrócitos e 
condroblastos) imersas em uma substância amorfa e gelatinosa. Tem papel 
funcional na sustentação de pesos, movimentação e na estrutura de órgãos. 
- Líquido Sinovial​: Se forma como um transudato do sangue, modificado pela 
atividade secretora das células sinoviais de revestimento. São atribuídas três 
funções ao líquido sinovial: lubrificação das superfícies articulares, nutrição 
da cartilagem articular e proteção das superfícies articulares. 
- Articulações​: A maneira pela qual dois ou mais ossos se juntam é chamada 
de articulação. Essa estrutura modifica-se morfologicamente para 
desempenhar várias funções, todas elas relacionadas, direta ou 
indiretamente, com a sustentação de peso, locomoção e estabilidade. 
- Ligamentos​: São bandas flexíveis e resistentes de tecido fibroso que unem os 
ossos. São classificados como tecido conjuntivo denso, orientados 
regularmente, sendo compostos por fibras colágenas (70%), fibroblastos e 
substância fundamental (proteínas-polissacarídeos, glicoproteínas e água). 
- Músculos​: Os constituintes dos músculos, vistos como órgãos, incluem o 
músculo esquelético, os tecidos conjuntivosfrouxo e denso, os vasos 
linfáticos e os nervos. As fibras musculares individuais são as unidades 
estruturais das massas musculares anatômicas. A contratilidade do músculo 
é o meio pelo qual o trabalho é realizado. A musculatura que compõe o 
sistema locomotor é estriada e possui caráter voluntário. 
- Tendões: Composto por tecido conjuntivo denso modelado, liga os músculos 
aos seus pontos de inserção. 
- ANAMNESE E EXAME ORTOPÉDICO 
- Assim como ocorre em afecções de alguns sistemas, as informações sobre 
raça, idade e sexo são extremamente relevantes para o início da investigação 
do problema ortopédico. 
- O paciente ortopédico, que normalmente tem o histórico de claudicação e 
dor, deve ser examinado ​tendo a prioridade na localização e identificação da 
lesão para o melhor direcionamento do diagnóstico e o tratamento adequado 
das doenças. 
- Grande parte dos pacientes veterinários apresentam claudicação aparente, 
podendo ocorrer em um ou mais membros, normalmente em consequência 
de dor, entretanto a localização da lesão pode não ser tão simples. 
 
- Sempre lembrar de diferenciar um diagnóstico ortopédico do neurológico 
(claudicação x ataxia) 
- QUEIXA PRINCIPAL – ELUCIDATIVA 
● Há quanto tempo percebeu a claudicação? 
● Qual membro está afetado? 
● Dificuldade de levantar-se ou sentar-se 
● Temperamento alterado? 
● Notou algum edema ou crepitação? 
● Histórico de queda ou fuga? 
● Já deu alguma medicação? Qual? 
● Já teve/tem doenças como leishmaniose (pode causar lesões 
articulares e degeneração), neoplasias, doenças degenerativas. 
- Investigação sobre o habitat e manejo. Traumatismos. Hábitos de esse cão 
ou gato. Sobe em sofá/cama alto. Considerar se tem acesso à rua. 
Frequência e tipo de exercícios físicos. Alimentação. Piso da casa. 
- Exame clínico específico: 
- Inspeção visual 
● simetria muscular 
● postura 
● revezamento de sustentação 
● dorso arqueado 
● cabeça baixa 
- Alterações posturais 
● Claudicação: apoio parcial e cuidadoso do membro 
● Impotência funcional: indicativa de processo doloroso intenso e se 
caracteriza pela incapacidade de apoio de um ou mais membros ao 
solo. 
● Decúbito: Decúbito esternal, pode ser indicativa de compressões 
medulares por fraturas, luxações ou deslocamentos do disco 
intervertebral. O decúbito lateral pode advir de doenças neurológicas 
sistêmicas como cinomose, caquexia acentuada por diversas causas e 
alterações isquêmicas do SNC, como trauma cranioencefálico. 
- No primeiro momento o paciente deve ser realizada a ​avaliação da marcha​. 
Observar o animal caminhando lentamente, a fim de que seja possível 
identificar claudicações e alívio de peso. 
- Após esta etapa, a caminhada rápida ou trote permitem boa avaliação de 
algumas alterações. Também é importante fazer que o paciente suba e desça 
escadas ou rampas, deite e levante-se. 
- Na ​palpação​, deve ser avaliado de forma minuciosa: 
● Qual membro afetado? 
● Dor? o animal chora, rosna, puxa o membro? 
● Atrofias, fraturas ou feridas 
● Texturas, temperatura e flacidez 
● Crepitação 
 
 
 
 
 
 
- DOENÇAS E ACOMETIMENTOS PRINCIPAIS: 
- Fraturas​:A classificação das fraturas é realizada com base em direção e 
número de linhas de fraturas 
- O diagnóstico das fraturas é realizado principalmente através do raio-x 
- Displasia coxofemoral​: É um problema hereditário caracterizado má formação 
da articulação e deterioração das estruturas articulares. Tem causas 
multifatoriais, entre eles fatores hereditários, ambientais, nutricionais e 
hormonais. 
- Ocorre principalmente em animais de grande porte, com crescimento muito 
rápido. Ex: pastor alemão. 
- Pode apresentar em filhotes nos 4 a 7 meses de vida. Nos animais adultos e 
idosos se apresenta por degeneração e desgaste. 
- Os principais sinais clínicos são: dor, claudicação, paresia e atrofia. Passos 
curtos, salto igual coelho, diminuição na tolerância à exercícios físicos. 
- O diagnóstico deve ser realizado com anamnese, palpação, manobras ósseo- 
articulares e com exame complementar, como o raio-x (avaliar ângulo de 
norberg). 
 
 
- A displasia coxofemoral pode ser classificada em categorias 
- Artrose: Doença articular degenerativa, caracterizada pela 
redução da espessura, impactos mecânicos no osso 
subcondral. Tem evolução lenta e progressiva (crônica). 
- Afeta animais de qualquer idade, mas principalmente idosos 
obesos. 
- O diagnóstico é clínico e radiográfico. 
 
- Luxação patelar: É a afecção mais comum da articulação femoro-tibio-patelar 
caracterizada pelo deslocamento da patela desde o sulco troclear. Pode ser 
congênito ou adquirido (traumas) 
- Mais comum em raças “toy’’ e tem predileção em fêmeas. 
- Possui anormalidades músculo esqueléticas associadas 
- Deve ser realizado exame físico da luxação patelar, observação de 
claudicação intermitente e radiografia. 
- Há graus de luxação: 
 
 
 
 
 
 
 
Semiologia Reprodutor Masculino 
 
- Testículos: Nos animais domésticos, os testículos estão localizados na região 
inguinal ou subinguinal, dentro da bolsa testicular; portanto, fora da cavidade 
abdominal. Tem função principal de sintetizar espermatozóides (maturação 
no epidídimo). 
- A descida do testículo da bolsa deve ser observada até os 6 meses de idade. 
- Na maioria das espécies domésticas, a passagem dos testículos pelo canal 
inguinal ocorre por volta de 2 semanas após o nascimento, possibilitando que 
assumam posição definitiva dentro do escroto. 
- Próstata: Glândula sexual acessória. o líquido prostático tem função de 
transportar, sustentar e nutrir os espermatozóides. 
- Pênis: Cão apresenta osso peniano e vascularização que mantém a ereção 
e triplica seu tamanho. Gato apresenta osso sesamóide (osso remanescente) 
e espículas. 
- Bolsa escrotal (escroto, músculo cream master e plexo pampiniforme): 
responsável pela termorregulação e proteção. 
- A puberdade varia entre 6 e 12 meses, dependendo da raça (gigantes até 24 
meses), nutrição (baixa produção hormonal pela deficiência protéica e 
lipídica) e afecções. De modo geral, o animal tem capacidade de ejacular 
com 40 semanas. É importante considerar baixa qualidade do sêmen. 
- Endocrinologia 
 
 
 
- A importância da avaliação semiológica pode ser caracterizada 
principalmente pelo interesse genético voltado para técnicas de 
aproveitamento do sêmen e capacidade reprodutiva do animal 
 
 
- Fisiologia da ereção 
- 1a fase: dilatação das artérias e preenchimento do tecido cavernoso, emite a 
1a porção do ejaculado. Ejaculado transparente. 
- 2a fase: expansão da glande e acoplamento do macho e fêmea,emissão da 
segunda fração do ejaculado. Ejaculado principal. 
- 3a fase: desmonta e permanece em posições opostos,emite a 3a fração do 
ejaculado (grande risco de trauma para o macho) 
- Durante a avaliação do reprodutor, algumas perguntas devem ser feitas, 
como se segue: 
● Qual a idade do animal? Acompanha certificado de exame andrológico? 
● Foi adquirido recentemente? 
● Quais são os antecedentes do animal? 
● O animal já tem produtos? 
● Como são os filhos do animal? Apresentam alguma anormalidade? 
● O animal apresenta desejo sexual? 
● Consegue cobrir a fêmea? 
● A penetração é completa ou o animal não consegue expor o pênis 
totalmente? 
● A retração peniana ocorre normalmente? 
● Quantas fêmeas, em média, o animal já cobriu? 
● Qual o índice de prenhez? 
● Apresenta comportamento anormal (agressivo, afeminado...)? 
● Ocorreu alguma mudança no manejo do animal (alimentação, mudança de 
tratador etc.)? 
● O animal foi ou está sendo medicado? Com o quê? 
● Qual a dosagem? Há quanto tempo?● Há quanto tempo apresenta o problema? 
● Qual a evolução da afecção? 
● Apresenta dificuldade para se locomover? 
- Na identificação deve se considerar idade, raça, vacinação, manejo, nutrição, 
queixa, história médica 
- Exame clínico específico 
- Patologias do sistema reprodutor masculino 
- Infantilismo genital: Pênis mal formado pode afetar o sistema urinário e 
causar produção inadequada de testosterona. Pode ocorrer por castração 
precoce. 
- Intersexualidade (hermafroditismo) 
- Testículos ectópicos (local errado) 
● Criptorquidismo 
● Anorquidia 
● Monorquidia 
- Pode gerar riscos reprodutivos, tumor, retração abdominal. 
- Prepúcio – imperfuração, fimose, parafimose, persistência do freio. 
- Pênis – hipospádia, epispádia, deformação do osso peniano. 
- Outras afecções: tumores, hérnias (perineais, inguinais), varizes, 
balanopostite (inflamação), orquites, TVT (tumor venéreo transmissível). 
- Antes de indicação para inseminação é preciso avaliar: Malformações no 
pênis; Debilidade dos membros posteriores; Artrite; Ejaculação precoce; 
Preservar o macho de doenças infectocontagiosas. Raças: bulldog inglês, 
francês, pug. 
- Exames complementares: hemograma, bioquímicas. 
- Avaliação do sêmen: Macroscopia, microscopia 
- Para colheita do sangue: 
● Local: lugar tranqüilo Evitar que o cão urine: urina residual na uretra 
● Usar superfície anti- derrapante 
● Estimulação do macho com cadela no estro 
● Não permitir a monta anterior 
 
 
 
Semiologia Reprodutor Feminino 
 
- O sistema reprodutivo das fêmeas é formado por ovários, ovidutos, cornos e 
corpo uterino, cérvix, vagina, vestíbulo e vulva. As estruturas internas são 
sustentadas pelo ligamento largo: mesovário que sustenta o ovário; 
mesossalpinge que ancora o oviduto e mesométrio, que mantém o útero. 
- O útero é composto por dois cornos, um corpo curto e uma cerviz, também 
denominada decolo, com formato, comprimento e diâmetro variáveis de 
espécie para espécie. Apresenta ampla capacidade de distensão, 
possibilitando a gestação; contrai-se fortemente no momento do parto, 
facilitando a expulsão dos produtos e involui rapidamente no puerpério, 
garantindo a depuração do órgão, preparando-se para nova prenhez. 
- O endométrio uterino é revestido por células epiteliais com típica função 
secretória e glândulas sinuosas e ramificadas. 
- O genital feminino exterior é formado por vulva, glândulas vestibulares e 
clitóris. 
- Endocrinologia 
 
 
 
 
 
 
- Exame geral: Temperatura retal, linfonodos, pele e anexos, mucosas, exame 
convencional dos grandes sistemas e da glândula mamária (inspeção, 
palpação e eventual análise da secreção). Atentar para o estado nutricional e 
eventuais distúrbios circulatórios (edema localizado ou difuso). 
- Ciclo estral 
● Pró-estro 
• Duração: 7 – 10 dias 
• Edema lábios vulvares, corrimento sanguinolento 
• Esfregaço vaginal: células intermediárias e superficiais 
● Estro 
• Duração: 5-9 dias 
• Secreção serossanguinolenta, permissão à cópula. 
• Pico de LH = ovulação 
• Período Fértil entre 4 a 7 dias após pico 
• Progesterona: <1ng/ml – 2,5 a 5ng/ml – 30 a 90 ng/ml 
● Metaestro 
• Diestro 
• Dominância progesterona, recusa cópula, sem secreção. 
• 56-58 dias – prenhe 
• 60-100 dias – não prenhe 
• Citologia: Células basais 
● Anestro 
 
- 
- Exames complementares 
● Radiográfico 
● Ultrassonográfico* – diagnóstico gestacional, mensurar ovários e folículos 
● Bacteriológico – swab vaginal, cérvix 
● Hematológico e bioquímicos 
● Endoscopia - vaginoscopia 
● Neoplasia, biópsias 
● Dosagem hormonal– progesterona, estrógeno 
● Sorologia para erlichiose, leishmaniose, brucelose, Fiv-Felv (teste rápido) 
● Histológicos – CAAF, biópsias. 
- Transtornos reprodutivos 
- Infantilismo genital (castração precoce) 
- Nutricional (cadelas obesas, ração a base de soja) 
- Tumores - tvt 
- Prolapso vaginal 
- Vaginite 
- Piometra (pus), hemometra (sangue), mucometra (muco) 
- Metrorragia essencial (sangramento pós parto) 
- Cisto ovariano; Estro persistente com sinais como descarga vulvar, 
espessamento da vulva, não tem interesse no macho. 
 
 
 
 
Semiologia de Neonatos 
- O período neonatal como aquele em que o filhote ainda depende única e 
exclusivamente dos cuidados maternos para sua sobrevivência – sendo 
considerado, em média, pelos 30 primeiros dias de vida 
- O desenvolvimento do filhote ocorre nos primeiros 15 dias de vida, seguido 
por um período de transição (15 a 30 dias), de socialização (4 a 12 semanas) 
e juvenil (12 dias – até a puberdade). 
- A imaturidade fisiológica e imunológica torna o recém-nascido 
particularmente sensível ao ambiente, aos agentes infecciosos e parasitários. 
- Os períodos críticos para a sobrevivência neonatal são representados por: (1) 
nascimento; (2) primeiras 24 h; (3) primeira semana de vida; e (4) desmame. 
- A investigação diagnóstica no paciente neonato envolve aspectos complexos 
(exame minucioso do filhote, juntamente com a mãe e a ninhada), de difícil 
manejo (dificuldade de manipulação, auscultação, palpação) e limitações 
impostas pelos exames complementares, tais como análises laboratoriais, 
diagnósticos por imagem, eletrocardiogramas, dentre outros 
- O clínico deve ter em mente que a saúde, o histórico reprodutivo dos 
progenitores e o desenvolvimento da gestação e do parto influenciam 
sobremaneira a saúde fetal e, por conseguinte, a neonatal. 
- Informações sobre: 
● a raça (algumas raças, em especial as braquicefálicas como Bulldog, 
podem apresentar problemas de distocia, sendo os animais muitas 
vezes encaminhados à cesariana) 
● idade (fêmeas muito jovens ou idosas também são propensas à 
distocia, sendo queas mais idosas muitas vezes apresentam menor 
fecundidade e prolificidade) 
● tamanho (progenitores machos muito grandes em relação ao tamanho 
da fêmea, originando fetos grandes que podem representar um risco 
de distocia fetal). 
- A saúde dos progenitores influencia não somente a fertilidade e a 
fecundidade, como também a gestação, a lactação e o bem-estar dos 
neonatos. 
- Investigar doenças pregressas, tais como fraturas pélvicas, diabetes e 
hipotireoidismo, ou até mesmo as infectocontagiosas, tumores ou outras 
- Fêmeas primíparas podem apresentar dificuldades durante o parto (a 
inexperiência e o nervosismo podem acarretar morte dos neonatos); 
históricos de abortos, distocias, agalactia, mastite, malformações e 
canibalismo aumentam o risco de complicações em gestações subsequentes. 
- A respeito do macho reprodutor, devem ser questionado questões como 
idade, tempo em que vem sendo utilizado como reprodutor, procedência, 
histórico reprodutivo, mortalidade em ninhadas anteriores, doenças 
pregressas e tamanho em relação à fêmea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- informações pertinentes à ​gestação​: 
● nutrição da fêmea; o aumento da ingestão calórica na cadela 
ocorre somente no último terço da gestação,Excesso de 
proteína dietética é incriminado na síndrome do filhote nadador 
e dietas excessivamente ricas podem induzir à obesidade fetal 
e materna. 
● A utilização de ​fármacos durante a gestação deve ser 
investigada. Bem como ​vacinação e vermifugação. 
● A exposição de fêmea a ​ambientes contaminados ou a animais 
infectados, particularmente durante a terceira e quarta semanas 
de gestação, pode induzir ao aborto tardio e à morte neonatal 
precoce, ambos associados a numerosas causas virais, 
bacterianas e infecciosas. 
● Informações sobre o acompanhamento gestacional e a 
realização de ​examespré-natais​, tais como ultrassonografia, 
exame radiográfico, auscultação dos batimentos fetais e 
exames laboratoriais de triagem, são sempre úteis, pois 
viabilizam a identificação de problemas precocemente e maior 
atenção no momento do parto. 
- Algumas perguntas que podem ser realizadas: 
- Quanto aos aspectos gestacionais, as questões pertinentes resumem-se à 
gestação atual: 
- Nutrição materna (qualidade e quantidade)? 
- Utilização de fármacos durante a gestação (motivo, dose, duração e fase 
gestacional em 
- que foi empregado)? 
- Vacinação e desverminação atualizadas? 
- Doenças maternas durante a gestação? Quais? 
- Exposição da fêmea a ambientes contaminados, contactantes doentes ou 
traumas? 
- Realização de exames pré-natais (identificação de alterações)? 
- Gestações anteriores (números de gestações e de filhotes viáveis)? 
- Ocorrência de abortos? 
 
- Informação sobre a gestação: 
- O parto representa um momento crucial na vida do filhote pela transição 
abrupta do meio intrauterino líquido, com temperatura estável, para um 
ambiente extrauterino, seco e de temperatura altamente variável, que exigirá 
uma série de adaptações fisiológicas. 
- A visualização do parto pelo proprietário oferece dados importantes ao 
clínico, tais como: 
● Ordem de nascimento 
● Tamanho dos recém-nascidos Delivramento dos envoltórios fetais 
realizado pela fêmea 
● Limpeza e estimulação cardiorrespiratória dos neonatos Viabilidade 
neonatal (movimentação, choro, procura pela mamada). 
- Informações sobre as ocorrências durante o parto – duração, ordem de 
nascimento dos filhotes, tempo de ruptura das membranas fetais, tipo de 
parto (eutócico, distócico, realização de manobras obstétricas, uso de 
agentes ecbólicos, cesariana) e apresentação do filhote 
- Em um parto distócico, cuja intervenção necessária tenha sido a cesariana, 
deve-se antecipar a necessidade de reanimação dos recém-nascidos e a 
possibilidade de hipóxica. 
- Aspectos relacionados ao ambiente e manejo do neonato: 
- É necessário questionar sobre temperatura ambiente, a maternidade, o local 
onde a mesma é colocada, a higiene e as situações de estresse às quais o 
neonato é submetido. 
● Quanto ao local do parto (tamanho) 
● Quanto à higienização do local onde o neonato vive (desinfecção, 
troca e material da caixa-maternidade) 
● Quanto à temperatura e umidade do local. 
● O ambiente neonatal também deve ser ventilado, exposto ao sol por 
curtos períodos de tempo e localizado longe de ruídos fortes. 
- EXAME FÍSICO 
- Materno​: condição corporal;peso; temperatura; hidratação; comportamento, 
atitude postura; ritmo cardiorrespiratório(FC,FR,TPC,pulso); secreções 
nasais, oculares,análise,particularmente,vulvares; coloração das mucosas; 
linfonodos; Conformação e aspectos das mamas e mamilo, lactação, 
aspectos citologia leite; palpação abdominal (estado uterino) 
- Ninhada e neonato​: condição corporal; comportamento,atitude,postura;peso; 
temperatura; hidratação; coloração das mucosas;parâmetros vitais 
linfonodos; reflexo de sucção,do endireitamento da procura; reflexo 
anogenital (micção e defecação) 
- EXAME FÍSICO ESPECÍFICO 
- Cabeça e Pescoço​:olhos(aberturas pálpebras);orelhas(abertura das orelhas); 
fontanelas; narinas(obstrução,estenose, corrimento, formato);boca(anormalidade 
nos lábios, fenda palatina, má oclusão); linfonodos glândulas salivares; reflexo a 
ameaça, reflexo pupilar luz, tônus mandibular, reflexo da deglutição. 
- Membros torácicos e tórax​: inspeção,palpação, flexão e extensão das 
articulações; conformação torácica,padrão respiratório, frequência 
respiratória e evidências de dispneia; palpação(costelas,esterno, 
coluna);auscultação cardiopulmonar (ritmo, sons anormais cardíacos e 
respiratórios) 
- Abdome e membros pélvicos​: inspeção(tamanho, coloração da pele, cicatriz 
umbilical, região anogenital,perineal genitália externa, conformação da 
cauda); palpação(estômago repleto, rins, intestinos bexiga); 
inspeção,palpação, flexão e extensão das articulações. 
- PERGUNTAS 
- tamanho da ninhada. 
- O parto foi a termo? 
- O neonato está mamando? 
- Ao nascimento, quais eram a condição corporal e o peso do animal? 
- Como ocorreu o rompimento do cordão umbilical? 
- Morte neonatal isolada ou de vários filhotes em uma mesma ninhada. 
- Houve a ingestão de colostro? 
- O proprietário presenciou algum tipo de trauma durante o parto, induzido pela 
mãe ou pela própria ninhada? 
- Há quanto tempo o neonato está doente? QP 
- Houve contato com outros animais além da mãe e de outros filhotes da 
ninhada? 
 
 
 
Ao examinar a ninhada, deve-se inspecionar: 
- Se os filhotes dormem juntos e agrupados (prática comum durante as 
primeiras semanas de vida, pois possibilita o aquecimento e a manutenção 
da temperatura corpórea). 
- Se existe algum filhote isolado do restante da ninhada e, provavelmente, 
hipotérmico. 
- Se os filhotes encontram-se inquietos e com sinais de desconforto, com 
gemidos de dor, mesmo após a amamentação e estando aquecidos. 
- Se a mãe os protege deitando-se sobre eles e manifestando irritação quando 
nos aproximamos (ou o contrário, não se importando com a presença de 
estranhos, não realizando nem mesmo a higienização dos filhotes). 
- Se a postura dos neonatos durante a amamentação é adequada. 
- Se conseguem manter o equilíbrio e procuram e sugam vigorosamente os 
mamilos. 
- Se algum filhote mais fraco é retirado da mamada por seus irmãos de 
ninhada. 
- PESO CORPORAL 
- O neonato deve ser pesado em balança com escala em gramas, ao 
nascimento, 12 h após e diariamente, até que complete 15 dias de idade. 
- Em neonatos caninos, o peso ao nascimento varia de acordo com a raça: 
Nas raças toy, de 100 a 120 g. Raças de médio porte, de 200 a 300 g. De 
grande porte, de 400 a 500 g. Raças gigantes, em torno de 700 g. 
- Em gatos, a média de peso ao nascimento é de 90 a 130 g. 
- 
 
- PARTO EUTÓCICO E DISTÓCICO 
- Primeiro estágio: 
– Ninho 
– Inquietação 
– Anorexia 
– Tremores 
– Corrimento mucoide 
– Duração de 6 a 12 hs 
- Segundo estágio: 
– Ruptura da bolsa 
– Expulsão dos fetos 
– 45 minutos ( 12 a 120 min) 
- Terceiro estágio: 
– Expulsão da placenta - durante o parto 
– Deve comer a placenta 
– Involução uterina – até 35 dias 
- Tato, paladar e olfato – desde o nascimento 
• Atitude mental: 
– 90% tempo dormindo 
– Sono inquieto – tremores, vocalização, movimentos. 
– 2a semana mais tranquilo 
– Mamam a cada 2 hs 
- TEMPERATURA 
- Imediatamente após o parto, a temperatura retal apresenta-se em torno de 
35,6°C; 
- Primeira semana, varia de 35 a 36,7°C; 
- Segunda a terceira semanas, 36,1 a 37,7°C, respectivamente. A temperatura 
- ambiente na qual a temperatura corporal é mantida para a realização das 
funções metabólicas mínimas é determinada zona de neutralidade térmica 
(30 a 32°C). 
- Essa faixa térmica ambiental minimiza as demandas de oxigênio e conserva 
a energia necessária. A temperatura ambiente adequada varia entre 30 e 
32°C nas primeiras 24 h, 28 e 30°C na primeira semana, 26 e 27°C na 
segunda e terceira semanas e 24 e 25°C posteriormente 
- ESCORE DE APGAR 
- O escore ou boletim de Apgar é um método objetivo, amplamente difundido e 
empregado para quantificar a vitalidade do recém-nascido em humanos. 
- Perfeitamente aplicável à neonatologia em pequenos animais, 
particularmente nos casos de neonatos nascidos por cesariana, em que a 
mortalidade neonatal em cães é de aproximadamente 8% ao nascimento e 
13% 2 h após. 
- Ao nascimento, o escore avalia a eficácia das medidas de reanimação

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